Buscar

avaliaçao psa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso PSA 
Teste PSA 2021/2 
Iniciado 25/10/21 07:36 
Enviado 25/10/21 08:54 
Data de vencimento 26/10/21 01:00 
Status Completada 
Resultado da tentativa 9,5 em 10 pontos 
Tempo decorrido 1 hora, 18 minutos 
Autoteste O aluno responde e o resultado do aluno não é visível ao professor. 
Resultados exibidos Respostas enviadas, Perguntas respondidas incorretamente 
• Pergunta 1 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir, intitulado “Pandemia e acessibilidade: Entenda 
a importância da inclusão e os novos desafios causados pela Covid-
19”, de Brenda Xavier, publicado em 18/02/2021. 
A pandemia causada pelo novo coronavírus espalhou-se pelo mundo de 
forma rápida e impactante, fazendo com que muitas pessoas se 
isolassem. Antes de tudo isso, quem é cego, surdo, cadeirante ou tem 
algum tipo de deficiência física ou intelectual já enfrentava vários 
desafios e, com a pandemia, novas barreiras surgiram para a 
acessibilidade. 
Agora, um deficiente visual, que precisa tocar em superfícies ou ter o 
apoio de outras pessoas, está mais vulnerável do que nunca. Tocando 
em diferentes superfícies ou falando com pessoas que ele não sabe se 
estão usando máscara, como evitar a contaminação pela Covid-19? 
Quais são os impactos da pandemia na acessibilidade e no direito de ir 
e vir? 
Thays Martinez, advogada, responsável pela Lei estadual N° 10.784 
(atualizada pela Lei Nº 12.907, de 15 de abril de 2008), que garante que 
cães-guia possam entrar em transporte público, compartilha sua 
experiência. Ela explica que as pessoas que têm deficiência visual estão 
mais vulneráveis à Covid-19, devido à necessidade de contato com 
pessoas e, sobretudo, superfícies. “Com a pandemia, as compras online 
aumentaram, mas muitos aplicativos e sites tornam inviável o uso por 
pessoas deficientes visuais”, relata. 
Com a visão comprometida, o tato é um dos principais sentidos 
utilizados por pessoas com deficiência visual. O contato físico se faz 
necessário sempre, e é justamente isso que os deixa mais expostos à 
Covid-19. De acordo com dados do IBGE no Censo 2010 (gráfico 1), 
1.203.353 pessoas têm deficiência visual no estado de São Paulo. O que 
equivale a 40% do total de moradores com algum tipo de deficiência. 
Sobre as vulnerabilidades que pessoas deficientes enfrentam, Martinez 
ressalta a importância da consciência de quem oferece um produto ou 
 
serviço – uma reflexão que demanda revisão. “As empresas precisam 
pensar na inclusão e deixar que seus serviços sejam acessíveis para 
todos. A consciência sobre isso precisa ser desenvolvida, e a pandemia 
nos mostrou isso”, comenta. 
Disponível em <https://aupa.com.br/pandemia-e-acessibilidade/>. Acesso em 02 ago. 
2021. 
 
Gráfico 1. Porcentagem da população, de acordo com o tipo de deficiência. (Brasil-
2010). 
 
IBGE, Censo Demográfico, 2010. 
 
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. A análise do gráfico confirma que são os portadores de deficiência auditiva os mais 
prejudicados pelas dificuldades de acessibilidade durante a pandemia do coronavírus. 
PORQUE 
II. As vulnerabilidades da acessibilidade são características presentes na vida dos 
portadores de deficiência e elas se acentuaram durante o período de pandemia. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: d. 
A asserção I é falsa, e a asserção II é verdadeira. 
 
 
• Pergunta 2 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
O brasileiro tem fama de ser solidário nas situações mais extremas, mas não cultiva 
tradicionalmente o hábito de doar tempo, dinheiro e objetos para causas importantes. 
No relatório World Giving Index 2019, estudo internacional que mede o nível de 
solidariedade das nações, o Brasil aparece em 74º lugar entre 126 países. O ranking é 
feito pela Charities Aid Foundation e é representado, no Brasil, pelo IDIS (Instituto para 
o Desenvolvimento do Investimento Social). 
Em tempos de covid-19, contudo, a solidariedade se manifestou no cotidiano de 
pessoas, empresas e outras organizações da sociedade, criando uma rede de apoio 
para muitos trabalhadores informais, pequenos empreendedores, profissionais 
autônomos e trabalhadores que perderam a fonte de renda. Até o final de junho de 
2020, 425 mil pessoas e instituições haviam doado quase R$6 bilhões para o combate 
aos efeitos da pandemia, segundo o Monitor de Doações Covid-19, que registra, em 
tempo real, o volume em dinheiro doado para essa causa. 
A solidariedade é uma maneira de a sociedade participar das mudanças que precisam 
ser feitas no mundo. A ideia é que, se cada um fizer a sua parte, por menor que ela 
seja, podemos juntos ajudar a reduzir as vulnerabilidades às quais estão sujeitos 
brasileiros e brasileiras que vivem na pobreza, com fome, sem teto e sem alguém com 
quem possam contar. Fazendo isso, ajudamos a criar uma sociedade mais justa e mais 
segura para todos nós. 
Ser solidário não exige, necessariamente, um grande esforço. Ao contrário, qualquer 
ato conta, e muito. 
 
Disponível em <https://meubolsoemdia.com.br/Materias/solidareidade-na-
pandemia>. Acesso em 03 ago. 2021. 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. Os atos de solidariedade cresceram durante a pandemia, confirmando o estereótipo do 
brasileiro solidário e melhorando a posição do país no ranking do World Giving Index. 
II. Durante a pandemia, a sociedade brasileira tem revelado a solidariedade por meio de 
atos direcionados a grupos vulneráveis. 
III. Uma sociedade justa é caracterizada por atos solidários que envolvem doações 
financeiras e por ações que evidenciam a empatia pelo outro. 
 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
II e III, apenas. 
 
 
• Pergunta 3 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir, publicado em 27 de julho de 2021 no site da BBC. 
Simone Biles: por que desistir às vezes pode fazer bem à saúde, 
segundo especialistas 
"Não somos apenas atletas. Somos pessoas, afinal de contas, e às vezes 
é preciso dar um passo atrás", disse a norte-americana Simone Biles na 
terça-feira (27/7) ao deixar a arena da Olimpíada de Tóquio, depois de 
desistir da final por equipes da ginástica artística. 
Apesar de nem todos terem a visibilidade de Biles ou viverem a pressão 
a que atletas são submetidos na competição mais importante do mundo, 
o gesto da atleta pode servir como lição e reflexão para todos nós, dizem 
especialistas em saúde mental ouvidos pela BBC News Brasil. 
"Hoje, se fala mais da saúde mental nos esportes, na música, na 
educação, e o fato de tocar nisso desmistifica o assunto", afirma Lívia 
Castelo Branco, psiquiatra da clínica Holiste. 
"Há artistas que escolhem se afastar das redes sociais ou que decidiram 
nem entrar nas Olimpíadas. Quando se trata de um problema físico, as 
pessoas conseguem falar de forma mais natural — por exemplo, que 
houve uma ruptura do ligamento do joelho, por isso o atleta está 
afastado. Já a saúde mental, por mais que estejamos falando mais nela, 
é mais difícil de mensurar e abordar", completa. 
"Algumas pessoas vão encarar a desistência como falta de vontade ou 
covardia, mas na verdade é um ato de coragem muito grande expor a 
dificuldade, a fraqueza, a saúde mental ao público". 
O peso do mundo nas costas 
Vale destacar que uma decisão dessas, de abandonar uma competição 
tão importante, ganha uma repercussão ainda maior quando uma 
personalidade do esporte mundial está envolvida. Aos 24 anos, Biles já é 
considerada a maior ginasta de todos os tempos. 
 
Esse reconhecimento se deve às quatro medalhas de ouro conquistadas 
na Rio 2016 e aos cinco títulos mundiais em 2013, 2014, 2015, 2018 e 
2019, feito inédito na história da modalidade. 
Antes dos Jogos de Tóquio, a americana já era apontada como a grande 
estrela do evento e carregava nas costas a certeza (quase a obrigação) 
de levar os Estados Unidos para muitos pódios. 
A psicóloga Valeska Bassan, do Instituto de Psiquiatria da Universidadede São Paulo (USP), destaca a "coragem" de Biles ao reconhecer e expor 
seus limites — e sugere que a decisão pode ter sido motivada por fatores 
relacionados ao estresse, mas também por autoconhecimento. 
"Precisamos aprender que podemos desistir. A gente se programa, se 
prepara, tem um foco, mas em algum momento esse foco pode ser 
diferente", destaca a psicóloga. 
"É se perguntar: por que preciso passar por tudo isso? E, principalmente, 
para quem?", aponta Bassan, destacando as pressões externas às quais 
Biles, e todos nós, estamos submetidos. 
"No dia a dia, vemos muitas situações assim relacionadas ao trabalho. 
Por exemplo, uma pessoa que cursou uma faculdade ou exerce uma 
profissão para cumprir a expectativa da família. Ou nos relacionamentos, 
já que foi imposto socialmente que casar é pra sempre". 
"Por tentar atender às expectativas dos outros, a pessoa acha que desistir 
é um fracasso, porque estaria decepcionando mais pessoas". 
A própria Simone Biles apontou a pressão que vive. "Acho que a saúde 
mental é mais importante nos esportes nesse momento. Temos que 
proteger nossas mentes e nossos corpos e não apenas sair e fazer o que 
o mundo quer que façamos". 
Atenção aos sinais 
Simone Biles desistiu de seguir na competição na terça-feira depois de 
marcar a pontuação mais baixa no salto olímpico. "Depois da 
apresentação que fiz, simplesmente não queria continuar", disse ela. 
"Eu não confio mais tanto em mim mesma. Talvez seja o fato de estar 
ficando mais velha. "Eu não queria ir lá, fazer algo estúpido e me 
machucar. Sinto que muitos atletas se manifestando realmente me 
ajudou". 
Para a psiquiatra Lívia Castelo Branco, o que Biles manifestou não parece 
ser uma decisão impulsiva, mas sim alguma questão de saúde mental 
que vinha escalando. Algo que todos nós, atletas ou não, podemos 
observar com sinais — e, com sorte, buscarmos ajuda em um ambiente 
que seja acolhedor, como uma equipe técnica que não apenas cobre, 
mas escute. 
No trabalho, as pessoas podem perceber que estão desgastadas 
emocionalmente, por exemplo, se há frequentes faltas, queda de 
produtividade, dificuldade de atenção e um sentimento de que os 
objetivos profissionais (individuais e coletivos) não são cumpridos. 
Valeska Bassan menciona também alterações no sono, na alimentação, 
pensamentos repetitivos, a sensação de incapacidade ou estímulo para 
fazer atividades conhecidas, o próprio sofrimento e, por último, o burnout 
(aquela sensação de completo esgotamento físico e mental que impede 
a realização de qualquer atividade). 
Ignorar todos esses incômodos não só deixa de resolver, como pode 
prejudicar nossas atividades profissionais, sociais, entre outras. 
"A nossa saúde física e mental está interligada. Eu brinco que o corpo é 
o porta-voz da psique: quando não estamos dando conta ou não damos 
atenção à saúde mental, o corpo dá um jeito de parar e avisar", explica 
a psicóloga. 
Os sintomas citados pelas especialistas não configuram necessariamente 
uma patologia, como a depressão ou a ansiedade — mas podem ser um 
indício importante de que algo não vai bem e, por isso, a assistência 
profissional de um psicólogo ou um psiquiatra é recomendada. 
Lívia Castelo Branco diz que, na maioria dos casos, o acompanhamento 
psicológico é suficiente, mas, em alguns, a intervenção com 
medicamentos — sob orientação médica — pode ser necessária. 
Pelo cotidiano de pressões a que são submetidos, a psiquiatra diz que é 
esperado que atletas de alto desempenho tenham acompanhamento 
psicológico a longo prazo. 
O exemplo de Biles, portanto, reforça a ideia de que determinação e 
disciplina são ingredientes fundamentais para o sucesso, mas às vezes é 
preciso se conhecer e, caso seja necessário, dar um passo para trás pelo 
bem da saúde do corpo e da mente. 
Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57993220>. Acesso em 12 ago. 2021 (com 
adaptações). 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com o texto, Simone Biles “amarelou” por ser 
psicologicamente fraca e não saber lidar com a frustração: desistiu 
de competir após marcar a pontuação mais baixa no salto 
olímpico. 
II. No dia a dia, segundo o texto, é necessário refletir sobre as 
pressões a que todos estamos submetidos e não tentar atender 
sempre às expectativas dos outros. 
III. Simone Biles, atleta da ginástica artística, demonstrou, 
conforme o texto, autoconhecimento e coragem ao desistir da 
competição quando percebeu que poderia se machucar. 
É correto o que se afirma somente em 
Resposta Selecionada: d. 
II e III. 
 
 
• Pergunta 4 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto. 
O último paradoxo da vida moderna: por que ficamos presos ao celular, mas odiamos falar por telefone? 
Não deixe uma ligação rápida arruinar uma longa e confusa série de mensagens de WhatsApp 
Sílvia Lopez – 01/06/2019 
Para iniciar um texto, Hemingway dizia a si mesmo: “Escreva a frase mais verdadeira que você conhece”. Neste caso, seria: a 
psicóloga Cristina Pérez, do Siquia, respondeu por meio de mensagens de áudio às perguntas que lhe enviamos por e-mail. Essa 
curiosidade metajornalística não tem importância nem altera a qualidade de suas respostas, só ilustra a variedade e a fluidez de 
opções com as quais podemos nos comunicar hoje. Recebemos um e-mail? Respondemos com um áudio. Chegou um áudio 
de WhatsApp? Respondemos com um texto. Recebemos um telefonema? Não respondemos. Esperamos. Esperamos. E 
escrevemos: “Você me ligou? Não posso falar, é melhor me escrever”. O paradoxo do grande vício do século XXI é que estamos 
presos ao celular, mas temos fobia das ligações telefônicas. 
VOTO DE SILÊNCIO 
É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas etárias: só na Espanha, o uso diário de 
aplicativos de mensagens instantâneas como WhatsApp, Telegram e Facebook Messenger é quase o dobro do uso de ligações por 
telefone fixo e celular, segundo o Relatório da Sociedade Digital na Espanha de 2018, da Fundação Telefónica. Não só preferimos 
as mensagens instantâneas aos telefonemas, como também preferimos essas mensagens a interagir com outras pessoas. Ou pelo 
menos foi o que 95,1% da população espanhola disse preferir (o cara a cara só tem 86,6% de popularidade). A ligação telefônica 
− que, até não muito tempo atrás, esperávamos com alegria ou tolerávamos com resignação, mas nunca evitávamos com uma 
rejeição universal – tornou-se uma presença intrusiva e incômoda, perturbadora e tirânica, mas por quê? “Uma das razões é que 
quando recebemos uma ligação, ela interrompe algo que estávamos fazendo, ou simplesmente não temos vontade de falar nesse 
momento”, explica a psicóloga Cristina Pérez. “Por outro lado, também exige de nós uma resposta imediata, ao contrário do que 
ocorre na comunicação escrita, que nos permite pensar bem no que queremos dizer. E a terceira razão seria o fato de não poder 
saber de antemão qual será a duração do telefonema”, acrescenta. 
INTROVERTIDOS E ENTREGUES ÀS TELAS 
Perder tempo em um telefonema é uma perspectiva assustadora. No entanto, segundo um relatório mundial da Deloitte, 
consultamos nossas telas mais de 40 vezes ao dia, e uma de cada quatro pessoas faz isso entre 100 e mais de 200 vezes. 
Talvez a coisa mais valiosa que nosso interlocutor exija em uma ligação não seja o tempo, e sim a concentração. Será que o ódio 
de falar por telefone poderia ser sintoma de um problema mais profundo, como um distúrbio de déficit de atenção? “Em princípio 
não”, responde a psicóloga. Mas “sim, é possível que uma pessoa com déficit de atenção tenha dificuldade para manter uma longa 
conversa telefônica e até mesmo que às vezes perca o fio da meada e volte sua atenção para outra coisa, assim como lhe ocorreria 
em uma conversa frente a frente, mas isso não quer dizer que desenvolva um ódio de falar por telefone”. 
Cristina Pérez alerta: “Sim, pode ser sinal de uma personalidade introvertida. O imediatismo de um telefonema faz com que as 
pessoas introvertidasnão se sintam confortáveis neles. São pessoas que dependem muito da observação e, por telefone, não 
podem examinar a expressão do interlocutor. Se uma interação social já é incômoda para elas, é muito pior quando não têm essa 
ajuda visual que utilizam tanto. De fato, esse tipo de personalidade prefere a comunicação escrita à falada”. 
COMO CORTAR A LIGAÇÃO 
Infelizmente, para esses introvertidos, não há uma fórmula que os libere de todos os telefonemas, embora o identificador do 
número que está ligando lhes dê certa autoridade. “Quando você recebe uma ligação, é você que decide se é o momento de 
atendê-la ou de deixá-la para mais tarde”, assinala a psicóloga. “Se você decidir atendê-la e precisar cortá-la, a melhor maneira de 
fazer isso é de forma assertiva (estabelecendo limites, embora inicialmente isso nos custe um pouco, já que podemos pensar que 
a outra pessoa ficará chateada, mas é questão de treinamento e paciência), só que você também deve detectar qual é o momento 
certo para cortar”. 
O problema não é apenas que nosso interlocutor queira falar ad infinitum. Ele muitas vezes quer de nós uma resposta rápida, se 
for, por exemplo, um telefonema de trabalho. O terror de não ter tempo para pensar o que devemos responder também nos impede 
de atender o telefone. A psicóloga também tem um truque para esses casos: “Se pedem uma resposta imediata que nesse momento 
você não pode dar, uma frase muito útil é ‘vou pensar com calma e amanhã conversamos’, já que se não temos certeza quanto a 
uma resposta, o melhor é adiá-la, porque o imediatismo nos faz agir impulsivamente e é possível que depois nos arrependamos da 
resposta dada”. 
ADEUS À DIALÉTICA? 
A aversão à conversa da chamada “geração muda” poderia ter mais consequências do que apenas evitar as reuniões sociais. “O 
preço a pagar por nascer nesta geração é, muitas vezes, a falta de habilidade na hora de iniciar ou manter uma conversa, embora 
essas pessoas possam passar horas e horas no celular, porque estão mais concentradas naquilo que seu dispositivo lhes pode 
oferecer (o que às vezes será uma conversa com outra pessoa, mas não frente a frente). São gerações nas quais o vício por novas 
tecnologias está na ordem do dia, e o problema não é apenas que não valorizem o quanto uma boa conversa pode ser 
enriquecedora. Os efeitos do uso excessivo do celular afetam também sua personalidade, já que são pessoas com baixa tolerância 
à frustração e com necessidade de um reforço social contínuo, que ocorre através das curtidas. Em suma, a tecnologia é boa desde 
que seja usada de forma compatível com a vida cotidiana da pessoa, ou seja, quando não interferir em sua vida social, trabalhista 
ou pessoal”, destaca a psicóloga. 
Disponível 
em <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/01/tecnologia/1559392400_168692.html?utm_source=Facebook&ssm=FB_BR_CM&fbclid=IwAR0tUqfDyfynJW1aheWqEnGYU1GxGvsGbJmdxD63FnvmY-
jCT7CAkjKswWs#Echobox=1625268988>. Acesso em 06 jul. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com a pesquisa, falar ao telefone ou encontrar alguém pessoalmente são ações indesejadas pela maioria da 
população. 
II. O paradoxo apontado no texto refere-se ao fato de as pessoas alternarem diversos formatos de respostas às mensagens do 
dia a dia. 
III. De acordo com a psicóloga, o telefonema apresenta, para muitas pessoas, a desvantagem de exigir uma resposta imediata 
e de interromper o que se está fazendo no momento. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
III, apenas. 
 
• Pergunta 5 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
As falhas do ensino da matemática expostas pela pandemia do 
coronavírus. 
Nossa dificuldade em lidar com modelos e projeções evidencia 
'analfabetismo de dados', diz especialista; como podemos 
melhorar o ensino de estatísticas, raciocínio lógico e de temas 
do cotidiano do século 21? 
BBC - 06/06/2020. 
Desde projeções de novos casos de coronavírus até o chamado 
"achatamento da curva" de contágio, conceitos e modelos matemáticos 
entraram no noticiário e nas discussões da pandemia e, para alguns 
especialistas, a nossa dificuldade em entender e aplicar esses conceitos 
é mais uma evidência de que a forma como aprendemos matemática na 
escola está muito longe de nos preparar para usar a disciplina na vida 
real. 
Esse foi um dos assuntos debatidos no seminário on-line "Como ensinar 
a matemática do futuro?", realizado pelo Instituto Sidarta (dedicado a 
projetos e políticas no ensino da matemática) em 28 de maio. 
"Estamos ensinando a matemática do século 19 nas nossas escolas, e 
isso cria uma lacuna na formação que damos aos jovens para o exercício 
de profissões e para munir as crianças com ferramentas para entender o 
mundo à nossa volta, que é o objetivo da matemática", afirmou no 
encontro virtual Marcelo Viana, diretor-geral do Instituto de Matemática 
Pura e Aplicada (Impa). 
 
E quais são essas ferramentas? 
Viana citou algumas: estatística e probabilidades, por exemplo, essenciais 
para entendermos o comportamento do novo coronavírus e o impacto 
das medidas de prevenção, são temas que o matemático acredita que 
"estavam até há pouco tempo praticamente ausentes de sala de aula", 
embora ele ache que isso esteja mudando com a adoção da nova Base 
Nacional Curricular Comum, documento que traçou novas diretrizes para 
o ensino público e privado do país. 
Para além da pandemia, estatística e probabilidades têm infinitos usos 
cotidianos, dos mais simples (como entender a probabilidade de chuva 
em um dia qualquer) aos mais complexos (como identificar padrões de 
infecções em hospitais para adotar medidas de prevenção). 
"Outra área que custa para chegar à sala de aula é a combinatória, base 
da ciência da computação e da tecnologia da informação", agregou Viana. 
A análise combinatória permite que se analisem quantas combinações 
diferentes podem ser feitas com um conjunto de elementos. Por exemplo, 
com as 26 letras do alfabeto e dez números, quantas combinações de 
senhas de 8 dígitos eu consigo fazer? 
(A resposta é 2,8 trilhões de senhas). 
Viana citou, por fim, o estímulo ao raciocínio lógico como algo 
"absolutamente negligenciado (no ensino da matemática), o que é 
trágico", por se tratar de uma habilidade considerada essencial para 
formar trabalhadores e cidadãos para o século 21. 
'Alfabetismo de dados' 
No Brasil, só 16% dos alunos concluem o ensino fundamental (9° ano) 
com aprendizado adequado em matemática, segundo os dados da Prova 
Brasil 2017. 
[...] 
Ser alfabetizado em dados significa ser capaz de entender números, 
gráficos, probabilidades ou questões lógicas, por exemplo, e conseguir 
usar esses dados para entender padrões ou mesmo tomar decisões. 
"São ensinados alguns conceitos (relacionados ao uso de dados), mas, 
no geral, é um tópico negligenciado", prossegue Dieckmann. Embora se 
ensinem conceitos básicos, como média e mediana, ele diz que falta, em 
geral, trazer uma "abordagem exploratória" para dentro da sala de aula, 
fazendo a conexão entre esses conceitos e os padrões, as conexões e os 
usos para eles na vida real dos alunos. 
[...] 
O que vai ser do ensino no pós-pandemia 
Embora haja a percepção de que a pandemia vai mudar a dinâmica das 
escolas e o ensino da matemática, a forma como isso vai acontecer ainda 
é uma interrogação. 
Como promover o ensino colaborativo da matemática e a resolução 
conjunta de problemas, se os alunos provavelmente terão de manter o 
distanciamento entre si, mesmo dentro de sala de aula, por um bom 
tempo? 
[...] 
"Na volta às aulas (presenciais) vai ser difícil, sem dúvida, de fazer com 
que os alunos se sintam seguros, estáveis e prontos para entender a nova 
realidade. No momento ainda não vemos luz no fim do túnel, mas temos 
uma oportunidade de olhar para o que pode ser melhorado e para criar 
um novo normal, em vez de voltar para o normal de antes, que não 
estava funcionando". 
Disponível em <https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/06/06/as-falhas-do-ensino-da-matematica-expostas- pela-pandemia-do-coronavirus.ghtml>. Acesso em 30 jun. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O analfabetismo de dados ocorre, por exemplo, porque são 
ensinados alguns conceitos, como média e mediana, sem que se 
estabeleça relação do conteúdo com o cotidiano do aluno. 
II. No Brasil, a pandemia de coronavírus tornou o ensino de 
matemática descontextualizado e impediu os alunos de realizarem 
abordagens exploratórias. 
III. A dificuldade de aprendizagem de índices e conceitos 
matemáticos é a responsável pela expansão do contágio de covid-
19, uma vez que as projeções da doença não são compreendidas 
pelos estudantes. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: d. 
I, apenas. 
 
 
• Pergunta 6 
0,5 em 0,5 pontos 
 
A série de tirinhas Dilbert, criada por Scott Adams, retrata as mazelas 
do mundo corporativo de forma satírica. Os personagens Dogbert (o 
cachorro) e Boss participam da tirinha a seguir. Nela, são contratados 
os serviços de pesquisas de Dogbert, supostamente com o intuito de 
comprovar a confiabilidade dos produtos oferecidos pela empresa de 
Boss. 
 
 
Com base na leitura, analise as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. A amostra da pesquisa retratada na tirinha é composta por apenas 
um elemento, o que é insuficiente para retratar com fidelidade a 
população de usuários dos produtos da empresa. 
PORQUE 
II. A pergunta feita por Dogbert ao entrevistado tem a intenção de 
gerar resultados enviesados para agradar Boss e, dessa forma, 
não traz qualquer conclusão relevante a respeito dos produtos. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 
Resposta 
Selecionada: 
b. 
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não justifica 
a I. 
 
 
• Pergunta 7 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a charge a seguir. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas e a relação proposta entre elas. 
I. A charge mostra, metaforicamente, que, quanto maior o degrau, mais 
valoroso é o sucesso alcançado. 
PORQUE 
II. Os talentos são diferentes e inatos, o que valida a ideia de ascensão 
social natural. 
Assinale a alternativa correta. 
 
Resposta Selecionada: c. 
As asserções I e II são falsas. 
 
 
• Pergunta 8 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a charge e o texto a seguir. 
 
 
Celular e tablets para crianças: passar muito tempo usando 
eletrônicos pode prejudicar o desenvolvimento 
Michelle Roberts (BBC News) 
Deixar uma criança pequena passar muito tempo usando tablets, 
celulares e outros eletrônicos com telas pode atrasar o desenvolvimento 
de habilidades de linguagem e sociabilidade, de acordo com o estudo 
canadense. 
A pesquisa, que acompanhou cerca de 2,5 mil crianças de 2 anos de 
idade, é a mais recente evidência no debate sobre quanto tempo de uso 
de telas é seguro para crianças. (...) Mães foram consultadas, entre 2011 
e 2016, sobre o tempo de uso de telas e preencheram questionários sobre 
as habilidades e o desenvolvimento de seus filhos quando tinham 2, 3 e 
5 anos. 
Isso incluiu assistir a programas de TV, filmes ou vídeos, jogar 
videogames e usar computador, tablet, celular ou qualquer aparelho com 
uma tela. 
Com a idade de 2 anos, as crianças passavam em média 17 horas em 
frente a telas por semana. Isso aumentou para cerca de 25 horas aos 3 
anos, mas caiu para cerca de 11 horas aos 5 anos, quando as crianças 
começam a escola primária. 
 
As descobertas, publicadas no periódico JAMA Pediatrics, sugerem que 
há aumento do tempo de uso de telas antes que qualquer atraso no 
desenvolvimento seja notado (...). 
Mas não está claro se o aumento do uso de telas é diretamente 
responsável. O maior tempo da tela pode ser um aspecto simultâneo a 
outros ligados ao atraso no desenvolvimento, como a forma com que a 
criança é educada e o que a criança faz no restante do seu tempo de 
lazer. 
Os cientistas indicam que, quando as crianças pequenas estão olhando 
para telas, elas podem estar perdendo oportunidades de praticar e 
dominar outras habilidades importantes. 
Em teoria, isso poderia atrapalhar interações sociais e limitar o tempo 
com que as crianças passam correndo e praticando outras habilidades 
físicas. 
Mesmo sem provas concretas de danos, a cientista Sheri Madigan e seus 
colegas, autores do estudo, dizem que, ainda assim, faz sentido limitar o 
tempo de uso de telas das crianças e garantir que isso não atrapalhe as 
"interações interpessoais ou o tempo em família". 
(...) "Ainda precisamos de mais pesquisas para dizer se crianças são mais 
vulneráveis aos danos causados pelo uso de telas e qual impacto que isso 
pode ter na sua saúde mental", disse Bernadka Dubicka, do Royal College 
of Psychiatrists. 
"Também precisamos avaliar os efeitos de diferentes tipos de conteúdo, 
porque há também formas positivas de usar telas". 
Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-47036386>. Acesso em 29 jun. 2021 (com 
adaptações). 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
II. O texto e a charge apresentam uma crítica acerca da 
influência do uso das tecnologias nas relações interpessoais entre 
as crianças. 
III. O objetivo da tirinha é mostrar que o uso de celulares pode 
ser uma brincadeira produtiva e interativa. 
IV. O texto indica que o uso excessivo e inadequado das telas 
pode influenciar negativamente no desenvolvimento infantil. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: d. 
I e III, apenas. 
 
 
• Pergunta 9 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
Impacto das fake news nas coberturas vacinais 
André de Castro - Ministério da Saúde – 10.11.2020 
A circulação de notícias falsas, o medo de eventos adversos e a sensação 
de segurança decorrente da eliminação de doenças são fatores que vêm 
contribuindo para a queda das coberturas vacinais no Brasil. Dados do 
Ministério da Saúde mostram que, até o dia 22 de outubro de 2020, 
 
nenhuma das vacinas do calendário nacional atingiu os indicadores 
preconizados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Para a 
coordenadora do PNI, Francieli Fontana, o movimento antivacina também 
pode contribuir para os indicadores. 
Nesse cenário, o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações 
(SBIM), Juarez Cunha, também avalia que o movimento antivacina é um 
dos protagonistas na propagação das fake news. “As inverdades que têm 
circulado podem impactar no número de pessoas não vacinadas no país. 
Coloca nossa população, especialmente as nossas crianças, em risco, 
colaborando para o retorno de doenças que já estavam controladas ou 
eliminadas. É o caso do sarampo”, afirma. 
Em 2019, o Brasil perdeu a certificação de país livre da doença. Isso 
aconteceu porque o país conviveu, por 12 meses e de forma endêmica, 
com casos confirmados da doença. Países dos continentes europeu e 
africano também registraram um maior número de casos na última 
década. 
O presidente da SBIm lembra que o movimento ganhou força por causa 
de um artigo falso, publicado em 1998 pelo médico inglês Andrew 
Wakefield, no qual ele incitava que a vacina do sarampo causava autismo. 
O artigo foi desmentido e retirado dos meios científicos, mas as 
consequências repercutem ainda hoje. 
Problema mundial 
A hesitação em vacinar foi apontada como um problema mundial pela 
Organização Mundial da Saúde e pelo Fundo das Nações Unidas. De 
acordo com estudos, a probabilidade de uma criança nascida ser 
totalmente vacinada com todas as vacinas recomendadas mundialmente 
até os 5 anos de idade é inferior a 20%. Em 2019, quase 14 milhões de 
crianças perderam a oportunidade de receber as vacinas oferecidas para 
a faixa etária. 
“Depois da água potável, a vacinação trouxe melhora na qualidade de 
vida das pessoas e redução da mortalidade”, conta a médica especialista 
em vigilância em saúde, Melissa Palmieri. Ainda de acordo com ela, 
vacinar é um pacto social. Prova disso são os casos de poliomelite no 
Brasil, sem registros desde 1990. 
(...) 
Por que confiar? 
Todas asvacinas disponibilizadas no Programa Nacional de Imunizações 
(PNI) passam pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(Anvisa), que obedece aos parâmetros internacionais para avaliar 
segurança, imunogenicidade e eficácia. 
Uma vez incorporada no Calendário Nacional de Vacinação, antes de ir 
para o posto de saúde, a vacina passa por uma avaliação criteriosa do 
Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), que 
realiza ensaios laboratoriais para o controle de qualidade de produtos 
com interesse para a saúde. 
Os componentes utilizados para a fabricação de vacinas servem para a 
sua conservação e auxiliam no aumento da proteção imunológica da 
pessoa vacinada. Segundo os especialistas, os eventos adversos são 
raros e na maioria das vezes estão relacionados ao indivíduo que recebeu 
a dose, como alguma alergia ou alguma imunodeficiência preexistente 
(transplantados ou com HIV). Para esses casos, foram criados os Centros 
de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), a fim de facilitar o 
acesso da população às vacinas especiais. 
Nesse sentido, o Ministério da Saúde garante que a vacinação é segura 
e eficaz. “Não há nenhuma dúvida com relação a isso, por mais que 
grupos antivacinas queiram aparecer e tomar espaço na mídia”, reforça 
Francieli. O Programa Nacional de Imunizações existe há 47 anos e, 
atualmente, oferece 18 vacinas no Calendário Nacional de Vacinação de 
Crianças e Adolescentes, sete vacinas para adultos e cinco para idosos, 
disponibilizadas gratuitamente nas salas de vacinação do Sistema Único 
de Saúde. 
Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/2052-impacto-das-fake-news-nas-
coberturas-vacinais>. Acesso em 06 jul. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 . Segundo o texto, a queda das coberturas vacinais é um 
problema na saúde pública brasileira, impulsionado pela circulação 
de notícias falsas, pelo medo de eventos adversos e pelo 
sentimento de segurança gerado pela eliminação de doenças. 
I. A pandemia de Covid-19, de acordo com o texto, fez surgir 
o movimento antivacina, responsável pela proliferação de fake 
news. 
II. O PNI, conforme o texto, disponibiliza gratuitamente 
vacinas que seguem parâmetros internacionais de segurança, 
imunogenicidade e eficácia. 
É correto apenas o que se afirma em 
Resposta Selecionada: d. 
I e III. 
 
 
• Pergunta 10 
0 em 0,5 pontos 
 
Leia a charge. 
 
 
 
O objetivo da charge é 
 
Resposta 
Selecionada: 
a. 
criticar a linguagem científica, que é indecifrável para 
a população em geral. 
 
 
• Pergunta 11 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a charge do cartunista Adão Iturrusgarai e a notícia publicada no 
portal Bahia Notícias. 
 
 
 
 
Brasil chega a 152 mi de pessoas com acesso à internet; país 
tem aumento de 7% em relação a 2019 
No Brasil, tem crescido, ano a ano, o número de pessoas com acesso à 
internet, e a pandemia acelerou esse processo. Pesquisa promovida pelo 
Comitê Gestor da Internet do Brasil revelou que, em 2020, o país chegou 
a 152 milhões de usuários - aumento de 7% em relação a 2019. Com 
isso, 81% da população com mais de 10 anos têm internet em casa. 
Segundo a Agência Brasil, o coordenador da pesquisa, Fábio Storino, 
destaca que a pandemia fez com que os indicadores de acesso à internet 
apresentassem os maiores crescimentos dos 16 anos da série histórica. 
O crescimento do total de domicílios com acesso à internet ocorreu em 
todos os segmentos analisados. As residências da classe C com acesso à 
internet passaram de 80% para 91% em um ano. Já os usuários das 
classes D e E com internet em casa saltaram de 50% para 64% na 
pandemia. 
Porém Fábio Storino explica que esse acesso à internet é desigual, uma 
vez que cerca de 90% das casas das Classes D e E se conectam à rede 
exclusivamente pelo celular. 
A desigualdade de acesso à internet no Brasil reflete-se também no 
ensino básico. O censo escolar de 2020 revelou que apenas 32% das 
escolas públicas do ensino fundamental têm acesso à internet para os 
alunos, porcentagem que chega a 65% no caso das escolas públicas do 
ensino médio. 
Além de aumentar os investimentos em infraestrutura para internet nas 
escolas, o diretor executivo da ONG D3e, Antonio Bara Bresolin, que atua 
na produção de pesquisas para orientar políticas de educação, afirma que 
é necessário também capacitar os profissionais da área. 
O governo federal espera aumentar a infraestrutura da internet nas 
escolas a partir do leilão do 5G (...). Segundo o ministro das 
Comunicações, Fabio Faria, 6,9 mil escolas públicas urbanas que hoje não 
têm acesso à internet receberão a infraestrutura nos primeiros anos da 
instalação do 5G no Brasil. O edital do 5G prevê investimentos para levar 
internet de alta velocidade para todas as escolas em locais com mais de 
600 habitantes até 2029. 
Disponível em <https://www.bahianoticias.com.br/noticia/261360-brasil-chega-a-152-mi-de-pessoas-com-
acesso-a-internet-pais-tem-aumento-7-em-relacao-a-2019.html>. Acesso em 23 ago. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura e nos dados apresentados, avalie as afirmativas. 
 . O número de residências da classe C com acesso à internet 
aumentou 11% entre 2020 e 2021. 
I. A charge ilustra o problema de falta de acesso à internet 
enfrentado por muitas pessoas. 
II. Um pouco menos de 107 milhões de pessoas tinham acesso 
à internet em 2019. 
III. O percentual de usuários das classes D e E com internet em 
casa cresceu 28% durante o período da pandemia. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: c. 
II e IV. 
 
 
• Pergunta 12 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Para realizar pesquisas sobre o desemprego no Brasil, o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divide a população total do 
país em dois grupos: os que têm e os que não têm idade para trabalhar. 
O grupo da população em idade para trabalhar, posteriormente, é 
subdividido em mais algumas categorias. As principais classificações do 
mercado de trabalho utilizadas pelo IBGE podem ser observadas no 
organograma a seguir. 
 
 
 
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 
é a pesquisa do IBGE que visa a acompanhar as flutuações trimestrais e 
a evolução da força de trabalho brasileira, assim como outras 
informações necessárias para o estudo do desenvolvimento 
socioeconômico do país. O gráfico a seguir mostra os dados de ocupação, 
desocupação e outras divisões do mercado de trabalho brasileiro no 1º 
trimestre de 2021, de acordo com resultados da PNAD Contínua. 
 
 
 
De acordo com as informações apresentadas no gráfico, avalie as 
afirmativas. 
 . A população total do Brasil é composta por mais de 210 
milhões de pessoas. 
I. Há, aproximadamente, 100 milhões de pessoas com 14 
anos ou mais no país. 
II. Quase metade da população do Brasil é formada por 
pessoas que fazem parte da força de trabalho. 
III. Os aposentados não foram incluídos no gráfico por não 
fazerem mais parte da força de trabalho. 
É correto apenas o que se afirma em 
 
Resposta Selecionada: b. 
I e III. 
 
 
• Pergunta 13 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a tabela a seguir. 
 
 
 
Com base nas informações apresentadas na tabela, avalie as afirmativas. 
 . Observando-se a tabela, é possível concluir que, em termos 
de desempenho das exportações brasileiras de proteína animal, 
considerados os períodos 2019 e 2020, a carne de suíno é a que 
obteve a maior variação positiva, seguida pela carne de bovino e 
pela carne de frango. 
I. Em termos de valor, em 2019, o Oriente Médio foi 
responsável pela compra de exatamente metade das compras de 
carne de frango realizadas pela China, pela Ásia exceto China e 
pela União Europeia somadas. 
II. A maior variação percentual negativa nas compras de carne 
de frango observada na tabela refere-se ao Oriente Médio, 
apresentando, entre 2019 e 2020, uma redução de 1.753 para 
1.372 milhões de dólares.É correto o que se afirma em 
 
Resposta Selecionada: a. 
I, apenas. 
 
 
• Pergunta 14 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto e o gráfico. 
Seca e fogo amplificam morte de árvores e emissões de CO2 na 
Amazônia 
Elton Alisson, Agência FAPESP – 20/07/2021 
As secas extremas estão se tornando cada vez mais frequentes e intensas 
devido às mudanças climáticas, o que pode ter grandes impactos na 
Amazônia. Entre o final de 2015 e o início de 2016, durante o verão, o 
bioma foi atingido por uma grande estiagem e incêndios florestais 
associados ao El Niño. Os efeitos do evento climático duraram pelos três 
anos posteriores, resultando, até 2018, na morte de 3 bilhões de árvores 
e na emissão de 495 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) – 
superior à média anual do desmatamento em toda a Amazônia brasileira. 
(...) Em circunstâncias normais, por causa dos altos níveis de umidade, a 
floresta amazônica não queima. No entanto, a seca extrema torna a 
floresta temporariamente inflamável. Dessa forma, o fogo utilizado para 
queimar a floresta derrubada em uma área desmatada ou para auxiliar 
na limpeza de um pasto pode escapar do controle e se dispersar pela 
floresta, provocando grandes incêndios florestais. 
(...) A perda de árvores foi muito pior nas florestas secundárias e em 
outras florestas afetadas pela intervenção humana. As árvores com 
 
menor densidade de madeira e cascas mais finas foram mais propensas 
a morrer com a seca e os incêndios. Essas árvores menores são mais 
comuns em florestas afetadas pelo homem. 
(...) As emissões de CO2 das florestas queimadas por incêndios florestais 
foram quase seis vezes maiores do que as florestas afetadas apenas pela 
seca. 
(...) Após três anos, apenas cerca de um terço (37%) das emissões foi 
reabsorvido pelo crescimento das plantas na floresta. 
Disponível em <https://agencia.fapesp.br/seca-e-fogo-amplificam-morte-de-arvores-e-emissoes-de-co2--na-
amazonia/36372/>. Acesso em 14 ago. 2021 (com adaptações). 
 
Desmatamento da Amazônia dispara de novo em 2020 
Herton Escobar – 07.08.2020 
 
 
 
 . O texto afirma que o principal causador dos incêndios na 
floresta Amazônica em 2020 foi a seca decorrente das mudanças 
climáticas do fenômeno El Niño. 
I. Embora as emissões de CO2 a partir do ano de 2015 
estejam associadas ao fenômeno El Niño, danos ambientais 
também são provocados por intervenção humana na floresta 
Amazônica. 
II. O gráfico mostra que a taxa de desmatamento na Amazônia 
em 2019/2020 aumentou mais de 50% em comparação com o 
mesmo período do ano anterior. 
É correto o que se afirma somente em 
Resposta Selecionada: d. 
II. 
 
 
• Pergunta 15 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia as informações a seguir. 
 
 
Ética 
Substantivo feminino 
1. parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que 
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, 
refletindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, 
prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. 
2. conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um 
indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. 
Disponível em <https://www.abecbrasil.org.br/eventos/meeting_2019/palestras/segunda/rui.pdf>. Acesso 
em 27 set. 2021. 
 
 
Com base na leitura, assinale a alternativa correta. 
Resposta 
Selecionada: 
e. 
A imagem circular representa melhor a ética ambiental porque 
considera o ser humano no mesmo nível dos demais seres, mostrando 
que somos parte do meio ambiente e merecemos respeito tanto quanto 
qualquer ser vivo. 
 
 
• Pergunta 16 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Na chamada “black friday”, é comum vermos anúncios como o mostrado 
na figura a seguir. 
 
 
 
Com base nessa situação, avalie as asserções e a relação proposta entre 
elas. 
I. Se o cliente comprar a segunda unidade de um produto que custe 
R$300,00, pagará o equivalente a R$225,00 por unidade. 
PORQUE 
II. O cliente terá 50% de desconto no valor total a ser pago. 
Assinale a alternativa correta. 
 
Resposta Selecionada: c. 
A asserção I é verdadeira, e a asserção II é falsa. 
 
 
• Pergunta 17 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o poema. 
Porta do armário aberta 
Marina Colassanti 
Abro a porta do armário 
como abro um diário, 
a minha vida ali 
dependurada 
meu frusto cotidiano 
sem segredos 
intimidade exposta 
que os botões não defendem 
nem se veda nos bolsos, 
espelho mais real que todo espelho 
entregando à devassa 
as medidas do corpo. 
Armário 
tabernáculo do quarto 
que abro de manhã 
como à janela 
para sagrar o ritual do dia. 
Sala de Barba Azul 
 
coalhada de pingentes 
longas saias e véus 
emaranhados sem que sangue goteje. 
Corpos decapitados 
ausentes minhas mãos 
dos murchos braços. 
Do armário minhas roupas 
me perseguem 
como baú de herança ou 
maldição. 
Peles minhas pendentes 
em repouso 
silenciosas guardiãs 
dos meus perfumes 
tessituras de mim 
mais delicadas 
que a luz desbota 
que o tempo gasta 
que a traça rói 
ainda assim durarão nos seus cabides 
muito mais do que eu sobre meus ossos. 
Nenhuma levarei. 
Irei despida 
deixando atrás de mim 
a porta aberta. 
COLASSANTI, Marina. Rota de colisão. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 . O objetivo do poema é questionar a necessidade de substituição 
das roupas no guarda-roupa de acordo com os ditames da moda. 
I. Metaforicamente, o poema tem por objetivo revelar, por meio do 
armário e de suas roupas penduradas, a perda de um amor. 
II. A questão central do poema é o ressentimento da mulher pelo fato 
de que suas roupas estão desbotadas e roídas pelas traças. 
III. A poetisa compara o armário a um diário: as roupas penduradas 
revelam aspectos da sua vida. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: d. 
IV. 
 
 
• Pergunta 18 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia os textos 1 e 2 e avalie as afirmativas. 
 
Texto 1 
A fome é exclusão da terra, da renda, do emprego, do salário, da 
educação, da economia, da vida e da cidadania. Quando uma pessoa 
 
chega a não ter o que comer é porque tudo o mais já lhe foi negado. É 
uma espécie de cerceamento moderno ou de exílio. O exílio da Terra. 
Mas a alma é política. 
A história do Brasil pode ser contada de vários modos e sob vários 
ângulos, mas, para a maioria, ela é, na verdade, a história da indústria 
da fome e da miséria. Um modo perverso de dividir o mundo em dois, 
produzindo um gigantesco apartheid. 
SOUZA, Herbert. A alma da fome é política. IN MEDINA, C.; GRECO, M. (Orgs). Saber plural. São Paulo: 
ECA/USP/CNPq, 1994. 
 
Texto 2 
No Brasil, 84,9 milhões de pessoas estão com fome ou em 
insegurança alimentar. Número corresponde a 41% da 
população. Na Venezuela, são 33% no patamar da insegurança, 
segundo dados do Programa Mundial de Alimentos da ONU 
Agência O Globo|Brasil Econômico - 19/08/2021 
 
 
Cerca de 41% da população brasileira, ou 84,9 milhões de pessoas, 
convivem com fome ou com algum grau de insegurança alimentar. Os 
números são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada 
nesta quinta-feira pelo IBGE, e compreendem o período entre 2017 e 
2018. Para colocar em perspectiva, na Venezuela essa realidade assola 
um terço na população, segundo dados do Programa Mundial de 
Alimentos da ONU (Organização das Nações Unidas). 
Dessa parcela brasileira, 27% vivem com insegurança alimentar leve, 
quando há preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no 
futuro, além de perda na qualidade dos alimentos, a fim de não 
comprometer a quantidade de alimentação consumida. 
Já a população residente em domicílios com insegurança alimentar 
moderada ou grave, em que a qualidade e a quantidade desejadas em 
relação aos alimentos já estavam comprometidas, o percentual é de 
13,9%. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no 
domicílio. 
Como os dados são anteriores ao período da pandemia, a tendência é 
que a dificuldade paragarantir alimentação de qualidade e quantidade 
(segurança alimentar) esteja ainda maior. 
Isso porque o desemprego bateu recorde, e o país se recupera 
lentamente da sua pior recessão. Apesar da manutenção do auxílio 
emergencial às famílias, o valor menor do programa neste ano frente 
ao avanço da inflação não reduz o difícil acesso à compra de itens 
básicos, como alimentos, sobretudo pelos mais pobres. 
Disponível em <https://economia.ig.com.br/2021-08-19/fome-inseguranca-alimentar-no-brasil.html>. Acesso 
em 13 set. 2021. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 . De acordo com o texto 1, a fome é a condição dos exilados 
políticos, daqueles que deixam sua terra. 
I. Os dois textos apontam que a fome é um problema presente na 
realidade brasileira: o texto 1 culpa a indústria pela desigualdade, 
e o texto 2 aponta os efeitos da pandemia na falta de segurança 
alimentar. 
II. Segundo o texto 1, a fome é um estágio daqueles que já foram 
destituídos de seus direitos básicos. 
É correto o que se afirma 
Resposta Selecionada: e. 
III, apenas. 
 
 
• Pergunta 19 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o trecho a seguir, extraído do Atlas da Violência 2020, uma 
publicação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 
Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da 
Saúde (SIM/MS), houve 57.956 homicídios no Brasil em 2018, o que 
corresponde a uma taxa de 27,8 mortes por 100 mil habitantes – o menor 
nível de homicídios em quatro anos. Essa queda no número de casos 
remete ao patamar dos anos entre 2008 e 2013, em que ocorreram entre 
50 mil e 58 mil homicídios anuais. 
O gráfico abaixo mostra que a diminuição das taxas de homicídio 
aconteceu em todas as regiões, com maior intensidade no Nordeste. 
Desde 2016, esse índice de violência vinha diminuindo nas regiões 
Sudeste, Centro-Oeste e Sul. No gráfico, chama a atenção a reversão da 
tendência de aumento das mortes no Norte e Nordeste e o aumento da 
velocidade de queda no Sul e Sudeste. 
 
 
Diante do quadro da redução, em 12%, das taxas de homicídio no país, 
entre 2017 e 2018, que passou de 31,6 para 27,8 por 100 mil habitantes, 
fica a pergunta: quais fatores poderiam explicar essa notável diminuição? 
Trata-se de alguma mudança institucional súbita ocorrida a partir de 
2017? Ou a redução das mortes violentas, nesse ano, pode ser explicada 
pela própria dinâmica da criminalidade que já vinha se desenrolando nos 
anos anteriores? 
De outro modo, no Atlas da Violência 2019, já havíamos chamado a 
atenção para a tendência de queda de homicídios que abrangia 
gradualmente cada vez mais Unidades da Federação (UFs), nos dez anos 
anteriores a 2017. Naquele documento, apontamos as principais razões 
que estariam influenciando a queda dos homicídios pelo país afora até 
2017, a saber: i) a mudança no regime demográfico, que fez diminuir 
substancialmente, na última década, a proporção de jovens na 
população; ii) o Estatuto do Desarmamento, que freou a escalada de 
mortes no Brasil e que serviu de mecanismo importante para a redução 
de homicídios em alguns estados, como São Paulo, que focaram 
fortemente na retirada de armas de fogo das ruas; e iii) políticas 
 
estaduais de segurança, que imprimiram maior efetividade à prevenção 
e ao controle da criminalidade violenta em alguns estados. 
Destacamos ainda, no Atlas da Violência 2019, que um quarto fator que 
conspirou a favor do aumento dos homicídios, entre 2016 e 2017, em 
alguns estados, sobretudo do Norte e do Nordeste, foi a guerra 
desencadeada entre as duas maiores facções penais no Brasil (Primeiro 
Comando da Capital – PCC e Comando Vermelho – CV) e seus parceiros 
locais, que eclodiu em meados de 2016, gerando número recorde de 
mortes no Acre, Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do 
Norte. 
Ocorre que uma guerra custosa, imprevisível e duradoura, sem um 
contendor com vantagens ou supremacia clara, é inviável 
economicamente. Depois de cerca de um ano e meio das escaramuças 
em alta intensidade – no eixo do tráfico internacional de drogas, nas rotas 
do alto do Juruá, Solimões e nos estados nordestinos –, em que membros 
das duas maiores facções penais se matavam mutuamente, a intensidade 
dos conflitos diminuiu. O movimento das guerras de facções em 2016 e 
2017 e o subsequente armistício, velado ou não, a partir de 2018, 
explicariam por que os supramencionados estados do Norte e Nordeste 
foram aqueles com maiores aumentos nas taxas de homicídio, em 2017, 
e maiores quedas em 2018. 
Para finalizar, acreditamos que um quinto fator que pode ter contribuído 
para a redução substancial dos homicídios, em 2018, diz respeito à piora 
substancial na qualidade dos dados de mortalidade, em que o total de 
mortes violentas com causa indeterminada (MVCI) aumentou 25,6%, em 
relação a 2017, fazendo com que tenham permanecido ocultos muitos 
homicídios. Em 2018, foram registradas 2.511 MVCI a mais, em relação 
ao ano anterior, fazendo com que o ano de 2018 figurasse como 
recordista nesse indicador, com 12.310 mortes cujas vítimas foram 
sepultadas na cova rasa das estatísticas, sem que o Estado fosse 
competente para dizer a causa do óbito, ou simplesmente responder: 
morreu por quê? 
Disponível em <https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/3519-
atlasdaviolencia2020completo.pdf>. Acesso em 10 ago. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura e em seus conhecimentos, avalie as afirmativas. 
 . Em 2017, o número de homicídios na região Norte foi maior 
do que o número de homicídios da região Sudeste. 
I. Entre 2013 e 2018, todas as regiões apresentam tendência 
de queda da taxa de homicídios. 
II. O texto sugere que o súbito aumento da taxa de homicídio 
entre 2016 e 2017 nas regiões Norte e Nordeste pode ser 
explicado por conflitos entre facções criminosas, que cessaram em 
2018. 
III. A população brasileira em 2018 era maior do que 208 
milhões de habitantes. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: c. 
III e IV. 
 
 
• Pergunta 20 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia os textos 1 e 2. 
 
Texto 1 
Com -2,3ºC no extremo sul, cidade de São Paulo registra menor 
temperatura em uma região em 17 anos 
Bairros mais gelados, segundo o CGE, foram Marsilac e Capela 
do Socorro, no Extremo Sul. Temperatura média na cidade foi 
de 5,4ºC. Foram 224 pessoas acolhidas das ruas da cidade na 
madrugada desta terça (20) por causa do frio, segundo a 
prefeitura. 
Por G1 SP – 20.07.2021. 
A cidade de São Paulo registrou nesta terça-feira (20) a temperatura mais 
baixa em uma região da cidade desde 2004, quando o Centro de 
Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura, começou a coletar 
os dados. 
Em Engenheiro Marsilac, no extremo Sul, os termômetros chegaram a -
2,3ºC nesta madrugada. Capela do Socorro, na Zona Sul, também teve 
temperatura negativa, e a estação meteorológica do CGE marcou -1,3ºC. 
Essas temperaturas não fazem parte do recorde da cidade como um todo, 
que é feito a partir de uma média de todas as 29 estações 
meteorológicas. Em todo o município, a rede de estações meteorológicas 
do CGE da Prefeitura de São Paulo registrou a média de 5,4ºC nesta 
terça, disse o órgão. 
Disponível em <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/20/cge-registra-frio-intenso-e-com-
temperaturas-negativas-em-sao-paulo.ghtml>. Acesso em 02 ago. 2021 (com adaptações). 
 
Texto 2 
Treze moradores de rua morreram de frio apenas neste ano na 
cidade de SP, diz movimento 
Movimento Estadual da População em Situação de Rua pede 
por políticas públicas mais eficazes para essa parcela da 
população. Prefeitura de São Paulo nega que hipotermia tenha 
sido causa das mortes registradas das pessoas em situação de 
rua 
Moniele Nogueira, SP1 e G1SP – 19.07.2021 
O Movimento Estadual da População em Situação de Rua afirma que 13 
pessoas já morreram vítimas do frio nas ruas da capital paulista somente 
neste ano. 
O último caso ocorreu nos arredores do Terminal Parque Dom Pedro II, no 
Centroda capital, nesta segunda-feira (19). O corpo de um homem, de 
aproximadamente 60 anos, foi encontrado por pessoas que passavam na 
região, em torno das 5h, e acionaram o Samu. Assim que chegaram ao 
local, os socorristas registraram o óbito da vítima. A ocorrência foi 
registrada no 1º Distrito Policial da Sé. 
 
Segundo a Polícia Militar, só a perícia poderá atestar o motivo da morte, 
mas a principal hipótese é que o homem tenha sofrido problemas 
relacionados ao frio, já que a cidade de São Paulo enfrentou uma 
madrugada de temperaturas muito baixas. 
A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da capital, Berenice 
Giannella, diz que o número de óbitos de moradores em situação de rua 
está incorreto e nega que hipotermia, ou seja, a queda excessiva da 
temperatura corporal, tenha sido a causa das mortes registradas. 
"O que a gente teve foi há três semanas, foram três mortes. Uma foi 
homicídio, e as outras duas ainda estão sob investigação. Nós não 
sabemos se foi em decorrência do frio ainda", disse Giannella. "Esta noite 
também tivemos essa morte, e a pessoa não foi identificada ainda, não 
sabemos se foi em decorrência do frio ou não, estamos aguardando o 
IML". 
Disponível em <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/19/13-moradores-de-rua-foram-
vitimas-fatais-do-frio-apenas-neste-ano-na-cidade-de-sp-diz-movimento.ghtml>. Acesso em 22 set. 2021. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 . Se, no dia 20 de julho de 2021, a menor temperatura 
registrada pelo CGE foi de -2,3ºC e a média foi de 5,4ºC, então, é 
possível afirmar que a máxima temperatura registrada por uma 
das estações do CGE foi de 13,1ºC. 
I. A onda de frio em São Paulo provocou mortes de dezenas 
de moradores de rua, mesmo com as políticas públicas 
consideradas suficientemente eficazes pelo Movimento Estadual 
da População em Situação de Rua. 
II. No momento da redação da notícia, a hipótese de a morte 
do homem nos arredores do Terminal Parque Dom Pedro II ter 
sido provocada por hipotermia ainda não havia sido confirmada. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: e. 
III, apenas. 
 
 
Segunda-feira, 25 de Outubro de 2021 08h54min58s GMT-03:00

Continue navegando