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Exame psiquiátrico

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Rhyan Coelho 
PALESTRA 01 – Introdução à psiquiatria, exame psiquiátrico e psicopatologia 
A psiquiatria inicia junto com a medicina na Grécia, a exemplo da teoria 
humoral hipocrática (o popular sanguíneo, o sereno fluemático, o forte 
colérico e o perfeito melancólico). Na Idade média os hospitais funcionavam 
como hospedarias (pouco conhecimento médico), com uma arquitetura 
religiosa. 
Em 1498 surgem as Santas Casas de misericórdia em Portugal. No século XVIII 
os hospitais passaram a ter características mais científicas. 
 
O pai da psiquiatria é Philippe Pinel. 
 
Os primeiros espaços destinados aos doentes mentais eram chamados de “casinha de doudos”. 
Em 1852 surge o Hospício Pedro II, com 140 leitos. 
Eram correntes as práticas de sangria, de isolamento em quartos escuros, de banho de água fria. Tratamento 
moral (corrente organicista). 
 
Em fevereiro de 1952, seria clinicamente introduzido na França, pelas 
mãos de um cirurgião, Henri Laborit, Clorpromazina (psicofármaco, 
antipsicótico) 
Com os antipsicóticos, pôde iniciar-se gradual desativação dos asilos e 
antigos hospícios e sua substituição por ambulatórios e serviços 
assistenciais mais ágeis e menos estigmatizantes. 
 
Outro psicofármaco, descoberto por Roland Kuhn, que ajudou bastante foi 
o antidepressivo iproniazida (inibidor da monoamina oxidase – IMAO). 
 
Fraco Besaglia, logo após a segunda grande guerra, quando o ocidente ficou chocado com os campos de 
concentrações nazistas e afins, ele começou observar as condições ruins dos hospitais psiquiátricos e 
começou a pensar no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). No Brasil, em 1986 foi inaugurado o primeiro 
CAPS, na cidade de São Paulo. 
 
Exame psíquico 
➔ Exame do estado mental 
Faz parte do exame clínico. Não só as doenças psiquiátricas os alteram (intoxicações, doenças neurológicas, 
doenças endocrinológicas). Se faz a partir da observação direta (somatoscopia), anamnese e relato dos 
informantes. 
 
O que pode interferir na avaliação do estado mental? 
• Anamnese - relação médico paciente, confiança, empatia, insight, aliança, experiência. 
• Tato para questões com carga emocional (nestes casos deve-se perguntar o quanto o faz sofrer, 
evitar termos inadequados) 
• Transferência (complexo de Édipo) contra transferência (deve-se evitar a transferência, 
principalmente quando o paciente enxerga no médico a solução de todos os problemas/deixar bem 
claro que o paciente vai ter problemas que o médico não poderá resolver/ deve-se evitar também a 
contra transferência, em que o médico acaba se descontrolando p.ex., passando sentimentos de 
maneira negativa ao paciente) 
• Simulação (negar sintomas) e dissimulação. (deve-se ficar atento a pacientes que não possuem a 
doença, mas que acabam demostrando/falando que têm a doença, para ganhos secundários. A 
dissimulação é o contrário, negação de sintomas que atrapalha o diagnóstico. Para estes casos de 
Rhyan Coelho 
simulação/dissimulação, pode-se fazer a mesma pergunta para avaliar se o paciente mantém a 
mesma resposta). 
 
O exame de estado mental então engloba: 
o Identificação 
o Queixa principal 
o HMA 
o I.S. 
o A.M.P 
o A.M.F 
o H.P.P (história psiquiátrica pregressa - tratamentos anteriores, em hospitais psiquiátricos) 
o HS HV (história social e hábito de vida) 
 
➔ Funções psíquicas pode ser dividia em dois grupos 
o Apresentação, consciência, atenção, sensopercepção, orientação, memória, inteligência (são 
alteradas primeiramente pelas disfunções orgânicas) 
o Afetividade, Humor, pensamento, juízo crítico, conduta e linguagem. 
 
Aparência/apresentação – modo de andar, postura, roupa, adornos e 
maquiagens, higiene, atitude (sedutor, grandioso, hostil, amigável), 
humor ou afeto predominantes, sinais físicos idade aparentada, 
expressões corporais, contato visual. 
 
 
 
 
 
Consciência – Estado de lucidez e alerta (capacidade de responder a estímulos internos e externos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campos da consciência: foco e margem (surgem os chamados automatismos mentais e os estados ditos 
subliminares) Inconsciente. 
Alterações normais da consciência: Sono (REM e não-REM) Sonho. 
 
 
 
Rhyan Coelho 
Atenção – capacidade para manter o foco em uma atividade. É um esforço voluntário. 
A atenção pode ser dividida em atenção espontânea ou vigilância e atenção voluntária ou tenacidade. 
Concentração é o nível de tenacidade mais rebuscada, a exemplo de estudos, trabalhos (manter atenção em 
atividade mental) 
 
As alterações da atenção incluem a distração, que é uma “superconcentração” ativa da atenção sobre 
determinados conteúdos ou objetos, que o distrai de outros estímulos. A desatenção é caracterizada pela 
fragmentação da atenção. 
 
Sensopercepção – capacidade de perceber e interpretar estímulos que se apresentam aos órgãos dos 
sentidos. 
A hiper e hipoetesias, hipo e hipercepcação; 
Ilusões (má interpretação de estímulos) 
Alucinações (percepção sensorial na ausência de estímulos – visuais, auditivas, táteis, vestibulares, olfativas, 
de presença, somáticas, sinestésicas, desrealização, despersonalização, alucinações negativas, 
pseudoalucinações (quando o paciente percebe que a alucinação é algo imaginário/falso). 
 
Orientação – capacidade do indivíduo situar-se no tempo, espaço ou situação (alopsíquica) e reconhecer sua 
própria pessoa (autopsíquica – já é um estágio mais grave de níveis de desorientação). Ex.: Alzheimer. 
 
Memória – capacidade de registrar, fixar ou reter, evocar e reconhecer objetos, pessoas e experiências 
passadas ou estímulos sensoriais; 
Amnésia anterógrada x retrógada 
Alterações qualitativas: confabulações, falso reconhecimento (deja vú), agnosia (informações pontuais, a 
exemplo agnosia de face – esquecer o rosto daquela pessoa). 
 
Inteligência – capacidade de comprrender, assimilar e integrar conhecimentos. Capacidade de adaptação e 
resolver problemas. 
Pensamento lógico e abstrato 
Tipos de inteligência, idade, desenvolvimento, escolaridade; 
Conhecimentos gerais, vocabulário, cálculo; 
Inferida (inteligência preservada) ou aferida (objetiva, Resultados de QI) 
Alterações: demência, deficiência mental, incapacidade de abstração, oligofrenia, inteligência prática ou 
racional, disposicional (abstrai um pouco mais do que o habitual), teórico lógica; 
 
 
 
Afeto e humor – experiência imediata e subjetiva das emoções sentidas pelo paciente em relação ao que o 
cerca 
Humor é a sensação pervasiva que interfere nas outras funções psíquicas, tonalidade constante e 
predominante. 
Afeto é a experiência imediata que se observa. 
Alterações: Eutímico, ansioso, irritável, triste/deprimido/distímico, apático, inibido, 
hipertímico/maníaco/hipomaníaco, eufórico, labilidade afetiva, embotamento afetivo, anedonia (perda 
total de prazer), incontinência emocional, incongruência emocional, “la belle indiferente”(apatia mais 
extrema). 
 
 
 
 
Rhyan Coelho 
Pensamento – experiência imediata e subjetiva das emoções sentidas pelo paciente em relação ao que o 
cerca; 
A produção do pensamento pode ser lógica, ilógica (quando se já desconfia de informações do paciente) e 
mágica (ilógico mais extremo). 
Pode ter curso lento, acelerado, fuga de ideias, tangecialidade (quando não chega ao ponto que interessa e 
fica rodeando o conteúdo), bloqueio (branco). 
Alterações de conteúdo pode ser delírio (grandeza, infidelidade, Cotard, Capgras, niilista, obsessivo). 
 
Juízo crítico – capacidade do paciente de se autoavaliar adequadamente e ter uma visão realista de si 
mesmo; 
Decisão, prioridades, riscos e julgamentos; 
Insight emocional 
Alterações: ser inconveniente, gastar mais do que pode, não medir consequências, não se dar conta da 
gravidade. 
 
Conduta – comportamento do indivíduo em seu aspecto mais amplo. Descreve hábitos e atitudes 
Alterações: Transtornos de personalidade, alimentares, abuso de substâncias, fobias, transtornos de 
ansiedade e humor, comportamento suicida e homicida, parafilias (comportamento sexualpatológico), etc. 
 
Linguagem – Maneira como a pessoa se comunica. Envolve linguagem verbal e não verbal. 
Avaliação: quantidade (logorréia, prolixo, taciturno, mutismo); velocidade ou fluxo (bradilalia, taquilalia); 
qualidade (disartria [articulação], gagueira, neologismo, salada de palavras, afasia, coprolalia) 
 
Dislalia: “probrema” deglutição? 
Verbigeração: repetição insistente de palavras ou frases sem sentidos 
Parafrasear: explicar resumidamente 
Jagonofasia: representa uma completa desorganização da linguagem “alviela de seporte antatá da cédula de 
emigração” 
 
Demais funções e psicofisiologia 
-Volição (hiperbulia ou hipobulia) 
-Consciência do eu 
-Funções psicofisiológicas: fome, sono, sexo.

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