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PRINCÍPIOS JURÍDICOS DE PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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PRINCÍPIOS JURÍDICOS DE PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
O Estatuto da Criança e do Adolescente define, por meio da redação de seu artigo 2º que criança é todo ser humano com idade de até doze anos de idade incompletos, enquanto adolescente é toda a pessoa que encontra-se entre doze anos e 18 anos de idade completos. 
Para esse grupo de pessoas a Constituição Federal, tratados e convenções internacionais bem como o ECA, estabelecem garantias e direitos visando sua total prioridade e proteção, sob a luz do principio da proteção integral da criança e do adolescente, do qual avalia estes indivíduos como em processo de formação e desenvolvimento físico, intelectual, psicológico e moral[footnoteRef:2] e por conta disso, devem ser protegidos para que possam alcançar um desenvolvimento satisfatório e se torne um adulto consciente, educado e sadio para que possa exercer toda sua capacidade livremente e assim contribuir com toda a sociedade. [2: 	 Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. (ECA)] 
Este princípio é encontrado no caput do artigo 227 da Constituição[footnoteRef:3] e artigos 1º e 4º do ECA[footnoteRef:4], tem por objetivo garantir a esses indivíduos um cuidado especial, onde o Estado, a família e a sociedade possuem o dever de tratá-los com absoluta prioridade no que diz respeito ao elencado nas alíneas do artigo 4º do ECA: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. [3: 	 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Constituição Federal)] [4: 	 Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (ECA)] 
E com isso, buscar a forma mais adequada de proporcionar a estes indivíduos, a oportunidade de se desenvolverem como seres humanos, prevendo medidas que garantam sua proteção integral.
Os Princípios de proteção da criança e do adolescente devem ser interpretados em conformidade com os dispostos nos artigos 3º e 5º do ECA:
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade; (...)
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Além dos princípios da proteção integral e da absoluta prioridade, há uma série de outros princípios constitucionais ou infraconstitucionais como o princípio da excepcionalidade, da brevidade e da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, previstos no V do § 3º do Artigo 227 da Constituição Federal, do qual estabelece que a medida socioeducativa de internação, isto é, medida da qual priva sua liberdade, seja aplicada exclusivamente para pessoas em condição de desenvolvimento, em última hipótese e, se aplicada, que sua manutenção dure o mais breve possível:
Artigo 227: § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade.
Entre os principais direitos desses sujeitos, estão o direito à vida e à saúde, à liberdade, respeito, dignidade, convivência familiar e comunitária, guarda, tutela, adoção, educação, cultura, lazer, profissionalização e à proteção no trabalho.

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