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Apostila_Curso de Atualização de Condutores de Veículos de Emergência

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2 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 
SECRETARIA DE GESTÃO E ENSINO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA 
 
COORDENAÇÃO-GERAL DE ENSINO 
COORDENAÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
 
 
CONTEUDISTA 
Marcelo Dullius Saturnino 
 
REVISÃO DE CONTEÚDO 
Leonardo Rozwalka Vieira 
 
REVISÃO PEDAGÓGICA 
Gizele Ferreira dos Santos Siste 
 
 
SETOR DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
 
PROGRAMAÇÃO E EDIÇÃO 
Ozandia Castilho Martins 
Fagner Fernandes Douetts 
Renato Antunes dos Santos 
 
DESIGNER 
Ozandia Castilho Martins 
Fagner Fernandes Douetts 
Renato Antunes dos Santos 
 
DESIGNER INSTRUCIONAL 
Anne Caroline Bogarin Manzolli 
Wagner Henrique Varela da Silva 
 
 
 
 
3 
Sumário 
Apresentação do Curso ............................................................................................... 7 
Objetivos do Curso ...................................................................................................... 9 
Estrutura do Curso .................................................................................................... 10 
Módulo I - Legislação de Trânsito ............................................................................. 11 
Apresentação do módulo ....................................................................................... 11 
Objetivos do módulo .............................................................................................. 11 
Estrutura do módulo .............................................................................................. 11 
Aula 1 - Sobre o serviço de urgência ..................................................................... 12 
1.1 Urgência x Emergência ................................................................................ 13 
1.2 Veículos de emergência x Utilidade Pública ................................................ 13 
1.3 Serviço de urgência...................................................................................... 14 
1.4 Dispositivo de prerrogativas ......................................................................... 15 
Aula 2 - Sobre as normas de circulação e conduta ............................................... 19 
2.1 Começando do início: O que é “Trânsito”? ................................................... 19 
2.2 Quais são os deveres básicos do condutor? ................................................ 20 
2.3 Novas regras de circulação, estacionamento e parada ............................... 21 
2.4 - E quanto ao uso desnecessário dos dispositivos de prerrogativa? ............ 25 
2.5 - E quanto à prerrogativa de circulação? Posso fazer qualquer coisa?........ 26 
2.6 - Sobre os crimes de trânsito ....................................................................... 28 
Aula 3 - Sobre a devida habilitação ....................................................................... 30 
3.1 Requisitos básicos para conduzir um veículo de emergência ...................... 30 
3.2 Categoria de habilitação ............................................................................... 30 
3.3 Porte do documento de habilitação .............................................................. 32 
3.4 Comprovação do curso ................................................................................ 33 
Finalizando ............................................................................................................ 36 
Módulo II - Direção Defensiva ................................................................................... 37 
 
 
 
4 
Apresentação do módulo ....................................................................................... 37 
Objetivos do módulo .............................................................................................. 38 
Estrutura do módulo .............................................................................................. 38 
Aula 1 - Segurança Viária: existe afinal? ............................................................... 39 
1.1 Situação no Brasil ........................................................................................ 39 
1.2 Frota de veículos .......................................................................................... 40 
1.3 Situação no mundo ...................................................................................... 40 
Aula 2 - Acidentes de Trânsito são sempre inevitáveis? ....................................... 41 
2.1 Definindo acidente de trânsito ...................................................................... 42 
2.2 Principais tipos de acidentes e como acontecem ......................................... 43 
Aula 3 - Relembrando os conceitos de Direção Defensiva .................................... 50 
3.1 Definição ...................................................................................................... 50 
3.2 Erros que devem ser evitados no trânsito .................................................... 51 
3.3 Elementos da Direção Defensiva ................................................................. 52 
Aula 4 - Adaptando-se às condições adversas ...................................................... 55 
4.1 Condições adversas de luz .......................................................................... 55 
4.2 Condições adversas de clima ...................................................................... 56 
4.3 Condições adversas da via .......................................................................... 58 
4.4 Condições adversas de trânsito ................................................................... 60 
4.5 Condições Adversas de Veículo .................................................................. 61 
4.6 Condições adversas do condutor ................................................................. 62 
Aula 5 - O condutor: a peça-chave ........................................................................ 63 
5.1 As condições adversas do condutor............................................................. 63 
5.2 O uso de álcool e outras drogas .................................................................. 64 
5.3 O estado físico e mental ............................................................................... 65 
5.4 O comprometimento da atenção .................................................................. 66 
Finalizando ............................................................................................................ 70 
 
 
 
5 
Módulo III - Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio 
Social ........................................................................................................................ 71 
Apresentação do módulo ....................................................................................... 71 
Bons estudos!! ........................................................................................................ 71 
Objetivos do módulo .............................................................................................. 71 
Estrutura do módulo .............................................................................................. 71 
Aula 1 - Local do acidente: primeiras providências ................................................ 73 
1.1 Sinalização ................................................................................................... 73 
1.2 Gerenciamento de riscos ............................................................................. 76 
1.3 Acionamento de recursos especializados .................................................... 77 
Aula 2 - Abordagem à vítima ................................................................................. 79 
2.1 O que são Primeiros Socorros? ................................................................... 79 
2.2 Avaliação primária da vítima ........................................................................80 
2.3 O uso de EPI ................................................................................................ 82 
2.4 O que não fazer durante um atendimento .................................................... 83 
Aula 3 - Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social ......................................... 84 
3.1 Legislação e normas .................................................................................... 85 
3.2 Ações para contribuir com a redução da poluição ....................................... 86 
3.3 O que mais você pode fazer pelo planeta? .................................................. 87 
3.4 Você e sua relação com o outro ................................................................... 89 
Finalizando ............................................................................................................ 91 
Módulo IV - Relacionamento Interpessoal ................................................................. 92 
Apresentação do módulo ....................................................................................... 92 
Objetivos do módulo .............................................................................................. 92 
Estrutura do módulo .............................................................................................. 93 
Aula 1 - Comportamento e Segurança .................................................................. 94 
1.1 Comportamento preventivo versus comportamento de risco ....................... 94 
 
 
 
6 
1.2 Equilíbrio emocional ..................................................................................... 95 
1.3 Segurança .................................................................................................... 96 
1.4 Agressividade e fatores relacionados ........................................................... 96 
Aula 2 - Solidariedade e Regras de Convivência ................................................... 98 
2.1 A convivência ............................................................................................... 98 
2.2 Por que conviver? ........................................................................................ 99 
Aula 3 - A Responsabilidade e a Tolerância ........................................................ 102 
3.1 A responsabilidade do servidor público ...................................................... 102 
3.2 Tolerância .................................................................................................. 102 
Aula 4 - Respeito às Normas de Trânsito e à Fiscalização ................................. 105 
4.1 Respeito aos outros ................................................................................... 105 
4.2 Respeito às normas de trânsito .................................................................. 107 
4.3 Papel dos Agentes da Autoridade de Trânsito ........................................... 107 
Aula 5 - Atendimento aos Usuários ..................................................................... 110 
5.1 Pontos importantes da relação com os usuários ........................................ 110 
5.2 Expectativas dos usuários .......................................................................... 111 
5.3 Atendimento X Tipos de usuários .............................................................. 112 
Finalizando .......................................................................................................... 114 
Referências Bibliográficas ....................................................................................... 115 
 
 
 
 
 
7 
Apresentação do Curso 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Seja bem-vindo ao Curso de Atualização para Condutores de Veículos de 
Emergência (ACVE). 
A capacitação tem carga-horária de 16 h/a e será desenvolvida em quatro 
módulos, estruturados em uma metodologia de estudo autônoma e alinhada à 
experiência do profissional que compõe o Sistema Único de Segurança Pública 
(Susp). 
O curso é voltado para a atualização dos profissionais que conduzem veículos 
de emergência e que tenham frequentado o curso de CONDUTORES DE VEÍCULOS 
DE EMERGÊNCIA (CVE). 
Como você deve saber, a capacitação é uma exigência prevista no Código de 
Trânsito Brasileiro (CTB) para todos aqueles que conduzem esse tipo especial de 
veículo, mas você já se perguntou por que dessa obrigação? 
Saiba que não se trata de mera formalidade, é uma estratégia, na verdade, que 
busca reduzir a violência e as fatalidades registradas no trânsito. Assim, a lei 
considera essencial preparar o condutor para o adequado exercício da atividade 
profissional. 
O treinamento e a constante capacitação dos agentes por meio 
de cursos de atualização são importantes medidas de segurança para 
si e terceiros. 
 
O transporte de viaturas, ambulâncias ou unidades de resgate, por exemplo, 
são atividades especializadas, isto é, possuem prerrogativas que outros veículos não 
detêm. As excepcionalidades, portanto, demandaram tratamento especial pelo 
legislador. 
Haja vista a natureza emergencial dos serviços prestados por determinados 
profissionais, o atendimento ao cidadão deverá se dar num curto espaço de tempo. A 
 
 
 
8 
demora em responder alguns pedidos de ajuda pode significar a diferença entre a vida 
e a morte de alguém. O CTB, ciente dessa necessidade, conferiu algumas 
prerrogativas para trânsito e circulação desses veículos. 
No atendimento de emergências, o legislador definiu que algumas normas não 
são aplicáveis aos seus condutores. Trata-se, portanto, de uma previsão que deve 
obedecer à condicionalidades que devem ser analisadas pelo condutor, quase sempre 
em situações de estresse, sob forte emoção. 
Determinar a velocidade, a escolha da faixa, a mudança na direção ou a parada 
repentina de um veículo de emergência deve ocorrer, na maioria das vezes, em 
frações de segundos. Trata-se de decisão técnica que requer perícia e treinamento 
do condutor, sempre em busca da segurança pessoal e de terceiros. 
Você deve ter percebido a essa altura que a condução desses veículos envolve 
grandes responsabilidades e a atividade, portanto, exige a aprovação em curso 
especializado. 
 A característica principal da especialização é a qualificação prévia para seu 
exercício. 
Atualmente, o Brasil sofre com um tipo de violência diferente daquela abordada 
nas páginas policiais dos jornais, uma violência distinta daquela comumente 
combatida na segurança pública. Trata-se da violência no trânsito. 
 
Acidentes no trânsito são a terceira causa de morte no mundo, 
ficando atrás apenas das doenças cardíacas e câncer. Com base 
nessas estatísticas, a Organização Mundial da Saúde lançou a 
década contra a violência no trânsito, ações que visam ao 
esclarecimento e orientação da população para tentar reverter os 
números, que aumentam ano a ano. 
 
O número de mortes decorrentes da violência pública no Brasil praticamente se 
iguala àquelas registradas nos acidentes de trânsito, conforme levantamento feito pelo 
Observatório Nacional de Segurança Viária. 
 
 
 
9 
Como vimos acima, diariamente, um número imenso de pessoas são vítimas dos 
acidentes de trânsito, que trazem prejuízos sociais, culturais, materiais e financeiros. 
Grande parte dessas pessoas morrem ou ficam com sequelas pelo resto da vida, 
alterando o curso de famílias inteiras. 
Muitas dessas vítimas sequer cometeram algum erro, apenas estavam no lugar 
errado e na hora errada, sofrendo as consequências da imprudência, negligência ou 
imperícia de outras pessoas, que acabaram provocando ou possibilitando um 
acidente. 
Levando isso em consideração, pode-se afirmar que o condutor de veículos de 
emergência também tem que ser ESPECIAL. E se não for, precisa fazer o máximo 
para caminhar nessa direção. Esse curso de atualização é um dos passos para chegar 
lá, desde que feito com dedicação e seriedade, como se espera de qualquer 
profissionalque serve a coletividade. 
Logo, empenhe-se nos estudos. Escolha um lugar tranquilo, afaste-se das 
redes sociais, leia o conteúdo com atenção, navegue nos links indicados, realize os 
exercícios e reflita sobre as possibilidades de aplicação daquilo que você relembrará 
ou aprenderá nas próximas páginas. 
 
Tenha um excelente curso!!! 
 
 
Objetivos do Curso 
Este curso de atualização criará condições para que você possa atualizar-se sobre: 
 A legislação e as normas relacionadas aos veículos de emergência, assim 
como a correta utilização dos dispositivos de prerrogativa; 
 Os fundamentos da Direção Defensiva, de forma a minimizar a chance de 
envolvimento em acidentes típicos dos serviços de urgência; 
 Os principais cuidados no dimensionamento de uma cena de acidente, 
incluindo a sinalização, análise dos riscos e os Primeiros Socorros às vítimas; 
 
 
 
10 
 Os principais aspectos relacionados à convivência em sociedade e respeito ao 
meio ambiente; e 
 A importância de ser solidário no trânsito, respeitando as diferenças e sendo 
tolerante com as falhas que todos têm. 
 
Estrutura do Curso 
Este curso compreende os seguintes módulos: 
 
Módulo 1 - Legislação de Trânsito. 
Módulo 2 - Direção Defensiva. 
Módulo 3 - Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio 
Social. 
Módulo 4 - Relacionamento Interpessoal. 
 
 
 
 Ouça o ÁUDIO 1 
 
 
 
11 
Módulo I - Legislação de Trânsito 
 
Apresentação do módulo 
Neste módulo, você relembrará as normas relacionadas à condução de 
veículos de emergência, além de conhecer as mudanças trazidas pela Lei 14.071/20, 
que alterou a Lei 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro - CTB), promovendo algumas 
alterações relativas às regras de circulação, estacionamento e parada específicos 
para os serviços de urgência. 
Irá relembrar também aspectos relacionados à documentação necessária para 
condutor e veículo, já dentro da era da digitalização do CRLV e da CNH e ainda sobre 
infrações que guardam relação com a condução de veículos de emergência. 
 
Objetivos do módulo 
Este módulo criará condições para que você possa atualizar-se sobre: 
 A legislação e as normas que tratam dos veículos de emergência; 
 A correta utilização dos dispositivos de prerrogativa, buscando inferir como a 
condução de um veículo de emergência afeta os demais usuários das vias 
públicas; e 
 As irregularidades mais comuns com os respectivos tipos infracionais e 
criminais previstos pelo CTB. 
 
Estrutura do módulo 
Este módulo compreende as seguintes aulas: 
Aula 1 - Sobre o serviço de urgência 
Aula 2 - Sobre as normas de circulação e conduta 
Aula 3 - Sobre a habilitação 
 
 Ouça o ÁUDIO2 
 
 
 
12 
Aula 1 - Sobre o serviço de urgência 
 
O que você acha? Urgência e Emergência são a mesma coisa? 
Qual a diferença das luzes intermitentes de cor vermelha, azul e âmbar? 
Qualquer veículo pode usar uma sirene? 
 Parecem perguntas simples. Porém, muitos profissionais ainda guardam 
dúvidas sobre essas questões. 
Nesta aula você vai esclarecer estes e outros pontos importantes para o 
trabalho do condutor de veículos de emergência. 
 
 
Figura 1: Veículo de emergência e deslocamento 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
 
13 
1.1 Urgência x Emergência 
Para a legislação de trânsito, não há muita diferença entre os termos 
“urgência” e “emergência”, que são utilizados indistintamente no CTB e Resoluções 
complementares do CONTRAN. 
Porém, para efeito das atividades relacionadas aos serviços de socorro e 
salvamento propriamente ditos, infere-se da Portaria nº 354/10 do Ministério da Saúde 
as seguintes características: 
 
Figura 2: Urgência X Emergência 
Fonte: Portaria nº 354/10 do Ministério da Saúde; SCD/EaD/Segen. 
 
 
1.2 Veículos de emergência x Utilidade Pública 
Vários tipos de veículos, conforme o serviço a que foram destinados, podem 
fazer uso de dispositivos de sinalização rotativos ou intermitentes e/ou dispositivos de 
alarme sonoro. 
Inicialmente, você irá relembrar as diferenças entre eles. 
O art. 29 do CTB os divide em dois grupos, cujos detalhes foram 
regulamentados pela Resolução Contran nº 268/08, e suas alterações posteriores. 
Veja um resumo de cada um no quadro a seguir: 
 
 
 
14 
 
Figura 3: Diferenças entre os veículos de emergência e de utilidade pública 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
Após relembrar essas diferenças básicas, você concentrará os estudos apenas 
nos veículos de emergência em serviços de urgência e outros tipos de atendimento, 
definidos pelo CTB. 
 
1.3 Serviço de urgência 
Não há no CTB uma definição exata do que seria um serviço de urgência. Porém, 
a Resolução Contran nº 268/08 diz que “entende-se por prestação de serviço de 
urgência os deslocamentos realizados pelos veículos de emergência, em 
circunstâncias que necessitem de brevidade para o atendimento, sem a qual haverá 
grande prejuízo à incolumidade pública”. 
 
 
 
15 
Ou seja, para ser considerado “de urgência” e gozar de todas as prerrogativas, o 
serviço precisa possuir os seguintes requisitos básicos, os quais você estudará melhor 
mais adiante: 
 
 
Figura 4: Requisitos mínimos para um serviço de urgência 
Fonte: do conteudista; SCD;EaD/Segen. 
 
 
1.4 Dispositivo de prerrogativas 
 
Paulus (2016) chama o conjunto formado pelo dispositivo luminoso intermitente 
ou rotativo vermelho e/ou azul e os dispositivos de alarmes sonoros de “dispositivos 
de prerrogativas”, que é a denominação que você utilizará daqui para frente. 
 
Figura 5: Reflexão 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
E para gozar dessas prerrogativas, os veículos de emergência devem 
satisfazer as seguintes condições: 
 
 
 
16 
 
Figura 6: Condições para usufruto das prerrogativas no trânsito 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
E qual a utilidade de tais dispositivos? 
Servem justamente para garantir que o maior número de pessoas possíveis, 
percebam que está ocorrendo um deslocamento de urgência, ou então um 
atendimento de ocorrência sobre a via pública, com circunstâncias diferenciadas e 
que exijam um reforço na atenção dos pedestres, condutores e demais usuários da 
via. 
 
 
Figura 7: Complementaridade dos dispositivos de prerrogativas 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
 
17 
Para isso, tanto os sinais luminosos, quanto os sinais sonoros, possuem um 
padrão que é familiar para a grande maioria das pessoas. 
 
Assista o vídeo: 
Dificuldades durante o deslocamento de veículos de 
emergência. Disponível em: 
www.youtube.com/watch?v=bemIJoQ6qRM 
 
 
 
Figura 8: Reflexão 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
Bem, essa foi uma novidade trazida pela Resolução nº 667/17, assim como o 
uso de luzes estroboscópicas, que servem de reforço especialmente em imobilizações 
em locais de risco para acidentes, onde é desejável a maior visibilidade possível. 
O artigo 2º, parágrafo 1º da Resolução nº 667/17 traz a seguinte redação: 
§ 1º As lanternas especiais de emergência que emitem luz de 
cor azul, conforme Anexo XVI, poderão ser utilizadas 
exclusivamente em veículos destinados a socorro de incêndio e 
salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de 
 
 
 
18 
trânsito e as ambulâncias, quando em efetiva prestação do 
serviço de urgência e devidamente identificados 
 
Essa competência de regulamentação dos dispositivos de prerrogativa por 
parte do Contran foi mais uma das novidades trazidas pela Lei 14.071/20. 
 
Saiba mais: 
Conforme um artigo publicado em 2012 pela Federal Signal Corporation, 
estudos revelaram que a luz VERMELHA pode ser melhor percebida 
durante o período diurno, enquanto a luz AZUL é melhor percebida no 
período noturno. 
(leia a versão traduzida disponível nos materiais complementares ou a 
versão original, em inglês, disponível em bit.ly/fedsigrb). 
 
 
 
 
 
19 
Aula 2 - Sobre asnormas de circulação e conduta 
Será que o uso de dispositivos de prerrogativas acionados, durante um 
serviço de urgência, dá direito a qualquer privilégio no deslocamento? 
E quando em atendimento de ocorrência ou em simples presença 
ostensiva, posso posicionar a viatura em qualquer lugar? 
Você verá a resposta dessa e de outras questões durante esta aula, além de 
relembrar conceitos importantes presentes no CTB. 
 
2.1 Começando do início: O que é “Trânsito”? 
A compreensão do conceito de trânsito é fundamental para o entendimento das 
normas gerais de circulação e conduta aplicáveis aos veículos de emergência. 
 
Trânsito é... 
Segundo o art. 1º, §1º, do CTB, 
“considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, 
veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, 
para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de 
carga ou descarga.” 
 
Via é... 
Segundo o Anexo I do CTB, 
“é a superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, 
compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e 
canteiro central.” 
 
 
 
 
 
20 
Pode-se dizer que “trânsito é o compartilhamento do espaço comum”. Ou seja, 
a simples presença de pessoas, veículos ou animais na via pública, sejam 
imobilizados ou em movimento. 
Esse compartilhamento, por óbvio, traz um ambiente propício para o 
surgimento de conflitos, pois reúne os mais diversos tipos de pessoas e meios de 
transporte, cada um com suas necessidades peculiares. 
Dessa forma, existe a necessidade estabelecer requisitos mínimos para 
assegurar a harmonia nesse espaço, o que é feito pelo próprio CTB, mediante as 
normas gerais de circulação e conduta e também por meio das sanções, destinadas 
aqueles que não seguem as regras. 
 
2.2 Quais são os deveres básicos do condutor? 
Conforme os artigos iniciais do CTB, todo condutor, especialmente quando o 
veículo for de emergência, tem alguns deveres importantíssimos, que estão descritos 
no quadro a seguir: 
 
Figura 9: Deveres de todo condutor, segundo o CTB 
Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
 
 
21 
2.3 Novas regras de circulação, estacionamento e 
parada 
Considerando que você já possui habilitação, presume-se que a maioria das 
normas de circulação e conduta já não são novidades. 
Entretanto, a Lei 14.071/20, que entrou em vigor em abril de 2021, trouxe 
algumas mudanças nessas normas, e diversas delas estão relacionadas diretamente 
aos veículos de emergência. Veja algumas: 
 
Regras para os veículos de emergência 
A partir de agora, além do serviço de urgência propriamente dito, os serviços 
de policiamento ostensivo e preservação da ordem pública gozam das mesmas 
prerrogativas. 
Por exemplo: nos arredores de uma determinada escola foi 
constatado um aumento no número de assaltos a pedestres nos 
horários de saída e entrada de alunos. Tal escola situa-se em avenida 
movimentada, com pouco espaço regulamentado para 
estacionamento. Logo, em tese, uma equipe em viatura não teria como 
ficar próxima sem infringir alguma norma de trânsito. Porém, com a 
alteração do CTB, é possível que ela seja posicionada sobre outros 
pontos da via, como a calçada, canteiro, marcas de canalização, ou 
qualquer outro espaço disponível, a fim de propiciar a necessária 
ostensividade. 
 
Obviamente, esse posicionamento deve ser avaliado de forma a não trazer mais 
riscos que benefícios em relação aos pedestres e demais usuários da via, além de ser 
obrigatório o uso concomitante dos dispositivos regulamentares de iluminação 
intermitente. 
Veja, a seguir, como ficaram as alterações: 
 
 
 
 
22 
 
CTB - ANTES 
Art. 29 
[...] 
VII - Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de 
fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, 
gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência 
e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e 
iluminação vermelha intermitente, observadas as seguintes disposições: 
[...] 
 
CTB - A PARTIR DE ABRIL DE 2021 
Art. 29 
[...] 
VII - Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de 
fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade no trânsito, 
gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência, 
de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem pública, observadas as 
seguintes disposições: 
[...] 
e) as prerrogativas de livre circulação e de parada serão aplicadas somente quando 
os veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro 
e iluminação intermitente; 
f) a prerrogativa de livre estacionamento será aplicada somente quando os 
veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares de iluminação 
intermitente; 
 
 
 
 
23 
Observe que a menção à cor vermelha do dispositivo de iluminação intermitente 
foi retirada no texto novo, justamente para abrir espaço para a regulamentação do 
Contran, que agora prevê também a cor azul, como você viu na aula anterior. 
No caso específico do atendimento de emergência, o não uso dos dispositivos 
de iluminação intermitente, sujeita os respectivos veículos ao enquadramento na 
seguinte infração prevista no CTB: 
Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de 
emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente dos 
veículos de polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de 
fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados: 
Infração - média; 
Penalidade - multa. 
 
 
Regras para os demais condutores da via 
Aqui as mudanças foram apenas no sentido de reforçar que a prerrogativa de 
passagem só existe quanto o veículo de emergência está com AMBOS dispositivos 
acionados, alarme sonoro e iluminação intermitente. 
CTB - ANTES 
Art. 29, inciso VII 
[...] 
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, 
todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo 
para a direita da via e parando, se necessário; 
 
CTB - A PARTIR DE ABRIL DE 2021 
Art. 29, inciso VII 
[...] 
a) quando os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação 
intermitente estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os 
 
 
 
24 
condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita 
da via e parando, se necessário. 
 
Os condutores que não abrem passagem para os veículos de emergência, 
quando o caso exigir, estão sujeitos ao enquadramento na seguinte infração: 
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de 
batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de 
operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em 
serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos 
regulamentados de alarme sonoro e iluminação vermelha 
intermitentes: 
Infração - gravíssima; 
Penalidade - multa. 
 
‘ Por outro lado, quando o condutor tirar vantagem da passagem aberta pelo 
veículo de emergência, ele será enquadrado na seguinte infração: 
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com 
prioridade de passagem devidamente identificada por dispositivos 
regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha 
intermitentes: 
Infração - grave; 
Penalidade - multa. 
 
Regras para os pedestres 
Com relação aos pedestres, a nova redação corrobora o que você viu na aula 
anterior. Os pedestres podem OUVIR o alarme sonoro, ou VER a luz intermitente, 
conforme o local onde estiverem. 
Anteriormente, a obrigação de aguardar no passeio era vinculado somente ao 
alarme sonoro. 
CTB – ANTES 
Art. 29, inciso VII 
[...] 
 
 
 
25 
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só 
atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local; 
 
CTB - A PARTIR DE ABRIL DE 2021Art. 29, inciso VII 
[...] 
b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz intermitente, 
deverão aguardar no passeio e somente atravessar a via quando o veículo já tiver 
passado pelo local. 
 
Os pedestres podem ser penalizados por não cumprir o disposto acima? 
Em tese sim. Porém, a forma de autuação ainda não foi regulamentada. 
 
 
2.4 - E quanto ao uso desnecessário dos dispositivos de 
prerrogativa? 
 
Apesar de não estar tipificado, as instituições regulam administrativamente 
essa prática, em geral, prevê sanções em seus códigos de conduta ou de disciplina. 
Todavia, não há penalidade maior que aquela sofrida pelos próprios órgãos que 
prestam serviços de emergência. 
A consequência é de difícil reversão: além dos danos à imagem da instituição 
e dos profissionais vai mais além: 
Imagine você parado num congestionamento em uma rodovia. De repente 
surge um veículo de emergência em alta velocidade pelo acostamento, com os 
dispositivos de prerrogativa acionados. O que você imagina? Que aconteceu alguma 
coisa muito grave mais adiante. Correto? Entretanto, logo em seguida a fila começa a 
andar e você avista o tal veículo de emergência... parado em um restaurante, com a 
equipe almoçando! 
 
 
 
26 
Esse é apenas um exemplo. Ações como essa acabam por reduzir muito a 
credibilidade dos dispositivos, que podem acabar sendo ignorados quando realmente 
precisarmos deles. 
 
 
2.5 - E quanto à prerrogativa de circulação? Posso fazer 
qualquer coisa? 
 
Seria ótimo poder fazer qualquer coisa quando os dispositivos de prerrogativa 
estão acionados, mas é impossível. 
Cada pedestre, cada ciclista, cada condutor, pode agir de forma diferente e 
imprevisível ao escutar o alarme sonoro ou avistar as luzes intermitentes. Fora os que 
estão distraídos com fones nos ouvidos, usando o celular para falar com alguém ou 
digitar uma mensagem, com os vidros do veículo fechados, com música alta etc. 
 
 
Figura 10: Pedestre distraído com celular: cena comum hoje em dia 
Fonte: Guillaume Meurice - Pexels 
 
Então, algumas regras de trânsito até podem ser flexibilizadas, porém com o 
máximo de cautela e com os dispositivos de prerrogativa acionados (alarme sonoro e 
iluminação intermitente). 
 
 
 
27 
Por exemplo: 
 ter a preferência onde ela não é sua; 
 deixar de parar quando a sinalização assim o exigir; 
 exceder a velocidade de forma coerente com o local e o grau de urgência; 
 transitar em locais não permitidos para a maioria dos veículos, como faixas 
exclusivas, acostamentos e outros locais diferenciados da pista de rolamento. 
 
Porém, existem outras que não podem ser quebradas, sob pena de causar 
um acidente ou agravar os que porventura vierem a ocorrer: 
 
 ultrapassar em curvas, aclives e outros locais sem visibilidade nenhuma; 
 forçar passagem entre veículos que se deslocam em sentido contrário; 
 não utilizar o cinto de segurança (segurança passiva); 
 desrespeitar ordem emanada por agente de trânsito. 
 
Pense sempre no seguinte: o benefício que você busca 
proporcionar a alguém, em um deslocamento de urgência, jamais 
poderá se sobrepor ao prejuízo que a coletividade poderá sofrer. 
 
Ou seja, um deslocamento mal feito poderá resultar na simples troca de uma 
vida por outra. Ou então pior, a troca de mais vidas por nenhuma, caso você não 
consiga completar o deslocamento por conta de um acidente sofrido no caminho, e 
ainda acabe envolvendo terceiros. 
 
 
 
 
 
28 
 
Figura 11: Acidente envolvendo viatura 
Fonte: Arquivo PRF. 
 
 
2.6 - Sobre os crimes de trânsito 
Os crimes de trânsito fazem parte da legislação penal especial, aquela que está 
prevista fora do código penal e foram elaboradas pelo legislador como forma de 
proteger a vida e trazer maior segurança no trânsito. Na elaboração da norma, o 
legislador considerou a condição diferenciada daquele que conduz um veículo 
automotor e a responsabilidade que possui com a coletividade, tipificando condutas 
delitivas como o homicídio culposo e a lesão corporal com penas mais severas, 
quando ocorridas no trânsito. Classificou ainda algumas condutas já previstas como 
infração, também como crimes: embriaguez ao volante; exibição de manobras 
perigosas; condução sem CNH gerando perigo de dano, entre outros. 
Durante o serviço de urgência, devido às características peculiares do 
deslocamento, há a chance dos condutores cometerem infrações de trânsito e até 
mesmo alguns crimes de trânsito, previstos no Capítulo XIX do CTB. Por isso, a 
atenção dos condutores de veículos de emergência, o respeito ao Código de Trânsito 
Brasileiro e o correto uso dos dispositivos de prerrogativa são indispensáveis. Afinal, 
nenhum condutor deseja responder a um processo criminal devido a um acidente, ou 
pior, carregar consigo o peso de ter lesionado ou matado alguém. 
 
 
 
29 
 Os crimes de trânsito em que os condutores de veículos de emergência têm a 
maior probabilidade de se envolver são os seguintes: 
 
Figura 12: Crimes de Trânsito 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
AMPLIE SEU CONHECIMENTO!! 
Leia um resumo das principais alterações do CTB, que entraram 
em vigor a partir do dia 12 de abril de 2021, em: 
bit.ly/portaltransito14071. 
 
 
Revisando... 
Você relembrou então quais são as principais normas de circulação e 
conduta relacionadas aos veículos de emergência, e as novidades que chegaram. 
Na próxima aula estudar um pouco sobre a habilitação requerida o nosso 
trabalho, e quais são os requisitos para obtê-la. 
 
 
 
 
30 
Aula 3 - Sobre a devida habilitação 
Você chegou finalmente na parte mais importante do serviço de urgência: 
Aquela que fica entre o banco e o volante. 
Qualquer um pode ser um condutor de um veículo de emergência? 
 Sim, pode. Mas desde que atenda algumas exigências, que explicaremos na 
sequência. 
 
3.1 Requisitos básicos para conduzir um veículo de 
emergência 
Conforme o Art. 145 do CTB, para conduzir veículo de emergência, o candidato 
deverá preencher os seguintes requisitos: 
 
 
Figura 13: Requisitos do candidato a condutor de veículos de emergência 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
3.2 Categoria de habilitação 
Uma das dúvidas mais recorrentes no meio dos que conduzem veículos de 
emergência ou têm alguma relação com esse tipo de transporte, é sobre a categoria 
de habilitação necessária. 
 
 
 
31 
Muitos afirmam que existiria uma categoria mínima, como a “D” 
para ambulâncias, por exemplo. Entretanto, isso não passa de um 
MITO. 
Na verdade, a categoria depende do tipo de veículo conduzido, além de suas 
características técnicas, como o Peso Bruto Total (PBT) e a lotação de pessoas. 
Você também tem essa dúvida? Veja os principais exemplos na figura a seguir: 
 
 
Figura 14: Categorias de habilitação 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
Mas o que é o PBT mesmo? 
Simplificando, o PBT é o máximo que o fabricante diz que o veículo pode pesar 
em uma balança, depois de ter sido carregado com toda bagagem/carga que cabe 
no porta-malas/carroceria e todas as pessoas ocuparem os seus assentos, enquanto 
a TARA é o peso do veículo vazio. Logo: 
 
TARA + PESSOAS + BAGAGEM/CARGA = PBT 
 
 
 
32 
 
3.3 Porte do documento de habilitação 
E quanto ao porte do documento de habilitação? 
Bem, esta é outra alteração recente, conforme mudanças trazidas no CTB pela 
Lei 14.071/20: caso o condutor não porte o documento de habilitação físico (CNH), ou 
então a versão digital (CNH-e), por intermédio do aplicativo CDT (Carteira Digital de 
Trânsito), o documento não será exigido caso o agente que efetuar a fiscalização 
consiga consultar o condutor no sistema, para verificação da sua regularidade. 
 
Figura 15: Interface atual da CDT (Carteira Digital de Trânsito) 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
Assista o vídeo: 
Carteira Digital de Trânsito: a sua CNH e o documento do seu 
veículo na palma da mão (Canal do Serprono Youtube). 
www.youtube.com/watch?v=LylTyr8Ol9w 
 
 
 
33 
3.4 Comprovação do curso 
Conforme o art. 145 do CTB, os condutores de veículos de emergência 
precisam ser aprovados em curso especializado, que atualmente está regulamentado 
pela Resolução Contran nº 789/20. 
E como portar a comprovação do curso? 
Bem, se ele foi realizado em momento anterior à emissão do atual documento 
de habilitação, o curso constará em seu verso (para as habilitações mais antigas), ou 
então diretamente no Registro Nacional de Condutores Habilitados (Renach), onde 
ficará disponível para consulta dos agentes, e do próprio condutor, através do 
aplicativo CDT. 
Caso a informação não tenha sido inserida no Renach ainda, o 
condutor deverá portar o certificado fornecido pela instituição que 
ministrou o curso, até que isso ocorra, conforme determina o Contran. 
 
Lembre-se: mesmo que o curso conste no verso de sua CNH, procure 
certificar-se de sua validade, que é no máximo de 5 (cinco) anos. Caso tenha vencido, 
busque a renovação assim que possível. 
 
 
Figura 16: Meios de comprovação aceitos para os cursos especializados 
Fonte: do conteudista. 
 
 
 
 
 
34 
Lembrando que... 
A validade de qualquer curso continua em 5 (cinco) anos, 
embora o período de renovação da CNH (que está condicionada 
ao prazo de vigência do exame de aptidão física e mental) tenha 
sido estendido, conforme a atual redação do art. 147, § 2º, do 
CTB, trazida pela Lei 14.071/20): 
I - a cada 10 anos, para condutores com idade inferior a 50 
anos; 
II - a cada 5 anos, para condutores com idade igual ou 
superior a 50 anos e inferior a 70 anos; 
III - a cada 3 anos, para condutores com idade igual ou superior 
a 70 anos. 
 
Somente nas hipóteses abaixo, a falta da habilitação ou da comprovação do 
curso irá gerar uma infração de trânsito: 
a) Não portar o documento de habilitação e não for possível a confirmação da 
regularidade do condutor junto ao sistema; ou 
b) Portar o documento de habilitação sem a anotação do curso especializado no 
verso, sem o registro do curso no Renach e/ou sem portar o certificado 
original. 
 
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte 
obrigatório referidos neste Código: 
Infração - leve; 
Penalidade - multa; 
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação 
do documento. 
 
Lembrando que a infração acima poderá não acumular pontos para a habilitação, 
conforme alteração recente do CTB, promovida pela Lei 14.071/20. 
 
 
 
 
35 
Revisando... 
Você acabou de estudar um pouco sobre a habilitação requerida no trabalho e 
quais são os requisitos para obtê-la, incluindo as novas formas de portá-la, com vistas 
à fiscalização exercida pelos agentes da autoridade de trânsito, assim como os 
demais agentes de segurança pública. 
No próximo módulo você ponderará sobre a condução em si e tudo que a ela 
se relaciona, como acidentes, direção defensiva, condições adversas, especialmente 
aquelas relacionadas ao condutor. 
 
 
 
 
36 
Finalizando 
Neste módulo, você relembrou que: 
 Os veículos possuidores de prerrogativas no trânsito subdividem-se em 
veículos de emergência e veículos prestadores de serviços de utilidade pública; 
 Todo serviço de urgência, para ser considerado como tal, deve ser realizado 
com um veículo de emergência, devidamente identificado com dispositivos 
luminosos e sonoros, em atendimento de uma situação especial, que justifique 
o uso prerrogativas sobre as normas de trânsito; 
 Mesmo com os dispositivos de prerrogativas acionados, nunca espere que 
todas as pessoas estejam totalmente atentas; 
 O trânsito é o compartilhamento do espaço, com conflitos constantes, dotado 
de regras que precisam ser seguidas, sob pena de risco à segurança própria e 
alheia; 
 Para conduzir veículos de emergência, o condutor precisa atender requisitos 
diferenciados de habilitação. 
 
 
 
 
 
37 
Módulo II - Direção Defensiva 
 
Apresentação do módulo 
 
Como você estudou no módulo anterior, a legislação de trânsito regulamenta 
aspectos importantes para a condução de veículos de emergência, sendo ressaltada 
que a correta observância às regras de circulação e de conduta, mesmo que em 
situação diferenciada, é preponderante para reduzir os riscos de acidentes de trânsito. 
Neste módulo você analisará diversos aspectos sobre acidentes (quando e 
como acontecem) e relembrará os fundamentos de direção defensiva, com enfoque 
nas condições adversas, especialmente aquelas relacionadas ao condutor. 
A partir do conhecimento dos riscos das condições adversas, técnicas de 
condução segura e da dinâmica dos acidentes, você acrescentará à sua vivência 
ferramentas e atitudes importantes para evitar esse tipo de ocorrência, em uma 
convivência mais harmoniosa, com foco no respeito e preservação da vida humana. 
Pronto para começar? 
 
 
Figura 17: Acidente em serviço: tudo o que queremos evitar 
Fonte: Jornal Voz do Planalto. Disponível em:<https://vozdoplanalto.com.br/acidente-co-bombeiro-
militar-e-registrado-em-condado/>. Acesso em: 03 maio 2021. 
 
 
 
 
38 
Objetivos do módulo 
 
Este módulo criará condições para que você possa se atualizar sobre: 
 
 Informações sobre o cenário do trânsito brasileiro e a atuação dos agentes de 
segurança pública neste contexto; 
 Os principais tipos e causas de acidentes envolvendo os veículos de 
emergência; 
 A importância da direção defensiva na condução de veículos de emergência; 
 Procedimentos e comportamentos que visam à segurança na condução de 
veículos especializados; e 
 Os sinais de alterações física e mental mais comuns que afetam condutores 
sob o efeito de bebida alcoólica e de substâncias psicoativas, além de outros 
fatores que interferem na atenção. 
 
Estrutura do módulo 
 
Este módulo compreende as seguintes aulas: 
 
Aula 1 - Segurança viária: existe afinal? 
Aula 2 - Acidentes de trânsito são sempre inevitáveis? 
Aula 3 - Relembrando os conceitos básicos da Direção Defensiva. 
Aula 4 - Adaptando-se às condições adversas. 
Aula 5 - O condutor: a peça-chave. 
 
 Ouça o ÁUDIO3 
 
 
 
 
39 
Aula 1 - Segurança Viária: existe afinal? 
Você sabe quantas pessoas morrem ou ficam permanentemente afetadas por 
conta dos acidentes de trânsito todos os anos no Brasil e no mundo? 
Você tem ideia qual é uma das classes que está mais exposta aos acidentes em 
seu dia a dia de trabalho? 
 
1.1 Situação no Brasil 
 
No Brasil, os acidentes de trânsito apresentam um alto custo social, cultural e 
intelectual. Profissionais no auge de sua capacidade produtiva e jovens promissores 
encontram-se entre os que mais morrem no trânsito. 
 
Figura 18: Mortos em acidente de trânsito 
Fonte: Dados do Denatran (elaborado pelo conteudista). 
 
 
 
 
Saiba mais: 
 
 
 
40 
De acordo com a Nota Técnica publicada em setembro de 2020 pelo 
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, o valor total dos custos 
dos acidentes com transportes no Brasil, no período de 2007 a 2018, foi 
mais de: 
R$ 1.584.000.000.000,00 (um trilhão e meio de reais) 
Leia a matéria sobre o assunto e o estudo completo do IPEA em: 
bit.ly/notaipea2020. 
 
 
1.2 Frota de veículos 
Hoje há no país uma frota circulante de mais de 107 milhões de veículos, entre 
caminhões, ônibus, automóveis, motocicletas, dentre outros. 
Como pode-se observar no gráfico a seguir, ela quase quadruplicou de 
tamanho nos últimos 20 anos. Todavia, infelizmente, a estrutura viária urbana e rural 
disponível não cresceu na mesma medida, o que agrava mais ainda os conflitos 
gerados pela falta de espaço para todos transitarem, incluindo os pedestres, ciclistas 
e usuários de novas tecnologias de mobilidade individual. 
 
Figura 19: Evolução da frota total de veículos no Brasil 
Fonte: Dados do Denatran (elaborado pelo conteudista). 
1.3 Situação no mundo 
Estima-se que a cada ano, no mundotodo, quase um milhão e meio de pessoas 
são mortas e que outras cinquenta milhões são feridas em decorrência de acidentes 
 
 
 
41 
de trânsito, de acordo com estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS, 
2018). 
É um problema mundial e, obviamente, está ligado diretamente ao tamanho da 
população, da malha viária e da frota de veículos. Porém, a situação é mais 
preocupante nos países menos desenvolvidos, onde a legislação, a fiscalização, a 
infraestrutura das vias, o socorro em acidentes e a formação dos condutores tendem 
a ser mais precários. 
 
 
Figura 20: Mortes no mundo em acidentes de trânsito em 2017 (em milhares) 
Fonte: OMS (2018). 
 
Revisando... 
Como profissional de segurança pública, a contribuição e o exemplo que você 
pode dar em relação à segurança do trânsito em sua cidade e em seu local de 
trabalho é fundamental para mudarmos esses números. 
A seguir, você analisará os principais tipos de acidentes que os veículos de 
emergência estão mais propensos a se envolver e suas causas mais comuns. 
Aula 2 - Acidentes de Trânsito são sempre inevitáveis? 
 
 
 
 
42 
Esta aula inicia com um desafio: 
 
 
Figura 21: Reflexão 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
É possível pensar em poucas possibilidades: um raio ou um meteorito caem no 
carro, um terremoto abre uma fenda e o carro cai dentro, uma rajada de vento tomba 
um caminhão, e por aí vai. 
Todo o restante, inclusive um buraco na via ou uma falha no veículo, está 
associado à ação ou omissão de alguém. 
Nessa aula você analisará os principais tipos de acidentes e as maneiras de 
reduzirmos ao máximo a possibilidade de nos envolvermos com eles. 
 
2.1 Definindo acidente de trânsito 
Mas o que é acidente de trânsito afinal? Mesclando vários conceitos 
encontrados na literatura de trânsito e transporte, chegamos à seguinte definição: 
 
Acidente de trânsito é... 
Uma ocorrência danosa, não premeditada, envolvendo veículos em 
circulação ou parados, respectivos ocupantes, pedestres ou objetos móveis 
ou fixos. Pode ocorrer de forma inesperada, em decorrência de alguma 
condição adversa, ou de forma culposa, por negligência, imprudência ou 
imperícia. 
 
 Analisando o que foi dito acima, fica fácil deduzir que, infelizmente, boa parte 
dos acidentes acontece por falha humana, como melhor explicado no artigo a seguir: 
 
 
 
 
 
43 
Leia o artigo sobre causas dos acidentes, publicado pelo 
Observatório Nacional de Trânsito - ONSV: 
bit.ly/onsvfalhashumanas 
 
 
 
2.2 Principais tipos de acidentes e como acontecem 
No desempenho da atividade de condução de veículos de emergência, os 
riscos de envolver-se (ou ser envolvido) em acidentes de trânsito aumentam 
exponencialmente. 
A urgência da ocorrência, o som agudo da sirene, o estresse do motorista e, 
dependendo da velocidade, uma redução significativa da visão periférica, são fatores 
que podem alterar o senso crítico do agente que conduz o veículo. 
Agora você analisará os principais tipos de acidentes nos quais os veículos de 
emergência estão mais propensos a se envolver, além de suas causas mais comuns. 
 
Colisão Frontal 
A principal causa da colisão frontal é a ultrapassagem em retas, sem espaço 
suficiente, e em locais de pouca visibilidade, como em curvas e aclives. 
O encontro de dois veículos frente a frente é um dos piores tipos de colisão 
devido à soma das velocidades na hora do impacto. 
 
 
 
 
Colisão Traseira 
De acordo com os Boletins de Acidentes de Trânsito da PRF, uma das 
principais causas deste tipo de acidente é motivada por condutores que têm o hábito 
de dirigir muito próximo ao veículo da frente (“colado”) e por isso, nem sempre é 
 
 
 
44 
possível avisá-lo a tempo da manobra que se pretende fazer, principalmente em 
situações de emergência. 
 
Atropelamento de pedestre 
Os impactos de veículos com pedestres são responsáveis por muitas mortes 
anualmente. A diferença de peso e resistência que há entre uma pessoa e um veículo 
provoca um encontro bem desigual, resultando, na maioria dos casos, em ferimentos 
graves. 
Quase todos os adultos atropelados são pessoas que não sabem dirigir, 
portanto, não têm noção da distância de parada ou desconhecem seus deveres como 
parte do trânsito no tocante à legislação. 
 
Colisão transversal 
É o acidente caracterizado pelo “impacto transversal, entre veículos que 
transitavam em direções que se cruzam, ortogonal ou obliquamente” (PRF, 2021). 
Ocorre especialmente em cruzamentos, retornos e travessias de rodovias. 
Quando envolve veículos de emergência, a causa pode estar relacionada tanto à 
viatura (uso inadequado dos dispositivos de prerrogativa ou não redução da 
velocidade em pontos críticos) quanto aos demais veículos envolvidos (velocidade e 
falta de atenção). 
Quanto maior a velocidade, mais o motorista perde a visão periférica (para as 
laterais), acabando por priorizar somente o que está imediatamente à frente, deixando 
de perceber, por exemplo, a presença de ciclistas, pedestres e outros veículos que 
possam interceptar sua trajetória. 
 
 
 
 
O acidente de difícil identificação da causa 
 
 
 
45 
Também conhecida como “colisão misteriosa” ou ainda “acidente de causa não-
identificada” é aquele que envolve apenas um veículo e apresenta dificuldade no 
estabelecimento da causa provável, seja pela falta de testemunhas, seja por conta da 
hospitalização ou óbito dos envolvidos. 
 
Os principais elementos causadores podem envolver: 
 Pista de rolamento; 
 Condições climáticas; 
 Correntes aerodinâmicas; 
 Veículo; 
 Outro condutor; 
 Estado físico e mental. 
 
Veja as imagens de acidentes, conforme citado acima: 
 
Figura 22: Colisão frontal em deslocamento de viatura 
Fonte: Divulgação CBMDF. 
 
 
 
 
46 
 
Figura 23: Condições técnicas e legais desfavoráveis para ultrapassagem 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
 
Figura 24: Colisão traseira em viatura 
Fonte: Arquivo PRF. 
 
 
 
 
 
47 
 
Figura 25: Atropelamento de pedestre 
Fonte: Arquivo PRF. 
 
 
 
Figura 26: Colisão transversal em cruzamento urbano 
Fonte: CGN. Disponível em:<https://cdn.cgn.inf.br/cgn-cdn/fotos-cgn/2020/12/24180146/acidente-
guarda.jpg>. Acesso em: 03 mai. 2021. 
 
 
 
 
48 
 
Figura 27: Veículo sozinho no acidente 
Fonte: Paulo Pinto/ Fotos Públicas. 
 
IMPORTANTE! 
Para que a ultrapassagem ocorra com segurança, você deve 
observar sempre: 
Δ Não fique muito próximo do veículo que quer ultrapassar, 
isso reduz o campo de visão; 
Δ Calcule, com base no tamanho do veículo a ser 
ultrapassado e na capacidade de aceleração da viatura, se o 
espaço é suficiente para completar o retorno à pista de origem; 
Δ Nunca inicie a ultrapassagem sem verificar se o veículo 
de trás não começou antes; 
Δ Nunca esqueça de acionar o indicador de direção antes 
de iniciar a ultrapassagem, para que fique clara sua intenção 
para os demais condutores; 
Δ Quando for sua vez de ser ultrapassado, coloque-se no 
lugar do outro. Dê espaço, se for preciso, e nunca aumente a 
velocidade deliberadamente. 
 
 
 
 
49 
Revisando... 
No desempenho da atividade de condução de veículos de emergência, os 
riscos de ser envolvido em acidentes de trânsito aumentam exponencialmente. 
Para que você possa reduzir esses riscos, além da atenção redobrada, deve 
praticar a Direção Defensiva, que é o assunto da nossa próxima aula. 
 
 
 
 
 
50 
Aula 3 - Relembrando os conceitos de Direção Defensiva 
 
3.1 Definição 
Se te perguntarem o significado de direção defensiva, com certeza saberá 
responder, como a grande maioria dos condutores brasileiros. Normalmente, como 
resposta, é proferida a famosa frase: “dirigir por si e pelos outros”. É uma resposta 
automática, está na ponta da língua. Mas você realmente faz isso? 
Leia a definição em destaque e em seguida compare com as suas ações na 
condução de seu veículo particular e de veículos de emergência. 
 
Direção defensivaé... 
 
“Um conjunto de técnicas, ideias e procedimentos que trata da 
forma de pensar e se comportar durante a complexa tarefa de 
dirigir, com o objetivo principal de evitar acidentes ou de reduzir 
os danos de um acidente inevitável” (PRF, 2020, p. 11). 
 
A definição de dirigir defensivamente transcende ao ato de dirigir em si, pois 
vai muito além do mecanicismo de conduzir um veículo. É um estado de espírito! 
Dirigir defensivamente é buscar evitar acidentes, independentemente de estar 
certo ou errado no trânsito. É dirigir corretamente, seguir as regras de trânsito, agir 
com perícia e prudência. É evitar acidentes mesmo quando o outro esteja errado, seja 
ao conceder a passagem a um veículo ou reagir a uma frenagem. 
 
 
 
 
51 
 
Figura 28: O trânsito e a necessidade de atenção constante 
Fonte: do conteudista. 
 
O ato de dirigir é quase automático para muitos condutores. Você entra no 
veículo e desloca-se de um ponto ao outro e muitas vezes não percebe o quanto 
complexo e cansativo é dirigir. Para auxiliá-lo em uma condução segura de veículos 
de emergência, você deve evitar cometer erros e se valer dos elementos da direção 
defensiva. 
 
3.2 Erros que devem ser evitados no trânsito 
Todo condutor e, especialmente o de veículo de emergência, deve estar atento 
para não cometer alguns erros que vão invariavelmente lhe prejudicar em algum 
momento. 
Relembre na figura abaixo as principais ações e omissões mais propensas a 
ocorrer e que devem ser evitadas ao máximo. 
 
 
 
52 
 
Figura 29: Erros mais comuns de todo condutor 
Fonte: do conteudista. 
 
3.3 Elementos da Direção Defensiva 
São cinco os elementos que precisam ser considerados na prática da direção 
defensiva. Relembre os detalhes de cada um na figura a seguir: 
 
 
 
53 
 
Figura 30: Elementos da Direção Defensiva 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
Assista o vídeo: 
Direção defensiva: manobras simuladas e dicas técnicas para 
evitar acidentes. 
https://bit.ly/3bPeQ8J 
 
 
 
 
 
 
Revisando... 
Praticar a direção defensiva exige uma boa dose de comprometimento, a 
fim de que você não cometa erros conhecidos e que possam tornar a condução 
insegura. 
Porém, existem outros fatores, internos e externos, nem sempre controláveis, 
que interferem diretamente nessa questão: as “condições adversas”, assunto da 
nossa próxima aula. 
 
 
 
 
 
55 
Aula 4 - Adaptando-se às condições adversas 
O condutor de veículos de emergência, em muitas situações, tem de trafegar 
sem as condições ideais de segurança para atender as mais diversas ocorrências, 
sejam quais forem as condições climáticas, de luminosidade, de trânsito e qualidade 
da via. 
É importante que você seja capaz de identificar esses riscos rapidamente e agir 
corretamente diante dessas situações, adotando os procedimentos adequados para 
cada uma delas. Veja o resumo na figura a seguir: 
 
 
Figura 31: Resumo dos tipos de condições adversas 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
4.1 Condições adversas de luz 
 
A iluminação é um dos fatores que mais influenciam na condução, pois é 
essencial para vermos e sermos vistos, seja com iluminação natural (dia e noite) ou 
artificial (sistema de sinalização e iluminação dos veículos e da própria via). 
Porém, a luz torna-se uma condição adversa quando está em falta ou em 
excesso. A falta de luz provoca a penumbra (falta de iluminação pública, por 
 
 
 
56 
exemplo), e o excesso provoca o ofuscamento (luz do sol direta ou refletida nos 
espelhos, farol dos outros veículos, anúncios luminosos etc.), conforme exemplo da 
figura a seguir. 
 
Figura 32: Ofuscamento noturno causado por faróis altos 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
 
4.2 Condições adversas de clima 
Algumas condições climáticas podem interferir diretamente na segurança do 
trânsito, pois alteram as condições da via, diminuindo a sua capacidade visual, 
alterando padrões de comportamento do veículo em relação à aderência dos pneus e 
à estabilidade. Veja algumas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
CHUVA 
Reduz a visibilidade externa e interna, através do embaçamento dos vidros, 
diminui a aderência dos pneus, principalmente nas curvas, aumenta o espaço 
percorrido nas frenagens e dificulta as manobras de emergência. 
Além disso, quanto maior a quantidade de água na pista e maior a velocidade, 
mais provável é a ocorrência de aquaplanagem, que é o “fenômeno no qual os pneus 
dos veículos não conseguem remover a lâmina d’água sob eles e perdem o contato 
com a pista” (PRF, 2020). Entenda melhor do que se trata assistindo o vídeo logo 
abaixo. 
 
Figura 33: Chuva + velocidade excessiva = aquaplanagem 
Fonte: Arquivo PRF. 
 
NEBLINA 
Você deve redobrar o cuidado nestas condições, por conta da baixa 
visibilidade. Jamais esqueça, assim como ocorre na chuva, de manter ligados os faróis 
de luz baixa, conforme determina a nova redação do art. 40 do CTB, de forma que 
seu veículo fique visível por todos os lados. 
Grave isso: se o trânsito parar, acione imediatamente o pisca-alerta. Nos dias de 
neblina, os engavetamentos são comuns por conta da falta desse cuidado básico. 
 
 
 
58 
 
Figura 34: Os perigos da neblina 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
Assista o vídeo: 
O que fazer em caso de aquaplanagem. 
www.youtube.com/watch?v=Ifq0VhNqNCI 
 
 
 
4.3 Condições adversas da via 
O condutor de veículo de emergência deve estar sempre atento às condições 
adversas que possam surgir nas vias pavimentadas, ou não. Mesmo que você 
conheça o percurso, não deve desconsiderar a possibilidade de ser surpreendido, sob 
risco de causar danos ao veículo ou até mesmo se envolver em acidente de trânsito. 
A realidade nos mostra uma série de deficiências que aumentam as 
probabilidades do condutor se acidentar. 
 
 
 
59 
 
Figura 35: Buraco na via 
Fonte: SCD/EaD/Segen 
 
 
 
Figura 36: Árvore caída na via 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
60 
 
Figura 37: Veículo desviando de buraco na borda da pista de rolamento 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
4.4 Condições adversas de trânsito 
As condições adversas de trânsito estão relacionadas à quantidade, ao tipo, ao 
tamanho de veículos e ainda aos horários de circulação, podendo estar associadas 
ou não a congestionamentos. 
Obviamente, como você já viu, quanto mais pedestres e veículos estiverem 
compartilhando o espaço, e competindo por ele, maior a probabilidade de demora no 
deslocamento e maior o cuidado necessário para evitar incidentes. 
 
 
 
61 
 
Figura 38: Veículo de emergência preso no congestionamento 
Fonte: Ambulância Curitiba Emergências 24 horas. Disponível 
em:<https://ambulanciaemergencias.files.wordpress.com/2020/07/0057__mg_0058_njr.jpg?w=1568>. 
Acesso em: 04 maio 2021. 
 
 
4.5 Condições Adversas de Veículo 
Todo veículo possui equipamentos e sistemas que atuam ativamente para 
evitar situações de perigo que podem levar a acidentes, como freios, suspensão, 
sistema de direção, iluminação, pneus e outros. Já outros equipamentos e sistemas 
são destinados a atenuar os impactos causados em caso de acidente, como cinto de 
segurança, airbags e a própria carroceria. 
Como um condutor defensivo, você deve observar se esses equipamentos 
estão em boas condições de funcionamento, e isso é essencial para que eles 
cumpram suas funções de forma adequada na hora que você precisar. 
 
 
 
 
62 
 
Figura 39: Veículo com pane mecânica, antes da chuva 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
4.6 Condições adversas do condutor 
As condições adversas relacionadas aos condutores são, sem dúvida, as que 
mais influenciam na possibilidade de acidentes. 
Considerando a importância do estudo dessas condições, reservamos a última 
aula deste módulo exclusivamente para esse assunto. 
 
 
Revisando... 
Você até pode ser surpreendido por uma condição adversa, especialmente 
as de luz ou clima. Outras, talvez, sejam um pouco mais previsíveis, dependendodo nosso conhecimento prévio, como as condições adversas da via, do trânsito e 
do veículo. 
Porém, tem uma que depende diretamente do ser humano, e talvez seja a 
mais difícil de lidar: as condições adversas do condutor, tema da nossa próxima 
aula. 
 
 
 
 
63 
Aula 5 - O condutor: a peça-chave 
 
5.1 As condições adversas do condutor 
Todas as condições físicas ou psicológicas associadas aos condutores, sejam 
elas permanentes ou temporárias, vão influenciar diretamente o modo de conduzir. 
Além das condições, existem comportamentos, associados ou não, que influenciam 
na segurança da direção, conforme representado: 
 
 
Figura 40: Fatores que prejudicam a condução 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
 
 
 
 
64 
5.2 O uso de álcool e outras drogas 
Ingerir álcool, que é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central (SNC), 
ou seja, provoca a redução a atividade cerebral e, por consequência, diminui a 
concentração, afeta a coordenação motora, muda o comportamento e prejudica o 
desempenho, limitando a percepção de situações de perigo e reduzindo a capacidade 
de ação e reação. 
Outras drogas ilícitas e lícitas (medicamentos), podem afetar o SNC de diversas 
maneiras, produzindo sinais como sono, vigília, euforia, confusão mental, 
desvirtuamento sensorial, perda do equilíbrio, psicoses e delírios, conforme o tipo de 
substância utilizada. 
 
IMPORTANTE! 
Como profissional consciente, você deve evitar a 
automedicação e sempre perguntar ao seu médico quais os 
efeitos colaterais dos medicamentos prescritos, principalmente 
para a condução de veículos. 
 
 
Figura 41: Fiscalização de alcoolemia 
Fonte: Arquivo PRF. 
 
 
 
 
 
65 
Assista o vídeo: 
Simulação dos efeitos do álcool ao volante em um ambiente 
controlado. 
www.youtube.com/watch?v=zGQ5FomMPRU&t=1s 
 
 
 
5.3 O estado físico e mental 
Alterações no estado físico e mental do condutor afetam diretamente a 
capacidade de dirigir com plena segurança. 
Alguns exemplos de estados psicológicos alterados e fatores comportamentais 
de risco são: a pressa, a distração, a agressividade, o espírito competitivo e o 
estresse. O estado de espírito pode ser facilmente influenciado por acontecimentos 
ligados ou não à condução, como desentendimentos no trabalho, brigas no trânsito, 
expectativa de algum acontecimento, euforia por conta de alguma conquista ou 
apenas preocupação com algum assunto particular. 
Por sua vez, as deficiências visual, motora e auditiva, mesmo que temporárias, 
podem constituir um grave risco de acidente. 
Outros fatores como o sono e fadiga são igualmente relevantes e que podem 
ser agravados até pela posição incorreta ao conduzir o veículo. Se você estiver pouco 
disposto e não puder se concentrar totalmente na condução, seu tempo normal de 
reação vai aumentar, transformando os riscos em perigos iminentes. 
 
 
 
 
66 
 
Figura 42: Acidente causado pelo sono ao volante 
Fonte: Arquivo PRF. 
 
 
5.4 O comprometimento da atenção 
Segundo o art. 28 do CTB... 
 
“O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, 
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança 
do trânsito.” 
 
 
Ressaltando: o tempo todo! Não só uma parte do tempo. Entretanto, sabe-se 
que isso é bastante difícil de fazer, pois tendemos a desviar o pensamento para outros 
lugares e outras coisas, mesmo estando com os olhos na pista. É o equivalente a 
sonhar acordado, às vezes. 
Sabe-se também que o consumo de álcool e qualquer outra substância 
psicoativa, colabora para que a atenção seja comprometida, assim como os tópicos 
que você estudou anteriormente, relacionados aos estados físicos ou mentais. 
Temos ainda as distrações deliberadas ou permitidas pelo condutor, como 
objetos soltos dentro do veículo que podem se movimentar e exigir a atenção 
inesperada, animas desacompanhados que podem eventualmente “querer colo” e 
 
 
 
67 
atrapalhar o uso dos comandos e o uso do som demasiadamente alto que impede que 
o condutor escute buzinas, alarmes sonoros e até os sons do próprio veículo. 
Todavia, a pior distração de todas hoje em dia é o uso do celular, seja para falar 
(inclusive no viva-voz) quanto para ler ou até digitar mensagens em aplicativos de 
comunicação ou redes sociais. 
Um condutor falando ou digitando no celular equivale 
a um condutor bêbado ou dormindo. O efeito prático é o 
mesmo. 
 
 
Assista o vídeo: 
Celular é a terceira maior causa de mortes no trânsito no Brasil, 
diz pesquisa. 
https://glo.bo/3toFwD0 
 
 
Figura 43: Representação gráfica da importância do celular para algumas pessoas 
Fonte: Blog do Amarildo. Disponível em:<https://amarildocharge.wordpress.com/>. Acesso em: 04 
maio 2021. 
 
 
 
 
68 
Você sabe que tipo de atenção o condutor deve mais utilizar 
durante a direção? 
 
Conforme o Anexo XIII da Resolução Contran nº 425/12, a “atenção” consiste 
na manutenção da visão consciente dos estímulos ou situações, e pode ser dividida 
em três tipos principais: 
Atenção difusa ou vigilância 
Esforço voluntário para varrer o campo visual na sua frente à procura de algum 
indício de perigo ou de orientação; 
Atenção concentrada seletiva 
Fixação da atenção sobre determinados pontos de importância para a direção, 
identificando-os dentro do campo geral do meio ambiente; 
Atenção distribuída 
Capacidade de atenção a vários estímulos ao mesmo tempo. 
Lendo as definições acima, você percebeu que o tipo de atenção mais 
presente, durante a condução de veículos de emergência, é a difusa. 
 
 
Assista o vídeo: 
Série Dicas com o João da Nica, sobre o contato visual no 
trânsito (Publicado no site do ONSV). 
youtu.be/DGnmNGXTIzs 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
Revisando... 
Como você viu, os condutores são as peças-chave do trânsito, sejam os 
condutores dos veículos de emergência, sejam os demais condutores que 
compartilham a via. 
Qualquer item que afete a percepção ou a atenção desses condutores, afeta 
diretamente a segurança da via. 
 
 
 
 
70 
Finalizando 
Neste módulo, você relembrou que: 
 
 É muito preocupante o quadro mundial e, particularmente o brasileiro, no que 
se refere à violência no trânsito. 
 Os veículos de emergência têm uma probabilidade maior de se envolver em 
determinados tipos de acidentes, como colisões frontais, traseiras e 
transversais, atropelamento de pedestres, incluindo acidentes com causas 
difíceis de se determinar. 
 O uso de procedimentos e técnicas de direção defensiva, você reduzirá 
significativamente a chance de se envolver em acidentes. 
 É preciso conhecer as restrições impostas pelas condições adversas e as 
ações necessárias para se adaptar rapidamente diante do novo cenário e 
enfrentar as mudanças com mais confiança e segurança. 
 Você tem uma importante tarefa no desempenho de sua profissão: servir à 
sociedade e proteger vidas. Não coloque a sua vida ou a vida da sua equipe 
em risco e se lembre de sempre proteger os demais no trânsito. 
 O condutor é a peça-chave da segurança do trânsito que precisa estar em 
plenas condições físicas e mentais para o desempenho das funções, caso 
contrário a segurança viária se perde. 
 
 
 
 
 
71 
Módulo III - Noções de Primeiros Socorros, Respeito 
ao Meio Ambiente e Convívio Social 
 
Apresentação do módulo 
 
Caro Aluno, 
Nos módulos anteriores, você relembrou conhecimentos relacionados à 
legislação que envolve os veículos de emergência e como agir defensivamente no 
trânsito. 
Neste módulo, você estudará a conduta mais adequada de um agente de 
segurança pública frente a uma situação que exija o socorro de vítimas. Estudará 
também como prover a segurança do local, preservando a sua vida e a de terceiros. 
Por fim, você irá rever algumas questões ambientais e elementos importantes 
de convívio social relacionados à utilização de veículos nas vias públicas. 
 
 
Bons estudos!! 
Objetivos do módulo 
Este módulo criarácondições para que você possa atualizar-se sobre: 
 A importância das primeiras ações no local de um acidente, desde a sinalização 
e cuidados básicos ao acionamento dos meios de segurança; 
 Os procedimentos de avaliação primária da vítima, bem como a adoção de 
medidas para evitar o agravamento das lesões; e 
 Conceitos relacionados à proteção do meio ambiente e convívio social no 
trânsito. 
Estrutura do módulo 
Este módulo compreende as seguintes aulas: 
 
 
 
72 
 Aula 1 - Local do acidente: primeiras providências 
 Aula 2 - Abordagem à vítima 
 Aula 3 - Meio ambiente e convívio social 
 
 
 Ouça o ÁUDIO 4 
 
 
 
 
 
 
 
73 
Aula 1 - Local do acidente: primeiras providências 
As pessoas presentes no local da ocorrência (os próprios envolvidos, os 
familiares, as testemunhas ou a comunidade em geral), ao perceberem a chegada 
dos agentes públicos, sejam eles policiais, bombeiros ou socorristas, naturalmente 
esperam que esses resolvam todos os problemas, principalmente no que concerne 
ao socorro dos feridos e à segurança do local. 
Levando isso em conta, você irá examinar nessa aula quais são as primeiras 
ações a serem tomadas logo após à chegada ao local da ocorrência. 
 
Importante! 
A sua segurança inicia antes mesmo do deslocamento à 
ocorrência e deve ser observada ao longo de todo o trajeto. 
Certifique-se de utilizar corretamente os itens de segurança. Não 
se esqueça dos dispositivos de prerrogativa e mantenha-se 
atento à sinalização da via. Sempre assuma uma postura 
defensiva! 
 
 
1.1 Sinalização 
Após uma rápida avaliação do cenário, você deve priorizar a sinalização 
imediata do local, de forma a prevenir a ocorrência de outros acidentes, especialmente 
envolvendo os condutores que se aproximam sem ainda ter percebido a situação. 
Veja a imagem abaixo, ela mostra um exemplo de sinalização em um acidente 
em rodovia. 
 
 
 
74 
 
Figura 44: Exemplo de sinalização com cones em rodovia. 
Fonte: Comando Notícia. Disponível em:<https://comandonoticia.com.br/wp-
content/uploads/2017/10/caminh%C3%A3o-tombado-rodovia-acidente-pol%C3%ADcia-
rodovi%C3%A1ria-colinas11.jpg>. Acesso em: 04 mai. 2021. 
 
 
Possíveis formas de sinalização: 
 
Figura 45: Formas de sinalização 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
 
 
75 
Você deve colocar a sinalização a uma distância que permita aos condutores 
perceber, sem equívoco, a presença de “algo diferente” na pista e com isso reduzir a 
velocidade com segurança. 
Havendo curvas, a sinalização deve ficar antes desta, de modo que os 
condutores observem a sinalização antes de ver o acidente. 
Caso existam condições adversas de luz ou clima, coloque a sinalização mais 
afastada, usando os parâmetros a seguir: 
 
Figura 46: Tabela de distâncias recomendadas para o início da sinalização a partir do local do 
acidente 
Fonte: Abramet (2005). 
 
 
 
 Assista o vídeo: 
Estrada de Minas Gerais registra três acidentes em apenas três 
horas (Matéria publicada pela TV Record) 
bit.ly/2OLKKdr 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
1.2 Gerenciamento de riscos 
Depois de sinalizar o local, a próxima providência é identificar os elementos que 
possam agravar a ocorrência ou gerar outros riscos, seja para os envolvidos no 
acidente, seja para as equipes de atendimento ou curiosos (que sempre surgem). 
Os principais elementos que podem gerar riscos secundários ao acidente estão 
resumidos no diagrama a seguir: 
 
 
Figura 47: Riscos a serem observados durante o atendimento de acidentes 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
 
IMPORTANTE! 
Se houve riscos iminentes no local da cena, só efetue o socorro se isso não 
for comprometer a sua integridade. Caso contrário, acione e aguarde a 
chegada de recurso especializado, como você verá no próximo item. 
 
 
 
 
77 
1.3 Acionamento de recursos especializados 
Quanto mais complexo o acidente maior a chance de vários órgãos acabarem 
trabalhando no atendimento de forma simultânea (ou sequencial). 
Procure conhecer os meios disponíveis em sua região, mantendo os contatos 
sempre atualizados, de forma a agilizar o trabalho quando precisar de apoio. 
Abaixo estão os números de emergência mais comuns. 
 
 
Figura 48: número de emergência 
Fonte: acervo do conteudista. 
 
 
Além dos órgãos de segurança, salvamento e controle de trânsito, também 
poderão trabalhar na ocorrência a companhia de energia, empresas especializadas 
em remoção de veículos ou manuseio de produtos perigosos, prefeituras 
(fornecimento de maquinário, remoção de animais etc.), além das concessionárias de 
rodovias e outros. 
 
 
 
 
78 
 
Figura 49: Órgãos em treinamento para atendimento de acidente com produtos perigosos 
Fonte: A Crítica. Disponível em: 
<https://cdn.acritica.net/img/pc/920/600/dn_noticia/2019/08/1567189466.jpg>. Acesso em: 04 mai. 
2021. 
 
 
Revisando... 
Ao longo dessa aula você relembrou as primeiras providências a serem 
tomadas após a chegada no local do acidente, incluindo a sinalização, o 
gerenciamento dos riscos presentes na cena e o acionamento de recursos, quando 
necessário. 
Na próxima aula você irá repassar resumidamente a principais etapas da 
abordagem de uma vítima ferida ou enferma. 
 
 
 
 
 
79 
Aula 2 - Abordagem à vítima 
Nas aulas anteriores, você relembrou as primeiras providências a serem 
tomadas após a chegada ao local do acidente, agora estudará como efetuar a 
abordagem a uma vítima de acidente de trânsito de forma correta, providenciando os 
Primeiros Socorros. 
 
2.1 O que são Primeiros Socorros? 
Conforme a Abramet (2005), os Primeiros Socorros são as primeiras 
providências tomadas no local do acidente. É o atendimento inicial e temporário, até 
a chegada de um socorro profissional. 
 
Quais são essas providências? 
 
 
Figura 50: Primeiras providências de primeiros socorros 
Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
80 
 
Figura 51: PRF e Bombeiros numa abordagem a vitimado 
Fonte: Arquivo PRF. 
 
 
2.2 Avaliação primária da vítima 
A avaliação primária da vítima, ou exame primário, é o passo seguinte à 
sinalização e gerenciamento dos riscos. Constitui-se em um processo ordenado para 
identificar e corrigir problemas que ameacem a vida em curto prazo, iniciando por 
aqueles que podem levar à morte mais rapidamente. 
A avaliação primária é dividida em seis etapas, por ordem de prioridade, como 
segue: 
 
 
 
81 
 
Figura 52: Etapas da avaliação primária da vítima 
Fonte: acervo do conteudista (Adaptado de PRF, 2020, p. 59). 
 
 
Obviamente, nem todos os agentes estão aptos a realizar a avaliação primária 
de forma tão completa como um socorrista profissional. Porém, é importante que você 
consiga pelo menos compreender e mitigar os principais riscos imediatos à vida, como 
hemorragias graves e paradas cardiorrespiratórias, além de conseguir passar um 
 
 
 
82 
panorama mais detalhado das condições da vítima ao acionar o socorro 
especializado. 
 
Assista esses vídeos curtos sobre: 
1 - Dicas básicas para avaliação inicial (XABCDE): 
www.youtube.com/watch?v=jOFWyuOZBWE 
2 - Controle de sangramento com compressão (curativo) 
www.youtube.com/watch?v=9EkTK0mgg4U 
3 - Controle de hemorragia externa grave (torniquete) 
www.youtube.com/watch?v=ZjMLFstsEY4 
4 - Atendimento à parada cardiorrespiratória: 
www.youtube.com/watch?v=dnN_G4QDHRA 
 
 
2.3 O uso de EPI 
Antes de atender uma ocorrência/acidente, o profissional deverá tomar as 
precauções universais, medidas de proteção contra agentes biológicos. O 
equipamento de proteção individual (EPI) básico para efetuar qualquer intervenção, 
especialmente se a vítima apresenta trauma com sangramento, é a luva de 
procedimentos. 
Mesmo que você não seja um socorrista, outros equipamentos como máscara 
facial e óculos de segurança também são importantes para evitar contaminação. 
Procure ter um Kit de EPI em seu material de trabalho,