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O 21 PSICODIAGNÓSTICO DE IDOSOS Irani I. de Lima Argimon Tatiana Quarti Irigaray Murilo Ricardo Zibetti processo de avaliação psicodiagnóstica exige, essencialmente, um raciocínio clínico que visa uma compreensão dinâmica do funcionamento do paciente, tanto de suas potencialidades quanto de suas dificuldades. Para realizar esse tipo de avaliação, é necessário que o profissional esteja habilitado e atento a questões como gênero, idade e grau de instrução do indivíduo. Nesse sentido, cabe ressaltar que é cada vez mais comum que profissionais da área da psicologia recebam pacientes com idade igual ou superior a 60 anos (Karel, Gatz, & Smyer, 2012). Isso ocorre devido à ampliação da parcela de idosos na população em geral (Carvalho & Rodrigues-Wong, 2008) e ao surgimento de uma nova geração de idosos, que envelheceu mais saudável fisicamente e começou a se preocupar com sua saúde mental (Karel et al., 2012). A partir dessa nova demanda, mostra-se necessário um esforço para que a elaboração do psicodiagnóstico nessa população esteja alinhada às demandas específicas dessas pessoas. Assim, para uma avaliação adequada, não se podem aplicar os mesmos procedimentos de outras faixas do ciclo vital, como os da adultez, sendo necessário buscar técnicas e testes específicos e adequados para idosos. O objetivo do psicodiagnóstico no atendimento geriátrico é investigar o atual estado cognitivo, afetivo, psicomotor, sexual e social do idoso. Assim, quando um idoso é encaminhado para avaliação, deve haver preocupação sobre quem o está encaminhando com a pressuposição de “problemas psicológicos”. Isso é importante, pois, em alguns casos, a apresentação de sintomas é clara e o diagnóstico é preciso; mas, em outros, quando há uma ou várias patologias que se entrecruzam, o diagnóstico pode ser difícil. Nesses casos, a avaliação é um procedimento fundamental para a equipe de saúde, bem como para as pessoas que se relacionam com o idoso, ou seja, familiares e cuidadores. Ela auxilia no diagnóstico diferencial e na detecção de alterações mínimas e de disfunções em estágios iniciais, contribuindo para o planejamento do tratamento e para o acompanhamento da evolução do quadro, - repercutindo, assim, em uma ação mais efetiva e criteriosa quanto a tratamentos e cuidados necessários, mesmo em casos muito complexos. No que diz respeito à prevalência de transtornos mentais em idosos, observa-se que não é maior do que em outras faixas etárias. No entanto, sua distribuição é diferente, com aumento significativo de quadros neurodegenerativos em detrimento de outros transtornos, como os psicóticos e os do desenvolvimento (Herrera, Caramelli, Silveira, & Nitrini, 2002; Karel et al., 2012). Estudos norte-americanos apontam que, incluindo as demências, mais de 20% dos idosos apresentam algum transtorno mental (Karel et al., 2012). Verifica-se que uma gama de transtornos mentais vem sendo diagnosticada nessa população. Por exemplo, dos idosos atendidos na emergência psiquiátrica da Santa Casa de São Paulo, mais de 40% apresentavam algum transtorno do humor (sobretudo depressão) (Almeida, 1999). Ainda foram encontrados índices significativos de pacientes com quadro demencial (15%), quadros ansiosos (14%), esquizofreniformes (14%) e dependência química (2%), sobretudo alcoolismo. Contudo, vale salientar que, nessa faixa etária, a distinção entre quadros neurológicos e psiquiátricos e funcionamento saudável é uma tarefa complexa, pois diversas comorbidades e muitos quadros neurodegenerativos apresentam alterações comportamentais e de personalidade simultaneamente a dificuldades cognitivas (Damasceno, 1999; Karel et al., 2012). Considerando essas dificuldades diagnósticas, é cada vez mais frequente que profissionais da saúde solicitem uma avaliação psicológica do idoso – o psicodiagnóstico – por um profissional especializado da área. Em suma, a avaliação psicológica em idosos pode contribuir para diagnósticos diferenciais, auxiliar na prescrição de tratamento psicoterapêutico e farmacológico e fornecer orientação a pacientes e cuidadores sobre as estratégias que podem ser implementadas para ampliar a funcionalidade e o bem-estar dos pacientes. Além disso, tem sido utilizada em processos de interdição jurídica, apontando se o paciente encontra-se apto ou não para manter suas atividades laborais ou administrar sua vida civil de forma independente, sobretudo nos casos em que há dúvida quanto ao diagnóstico de quadro demencial. O objetivo deste capítulo é apresentar as principais características do psicodiagnóstico em idosos a partir da experiência clínica e da revisão da literatura. A fim de garantir uma leitura mais didática e prazerosa, foi organizado em subseções que apresentam: as demandas que levam ao psicodiagnóstico em idosos; os principais quadros diagnosticados na prática; a operacionalização do psicodiagnóstico; duas vinhetas clínicas; e considerações finais. O PACIENTE E AS DEMANDAS DO PSICODIAGNÓSTICO CLÍNICO O psicodiagnóstico clínico em idosos é cada vez mais recorrente, sobretudo se forem contadas as demandas com foco no perfil cognitivo. As formas que normalmente levam os pacientes idosos a chegar ao consultório são: 1) por intermédio de familiares; 2) por indicação de médico (muitas vezes geriatras, psiquiatras ou neurologistas); 3) por exigência jurídica (casos de possível interdição ou necessidade de declaração do funcionamento cognitivo do idoso para processos de doação, testamento, entre outros); e 4) por vontade própria, com queixa de problemas de memória ou após perdas importantes na vida. Quando o paciente idoso chega ao consultório de forma autônoma, isso, provavelmente, é indicativo de que ele está orientado, o que é um bom sinal sobre sua saúde cognitiva. Com frequência, observam-se nesses pacientes estados emocionais decorrentes do luto pela perda do cônjuge e de amigos e pela quantidade aumentada de doenças físicas. Também pode-se verificar a redução geral das atividades devido à falta de planejamento e à desadaptação com a aposentadoria. No entanto, a demanda mais comum é a percepção subjetiva de declínio cognitivo, uma realidade em quase um terço dos idosos (Argimon, Irigaray, & Stein, 2014; Riedel-Heller, Matschinger, Shork, & Angermeyer, 1999). Entre aqueles com queixa cognitiva, há os saudáveis, com perfil de personalidade mais queixoso; os com transtorno depressivo maior instalado ou com sintomatologia depressiva; e, ainda, os que começam a sentir os primeiros sintomas de um quadro neurodegenerativo incipiente. O número crescente de idosos independentes e sem grandes alterações comportamentais que procuram um psicodiagnóstico também parece estar relacionado com a divulgação científica. Nesse sentido, na medida em que se tem divulgado a importância do diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas e, também, a estreita relação entre genética e surgimento de transtornos psiquiátricos, é comum que os idosos busquem, de forma preventiva, avaliação. Por isso, é relativamente comum que aqueles com história familiar de doenças como depressão, ansiedade e demência demandem por avaliação psicológica sem o encaminhamento de um profissional da área da saúde. Torna-se importante salientar que a tarefa do profissional não é somente avaliar os déficits do paciente, mas também identificar os aspectos sadios, inclusive como estratégia terapêutica. Embora a busca independente pelo psicodiagnóstico seja uma prática crescente na atualidade, a maioria dos idosos recorre à avaliação devido à percepção, por parte de seus familiares (ou cuidadores), de alterações comportamentais, emocionais ou cognitivas. Em geral, o encaminhamento é feito por profissionais da área da saúde que, além de exames tradicionais, exigem um psicodiagnóstico. Nesses casos, os primeiros aspectos a serem considerados são a disponibilidade do idoso para o processo psicodiagnóstico e a fidedignidade das informações obtidas por meio da entrevista com ele. Em relação à disponibilidade, cabe salientar que é precisodar, na entrevista inicial, espaço e voz para o idoso, reservando um momento a sós com o profissional. É necessário estabelecer um vínculo de confiança, ouvir o idoso em suas demandas e, principalmente, explicar o processo psicodiagnóstico e os resultados que serão alcançados a partir dele. Os dados obtidos na entrevista individual devem ser checados com outro informante (familiar ou cuidador), sobretudo se há suspeitas de demência. Nesses casos, é muito comum os idosos subestimarem a intensidade de suas dificuldades cognitivas e não avaliarem com clareza o impacto real nas atividades da vida diária. Assim, não basta ser uma pessoa próxima; um informante bem informado é aquele que convive, pelo menos, dois dias por semana com o paciente. Não há um modelo rígido para a avaliação do idoso, mas a experiência mostra a necessidade de que: a) o grupo familiar colabore com o processo, trazendo informações do dia a dia e observações sobre o comportamento do idoso e alterações; b) ocorra, concomitantemente, uma avaliação clínica global de sua saúde física, solicitada por seu médico de referência; c) quando possível, o psicólogo tenha acesso a exames laboratoriais e neurológicos. Além disso, ressalta-se que, se o idoso já realizou avaliação psicológica anteriormente, é importante que ela seja apresentada ao psicólogo para possíveis comparações de desempenho cognitivo. A princípio, a avaliação clínica dos idosos é tarefa previsível, a partir da aplicação de técnicas psicológicas chega-se à interpretação sobre o diagnóstico do paciente e, com isso, à prescrição terapêutica e ao prognóstico. No entanto, é fundamental investigar profundamente a motivação da família e suas reais intenções quanto aos resultados do processo. O objetivo da avaliação, como a possibilidade de interdição do idoso, a decisão de continuar morando sozinho ou de dirigir e outras demandas jurídicas específicas, deve ser esclarecido antes de o processo de avaliação entrar em curso. Isso porque as técnicas empregadas e a elaboração dos documentos - psicológicos são diferentes de acordo com os objetivos da avaliação. PRINCIPAIS QUADROS OBSERVADOS Um grupo importante de doenças que acometem os idosos são os transtornos - neurocognitivos (American Psychiatric Association [APA], 2014), quadros em que se observam perdas nas funções cognitivas devido a acometimentos cerebrais, causando alterações cognitivas e prejuízos na vida diária do paciente. Existem diversas etiologias para esses transtornos, e destaca-se que, para aquelas em que há um padrão de degeneração contínua do cérebro e das funções mentais, o termo demência ainda é adequado. Entre as principais causas de demência estão a doença de Alzheimer (DA), a demência vascular, a demência por corpos de Levy e a demência frontotemporal (Caramelli & Barbosa, 2002). O diagnóstico de demência depende da avaliação objetiva das funções cognitivas (APA, 2014). Várias formas de avaliação neuropsicológica são utilizadas para esse fim, desde métodos de exame abreviado e global até testes específicos para determinada habilidade cognitiva. Além do declínio cognitivo, a comprovação da demência envolve a exclusão de outras causas potencias de alteração cognitiva, o que, normalmente, é feito por uma equipe multidisciplinar. A DA manifesta-se comumente depois dos 60 anos, e sua incidência dobra a cada cinco anos. Nos casos típicos, a demência devido a DA manifesta-se por meio da dificuldade de formar novas memórias e de orientação temporoespacial (Caramelli & Barbosa, 2002). Por sua vez, na demência vascular, a sintomatologia é compatível com a área do cérebro atingida pelos eventos neurovasculares. Portanto, em termos cognitivos, pode- se observar redução da velocidade de processamento, alterações da atenção concentrada e rebaixamento mais global das funções cognitivas, ou seja, um - rebaixamento menos específico se comparado ao que acontece com a demência de Alzheimer típica. Isso decorre de lesões em fibras subcorticais responsáveis pela comunicação das áreas primárias de processamento da informação no córtex. Outra característica clínica importante nesses pacientes é a poliqueixa, pois as alterações neurovasculares também estão associadas a um perfil cardiovascular crítico que, quase invariavelmente, está associado a declínio físico, sedentarismo e dores corporais. Por fim, na demência vascular é comum um padrão de evolução em escadas, em que existem platôs longos e declínios repentinos que ocorrem à medida que novos eventos neurovasculares surgem. A demência por corpos de Levy é um tipo de doença degenerativa em que muitos pacientes são diagnosticados, de forma errônea, como portadores de DA. No entanto, apesar de ambas as condições envolverem dificuldades na memória, os pacientes com demência por corpos de Levy têm um curso muito flutuante na evolução, podendo apresentar alterações na marcha, rigidez postural e, comumente, alucinações visuais assim que se instala o quadro (APA, 2014). Alguns desses pacientes ainda apresentam sensibilidade a medicações neurolépticas, o que implica cuidado muito especial no tratamento das alterações neurocomportamentais. Por fim, o quarto tipo de demência mais frequente é a frontotemporal (ou degeneração lobar frontotemporal) (Caramelli & Barbosa, 2002). Existem duas formas de apresentação desse quadro neurodegenerativo. Quando a degeneração atinge primariamente o lobo frontal do cérebro, está-se diante da variante comportamental da demência frontotemporal. Nessa variante, são relatadas dificuldades de inibição (ou apatia), irritabilidade e inadequação social. Quando a degeneração se inicia por áreas dos lobos frontais, tem-se a variante linguística da demência frontotemporal, que é marcada por anomia, alterações de compreensão e produção da linguagem e perda da memória semântica (APA, 2014). Na maioria dos casos, com a evolução da doença, os pacientes passam a apresentar alterações tanto comportamentais quanto linguísticas. O papel do profissional da psicologia na avaliação dos quadros neurodegenerativos é fundamental. De acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5), é critério diagnóstico que o paciente apresente resultados significativamente inferiores ao esperado em testes neurocognitivos. Nesse sentido, o profissional pode ter dificuldades em avaliar pacientes em estágios iniciais dos quadros neurodegenerativos. Nesses casos, é provável que o paciente receba o diagnóstico de transtorno neurocognitivo leve ou de comprometimento cognitivo leve (CCL). Pacientes com CCL apresentam redução cognitiva importante nos testes, mas não há evidências suficientes de comprometimento na vida diária do idoso para o diagnóstico de demência (APA, 2014). O diagnóstico desses quadros é difícil, mas também muito recompensador, pois, graças a ele, é possível que o paciente busque tratamento, como medicações e reabilitação cognitiva, em fases iniciais da doença. Quadros psicológicos com frequência diagnosticados em idosos são os transtornos depressivos, sobretudo o transtorno depressivo maior (Almeida, 1999). Segundo o DSM-5 (APA, 2014), esse quadro é caracterizado por sintomas de humor deprimido e de perda do interesse ou do prazer durante todo o período do dia e na maioria dos dias. Também é possível observar perda ou ganho de peso (sem dieta), insônia ou hipersonia, retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimentos de culpa e de inutilidade, dificuldades de concentração e pensamentos recorrentes de morte (APA, 2014). As características nucleares de apresentação são bastante comuns entre as diferentes faixas etárias (APA, 2014). No entanto, o diagnóstico do transtorno é menos prevalente em idosos do que em jovens entre 18 e 29 anos, e a intensidade de manifestação de alguns sintomas também é diferente. Por exemplo, nos jovens, os sentimentos de culpa e a redução da atividade sexual são mais comuns, enquanto nos idosos é mais comum a apresentação de sintomas somáticos (Hegeman, Kok, Van Der Mast, & Giltay, 2012).Alguns autores têm descrito que idosos deprimidos com frequência negam sentimentos de tristeza, mas relatam ausência geral de sentimentos (Grinberg, 2006). Além disso, a experiência clínica tem sugerido uma importante relação entre depressão e redução da atividade geral, lentificação do processamento cognitivo e manifestações de irritabilidade. O surgimento da depressão em idosos está associado com fatores como: perda de status econômico em relação a antes de adoecer (Borges, Benedetti, Xavier, & D’Orsi, 2013); falta de acesso à cultura, quando analfabetos (Nogueira, Rubin, Giacobbo, Gomes, & Neto, 2014); avaliação negativa sobre situação geral de saúde (Borges et al., 2013; Nogueira et al., 2014); e pouca interação social (Borges et al., 2013; Ramos, 2007). É preciso salientar que diversas condições de saúde associadas ao surgimento da depressão são comorbidades (psiquiátricas, neurológicas, endócrinas) que podem simulá-la. Em idosos, o auxílio de exames realizados por um clínico geral é indispensável para que o diagnóstico seja ainda mais preciso. Particularmente em idosos, a manifestação da depressão pode ser confundida com um quadro demencial, no que é denominado pseudodemência depressiva (Coelho, Bastos, Camara, & Landeira-Fernandez, 2010). Isso ocorre porque a depressão, nessa faixa etária, envolve lentificação geral, redução do interesse geral e, em alguns casos, prejuízos na memória. O diagnóstico diferencial nos casos de pseudodemência depressiva é difícil, mas alguns sinais podem auxiliar o clínico, como, por exemplo, a presença de história de depressão e prejuízo mais grave nos testes de memória que envolvem evocação livre (Paula et al., 2013). Isso é muito importante, pois os prejuízos cognitivos decorrentes da depressão podem ser superados por meio de tratamento adequado. Uma condição fortemente relacionada aos transtornos depressivos em idosos são os transtornos de ansiedade (APA, 2014). Nessa faixa etária, a manifestação do transtorno de ansiedade generalizada é marcada por presença de ansiedade, preocupações exageradas, medos sociais e depressão. Cabe salientar que a experiência clínica tem sugerido que a menor capacidade de ingerência sobre a vida dos familiares tem sido relatada como um dos motivos de preocupação e fonte de ansiedade. Outras condições clínicas são bastante prevalentes em idosos, no entanto, é muito comum que as manifestações tenham início ainda na idade adulta ou após os 60 anos de idade. Nesse caso, é comum que esses aspectos sejam identificados na anamnese e utilizados durante o restante do processo psicodiagnóstico. OPERACIONALIZAÇÃO DO PSICODIAGNÓSTICO COM IDOSOS O psicodiagnóstico inicia-se com uma entrevista de anamnese que pode ser realizada apenas com o idoso ou junto com os seus familiares e/ou cuidadores, buscando-se investigar quando foram observados os primeiros sintomas de esquecimento, alterações de comportamento ou de linguagem, assim como tristeza ou outro sintoma de depressão ou ansiedade (Fuentes et al., 2010). Nessa entrevista, deve ser abordada a presença de quadros neurológicos, recentes ou antigos, como acidente vascular cerebral ou epilepsia, além de transtornos psiquiátricos, como transtornos do humor ou de ansiedade (Gurd, Kischka, & Marshall, 2010), investigando-se, também, se há história familiar dessas doenças. A utilização de medicamentos por parte do idoso deve ser abordada, assim como as atividades laborais e de lazer por ele realizadas, além de hábitos de leitura e escrita e aprendizagem de uma segunda língua (Stern, 2012). Alguns roteiros de anamnese são sugeridos por Lezak, Howieson, Bigler e Tranel (2012) e Strauss, Sherman e Spreen (2006), e contemplam os demais itens, como o desenvolvimento escolar desses pacientes. Deve-se prestar atenção à apresentação do paciente, observando-se suas atitudes, seus comportamentos no contato inicial, a mímica, o humor e as formas de se expressar. Tudo isso colabora para a elaboração de uma hipótese diagnóstica. Nesse processo, a entrevista inicial tem por propósito avaliar a personalidade do paciente e seu estado mental, afetivo e emocional. Quando houver queixas de alterações mnésicas (não consegue adquirir novas informações, apenas retém informações antigas), practognósicas (dificuldades para orientar-se no tempo e no espaço), de juízo crítico (não consegue avaliar o sentido de determinados eventos ou atividades que está realizando, acarretando conduta inadequada), da linguagem (empobrecimento do vocabulário e aparecimento de distúrbios afásicos) e do humor (no início do processo da demência o idoso tem consciência de suas dificuldades, o que favorece o aparecimento de ansiedade e depressão), essas questões devem ser mais aprofundadas. Nas entrevistas de avaliação, o psicólogo deve estar atento para a expressão afetiva do idoso, que é transmitida por meio de palavras, atitudes e gestos. O examinador tem a oportunidade de observar se existe coerência entre os sentimentos expressados e a questão tratada no momento, ou se há dissociação entre a expressão corporal e a verbal. Sugere-se que, além da entrevista com os familiares e/ou cuidadores, sejam realizadas sessões individuais com o idoso. Nessas sessões, além de aplicar instrumentos psicológicos, o clínico deve observar se o idoso está ciente dos seus déficits cognitivos. A ausência da consciência dos déficits (anosognosia) atua como importante indicador na diferenciação entre quadros demenciais e alterações cognitivas decorrentes do envelhecimento normal (Gurd et al., 2010). O processo de avaliação envolve as entrevistas e a aplicação de uma bateria de testes que pode confirmar ou refutar as informações obtidas nas entrevistas realizadas. É importante, ao organizar a bateria de testes, que sejam consideradas as funções que serão examinadas, incluindo, assim, testes de inteligência geral, funções verbais, percepção visual, memória de evocação e reconhecimento e testes que examinem as habilidades práxicas e as funções motoras do paciente. Na prática, são usadas baterias flexíveis de testes, compostas de acordo com a queixa do paciente e suas capacidades e limitações físicas, usando-se testes que sejam mais sensíveis. Em determinados casos, dependendo do nível de comprometimento do paciente, o uso de determinados instrumentos torna-se inviável. Nesses casos, a avaliação deve ser feita por meio de entrevistas, de observação clínica e de coleta de informações com familiares quanto ao comportamento e ao funcionamento cognitivo dos pacientes. Além disso, podem ser realizadas observações do comportamento do idoso em atividades do dia a dia. Os instrumentos psicológicos devem ser adequados à demanda de avaliação de cada paciente e envolver medidas de personalidade, de habilidade cognitiva global, de funções cognitivas específicas (atenção, memória, linguagem, orientação espacial e temporal, funções executivas), de capacidade funcional e comportamental, bem como de intensidade de sintomas depressivos e de ansiedade. Também devem ser incluídos questionários, respondidos por informante, que avaliem o desempenho mnemônico do paciente e sua capacidade funcional no dia a dia. A escolha dos instrumentos de avaliação deve ser feita considerando os objetivos da solicitação de avaliação psicológica, o tempo disponível para investigação e a capacidade do paciente para responder a determinadas tarefas. Ressalta-se que as informações devem ser obtidas tanto com o próprio paciente quanto com os familiares e/ou cuidadores, uma vez que alguns idosos podem apresentar ausência da consciência dos déficits (anosognosia) (Gurd et al., 2010) ou um quadro confusional ou de esquecimento, omitindo ou distorcendo alguma informação. A avaliação das habilidades cognitivas específicas pode ser realizada por meio de testes psicológicos que apresentam dados normativos para a população idosa. Para a memória, temos o Teste Pictórico de Memória (TEPIC) (Rueda & Sisto, 2007), o Teste Memória Visual de Rostos (MVR) (Leme, Rossetti, Pacanaro, & Rabelo, 2011)e o Teste das Figuras Complexas de Rey (adaptado por Oliveira & Rigoni, 2010), que, além de avaliar a percepção, mede a memória visual. Para avaliação da atenção e das funções executivas, existem o Teste das Trilhas Coloridas (adaptado por de Rabelo, Pacanaro, Rossetti, & Sá Leme, 2010) e o Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (adaptado por Trentini, Argimon, Oliveira, & Werlang, 2010). Para a avaliação geral de inteligência e de seus subprocessos, temos a Escala de Inteligência para adultos (WAIS-III) (Nascimento, 2000), a Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (Trentini, Yates, & Heck, 2014) e as Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (Angelini, Alves, Custódio, Duarte, & Duarte, 1999). A avaliação dos fatores de personalidade é fundamental no processo psicodiagnóstico de idosos, pois esses fatores contribuem para a adaptação ao processo de envelhecimento (Chapman et al., 2012; Fonseca, 2006; Kuzma, Sattler, Toro, Schonknecht, & Schroder, 2011) e associam-se ao desempenho cognitivo desses pacientes (Chapman et al., 2012; Fuentes et al., 2010; Kuzma et al., 2011). Sugere-se, para avaliação da personalidade, o Inventário de Cinco Fatores NEO Revisado (NEO- FFI-R) versão curta (Costa & McCrae, 2010) e a Bateria Fatorial da Personalidade (BFP) (Nunes, Hutz, & Nunes, 2010), que fornecem uma medida dos cinco fatores de personalidade: neuroticismo, extroversão, abertura, amabilidade e conscienciosidade. Essas são escalas autoaplicáveis, com propriedades psicométricas bem definidas, baseadas na teoria dos cinco grandes fatores. No entanto, dependendo de sua compreensão acerca da personalidade, o profissional pode optar por outras escalas psicométricas e também por testes de personalidade projetivos. É necessário que o psicólogo mantenha o foco da avaliação definido, a fim de dimensionar a importância e o tempo da avaliação da personalidade em cada caso. A independência do idoso pode ser avaliada a partir da administração de alguns questionários, como a Escala de Pfeffer (Pfeffer, Kurosaki, & Harrah, 1982), o IQCODE e as Escalas de Katz (Katz, Ford, Moskowitz, Jackson, & Jaffe, 1963). A Escala de Pfeffer é composta por 11 questões que mensuram a funcionalidade do idoso para administrar seu dinheiro, realizar compras, preparar refeições, lembrar-se de compromissos, entre outras funções. O familiar ou cuidador deve pontuar, em uma escala de 0 a 3 pontos, o quão bem o idoso consegue realizar essas atividades. As Escalas de Katz, de maneira semelhante, investigam as habilidades rotineiras e instrumentais de vida do idoso (tomar banho, vestir-se, usar o banheiro, locomover-se, continência, alimentar-se, usar o telefone, fazer compras, preparar a comida, realizar trabalhos domésticos, administrar a medicação e controlar as finanças). Existem diversas escalas para a avaliação de sintomas depressivos e de ansiedade. As mais utilizadas são o Inventário de Depressão de Beck, segunda edição (BDI-II) (Gorenstein, Pang, Argimon, & Werlang, 2011) e o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) (Cunha, 2001), e ambos podem ser autoadministrados. O BDI-II e o BAI são compostos por 21 questões cada, e o idoso deve pontuar a intensidade da ocorrência de sintomas como tristeza, pessimismo, perda de prazer para a realização de atividades, sentimentos de culpa e punição, sensações de calor, insegurança, tremor nas mãos e medo de perder o controle. Para a avaliação desses estados afetivos, sugere-se que o profissional utilize ferramentas com que esteja habituado e que tenham convergência com o foco da avaliação. Para isso, também é necessário estar atento a novas ferramentas que surjam, a fim de ampliar a possibilidade de adequação às reais necessidades de cada avaliação. DEVOLUÇÃO DOS RESULTADOS Entende-se que a devolução dos resultados é um dos aspectos mais importante no processo psicodiagnóstico, sendo uma etapa obrigatória que deve ser combinada ainda na entrevista inicial. A forma como ocorrerá a devolução está diretamente relacionada com o objetivo do exame. No caso de idosos que apresentem um quadro demencial ou outra alteração cognitiva ou do humor significativa, sugere-se que a devolução seja realizada para o idoso e seus familiares, para que possam auxiliar no seu tratamento. Em outros casos, a devolução pode ser feita apenas para o próprio idoso. Também deve-se efetuá-la para quem solicitou a avaliação, sendo que, dependendo do objetivo desta última, deve ser elaborado um tipo de documento escrito para cada profissional. A devolução permitirá a orientação do idoso, de sua família, dos cuidadores e de quem solicitou a avaliação sobre a melhor forma de lidar com a situação e de aproveitar suas capacidades e potencialidades, ou seja, a identificação de suas forças e fraquezas. Esse é um aspecto muito importante – não só identificar as dificuldades e limitações, mas também buscar virtudes, traços individuais positivos e habilidades ainda preservadas e com condições de serem administradas (Seligman, Steen, Park, & Peterson, 2005). A Figura 21.1 demonstra as etapas da avaliação psicológica realizada com idosos. FIGURA 21.1 ╱ FLUXOGRAMA DAS ETAPAS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COM IDOSOS. Outro aspecto importante que contempla a avaliação é o acompanhamento longitudinal do idoso, que é feito por meio de reavaliações comparativas que podem comprovar hipóteses diagnósticas atuais ou mostrar a evolução do quadro em termos de alterações cognitivas, de personalidade e de comportamento. Assim, em muitos casos, sugere-se uma reavaliação comparativa futura. O prazo dessa reavaliação varia de caso para caso, mas os prazos de seis e de 12 meses são os mais utilizados em contextos clínicos. Geralmente, quando o idoso apresenta um quadro depressivo com alterações cognitivas ou um quadro de declínio cognitivo leve, propõe-se uma reavaliação no período de seis meses. VINHETA CLÍNICA ╱ 21.1 – DEPRESSÃO E ALTERAÇÃO COGNITIVA Paulo (nome fictício), 71 anos, ensino médio completo, aposentado, casado, dois filhos e dois netos. O paciente foi encaminhado por um geriatra para realizar avaliação psicológica, visto que apresentava queixas de dificuldades mnemônicas. Em um primeiro momento, foi feito contato com o profissional solicitante da avaliação e, em seguida, foram realizadas uma entrevista de anamnese com o paciente e sua esposa, uma entrevista de anamnese com o paciente, e três entrevistas com o paciente, incluindo a aplicação de instrumentos que avaliavam atenção (sustentada, dividida e concentrada), velocidade de processamento da informação, habilidades construtivas, memória (de trabalho, episódica verbal e visual tanto imediata quanto tardia), e funções executivas (fluência verbal, inibição, geração de respostas, flexibilidade mental, organização, planejamento). Foram solicitadas ao familiar informações sobre a funcionalidade do paciente e a identificação, em uma lista, de problemas que se relacionavam com a memória do paciente. Além disso, investigaram-se aspectos da personalidade e presença de sintomatologia depressiva e de ansiedade. Durante a anamnese, o paciente relatou que vinha apresentando dificuldades na memória recente, como lembrar o nome de pessoas conhecidas e datas. Apresentou respostas demoradas nas entrevistas. Referiu sintomas de tristeza, desânimo, falta de energia e de tempo para si próprio, afirmando que não conseguia realizar as coisas que gostava devido à necessidade de auxiliar no cuidado dos netos e nas tarefas domésticas. Tinha hábitos diários de leitura e não realizava atividade física. Não utilizava qualquer medicação e não havia história de demência na família. Seus exames clínicos e de imagem estavam dentro do esperado para sua idade. Os resultados da avaliação mostraram que o paciente apresentava dificuldades na memória episódica verbal (evocação recente e tardia) e lentificação da velocidade de processamento da informação; as demais funções cognitivas se encontravam preservadas. A avaliação dos aspectos da personalidade revelou sintomas de depressão, insegurança eum índice de ansiedade elevado. Seu pensamento lógico estava adequado em relação a precisão, coerência e organização. O paciente demonstrava independência para as atividades da vida diária, sem indícios de perda na funcionalidade. A partir da avaliação realizada, foi possível verificar que sintomas que preenchiam critérios diagnósticos para episódio depressivo moderado (F32.1) com sintomas de ansiedade associados. Assim, pode-se concluir que as dificuldades de memória e a lentificação da velocidade de processamento da informação apresentadas pelo paciente eram, possivelmente, decorrentes do quadro depressivo e não sintomas iniciais de um provável quadro demencial. Sugeriu-se, então, a realização de psicoterapia, tratamento medicamentoso dos sintomas depressivos e reavaliação psicológica no período de seis meses. Ao término da avaliação, foi feita entrevista de devolução com o paciente e sua esposa e a devolução para o profissional solicitante da avaliação. Seis meses após a primeira avaliação, foi realizada reavaliação, demonstrando funcionamento cognitivo dentro dos padrões da normalidade e ausência de sintomas depressivos. No momento da segunda avaliação, Paulo encontrava-se em atendimento psicoterápico semanal e fazendo uso de antidepressivo. VINHETA CLÍNICA ╱ 21.2 – DEMÊNCIA Antonia (nome fictício), 77 anos, aposentada, viúva, tem duas filhas casadas que não residem com ela. Há dois anos, perdeu o marido devido a um câncer e, nesse período, contratou serviços de home-care. Além do apoio da família para administrar a situação, também contava com uma empregada doméstica de longa data e de confiança. Pouco antes do falecimento do marido, aos 74 anos, Antonia se perdeu em uma rua ao lado de casa, o que foi interpretado como resultado do estresse que vinha enfrentando. Depois do falecimento do marido, as filhas perceberam sintomas de apatia e a levaram para consulta com médico psiquiatra, sendo iniciado tratamento farmacológico para depressão. A resposta pareceu positiva no início do tratamento, mas, com o decorrer do tempo, a paciente não teve aumento na iniciativa e a frequência de esquecimentos intensificou-se. Ela foi encaminhada, então, a um neurologista, que solicitou avaliação psicodiagnóstica para auxiliar no diagnóstico diferencial entre transtorno depressivo maior e transtorno neurocognitivo maior devido à doença de Alzheimer. Na entrevista inicial, a paciente não relatou grandes dificuldades de memória e também não apresentou alterações acentuadas do humor. No mesmo dia, uma filha foi entrevistada e relatou que a mãe estava um pouco mais repetitiva e com menos iniciativa. No entanto, mencionou que as memórias remotas estavam preservadas e que não via grandes alterações na rotina dela. Segundo a filha, as alterações observadas podiam estar ainda relacionadas ao falecimento do pai. Nas demais sessões, a paciente respondeu a instrumentos de avaliação cognitiva (memória, orientação temporoespacial, atenção, linguagem e funções executivas) e a questionários e entrevistas sobre depressão e ansiedade. Solicitou-se, também, que a filha e a cuidadora respondessem a um questionário sobre aspectos funcionais. Os resultados da avaliação indicaram ausência de depressão (no momento), sintomas disexecutivos leves e prejuízos significativos nas tarefas que avaliavam orientação temporal e memória episódica. Os questionários da filha e da cuidadora sobre a funcionalidade da paciente tiveram poucas diferenças – a maioria quanto à intensidade das dificuldades (intensidade maior no da cuidadora). Em ambos, foram relatadas dificuldades em manusear o telefone, perdas de compromissos, dificuldade de fixação de novidades, repetição constante, desorientação no tempo e atraso nas contas (p. ex., na data de pagamento do salário). Todas essas dificuldades não eram comuns na história da paciente e representavam uma mudança em relação ao funcionamento prévio. Segundo as informações colhidas, também foi observada progressão no quadro nos últimos 12 meses. Devido a essas dificuldades e à ausência de sintomas depressivos, a paciente apresentou perfil indicativo de transtorno neurocognitivo maior devido à doença de Alzheimer. Os dados foram repassados à família, à paciente e ao médico de referência. Os demais exames clínicos (solicitados pelo médico) não indicaram outras doenças que justificassem as alterações neurocognitivas, o que corroboraria o diagnóstico, sendo necessário acompanhamento longitudinal. CONSIDERAÇÕES FINAIS O psicodiagnóstico com idosos inicia-se com a entrevista de anamnese, que busca o conhecimento da demanda e a elaboração de hipóteses diagnósticas. A seguir, o psicólogo monta uma bateria de testes, fazendo então a correção e a interpretação de seus resultados. Após, é preciso um raciocínio clínico que busque integrar dados dos testes com dados da história clínica e de vida do paciente, assim como suas queixas, sinais e sintomas, visando uma compreensão dinâmica de seu funcionamento, de suas potencialidades e de suas dificuldades. Por fim, é feita a comunicação e devolução dos resultados, etapa fundamental do processo de avaliação, que visa orientar o paciente, seus familiares e outros profissionais em relação ao que é mais indicado, do ponto de vista psicológico, para cada caso. Finalizando, pode-se entender que o idoso chega para avaliação em mais de um contexto, ou seja, de forma autônoma, quando orientado e em busca de ajuda, principalmente devido a perdas afetivas, à desadaptação com a aposentadoria ou a poucos recursos internos de habilidades sociais; ou encaminhado por profissionais ou familiares, quando apresenta sintomas importantes de depressão, demência ou devido a questões de solicitação de interdição. Outro fator fundamental é que o trabalho com idosos pressupõe não só o domínio de uma bateria de instrumentos, mas que esses instrumentos sejam adequados para pessoas com mais de 60 anos. Além disso, o profissional deve conhecer as alterações normais e patológicas que fazem parte do processo de envelhecimento, demonstrando competência nas áreas da avaliação psicológica, da psicopatologia, da neuropsicologia e do desenvolvimento humano. Não se pode deixar de lado o fato de que algumas habilidades, como a velocidade de processamento mental, podem declinar com o passar do tempo, mas há uma grande variabilidade individual, sugerindo que o declínio das funções não é inevitável e, portanto, em muitos casos, pode ser prevenido. REFERÊNCIAS Almeida, O. P. (1999). Idosos atendidos em serviço de emergência de saúde mental: Características demográficas e clí nicas. Revista Brasileira de Psiquiatria, 21(1), 12-18. American Psychiatric Association (APA). (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM- 5 (5. ed.). Porto Alegre: Artmed. Angelini, A. L., Alves, I. C. B., Custódio, E. M., Duarte, W. F., & Duarte, J. L. M. (1999). Matrizes progressivas col oridas de Raven: Escala especial. São Paulo: CETEPP. Argimon, I. I. L., Irigaray, T. Q., & Stein, L. M. (2014). Cognitive development age ranges in late adulthood. Universit as Psychologica, 13(1), 253-264. Borges, L. J., Benedetti, T. R. B., Xavier, A. 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