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Evapotranspiração Édico Oliveira Gomes, Mestrando em Engenharia Civil e Ambiental Feira de Santana-ba É o retorno da água precipitada para a atmosfera, fechando o ciclo hidrológico • Mal compreendido até o início do século 18, quando Edmond Halley provou que a água que evaporava da terra era suficiente para abastecer os rios, posteriormente, como precipitação. • É o conjunto de dois processos: Evaporação e Transpiração é o processo de transferência de água líquida para vapor do ar diretamente de superfícies líquidas, como lagos, rios, reservatórios, poças, e gotas de orvalho. A água que umedece o solo, que está em estado líquido, também pode ser transferida para a atmosfera diretamente por evaporação. Evaporação • Evaporação ocorre quando o estado líquido da água é transformado de líquido para gasoso. As moléculas de água estão em constante movimento, tanto no estado líquido como gasoso. • Quando a quantidade de moléculas que deixam a superfície é maior do que a que retorna está ocorrendo a evaporação. As moléculas de água no estado líquido estão relativamente unidas por forças de atração intermolecular. • A quantidade de energia que uma molécula de água líquida precisa para romper a superfície e evaporar é chamada calor latente de evaporação. • O calor latente de evaporação pode ser dado por unidade de massa de água, conforme a equação: • l = 2,501− 0,002361×Ts em MJ.kg-1, onde Ts é a temperatura da superfície da água em oC. • Assim, para ocorrer a evaporação são necessárias duas condições: 1. que a água líquida esteja recebendo energia para prover o calor latente de evaporação – esta energia (calor) pode ser recebida por radiação ou poconvecção (transferência de calor do ar para a água) 2. que o ar acima da superfície líquida não esteja saturado de vapor de água. • Além disso, quanto maior a energia recebida pela água líquida, tanto maior é a taxa de evaporação. Da mesma forma, quanto mais baixa a concentração de vapor no ar acima da superfície, maior a taxa de evaporação. • Radiação solar - A intensidade desta evaporação depende da disponibilidade de energia. Regiões mais próximas ao Equador recebem maior radiação solar, e apresentam maiores taxas de evapotranspiração. Três tipos de radiação solar: Incidente, Refletida e Líquida. RL= Ri - Rr Onde: RL = Radiação Líquida; Ri = Radiação Incidente ou global; Rr = Radiação Refletiva. • Temperatura - Ar mais quente pode conter mais vapor Fatores atmosféricos que afetam a evaporação • Umidade do ar - Quanto menor a umidade do ar, mais fácil é o fluxo de vapor da superfície que está evaporando. • Velocidade do vento - remove o ar úmido diretamente do contato da superfície que está evaporando ou transpirando Medição de evaporação • A evaporação é medida de forma semelhante à precipitação, utilizando unidades de mm para caracterizar a lâmina evaporada ao longo de um determinado intervalo de tempo a forma mais comum é o Tanque Classe A. - Deve permanecer com água variando entre 5,0 e 7,5 cm da borda superior, sua medição é feita diariamente numa régua ou ponta linimétrica, instalada dentro do tanque, porém corrigindo os valores de precipitação. • Do ponto de vista do profissional envolvido com a geração de energia hidrelétrica a evaporação é importante pelas perdas de água que ocorrem nos reservatórios que regularizam a vazão para as usinas. Consequentemente a evapotranspiração pode ser encarada como uma perda de água para geração de energia. • Onde: • Em que, • ECA =evaporação no tanque classe A; • hn = leitura do nível d’água no tanque (mm), no dia n; • hn+1 = leitura do nível d’água no tanque (mm), no dia n+1; • P = precipitação ocorrida no período (mm); • Eto = evapotranspiração de referência, mm/dia; • KT = coeficiente do tanque Classe A, admensional. ( ) PhhECA 1nn += +ECAKETo T= • Determinação da Evaporação Tanques de Evaporação O coeficiente kt depende: do tipo e da extensão da superfície sobre a qual o tanque foi nstalado, da umidade relativa do ar e da velocidade do vento. Velocidade do vento a 2m de altura Raio da área tampão (m) Tanque circundado por grama Tanque circundado por solo Umidade relativa (%) Umidade relativa (%) <40 40-70 >70 <40 40-70 >70 < 175 km/dia < 2,0 m/s 1 0,55 0,65 0,75 0,70 0,80 0,85 10 0,65 0,75 0,85 0,60 0,70 0,80 100 0,70 0,80 0,85 0,55 0,65 0,75 1000 0,75 0,85 0,85 0,50 0,60 0,70 175 – 425 km/dia 2,0 – 4,9 m/s 1 0,50 0,60 0,65 0,65 0,75 0,80 10 0,60 0,70 0,75 0,55 0,65 0,70 100 0,65 0,75 0,80 0,50 0,60 0,65 1000 0,70 0,80 0,80 0,45 0,55 0,60 425 – 700 km/dia 4,9 – 8,1 m/s 1 0,45 0,50 0,60 0,60 0,65 0,70 10 0,55 0,60 0,65 0,50 0,55 0,60 100 0,60 0,65 0,75 0,45 0,50 0,60 1000 0,65 0,70 0,75 0,40 0,45 0,55 > 700 km/dia > 8,1 m/s 1 0,40 0,45 0,50 0,50 0,60 0,65 10 0,45 0,55 0,60 0,45 0,50 0,55 100 0,50 0,60 0,65 0,40 0,45 0,50 1000 0,55 0,60 0,65 0,35 0,40 0,45 • Para a região nordeste Kt varia entre 0.6 e 1,0; e no semiárido é comum adotar-se Kt = 0,75. EXERCÍCIO 01 - Calcule a evapotranspiração da cultura pelo método do TANQUE CLASSE A para a cultura do feijoeiro na fase de produção (Kc = 1,15 ), considerando os seguintes dados: - Tanque circundado por grama; - Bordadura = 10 m; - Umidade relativa (UR%) = 81,9%; - Velocidade do vento a 2 m de altura (U2) = 1,16 m/s; - Evaporação do tanque classe A (ECA) = 2,55 mm/dia. A transpiração envolve a retirada da água do solo pelas raízes das plantas, o transporte da água através da planta até as folhas e a passagem da água para a atmosfera através dos estômatos da folha. Transpiração influenciada pela: - Radiação solar; - Temperatura; - Umidade relativa do ar e - Velocidade do vento. Além disso intervém outras variáveis, como o tipo de vegetação e o tipo de solo. • SWANK & DOUGLAS (1975), nos EUA fez a substituição de uma floresta natural por plantações homogêneas resultou, após 13 anos, um consumo a mais de 200 mm/ano. • VAN LILL et al (1980), na África do Sul., o plantio de eucalipto numa micro bacia experimentação com vegetação original, resultou em 5 anos em um aumento de aproximadamente de 300mm/ano. ▪ Evapotranspiração de referência (ETo): ETo pode ser definida como a evapotranspiração que ocorre de uma cultura hipotética, com altura fixa de 0,12 m, albedo igual a 0,23, e resistência da cobertura ao transporte de vapor d’água igual a 69 s.m-1, que representaria a evapotranspiração de um gramado verde, de altura uniforme, em crescimento ativo, cobrindo totalmente a superfície do solo e sem falta de água (Pereira et al., 1997). Evapotranspiração • Evapotranspiração real e potencial • A evapotranspiração real é o fluxo de calor latente para atmosfera que realmente ocorre em uma dada situação. A evapotranspiração real depende dos fatores atmosféricos, de características do solo e das plantas e da disponibilidade de água. Em uma área com a vegetação bem suprida de água a evapotranspiração real é igual à potencial. • Para simplificar a análise freqüentemente se utiliza o conceito da evapotranspiração potencial da vegetação de referência. E, a partir desta, são calculados os valores de evapotranspiração potencial de outros tipos de vegetação, utilizando um ponderador denominado “coeficiente de cultivo” (Kc). • 𝐸𝑣 = 𝐸𝑟 ∗ 𝐾𝑐 • EV é a evapotranspiração potencial de um tipo de vegetação; ER • evapotranspiração potencial de referência; Kc é o coeficiente de cultivo Coeficiente de cultura (Kc) proposto por Jensen (1968), o qual é obtido pela razão entre ETc e ETo, determinados experimentalmente. O Kc varia com a cultura, estádio de desenvolvimento e índice de área foliar - IAF. • Logo: 𝐾𝑐 = 𝐸𝑇𝑐 𝐸𝑇𝑜 Eto - Evapotranspiração de referência Eto Etc - Evapotranspiração da cultura Valores do coeficiente de cultura (Kc) para a banana cultivada em clima tropical 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Kc Meses após o plantio Evapotranspiração da cultura (ETc)ou máxima ETm: É um parâmetro semelhante ao anterior, porém no lugar da grama pressupõem-se uma cultura qualquer. Ela representa a quantidade de água que deve ser reposta ao solo para manter o crescimento e a produção em condições ideais, ou seja, sem restrições hídricas. ( ) ( )1ln 1ln + + = DMA DAA Ks • Evapotranspiração real da cultura (ETrc): É a evapotranspiração de uma cultura em condições de campo. Isto é, o solo pode estar com um conteúdo de umidade qualquer. Assim: Etrc = Etc . Ks Onde o Ks é o coeficiente de umidade no solo dado por: Em que: • DAA: disponibilidade atual de água no solo, em mm; • DMA: disponibilidade máxima de água no solo, em mm. Medição da evapotranspiração • A medição da evapotranspiração é relativamente mais complicada do que a medição da evaporação um dos métodos principais de medição de Evapotranspiração são os lisímetros, que são calculadas pela eq. 01 Eq. 01 , onde: • . ( ) Arm S DIouP ETo − = (P ou I) : precipitação; D: drenagem da água coletada; S: área; : variação no armazenamento de água dentro do lisímetro, entre um período e outro, em mm. Arm = .h Arm Exemplo: 02 -Durante uma semana choveu 15 mm aferidos no pluviômetro e, foram aplicados 25 litros via irrigação a um lisímetro de percolação com 1,24 m de diâmetro, cujo o volume é de 500litros. Sabendo-se que o teor de água na semana anterior era de 0,28 cm³/cm³ e agora é de 0,3cm³/cm³, e ainda, que a drenagem foi de 8 litros. Calcule a ETo diária média da semana. Resolução: ( ) Arm S DPouI ETo − − = • Seja “S” (área do lisímetro), temos: • S= (1,24 m÷2)²= 1,21 m² para um volume de 0,5 m³ logo : • h(altura) = vol/área= 0,5/1,21 =0,414m ou 414 mm • = 0,3 – 0,28 = 0,02cm³/cm³ • Arm = .h = 0,02 x 414mm = 8,28mm • Assim: • ETo = [(25,0 l – 8 ,0 l)/1,21m² ]+ 15mm – 8,28 mm • ETo (semana) = 20,77mm • ETo (diária) = 20,77÷7 = 2,97mm/dia Equações empíricas ou experimentais O empirismo não é sinônimo de falta de qualidade, pois muitos métodos desenvolvidos e calibrados localmente produzem melhores resultados do que aqueles mais genéricos e com base física. Métodos dessa natureza são resultados de correlações entre a evapotranspiração de referência medida em condições padrões e os elementos meteorológicos medidos em postos meteorológicos. Método de Hargreaves-Samani • O método pode ser escrito da seguinte forma (SAMANI, 2000): • ETo = 0,0135 . K . Ra. (Tmax - Tmin) 0,5 . (Tmed + 17,8) • Em que : • K é um coeficiente igual a 0,162 para regiões continentais e 0,190 para regiões costeiras; • Ra é a radiação solar no topo da atmosfera, expressa em equivalente de evaporação (mm/dia). Para a obtenção de Ra em mm/dia, dividem-se os valores em MJ/m2.d-1 por 2,45. Obs: Varia com o mês e a latitude do local; • Tmax, Tmin e Tmed são as temperaturas máxima, mínima e média do ar, respectivamente (ºC). A Radiação Extraterrestre (Ra) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ssrsca ωsen.δcosφcos+δsinφsenωdGπ 60x24 =R A intensidade de radiação é determinada pelo ângulo feito entre a direção dos raios solares e a normal com a superfície atmosférica. Este ângulo muda durante o dia e é diferente em função da latitude e estação do ano. A constante solar (Gsc) tem seu valor aproximadamente igual a 0,082 MJ\m2.min-1, e é uma radiação que chega perpendicularmente ao topo da atmosfera terrestre. Calcula-se a Ra para períodos diários em MJ/m2.dia-1 que é função da latitude, do dia (Juliano) e da hora deste dia, a partir da constante solar e do ângulo de declinação solar: A Radiação Extraterrestre (Ra) A distância relativa inversa entre a Terra e o Sol (dr), o ângulo de declinação solar (), e o ângulo feito pelo Sol na Terra no horário do pôr-do-sol (s) são dados respectivamente pelas equações: Em que: Gsc: constante solar, 0,0820 (MJ.m -2.minuto -1); dr: distância inversa relativa entre a Terra e o Sol, (rad) ; ωs: ângulo formado pelo raios solares e a terra no horário do pôr-do-sol, (rad); : latitude local, no caso ela é negativa para o hemisfério sul, (rad); : ângulo de declinação solar, (rad); J: dia Juliano (1 de janeiro à 365(6) de Dezembro). Latitude Graus Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez H 30 8,4 10,4 12,7 14,7 16,0 16,2 16,2 15,2 13,5 11,2 9,0 8,0 E 28 8,9 10,8 13,0 14,8 15,9 16,1 16,1 15,2 13,7 11,5 9,5 8,4 M 26 9,3 11,2 13,2 14,9 15,8 16,0 16,0 15,2 13,9 11,9 9,9 8,9 I 24 9,8 11,5 13,5 15,0 15,7 15,9 15,9 15,2 14,1 12,2 10,3 9,3 S 22 10,3 11,9 13,7 15,1 15,6 15,8 15,8 15,3 14,2 12,5 10,8 9,8 F 20 10,8 12,3 13,9 15,1 15,5 15,7 15,7 15,3 14,3 12,8 11,2 10,2 É 18 11,2 12,6 14,1 15,2 15,4 15,6 15,6 15,2 14,4 13,1 11,5 10,6 R 16 11,5 12,9 14,3 15,2 15,3 15,4 15,4 15,1 14,5 13,3 11,9 11,1 I 14 12,0 13,2 14,5 15,2 15,2 15,2 15,2 15,1 14,6 13,6 12,3 11,5 O 12 12,4 13,5 14,6 15,2 15,2 15,1 15,1 15,0 14,7 13,8 12,7 11,9 N 10 12,8 13,8 14,7 15,2 15,0 14,8 14,8 14,9 14,8 14,1 13,0 12,4 O 8 13,1 14,1 14,8 15,1 14,8 14,6 14,6 14,8 14,9 14,3 13,3 12,8 R 6 13,4 14,3 14,9 15,0 14,6 14,3 14,3 14,7 14,9 14,4 13,6 13,1 T 4 13,8 14,5 15,0 14,9 14,4 14,0 14,0 14,6 14,9 14,6 13,9 13,5 E 2 14,1 14,8 15,1 14,8 14,1 13,8 13,8 14,4 14,9 14,8 14,3 13,9 0 14,5 15,0 15,2 14,7 13,9 13,5 13,5 14,2 14,9 14,9 14,6 14,3 H 2 14,8 15,2 15,2 14,5 13,6 13,2 13,2 14,0 14,8 15,0 14,8 14,6 E 4 15,0 15,3 15,1 14,3 13,3 12,8 12,8 13,7 14,7 15,1 15,0 14,9 M 6 15,3 15,4 15,1 14,1 13,0 12,5 12,5 13,5 14,6 15,1 15,2 15,1 I 8 15,6 15,6 15,0 14,0 12,7 12,2 12,2 13,2 14,5 15,2 15,4 15,4 S 10 15,9 15,7 15,0 13,8 12,4 11,9 11,9 13,0 14,4 15,3 15,7 15,7 F 12 16,1 15,8 14,9 13,5 12,0 11,5 11,5 12,7 14,2 15,3 15,8 16,0 É 14 16,3 15,8 14,9 13,2 11,6 11,1 11,1 12,4 14,0 15,3 15,9 16,2 R 16 16,5 15,9 14,8 13,0 11,3 10,8 10,8 12,1 13,8 15,3 16,1 16,4 I 18 16,7 15,9 14,7 12,7 10,9 10,4 10,4 11,8 13,7 15,3 16,2 16,7 O 20 16,7 16,0 14,5 12,4 10,6 10,0 10,0 11,5 13,5 15,3 16,4 16,8 22 16,9 16,0 14,3 12,0 10,2 9,1 9,6 11,1 13,1 15,2 16,5 17,0 S 24 16,9 15,9 14,1 11,7 9,8 8,6 9,1 10,7 13,1 15,1 16,5 17,1 U 26 17,0 15,9 13,9 11,4 9,4 8,1 8,7 10,4 12,8 15,0 16,6 17,3 L 28 17,1 15,8 13,7 11,1 9,0 7,8 8,3 10,0 12,6 14,9 16,6 17,5 30 17,2 15,7 13,5 10,8 8,5 7,4 7,8 9,6 12,2 14,7 16,7 17,6 Fonte: CAMARGO & CAMARGO (1983) Quadro A.2- Radiação solar extraterrestre (Ra), equivalente em milímetros de evaporação correspondente ao dia 15 de cada mês. Método de Blaney & Criddle A versão mais conhecida é a apresentada por Doorenbos & Pruitt (1977) modificada por Frevert et al. (1983), como segue: • ETo = a + b . p . (0,46 . T + 8,13) Sendo: a = 0,0043 . URmin – n / N - 1,41 b = 0,81917 - 0,0041.URmin + 1,0705.n/N + 0,06565.U – 0,00597.URmin.n/N - 0,000597. URmin.U Em que : p = fator de correção função da latitude e época do ano ; T = temperatura média do período, em oC; URmin = umidade relativa mínima do período, em %; n = insolação do período, em horas; N = fotoperíodo, em horas; U = velocidade do vento a 2m, em m/s. • Pode ser estimada, também, pela medição das outras variáveis que intervém no balanço hídrico de uma bacia hidrográfica entretanto, as estimativas não podem ser feitas considerando o intervalo de tempo diário, mas apenas o anual, ou maior. Ver eq. 02. • Eq 02 E = P – Q • E – Evapotranspiração; • P – Precipitação; • Q – Vazão. • Considera valores médios de escoamento e precipitação de uma bacia num período relativamente longo. Estimativa da evapotranspiração por balanço hídrico - Uma bacia de 800 km² recebe anualmente 1600 mm de chuva, e a vazão média corresponde a 700 mm. Qual é a evapotranspiração anual? A evapotranspiração pode ser calculada por balanço hídrico da bacia desprezando a variação do armazenamento na bacia. E = 1600 – 700 = 900 mm. EXEMPLO 02 • utilizada para a estimativa da evapotranspiração potencial quando se dispõe de poucos dados, serve para calcular a evapotranspiração em intervalo de tempo mensal,a partir de dados de temperatura. • A equação de Thorntwaite foi desenvolvida com dados restritos do hemisfério norte e se tornou popular mais pela sua simplicidade, usa apenas a temperatura, do que pela sua precisão. Sua aplicação nas demais regiões do mundo exigiu a adaptação de um fator de correção que depende do mês do ano e da latitude. Equação de Thornthwaite Eq. 03 • Onde, • E -- evapotranspiração potencial (mm.mês-1); • 16 -- fator de correção; • T -- temperatura média do mês (oC); • “a” e “I” são coeficientes calculados de acordo com as eqs. 04 e 05. Eq. 04 Eq. 05 Exemplo: 01 • Calcule a evapotranspiração potencial mensal do mês de Agosto de 2006 em Porto Alegre, onde as temperaturas médias mensais são dadas na figura abaixo. Suponha que a temperatura média de agosto de 2006 tenha sido de 16,5 C. Resolução: Cálculo do coeficiente I: I= 96 Cálculo do coeficiente a. A= 2,1 Logo a evapotranspiração potencial é: 53,1mm/mês • 𝑃𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜, 𝑎 𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑚ê𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 2006 é 𝑑𝑒 53,1 mm/mês. É principal equação de evapotranspiração de base física. Monteith, propôs um novo método que estimava diretamente a ETc, tendo como base o método de Penman, denominando-o de Penman-Monteith. Mas foi em 1990 que a FAO promoveu, em Roma, um novo conceito proposto para a ETp, que passou a ser de fato, a ETo, tornando-se, este conceito largamente utilizado, desde então, e o método recomendado para sua estimativa foi o desenvolvido por Penman-Monteith, que, após parametrização, passou a denominar-se Penman- Monteith FAO (PM-FAO), o qual foi bastante aceito internacionalmente, até os dias de hoje. Equação de Penman-Monteith-FAO ( )2 2 34,01 273 900 408,0 u eu T R ETo n ++ + + = A equação de Penman-Monteith-FAO é dada pela seguinte expressão: Onde: ETo: evapotranspiração de referência, (mmd-1); Rn: radiação líquida, (MJm -2d-1); T: temperatura média do ar diária medida a 2 m de altura, (°C); u2: velocidade do vento medido a 2 m de altura, (ms -1); : declividade da curva de pressão de vapor, (kPa°C-1); e: déficit da pressão de saturação de vapor, (kPa); : constante psicrométrica, (kPa°C-1).
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