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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 2 
GABARITO .................................................................................................................................................... 66 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
 
EXERCÍCIOS 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Lei dos Crimes de Tortura 
 
1. A respeito dos Crimes de Tortura, regulados pela Lei nº 9.455/1997, assinale a 
alternativa correta. 
 
a) A pena prevista para o crime de tortura consistente em submeter alguém, sob sua 
guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso 
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter 
preventivo, é de reclusão de dois a cinco anos. 
b) A pena prevista para aquele que se omite em face de condutas que caracterizam crimes 
de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, é de um a três anos. 
c) O agente público que pratica uma das condutas que caracterizam crimes de tortura terá 
a pena aumentada em dois terços. 
d) O agente público condenado por crime de tortura perderá o cargo, função ou emprego 
público e sofrerá interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
e) O crime de tortura é insuscetível de fiança ou graça, mas é suscetível de anistia. 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra D. 
 
a) INCORRETA. Trata-se do tipo penal previsto no artigo 1º, II da Lei nº 
9.455/97, cujo preceito secundário é de dois a oito anos de reclusão, e não de dois 
a cinco anos. É também conhecida doutrinariamente como “tortura castigo”. 
 
b) INCORRETA. À luz do artigo 1º, §2º da Lei nº 9.455/97, a pena cominada 
àquele que se omite em face das condutas caracterizadoras do crime de tortura, 
quando possuía o dever de evitá-las ou apurá-las, é de detenção de um a quatro 
anos. Sendo assim, a alternativa incorre em erro ao afirmar que a pena máxima 
cominada em abstrato ao delito é de três anos, uma vez que, em verdade, é de 
quatro anos. Ademais, é importante observar que a alternativa também foi omissa 
em informar a natureza da pena privativa de liberdade que, no caso, é de detenção. 
 
c) INCORRETA. Conforme artigo 1º, §4º da Lei nº 9.455/97, o agente público 
que comete um dos delitos descritos na referida Lei terá a pena aumentada de um 
sexto a um terço, e não de dois terços. É importante mencionar que tal causa de 
aumento incidirá na terceira fase da dosimetria da pena, notadamente por se tratar 
de causa especial de aumento de pena. Quanto ao conceito de “agente público”, 
prevalece no âmbito doutrinário o conceito previsto na norma explicativa do artigo 
327 do Código Penal. 
 
d) CORRETA. De acordo com o artigo 1º, §5º da Lei de Tortura (Lei nº 
9.455/97), a condenação por crime de tortura acarreta a perda do cargo, função ou 
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MUDE SUA VIDA! 
3 
 
emprego público e a interdição para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena 
aplicada. Tratamento diverso é conferido pelo artigo 92 do Código Penal: “São efeitos 
da condenação: I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando 
aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos 
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a 
Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo 
superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. 
 
e) INCORRETA. A alternativa contraria o disposto no art. 1º, §6º da Lei nº 
9.455/97, que dispõe: “o crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou 
anistia”. Vale ressaltar que, conforme artigo 5º. XLIII da Constituição Federal, a 
tortura, além de ser considerada como crime inafiançável, também seria delito 
insuscetível de graça ou anistia. Por fim, registre-se que a Lei de Crimes Hediondos 
no seu artigo 2º, I determina que os crimes hediondos e os equiparados (dentre eles, 
o crime de tortura) seriam insuscetíveis de anistia, graça ou indulto. Instado a se 
manifestar acerca de suposta inconstitucionalidade do dispositivo, o Supremo 
Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que o indulto, sendo modalidade 
de graça do Presidente da República, seria alcançado pela vedação conferida pela 
Constituição Federal. 
 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - 
Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Lei dos Crimes Hediondos 
 
 
2. A Lei nº 8.072/1990 dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, 
da Constituição Federal, e determina outras providências. A respeito dos Crimes 
Hediondos, assinale a alternativa correta. 
 
a) A pena imposta pelo cometimento de crime hediondo deverá ser cumprida inicialmente 
em regime fechado ou semiaberto, mediante decisão fundamentada do Juiz. 
b) O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, tentado ou consumado, também 
é considerado crime hediondo, contudo o de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, 
não. 
c) Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça e fiança, porém são suscetíveis 
de indulto. 
d) A epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º, do Código Penal) é considerada crime 
hediondo. 
e) Em caso de sentença condenatória de crime hediondo, o réu não poderá recorrer em 
liberdade. 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
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Comentário da questão: A assertiva correta é a letra D. 
 
a) INCORRETA. Em que pese a alternativa versar acerca da literalidade do art. 
2º, §1º da Lei nº 8.072/90, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela 
inconstitucionalidade da fixação obrigatória do regime inicial fechado, por violação 
aos princípios da individualização da pena, da proporcionalidade e da dignidade da 
pessoa humana. 
 
b) INCORRETA. Mesmo com as alterações operadas pela Lei nº 13.964/19, a 
alternativa continua equivocada. O crime de porte ilegal de arma de fogo somente 
será considerado hediondo se a natureza do armamento for de uso proibido, 
conforme artigo 1º, parágrafo único, II da Lei nº 8.072/90. Tendo em vista que o 
ordenamento jurídico adotou o critério legal para fins de classificação dos crimes 
hediondos, não caberia ao juiz, no caso concreto, estender a hediondez ao crime de 
porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. 
 
Registre-se que, antes das alterações operadas pela Lei nº 13.964/19, 
considerava-se crime hediondo o delito de posse ou porte ilegal de arma de fogo de 
uso restrito, previsto no artigo 16 do Estatuto do Desarmamento. Por tal razão, a 
alternativa fora considerada como incorreta, mesmo que a questão tenha sido 
elaborada antes da entrada em vigor da Lei nº 13.964/19. 
 
c) INCORRETA. Conforme artigo 2º, I da Lei nº 8.072/90, os crimes hediondos 
são insuscetíveis de anistia, graça e indulto. Vale ressaltar que, conforme artigo 5º. 
XLIII da Constituição Federal, a lei deveria considerar os crimes hediondos como 
insuscetíveis de graça ou anistia. Instado a se manifestar acerca de suposta 
inconstitucionalidade do dispositivo previsto na Lei de Crimes Hediondos, o Supremo 
Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que o indulto, sendo modalidade 
de graça do Presidente da República, seria alcançado pela vedação conferida pela 
Constituição Federal. 
 
d) CORRETA. Conforme previsão expressa do artigo 1º, VII da Lei nº 8.072/90, 
o crime de epidemia com resultado morte, previsto no artigo 267, §1º do Código 
Penal, é considerado crime hediondo, devendo sofrer todos os consectários previstos 
na Lei em comento. 
 
e) INCORRETA. À luz do artigo 2º, §3º daLei nº 8.072/90, “Em caso de 
sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar 
em liberdade”. A interpretação do referido dispositivo deve se dar à luz da 
Constituição Federal, de sorte que é vedada a imposição de recolhimento ao cárcere 
para recorrer. Se porventura o réu respondia ao processo criminal em primeira 
instância solto, somente poderá ser preso após eventual sentença condenatória se 
preenchidos os requisitos para decretação de sua prisão preventiva, na forma dos 
artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal. 
 
 
 
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Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Ação Penal 
 
3. No que se refere à Ação Penal e suas espécies, assinale a alternativa correta. 
a) A ação penal privada é exercida pelo ofendido, mediante denúncia do Ministério Público. 
b) A ação penal pública condicionada é exercida pelo ofendido e independe de denúncia do 
Ministério Público. 
c) A ação penal privada é exercida pelo ofendido, mediante requisição do Ministro da 
Justiça. 
d) A ação penal pública incondicionada será promovida por denúncia do Ministério 
Público, mas dependerá, quando a lei exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de 
representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
e) A ação penal pública incondicionada será promovida por denúncia do Ministério 
Público. 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra E. 
 
a) INCORRETA. A primeira parte da alternativa se encontra correta, de acordo 
com o artigo 30 do Código de Processo Penal, in verbis: “Ao ofendido ou a quem 
tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada”. Entretanto, 
tendo em vista a ilegitimidade ativa do Ministério Público para promoção da ação 
penal de natureza privada, cabendo-lhe exercer a função de fiscal da ordem jurídica, 
a parte final da alternativa se encontra equivocada. Não por outra razão, no artigo 
257 do Código de Processo Penal, há a previsão expressa das funções do Parquet no 
âmbito processual penal: a promoção, de forma privativa, da ação penal pública e a 
fiscalização da execução da lei. Com efeito, tratando-se de ação penal de natureza 
privada, cabe ao Ministério Público apenas exercer o papel de custos iuris. Ademais, 
o dispositivo se encontra em contradição com o que prevê o artigo 100, §2º do Código 
Penal: “Art. 100, §2º: a ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do 
ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo”. 
 
b) INCORRETA. De acordo com a literalidade do artigo 24 do Código de 
Processo Penal, a promoção das ações penais públicas é exercida exclusivamente 
pelo Ministério Público por meio de denúncia. Ademais, conforme artigo 100, §1º do 
Código Penal: “A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, 
quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da 
Justiça”. O fato da lei exigir a representação do ofendido como condição de 
procedibilidade ao oferecimento da denúncia não retira a titularidade exclusiva da 
ação penal pública ao Ministério Público. 
 
c) INCORRETA. A ação penal privada é exercida pelo ofendido, conforme artigo 
100, §2º do Código Penal, mas independe de requisição do Ministro da Justiça. A 
alternativa mesclou os conceitos de ação penal privada e de ação penal pública 
condicionada à requisição do Ministro da Justiça, cuja titularidade é do Ministério 
Público, na forma do artigo 100, §1º do Código Penal. 
 
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d) INCORRETA. Tratando-se de ação penal pública incondicionada, não há que 
se falar em necessidade de representação do ofendido ou de requisição do Ministro 
de Justiça, de sorte que somente serão exigíveis para o exercício da persecutio 
criminis se a lei assim exigir, conforme artigo 100, §1º do Código Penal e artigo 24 
do Código de Processo Penal. 
 
 
e) CORRETA. Tratando-se de crime promovido mediante ação penal pública 
incondicionada, ou seja, nas hipóteses em que a lei não exige requisição do Ministro 
da Justiça ou representação do ofendido ou de quem tenha qualidade para 
representa-lo, sua promoção ocorrerá pelo Ministério Público, na forma dos artigos 
24 e 257, I do Código de Processo Penal e artigo 100 do Código Penal. 
 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Crimes contra a Administração Pública 
 
4. Em relação aos crimes contra a Administração Pública, é correto afirmar que 
 
a) não se equipara a funcionário público, para os efeitos penais, quem exerce emprego em 
entidade paraestatal. 
b) o funcionário público que deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, para satisfazer 
sentimento pessoal, pratica o crime de condescendência criminosa. 
c) no crime de corrupção passiva, a pena é aumentada de um terço, se, em consequência 
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de 
ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
d) pratica o delito de prevaricação o funcionário público que deixar, por indulgência, de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe 
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. 
e) não constitui crime contra a Administração Pública abandonar cargo público, fora dos 
casos permitidos em lei. 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra C. 
 
a) INCORRETA. A alternativa não se encontra em harmonia com o que dispõe 
a norma penal explicativa do artigo 327, §1º do Código Penal, que, juntamente com 
o caput, traz o conceito de funcionário público para fins penais: “Art. 327 - Considera-
se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou 
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a 
funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, 
e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para 
a execução de atividade típica da Administração Pública”. Sendo assim, mesmo que 
o agente exerça cargo, emprego ou função em entidade paraestatal (exemplos: 
empresas públicas, sociedades de economia mista e serviços sociais autônomos como 
SESI e SENAI), pode ser considerado como funcionário público para fins penais. 
 
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b) INCORRETA. O agente que deixa de praticar ato de ofício indevidamente 
para satisfazer sentimento pessoal pratica o crime de prevaricação, previsto no artigo 
319 do Código Penal. Com efeito, o crime de condescendência criminosa o funcionário 
que deixa, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no 
exercício do cargo ou, quando lhe faltar competência, não leve o fato ao 
conhecimento da autoridade competente, conforme artigo 320 do Código Penal. É 
importante ressaltar que também há uma significativa diferença entre as penas 
cominadas aos delitos, notadamente diante do fato que a prevaricação é punida com 
pena de detenção de três meses a um ano e multa, ao passo que a condescendência 
criminosa é punida com pena de detenção de quinze dias a um mês ou multa. Não 
custa observar que, quanto ao crime do artigo 319 do Código Penal, a pena de multa 
é aplicada de forma cumulativa, ao passo que para o crime do artigo 320 do mesmo 
Diploma Legal, a pena de multa é aplicada de forma alternativa. 
 
c) CORRETA. A alternativa descreve exatamente a causa de aumento de pena 
prevista no artigo 317, §1º do Código Penal aos que praticarem o crime de corrupção 
passiva e, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou 
deixa de praticar qualquer ato de ofício ouo pratica infringindo dever funcional. O 
que, em tese, seria mero exaurimento do crime, é tratado como causa de aumento 
de pena, de sorte que o funcionário que cumpre o prometido e realiza a pretensão 
do corruptor merece maior reprimenda penal. 
 
d) INCORRETA. Trata-se de outra alternativa que mescla os conceitos de 
prevaricação e condescendência criminosa. No caso, a conduta descrita na questão 
se refere ao crime previsto no artigo 320 do Código Penal, in verbis: Art. 320 - Deixar 
o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração 
no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, 
ou multa. 
 
e) INCORRETA. Em verdade, o abandono de cargo público, fora dos casos 
permitidos em lei, se encontra tipificado no Código Penal no artigo 323, com pena 
cominada de quinze dias a um mês de detenção ou multa. A título exemplificativo, a 
Lei nº 8.112/90 prevê, em seu artigo 138, que “configura abandono de cargo a 
ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos”. 
Registre-se que o crime em comento somente pode ser punido na modalidade dolosa, 
ou seja, eventual conduta negligente do funcionário público quanto ao cumprimento 
de suas funções não possui relevância para o Direito Penal. 
 
 
 
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Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Concurso de Pessoas 
 
5. Considerando as disposições do Código Penal em relação ao concurso de pessoas, 
assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a esse cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. 
b) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a 
um terço. 
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a 
pena desse; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o 
resultado mais grave. 
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que 
elementares do crime. 
e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
 
Comentário da questão: A assertiva incorreta é a letra D. 
 
a) CORRETA. A alternativa se encontra em harmonia com o que prevê o artigo 
29 do Código Penal: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas 
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. Registre-se que o Código 
Penal, no artigo 29, caput, adotou a teoria restritiva no prisma objetivo-formal para 
fins de fornecimento do conceito do autor. Essa forma, o autor seria o responsável 
pela execução do núcleo do tipo penal, ao passo que quem concorre para o crime, 
sem executar a conduta criminosa, é definido como partícipe. No ordenamento 
jurídico brasileiro, é complementada pela teoria da autoria mediata. 
 
b) CORRETA. De acordo com o artigo 29, §1º do Código Penal, se a 
participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um 
terço. Trata-se de uma causa de diminuição de pena, aplicável àquele cuja conduta 
possui reduzida eficiência causal. Sendo assim, como sua conduta contribui para o 
resultado de forma menos decisiva, o legislador optou por lhe conferir o direito 
subjetivo de redução de pena na terceira fase da dosimetria. 
 
c) CORRETA. Trata-se da figura da cooperação dolosamente distinta, prevista 
no artigo 29, §2º do Código Penal: “Se algum dos concorrentes quis participar de 
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena desse; essa pena será aumentada até 
metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave”. Também é 
conhecida na doutrina por “desvio subjetivo entre os agentes ou participação em 
crime menos grave”. Destina-se a afastar a responsabilidade objetiva no concurso 
de pessoas, de forma que se o agente pretendia participar de crime menos grave, 
deverá ser-lhe aplicada a pena desse. A segunda parte do dispositivo trata da 
hipótese em que o crime mais grave era previsível: nesse caso, deve ser-lhe aplicada 
a pena do crime menos grave, entretanto, com a incidência de causa de aumento até 
a metade, dada a maior reprovabilidade de sua conduta. 
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d) INCORRETA. A parte final da alternativa se encontra destoante do que 
dispõe o artigo 30 do Código Penal: “Não se comunicam as circunstâncias e as 
condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”. As circunstâncias 
de natureza subjetiva, se forem elementares do crime, comunicam-se aos demais 
agentes. É necessário que todos tenham ciência da existência da elementar, para fins 
de afastamento da responsabilidade penal objetiva. Exemplo clássico é o caso da 
coautoria entre funcionário público e particular para prática do delito de peculato na 
forma do artigo 312, §1º do Código Penal: havendo coautoria de particular, se esse 
tinha ciência da qualidade de funcionário público do coautor, ser-lhe-á aplicada as 
penas do crime de peculato, mesmo que ausente sua condição pessoal de funcionário 
público nos moldes do artigo 327 do Código Penal. 
 
e) CORRETA. Trata-se da figura da participação impunível, prevista no artigo 
31 do Código Penal: “O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo 
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo 
menos, a ser tentado”. É uma causa de atipicidade da conduta do partícipe e é 
decorrência lógica do caráter da acessoriedade da participação: somente há 
relevância penal na conduta do partícipe se o autor iniciar a execução do crime. 
Quanto à expressão “salvo disposição em contrário”, deve-se alertar que, em casos 
excepcionais, é possível que a lei preveja a punição do ajuste, determinação, 
instigação ou auxílio como crime autônomo, como ocorre em relação aos crimes de 
associação criminosa (artigo 288 do Código Penal) e incitação ao crime (artigo 286 
do Código Penal). 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Lei penal no Tempo e no Espaço 
 
6. De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta. 
 
a) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando 
em virtude dela a execução, mas não os efeitos penais da sentença condenatória. 
b) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, 
exceto se decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
c) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no 
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
d) Considera-se praticado o crime no momento em que o agente atinge o resultado 
pretendido. 
e) Em nenhuma situação, a lei brasileira pode ser aplicada aos crimes praticados a bordo 
de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada. 
 
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Comentário da questão: A assertiva correta é a letra C. 
 
a) INCORRETA. A alternativa não se conforma com o que dispõe o art. 2º do 
Código Penal: “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória”. Trata-se do fenômeno conhecido como abolitio criminis, que 
ocorre quando uma lei posterior exclui do âmbitodo Direito Penal um fato 
considerado, até então, como criminoso. Os efeitos da abolitio criminis atingem não 
somente a execução penal decorrente do fato anteriormente delitivo, mas também 
os efeitos penais da sentença condenatória (como por exemplo a possibilidade de 
configuração da reincidência ou de maus antecedentes em eventual condenação 
posterior). 
 
b) INCORRETA. De acordo com o artigo 2º, parágrafo único do Código Penal: 
“Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-
se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em 
julgado”. Trata-se da lei penal benéfica/lex mitior/novatio legis in mellius, por meio 
da qual, na sucessão de leis penais no tempo, a lei posterior ao fato tido como 
criminoso é mais benéfica ao agente, permitindo, inclusive, sua aplicação na hipótese 
de a sentença condenatória ter transitada em julgado. Vale ressaltar que, nesse caso, 
a competência para aplicação da lei penal mais benéfica será do juízo da Vara das 
Execuções Criminais, conforme Súmula 611 do Supremo Tribunal Federal. 
 
c) CORRETA. Via de regra, no que tange à aplicação da lei penal no espaço, 
aplica-se o princípio da territorialidade, de sorte que sua aplicação se restringe aos 
crimes cometidos no território nacional. Com efeito, no artigo 5º, §1º do Código 
Penal, definiu-se o conceito de território brasileiro por extensão ou por equiparação: 
“Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, 
no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar”. Sendo assim, a título 
exemplificativo, se um crime é cometido no interior de embarcação brasileira de 
natureza pública, mesmo que se encontre em qualquer outro país, considerar-se-á 
território brasileiro para fins de incidência do Direito Penal pátrio. 
 
d) INCORRETA. A alternativa não se encontra em harmonia com o artigo 4º 
do Código Penal, que dispõe: “Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento 
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. De acordo com 
o referido dispositivo, o Código Penal brasileiro adotou, para fins de identificação do 
momento em que se considera praticado o delito, a teoria da atividade. 
 
e) INCORRETA. À luz do artigo 5º, §2º do Código Penal: “É também aplicável 
a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território 
nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e essas em porto ou mar 
territorial do Brasil”. Sendo assim, em que pese se tratar de hipótese em que o crime 
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ocorreu no interior de aeronave ou embarcação estrangeira de propriedade privada, 
por se encontrarem em território nacional (seja considerando o espaço aéreo ou o 
mar territorial), há que se reconhecer a incidência da lei penal pátria. 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Causas extintivas da punibilidade 
 
7. Nos termos do artigo 107 do Código Penal, extingue-se a punibilidade 
 
a) pela anistia, mas não pela graça ou indulto. 
b) pelo perdão aceito, nos crimes de ação penal pública. 
c) pela prescrição e decadência, mas não pela perempção. 
d) pela retroatividade de lei que não mais considera o fato criminoso. 
e) pela retratação do agente, em qualquer delito contra o patrimônio. 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra D. 
 
a) INCORRETA. À luz do artigo 107, II do Código Penal, extingue-se a 
punibilidade pela anistia, graça ou indulto. Tratam-se de modalidades de indulgência 
de caráter soberano emanadas do órgão Legislativo ou Executivo, resultando 
verdadeira renúncia estatal quanto ao jus puniendi. Em que pese se tratarem de 
medidas não oriundas do Poder Judiciário, somente geram efeitos após decisão 
judicial. Se revelam cabíveis na hipótese de crimes promovidos mediante ação penal 
pública incondicionada ou condicionada e por ação penal privada. 
 
b) INCORRETA. Em que pese o perdão aceito figurar como causa extintiva da 
punibilidade, conforme artigo 107, IX do Código Penal, somente é possível visualizar 
sua aplicação, à luz do Código Penal, nos crimes promovidos mediante ação penal 
privada, notadamente por se tratar da desistência do ofendido após o oferecimento 
da queixa. O STJ, inclusive, já reconheceu a impossibilidade de aplicação do perdão 
judicial aceito às ações penais condicionadas à representação (HC 111.326/MT). 
 
c) INCORRETA. Embora a alternativa esteja correta no que tange à menção 
da prescrição e a decadência como causas extintivas da punibilidade, conforme artigo 
107, IV do Código Penal, o mesmo dispositivo confere à perempção igual natureza. 
A perempção configura a perda do direito de ação provocada pela inércia processual 
do querelante (logo, somente terá cabimento nas ações penais privadas). 
 
d) CORRETA. Trata-se da figura extintiva da punibilidade prevista no artigo 
107, III do Código Penal, que versa sobre a abolitio criminis, também prevista no 
artigo 2º do Código Penal. Trata-se da nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal 
um fato que, até então, possuía caráter criminoso. A título exemplificativo, pode-se 
citar a Lei nº 11.106/05, que revogou o artigo 240 do Código Penal, que 
anteriormente tipificava a conduta do adultério. 
 
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e) INCORRETA. Em que pese a retratação realmente figure como causa 
extintiva da punibilidade, na forma do artigo 107, VI do Código Penal, o próprio 
dispositivo deixa claro que sua aplicação se restringe às hipóteses permitidas em lei. 
Logo, não são todos os crimes patrimoniais que são promovidos mediante ação penal 
pública condicionada à representação. A título exemplificativo, cite-se o crime de 
furto (artigo 155, caput do Código Penal), que é promovido mediante ação penal 
pública incondicionada. Sendo assim, a condenação do réu independe, inclusive, de 
identificação e oitiva da vítima, uma vez que ao Estado é permitido o exercício do jus 
puniendi independentemente de manifestação/interesse da vítima. 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Crimes contra a ordem econômica e tributária 
 
8. A conduta de deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, 
descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria 
recolher aos cofres públicos, configura 
 
a) crime de abuso de autoridade, previsto na Lei nº 4.898/1965. 
b) crime contra a administração pública, previsto no Código Penal. 
c) crime contra a ordem tributária, previsto na Lei nº 8.137/1990. 
d) crime previsto na Lei nº 11.343/2006 (Lei Antidrogas). 
e) crime hediondo, previsto na Lei nº 8.072/1990. 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra C. 
 
A conduta descrita no enunciado da questão se subsome ao tipo penal previsto 
no artigo 2º, II da Lei nº 8.137/90, notadamente no capítulo dos crimes contra a 
ordem tributária. Vale ressalta que, se o tributo mencionado for contribuição 
previdenciária, o crime in casu é o do artigo 168-A do Código Penal. 
 
a) INCORRETA. Não havia na Lei nº 4.898/65 nenhum tipo penal que se 
ajustasse à conduta descrita na questão, e, de igual modo, não há na Lei nº 
13.869/19, que a revogou por completo. 
 
b) INCORRETA. Não se trata de crime contra a administração pública prevista 
no Código Penal. Registre-se que o crime de apropriação indébita previdenciária,prevista no artigo 168-A do Código Penal mencionado alhures é crime contra o 
patrimônio, de sorte que mesmo que o tributo in casu se tratasse de contribuição 
previdenciária, o crime seria contra o patrimônio, e não contra a Administração 
Pública. 
 
c) CORRETA. Conforme exposto anteriormente. 
 
d) INCORRETA. Não há nenhum tipo penal previsto na Lei nº 11.343/06 que 
se amolde ao caso analisado, notadamente diante da tutela de bens jurídicos 
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distintos. Com efeito, inexistem crimes na Lei de Drogas que venham a tutelar a 
ordem tributária. 
 
e) INCORRETA. Tendo em vista que o ordenamento jurídico pátrio adotou o 
critério legal para fins de classificação de crimes como de natureza hedionda, inexiste 
no rol taxativo da Lei nº 8.072/90 a previsão de que o crime previsto no artigo 2º, II 
da Lei nº 8.137/90 seja de natureza hedionda. 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Crimes culposos 
 
9. Assinale a alternativa que apresenta crimes que admitem a forma culposa. 
 
a) Homicídio, lesão corporal e emprego irregular de verbas ou rendas públicas. 
b) Concussão, injúria e dano. 
c) Prevaricação, homicídio e omissão de socorro. 
d) Homicídio, lesão corporal e peculato. 
e) Advocacia administrativa, dano e lesão corporal. 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra D. 
 
Inicialmente, vale destacar que, de acordo com o princípio da excepcionalidade 
do crime culposo, somente é permitida a condenação do agente a título culposo se a 
lei prevê, expressamente, tal possibilidade. Logo, inexistindo previsão acerca da 
figura culposa de determinado delito, retira-se a conclusão que sua punição somente 
será possível a título de dolo (direto e eventual ou, a depender do caso, somente o 
dolo direto). 
 
Feitas tais considerações, vamos analisar as alternativas listadas na questão: 
 
a) INCORRETA. Embora seja verdade que os crimes de homicídio e de lesão 
corporal admitam a punição na modalidade culposa, conforme artigos 121, §3º e 
129, §6º do Código Penal, respectivamente, inexiste previsão quanto à figura culposa 
do crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315 do Código 
Penal). 
 
b) INCORRETA. Não há previsão de modalidade culposa para o crime de 
concussão (art. 316 do CP), injúria (art. 140 do CP) ou de dano (art. 163 do CP). 
Sendo assim, todos os crimes mencionados somente são punidos a título doloso. 
 
c) INCORRETA. Embora haja previsão para a modalidade culposa do crime de 
homicídio (art. 121, §3º do CP), não há previsão para a modalidade culposa do crime 
prevaricação (art. 319 do CP) e nem de omissão de socorro (art. 135 do CP). 
 
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d) CORRETA. Considerando que há previsão expressa da modalidade culposa 
dos crimes de homicídio (art. 121, §3º do CP), lesão corporal (art. 129, §6º do CP) 
e de peculato (art. 312, §2º do CP). Vale ressaltar que o peculato é o único crime 
contra a Administração Pública que possui modalidade culposa. 
e) INCORRETA. Embora haja previsão expressa acerca da modalidade culposa 
do crime de lesão corporal (art. 129, §6º do CP), o mesmo não se aplica ao crime de 
advocacia administrativa (art. 321 do CP) e de dano (art. 163 do CP). 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Crimes contra a Administração Pública 
 
10. Um servidor público estadual apropriou-se de um computador, do qual tinha a posse em 
razão de seu cargo, a fim de entregá-lo como presente para sua esposa. Qual foi o delito 
praticado por esse servidor? 
 
a) Furto. 
b) Concussão. 
c) Peculato. 
d) Prevaricação. 
e) Corrupção passiva. 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra C. 
 
Trata-se do crime de peculato-apropriação, previsto na primeira parte do artigo 
312 do Código Penal: “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em 
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de 
dois a doze anos, e multa” (Grifamos). 
 
Configura modalidade especial de apropriação indébita, qualificada em razão 
do agente se tratar de funcionário público no exercício de suas funções, o que 
prejudica também o patrimônio da Administração Pública. 
 
a) INCORRETA. Não se trata de crime de furto (art. 155 do CP). Ademais, caso 
o agente não fosse funcionário público no exercício de suas funções, o crime poderia 
se amoldar ao tipo penal previsto no artigo 168 do Código Penal, que trata da conduta 
daquele que se apropria de coisa alheia móvel que possua a posse ou a detenção. No 
furto, é necessário a inversão da posse, mesmo que não seja mansa e pacífica, 
conforme entendimento do STJ. 
 
b) INCORRETA. Não se trata de crime de concussão (art. 316 do CP), 
notadamente porque inexiste exigência do funcionário público em razão de tal 
condição para obtenção de vantagem indevida para si ou para outrem. 
 
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c) CORRETA. Conforme explicitado anteriormente. A conduta narrada no 
enunciado configura o crime de peculato-apropriação, previsto na primeira parte do 
artigo 312, caput do Código Penal. 
 
d) INCORRETA. Não é correto afirmar que se trata do crime de prevaricação 
(art. 319 do CP), uma vez que sua conduta consiste no retardamento ou na omissão 
indevida de prática de ofício ou, ainda, de sua prática contra disposição legal 
expressa, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
 
e) INCORRETA. Não se trata do crime de corrupção passiva, uma vez que o 
tipo penal do artigo 317 do Código Penal exige, para sua caracterização, a solicitação 
ou o recebimento, para si ou para outrem, de forma direta ou indireta, mesmo que 
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida; 
também configura o crime de corrupção passiva o aceite da promessa de tal 
vantagem. No caso narrado, o funcionário público se apropriou de determinado bem 
que se encontrava em sua posse em razão de sua função para, posteriormente, 
passar a agir como se fosse dono, demonstrando inclusive a intenção de entregá-lo 
de presente à sua esposa. 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Estado de necessidade 
 
11. O agente que pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, 
nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se, age amparado por qual causa excludente de 
ilicitude? 
 
a) Legítima defesa. 
b) Estado de necessidade. 
c) Estrito cumprimento de dever legal. 
d) Exercício regular de direito. 
e) Consentimento do ofendido. 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra B. 
 
A questão versa sobre as causas excludentes da ilicitude (ou da 
antijuridicidade) existentes no âmbito do Direito Penal. À luz do conceito analítico de 
crime (fato típico, ilícito e culpável), possuem o condão de afastar o seu segundo 
substrato, ou seja, a ilicitude da conduta. Com efeito, podem possuir previsão no 
próprio Código Penal (estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento 
do dever legal e exercício regular de direito) ou na parte Especial e fora do Código 
Penal (a título exemplificativo: artigo 128 do Código Penal e artigo 10 da Lei nº 
6.538/78). Registre-se a existência do consentimento do ofendido como causa de 
justificação, doutrinariamente conhecida como “causa supralegal de exclusão da 
ilicitude”, de sorte que, embora não se encontre positivada, é amplamente 
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reconhecida pela doutrina e pelos Tribunais Superiores como apta a afastar o caráter 
ilícito da conduta. 
 
a) INCORRETA. Não se trata de legítima defesa, notadamente diante das 
seguintes particularidades da causa de justificação prevista no artigo 25 do Código 
Penal, notadamente pelo fato da legítima defesa exigir que a injusta agressão seja 
atual OU IMIINENTE, de forma que a eximente descrita no enunciado somente é 
aplicável aos casos em que o perigo é atual. 
 
b) CORRETA. Com efeito, o enunciado traz a descrição da causa excludente de 
ilicitude prevista no artigo 24 do Código Penal, qual seja: o estado de necessidade, 
in verbis: “Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para 
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo 
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável 
exigir-se”. É importante registrar, na oportunidade, que havendo sacrifício de bem 
jurídico com valor superior ao bem jurídico tutelado, a depender das circunstâncias 
do caso concreto, há possibilidade da incidência de causa de redução de pena, na 
forma do art. 24, §2º do Código Penal. Para finalizar, registramos que no âmbito do 
Código Penal Militar, que adota a teoria diferenciadora quanto ao estado de 
necessidade, tal hipótese é tratada como causa excludente da culpabilidade 
(conhecido, portanto, como “estado de necessidade exculpante”). 
 
c) INCORRETA. Primeiramente, deve-se registrar que as fontes do estado de 
necessidade, que se trata da causa excludente da ilicitude descrita no enunciado, e 
do estrito cumprimento do dever legal são distintas. Com efeito, a primeira decorre 
da necessidade (juntamente com a legítima defesa), ao passo que o estrito 
cumprimento do dever legal é oriundo da lei. É por tal razão, inclusive, que o Código 
Penal não adotou um conceito específico para “estrito cumprimento do dever legal”, 
de sorte que suas hipóteses de incidência estarão previstas pelo ordenamento jurídico 
como um todo, ou seja, pode englobar inclusive atos administrativos. Podemos citar 
como exemplo o policial que efetua a prisão em flagrante de um indivíduo que acaba 
de cometer um delito: veja, para o policial, trata-se de um dever legal, vide art. 301 
do CPP. 
 
d) INCORRETA. Primeiramente, deve-se registrar que as fontes do estado de 
necessidade, que se trata da causa excludente da ilicitude descrita no enunciado, e 
do exercício regular de direito são distintas. Com efeito, a primeira decorre da 
necessidade (juntamente com a legítima defesa), ao passo que a segunda é oriunda 
da lei. É por tal razão, inclusive, que o Código Penal não adotou um conceito 
específico para “exercício regular de um direito”, de sorte que suas hipóteses de 
incidência estarão previstas pelo ordenamento jurídico como um todo, ou seja, pode 
englobar inclusive atos administrativos. Podemos citar como exemplo o cidadão que 
efetua a prisão em flagrante de um indivíduo que acaba de cometer um delito: veja, 
para o cidadão, trata-se de um direito reconhecido, vide art. 301 do CPP, e não de 
um dever. É por tal razão que o artigo mencionado diz que “qualquer do povo 
poderá”, e, de forma distinta, diz que “as autoridades policiais e seus agentes 
deverão”. 
 
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e) INCORRETA. O consentimento do ofendido possui matriz doutrinária, de 
sorte que não possui previsão legal. Sua fonte é a falta de interesse, consubstanciada 
no consentimento do ofendido quanto ao fato típico. Seus fundamentos são: ausência 
de interesse, renúncia à proteção do Direito Penal e a ponderação de valores. 
Somente é aplicável ao caso em que o titular do bem ou do interesse protegido seja 
pessoa que consinta e que possa livremente dispor do bem jurídico. Por fim, registre-
se que seu campo de aplicabilidade se restringe aos bens jurídicos disponíveis. Sendo 
assim, não é possível, por exemplo, que alguém consinta que outrem lhe tire a vida, 
tornando a conduta desse lícita sob a ótica do Direito Penal. 
 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - 
Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Extraterritorialidade incondicionada 
 
12. Segundo dispõe o artigo 7º, inciso I, do Código Penal, fica sujeito à lei brasileira, embora 
cometido no estrangeiro, o crime 
a) de genocídio, ainda que o agente seja estrangeiro e não resida no Brasil. 
b) contra o patrimônio do Presidente da República. 
c) contra a liberdade de Ministro das Relações Exteriores. 
d) contra o patrimônio de fundação instituída pelo Poder Público. 
e) contra a vida de emprego de sociedade de economia mista. 
 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra D. 
 
A questão versa acerca da extraterritorialidade, ou seja, hipóteses em que se 
torna possível a aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos no exterior. 
Sua previsão normativa se encontra no artigo 7º do Código Penal. 
 
a) INCORRETA. A hipótese de extraterritorialidade em relação ao crime de 
genocídio se encontra prevista no artigo 7º, I, “d” do Código Penal. A alternativa 
falha ao afirmar que é possível a aplicação da lei penal brasileira aos crimes de 
genocídio cometido no exterior mesmo que o agente seja estrangeiro e não resida 
no Brasil, uma vez que o dispositivo exige justamente o contrário: que o agente seja 
brasileiro ou domiciliado no país. É uma hipótese de extraterritorialidade 
incondicionada, ou seja, não existe nenhuma condição para o agente seja punido 
segundo a lei brasileira, mesmo que ele tenha sido absolvido ou condenado no 
estrangeiro. 
 
b) INCORRETA. Não há previsão de extraterritorialidade nos casos em que o 
crime é cometido contra o patrimônio do Presidente da República. Em verdade, à luz 
do artigo 7º, I, “a” do Código Penal, a possibilidade de punição do agente segundo a 
lei brasileira aos crimes cometidos no exterior contra o Presidente da República se 
restringem aos casos em que o delito é cometido contra a sua vida ou a sua liberdade. 
 
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c) INCORRETA. Inexiste previsão no Código Penal de extraterritorialidade na 
hipótese em que o crime é cometido contra a liberdade do Ministro de Relações 
Exteriores. 
 
d) CORRETA. A alternativa se encontra em concordância com o que dispõe o 
artigo 7º, I, “b” do Código Penal. Tratando-se de hipótese de crime cometido contra 
o patrimônio de fundação instituída pelo Poder Público (“fundação pública”), há de se 
reconhecer a incidência da extraterritorialidade incondicionada em comento. 
 
e) INCORRETA. Inexiste previsão de extraterritorialidade aos casos em que se 
cometem crimes no exterior contra a vida de emprego de sociedade economia mista. 
Em verdade, somente há previsão em relação a crimes envolvendo sociedade de 
economia mista se forem cometidos contra seu patrimônio ou fé pública, nos exatos 
termos do art. 7º, I, “b” do Código Penal. 
 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: causas excludentes da Ilicitude 
 
13. Uma conduta ilícita é contrária ao direito. Porém pode haver conduta típica que não seja 
ilícita, aparecendo as chamadas excludentes de ilicitude. Sobre esse assunto, assinale a 
alternativa correta. 
 
a) Somente não será considerado crime quando o agente pratica o fato em estado de 
necessidade e legítima defesa. 
b) As excludentes de ilicitude são apenas as definidas em Lei, especificamente 
determinadas pelo Código Penal, chamadas de excludentes de ilicitude legais. 
c) No estado de necessidade, aplica-se a excludente ainda que o sujeito não tenha 
conhecimento de que age para salvar um bem jurídico próprio ou alheio. 
d) Pode agir em estado denecessidade aquele que possui o dever legal de enfrentar o 
perigo. 
e) São requisitos legais do estado de necessidade: perigo atual; ameaça a direito próprio 
ou alheio; situação não causada voluntariamente pelo sujeito; inexistência de dever legal 
de enfrentar o perigo. 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra E. 
 
a) INCORRETA. Diferentemente do que alega a alternativa, existem outras 
causas excludentes de ilicitude reconhecidas no direito pátrio: exercício regular de 
direito e estrito cumprimento do dever legal (23, III do Código Penal), além do 
consentimento do ofendido que, embora não possua previsão legal, é amplamente 
reconhecido pela doutrina, desde que preenchidos alguns requisitos (como, por 
exemplo, capacidade da vítima em consentir quanto à lesão ao bem jurídico e que 
esse seja disponível). Por tal razão, o consentimento do ofendido também é 
conhecido como “causa supralegal de exclusão da ilicitude”. 
 
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b) INCORRETA. Não obstante à existência do consentimento do ofendido, 
conforme dito alhures, há de se reconhecer também a existência de causas 
excludentes de ilicitude em leis penais extravagantes, como por exemplo o artigo 10 
da Lei nº 6.538/78. (Art. 10 - Não constitui violação de sigilo da correspondência 
postal a abertura de carta: I - endereçada a homônimo, no mesmo endereço; II - 
que apresente indícios de conter objeto sujeito a pagamento de tributos; III - que 
apresente indícios de conter valor não declarado, objeto ou substância de expedição, 
uso ou entrega proibidos; IV - que deva ser inutilizada, na forma prevista em 
regulamento, em virtude de impossibilidade de sua entrega e restituição. Parágrafo 
único - Nos casos dos incisos II e III a abertura será feita obrigatoriamente na 
presença do remetente ou do destinatário). 
 
c) INCORRETA. Em uma interpretação a contrario sensu do artigo 24 do 
Código Penal, pode-se afirmar que o estado de necessidade somente incidirá nas 
hipóteses em que o agente pratica o fato necessariamente para salvar de perigo 
atual, não provocado por sua vontade e que não podia de outro modo evitar, direito 
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável de se exigir. 
Vale ressaltar que um dos requisitos do estado de necessidade é justamente o 
conhecimento da situação de fato justificante 
 
d) INCORRETA. Conforme artigo 24, §1º, do Código Penal, não pode alegar 
estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. Logo, quem 
tem o dever legal de se submeter a situações de perigo, não está autorizado a 
sacrificar bem jurídico de terceiro, mesmo que para salvar outro bem jurídico, 
devendo suportar os riscos de sua função. 
 
e) CORRETA. Com efeito, a alternativa traz os requisitos para configuração do 
estado de necessidade, retirados do artigo 24 do Código Penal. A ausência de um dos 
elementos possui o condão de afastar a aplicação da causa excludente de ilicitude 
em comento. (Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato 
para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro 
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era 
razoável exigir-se). 
 
 
 
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Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Crimes contra a Administração Pública 
 
14. Entre as seguintes alternativas, assinale a INCORRETA. 
 
a) O jurado pode ser responsabilizado criminalmente por crime de corrupção passiva. 
b) Funcionário público que não dispõe da posse de determinado bem, porém se vale da 
facilidade que sua condição de funcionário proporciona para subtrair “para si ou para 
outrem” comete crime de “peculato furto”. 
c) No crime do art. 317 do Código Penal, corrupção passiva, o sujeito ativo é somente o 
funcionário público. 
d) Ocorrerá crime de concussão mesmo se a exigência, para si ou para outrem, versar sobre 
vantagem devida. 
e) Pratica o delito de corrupção passiva o funcionário público que solicita, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, mas em razão dela, vantagem 
indevida. 
 
Comentário da questão: A assertiva incorreta é a letra D. 
 
a) CORRETA. O conceito de funcionário público para fins penais se extrai da 
norma explicativa do artigo 327 do Código Penal, in verbis: “Considera-se funcionário 
público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”. Tendo em vista que a 
função de jurado é revestida de natureza pública, mesmo que transitória e sem 
remuneração, como previsto no artigo em comento, é plenamente possível sua 
responsabilização criminal por crime de corrupção passiva, que possui natureza de 
crime próprio quanto ao sujeito ativo, somente podendo ser praticado por funcionário 
público. 
 
b) CORRETA. Trata-se do crime de peculato furto previsto no artigo 312, §1º 
do Código Penal: “Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não 
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja 
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe 
proporciona a qualidade de funcionário”. Difere-se, por exemplo, do peculato 
apropriação pois, nesse caso, o agente não tem a posse do dinheiro, valor ou bem 
em razão de sua função; entretanto, vale-se da facilidade dela decorrente para 
efetuar a subtração da res em proveito próprio ou alheio. 
 
c) CORRETA. A corrupção passiva, tipificada no artigo 327 do Código Penal, é 
crime próprio, somente podendo ser praticado por funcionário público. Vale ressaltar 
que, se a solicitação, aceite ou recebimento, para si ou para outrem, de forma direta 
ou indireta, da vantagem indevida pode ocorrer, inclusive, fora da função ou antes 
de assumi-la, desde que em razão dela. 
 
d) INCORRETA. Trata-se da alternativa incorreta pois, conforme artigo 316 do 
Código Penal, o crime de concussão restará caracterizado se o funcionário público 
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exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou 
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. Se porventura tratar-
se, por exemplo, de exigência de tributo ou contribuição social devida, mas cuja 
cobrança ocorreu por meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza, podemos 
visualizar o crime de excesso de exação (art. 316, §1º do Código Penal). De igual 
maneira, se a vantagem for devida, mas houver constrangimento consubstanciado 
em violência ou grave ameaça para a obtenção da vantagem, pode-se configurar o 
crime de extorsão (art. 158 do Código Penal). 
 
e) CORRETA. A alternativa se encontra em consonância com o preceito 
primário do crime de corrupção passiva, previsto no artigo 317 do Código Penal: 
“Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar 
promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa”. 
Observe que a alternativa prevê a prática do crime de corrupção passiva por meio da 
solicitação da vantagem indevida nos moldes do tipo penal, entretanto, é plenamente 
possível sua prática também nas modalidades de recebimento ou de aceite da 
vantagem. Por fim, registre-se que se trata de crime formal, de sorte que o 
recebimento efetivo da vantagem indevida configura mero exaurimento do crime, 
podendo, a depender do caso, ser valorado na primeira fase da dosimetria da pena, 
notadamente pela reprovabilidade da conduta (art. 59 do Código Penal). 
 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova:INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 - Tema: Crimes contra o patrimônio 
 
15. Considerando as seguintes alternativas, assinale a correta. 
 
a) Quanto ao crime de extorsão mediante sequestro, é correto afirmar que a pena é 
aumentada quando o sequestro supera, no mínimo, 48 horas. 
b) O emprego de arma não aumenta a pena no delito de extorsão. 
c) O crime de furto ocorre quando o agente subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia 
móvel, equiparando-se à coisa móvel, à energia elétrica ou a qualquer outra que tenha 
valor econômico. 
d) A coisa abandonada pode ser objeto material do crime de furto. 
e) De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, considera-se consumado o roubo apenas 
se o bem, objeto do delito, sai da esfera de vigilância da vítima. 
Comentário da questão: A assertiva incorreta é a letra C. 
 
a) INCORRETA. A alternativa se encontra incorreta pois, de acordo com o 
artigo 159, §1º do Código Penal, o aumento de pena previsto para o crime de 
extorsão mediante sequestro decorre da duração do sequestro por tempo superior a 
24 (vinte e quatro) horas, e não de 48 (quarenta e oito) horas. A causa de aumento 
se justifica pela maior reprovabilidade da conduta do agente, que priva a liberdade 
da vítima por tempo considerável. 
 
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b) INCORRETA. Em verdade, o crime de extorsão, previsto no artigo 158 do 
Código Penal, admite a incidência de causa de aumento de pena na hipótese de 
emprego de arma, conforme artigo 158, §1º do Código Penal. Vale ressaltar que 
prevalece na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que, considerando que 
a majorante menciona somente “emprego de arma”, não se restringe, portanto, 
somente às armas de fogo, abrangendo também as consideradas como “brancas” 
(ex.: faca). 
 
c) CORRETA. À luz do artigo 155, §3º do Código Penal, a energia elétrica (ou 
qualquer outra que tenha valor econômico) se equipara à coisa móvel para fins de 
configuração do crime de furto. Exemplo comum é o desvio de energia elétrica pela 
prática que ficou popularmente conhecida como “gato”. Sobre o tema, ensina Rogério 
Greco: “Aquele que desvia a corrente elétrica antes que ela passe pelo registro 
comete o delito de furto. É o que ocorre, normalmente, naquelas hipóteses em que 
o agente traz a energia para sua casa diretamente do poste, fazendo aquilo que 
popularmente é chamado de “gato”. A fiação é puxada, diretamente, do poste de 
energia elétrica para o lugar onde se quer usá-la, sem que passe por qualquer 
medidor”. 
 
d) INCORRETA. O crime de furto, previsto no artigo 155 do Código Penal, 
exige que a coisa pertença a outrem (“coisa alheia”) para que a conduta do agente 
possa se subsumir ao referido delito. A coisa abandonada, que já pertenceu a alguém, 
não pode ser objeto material de furto, notadamente por não se tratar de “coisa 
alheia”. 
 
e) INCORRETA. A alternativa vai ao encontro do Enunciado 582 do STJ: 
“Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego 
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à 
perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo 
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada”. (Grifamos). Sendo 
assim, mesmo que a posse da res seja vigiada, configura-se o crime de roubo com a 
mera inversão da posse mediante emprego de violência ou grave ameaça. 
 
 
 
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Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Princípio da insignificância 
 
16. João subtrai para si um pacote de bolachas no valor de R$ 10,00 de um grande 
supermercado e o fato se encaixa formalmente no art. 155 do Código Penal. Em virtude 
da inexpressividade da lesão causada ao patrimônio da vítima e pelo desvalor da conduta, 
incide o princípio da insignificância que tem sido aceito pela doutrina e por algumas 
decisões judiciais como excludente de 
 
a) Punibilidade. 
b) Tipicidade material. 
c) Culpabilidade. 
d) Ilicitude formal. 
e) Executividade. 
 
Comentário da questão: A assertiva CORRETA é a letra B. 
 
A questão versa acerca do princípio da insignificância (ou bagatela própria). 
Trata-se de excludente de tipicidade material que não possui previsão legal, sendo 
construção doutrinária e jurisprudencial. A existência do referido princípio é 
amplamente aceita na doutrina e na jurisprudência dos Tribunais Superiores. 
 
Para fins de reconhecimento do princípio da insignificância, o STF fixou alguns 
requisitos objetivos a serem observados: mínima ofensividade da conduta; ausência 
de periculosidade social; reduzido grau de reprovabilidade da conduta e 
inexpressividade da lesão jurídica. 
 
Tratando-se de crimes patrimoniais, tornou-se firme na jurisprudência o 
entendimento de que o valor considerado como insignificante à luz do Direito Penal 
de até 10% do salário mínimo nacional vigente. Nesses casos, se preenchidos os 
demais requisitos, torna-se possível o reconhecimento do referido princípio. 
 
No caso em análise, João subtraiu para si um pacote de bolachas de um 
supermercado, ou seja, praticou formalmente o crime de furto (art. 155 do Código 
Penal), de sorte que há tipicidade formal. No entanto, o valor do referido pacote é de 
R$ 10,00, ou seja, inferior a 10% do salário mínimo nacional vigente. Ademais, a 
questão faz expressa menção à inexpressividade da lesão causada ao patrimônio da 
vítima (notadamente por se tratar de um supermercado, ou seja, provavelmente o 
valor do referido pacote possuiu baixa repercussão econômica em seus lucros). 
 
Sendo assim, plenamente possível a aplicação do princípio da insignificância no 
caso em análise, de sorte a afastar a tipicidade material do crime praticado por João. 
Frisamos: há tipicidade formal (analisado sob a ótica positivista, João praticou o crime 
de furto), entretanto, inexiste tipicidade material. 
 
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Por referida razão, estão INCORRETAS as alternativas A, C, D e E, de sorte que 
o princípio da insignificância, sendo causa supralegal de exclusão da tipicidade 
material, torna CORRETA a alternativa B. 
 
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES 
- Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Classificação de crimes 
 
17. O crime de homicídio, art. 121 do Código Penal, é classificado doutrinariamente como um 
crime 
 
a) de dano, material e instantâneo de efeitos permanentes. 
b) vago, permanente e multitudinário. 
c) próprio, de perigo e exaurido. 
d) comum, forma livre e concurso necessário de agentes. 
e) de mão própria, habitual e de forma vinculada. 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra A. 
 
Inicialmente, quanto à classificação do crime de homicídio, conforme leciona o 
professor Rogério Greco, trata-se de crime classificado como “"(...) de dano; 
material; instantâneo de efeitos permanentes; não transeunte; monossubjetivo; 
plurissubsistente; podendo configurar, também, a hipótese de crime de ímpeto 
(como no caso da violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima)". 
 
 
a) CORRETA. De fato, o crime de homicídio é um crime de dano, material e 
instantâneo de efeitos permanentes. Trata-se de crime de dano, pois somente se 
consuma com a efetiva lesão ao bem jurídico visado, diferentemente do que ocorre 
com os crimes de perigo. Ademais, é crime material, pois somente se consuma com 
a produção do resultado naturalístico, in casu, a morte da vítima. Por fim, trata-se 
de crime instantâneo de efeitos permanentes porque, embora a consumação ocorra 
em momento determinado, seus efeitos se protraem no tempo. A título 
exemplificativo, no homicídio consumado, a morte da vítimase constitui em efeito 
permanente, não sendo possível restituir ao status quo. 
 
b) INCORRETA. O crime de homicídio não pode ser classificado como crime 
vago, notadamente, pois esse se consubstancia nas espécies delitivas que não 
possuem vítima determinada, o que não ocorre no caso do homicídio. Também não 
é crime permanente, pois sua execução não se protrai no tempo, diferentemente de 
seus efeitos que, em verdade, são indeléveis. Por fim, não se trata de crime 
multitudinário, eis que somente podem ser classificados de tal maneira os delitos 
praticados por multidão em tumulto. 
 
c) INCORRETA. O crime de homicídio não é próprio, e sim comum, uma vez 
que qualquer pessoa pode figurar como sujeito ativo. Também não é crime de perigo, 
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pois exige efetiva lesão ao bem jurídico tutelado para que reste configurado. Por fim, 
não é crime exaurido. Em verdade, tal classificação se refere aos casos em que o 
agente, mesmo depois de alcançar a consumação, insiste na agressão ao bem 
jurídico. É um desdobramento da conduta anterior. 
 
d) INCORRETA. De fato, o homicídio é crime comum, pois pode ser praticado 
por qualquer pessoa. Também é crime de forma livre, ou seja, pode ser praticado de 
qualquer forma pelo agente, inclusive por omissão (exemplo: a mãe que, 
dolosamente, deixa de alimentar seu filho de tenra idade para que esse venha a 
falecer). Entretanto, o crime de homicídio não é de concurso necessário de agentes, 
podendo ser praticado de forma individual, sendo classificado doutrinariamente como 
crime de concurso eventual de agentes. 
 
e) INCORRETA. O crime de homicídio não pode ser qualificado como crime de 
mão própria, e sim como crime comum (podendo ser praticado por qualquer pessoa). 
Os crimes de mão própria são aqueles que só podem ser cometidos diretamente por 
determinada pessoa, como ocorre com o crime de falso testemunho (art. 342 do 
Código Penal). Também não é crime habitual, pois não se exige para a sua 
consumação a prática reiterada da conduta descrita no artigo 121 do Código Penal, 
como ocorre com o crime de curandeirismo (art. 284 do CP). Por fim, também não é 
crime de forma vinculada, uma vez que pode ser praticado de qualquer forma pelo 
sujeito ativo. Como exemplo de crime de forma vinculada, podemos citar o crime de 
perigo de contágio venéreo, previsto no artigo 130 do Código Penal, que exige o 
contato sexual ou libidinoso. 
 
18. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-
ES - Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Extraterritorialidade 
 
Os casos que constituem abuso de autoridade, a forma de exercício do direito de 
representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal estão 
regulados pela Lei nº4.898/1965. Com base no que dispõe a referida lei, assinale a 
alternativa INCORRETA. 
 
a) quando o crime for contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. 
b) quando o crime for contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. 
c) no caso de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
d) quando, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir o crime praticado. 
e) quando o crime for contra a administração pública, por quem está a seu serviço. 
 
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Comentário da questão: A assertiva correta é a letra D. 
 
A questão versa sobre as hipóteses de extraterritorialidade incondicionada 
previstas no artigo 7º, §1º do Código Penal. De acordo com o referido Diploma Legal, 
são hipóteses de extraterritorialidade incondicionada: 
 
- Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República (alternativa A 
da questão em comento); 
 
- Crime contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia 
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público (alternativa B da questão 
em comento); 
 
- Crime contra a administração pública, por quem está a seu serviço (alternativa 
E da questão em comento); 
 
- Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil 
(alternativa C da questão em comento); e 
 
Havendo crime praticado no exterior nas hipóteses supracitadas, não existem 
condições para que o agente seja punido segundo a lei brasileira, mesmo que tenha 
sido absolvido ou condenado no estrangeiro. 
 
Por outro lado, no §2º do artigo 7º, o Código Penal traz as hipóteses de 
extraterritorialidade condicionada, ou seja, os casos em que a punição do agente que 
cometer os crimes descritos em suas alíneas não é automática, de sorte a ser 
imprescindível o preenchimento de algumas condições, que possuem natureza 
cumulativa: entrar o agente no território nacional; ser o fato punível também no país 
em que fio praticado o crime (dupla tipicidade); estar o crime incluído entre aqueles 
pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; não ter sido o agente absolvido no 
estrangeiro ou não ter aí cumprido pena e não ter sido o agente perdoado no 
estrangeiro ou, por outro motivo, não ter sua punibilidade extinta, de acordo com a 
lei mais favorável. 
 
Por sua vez, as hipóteses de extraterritorialidade condicionada se encontram 
previstas no inciso II do art. 7º: crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se 
obrigou a reprimir; partidos por brasileiro; praticado em aeronave ou embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro 
e aí não sejam julgados. 
 
A alternativa D, por sua vez, corresponde ao previsto no art. 7º, II, “a” do CP, 
qual seja: crime que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir. 
 
a) INCORRETA. Como exposto, trata-se de hipótese de extraterritorialidade 
incondicionada, vide art. 7º, I, “a” do Código Penal. 
 
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b) INCORRETA. Cuida-se de hipótese de extraterritorialidade incondicionada, 
vide art. 7º, I, “b” do Código Penal. 
 
c) INCORRETA. Conforme art. 7º, I, “d” do Código Penal, trata-se de hipótese 
de extraterritorialidade incondicionada. 
 
d) CORRETA. A hipótese narrada (crime que, por tratado ou convenção, o 
Brasil se obrigou a reprimir) não configura hipótese de extraterritorialidade 
incondicionada; pelo contrário, configura-se caso de extraterritorialidade 
condicionada, conforme art. 7º, II, “a” do Código Penal, sujeitando-se, portanto, às 
condições previstas no §2º do art. 7º, que são cumulativas. 
 
 
e) INCORRETA. É caso de extraterritorialidade incondicionada, conforme 
artigo 7º, I, “c” do Código Penal. 
 
19. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-
ES - Perito Oficial Criminal - Área 8 – Tema: Lugar do crime 
 
Segundo o art. 6º do Código Penal, considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
se produzir o resultado. Existem várias teorias acerca do lugar do crime. Qual é a Teoria 
adotada pelo Código Penal vigente? 
 
a) Teoria da atividade. 
b) Teoria do resultado. 
c) Teoria da ubiquidade. 
d) Teoria do assentimento. 
e) Teoria da relatividade. 
 
Comentário da questão: A assertiva correta é a letra C. 
 
a) INCORRETA. Em verdade, a teoria da atividade é aplicável ao tempo do 
crime, ou seja, para a identificação do momento em que se considera o delito 
praticado. Possui previsão no artigo 4º do Código Penal: “considera-se praticado o 
crime no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado”. Podemos citar, como consequência relevante da adoçãoda teoria da 
atividade, a aferição da imputabilidade no momento da conduta. Sendo assim, se 
“A”, com 17 anos, na véspera de seu aniversário, com a intenção de matar, atira em 
“B”, vindo esse a falecer somente no dia posterior (data em que “A” completa 18 
anos de idade e atinge, portanto, a maioridade), “A” deverá responder por ato 
infracional perante a Vara da Infância e Juventude, e não perante o Juízo Criminal 
comum pois, no momento da conduta, era inimputável à luz da legislação penal 
brasileira. 
 
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Quanto ao lugar do crime, a teoria da atividade ou da ação defende que o lugar 
do crime é aquele em que foi praticado a conduta, independentemente do local em 
que se produzir ou que deveria ter sido produzido o resultado. Não foi adotado pelo 
Código Penal. 
 
b) INCORRETA. De acordo com a teoria do resultado, no que tange ao lugar 
do crime, considera-se praticado o delito no local em que se produziu ou deveria se 
produzir o resultado, independentemente do local da prática da conduta. Não foi 
adotada pelo Código Penal brasileiro. 
 
c) CORRETA. A assertiva retrata a teoria adotada pelo Código Penal quanto ao 
lugar do crime, qual seja, a teoria da ubiquidade. Com efeito, preceitua o art. 6º do 
referido Diploma Legal que: “considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu 
a ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado”. Tal discussão tem relevância quanto aos crimes à distância, 
ou seja, aqueles em que a conduta é praticada em um país e o resultado ocorre em 
outro. Exemplo: se “A” atira em “B” em solo brasileiro, com intenção de matar, e a 
vítima consegue fugir atravessando região fronteiriça para outro país. Se “B” lá vier 
a falecer, pode ser considerado como lugar do crime tanto o Brasil quanto o país em 
que a vítima faleceu. 
 
d) INCORRETA. A teoria do assentimento tem relevância na discussão quanto 
ao dolo no Direito Penal, podendo-se mencionar que sua aplicabilidade se restringe 
às hipóteses de dolo eventual, prevista no art. 18, I, parte final do Código Penal. 
Tendo o agente assumido o risco de produzir o resultado criminoso, entende-se que 
este assentiu com a sua produção, daí se falar em “teoria do assentimento”. 
 
e) INCORRETA. Inexiste “teoria da relatividade” no âmbito penal. 
 
 
20. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-
ES - Médico Legista – Tema: Lesão corporal: qualificadoras 
 
Um indivíduo sofreu uma lesão e teve a capacidade de movimentar a perna direita 
reduzida em 95%. De acordo com o art. n° 129 do Código Penal Brasileiro, em qual 
classificação o caso se encaixa mais especificamente? 
 
a) Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
b) Deformidade permanente; 
c) Perigo de vida; 
d) Lesão corporal grave; 
e) Perda ou inutilização de membro, sentido ou função. 
 
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Comentário da questão: A assertiva correta é a letra E. 
 
a) INCORRETA. Em que pese a perna consistir em um dos membros do corpo 
humano, a debilidade permanente de membro, sentido ou função, que configura 
hipótese de lesão corporal de natureza grave (art. 129, §1º, III do Código Penal), 
somente ocorre na hipótese em que há redução ou enfraquecimento da capacidade 
funcional de membro, sentido ou função, cuja recuperação seja incerta e por tempo 
indeterminado, o que não necessariamente significa perpetuidade. De acordo com 
Genival Veloso de França, para fins de classificação da qualificadora em comento, 
considera-se como debilidade (e não perda) da perna aquela que se configura até 
40%. No caso, trata-se de hipótese de redução de 95% da função da perna direita 
do indivíduo, de sorte a não se qualificar somente como lesão corporal de natureza 
grave. 
 
b) INCORRETA. A deformidade permanente consiste no dano estético, 
irreparável de gerar impressão vexatória. Vale ressaltar que, conforme entendimento 
do STJ, a realização de cirurgia reparadora estética não tem o condão de afastar a 
qualificadora, pois o fato criminoso é valorado no momento de sua consumação (HC 
306.677/RJ). 
 
c) INCORRETA. O perigo de vida é gerado quando da gravidade da lesão 
resultar perigo provável, concreto e imediato de vida. Na hipótese narrada, não 
existem evidências de que o indivíduo corria real perigo de vida, de sorte a afastar 
tal qualificadora. 
 
d) INCORRETA. Não se trata de hipótese de lesão corporal grave, 
notadamente em razão do enunciado trazer hipótese de inutilização de membro, que 
se configura lesão corporal de natureza gravíssima, conforme será melhor abordado 
abaixo. Sendo assim, a alternativa se encontra incorreta. Ademais, pode-se 
mencionar que a questão exigia que o candidato identificasse não somente a natureza 
da lesão, mas também, com os conhecimentos médico-legais, a exata hipótese 
descrita no Código Penal dentre as qualificadoras previstas no §1º ou do §2º do art. 
129 do Código Penal. 
 
e) CORRETA A perda ou inutilização de membro configura qualificadora 
prevista no art. 129, §2º, III do Código Penal, se tratando de hipótese de lesão 
corporal de natureza gravíssima. Conforme dito anteriormente, Genival França 
defende que a redução funcional acima de 40% das pernas configura, em verdade, 
inutilização do membro, de forma que somente as reduções abaixo do patamar 
mencionado podem ser configuradas como debilidade do membro. Sendo assim, 
considerando que o caso traz uma hipótese de redução de 95% da função da perna 
direita da vítima, a alternativa E é a correta. 
 
 
 
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21. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-
ES - Médico Legista – Tema: Lesão corporal: qualificadoras 
 
De acordo com o art. n° 129 do Código Penal Brasileiro, assinale a alternativa correta. 
 
a) Perigo de vida não é considerado lesão corporal. 
b) Aborto é lesão corporal de natureza grave. 
c) Uma criança que sofreu lesão corporal que a incapacita para as ocupações habituais 
por 20 dias se enquadra nesse art. 129 do CPB. 
d) Incapacidade permanente para o trabalho é lesão grave. 
e) Considera-se lesão corporal seguida de morte quando o agente quis o resultado ou 
assumiu o risco de produzi-lo. 
 
Comentário da questão: A assertiva incorreta é a letra C. 
 
a) INCORRETA. O perigo de vida, em verdade, é considerado como hipótese 
lesão corporal de natureza grave, conforme art. 129, §1º, II do Código Penal. Vale 
registrar que, para fins de reconhecimento da qualificadora, o perigo de vida gerado 
pela lesão corporal deve ser provável, concreto e imediato, retirando-se a maior 
reprovabilidade da conduta do agente. 
 
b) INCORRETA. No caso em que se resulta aborto da lesão corporal praticada 
pelo agente contra a vítima, a lesão corporal é classificada doutrinariamente como 
de natureza gravíssima, e não grave. Em verdade, todas as hipóteses narradas no 
§2º do art. 129 do Código Penal são de natureza gravíssima, notadamente por 
possuírem pena cominada superior às hipóteses de lesão corporal de natureza grave 
previstas no §1º do referido dispositivo. 
 
c) CORRETA. Em que pese a lesão corporal somente ser qualificada como de 
natureza grave se a incapacidade para ocupação habitual for superior a 30 dias art. 
129, §1º, I do CP), a alternativa em nada afirma que a lesão corporal sofrida pela 
criança seria de natureza grave. Sendo assim, a alternativa está correta, pois a 
incapacidade para ocupação habitual em prazo inferior a 30 dias, por interpretação 
contrario sensu do artigo mencionado, configura lesão corporal de natureza leve, 
prevista no art. 129 do Código Penal. 
 
d) INCORRETA. A incapacidade permanente para o trabalho configura hipótese 
de

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