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UNIDADE I Unidade I - Políticas de Educação Especial, Autismo e Deficiência Intelectual: conceitos, concepções de educação, aspectos teóricos, política de inclusão, adequações curriculares, capacidades e talentos e os domínios dos estudantes. Convite ao estudo Ao longo de sua trajetória como docente, você já deve ter se perguntado ou ter ouvido comentários e questionamentos sobre os aspectos do comportamento de alguns alunos que se apresentam alheios à sua compreensão como professor/a, como o caso de alunos que estudando em uma turma de sala regular, mas que, matriculados também em sala especial (Sala de recursos), possuem atitudes, comportamentos e modos de pensar bastante diferentes: “Eles estudam na mesma sala, têm a mesma idade, porém um é tão diferente do outro, como pode?” Também já deve ter observado, feito comparações entre alunos da mesma faixa etária e de outras turmas do mesmo nível, mas que apresentam características bastante diferentes. Joaquim e Ana, por exemplo, possuem a mesma idade e são da mesma turma, no entanto, Ana já apresenta a fala bastante desenvolvida e participa de todas as atividades e consegue completar tudo com êxito. Ao contrário, Joaquim, matriculado também para ter o Atendimento Educacional Especializado – AEE em horário extraturno, quase não fala, não consegue interagir com ninguém dos colegas da sala, não compreende comandos simples e, com isso, não consegue realizar as atividades de aula. Além disso, fica o tempo todo alheio às ações do seu entorno e responde muito pouco aos estímulos do ambiente. É como se Joaquim estivesse ou vivesse em um mundo paralelo, o que será que está acontecendo? Esses são questionamentos comuns sobre alunos que têm deficiência como autismo e/ou deficiência intelectual e é o que fazem os professores e educadores procurarem ajuda por meio de cursos de formação continuada, no nível de aperfeiçoamento entre outras formações. Nesta unidade, você irá conhecer e caracterizar as deficiências autismo e deficiência intelectual, seus aspectos conceituais, biopsicossociais e históricos, apoiando-se em diferentes referenciais teóricos. É muito importante que se tenha clareza e consistência teórica para tomar decisões importantes sobre determinados casos e situações dentro da sala de aula. Para desenvolver essa competência, é fundamental que você conheça: conceitos básicos, concepções de educação, aspectos teóricos, políticas de inclusão, adequações curriculares, capacidades e talentos e os domínios dos estudantes sendo autista e/ou com deficiência intelectual. A partir desse aprendizado e de um caso apresentado, ao final da unidade, você será capaz de elaborar um relatório de observação do comportamento de alunos com autismo e os com deficiência intelectual. Para você aprender os conteúdos desta unidade de ensino de modo contextualizado e significativo, foi elaborada uma situação fictícia para embasar seus estudos. O objetivo é exercitar a busca de dados em pesquisa e, a partir de estudos de caso e relatos de experiência, conhecer melhor as características e comportamentos dos alunos com autismo e dos alunos com Deficiência Intelectual, seus principais desafios, limitações e potencialidades, além dos conceitos, das abordagens teóricas e das estratégias e boas práticas de ensino. Depois de alguns anos trabalhando na sala de aula regular, a professora Carolina começou a perceber que alguns dos seus alunos apresentavam comportamentos que lhes fugiam à compreensão. Ela percebeu que precisava saber mais sobre os seus alunos, principalmente, o Pedrinho, a Marina e o Jonas. Pedrinho, por vezes, era observado repetindo palavras ou frases em locais inapropriados e quando era chamado pelo nome não respondia, como se não ouvisse o chamado. Tinha acessos de raiva e muita dificuldade em expressar seus sentimentos com fala ou gestos, além de um intenso interesse por sua coleção de carrinhos de corrida. A Marina, parecida com o Pedrinho, apresentava muita dificuldade de comunicação, falta de interação social e de contato visual, sem expressão facial, gestos repetitivos (balançando a cabeça para frente e para trás, pequenos barulhinhos com a boca – estalinhos com a língua), e muita dificuldade em expressar emoções, além de, quase o tempo todo, ficar olhando fixamente para o ventilador da sala quando ligado. Para além do Pedrinho e de Marina, o Jonas era também um dos grandes desafios para a professora Carolina. Apesar da atenção dispensada a ele, naquela turma, o trabalho do dia com o Jonas parecia se perder no espaço e no tempo em que Jonas ia e voltava de casa. Não dava para entender. Parecia que a professora Carolina tinha que começar tudo de novo, toda aula que ela tinha com o Jonas. Jonas apresentava muitas dificuldades para aprender qualquer conteúdo e, praticamente não conseguia realizar tarefas do dia a dia, nem mesmo conseguia interagir com o meio em que ele vive. Parecia-lhe que Jonas e os outros dois alunos tinham algum grau de comprometimento cognitivo, mas a professora Carolina ficava com muito medo, insegurança e vergonha até de pensar uma coisa dessas dos alunos. Aqueles três alunos eram realmente um desafio para a professora Carolina. Será que aqueles alunos tinham alguma síndrome ou seria apenas coisa de criança mimada ou preguiça? Será que isso realmente estava acontecendo ou era apenas uma impressão dela? O que significavam aqueles comportamentos e por que nada que a professora Carolina tentava com eles funcionava? Como lidar com uma situação nova e desconhecida? A docência para a professora Carolina já não era mais tão familiar como costumava ser quando começou a desempenhar essa função. Ela não sabia muito bem o que havia mudado, mas aqueles comportamentos dos alunos lhe atingia o fundo da alma, e já não tinha como negar que não estava satisfeita com a atual situação e seu próprio desempenho na sala de aula. Resolveu conversar com várias pessoas entre elas professores da sala regular e a professora Ana Sílvia da sala especial para ajudar na sua busca por respostas, mas a maioria dos colegas professores dizia que essa era uma situação que requereria estudos e buscas por experiências positivas, tentando lhe dizer que ela precisaria se capacitar e buscar aquelas respostas em um curso de formação continuada. Como ficou sabendo de um curso de aperfeiçoamento voltado para formação continuada de professores da rede pública fomentado pelo Ministério da Educação – MEC em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia - UFU, a professora Carolina, juntamente com a professora Ana Sílvia da sala de recursos da escola, resolveram se matricular na busca por aperfeiçoamento e capacitação para atuar com alunos com deficiência. Esse curso que tratava de questões envolvendo Transtorno do Espectro do Autismo e Deficiência Intelectual viera em um momento muito importante de dúvidas que precisavam ser aclaradas e em um formato bem acessível, pois, além de gratuito, o curso seria ofertado totalmente a distância e as professoras poderiam cursá-los em local e horários que melhor lhes conviessem. A professora Carolina resolveu que, daquele momento em diante, se dedicaria a pensar sobre uma prática de ensino que deveria ser na perspectiva inclusiva em um movimento seguro a partir da capacitação para superar e saber lidar com todos aqueles momentos de dúvida e incerteza. Começou a pensar sobre cada um de seus alunos daquele ano e dos anos anteriores que apresentaram comportamentos que lhes causavam algum estranhamento e achou que a ajudaria no desempenho do curso se conseguisse registrar tudo de modo a entender melhor o que se passava em meio às suas aulas. Ela estava muito disposta a levar todos aqueles questionamentos e experiências acertadas e frustradas para os professoresdo curso e incentivou a colega Ana Sílvia a fazer o mesmo. Sabia que juntas e em parceria nos estudos e nos trabalhos na escola teriam muito mais sucesso na vida cotidiana da sala de aula no desempenho no curso que se matricularam. Você também já recebeu em suas aulas alunos com as mesmas características dos alunos relatados pela professora Carolina? Você conseguiria descrever quais os comportamentos de seus alunos que requerem uma atenção maior em termos de prática de ensino acessível? Você é convidado aqui a tomar uma atitude radical, como a professora Carolina, e partir na busca por capacitação e aperfeiçoamento. Se você, como as professoras Carolina e Ana Sílvia, tem necessidade e desejo de saber mais sobre práticas pedagógicas voltadas a atender os estudantes com autismo e os com deficiência intelectual, venha conosco. Traga para nós todas as suas dúvidas! Compartilhe conosco também suas experiências de sucesso e também suas experiências que não foram tão bem sucedidas como esperado. Curiosidades As professoras Carolina e Ana Sílvia, dispostas a ajudar Pedrinho, Marina e Jonas, três alunos tão diferentes e com necessidades individuais tão distintas, matricularam-se no curso de aperfeiçoamento voltado para a formação continuada de professores da rede pública, ofertado pela Universidade Federal de Uberlândia, com o apoio do Ministério da Educação - MEC. Sem a certeza de que encontrariam respostas para suas dúvidas, as professoras iniciaram seus estudos. A dúvida era principalmente em relação ao fato de atribuir o comportamento dos alunos à indisciplina ou a algum motivo patológico. Muita ansiedade das professoras para encontrar respostas. Pessoas com Transtorno do Espectro Autista - TEA ou com Deficiência Intelectual podem exercer atividades na sociedade? A resposta para esta pergunta é sim! Logo no início do curso, as professoras tiveram a surpresa de saberem que algumas personalidades conhecidas mundialmente foram diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista - TEA. Por exemplo, a ativista Greta Thunberg, foi diagnosticada com a síndrome de Asperger, que é um subgrupo do TEA , também denominado de Autismo de Alta Performance. Greta nasceu em Estocolmo, capital da Suécia, e começou o movimento ativista em defesa da causa climática em agosto de 2018. A menina iniciou seu movimento ativista protestando na frente do Parlamento sueco e logo ganhou adeptos da proposta e mais companheiros para o protesto. Ela é famosa por discursar para grandes líderes, inclusive, durante a Cúpula do Clima, que ocorreu em Nova York. Greta falou e, incisivamente, culpou os 60 países, representados por seus líderes, por não trabalharem para reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa. A repercussão de seu discurso foi tão grande que ganhou adeptos e admiradores no mundo todo. Ela também liderou o movimento “Greve Escolar pelo Clima” e teve apoio de estudantes de 500 cidades no mundo que foram às ruas protestarem contra as políticas climáticas. Continuando o movimento, em 2019, houve passeatas que somaram aproximadamente 4 milhões de pessoas em vários lugares do mundo. A Figura 1 traz uma imagem da ativista Greta Thunberg. Figura 1: Greta Thunberg Disponível em: https://www.google.com/search?q=greta+thunberg&rlz. Acesso em: 20 set. 2021. Outra pessoa conhecida mundialmente é o ator britânico Anthony Hopkins (Figura 2). Ele somente descobriu o transtorno aos 70 anos. A síndrome não o impediu de ser premiado pelo maior prêmio da carreira de um ator: o Oscar pelo filme“O Silêncio do Inocentes”. O próprio ator revelou ao jornal The Desert Sun sua condição e, na oportunidade, ressaltou que a síndrome de Asperger nunca seria um impedimento para seu trabalho de atuar. Figura 2: Anthony Hopkins Fonte: Disponível em: https://www.google.com/search?q=anthony+hopkins&sxsrf. Acesso em: 20 set. 2021. Mas pessoas com outros tipos de deficiência intelectual também exercem funções na sociedade? Sim! Veja o caso de Maria Paola Del Carlo, Figura 3, que foi a primeira pessoa com Síndrome de Down a receber aposentadoria. Para se aposentar, Maria Paola trabalhou 30 anos com carteira assinada, conforme exigência da legislação brasileira para uma pessoa ter direitos à aposentadoria. Ela trabalhou por 30 anos ininterruptos na Instituição Beneficente Nosso Lar, em São Paulo, exercendo a função de auxiliar nas atividades em grupo. (NOSSO LAR, s/d). Figura 3: Maria Paola registrando o ponto Fonte: Disponível em: https://ibnossolar.org.br/quem-somos/o-que-e-a-deficiencia-intelectual-di/. Acesso em: 21 set. 2021. Carolina e Ana Sílvia conversaram entre elas sobre seus alunos Pedrinho, Marina e Jonas. Eles não eram como Greta e Anthony, pois não se mostravam interessados nas aulas e não acompanhavam os alunos da sala regular. Mas por quê? O que fazer para ajudá-los? Elas descobriram que existem os níveis do TEA, embora não seja possível definir com exatidão cada caso, são eles: Nível 1 - é considerado os casos mais moderados com sintomas leves, os quais não impedem as pessoas de trabalharem, de estudarem e de se relacionarem. São chamados também de “O Autismo de Alta Performance” ou Síndrome de Asperger. Nível 2 - nesse nível, as pessoas precisam de mais apoio com especialistas como fonoaudiologia e de treinamento para conviverem em sociedade. Nível 3 - é um nível mais grave de TEA. As pessoas, nesse nível, requerem mais apoio como acompanhantes na escola e, para alguns casos, necessitam de terapia intensiva. Muitas pessoas com transtorno podem exercer vida produtiva na sociedade, desempenhando diversas funções, trabalhando, estudando, relacionando-se afetivamente com outra pessoa. Contudo, os níveis mais graves não permitem que a pessoa exerça algumas atividades na sociedade. Apesar do transtorno, essas pessoas podem e devem conviver em grupos, porque não se pode partir do pressuposto de que elas atrapalham a convivência, mas deve-se ter a noção de que elas ensinam as pessoas a conviverem com as diferenças. Neste momento, as professoras ainda não se sentiam preparadas para classificar seus alunos nos níveis descritos. E estavam corretas, porque, além de não se poder atribuir a qualquer aluno algum rótulo, os professores não são habilitados para realizar diagnósticos dessa natureza. A função de diagnosticar é exclusiva de profissionais como psicólogos e médicos. Apesar de saberem que o tema seria aprofundado no decorrer do curso, as professoras Carolina e Ana Sílvia se interessaram ainda mais pelos estudos e por vislumbrarem uma compreensão melhor de seus alunos. Sabe o que mais as professoras descobriram no início do curso? Nos tempos primórdios, até início do século XIX, as pessoas com algum transtorno mental eram consideradas "idiotas", incapazes de aprender e de conviver em sociedade. A partir do início do século XX, essas pessoas receberam a denominação de debilidade mental e infraidiota; e, por déficit intelectual/cognitivo e deficiência mental, a partir do final do século XX. Já o termo deficiência intelectual começou a ser divulgado a partir da Conferência Internacional sobre Deficiência Intelectual, realizada em 2001, no Canadá, por recomendação da Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento (IASSID). Contudo, a partir de 2010, a Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento (AADID) incorporou o novo termo ao seu modelo de classificação e sistema de suportes. (GLAT; PLETSCH, 2012). Em razão da denominação de debilidademental e de alguns comportamentos e de denominações de incapacidade, muitas famílias mantinham os seus parentes com transtorno mental privados de frequentarem a escola e os mantinham em casa também longe do convívio social, po razão de considerarem essas pessoas incapazes de aprenderem ou de conviverem em sociedade. Contudo, com o avanço dos estudos, especialmente na área da psiquiatria, os especialistas produziram manuais, especialmente, o DSM - Manual de diagnóstico e estatístico das perturbações mentais, com a finalidade de auxiliar no diagnóstico de transtornos mentais e, consequentemente, propor ações e atitudes que pudessem melhorar a forma de se relacionar com pessoas com transtornos ou com algum déficit. O diagnóstico deve ser feito por profissionais especialistas, como psicólogos e médicos com formação especializada para esta função. Isso para que pessoas não sejam rotuladas sem que o seja de fato. Como o diagnóstico deve ser realizado por profissional especializado, os familiares e a equipe que atua nas escolas podem observar o comportamento dos filhos ou dos alunos e encaminhá-los a um profissional habilitado. O que é Transtorno Mental? De acordo com o DSM-V, transtorno mental é é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. (DSM-V, p. 62). A perturbação clínica a que se refere a DSM-5, embora proponha um manual para diagnóstico, não prevê a classificação das pessoas com transtornos em grupos, já que cada uma apresenta uma particularidade no que se refere à disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento. As professoras aprenderam também que alguns transtornos que são associados a algum tipo de sofrimento ou alguma incapacidade que atrapalha, de alguma maneira, atividades sociais e/ou profissionais, podem não ser transtornos mentais. Alguns sentimentos fortes como tristeza, dor, rancor, raiva, hostilidade, frustração, aversão, medo e até alguns casos de ansiedade são próprios da constituição do ser humano. Esses sentimentos podem ser desencadeados por algum estressor, como cobranças exageradas no ambiente de trabalho, perdas comuns, como morte de um ente querido. Nesses casos, a pessoa não deve ser tratada como transtorno mental permanente (DSM- V). O que é Deficiência do Neurodesenvolvimento? O DSM-V esclarece que Transtornos do Neurodesenvolvimento são um grupo de condições que se manifestam no início do desenvolvimento da criança, isto é, antes de ela ingressar na escola. Podem ser caracterizados por déficits no desenvolvimento e prejudicam o funcionamento em todas as instâncias do ser humano, como pessoal, social, acadêmico e profissional. Não há um padrão para especificar os Transtornos de Neurodesenvolvimento, pois os déficits variam e podem ser percebidos em limitações específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivas, assim como em grau mais elevado como em prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência. (DSM-V, p. 72). Carolina e Ana Sílvia, ao estudarem sobre os Transtornos do Neurodesenvolvimento, lembraram-se dos seus alunos Pedrinho, Marina e Jonas, porque descobriram também que é comum uma pessoa apresentar mais de um transtorno do neurodesenvolvimento. Elas leram na DSM-V que, por exemplo, uma pessoa com transtorno do espectro autista, com frequência, apresenta deficiência intelectual, a qual é também chamada de Transtorno do Desenvolvimento Intelectual. Em alguns transtornos, a pessoa apresenta déficits e atrasos em atingir os marcos esperados pela comunidade, pela escola ou pela família. As professoras estudaram também na DSM-V que o transtorno do espectro autista é diagnosticado quando se percebem déficits de comunicação e interação social, que são acompanhados, por vezes, por comportamentos repetitivos ou interesses restritos, contudo intensos, por algumas questões específicas, como, por exemplo, em astronomia, em uma espécie de animais, dentre outros. (DSM-V). Também aprenderam que a deficiência intelectual também denominada de transtorno do desenvolvimento intelectual é caracterizada por déficits nas capacidades mentais como raciocínio, habilidades na solução de problemas e no planejamento, assim como na aprendizagem tanto acadêmica como na aprendizagem pelas experiências. (DSM-V). O que é Transtorno do Espectro Autista - TEA? O TEA caracteriza-se por déficits na comunicação e na interação social em diversos contextos. Por vezes, a pessoa com TEA apresenta dificuldades para se desenvolver, manter e compreender relacionamentos e requer padrões restritos e repetitivos de comportamento ou de interesse exagerado por algumas atividades. Apesar de existirem os déficits que podem incluir a pessoa no grupo de TEA, as manifestações não são as mesmas para todas as pessoas. Dentre os déficits o DSM-V (p. 92) , aponta: 1. Déficits na reciprocidade socioemocional que pode variar de um comportamento social anormal e dificuldade de estabelecer uma conversa, demonstrar emoções ou afeto ou iniciar ou responder a interações sociais; 2. Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais para interação social, por exemplo, incompreensão ou ausência de gestos ou de expressões faciais; 3. Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, como dificuldade em participar de brincadeiras imaginativas e desinteresse por pares. Complementando, Leboyer (1995,1956 apud CHIOTE, 2011, p. 17) atribui as seguintes características do Transtorno do Espectro autista: a) o isolamento autístico, definido pela incapacidade acentuada de desenvolver relações interpessoais. É caracterizado por uma falta de reação aos outros e de interesses por eles. A criança com autismo se demonstra indiferente a tudo que vem do exterior; b) os distúrbios na linguagem verbal e não verbal, como o atraso na aquisição da fala e o seu uso não comunicativo. Algumas crianças não falam e outras apresentam ecolalia1 (imediata ou diferida). A inversão pronominal ao falar de si mesma na terceira pessoa e a entonação desprovida de emoção produz uma linguagem sem expressão e descontextualizada. A capacidade simbólica é ausente ou limitada e as expressões gestuais ou mímicas não apresentam valor simbólico; c) a necessidade de imutabilidade resulta numa resistência a mudanças e em comportamentos fixados, repetidos e estereotipados com apego exagerado a um objeto particular. O brincar é marcado pela repetição e rituais privados de espontaneidade e criatividade; d) a idade em que os sintomas surgem é até o 30º mês, podendo a criança se desenvolver normalmente nos dois primeiros anos. Não há exatidão quanto ao período em que o autismo surge. O TEA é descrito no DSM-V é considerado doença e está previsto no e no CID - Classificação Internacional de Doenças (10a edição). A CID-10, atualmente, é a base para a confecção de laudos médicos diagnósticos das doenças reconhecidas. Sendo assim, já se reconhece o TEA como doença e como deficiência. A CID-10, acreditado pela OMS - Organização Mundial de Saúde, distingue saúde física e saúde mental. A saúde física é o “estado de bem estar físico, mental e social e não apenas ausência de doenças”; já a saúde mental é considerada o estado de bem estar no qual o indivíduo é capaz de usar as própriashabilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir para a sua comunidade e conviver em harmonia com a família e com a sociedade. Contudo, apesar do esforço para diagnosticar os casos, inclusive com classificação em níveis para garantir o atendimento adequado às pessoas com TEA ou com Deficiência Intelectual, existem diferenças individuais tanto na intensidade quanto na forma em que eles se manifestam. As professoras Carolina e Ana Sílvia puderam perceber que seus alunos Pedrinho, Marina e Jonas, ao mesmo tempo que apresentam características semelhantes, também é perceptível muitas diferenças entre eles. Então começaram o processo de compreensão em relação às necessidades individuais de cada aluno. Elas já conseguem olhar para seus alunos Pedrinho, Marina e Jonas com um olhar investigativo com busca na compreensão de suas 1 Repetição de palavras ou frases. histórias de seu comportamento e se perguntam se existem políticas de educação especial e de inclusão dessas pessoas. Deficiência Intelectual é sinônimo de Transtorno do Espectro Autista? Carolina ficou confusa ao ler um texto na internet e perguntou a Ana Sílvia se Deficiência Intelectual são sinônimos. Ana Sílvia também não estava segura sobre a resposta e, então, foram juntas buscar respostas para a dúvida. Elas aprenderam que, no Brasil, os termos “retardo mental” e “deficiência mental” estão sendo substituídos por “deficiência intelectual”. A diferença de terminologia, Segundo Santos e Morato (2012 apud Haag, 2015), ressalta que o termo “dificuldade” remete às relações entre sujeito e o meio, enquanto o termo “deficiência” está vinculado às características ou propriedades do indivíduo. A AAIDD - American Association on intellectual and developmental disabilities - propõe que a deficiência intelectual pode ser definida com base em três conceitos: i) o modelo socioecológico de deficiência; ii) o enfoque multidimensional; iii) definição operativa da condição. Haag (2015, p. 26) explica-nos os conceitos apresentados pela AAIDD: i) Modelo sociológico de deficiência - aborda a pessoa com base na expressão de limitações no funcionamento individual dentro de um contexto social, ou seja, tenta não ver a deficiência como um problema centrado na pessoa, mas como um desajuste entre as capacidades da pessoa e as demandas de seu ambiente; ii) Enfoque multidimensional - considera o funcionamento humano por meio de cinco dimensões: habilidades intelectuais, comportamento adaptativo, saúde, participação e contexto. As habilidade intelectuais podem ser entendidas como raciocínio lógico, pensamento abstrato ideias complexas, dentre outros; o comportamento adaptativo leva em conta a participação e desempenho de atividades reais no dia a dia nos diversos âmbitos como no trabalho, no lazer, na vida espiritual e nas atividades culturais; a saúde refere-se ao histórico clínico da pessoa; participação e contexto são atividades relacionadas considerando os ambientes físico, social e atitudinal e os pessoais que levam em conta a motivação, estilos de aprendizagem, dentre outros. iii) Definição operativa da condição - estabelece os limites do termo e toma por base os critérios a serem observados como o funcionamento intelectual, o comportamento adaptativo e a idade de início das caraterísticas. Apesar de haver o documento que caracteriza a deficiência intelectual e estabelece diretrizes para o diagnóstico, também, como no caso do TEA, somente deve ser realizado por um especialista como médico, psiquiatra ou psicólogo com formação para realizar tal análise. Nesse momento de reflexão, Carolina e Ana Sílvia começaram a pensar sobre a inclusão de alunos com TEA e com Deficiência Intelectual em salas de aula. Há poucos anos, esses alunos não eram vistos nas salas de aulas regulares. Então o que mudara na legislação sobre inclusão ao longo dos anos? Existem políticas de educação especial e inclusão? A partir da segunda década de 80, o movimento de inclusão fomentou a criação de políticas que garantissem o acesso universal à educação. As crianças com TEA ou com outro tipo de Deficiência Intelectual, até então, eram tratadas em ambientes que não favoreciam a interação social com outras crianças neurotípicas. Na maioria dos casos, esses alunos eram encaminhados para as APAEs e havia um propósito de elas passarem um período do tempo com outras crianças, contudo não se levava em conta a interação e a inclusão em turmas regulares. A Constituição Federal de 1988 prevê a educação como direito de todos, com foco no pleno desenvolvimento da pessoa, no exercício da cidadania e na qualificação para o trabalho. Com base nesse parâmetro, políticas de inclusão foram criadas para garantir esse direito constitucional às pessoas com TEA ou com Deficiência Intelectual. Esse princípio constitucional é referendado pelo Art. 206, I, que prevê [...] igualdade e condições para o acesso e permanência na escola” e o Art. 208, III, refere-se exclusivamente ao atendimento a pessoas com deficiência e garante “[...] o atendimento especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Como mencionado, os transtornos mentais são considerados deficiências, portanto pessoas com TEA ou com Deficiência Intelectual devem ser recebidas no ensino regular e a escola como um todo deve garantir-lhes acompanhamento adequado. Com o propósito de incluir as pessoas com deficiência, em 6 de julho de 2015, foi sancionada a Lei No. 13.146, “[...] destinada a assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à inclusão social e cidadania.” (BRASIL, 2015). Como as pessoas com TEA são consideradas como deficientes, elas também estão inseridas no previsto pela Lei no. 13.146/2015. O Art. 2o da referida lei considera a pessoa com deficiência “[...] aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” Reforça-se neste artigo da lei que pessoas com deficiências intelectuais ou comportamentais também devem receber condições de inclusão, assim como os cadeirantes, por exemplo, para os quais são garantidos os direitos de acesso aos ambientes escolares e sociais. Reforça-se a necessidade de os poderes público e privado garantirem a inclusão das pessoas com TEA e Deficiência Intelectual em salas de aulas com apoio de pessoal especializado para tal. Por exemplo, exige-se a presença de um intérprete em salas de aulas com alunos surdos. Da mesma maneira, se o alunos com TEA ou Deficiência Intelectual necessitar de um acompanhamento individual e especializado em salas de aula, a escola deve garantir a presença dele, como se prevê no item III do Art. 28 da Lei 13.146/2015 “projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia” Além da lei de inclusão, há também a Lei No. 13.149, de 28 de dezembro de 2016 reestrutura a Lei No. 12.711, de 29 de agosto de 2012, alterando os Artigos 3o, 5o e 7o incluindo a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnicos de nível médio e superior nas instituições de ensino, juntamente com os autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Atualidades – onde? Em todo o Brasil, pessoasque convivem com pessoas com Transtorno do Espectro Autista ou com Deficiência Intelectual como pais, profissionais da educação e da saúde, estão trabalhando com a finalidade de proporcionar a estas pessoas um mundo mais acolhedor e mais humano, para que elas não precisem se furtar de conviver na sociedade e frequentar lugares públicos. Uma sugestão de leitura que poderá auxiliar na compreensão de como atuar com alunos com TEA é a pesquisa de Mestrado de Chiote (2011)2. Norteada pela perspectiva histórico-cultural de Vigotski e a partir de entrevistas a criança com autismo, suas professoras e as demais crianças de sua turma, Chiote (2011) analisou o papel da mediação pedagógica na inclusão da criança com autismo. A pesquisa considerou a mediação como processo de significação e constituição dessa criança que se encontrava matriculada na educação infantil. Para tanto, foi realizado um estudo de caso em um Centro Municipal de Educação Infantil do município de Cariacica-ES. A pesquisa de Chiote (2011) é um convite a mergulhar no universo dos processos de escolarização de crianças com autismo. Diálogo aberto Estudar sobre o Transtorno do Espectro Autista ou sobre Deficiência Intelectual é ter a consciência de que cada pessoa, indiferente de possuir transtorno ou não, é única e, portanto, possui necessidades individuais diferentes. Por exemplo, os alunos neurotípicos, em sala de aula, 2 Veja a referência completa em: CHIOTE. F. A. B. A mediação pedagógica na inclusão da criança com autismo na educação infantil. Dissertação (Mestrado em Educação). 2011. 188 f. Centro de Educação. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, 2011. Disponível em: http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/2289/1/tese_5617_Fernanda%20de%20Araujo%20Binatti %20Chiote.pdf. Acesso em: 20 ago. 2021. também não são iguais. Alguns demonstram mais afeto pela professora com gestos, toques, abraços, palavras; outros já não possuem tamanha proximidade. Alguns alunos finalizam as tarefas em tempo menor que outros colegas; muitos precisam de mais atenção ao resolver questões de Matemática, outros de Língua Portuguesa. A descrição das individualidades não se esgota nesses exemplos. O/A professor/a poderia descrever cada aluno de uma maneira diferente, o que nos confirma o fato de cada pessoa ser única. Sabendo disso, as professoras Carolina e Ana Sílvia começaram a observar melhor os seus alunos em sala de aula com vistas a perceber como são diferentes. Conversaram entre si e chegaram à constatação de que alguns alunos neurotípicos são mais independentes, ou seja, quase não precisam de apoio para realizar as atividades. Por outro lado, outros colegas também neurotípicos precisam de acompanhamento na carteira para realizar algumas tarefas, outros ainda não dominam os processos da matemática e, por isso, precisam de mais atenção. Lembraram inclusive que elas organizam os alunos em grupos de trabalho para uns ajudarem os outros. Então como julgar Pedrinho, Marina e Jonas? Não! Eles apenas precisam de cuidados especiais individuais. Cada aluno precisa de um tempo, porque cada pessoa tem seu próprio tempo. Eles precisam ser respeitados e os trabalhos desenvolvidos devem considerar o tempo e as potencialidades de cada um. A partir dessas reflexões, Carolina e Ana Sílvia sentiram-se mais tranquilas para trabalharem com seus alunos, especialmente com Pedrinho, Mariana e Jonas. Contudo elas ainda não possuíam todo o aparato teórico e metodológico para continuar seu trabalho, mas ficou a lição inicial: cada aluno é único e merece cuidados individualizados. Não pode faltar! O termo autismo foi criado pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler e tinha o propósito de descrever a fuga da realidade para um universo interior. Esse termo foi criado a partir da observação de pacientes com esquizofrenia. O site “Autismo e Realidade3” apresenta os marcos históricos do autismo: - 1943 - publicação da obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, do psiquiatra Leo Kanner. Nesse livro, o autor descreve 11 casos de crianças que apresentavam isolamento extremo e um comportamento obsessivo de manutenção das mesmas atividades. - 1944 - publicação do artigo “ A psicopatia autista na infância” de Hans Asperger, no qual, o autor descreve que algumas crianças têm alto interesse sobre algum tema, sendo capazes 3 Os dados apresentados podem ser visualizados no site: https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/marcos- historicos/. Além dos marcos, o site disponibiliza cartilhas, as leis, trabalhos pesquisados, apresenta instituições de apoio, dentre outros. de discorrer sobre detalhes. Além disso, essas mesmas crianças apresentavam dificuldades em se relacionar e se comunicar. - 1952 - A APA- Associação Americana de Psiquiatria- publica a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais - DSM-1. O manual fornece critérios padrão para o diagnóstico de transtornos mentais. - Anos 50 e 60 - Durante os anos 50, houve a confusão de que os distúrbios poderiam ser causados por pais emocionalmente distantes, contudo essa hipótese foi refutada e, nos anos 60, surgiram as evidências de que o autismo era um transtorno cerebral que está presente desde a infância e que está presente em todos os lugares do mundo e pode ocorrer em pessoas de todas as classes socioeconômicas e em todas as raças. - 1965 - Temple Grandin, depois de ser diagnosticada com a síndrome de Asperger, cria a máquina do abraço. Era uma aparelho que simulava o abraço e acalmava as pessoas com autismo. - 1978 - O autismo é classificado como distúrbio do desenvolvimento cognitivo pelo psiquiatra Michael Rutter. Foi um marco na compreensão do autismo. - 1981 - A psiquiatra Lorna Wing, mãe de uma criança autista, fundou a National Autisic Society com o propósito de ajudar na compreensão e nos serviços para indivíduos com TEA e suas famílias. - 1988 - O psicólogo Ivar Lovaas demonstra os benefícios de uma terapia comportamental com base no trabalho com 19 crianças autistas entre 4 e 5 anos. A pesquisa demonstrou que as crianças submetidas ao atendimento intensivo elevam o QI. - 2007 - A Organização Mundial de Saúde - ONU - estabeleceu o dia 2 de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo, cujo propósito era ressaltar a importância de conhecer e tratar o transtorno. - 2012 - Sancionada a Lei Berenice Piana (12.764/12). Foi o marco legal que garantiu os direitos às pessoas com TEA ao diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamentos fornecidos pelo sistema público de saúde e garantiu direito à educação, dentre outros. - 2013 - O DSM-5 considera todas as subcategorias do autismo em um único diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista - TEA, contudo consideram-se os níveis de gravidade. - 2015 - Sancionada a Lei 13.145/15 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Cria-se, então, o Estatuto da Pessoa com Deficiência e define a pessoa com TEA como deficiência e, com isso, aumenta-se a proteção a elas. Sugestão de aprofundamento: visite o site “Autismo e Realidade4”. Lá encontram-se sugestões de leitura, cartilhas, as leis, apresentam instituições de apoio, dentre várias outras informações importantes sobre TEA. 4 Disponível em: https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/marcos-historicos/. Acesso em: 20 ago. 2021 Além de estudar sobre o TEA, Carolina e Ana Sílvia também estudaram sobre Deficiência Intelectual. A definição para Deficiência Intelectual foi proposta pela AAIDD - Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento. A AAIDD caracteriza a Deficiência Intelectual por significativas limitações no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo, que contempla as habilidades conceituais, sociais e práticas. Essa condição é originadaantes dos 18 (dezoito) anos de idade. Uma das maneiras de mensuração ainda é o teste do Quoeficiente de Inteligência (QI)5, pois segundo a conceituação, a habilidade intelectual ou inteligência, significa a capacidade mental geral da pessoa no que diz respeito ao aprendizado, raciocínio, resolução de problemas, dentre outros. (AAIDD, 2012). Apesar do documento normativo, não é simples definir a deficiência intelectual, já que há uma grande quantidade de características e sutilezas, isso porque as manifestações dessa deficiência ocorrem de diversas formas e intensidades e o seu desenvolvimento também é diverso. Saiba mais As professoras Carolina e Ana Sílvia aprenderam que Transtorno do Espectro Autista e Deficiência Intelectual são condições para as quais existem Leis que regulamentam atendimentos inclusivos de pessoas com essas doenças. Quais Leis brasileiras regulamentam o atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista e/ou com Deficiência Intelectual? A Lei No. 12.764, de 27 de dezembro de 2012, sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff, institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. De acordo com essa Lei, é considerada com transtorno do espectro autista, a pessoa portadora de síndrome clínica, caracterizada por I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos. (BRASIL, 2012, p. 1). 5 QI é o índice que calcula a inteligência pela relação entre a idade mental do sujeito e sua idade cronológica. É calculado por meio da fórmula idade mental/ idade cronológica vezes 100. (ANDRADE, 2018). Além dos incisos acima, do § 1º. do Art. 1º, a lei define, com clareza, em seu § 2º, que “A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.” Sendo assim, a pessoa com transtorno do espectro autista tem direitos garantidos previstos em Lei, como o atendimento prioritário, quando a pessoa estiver identificada. A Lei também prevê o desenvolvimento de ações e de políticas com vistas ao atendimento à pessoa com Transtorno do Espectro Autista, além de preconizar atendimento integral às necessidades de saúde dessas pessoas; incentivar à capacitação profissional especializada e, principalmente, para a educação, atendimento multiprofissional. (BRASIL, 2012). Em 08 janeiro de 2020, em complementação à Lei 12.764, o Presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 13.977, para identificação de Pessoa com Transtorno do Espectro do Autista - Ciptea. Esta lei garante às pessoas com transtorno do espectro autista, valendo-se da fita quebra- cabeça, que é símbolo mundial da caracterização do transtorno do espectro autista, atendimento prioritário em estabelecimentos públicos e privados. A Lei 13.977 garante o direito de a pessoa com transtorno do espectro do autista receber a carteira de identificação, a qual será expedida pelos órgãos responsáveis pela execução da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ao solicitar a Ciptea, devem ser apresentados requerimento, relatório médico, com indicação do do código da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) e outros documentos pessoais. (BRASIL, 2020). Além disso, a LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei no 9.394/1996) prevê, no seu artigo 4o, inciso III a garantia do AEE - Atendimento Educacional Especializado gratuito aos “educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 1996, redação dada pela Lei n. 12.786/2013). Prevê também, no Capítulo V da LDBEN Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. §1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. §2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. (BRASIL, 1996). Em vista do exposto, Ana Sílvia e Carolina compreenderam que as leis garantem direito ao atendimento a todas as crianças, inclusive com destaque àquelas com deficiências. Vocabulário Ecolalia - Repetição patológica, tipo papagaio, e aparentemente sem sentido (fazer “eco”) de uma palavra ou frase recém-falada por outra pessoa. Repetição atrasada ou imediata de palavras ouvidas. (DSM-5, p. 854) Ecopraxia - Imitação dos movimentos de outra pessoa semelhante a tique. Neuroatípica (ou atípica) - é a pessoa que lida com diferentes alterações relacionadas ao desenvolvimento neurológico, como as pessoas com Transtorno do Espectro Autista - TEA. Neurotípica (ou típica) - é a pessoa que não possui problemas de desenvolvimento neurológico. Transtorno - Qualquer perturbação que altera a saúde de alguém: transtorno físico, mental, psicológico. (AURÉLIO, online). DSM - Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais Assimile As professoras Carolina e Ana Sílvia perceberam que a inclusão escolar possibilita às crianças com Transtorno do Espectro Autista e com Deficiência na Aprendizagem o contato com outras crianças, cada uma em sua singularidade, o que, na maioria dos casos, não ocorre nos outros espaços aos quais elas frequentam, como grupos familiares, igrejas e clubes. Não se pode negar o direito de essas crianças compartilharem experiências infantis com outras. As crianças com deficiências devem receber auxílio de uma equipe multidisciplinar como fonoaudiólogo, terapeuta, psicólogo, professor, médicos e outros e cada um deles atua de acordo com sua formação. Uma coisa importante que as professoras puderam aprender é que não basta colocar uma criança com Transtorno do Espectro Autista ou com Deficiência Intelectual na sala de aula regular e deixá-la com a perspectiva de que ela acompanhará os demais colegas. Ela, como deficiente, precisa de acompanhamento especializado para oferecer-lhe aprendizagens significativas, investindo em suas potencialidades, como um sujeito que aprende, pensa, sente e participa de um grupo social e se desenvolve com ele. (CHIOTE, 2011). A singularidade de cada um não pode ser motivo de exclusão. Reflita Vamos ler a letra da música Diversidade do cantor Lenine para refletirmos um pouco. Diversidade6 Lenine Foi pra diferenciar Que Deus criou a diferença Que irá nos aproximar Intuir o que ele pensa Se cada ser é só um E cada um com sua crença Tudo é raro, nada é comum Diversidade é a sentença Que seria do adeus Sem o retorno Que seria do nu Sem o adorno Que seria do sim Sem o talvez e o não Que seria de mim Sem a compreensão Que a vida é repleta E o olhar do poeta Percebe na sua presença O toquede Deus A vela no breu A chama da diferença A humanidade caminha Atropelando os sinais A história vai repetindo Os erros que o homem traz O mundo segue girando Carente de amor e paz Se cada cabeça é um mundo Cada um é muito mais Que seria do caos Sem a paz Que seria da dor Sem o que lhe apraz Que seria do não Sem o talvez e o sim Que seria de mim... O que seria de nós Que a vida é repleta E o olhar do poeta Percebe na sua presença O toque de Deus A vela no breu A chama da diferença Analisando a mensagem que se pode abstrair a partir da leitura da música, reflita sobre as seguintes questões e converse com os colegas no fórum de discussão. Outras questões podem ser levantadas para um diálogo produtivo com vistas na valorização e respeito às diferenças. 1) Lenine afirma na primeira estrofe “Foi pra diferenciar/Que Deus criou a diferença/Que irá nos aproximar/Intuir o que ele pensa/Se cada ser é só um/E cada um com sua crença/Tudo é raro, nada é comum”. Você concorda com o autor que “cada ser é só um”? Explique sua opinião e exemplifique. 2) Apesar de a música ter uma abordagem religiosa, pois fala que Deus criou as diferenças, podemos analisá-la também sob o viés das diversidades. Por exemplo, o verso “Diversidade é a sentença” podemos relacioná-lo com a diversidade de alunos que estão nas salas de aula, especialmente, no que se refere aos alunos com TEA ou com Deficiência Intelectual. Explique, 6 Disponível em: http://www.lenine.com.br/discografia-lenine/lenine-doc/. Acesso em: 19 ago. 2021. como a mensagem do verso “diversidade é a sentença” está presente nas salas de aula. Dê exemplos, se possível. 3) Por que, na sua opinião, há tantas barreiras para aceitação das diferenças? Isso se repete nas salas de aula, especialmente com alunos com deficiência? Exemplificando com um caso e sua análise e respectiva análise/relatório Este caso foi adaptado da dissertação de Mestrado “A mediação pedagógica na inclusão da criança com autismo na Educação Infantil” de Fernanda de Araújo Binatti Chiote. A pesquisadora Chiote (2011) desenvolveu um trabalho em uma escola de ensino infantil, acompanhando a rotina de uma criança com TEA na sala de aula regular. Um dos objetivos da pesquisa foi analisar o papel da mediação pedagógica na inclusão de crianças com autismo. Então ela narra algumas situação de sala de aula, dentre as quais, adaptamos: Relato da professora regente da sala de aula, a qual era acompanhada pela pesquisadora. Quando eu chamava os alunos para a fila, quando a gente ia sair da sala para fazer qualquer coisa... podia ser lanche, parquinho, beber água, parecia que ele não sabia o que estava acontecendo, ele continuava sentado. Todos vinham para fila, saíam, e ele não se movia. Eu tinha que voltar e buscá-lo. Na hora de voltar para sala, era a mesma coisa, eu chamava a turma, chamava por ele, mas ele parecia não ouvir, então eu comecei esse movimento de pegá- lo pela mão e conduzi-lo pelos espaços da escola.[...}(CHIOTE, 2011, p. 94). A partir dessas observações, a pesquisadora analisou como essa criança precisaria de uma mediadora nas atividades, isto é, assim como tem o/a intérprete para a pessoa surda, seria necessário também uma mediadora para auxiliar nas atividades de Daniel. Quando a mediadora chegou e começou a acompanhar pessoalmente Daniel, percebeu-se que ele reagia e atendia aos comandos da professora regente, como descrito na fala da professora. Depois de várias intervenções da mediadora, Daniel inicia o processo de interação com a professora regente e a turma, conforme relato seguinte: Estela, na frente da sala, chama as crianças: “Pessoal, vamos fazer a fila para escovar os dentes”. As crianças correm em direção à porta, mas Daniel permanece sentado, olhando para os alunos. Estela percebe o olhar de Daniel para o grupo e diz, de onde está, fazendo o gesto de chamar: “Daniel, vem escovar os dentes”. Ele se levanta, caminha em direção à professora, segura em sua mão. Estela diz: “Hoje o Daniel vai ser o primeiro da fila” e conduz a fila para o pátio interno segurando a mão dele. No pátio, as crianças chegam e sentam no chão sem que a professora solicite, inclusive Daniel (diário de campo, 29-6- 2010). (CHIOTE, 2015, p. 132). A partir do mencionado, vamos discutir com os colegas de curso, analisando o caso de Daniel a partir das seguintes questões: 1) É possível trabalhar com uma criança com TEA ou com Deficiência Intelectual em sala de aula regular? Se a opinião for sim, por que ainda há tanta resistência da sociedade na inclusão? Se a opinião for não, explique porque julga que não é possível. 2) Com base na legislação vigente e no caso apresentado por Chiote (2011), como seria uma opção para inclusão de alunos com TEA ou com Deficiência Intelectual em salas de aulas regulares? Sem medo de errar! Carolina e Ana Sílvia já não se sentem as mesmas pessoas e não olham para seus alunos com o mesmo olhar de antes. Começaram a identificar as individualidades de todos os alunos, não somente de Pedrinho, Mariana e Jonas. Contudo, sentiram que precisavam um pouco mais de estudos para conhecer melhor seus alunos. Começaram a imaginar como seriam as ações com seus meninos, especialmente, Pedrinho, Mariana e Jonas. Elas estavam mais comprometidas em auxiliar de forma efetiva seus alunos e, para isso, iniciaram um estudo mais detalhado do DSM-5 para saber um pouco mais sobre Transtornos. Procuraram também informações na cidade onde moravam se havia profissionais especializados para emitir um diagnóstico confiável sobre os alunos. Elas chegaram à conclusão de que somente com um diagnóstico e com um laudo de um profissional aliado à formação para atendimento especializado, poderiam incluir seus alunos na turma regular e ajudá-los a progredir como seres humanos. Atenção Antes de julgar um aluno e classificá-lo como pessoa com Transtorno do Espectro Autista com com Deficiência de Intelectual tem que ter o auxílio de um profissional preparado para diagnosticar. Opiniões ou impressões não podem ser consideradas confiáveis. Somente com um diagnóstico emitido pelo profissional, pode-se preparar um plano de trabalho com esses alunos, a fim de proporcionar-lhes um atendimento justo, respeitando seu tempo e seus limites. Vale reforçar que professores não estão habilitados para realizar o diagnósticos, porém ele poderá encaminhar o/a aluno/a para um especialista com especialização e autorização para tal, como médicos e psicólogos. De posse do diagnóstico, o/a professor/a, juntamente com todos os trabalhadores da escola, incluindo a equipe diretiva, deve elaborar uma prática de ensino que vise a inclusão do/a aluno/a com TEA ou Deficiência Intelectual. Em alguns casos, será necessária a contratação de um/a mediador/a para acompanhar individualmente essa criança. Caso O ano era 2020, mês de março. A professora Rosana acabara de assumir a sala de AEE - Atendimento Educacional Especializado. Rosana entra na sala e olha para seus cinco alunos: três meninas e dois meninos. Cada um de uma estatura e, imediatamente, a professora percebe que têm idades diferentes. Um se encolhe no canto da sala com o rosto entre os joelhos; outro corre ao seu encontro; uma menina não demonstra nenhuma reação; a outra apenas olha a professora, enquanto a terceira aluna, a maior em estatura, grita palavras incompreensíveis. A professora Rosana, angustiada por alguns minutos, não sabe ao certo o que fazer com os alunos. Mas não pode ficar ali parada somente olhando para eles. Tem a iniciativa de começar a falar sobre si mesma e pergunta o nome dos alunos. Uma delas responde seu nome e aponta para outros dois afirmando que eles não sabem falar nada. “E agora?” “O que farei?” - Pensou Rosana. Por instrução de uma professora regente da turma regular, começa a ensinara seus cinco alunos sobre a operação matemática de soma. Contudo, Rosana não percebe nenhum resultado naquela iniciativa. Ao final do dia, Rosana percebe que aquela abordagem não seria produtiva para auxiliar aqueles meninos. No mesmo dia, ela passa um bom tempo da noite lendo e estudando sobre AEE. Então ela teve a ideia de levar objetos como tampinhas, bolinhas, pedrinhas, palitos, bonequinhos, dentre outros, para trabalhar a operação de matemática com os meninos no dia seguinte. Foi animada ao Colégio e, quando entrou na sala, iniciou as atividades com os alunos, ensinando-lhes a contar separando os objetos concretos. Por exemplo, perguntou quanto é dois mais dois. Para obter esta resposta, ensinou aos alunos a separarem em dois grupos de dois objetos e depois contaram os objetos dos dois grupos juntos e o resultado foi quatro. Comemoraram e bateram palmas pelo acerto. Naquela aula, não passaram de somas de até o número seis. A professora Rosana foi para casa feliz com o resultado, contudo preocupada, porque somente foi possível trabalhar com os alunos a operação de soma. E Língua Portuguesa, Geografia, História e Ciências? Não haveria tempo para trabalhar todo o conteúdo oferecido na sala de aula regular com os alunos. O que fazer? Ao retornar no outro dia, levou novamente o material para revisar a operação e algumas atividades de Língua Portuguesa como gibis e imagens de recortes de revistas para leitura, para interpretação e análise. Contudo, teve uma surpresa, ao revisar as atividades, ela percebeu que três dos alunos não se lembravam mais das atividades realizadas no dia anterior. Ficou desolada. Foi falar com a professora regente, a qual disse “é assim mesmo, eles não aprendem nada! Não adianta tentar! é perder tempo!” Rosana não desistiu dos seus alunos e sabia que eles estavam ali para aprender algo e, sobretudo, para ensinarem muito a ela mesma. Então passou a noite pensando nos meninos e achou que poderia ajudá-los a melhorar a rotina do dia a dia em suas casas. Para isso, juntou várias peças de roupas de sua casa, um cesto, um cordão e prendedores de roupa e foi para a escola. Chegou à sala de aula, montou um varal e colocou as roupas que levara. Então começou a ensinar aos meninos como retirar as roupas do varal e dobrá-las. Surpreendentemente, os alunos fizeram a atividade. Uns com mais facilidade, outros com menos, contudo todos conseguiram participar da aula. Ao final, ficaram questionamentos e reflexões: “Isso é mesmo uma aula?” “Será que estou fazendo a coisa certa?” “Não seria melhor insistir nos conteúdos da sala de aula?” “O que os pais pensariam sobre essa atividade?” “O que a equipe diretiva da escola pensaria?” Para você participar da reflexão: Imagine que você é as pessoas listadas abaixo, escreva o que você diria à professora Rosana sobre aquela aula: 1) Se você fosse a mãe dos alunos; 2) Se você fosse a diretora da escola; 3) Se você fosse a professora regente da sala de aula regular; Faça você mesmo/a Vamos pensar na seguinte situação hipotética: Você é um/uma professor/a regente de uma turma do 5o ano em uma escola da rede estadual de ensino. Você entra na sala de aula, no 3o horário e no seu primeiro dia de trabalho, e se depara com os alunos sentados em suas cadeiras, exceto um que está no fundo da sala mexendo em uma caixa de livros. Você os cumprimenta e solicita ao aluno que se sente também, contudo ele não reage às suas instruções. Então você caminha até ele e reforça a solicitação para que ele se dirija a sua cadeira. Nada. Ele permanece sem obedecer. Você oferece a sua mão para que ele a segure. Ele atende segurando sua mão e você o leva até a carteira. Ele se senta. Agora é o momento de começar a aula. Você se apresenta e começa a falar sobre o conteúdo que será estudado e faz algumas perguntas. Você repara que o aluno não está atento às atividades e fica olhando o ventilador rodando no teto da sala. Você vai até a carteira dele e pergunta seu nome. Ele não responde. Então uma aluna da turma, a Flávia, diz: - Professora, não adianta falar com ele, porque ele não responde nada. Ahh... e não aprende nada também. Não sei porque ele está aqui. Ele só faz bagunça. Atrapalha a gente a estudar e os professores a darem aula. Já reclamamos dele na diretora, mas ela falou que não pode tirar ele daqui. O nome dele, professora, é Cláudio. Você fala: - Cláudio, vamos fazer a atividade? Ele não responde e se levanta e sai correndo pela sala, abre a porta com força, sai e bate a porta. Então responda: - Qual seria a sua primeira atitude nesse caso, após a saída de Cláudio da sala? - O que responderia a Flávia após a descrição de Cláudio? Referências AAIDD. Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento. 2012.Disponível em: https://www.aaidd.org/. Acesso em: 20 set. 2021. ANDRADE, M. M. de O. Letramento e alfabetização do aluno com deficiência intelectual: desafios para a formação de professores. 2016. 129 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Letras) - Faculdade de Formação de Professores, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo, 2016. ANDRADE, M. A. A estabilidade da inteligência da infância à idade adulta. 2018. 127 f. Tese (Doutorado em Psicologia) - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, 2018. BRASIL. Lei No. 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso em: 14 ago. 2021. BRASIL. Lei No. 13.977, de 8 de janeiro de 2020. Institui a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13977.htm. Acesso em: 14 ago. 2021. BRASIL. Lei no. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 27 set. 2021. BRASIL. Lei No. 13.149, de 21 de julho de 2015. Altera as Leis nos. 11.482. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13149.htm. Acesso em: 27 set. 2021. BRASIL. Lei no. 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2012/lei/l12711.htm. Acesso em: 27 set. 2021. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Organizado por Cláudio Brandão de Oliveira. Rio de Janeiro: Roma Victor, 2002. 320 p. CHIOTE. F. A. B. A mediação pedagógica na inclusão da criança com autismo na educação infantil. Dissertação (Mestrado em Educação). 2011. 188 f. Centro de Educação. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, 2011. DSM-5 - Manual diagnóstico e estatísticos de transtorno. DSM-5. Tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento et al. Porto Alegre: Artmed, 2014. 948 p. GLAT, R.; PLETSCH, M. D. Inclusão escolar de alunos com necessidades especiais. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012. HAAG, C, R. Deficiência Intelectual: Por uma perspectiva da linguagem em interação. Tese. (Doutorado em Linguística Aplicada) 123 f. Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. 2015. LENINE. Diversidade. In: LENINE. Trilha. Mameluco Produções. 2010. Faixa 10. CD. Disponível em: http://www.lenine.com.br/discografia-lenine/lenine-doc/. Acesso em: 19 ago. 2021.
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