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GEOVANA SANTOS FERREIRA LARISSA SANTOS DANTAS ARAÚJO PABLLO SILVA DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO Eletricidade Aplicada Vitória da Conquista – BA 2021 GEOVANA SANTOS FERREIRA LARISSA SANTOS DANTAS ARAÚJO PABLLO SILVA DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO Eletricidade Aplicada Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina de Eletricidade Aplicada da turma ECIV09, turno diurno de Engenharia Civil. Prof. Dr. Diego Habib Santos Nolasco. Vitória da Conquista – BA 2021 SUMÁRIO 1 DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO………………………….……....................................4 1.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO…….............................................................................4 1.1.1 Proteção Magnética………….........………..…………………………………………......4 1.1.2 Proteção Térmica…………….........………..………………………………………….....4 1.2 CLASSIFICAÇÃO E APLICAÇÃO DOS DISJUNTORES DTM………………..................5 1.2.1 Quantidade de polos...………..…………………………………………….………....…...5 1.2.2 Curvas de Atuação………………………………………………………….……....……..6 1.3 DIMENSIONAMENTO………………………………………………..…...………….…….9 1.3.1 Sobrecarga…………………………………………………………...…….........................9 1.3.2. Curto-circuito…………………………………………………………...….…...……….10 2 DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL - DR….…………………….……...….……12 2.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO...................................................................................15 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DR..........…………………..…………....……..19 2.2.1 Modo de funcionamento…………..…………………………………………....……….19 2.2.2 Sensibilidade….……………...........………………………………....…………………..19 2.2.3 Tipos de correntes de falta detectáveis…….……………..……………………………..21 2.2.4 Características de atuação…......………...….………..……………………....………….22 2.3 APLICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DR……...........……………………………….……..24 2.4 FORMA DE DIMENSIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS DR.…………....…………...25 3 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS ELÉTRICOS - DPS……....…….27 3.1 SURTO ELÉTRICO…..…...………………………………………………………………...27 3.2 CONCEITO E FUNCIONAMENTO..……………………………………………………...28 3.3 CLASSIFICAÇÃO.…..…...………………………………………………………………...29 3.4 UTILIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO.………………………………………………...30 3.4.1 Formas de Conexão……...………..…………………………………………....……….30 3.4.2 Dimensionamento…………...........………………………………....…………………..32 4 CONCLUSÃO………................…………………………………………………………......34 REFERÊNCIAS………...............………………………………………………………….......35 4 1 DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO O Disjuntor Termomagnético tem a função de proteger as instalações elétricas no que se refere a possíveis problemas associados a sobrecargas e curtos-circuitos. Seu papel é acompanhar de forma monitorada e controlar a corrente elétrica, interrompendo de maneira imediata sua circulação de energia elétrica em caso de picos que extrapolem o considerado adequado com relação ao dimensionamento realizado previamente. 1.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 1.1.1 Proteção Magnética Acerca da proteção magnética, o disjuntor apresenta uma bobina elétrica, e no centro dessa existe um pistão. A bobina e o pistão não interagem entre si, no entanto, quando acontece um curto circuito, um contato entre ambos é estabelecido. Nesse contexto, nota-se que o disjuntor tem uma corrente nominal, sendo assim ele foi preparado para atuar respeitando tal corrente. Assim como a bobina, que também foi preparada para possuir um campo magnético, que não deve desempenhar nenhum tipo de influência sobre o pistão nos casos em que corrente for menor ou igual à corrente nominal. Dessa maneira, em situações em que ocorre um curto-circuito, a corrente que passa pela bobina sofre um significativo aumento, bem como o campo magnético da bobina, que aumenta de modo proporcional ao aumento da corrente. Isso promove uma indução no pistão e o “transforma” em uma espécie de ímã. Nessa perspectiva, evidencia- se que a indução magnética faz com que o pistão se movimente, disparando o instrumento que abre o circuito do disjuntor e assim o disjuntor é desarmado, seccionando a corrente e cumprindo sua finalidade de proteção. 1.1.2 Proteção Térmica Já no que se refere a proteção térmica, o disjuntor apresenta uma chapa bimetálica e essa é a principal encarregada da proteção térmica que o disjuntor realiza. Essa chapa bimetálica realiza a proteção por meio da aplicação do efeito joule, que ocorre quando uma corrente elétrica passa pela chapa, promovendo um aquecimento e a liberação de energia na forma de calor, que em determinadas proporções, dependo da intensidade da corrente, pode promover a deformação da chapa. Nessas condições, http://comprefoxlux.com.br/disjuntores66986698 https://www.mundodaeletrica.com/bonina-eletrica-como-funciona-como-testar/ 5 observa-se que a chapa bimetálica foi desenvolvida para se “transformar” em situações nas quais a corrente ultrapasse o valor nominal do disjuntor, quando essa deformação acontece é porque a mesma sofreu um aquecimento elevado, sendo assim a chapa se curva e aciona o mecanismo que desarma o disjuntor, seccionando a corrente e promovendo a proteção esperada. Figura 1. Região interna do disjuntor termomagnético Fonte: <https://eletriccaseind.wixsite.com/eletricidademoderna/> 1.2 CLASSIFICAÇÃO E APLICAÇÃO DOS DISJUNTORES DTM 1.2.1 Quantidade de polos Os disjuntores apresentam diferentes quantidades de polos, o número de fases que é utilizado na alimentação da residência deve ser igual ao número de polos do disjuntor, sendo assim se o sistema de alimentação for bifásico, deve ser utilizado um disjuntor bipolar para proteção, para um sistema bifásico, um bipolar e para um sistema trifásico, um disjuntor tripolar. 6 1.2.2 Curvas de Atuação Os disjuntores são diferenciados por faixa de atuação, podendo ser classificados entre B, C ou D e essa nomenclatura está associada à curva que caracteriza o seu desarme. Nessa perspectiva, evidencia-se que fundamental diferença entre as curvas encontra-se no tempo de atuação do disparador magnético com relação ao curto-circuito, que é a área de atuação imediata do equipamento. Os disjuntores de norma IEC ou DIN nome comumente conhecido possuem três curvas de atuação que são com características distintas, estas curvas são conhecidas como curvas B,C e D, (NERY 2014, p 2014). Figura 2. Característica tempo-corrente típica de disjuntor termomagnético. Fonte: <https://wiki.sj.ifsc.edu.br/> 7 Figura 3. Gráfico com curvas de atuação de curvas B, C e D. Fonte: <https://wiki.sj.ifsc.edu.br/> Os disjuntores de curva B são mais apropriados para residências e cargas de baixas intensidades. É designado à proteção dos condutores que alimentam cargas de natureza resistiva como por exemplo aquecedores, chuveiros e lâmpadas incandescentes, e possuem atuação de 3 a 5 vezes de sua corrente nominal. No caso dos disjuntores de curva C são aqueles mais usados em indústrias. É designado à proteção de condutores que alimentam cargas de natureza indutiva como por exemplo compressores, motores, lâmpadas fluorescentes e eletrobombas. O disparador magnético possui atuação de 5 a 10 da sua corrente nominal. Já os disjuntores de curva D são aqueles que apresentam a curva de ruptura mais alta e atuam entre 10 e 20 vezes a sua corrente nominal. É designado à proteção de condutores que alimentam cargas de natureza fortemente indutivas como transformadores e grandes sistemas. 8 Figura 4. Gráfico com curvas de atuação de curvas B e C. Fonte: <https://www.voltimum.pt/artigos/noticias-do-sector/proteccao-das> O disjuntor termomagnético é ligado apenas ao condutor de fase e o disjuntor diferencial residual, aos condutores de fase e neutro dos circuitos. Nota-se que o neutro não pode ser aterrado após o DR, nem seccionar o condutor de proteção. O interruptor diferencialresidual deve ser usado, no circuito que necessita de proteção, auxiliando e complementando o disjuntor termomagnético, que promove a proteção de sobrecorrente, com o DTM instalado antes do interruptor DR. Os disjuntores devem ser identificados de maneira correta, para certificar e garantir a proteção contra sobrecarga e curto-circuito, seguindo de maneira rigorosa as normas existentes, destacando: • NBR NM 60898 – Normatiza os disjuntores especialmente projetados para serem manipulados por usuários leigos, sem realizar manutenções (normalmente instalações residenciais ou semelhantes). • NBR IEC 60947-2 – Normatiza os disjuntores manipulados por pessoas qualificadas, com formação especializada, de modo a realizar ajustes e manutenções (normalmente para instalações industriais ou semelhantes). 9 1.3 DIMENSIONAMENTO No dimensionamento. em concordância com a NBR 5410 é preciso observar os seguintes parâmetros: ● Tipo de curvas: B, C ou D; ● Corrente Nominal; ● Capacidade de interrupção de corrente; ● Número de polos; ● Tensão e frequência; ● Integral de Joule ou tempo de disparo; 1.3.1 Sobrecarga Em concordância com a NBR 5410, destaca-se que "devem ser previstos dispositivos de proteção para interromper toda corrente de sobrecarga nos condutores dos circuitos antes que esta possa provocar um aquecimento prejudicial à isolação, às ligações, aos terminais ou às vizinhanças das linhas". Para que a proteção dos condutores contra sobrecargas fique assegurada, as características de atuação do dispositivo destinado a provê-la devem ser tais que: a)𝐼𝑏 ≤ 𝐼𝑛 ≤ 𝐼𝑧 b) 𝐼2 ≤ 𝛼 . 𝐼𝑧, pela NBR IEC 60898, 𝛼 = 1,45 Sendo: ● Ib: corrente de projeto do circuito; ● Iz: máxima capacidade de condução de corrente dos condutores; ● In: corrente nominal do dispositivo de proteção (ou corrente de ajuste, para dispositivos ajustáveis); ● I2: corrente convencional de atuação; 10 ● 𝛼 vale: – pela NBR IEC 60947-2: 1,30 a quente a 30 °C; – pela NBR 5361: 1,35 a frio a 25 °C; – pela NBR IEC 60898: 1,45 a quente a 30 °C; – pela NBR 11840: 1,60. Observação: A condição da alínea b) é aplicável quando for possível assumir que a temperatura limite de sobrecarga dos condutores (observar tabela 35 NBR 5410/2004) não venha a ser mantida por um tempo superior a 100 h durante 12 meses consecutivos, ou por 500 h ao longo da vida útil do condutor. Quando isso não ocorrer, a condição da alínea b) deve ser substituída por: 𝐼2 ≤ 𝐼𝑧. (NBR 5410/2004) Todos os circuitos devem possuir um tipo de proteção e no mínimo um polo. A NBR 5410/2004 exige que todo circuito terminal tenha proteção contra sobrecorrente por dispositivo que assegure o seccionamento simultâneo de todos os condutores da fase. Figura 5. Condições de proteção contra sobrecarga. Fonte: NBR 5410/90 1.3.2 Curto-Circuito É importante destacar que as consequências do curto-circuito podem ser extremamente prejudiciais ao sistema elétrico em questão, caso não sejam eliminadas de forma rápida e eficiente por dispositivos de proteção. A NBR 5410/2004 evidencia que “A integral de Joule que o dispositivo deixa passar deve ser inferior ou igual à integral de Joule necessária para aquecer o condutor 11 desde a temperatura máxima para serviço contínuo até a temperatura limite de curto- circuito” ∫ 𝑖2 𝑡 0 𝑑𝑡 ≤ 𝑘2𝑆2 Sendo: ● ∫ 𝑖2 𝑡 0 𝑑𝑡: a integral de Joule (energia) que o dispositivo de proteção deixa passar; ● 𝑘2𝑆2: a integral de Joule (energia) capaz de elevar a temperatura do condutor desde a temperatura máxima para serviço contínuo até a temperatura de curto- circuito, supondo-se aquecimento adiabático. S é a seção do condutor. O fator K vai ser determinado a partir do material do condutor e o tipo de isolação. Geralmente, em instalações residenciais, é utilizado o cobre; dessa forma, por exemplo: K = 115 para cobre com PVC e K = 135 para cobre com EPR ou XLPE. Esses valores constam na NBR 5410/2004, inseridos na tabela 30 da norma citada. Portanto, duas condições devem ser satisfeitas, sendo essas: Primeira condição: 𝐼𝑟 ≥ 𝐼𝑐𝑐 Sendo: ● Ir: corrente de ruptura do DTM; ● Icc: a corrente de curto-circuito presumida no ponto da instalação. Segunda condição: 𝑇𝑑𝑑 ≥ 𝑡, 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑡 = 𝑆𝟐 𝐾 2 𝐼𝑐𝑐𝟐 Sendo: ● Tdd: o tempo de disparo do DTM; ● t: tempo-limite de atuação do DTM; 12 ● S: seção nominal do condutor; ● K: constante relacionada ao material do condutor. Figura 6. Condições de proteção contra curto-circuito. Fonte: <http://www.jorgestreet.com.br/> 2 DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL - DR Existe uma corrente diferencial residual que representa a soma fasorial das correntes que percorrem um circuito em determinado ponto, em que, teoricamente, o valor 𝐼𝐷𝑅será nulo, a não ser que existam correntes de fuga ou de falta para a terra. Explicando melhor, uma fuga de corrente elétrica ocorre quando a corrente encontra outro caminho para seguir à terra, que não o condutor neutro, como, por exemplo, em choques elétricos e condutores mal isolados. Sabe-se que é praticamente impossível um modelo prático seguir, fielmente, um ideal, portanto, pode-se inferir que os circuitos reais apresentarão correntes de fuga, limitadas a valores mínimos, visto que não existe uma real isolação perfeita. O Dispositivo Diferencial Residual serve para detectar essas fugas em um circuito e desligá-lo imediatamente. Logo, esse dispositivo serve para garantir a segurança de instalações elétricas, evitando que alguma pessoa sofra um choque elétrico provocado por contato direto e/ou indireto com partes energizadas. Ademais, também protege os condutores dos circuitos contra sobrecarga, curto-circuito e riscos de incêndio acarretados 13 pelos possíveis efeitos de circulação dessa corrente. Dessa forma, o dispositivo DR supervisiona a existência da 𝐼𝐷𝑅e atua sempre que o seu valor for maior que um pré- estabelecido, 𝐼∆𝑁, que é a corrente diferencial residual nominal de um dispositivo, geralmente é próxima de 30 mA. Esse valor se dá porque é a intensidade máxima que um ser humano pode suportar em seu organismo por um curto período de tempo sem danos permanentes. É muito comum observar uma confusão na nomenclatura dos dispositivos de proteção DR, como acontece com os termos DR e IDR. O primeiro é um nome genérico para qualquer dispositivo que atua contra correntes residuais. Já o segundo é um dispositivo que protege a instalação, exclusivamente, contra fuga de corrente, isto é, detecta as correntes de falta e para o sistema antes que cause danos fatais aos usuários. Figura 7. Exemplo de um Interruptor Diferencial Residual Fonte: <https://www.guiadaengenharia.com/dispositivos-seccionamento/> Os interruptores DR devem ser utilizados nos circuitos em conjunto com dispositivos como disjuntores ou fusíveis, colocados antes do interruptor. Um tipo de IDR é o tetrapolar (ilustrado acima), podendo ser usado também o bipolar. Usualmente, os dispositivos DR são fornecidos em módulos acoplados elétrica e mecanicamente a disjuntores termomagnéticos, formando um único dispositivo. Assim, não somente as estruturas do circuito são protegidas (módulo termomagnético), como também as pessoas contra choques elétricos (módulo DR). E esse equipamento é denominado Disjuntor Diferencial Residual, DDR. Basicamente, o DDR é um IDR mais completo e com a função de um disjuntor, que são as proteções contra curto-circuito e sobrecarga através da detecção térmica e magnética. Logo, o funcionamento é similar e ele pode substituir o interruptor em uma instalação. 14 Figura 8. Exemplo de um Disjuntor Diferencial Residual tetrapolar Fonte: <https://www.guiadaengenharia.com/dispositivos-seccionamento/> O DDR pode ser utilizado como disjuntor geral de uma instalação, mesmo não sendorecomendado, já que pode prejudicar na identificação de problemas no circuito, portanto, indica-se que este dispositivo seja usado somente como disjuntor de circuitos parciais. Os disjuntores DR devem ser ligados aos condutores fase e neutro, sendo que o neutro não pode ser aterrado após o DR. Os tipos mais utilizados de disjuntores residuais de alta sensibilidade (máximo de 30 mA) são: Figura 9. Exemplos de Disjuntor Diferencial Residual bipolar e tetrapolar. Fonte: Instalações Elétricas Residenciais (2003, p. 61) Algo interessante é que os DR’s possuem um botão de teste, em sua parte frontal, que serve para uma simulação interna de fuga de corrente para fazer com que o dispositivo desarme sempre que for pressionado. É recomendado que esse teste seja feito pelo menos uma vez por mês e caso não aconteça o desarme, é importante fazer mais testes e uma verificação mais aprofundada. 15 Figura 10. Exemplo de Polos para ligação do IDR Fonte:<https://www.mundodaeletrica.com.br/como-testar-idr-como-usar-o-botao-de- teste/> Na imagem acima, o circuito verde destacado, mostra quais polos, internamente ligados no IDR, devem estar ocupados para que o teste funcione. 2.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Figura 11. Construção interna de um DR Fonte:<https://abracopel.org/blog/tecnologia/conceitos-e-aplicacoes-de-dispositivos-de- corrente-diferencial-residual-dr/> Um dispositivo diferencial residual é constituído, essencialmente, por: contatos fixos e móveis, transformador diferencial e disparador diferencial (relé polarizado). 16 Figura 12. Partes Principais de um Dispositivo DR Fonte: Projetos de Instalações Elétricas Prediais - Domingos Leite (2001, p. 203) Os contatos permitem a abertura e o fechamento do circuito e são dimensionados de acordo com a corrente nominal do dispositivo (𝐼∆𝑁). O transformador é composto por: um núcleo laminado, cujo material possui alta permeabilidade; tantas bobinas primárias quanto forem os polos do dispositivo, por exemplo, em um dispositivo bipolar, vão haver duas bobinas primárias; uma bobina secundária destinada a detectar a corrente diferencial residual. Enquanto as bobinas primárias são iguais e enroladas, para que, normalmente, não exista fluxo resultante no núcleo, a bobina secundária tem a função de perceber um eventual fluxo resultante. O sinal na saída dessa bobina é encaminhado a um relé polarizado que aciona o mecanismo de disparo para a abertura dos contatos principais. O disparador diferencial é um relé polarizado formado por um ímã permanente, uma bobina ligada à bobina secundária do transformador e uma peça móvel fixada de um lado por uma mola e ligada mecanicamente aos contatos dos dispositivos. Em condição de repouso, a peça móvel permanece na posição fechada, encostada no núcleo e tracionando a mola. 17 Figura 13. Esquema do Disjuntor Diferencial Fonte: Instalações Elétricas - Hélio Creder (2007, p. 116) Normalmente, o fluxo resultante no núcleo do transformador, produzido pelas correntes que percorrem os condutores de alimentação, é nulo e na bobina secundária não é gerada nenhuma força eletromotriz (𝐼𝐷𝑅 < 0,5・𝐼∆𝑁). A parte móvel do disparador diferencial está em contato com o núcleo (Figura 14), tracionando a mola, atraída pelo campo do ímã permanente. Figura 14. Ausência de falta para a terra Fonte: Instalações Elétricas - Hélio Creder (2007, p. 116) Quando o fluxo resultante no núcleo do transformador for diferente de zero (Figura 15), será gerada uma força eletromotriz na bobina secundária e uma corrente percorrerá a bobina do núcleo do disparador (𝐼𝐷𝑅 ≥ 0,5・𝐼∆𝑁). O fluxo criado no núcleo do disparador provocará a desmagnetização do núcleo, abrindo o contato da parte móvel e, por conseguinte, os contatos principais do dispositivo. 18 Figura 15. Condição de falta para a terra Fonte: Instalações Elétricas - Hélio Creder (2007, p. 116) Além do funcionamento elétrico do dispositivo, também é importante notar o funcionamento mecânico: Figura 16. Funcionamento Mecânico de um Dispositivo DR Fonte: Projetos de Instalações Elétricas Prediais - Domingos Leite (2001, p. 203) 19 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DR 2.2.1 Modo de funcionamento O funcionamento de um relé diferencial residual pode ser direto, sem aporte de energia auxiliar, sendo puramente eletromagnético; ou demandar a amplificação do sinal, precisando, nesse caso, de aporte de energia auxiliar, sendo eletrônico ou misto. 6.3.3.2.7. Admite-se o uso de dispositivos DR com fonte auxiliar que não atuem automaticamente no caso de falha da fonte auxiliar se a instalação na qual o dispositivo for utilizado tiver sua operação, supervisão e manutenção sob responsabilidade de pessoas advertidas (BA4) ou qualificadas (BA5) [...]. (NBR 5410, 2004, p.126) A tabela a seguir relaciona os tipos de dispositivos DR quanto ao modo de funcionamento e indica as aplicações, na proteção contra choques, a que eles estão habilitados. Tabela 1. Condições de utilização dos dispositivos DR segundo o modo de funcionamento Fonte: Guia EM da NBR 5410 (2001, p. 65) 2.2.2 Sensibilidade É definida como a menor corrente de fuga que o dispositivo é capaz de perceber e, imediatamente, desligar o circuito. Essa corrente é denominada Corrente Diferencial Residual nominal de atuação (𝐼∆𝑁) e é o primeiro fator a ser verificado para saber se o DR 20 poderá ser utilizado. Essa sensibilidade varia de 30 a 500 mA e deve ser dimensionada com cuidado, correndo risco de prejudicar a própria qualidade da instalação. O grupo de dispositivos com 𝐼∆𝑁≤ 30 mA são classificados como de alta sensibilidade, enquanto aqueles com 𝐼∆𝑁> 30 mA são classificados como de baixa sensibilidade. Pode-se, ainda, classificar de acordo com sua corrente de atuação e sua finalidade: ● Proteção contra contato direto (30mA): ideal para a proteção de seres humanos, já que esse valor garante que os usuários não sofrerão danos fisiológicos. ● Proteção contra contato indireto (100mA a 300mA): no caso de uma falta interna em algum equipamento ou falha na isolação, peças de metal podem se tornar energizadas. ● Proteção contra incêndio (500mA): correntes para a terra com este valor podem gerar arcos/faíscas e provocar incêndios. 5.1.3.2.1.1 O uso de dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual com corrente diferencial-residual nominal 𝐼𝛥𝑛 igual ou inferior a 30 mA é reconhecido como proteção adicional contra choques elétricos. NOTA A proteção adicional provida pelo uso de dispositivo diferencial-residual de alta sensibilidade visa casos como os de falha de outros meios de proteção e de descuido ou imprudência do usuário. (NBR 5410, 2004, p.49) Figura 17. Identificação da sensibilidade do dispositivo DR Fonte: <https://heitorborbasolucoes.com.br/dispositivo-diferencial-residual-dr/> 21 2.2.3 Tipos de correntes de falta detectáveis Outra forma de classificar os DR’s é pela sua “capacidade de detecção”, isto é, pelos tipos de corrente de falta que eles são capazes de detectar e realizar o disparo. A normalização IEC (International Electrotechnical Commission) distingue três tipos: ● tipo AC: sensível apenas para corrente alternada; ● tipo A: sensível a corrente alternada e corrente contínua pulsante; ● tipo B: sensível a corrente alternada, a corrente contínua pulsante e a corrente contínua pura (lisa). 6.3.3.2.1 Em circuitos de corrente contínua só devem ser usados dispositivos DR capazes de detectar correntes diferenciais-residuais contínuas. Eles devem ser capazes, também, de interromper as correntes do circuito tanto em condições normais quanto em situações de falta. 6.3.3.2.2 Em circuitos de corrente alternada nos quais a corrente de falta pode conter componente contínua só devem ser utilizados dispositivos DR capazes de detectar também correntes diferenciais-residuaiscom essas características. 6.3.3.2.3 Em circuitos de corrente alternada nos quais não se prevêem correntes de falta que não sejam senoidais, podem ser utilizados dispositivos DR capazes de detectar apenas correntes diferenciais-residuais senoidais. Tais dispositivos podem ser utilizados também na proteção de circuitos que possuam, a jusante, dispositivos DR capazes de detectar as correntes de falta não-senoidais que os circuitos por eles protegidos possam apresentar. (NBR 5410, 2004, p.125 - 126) 22 Figura 18. Esquema de dispositivo diferencial capaz de detectar correntes de falta CA, CC pulsantes e CC lisas. Fonte: Guia EM da NBR 5410 (2001, p. 73) 2.2.4 Características de atuação A normalização IEC determina limites tempo-corrente para a atuação dos dispositivos diferenciais. Tabela 2. Limites tempo-corrente para a atuação dos dispositivos diferenciais, conforme a IEC 61008 e IEC 61009. Fonte: Guia EM da NBR 5410 (2001, p. 77) 23 De acordo com a tabela acima, é possível perceber que as normas IEC estabelecem limites definidores de dois tipos de DR. O tipo G, em que são definidos os limites máximos, ou seja, o tempo máximo que o dispositivo deve efetuar o desligamento do circuito protegido (tempo máximo de interrupção 𝑡𝑜). E o tipo S, em que são definidos os tempos mínimos de não atuação (𝑡𝑛𝑜), isto é, ele só pode atuar depois de decorrido esse tempo. Figura 19. Curvas de atuação dos dispositivos diferenciais tipo G e tipo S, conforme a IEC 61008 e IEC 61009. Fonte: Guia EM da NBR 5410 (2001, p. 77) Esses dados explicam o porquê do tipo G, formalmente “de uso geral”, é referido como instantâneo. E o tipo S, analogamente, como seletivo. 6.3.6.3.1 A seletividade entre dispositivos DR em série pode ser exigida por razões de serviço, notadamente quando a segurança estiver envolvida, de modo a manter a alimentação de partes da instalação não diretamente afetadas pela ocorrência de uma falta. 6.3.6.3.2 Para assegurar a seletividade entre dois dispositivos DR em série, estes dispositivos devem satisfazer, simultaneamente, as seguintes condições: a) a característica tempo–corrente de não-atuação do dispositivo DR a montante deve se situar acima da característica tempo–corrente de atuação do dispositivo DR a jusante; e b) a corrente diferencial-residual nominal de atuação do dispositivo DR a montante deve ser superior à do dispositivo DR a jusante. No caso de dispositivos DR conforme a IEC 61008-2-1 e a IEC 61009-2-1, a corrente diferencial-residual nominal de atuação do dispositivo DR a montante deve ser pelo menos três vezes o valor da corrente diferencial-residual nominal de atuação do dispositivo DR a jusante. (NBR 5410, 2004, p.138) 24 2.3 APLICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DR Como já foi dito, os dispositivos DR podem ser instalados na proteção geral da instalação, mas recomenda-se o seu uso nas proteções individuais de circuitos terminais. Quando esses dispositivos estiverem na proteção geral e nos circuitos terminais, será preciso fazer uma coordenação em busca de seletividade de atuação. O dispositivo de maior sensibilidade de atuação (menor 𝐼∆𝑁) deverá ser instalado no circuito terminal e o de menor sensibilidade no circuito de distribuição. É evidente que para poder perder instalar um dispositivo DR na proteção de um circuito ou instalação (proteção geral), as respectivas correntes de fuga deverão ser inferiores ao limiar de atuação do dispositivo. Dessa forma, antes de instalar um dispositivo DR, é necessário efetuar uma medição preventiva destinada a verificar a existência, pelo menos, de correntes de fuga superiores a um certo limite. Caso o resultado seja favorável (não existam correntes de fuga significativas fluindo para a terra), pode-se instalar um dispositivo DR como proteção geral contra contatos indiretos. Caso contrário, só poderão ser instalados dispositivos DR nas derivações da instalação. O item 5.1.3.2.2 da NBR 5410 define alguns casos onde o uso desse dispositivo é obrigatório: a. circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais com banheira ou chuveiro; b. circuitos que alimentam tomadas de corrente em áreas externas; c. circuitos que alimentam tomadas de corrente internas que podem ser usadas para alimentar equipamentos no exterior; d. circuitos que, tanto em locais de habitação quanto em edificações não- residenciais, sirvam a pontos de utilização pelas áreas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagem. Vale ressaltar, que é preciso estar atento aos esquemas de ligação, padronizados pela norma ABNT NBR 5410 itens 4.2.2.2.1, 4.2.2.2.2 , 4.2.2.2.3. Também é lícito destacar, a título de conhecimento, que, geralmente, o dispositivo DR bipolar é utilizado quando o circuito é monofásico ou bifásico exclusivos, ou seja, sai do quadro elétrico e vai em direção a alimentação é pontual, como, por exemplo, para um chuveiro elétrico. Já o dispositivo DR tetrapolar, normalmente, é utilizado em um circuito 25 onde a carga será distribuída, como, por exemplo, tomadas de uso geral, ademais, também pode-se utilizar esse dispositivo para integrar vários circuitos. 2.4 FORMA DE DIMENSIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS DR Dimensionar o dispositivo DR é determinar o valor da corrente nominal (𝐼𝑁) e da corrente diferencial residual nominal de atuação (𝐼∆𝑁), de modo que se garanta a proteção do ser humano contra choques elétricos. Já é sabido que, no caso de um DR de alta sensibilidade, o valor máximo para a corrente diferencial residual nominal de atuação é de 30 mA. E, de modo geral, as correntes nominais típicas para dispositivos DR são 25, 40, 63, 80 e 100 A. Dessa forma, existem duas possibilidades: ● Disjuntor DR: deve ser escolhido com base na tabela a seguir. Pode-se notar que, nela, não é permitido utilizar um DDR de 25 A, por exemplo, em circuitos que utilizem condutores de 1,5 e 2,5 mm². Nesses casos, a solução é fazer uso de uma combinação de disjuntor termomagnético (DTM) + interruptor diferencial residual (IDR). 26 Tabela 3. Dimensionamento de dispositivos DR Fonte: Instalações Elétricas Residenciais (2003, p. 101) Geralmente, em uma instalação, todos os condutores de cada circuito possuem a mesma seção, contudo, a norma permite a utilização de condutores de proteção com seção menor. 27 Tabela 4. Relação entre seção dos condutores de fase e dos condutores de proteção Fonte: Instalações Elétricas Residenciais (2003, p. 102) ● Interruptor DR: deve ser escolhido com base na corrente nominal dos disjuntores termomagnéticos. Tabela 5. Dimensionamento de Interruptor DR Fonte: Instalações Elétricas Residenciais (2003, p. 100) 3 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS ELÉTRICOS - DPS 3.1 SURTO ELÉTRICO Antes de falar sobre DPS precisamos abordar o que é um surto elétrico. O surto elétrico é um fenômeno que vem de uma onda transitória de tensão, em outras palavras, 28 uma corrente ou potência que causa uma taxa de variação elevada em um pequeno período de tempo. Podendo causar a queima de algum equipamento elétrico e eletrônico, tendo chances de iniciar incêndios. Existem diversas causas, entre elas a que mais se destaca é a descarga atmosférica, ou seja, um raio que atingiu a rede elétrica. Mas também pode ter origem em manobras de rede, partida de grandes motores, ou movimento de liga e desliga em máquinas. 3.2 CONCEITO E FUNCIONAMENTO O DPS ou Dispositivo de Proteção contra Surtos é em poucas palavras, um dispositivo capaz de detectar sobretensões transitórias no circuito (com possível origem em descargas atmosféricas ou partidas de grandes motores e etc.) e direcioná-las para o aterramento evitando assim que essa sobrecarga atinja equipamentos elétricos e eletrônicos evitando que os mesmos queimem, abaixo um exemplo de um DPS: Figura 20. imagem de um DPS com suas especificaçõesFonte:<https://newalfaluz.com.br/dispositivo-de-protecao-de-surto-dps-45ka-89789792> Tal dispositivo funciona de forma a desviar o surto para a barra de proteção (terra) evitando danos no sistema, em suma isso se dá por conta de um elemento presente no 29 DPS, chamado varistor, responsável por gerar, em uma fração de segundos, um curto circuito entre a fase afetada e o PE ou terra. O varistor nada mais é do que um resistor elétrico que varia sua resistência de acordo com a tensão que está submetido, onde quanto maior a tensão, menor a resistência oferecida pelo mesmo. E o mais importante é que esse processo de mudança do valor da resistência ocorre de forma extremamente rápida evitando danos à rede elétrica da casa. E como o DPS usa essa característica? Podemos evidenciar isso colocando em prática. Supondo que uma grande descarga elétrica provocada por um raio percorra uma das fases, o varistor vai detectar tal sobretensão que tende ao infinito e diminuir sua resistência tendendo a 0 dessa forma o curto vai se fechar entre a fase e o aterramento (potencial= 0 Volts aproximadamente) sendo assim essa sobrecarga vai se dirigir ao solo em um tempo muito curto, tão curto que o disjuntor não consegue perceber a fuga de corrente, logo, não desarma, tornando o DPS muito eficiente. Vale ressaltar que os DPS comumente têm em seu corpo plástico uma tarja verde que indica o bom funcionamento do dispositivo, uma vez que essa tarja se torne vermelha ou acenda alguma luz vermelha, é a indicação de que se deve trocar o aparelho. Conforme Figura 20 3.3 CLASSIFICAÇÃO Os Dispositivos de Proteção contra Surtos podem ser divididos em 3 classes. São elas: ● Classe I: essa é a classe que engloba os dispositivos mais robustos pois são usados na proteção contra descargas diretas (geralmente associado ao SPDA), por isso é colocado logo no ponto de entrada da instalação. ● Classe II: nessa classe estão os dispositivos, responsáveis por lidar com descargas indiretas, por isso geralmente é instalado no quadro de distribuição. Tal dispositivo é usado em residências e pequenos imóveis comerciais, complementando o trabalho do DPS de classe 1, como também na prevenção de sobretensões de manobra. 30 ● Classe III: essa classe tem dispositivos com uma proteção mais sensível, por isso são considerados apenas como complementares. São instalados internamente, próximos aos equipamentos que se deseja uma proteção extra. 3.4 UTILIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO 3.4.1 Formas de conexão A norma que trata da utilização do DPS é a NBR 5410:2004 item 6.3.5, e nela temos uma exemplificação das formas de ligação dos dispositivos DPS no circuito da casa devido a alguns fatores conforme a Figura 21.: 31 Figura 21. exemplos de esquemas de conexão Fonte: NBR 5410:2004 Além disso é importante que o comprimento dos condutores destinados a realizar a conexão do DPS (seja, do fase-DPS, neutro-DPS, DPS-PE e/ou DPS-neutro) precisa ser o mais curto possível e não ter nenhum tipo de curvas ou laços, idealmente. Figura 22. Formas de ligação do DPS a)em série e b)em paralelo com a instalação elétrica. Fonte: NBR 5410:2004 Como apresentado na Figura 22a) a soma do comprimento do conector fase-DPS (a) e o conetor DPS-PE (b) deve ser menor ou igual a 0,5 m. Caso não seja possível a instalação a essa distância, a melhor alternativa é realizar a ligação em paralelo, Figura 22b), dessa forma o valor de b deve ser menor que 0,5 m. Quanto a bitola dos fios a NBR 5410:2004 no item 6.3.5.2.9 diz o seguinte: 32 Em termos de seção nominal, o condutor das ligações DPS-PE, no caso de DPS instalados no ponto de entrada da linha elétrica na edificação ou em suas proximidades, deve ter seção de no mínimo 4 mm2 em cobre ou equivalente. Quando esse DPS for destinado à proteção contra sobretensões provocadas por descargas atmosféricas diretas sobre a edificação ou em suas proximidades, a seção nominal do condutor das ligações DPS±PE deve ser de no mínimo 16 mm2 em cobre ou equivalente. (NBR 5410, 2004, p.136) 3.4.2 Dimensionamento Os dispositivos de proteção ainda podem ser divididos de forma a considerar a corrente máxima de descarga, como apresentado pelo livro Instalações Elétricas Prediais, do autor Cavalin em sua 14ª edição: DPS 20 kA: recomendado como proteção única ou primária em instalações situadas em zonas de exposição a raios classificadas como AQ1 (desprezível). Deve ser instalado no circuito elétrico no qual o equipamento está conectado. DPS 30 kA: recomendado como proteção única ou primária em redes de distribuição de baixa tensão situadas em áreas urbanas e densamente edificadas, expostas a raios classificadas como indiretas (AQ2). Deve ser instalado junto com o quadro de distribuição central de rede elétrica. DPS 45 kA: recomendado como proteção única ou primária em redes de distribuição de baixa tensão situadas em áreas rurais ou urbanas com poucas edificações, em zonas expostas a raios classificadas como diretas (AQ3) e com histórico frequente de sobretensão. Deve ser instalado junto com o quadro de distribuição central de rede elétrica. DPS 90 kA: recomendado como proteção única ou primária em redes de distribuição de baixa tensão situadas em áreas rurais ou urbanas com poucas edificações, em zonas expostas a raios classificadas como diretas (AQ3) e com histórico frequência elevada de sobretensões. Deve ser instalado junto com o quadro de distribuição central de rede elétrica. (CAVALIN e CERVELIN. Instalações Elétricas Prediais, 14ª edição, p. 381) Ainda fazemos a correlação das correntes máximas de descarga (corrente máxima que o DPS consegue descarregar) com a corrente nominal de descarga (corrente de descarga indicada para se trabalhar com o DPS) e o nível de proteção de corrente nominal para facilitar o dimensionamento, segundo a Tabela 6. 33 Tabela 6. Relação entre Imax (kA), In (kA) e VP (kV) Fonte: Instalações Elétricas Prediais –Cavalin e Cervelin- 14ª edição (2006, p 381) Quanto ao esquema de aterramento a NBR 5410:2004 item 6.3.5.2.4 explica qual esquema de conexão pode ser usado e qual tensão estará submetida cada tipo de aterramento (TT, TN-C, TN-S, IT com neutro distribuído e IT sem neutro distribuído). segundo a Tabela 7. Tabela 7. Tabela com a relação do aterramento com a conexão Fonte: NBR 5410:2004 34 4 CONCLUSÃO Utilizar dispositivos de proteção da rede elétrica de maneira correta e eficiente é de extrema importância para a proteção tanto do sistema, como dos indivíduos que fazem o uso desse instrumento. Nesse contexto, evidencia-se a relevância do disjuntor termomagnético, que realiza uma proteção de duas formas, de modo que o seu princípio de funcionamento está ligado à proteção contra sobrecarga, assim como contra curtos- circuitos, assegurando a atividade adequada das instalações elétricas, visando a redução de acidentes e possíveis danos na rede. Em relação ao Dispositivo Diferencial Residual (DR), por meio desta pesquisa, é possível defini-lo como um equipamento capaz de garantir a segurança de instalações elétricas, evitando que alguém sofra um choque por contato direto e/ou indireto com partes energizadas do sistema. Para isso, ele supervisiona a corrente diferencial residual (𝐼𝐷𝑅) e atua, desligando o circuito, sempre que o seu valor for maior que a corrente diferencial residual nominal do dispositivo (𝐼∆𝑁). Os equipamentos DR podem ser Interruptores (IDR), que protegem a instalação, exclusivamente, contra fuga de corrente e evitam danos fatais aos usuários, ou, Disjuntores (DDR) que são, basicamente, interruptores DR mais completos e com a função de um disjuntor. Assim como os demais, o Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS), tem grande relevância, pois o equipamento é capaz de detectar uma sobretensão (oriunda de descargas atmosféricas na redeelétrica, partida de grandes motores ou manobras de rede por exemplo), e em uma fração de segundos direcioná-la para o aterramento, antes mesmo que outro dispositivo sequer perceba a fuga de corrente e desarme, garantindo assim uma maior proteção aos equipamentos elétricos e eletrônicos da instalação. Diante disso, é lícito declarar que, nessa pesquisa, ficou evidente o quão importantes esses dispositivos são para uma boa e segura instalação elétrica. Vale lembrar, também, que muitas outras informações acerca da aplicação, funcionamento, características específicas e, até mesmo, curiosidades desses instrumentos foram apresentadas, sempre, é claro, sendo buscado em diversas fontes, para evitar ao máximo divergências e inexatidões. Outro fator significativo, foi o uso, como base para muitas questões, da norma técnica NBR 5410, que aborda, justamente, instalações elétricas de baixa tensão. 35 REFERÊNCIAS ALVES, José Rubens de Souza; MORENO, Hilton. GUIA EM DA NBR 5410: INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO. São Paulo, 2001; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, p. 15-17. 2004; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, p. 49. 2004; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, p. 65-71. 2004; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, p. 138. 2004; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, p. 125-126. 2004; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, p. 130-137. 2004; BORBA, Heitor. “Dispositivo Diferencial Residual – DR.” Heitor Borba Soluções, 7 de julho de 2013. Disponível em: <https://heitorborbasolucoes.com.br/dispositivo- diferencial-residual-dr/>. Acesso em 27 julho 2021; CREDER, Hélio. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. 15ª ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2007; CAVALIN, Geraldo, e Severino CERVELIN . INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ELÉTRICAS. 14ª ed. São Paulo: Editora Érica Ltda, 2006; “Como escolher o disjuntor ideal?”, 16 fevereiro de 2016. Disponível em: <https://www.astra-sa.com/destaques/como-escolher-o-disjuntor-ideal/>. Acesso em 24 julho 2021; 36 “Dispositivo DR – O que é e como funciona o disjuntor DR.” Athos Electronics. Disponível em: <https://athoselectronics.com/dispositivo-dr-como-funciona/>. Acesso em 24 julho 2021; “Funções e características importantes do Disjuntor Termomagnético”. Foxlux, Disponível em: <https://www.foxlux.com.br/blog/foxlux-2/funcoes-e-caracteristicas- do-disjuntor-termomagnetico/>. Acesso em 19 de julho de 2021; “Funcionamento Aplicação e Função do Disjuntor DR.” Saber Elétrica. Disponível em: <https://www.sabereletrica.com.br/funcionamento-do-disjuntor-dr/>. Acesso em 26 julho 2021; GOZZI, Giuseppe Giovanni Massimo; PAREDE, Tera Miho Shiozaki; HORTA, Edson. ELETRÔNICA - MÁQUINAS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. Fundação Padre Anchieta, São Paulo, 2011; INSTALAÇÕES ELÉTRICAS RESIDENCIAIS. São Paulo: 2003; LEITE LIMA FILHO, Domingos. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS. 6ª ed. 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Disjuntor termomagnético, funções e características!. Mundo da Elétrica. Disponível em: <https://www.mundodaeletrica.com.br/disjuntor- termomagnetico-funcoes-e-caracteristicas/>. Acesso em 19 julho 2021; MATTEDE, Henrique. “DPS! O que é? Quais as classes e como Instalar” Mundo da Elétrica. Disponível em: <https://www.mundodaeletrica.com.br/dps-o-que-e-quais-as- classes-e-como-instalar/>. Acesso em 26 julho 2021; SILVEIRA, Hudson Fabrício Dias; DIAS, Mikaella Priscila Alves. DIMENSIONAMENTO, ESPECIFICAÇÕES E APLICAÇÃO DE DISJUNTORES ELÉTRICOS SENDO O EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO E MANOBRA MAIS VIÁVEL É UTILIZADO. FASA, Montes Claros - MG, 2018; VIANA, Dandara. “Entenda a diferença entre DR, IDR, DDR e DPS.” Guia da Engenharia, 1 de maio de 2020. Disponível em: <https://www.guiadaengenharia.com/dispositivos-seccionamento/>. Acesso em 26 julho 2021;
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