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10
FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA
CICERA MARIA DOS SANTOS DE OLIVEIRA
A IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRICANA NO BRASIL
JI-PARANA – RO
	2021
A IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRICANA NO BRASIL
Cícera Maria dos Santos de Oliveira[footnoteRef:1] [1: ciceraluizyasmin@gmail.com ] 
Declaro que sou autor (a)1 deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo abordagem sobre o tema que envolve a culturalidade africana dentro do território brasileiro, onde ocorre o choque de culturas, as quais a cultura africana acaba por ser fundamental para surgimento de novas culturas e culturas mistas no Brasil. Pois, esse choque de culturas se deu pela escravização de povos africanos que acabaram por serem transportados e utilizados como escravos por senhores no território brasileiro, desta forma, o intuito deste contexto é sobre os tipos de cultura que foram essenciais para a formação da cultura brasileira, sendo de grande importância para formação de novas e os costumes que foram adaptados no jeito brasileiro provendo dos povos africanos. Assim, nota se a importância que culturalidade africana tem sobre os costumes e tradições dos povos brasileiros, pelos quais tem papel fundamental para desenvolvimento de cada uma, analisando a forma como os povos africanos praticam sua cultura e como essa forma de cultura acabou por ser aderida pelos costumes e tradições dentro do Brasil, pelo qual sendo atingindo desde os primeiros contatos dos povos africanos ao chegarem nos navios negreiros ao território brasileiro.
Palavras-chave: Cultura. Africanos. Brasileiros. Tradições.
INTRODUÇÃO
Conhecer sobre a diversidade cultural é essencial para obter conhecimento de como essas culturas surgiram e afetaram a vida das pessoas de determinada região ou pais. Desta forma, analisar sobre os povos que compõem a difusão da culturalidade possibilita conhecer as tradições e a forma como viviam, ocasiões estas que propiciaram para influência de determinada cultura em outros países. 
Com isso será abordado no decorrer deste contexto, sobre a forma como a cultura africana acabou por influenciar e se difundir com a cultura brasileira, pela qual ocasionou novas introduções e tradições dos africanos aos brasileiros, se efetuando a cultura afro-brasileira. Ao qual no Brasil, são praticadas tradições, costumes e a culturalidade africana de forma geral, pelo povo brasileiro, enriquecendo cada vez mais essa diversidade cultural no território brasileiro.
Essa mistura de culturas se derivou através da implantação forçada de povos africanos no Brasil, onde foram trazidos pelo tráfico negreiro e vendidos como escravos para trabalharem em grandes fazendas. Isso acabou possibilitando que mesmo longe de sua terra nativa, os africanos se reuniam e praticavam suas tradições, sua cultura e costumes, possibilitando que aos poucos isso acabasse por ser introduzido na cultura brasileira, sendo que a cultura africana foi essencial para surgimento de uma rica culturalidade no Brasil.
Assim, o objetivo deste artigo é abordar sobre a importância que a cultura africana teve e ainda tem sobre a cultura brasileira, como essa culturalidade afeta de forma positiva no surgimento da cultura afro-brasileira. Abordar sobre a chegada dos povos africanos no Brasil. Analisar as formas de difusão de culturas. Discorrer sobre a cultura africana e sua repercussão no território brasileiro.
Estar realizando abordagem sobre a importância que a cultura africana tem sobre o Brasil, se torna algo essencial para conhecer sobre o surgimento de muitas tradições que são praticadas pelos brasileiros em diversos territórios brasileiros, identificar e conhecer possibilita valorização da sociedade para com os povos africanos, onde nos permitiram ampliar e introduzir novos métodos de cultura, tradições, costumes e acaba por enriquecer o Brasil, que apesar de terem chegado de uma forma desumana, sendo escravizados e forçados a abandonarem sua terra natal e não sendo considerados como seres humanos, mas apenas como seres que estavam ali apenas para obedecer sem questionar e trabalhar, sem valorização ou reconhecimento. Que estes povos foram de extrema importância para difusão e surgimento de novas culturas, que marcam e são praticadas até os dias de hoje no cotidiano de muitos estados e povos brasileiros.
Para realização deste artigo, será realizada uma pesquisa estritamente bibliográfica, buscando por autores que retratem sobre o tema abordado neste contexto, analisando o ponto de vista de cada autor e sua defesa, optando por revisão bibliográfica.
1 DESENVOLVIMENTO
É fundamental saber as origens das tradições e culturas que um povo possui, isso acaba por fortificar os laços de práticas essas culturas e reconhecer como ela surgiu faz parte da história de uma sociedade em geral. Desta forma, conhecer sobre como os povos que influenciaram para a introdução de uma nova cultura, acaba por se tornar um processo essencial para que a população além de usufruir da culturalidade, saiba o início da história e possa demonstrar seu respeito por outros países e pelos fatores que fizeram com que outros povos tenham adentrado ao território brasileiro e como veio a surgir essa mistura de culturas, neste caso relação da cultura afro-brasileira, onde no decorrer deste contexto será abordado sobre a importância que os povos africanos tiveram para a cultura e seu desenvolvimento no Brasil, desde sua chegada.
1.1 Povos africanos e sua cultura
A indícios arqueológicos que apontam que a história da humanidade se iniciou no território africana e logo depois acabou por se espalhar pelo resto dos demais continentes, isso para a história da África é um fator de extrema importância que acaba por influenciar na sua contribuição para a história do surgimento e da evolução da humanidade. Com isso nota se que a África proporciona diversas formas de contribuição para os continentes ao redor do mundo, principalmente para os brasileiros, que acabaram por ter contato com esses povos, presenciando sua forma de viver, tradições, culturas, etc.
Dentre as culturas africanas pode se encontrar na organização política, onde povos africanos poderiam ser nômades, que buscavam local apropriado para se instalar e prosperar, também tendo tribos ao qual o chefe era determinado pelos deuses, religião eram vistas como bruxarias ou feitiçarias, as roupas eram fabricadas por manufatura, traçadas e pintadas, assim como a pele. Danças e comidas típicas também considerados como forte tradição destes povos. (BUNDE). Percebe se que povos africanos detinham uma riqueza em sua cultura, em suas pinturas, roupas, construção de máscaras para realizarem cerimonias de rituais, construção de ferragens para plantar e colher, caçar. Danças corpóreas sinuantes e comidas fortes em seu tempero. (BEZERRA, 2020). Cultura esta que acabou por ser marcante para influenciar povos de outros países, sendo praticada até os dias de hoje.
Pois, o continente africano em seu período pré-colonial e antes da chegada dos europeus possuía reinos que detinham muitas riquezas, na Antiguidade tinha Império de Cartago e do Egito, na Idade Média Império de Mali e de Etiópia, também era efetuada trocas comerciais com países europeus. Lembrando que a África era dividida entre África do Norte: Egito antigo e Império Cartaginês. África Oriental: Império de Gana que fazia comércios utilizando ourocom outros povos, séculos 8 a 11. Império de Mali, entre séculos 13 à 18, império imensamente rico que obtinha sal, ouro, especiais, prata, etc. África Ocidental: entre 1270 a 1975. Sul da África: Reino do Congo – 1390 – 1914, etc. (BEZERRA, 2019).
[...] Até o século XIX a intervenção européia esteve presente apenas no litoral do continente africano, com uma exploração especialmente marcada pelo trafico negreiro que acontecia no Oceano Atlântico. Mas com a ascensão de outras potências européias acirrou a corrida pelo domínio do continente e ampliou a exploração, adentrando no território. A entrada de novos países europeus no cenário de dominação do continente africano causou uma imensa fragmentação das comunidades e das culturas nativas, a exploração passou a ser guiada pelos interesses ligados às riquezas naturais – como ouro, cobre e diamantes – e pelas estratégicas regiões localizadas próximas ao Mar Mediterrâneo visando os privilégios no comércio marítimo. (JUNIOR).
No entanto, deve se atentar que as diversas riquezas que a África possuía, se tornaria atrativa para os demais continentes ao redor que já estavam em busca de riquezas utilizando as navegações, como Portugal, Espanha, França, etc., estes outros países atraídos pelas riquezas africanas acabaram por invadir o continente africano e tomar a força e na dominação essas riquezas que os africanos possuíam.
[...] Os povos europeus tinham grande supremacia no processo de conquista imperialista no continente africano. A capacidade de tais países, pelo crescimento conquistado ao longo dos séculos com base na exploração, era inegável e oferecia condições de enfrentamento com grande poderio. As comunidades africanas, contudo, não deixaram de enfrentar os europeus, é bem verdade que a derrota era quase inevitável, mas o processo de dominação imperialista na África não foi tão fácil quanto se pode parecer. Já entre os países europeus, as disputas por territórios imperialistas no continente africano, onde se pudesse explorar as riquezas e estabelecer a influência ideológica, também foram motivo de atritos. As tensões entre as novas potências européias foram crescendo gradativamente, em simultaneidade com a intensificação do processo de dominação. O ambiente se tornou tão instável que a corrida pela conquista do continente africano e também do asiático foi um dos motivos para a eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial em 1914. (JUNIOR).
Através destas invasões em busca de riquezas, continentes estrangeiros acabaram por usufruir das riquezas africanas e consequentemente acabaram por escravizar e vender esses povos como mercadoria, ao qual através deste tráfico negreiro, passando por dias de fome, sofrimento, acorrentados em navios negreiros, que os povos africanos chegaram ao Brasil.
1.2 Povos africanos no território brasileiro
Desde os primeiros povos africanos, nota se que sua riqueza em cultura e tradições são marcantes e perpetuam até os dias atuais, não somente marcado a vida dos africanos, mas de outras nações que tiveram contato com essa população, podendo trocar as culturas e aderir algumas, assim como ocorreu entre contato com os africanos e os brasileiros. No entanto, vale lembrar a forma como esse contato foi imposto, sendo efetivado no período colonial, ao qual países europeus como França, Portugal, Espanha, etc., estavam investindo em conquistar e colonizar novos territórios e em busca de riquezas, sendo que uma destas riquezas também era a escravização dos povos colonizados.
E foi através da venda de escravos que os africanos chegaram ao território brasileiro, chegando nos navios negreiros, passando dias de fome, doenças e até muitos morriam.
[...] Os primeiros africanos começaram a chegar no Brasil na década de 1550 e foram trazidos por meio do tráfico negreiro, negócio que fez fortunas ao longo de três séculos. Os portugueses tinham feitorias instaladas na costa africana, desde o século XV, e, desde então, mantinham relações comerciais com reinos africanos, dos quais incluía a compra de escravos. A medida que a colonização do Brasil se desenvolveu, a necessidade por trabalhadores era tão grande que fez que esse comércio prosperasse em larga escala. O sucesso do tráfico negreiro está relacionado, dessa forma, com a necessidade da colônia por trabalhadores e esse negócio foi altamente lucrativo para os traficantes, assim como para a Coroa. Ao longo dos 300 anos de existência do tráfico negreiro, cerca de 4,8 milhões de africanos|4| foram trazidos para o Brasil, o que significa que nosso país foi o que mais recebeu africanos para serem escravizados ao longo de três séculos em todo o continente americano. O trabalho dos escravos africanos, a princípio, foi utilizado para atender as demandas da produção de açúcar nos engenhos. A vida de um escravo era dura e era marcada pela violência dos senhores e das autoridades coloniais. A jornada diária de trabalho poderia se estender por até 20 horas por dia e o trabalho no engenho era mais pesado e perigoso que trabalhar nas plantações. (SILVA).
Os africanos eram submetidos a ficarem longe de sua terra natal e de sua família, forçados a trabalhar em serviços pesados e a servir seus senhores, vendidos para quem pagasse mais, sofriam apanhando se não fizerem trabalho direito e se tentassem fugir o tratamento era punições severas. 
[...] Eles eram capturados nas terras onde viviam na África e trazidos à força para a América, em grandes navios, em condições miseráveis e desumanas. Muitos morriam durante a viagem através do oceano Atlântico, vítimas de doenças, de maus tratos e da fome. Os escravos que sobreviviam à travessia, ao chegar ao Brasil, eram logo separados do seu grupo lingüístico e cultural africano e misturados com outros de tribos diversas para que não pudessem se comunicar. Seu papel de agora em diante seria servir de mão-de-obra para seus senhores, fazendo tudo o que lhes ordenassem, sob pena de castigos violentos. Além de terem sido trazidos de sua terra natal, de não terem nenhum direito, os escravos tinham que conviver com a violência e a humilhação em seu dia-a-dia. A minoria branca, a classe dominante socialmente, justificava essa condição através de idéias religiosas e racistas que afirmavam a sua superioridade e os seus privilégios. As diferenças étnicas funcionavam como barreiras sociais. (GARAEIS, 2012).
A escravidão tornou se um mercado promissor para senhores escravistas, aos quais buscavam enriquecer através da compra e venda de africanos, onde quanto mais africanos desembarcavam no território brasileiro, maior a fundição de culturas estava sendo.
[...] O escravo tornou-se a mão-de-obra fundamental nas plantações de cana-de-açúcar, de tabaco e de algodão, nos engenhos, e mais tarde, nas vilas e cidades, nas minas e nas fazendas de gado. Além de mão-de-obra, o escravo representava riqueza: era uma mercadoria, que, em caso de necessidade, podia ser vendida, alugada, doada e leiloada. O escravo era visto na sociedade colonial também como símbolo do poder e do prestígio dos senhores, cuja importância social era avalizada pelo número de escravos que possuíam. A escravidão negra foi implantada durante o século XVII e se intensificou entre os anos de 1700 e 1822, sobretudo pelo grande crescimento do tráfico negreiro. O comércio de escravos entre a África e o Brasil tornou-se um negócio muito lucrativo. O apogeu do afluxo de escravos negros pode ser situado entre 1701 e 1810, quando 1.891.400 africanos foram desembarcados nos portos coloniais. Nem mesmo com a independência política do Brasil, em 1822, e com a adoção das idéias liberais pelas classes dominantes o tráfico de escravos e a escravidão foram abalados. Neste momento, os senhores só pensavam em se libertar do domínio português que os impedia de expandir livremente seus negócios. Ainda era interessante para eles preservar as estruturas sociais, políticas e econômicas vigentes. (GARAEIS, 2012).
Com os efeitos da escravização e da forma como o africano era tratado pelo seu senhor, não como um ser humano, mas sim comouma mercadoria, fez com que escravos africanos pudessem se agrupar no chamado quilombo, onde escravos fugidos se refugiavam em pequenas comunidades para se protegerem, firmarem novamente seus laços tradicionais com outros africanos, para lutarem por condições de vida melhor e agregar quantos escravos fugidos pudessem. Essa escravidão durou mais de 100 anos, nestes anos de sofrimento a cultura africana pode se dissolver entre os brasileiros, assim como envolvimento de relação sexual entre africanos e brasileiros, resultando em filhos mestiços, mulatos, pardos, etc.
1.3 Cultura afro-brasileira
Os africanos chegaram ao território brasileiro através da cobiça de outras nações, aos quais descobriram que com a escravização de pessoas menos favorecidas conseguiriam riquezas, apesar da escravização de diversos povos terem ocorrido de forma desumana, essa implantação dos africanos forçada no Brasil acabou por resultar na introdução africana, sendo uma cultura essencial para a formação da cultura afro-brasileira.
A cultura afro-brasileira remonta ao período colonial, quando o tráfico transatlântico de escravos forçou milhões africanos a virem para o Brasil. Assim, foi formada a maior população de origem africana fora da África. Esta cultura está marcada por sua relação com outras referências culturais, sobretudo indígena e europeia a qual está em constante desenvolvimento no Brasil. [...] Uma das principais características da cultura afro-brasileira é que não há homogeneidade cultural em todo território nacional. A origem distinta dos africanos trazidos ao Brasil forçou-os a apropriações e adaptações para que suas práticas e representações culturais sobrevivessem. Assim, é comum encontrarmos a herança cultural africana representada em novas práticas culturais. (DIANA, 2020).
A escravização dos povos africanos permitiu não somente a utilização da mão de obra exploratória, mas esse povo trouxe consigo uma cultura rica e viva, ao qual para não perder suas tradições, buscavam praticar através de danças, comidas, cantos, etc., isso permitiu que essas tradições africanas fossem inseridas nas tradições e costumes brasileiros.
[...] Ao chegarem ao Brasil, os africanos passaram a conviver com diversos grupos, povos e raças. Com essas relações sociais, para garantir sobrevivência, se formaram relações intergrupais, construindo espaços e recriando uma cultura que foi deixada para traz, após a saída da África. Com todo esse processo, os negros foram deixando marcas que influenciam na vida cotidiana dos brasileiros, até a atualidade. Influências essas que ocorrem na religião, na música, na culinária, no idioma. Ao mesmo tempo, a cultura africana contribuiu positivamente à sociedade brasileira, construindo o que chamamos de identidade cultural. (MACIEL, 2017. p. 3-4).
Além desta grande influência para formação da identidade cultural, africanos também contribuíram para novas introduções em outras áreas brasileiras.
[...] No campo da religião, há um grande mito sobre a forma que os africanos influenciaram a religiosidade e a maneira como cultuam seus deuses. Algumas religiões mais conhecidas são o islamismo, o calundu, o candomblé e a umbanda (originalmente brasileira). O islamismo chegou ao Brasil com os negros no século XIX. Os africanos islâmicos eram conhecidos por malês e utilizavam como símbolos de sua religião os amuletos com orações, com o objetivo de lhes proteger do mal. O calundu veio entre os séculos XVII e XVIII; era representado pela prática do curandeirismo e o uso de ervas; essas práticas, por suas características, foram ameaçadas pelas autoridades locais. O candomblé, que teve seu início, no Brasil, no século XIX, se resume à prática de oferendas aos ancestrais, os chamados orixás e voduns; existem várias nações do candomblé, representadas pelas nações africanas que influenciaram a criação de outra religião, a umbanda, que além de características africanas, também tem suas raízes no catolicismo e no espiritismo. (MACIEL, 2017. p. 4).
Por causa da escravidão os africanos tinham o espaço que poderiam ocupar reduzido, assim após as intensas jornadas diárias de trabalho se reuniam em rodas para realizarem suas tradições, de danças, comidas, capoeira, entre outros.
[...] Além da religião, o africano trouxe também uma grande referência para a nossa música; os famosos batuques aconteciam em praças públicas, geralmente aos domingos, que era o dia em que os escravos tinham folga; então, juntavam os escravos, os libertos, os crioulos (mistura de negro com branco), faziam uma grande roda e dançavam, usando tambores e palmas. A partir disso, foi criado o semba, nosso conhecido samba. (MACIEL, 2017. p. 4).
Nota se que a cultura africana possibilitou que a cultura brasileira se inovasse e que ocorresse implantação de novas formas de cultura, isto partindo da cultura dos africanos, uma cultura rica em suas tradições que foram essenciais para a cultura brasileira. Após a abolição da escravidão os negros ou africanos tiveram dificuldades em serem aceitos e serem respeitados como seres humanos, no entanto, foi através de muitas lutas, resistências e persistências que conseguiram serem reconhecidos e valorizados. Sendo que a cultura que os africanos trouxeram para o território brasileiro são utilizados e praticados até os dias atuais, enriquecendo e valorizando cada vez mais a fusão entre as culturas brasileiras e africanas, onde se é praticado, admirado a história desse povo que apesar do sofrimento causado pela escravidão ainda continuavam a praticar suas tradições, que são praticadas no Brasil e perpetuam até os dias atuais.
2 CONCLUSÃO
Portanto, o presente trabalho buscou apresentar a importância que a cultura africana teve e ainda tem sobre a sociedade brasileira, a qual desde a chegada dos africanos ao território brasileiro de uma forma forçada e de sofrimento e torturas constantes, mesmo passando por tantas situações desfavorecidas e vistos apenas como mercadorias, africanos se reuniam para reviver suas tradições com danças, comidas, cantos, capoeira, adornos, entre outros. Isso acabava por de certa forma influenciar os brasileiros que tinham contato com os africanos e com passar do tempo essa influência africana acabou por ser utilizada para introdução de novos traços culturais no cotidiano dos brasileiros, enriquecendo a cultura no Brasil.
Desta forma, nota se como a cultura afro-brasileira é marcante no Brasil, pois até os dias atuais diversas tradições e costumes trazidos pelos primeiros africanos para o território brasileiro são realizados, seja através de danças, prática de esportes, comida, vestimentas, adornos, palavras adotadas pelo linguajar brasileiro, etc. Assim, deve se dar aos africanos sua devida importância, afinal a cultura que esse povo trouxe para o Brasil foi essencial para ampliação e mistura de cultura que fazem parte do cotidiano da população brasileira até dias atuais, chamado de cultura afro-brasileira.
3 REFERÊNCIAS
BEZERRA, Juliana. África pré-colonial. Toda Matéria. 2019. Disponível em África Pré-Colonial: o continente antes dos europeus - Toda Matéria (todamateria.com.br) Acesso 11 Jan. 2021.
BEZERRA, Juliana. Cultura africana. Toda Matéria. 2020. Disponível em Cultura Africana - Toda Matéria (todamateria.com.br) Acesso 11 Jan. 2021.
BUNDE, Mateus. Cultura africana. Todo Estudo. Disponível em Cultura Africana: tradições e costumes [resumo completo] (todoestudo.com.br) Acesso 11 Jan. 2021.
DIANA, Daniela. Principais características da cultura afro-brasileira. Toda Matéria. 2020. Disponível em Principais Características da Cultura Afro-Brasileira - Toda Matéria (todamateria.com.br) Acesso 18 Jan. 2021.
GARAEIS, Vítor Hugo. A história da escravidão negra no Brasil. Portal Geledés. 2012. Disponível em A História da Escravidão Negra no Brasil - Geledés (geledes.org.br) Acesso em 14 Jan. 2021.
JUNIOR, Antonio Gasparetto. Imperialismo na África. InfoEscola. Disponível em Imperialismo na África - História - InfoEscola Acesso 11 Jan. 2021. 
MACIEL, Jussara da Silva. História da culturaafro-brasileira e indígena. Revista Eletrônica dos Discentes da Faculdade Eça de Queirós. Ano 6. Nº 10. 2017. Disponível em 20171030120022.pdf (uniesp.edu.br) Acesso em 18 Jan. 2021.
SALLES, Jéssica Scheer. Primeiros povos da África. InfoEscola. Disponível em Primeiros povos da África - História - InfoEscola Acesso 11 jan. 2021.
SILVA, Daniel Neves. Escravidão no Brasil. Mundo da Educação. Disponível em Escravidão no Brasil: origem, causas, consequências, fim (uol.com.br) Acesso em 14 Jan. 2021.

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