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(
HERANÇAS DA CULTURA AFRICANA AFRICANA NA LITERATURA BRASILEIRA
)
 Gabriela Trajano Garcia¹ 
 Tutor Externo²
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo informar e estimular o interesse em relação à cultura brasileira e sua diversidade. Reconhecendo as diversas expressões culturais nas diferentes regiões do país. Originada por fatores históricos de cada região, sendo o dialeto uma de suas maiores formas de expressão, estendendo-se através da linguística, da política ou da literatura. Contudo, essa pluralidade é mais facilmente notada no dialeto, nas manifestações ideológicas e nos livros de romance. Partindo do pressuposto de que é possível apreender, a partir da literatura, a formação de estruturas de sentimento, argumento em torno da presença de dois momentos emblemáticos do entrecruzamento, atentando a seus efeitos nas construções de sentido da identidade nacional. O primeiro nos remete à luta anticolonial na África, a partir da década de 1940. Nessa fase, observa-se um fluxo da literatura brasileira em direção aos países de colonização portuguesa, no qual navegou a estrutura de sentimento da mestiçagem harmoniosa. O segundo momento nos remete ao fluxo no sentido África-Brasil, em que uma estrutura de sentimento afirmativa, amadurecida no período pós-independência das ex-colônias, passa a influenciar, já no século XXI, uma estrutura de sentimento emergente na sociedade brasileira, a estrutura de sentimento africanizante.
Palavras-chave: Identidade nacional. Literatura. África. Brasil.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é um país que possuí uma considerável extensão territorial, tendo em sua formação uma população estabelecida pela mistura de inúmeras nacionalidades oriundas da Europa e da África, que, por sua vez, misturou-se aos nativos que habitavam nas terras colonizadas. O povoamento do país ocorreu de forma desigual com regiões distantes e diferentes entre si. 
Existe no Brasil, uma série de tradições culturais, relações sociais e aspectos econômicos, políticos que permitem compreender e pensar sobre a construção da identidade e como esta se transforma em narrativa de experiências.
 No entanto, ao trabalhar a narrativa literária de forma interdisciplinar na perspectiva de compreender a História da África deve-se ter em mente o fato de que a obra literária mostra uma realidade que lhe é própria, ou seja, a sua realidade ficcional. Entretanto, através dela podemos compreender processos sociais e refletir sobre determinada estrutura social. 
A cultura, afro, inspira a cultura brasileira, pois é integrante desta, sua influência deixou um legado ao nosso povo. Estudos apontam que em torno da metade da população brasileira é negra ou parda, logo, descendente direta do povo negro. Por meio, da escravidão e com a quantidade numerosa de negros trazidos para o Brasil, a cultura já vivenciada na áfrica, foi trazida junto a eles.
Sob esse prisma, espera-se que nós possamos valorizar e reconhecer a importância da mesma na sociedade, notando como ela está presente no nosso dia a dia, tanto na arte, culinária, literatura, músicas, expressões linguísticas e arte.
 A partir do exposto, o trabalho procurou demonstrar como a cultura brasileira está intrinsecamente ligada a cultura africana, por meio, dessa relação temos uma sociedade multicultural e repleta de história.
1 Gabriela Trajano Gracia
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa
2. FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA (
O continente africano é dotado de uma enorme riqueza cultural, fator esse que se explica pela vasta diversidade de etnias presentes na África. Os povos do Oriente Médio e europeus também tiveram uma certa influência sobre a cultura africana ao longo da história. O contato com esses povos e a combinação de diversos fatores refer
e
ntes a colonização europeia e a diversidade étnica no próprio continente fez da África um continente pluricultural.
A formação da população brasileira caracterizou-se por meio da união de diversas nacionalidades tanto europeias quanto africanas, onde
 se 
misturaram
 
aos nativos que habitavam essas terras. O povoamento nesse período ocorreu de forma desigual em várias áreas. 
)
 (
A lembrança é, para a constituição da consciência histórica, por conseguinte, a relação determinante com a experiência do tempo. […] O passado é, então, como uma floresta para dentro da qual os homens, pela narrativa histórica, lançam seu clamor, a fim de compreenderem, mediante o que ecoa, o que lhes é presente sob forma de experiência do tempo (mais precisamente: o que mexe com eles) e poderem esperar e projetar um futuro com sentido. (RÜSEN, 2001, p. 62)
.
)
2.1 ESCRAVIDÃO AFRICANA NO BRASIL
No período pré-colonial, o trabalho existente foi a do escambo, ou seja troca de mercadorias sem precisar do uso de dinheiro., onde os indígenas trabalhavam com a exploração do pau-brasil. Posteriormente, com a ocupação sistemática do território e a implantação de um sistema econômico onde era necessário um grande número de trabalhadores braçais, viu-se a necessidade de adquirir força escrava. 
Implantada no Brasil na década de 1530 a escravidão teve seu fim no século XIX, quando em 1888 a Lei Áurea, proibiu o trabalho escravo. Ao longo da história imperial e colonial do Brasil, os grupos escravizados foram, primeiramente, os indígenas e, consecutivamente, os africanos. O primeiro grupo utilizado para essa forma de trabalho foram os indígenas, onde foram escravizados em alta escala, em todo o continente americano. A mão de obra indígena foi substituída pela africana, esse evento ocorreu por toda América. 
 (
Esta condição de desigualdade não é segredo para ninguém. Teve origem com a escravidão no período colonial (sécs. XVI-XIX). Naquele período, foi estruturada uma pirâmide social cuja a larga base foi alicerçada pela população escravizada negra e indígena. Para justificar a dominação, alimentou-se a idéia de superioridade branca diante das populações marginalizadas. Um longo processo no qual houve contato dos europeus com povos de aparência e hábitos diferentes fez com que aqueles prejulgassem sua cultura mais forte e civilizada. Os “novos povos” foram identificados pelos europeus com animais. (SOUZA, 2001, p.
 
41)
.
)
Na América Portuguesa, essa migração não foi semelhante, alguns locais específicos tiveram uma migração mais rápida comparada aos de mais.
Através do tráfico negreiro a migração para mão de obra escrava foi efetuada. Através dessa atividade obtinha-se escravos de regiões africanas, transportando-os para a América, a fim revendê-los. A substituição do trabalho indígena pelo africano está relacionada com a diminuição da disponibilidade dos indígenas. A grande lucratividade desse mercado fez do tráfico negreiro um grande negócio, foi responsável pelo desembarque de mais de 5 milhões de escravos africanos na América Portuguesa. Contudo, o valor pago por um escravo africano era de duas à três vezes maior que o de um indígena. A partir, do século XVII os escravos africanos tornaram-se a maioria na América Portuguesa.
Os principais agentes do tráfico de cativos na África eram chamados pombeiros: portugueses brancos, mulatos, negros livres ou escravos de confiança eram encarregados de levar os escravos do interior da África para a costa, a fim de serem comercializado pelos portugueses. [...] Para os cativos a viagem para a América portuguesa era o início de uma infernal epopeia, à qual poucos sobreviviam. Os navios, chamados tumbeiros (túmulos marítimos), transportavam de cem a quatrocentos cativos, acorrentados, dois a dois, nos porões, numa viagem que se estendia de trinta a sessenta dias. (KOK, 2012, p. 21).
2.2 ROTINA ESCRAVA
A rotina de vida dos escravos africanosera lamentável, a dignidade lhes foi tirada assim como a liberdade. O trabalho exaustivo, costumava chegar à 20 horas diárias, tendo como recompensa no final de um dia miserável, violência gratuita e rotineira.
Tendo como uma das formas de punição mais conhecidas os açoites eram frequentes e mortais, levando vários a morte. Muitos enfrentaram outras formas de morte como enforcamento, queimados vivos. Os atos desumanos motivaram a resistência dos escravos, que se revoltavam contra seus senhores. Muitos fugiram, formaram quilombos e continuaram praticando sua religião e cultura as escondidos.
 2.3 ALIMENTAÇÃO ESCRAVA
A comida era insuficiente para todos, causando assim desnutrição entre eles. A refeição era apenas efetuada no fim do dia, onde era feita em uma grande panela pelas escravas, com canjica feijão e inhame. Carne, era muito raro. A rotina desgastante e desumana fazia com que muitos procurassem uma saída desesperada através do suicídio.
 2.4 RELIGIÃO DOS ESCRAVOS
Os escravos eram estritamente proibidos de praticar sua religião. Os rituais religiosos eram vistos como uma heresia pelos brancos senhores das terras. Contudo, os escravos mantinham seus líderes espirituais, e continuaram ensinando as crianças sobre os deuses e espíritos protetores. 
Os escravos rebeldes que quebravam essa regra ou fugiam para viverem livres e praticarem suas crenças eram acorrentados em troncos de frente à senzala, pois assim serviriam de exemplo para os demais que tentassem fazer o mesmo.
Com o tempo os antigos rituais africanos foram mudando suas danças ganharam movimentos de luta, servindo assim para defesa pessoal, como a capoeira.
 2.5 ACOMODAÇÕES DOS ESCRAVOS
 Em algumas fazendas os homens, mulheres e crianças partilhavam o mesmo cômodo. Outras separavam os três grupos. Com a falta de água corrente, as senzalas eram fétidas, as fossas eram localizadas atrás do barracão, assim como as barricas de água, que os escravos usavam para se banhar.
 Os escravos dormiam no chão de terra ou em camas feitas de tábuas. Os barracões coletivos tinham tetos baixos e não possuíam janelas. Apenas um fogo ficava aceso para poder iluminar e aquece-los durante a noite. 
2.1 INFLUÊNCIA AFRICANA NA CULTURA BRASILEIRA
 Durante quase quatrocentos anos a escravidão no Brasil, não constituíu somente a base da economia da sociedade brasileira, mas também influenciou na formação da nossa cultura. A miscigenação dos povos indígenas, africanos e europeus formaram a base populacional do Brasil.
A “cultura africana” está presente em vários segmentos de nossa sociedade e, pela falta de uma abordagem mais realista, muitas pessoas desconhecem estes fatores. Esta cultura está inserida na linguagem, comidas, músicas, religiões, entre outros. Reconhecer a “cultura afro” como elemento importante de nossa cultura e sociedade é reconhecer a nossa própria história, uma vez que se encontram interligados com a construção do Brasil. (MELLO e SOUZA, 2008, p. 132).
 2.1.1 INFLUÊNCIA AFRICANA NA COZINHA
A influência africana na culinária brasileira se deu ao fato de muitas escravas terem sido encarregadas pela cozinha das fazendas, engenhos e casas grandes tanto nos campos quanto nas cidades, dessa maneira a disseminação da influência africana pode ser vista na alimentação. As comidas como o vatapá, pamonha, caruru, acarajé, os temperos como pimentas, azeite de dendê e o leite de coco foram trazidos da África.
 2.1.2 INFLUÊNCIA AFRICANA NA DANÇA
As danças africanas originalmente eram feitas com o intuito de relatar aos mais jovens histórias e fatos históricos, ou eram executadas para rituais religiosos sempre ligado aos orixás. Essas danças tinham como objetivo reafirmar e manter as tradições vivas.
Com o passar do tempo e por meio da miscigenação do povo brasileiro, a dança incorporou-se a cultura europeia e indígena. Sendo que em algumas manifestações já não se percebe mais suas origens étnicas, pois essas modalidades são exclusivamente brasileiras. A sensualidade, energia e picos de lentidão são traços das danças africanas.
 
 2.1.3 INFLUÊNCIA AFRICANA NA MÚSICA
A formação da influência africana na música brasileira começou nos tráficos negreiros. A grande diversidade cultural dos escravos, pois eles eram de diferentes locais do continente africano. Com a escravidão o contata de diferentes povos africanos trouxe uma nova forma de cultura a cultura do negro brasileiro. A mistura dos diversos escravos de diferentes regiões da África criou uma nova sociedade e uma miscigenação da cultura africana.
O samba, o pagode, festas folclóricas são alguns ritmos herdados, em tudo se pode ver a influência do povo africano em nossa cultura. Alguns instrumentos musicais devem ser lembrados, como o berimbau, o afoxé e o agogô são de origem africana. 
 2.1.4 INFLUÊNCIA AFRICANA NA ARTE
Muitos os pintores e desenhistas que se dedicaram a mostrar a beleza do Candomblé, Umbanda e Batuque em suas telas. O escultor e pintor argentino Carybé que dedicou boa parte de sua vida no Brasil esculpindo e pintando os Orixás e festas nos mínimos detalhes, suas esculturas podem ser vistas no Museu Afro-Brasileiro. O fotografo francês Pierre Fatumbi Verger, retratou em preto e branco o povo brasileiro e todas as nuances do Candomblé.
 2.1.5 INFLUÊNCIA AFRICANA NA RELIGIÃO
A Umbanda é uma religião sincrética que mistura elementos africanos com o catolicismo e o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás. 
Os bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé, religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás praticada atualmente em todo o território. 
2.2 INFLUÊNCIA DA CULTURA AFRICANA NA LITERATURA BRASILEIRA 
A presença dos diferentes grupos africanos no Brasil, refizeram elementos que eram parte da cultura africana, inserindo esses mesmos elementos na cultura brasileira. 
À medida que o africano era inserido na sociedade brasileira, tornou-se afro-brasileiro. Esse termo indica produtos de mestiçagens para os quais as origens são africanas, matrizes essas presentes na formação do povo e da cultura brasileira. Os traços físicos e marcas genéticas nas feições da população, a música e a religiosidade são manifestações culturais em que a presença africana é evidente. A África está presente nos ditos, nas histórias, nas canções, nos brinquedos infantis, nas festas, nas danças populares.
A literatura moderna, tal como a compreendemos hoje em dia, é resultante do processo de urbanização seu desenvolvimento, nos inúmeros contextos nacionais, estão vinculados a vida urbana. O fluxo de influência cultural recíproca entre o continente africano e a América Latina, tanto no Brasil, como nos países africanos que se constituíram a partir da experiência colonial, a literatura ocupou e ocupa um lugar de grande expressão da estrutura cultural. 
Os cuidados e os esmeros do sujeito enunciador são os de organicamente moldar o enunciado com os ingredientes significativos e representativos da especificidade africana. Se colocados lado a lado dois textos, um de literatura colonial e outro de literatura africana, é como se procedêssemos a uma justaposição de brusco contraste (FERREIRA, 1987, p. 13).
A literatura africana como qualquer literatura, é um produto da vida social e, como tal, surge em contextos específicos que está vinculado aos processos de modernização e urbanização, onde assume novas formas, cria estilos.
O sentimento de pertencimento dada nação, o conjunto de valores e características de um determinado grupo, pode ser visto percebido através da arte literária. As identidades individuais e coletivas não são evidentes nas obras escritas e histórias contadas. Formam-se e transformam-se a partir dos processos sociais. 
Infelizmente a identidade nacional brasileira foi obtida com o uso da força e outras formas de violência e crueldade. As primeiras manifestações de independência nos países africanos colonizados por Portugal surgiram nos meios urbanos mais cultos, em especial a poesia,desempenhou um papel de suma importância, sendo uma efetiva arma de combate na luta anticolonialismo. 
Embora os intelectuais brasileiros inclinavam-se a examinar o negro brasileiro com olhos de estranhamento, os intelectuais africanos de língua portuguesa, tomavam a literatura brasileira como um exemplo a ser seguido. Enquanto essa estrutura de sentimento tomava corpo no Brasil, a maioria dos países africanos vivia seus mais duros momentos de exploração colonial. A identidade nacional brasileira vem de um longo processo que teve início com os movimentos de independência, realmente adquirindo forma na segunda metade do século XIX. 
O povo brasileiro é formado por três raças: o indígena, o africano e o europeu. A presença de diferentes povos e raças considerados inferiores e de mestiçagem indesejável, na visão dos intelectuais da ápoca, transformavam o Brasil em uma nação condenada ao fracasso. 
Entretanto, a elaboração de uma visão otimista da mestiçagem, foi consolidada um século depois na clássica obra “Casa Grande e Senzala”.
 A partir dessa perspectiva otimista, que se instaurou a construção identitária brasileira, elaboração da ideia de “mestiçagem harmoniosa”, que tem como referência a imagem do Brasil como uma democracia racial.
Contudo, os descendentes de africanos que vieram para o Brasil, escravizados eram representados sempre como subalternos. A introdução positiva à formação da nação se dá a partir da excentricidade por ser considerado um povo exótico. Durante esse período os afrodescendentes cresceram recebendo visão errônea, de certa maneira inconsciente, de que o branco é o ideal a ser alcançado, enquanto o negro seria inferior, do qual o indivíduo deve se afastar cada vez mais, inclusive tudo o que chegue a realçar as características negras. 
combate o exotismo sob todas as formas, quer se apresente recuperando narrativas tradicionais, quer utilize ritmos e segmentos significantes emprestados das culturas populares, empenhando se na desmitificação desses pontilhados culturais, libertando-os do seu significado de fetiche turístico e cartaz ilusioriamente localista, o regionalismo sobrevive não em esteriótipos, frases feitas ou tipos de personagens, mas pelo labiríntico da escrita e da acção, pela mistura plurilingüística, pelo preenchimento mnemônico dos espaços imaginários e oníricos dos leitores desapropriados de ser e pátria. (LARANJEIRA, 1985, p. 13).
Em contrapartida, no momento em que se percebe hoje em dia a valorização das raízes africanas entre brasileiros, por meio das literaturas africanas, auxiliando na compreensão da complexidade cultural e histórico da formação de nosso povo, ao redescobrir suas raízes, entrando em contato com uma realidade nunca imaginada de ricos aspectos culturais. Consequentemente, o afrodescendente brasileiro aprenderá a se afirmar com orgulho, assumindo a responsabilidade social e política conferida por essa identidade. Para construir uma sociedade mais justa, igualitária e que partilha um legado de memórias, artística e linguística, tendo em mente que o povo brasileiro em seu cerne possui uma grande multiplicidade cultural e a cultura africana faz parte dessa grande nação.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Na tentativa de atingir os objetivos desta pesquisa, foram realizadas pesquisas bibliográficas em livros, periódicos e outros textos que contemplam a temática proposta. Autores como Mello (2008), Souza (2001), Kok (2012) e RÜSEN (2001). Demonstrando importância ao conhecimento a respeito da cultura africana e a influência que teve em nosso no país. 
Para realização do presente estudo, foi proposto a estruturação em três grandes tópicos, a saber: O primeiro, intitulado “Formação da população Brasileira”, refletimos sobre a formação do povo brasileiro e como ocorreu essa formação.
 No segundo, “Influência africana na cultura brasileira” analisamos a diversidade cultural abrangente em nosso país, possuindo, assim, diversas formas de se expressar, advindas do povo africano, perpassamos cada tópico com o intuito de analisar a influência africana em cada área da cultura brasileira, como na dança, na música, na culinária e religião.
O terceiro tópico intitulado,“Influência da cultura africana na literatura brasileira”, lembra cada um de nós que a África está presente nas nossas ações cotidianas e sua influência faz parte de nossas vidas, onde é retratada na literatura.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
 (
2
)
 (
O presente trabalho buscou mostrar as 
em
 
primeira análise, a respeito
 da
 diversidade 
cultural presente no continente africano
,
 
que envolvem variação
 
linguística,
 cultural e étnica
.
Salienta-se que através de pesquisa bibliográfica
 questões a respeito da influência que a cultura africana teve na formação da cultuura brasileira tanto na dança, música, cozinha, religião e arte.
Revelando a importância do respeito a diversidade e cultura na formação de todas as regiões do país. 
Sendo a cultura 
afro, é integrante desta, sua influência deixou um legado ao nosso povo. 
Desse modo, podemos ver que a 
cultura brasileira está intrissicamente ligada a cultura africana, por meio, dessa relação temos uma sociedade multicultural e repleta de história
.
Não obstante, 
espera-se que possamos valorizar e reconhecer a importância da mesma na sociedade, notando como ela está 
presente
 em nosso cotidiano.
 
)
 (
5. 
CONCLUSÃO
)
 (
 
N
o presente
 trabalho, contemplaram-se questões que colaboraram 
com a
 
reflexão 
 
sobre o tema, 
heranças da cultura africana na cultura brasileira
. Sendo embasado
 
por 
 
estudiosos, 
evidenciado
 
a 
diversidade cultural contida em nosso país,
 e
 como ela ocorreu
 através do tempo.
 Foi-se observado, 
uma enorme influênc
i
a em todas as áreas culturais,
 
desda culinária até na religião
 em todo
 
território
 nacional
, essa
 
grande influência tornou o Brasil em um
 
país multicultural
. 
 
 
Portanto, 
é necessário que possamos valorizar e reconhecer a importância da mesma na sociedade, notando como ela está 
presente
 em nosso cotidiano.
C
onclui-se, que 
a 
cultura
,
 afro inspira a cultura brasileira, pois é integrante desta, sua influência deixou um legado ao nosso pov
o, 
por meio
,
 dessa influência podemos dizer que somos um país multicultural e 
orgulhoso de suas raízes pluricultural
.
)
REFERÊNCIAS
 (
FERREIRA, Manuel. 
Literaturas africanas de expressão portuguesa.
 São Paulo: Ática, 1987
.
KOK, Glória Porto. 
A escravidão no Brasil colonial. 
7. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
LARANJEIRA, Pires. 
Literatura Calibanesca
 I
. Porto
: 
Afrontamento, 1985.
MELLO e SOUZA, Marina. 
África e Brasil Africano.
 São Paulo: Ática, 2008.
RÜSEN
, J. 
Razão histórica: teoria da história: 
fundamentos da ciência histórica.
 Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
SOUZA, Elisabeth F. 
Racismo e anti-racismo na educação: repensando a nossa escola.
 São Paulo: Selo Negro, 2001.
)

Outros materiais