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TECNOLOGIA DAS ESTRUTURAS W BA 07 41 _v 1. 1 22 Vagner Luis Copeinski Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019 Tecnologia das Estruturas 1ª edição 33 3 2019 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Giani Vendramel de Oliveira Juliana Caramigo Gennarini Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Nirse Ruscheinsky Breternitz Revisor Márcia Elisa Jacondino Pretto Editorial Alessandra Cristina Fahl Beatriz Meloni Montefusco Daniella Fernandes Haruze Manta Hâmila Samai Franco dos Santos Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) __________________________________________________________________________________________ Copeinski, Vagner Luis C782t Tecnologias das estruturas / Vagner Luis Copeinski, Guilherme da Silva Araujo. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2019. 116 p. ISBN 978-85-522-1567- 1.Projeto Estrutural. 2. Estruturas Metálicas. 3. Concreto Armado. I. Copeinski, Vagner Luis. II. Araujo, Guilherme da Silva. III. Título. CDD 620 ____________________________________________________________________________________________ Thamiris Mantovani CRB: 8/9491 © 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 44 TECNOLOGIA DAS ESTRUTURAS SUMÁRIO Apresentação da disciplina 5 Estruturas em concreto armado 7 Estruturas metálicas 25 Estruturas de madeira 42 Estruturas pré-moldadas 64 Estruturas protendidas 80 Alvenaria estrutural 95 Estruturas mistas e industrializadas (Steel Frame e Wood Frame) 110 55 5 Apresentação da disciplina Na disciplina de Tecnologia da Estruturas, você terá informações básicas desde a fundação até a cobertura, passando pelos vários tipos de estrutura utilizados em nosso país. Apontaremos os pontos fortes e os pontos fracos de cada tipo de estrutura. Seja em estrutura de concreto armado, estrutura metálica, estrutura de madeira, estrutura pré-moldada, estrutura protendida, estrutura em alvenaria estrutural ou ainda em estrutura mista e industrializada (Steel Frame ou Wood Frame), todas as estruturas são viáveis para determinado tipo de empreendimento. Podemos até imaginar uma estrutura protendida para um imóvel de pequeno porte, o difícil será convencer a viabilidade econômica para o cliente. Chegamos à necessidade indiscutível de preservar mais para podermos crescer. Toda e qualquer estrutura, quando indevidamente planejada, agride o meio ambiente, antes, durante ou depois do processo. Temos ainda a falta de consciência de muitos empresários do ramo de construção civil. A estrutura em concreto armado tem preferência pela grande maioria dos profissionais da engenharia e arquitetura pelos seguintes fatores: facilidade do cálculo estrututral; facilidade de encontrar os elementos necessários para sua execução (mão de obra barata e não qualificada); disponibilidade da matéria-prima (areia, brita, cimento, água e aço). Em passos de tartaruga, aparecem em nossos empreendimentos estruturas em Steel Frame, ainda com muita dúvida e desconfiança do consumidor brasileiro. Além disso, a dificuldade para o avanço desta tecnologia é a necessidade de mão de obra especializada e o custo elevado da matéria-prima em relação à matéria-prima para a estrutura em concreto armado, mesmo sendo uma construção ecologicamente correta e tantos outros fatores urbanísticos favoráveis, como veremos em nossa leitura fundamental. 66 O texto apresentado é balizador, e caberá a você pesquisar em outras fontes para seu aprofundamento, sempre seguindo os métodos preceituados pelas diversas normas brasileiras vigentes, sempre respeitando os limites e garantindo a estabilidade e segurança das estruturas. Chegou a hora de realmente questionar e concluir o que você quer para o hoje e para o futuro. Bons estudos! 77 7 Estruturas em concreto armado Autor: Guilherme Araújo Objetivos • Conhecer as principais vantagens do uso de estruturas em concreto armado. • Identificar as principais desvantagens do uso de estruturas em concreto armado. • Analisar os materiais que compõem o sistema e suas influências. 88 1. Introdução Após a descoberta do cimento Portland, o concreto convencional como conhecemos hoje passou a ser amplamente utilizado nas construções ao ponto que hoje é considerado o segundo material mais utilizado no mundo, ficando atrás apenas da água (MEHTA; MONTEIRO, 2014). Além de poder apresentar elevada resistência à compressão e a facilidade de obter diversas formas, o concreto ainda é composto, em geral, por materiais de baixo custo e que podem ser encontrados em diversos lugares do mundo. O Concreto Armado é a junção do concreto com o aço, essa utilização em conjunto se torna bastante proveitosa uma vez que o concreto apresenta elevada resistência à compressão e o aço apresenta elevada resistência à tração, permitindo alcançar estruturas resistentes e que apresentam deformações antes da ruptura, evitando assim rupturas repentinas. Para iniciar esta disciplina, iremos primeiramente abordar alguns conceitos fundamentais dos materiais constituintes do concreto armado e então iremos verificar as principais vantagens e desvantagens desse tipo de estrutura e verificar a normalização de estruturas de concreto armado. PARA SABER MAIS Para saber mais sobre o desenvolvimento da resistência do concreto, leia o artigo “Resistência do Concreto”, publicado pela Revista Téchne (THOMAZ, 2001). 99 9 2. O concreto simples Na antiguidade, as pedras eram utilizadas como o principal material de construção. Apesar de sua elevada resistência, as pedras apresentavam algumas desvantagens, tais como dificuldade de manuseá-las, devido ao seu elevado peso, e dificuldade de obter formas e tamanhos variados. Com o passar do tempo, desenvolveu-se diversos materiais de construção, e dentre eles o cimento Portland, e a partir daí o concreto convencional que conhecemos atualmente. O concreto foi considerado como uma “pedra artificial”, que além de apresentar elevadas resistências, pode ser moldado em diversas formas, devido à sua característica trabalhável no estado fresco. O concreto simples é composto por um aglomerante, agregados e água. O aglomerante mais utilizado nos concretos é o cimento Portland. Segundo Bauer (2015), o cimento Portland é um aglomerante hidráulico, ou seja, que reage quimicamente com água e é composto basicamente por cal, sílica, óxido de ferro, magnésio e outras adições que podem garantir propriedades específicas (LOPES, 2017). Além disso, a finura do cimento influencia diretamente no desempenho do concreto, uma vez que quanto menor os grãos de cimento, maior sua reatividade e consequentemente menor o tempo de pega, desta forma, o concreto inicia o processo de endurecimento mais rápido (BAUER, 2015). Os agregados, por sua vez, são materiais inertes, ou seja, que não reagem quimicamente, mas apresentam influências diretas no desempenho do concreto, uma vez que quanto menor a resistência dos agregados,menor a resistência do concreto. Cabe destacar que dependendo da composição química tanto do cimento como do agregado, pode ocorrer uma reação química, conhecida como álcali- agregado, tal reação pode comprometer o desempenho do concreto, diminuindo durabilidade, resistência e outras propriedades. A reação álcali-agregado, em geral, ocorre devido aos elevados níveis de sódio e potássio. Além disso, outras propriedades dos agregados podem influenciar no desempenho final do concreto, como, por exemplo, a absorção de água. Agregados que apresentam elevados valores de 1010 absorção tendem a absorver a água no concreto de forma que a água que é utilizada para as reações de hidratação cimento fique retida no agregado, levando o concreto a não desenvolver a resistência desejada. De acordo com a NBR 7211:2009, os agregados podem ser divididos em agregados graúdos, que apresentam diâmetro maior que 4,8 mm e menor do que 75 mm, e agregados miúdos, que apresentam diâmetro menor do 4,8 mm e maior do que 0,075 mm (ABNT, 2009). Além desses materiais, os concretos também podem conter aditivos e/ou adições minerais. Os aditivos, em geral, apresentam- se no estado líquido ou de pó e são acrescentados para modificar propriedades específicas ao concreto, como, por exemplo, os aditivos superplastificantes que tornam o concreto mais fluído, ou os aditivos retardadores de pega, que permitem aumentar o tempo de mistura e transporte dos concretos. As adições minerais são materiais extremamente finos e que permitem melhorar o desempenho do concreto, por exemplo, a adição de sílica ativa permite aumentar a resistência do concreto significativamente e melhorar a durabilidade do material, além de diminuir a absorção de água dos concretos. As adições minerais podem possuir diversas origens como cinzas volantes, que é um material oriundo da combustão de carvão mineral, a sílica ativa que é um subproduto do silício metálico, a escória de alto-forno, que surge a partir da fabricação do ferro-gusa, cascas de arroz, pó de mármore, etc. A resistência à compressão é considerada a principal propriedade do concreto, pois ela é um grande indicativo da qualidade do concreto, uma vez que a resistência à compressão está diretamente ligada à microestrutura do concreto (NEVILLE, 2016). Para determinar a resistência à compressão do concreto, deve-se produzir o concreto seguindo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 5738:2015 (ABNT, 2015) e moldà-lo em corpos de prova cilíndricos, de forma que a altura seja o dobro do diâmetro. A realização do ensaio à compressão deve seguir a ABNT NBR 5739:1994 (ABNT, 1994). A resistência à compressão de ensaio será a tensão produzida até a ruptura do cilindro dividido pela área da seção transversal do cilindro. 1111 11 Um ponto importante a destacar durante o ensaio de resistência à compressão, é que as faces superiores e inferiores do corpo de prova devem ser regularizadas antes do ensaio. Essa regularização pode ser feita através do capeamento com argamassa, com refinação das faces superiores ou com a utilização de borrachas de Neoprene. A não regularização das faces, pode influenciar diretamente os resultados dos ensaios, uma vez que a área de contato entre a prensa e o corpo de prova pode ser reduzida. Outro fator de grande influência na resistência à compressão do concreto é a relação água/cimento, também denominada fator a/c (água/cimento). De acordo com a regra estabelecida pela Curva de Abrams (onde a resistência à compressão é inversamente proporcional à relação água/cimento (NEVILLE, 2016). A Figura 1 apresenta um esquema gráfico da curva de Abrams. Pode-se verificar que os diferentes tipos de adensamento também influenciam diretamente na resistência e, desta forma, verifica-se a importância da determinação do método como o concreto será adensado, uma vez que adensamentos insuficientes podem reduzir a resistência significativamente. Figura 1 – Relação Resistência e fator a/c Fonte: Neville (2016, p. 286). 1212 Na Figura 1 também é possível verificar que ao aumentar a quantidade de água no concreto, a resistência diminui rapidamente. Desta forma, destaca-se mais um importante ponto a ser determinado e verificado durante a execução e produção de peças de concreto armado, a quantidade de água adicionada à mistura. Além disso, o concreto apresenta outras importantes propriedades como módulo de elasticidade, que traduz o quanto o concreto se deforma antes da ruptura. Para a determinação do módulo de elasticidade, deve-se seguir as prescrições da norma ABNT NBR 8522:2008 (ABNT, 2008). 3. O aço O aço é mistura de ligas de ferros e carbonos, onde ainda podem ser acrescentados outros materiais a fim de proporcionar características especiais ao material. Cabe destacar que o carbono aumenta a resistência do material, porém o torna mais frágil. Desta forma, um aço com menor quantidade de carbono é menos resistente, porém mais dúctil. Em geral, o aço é produzido em alto-forno e posteriormente levado ao refinamento no conversor de oxigênio. Uma importante característica do aço, que o levou a ser utilizado junto ao concreto, é sua elevada resistência à tração e, em geral, sua elevada propriedade em se deformar quando submetido a tensões de tração. Lembrando que o concreto apresenta resistência à tração em torno de 10% da resistência a compressão, ou seja, o concreto simples, em geral, apresenta baixa resistência à tração, e quando o aço é adicionado ao concreto, tal junção permite obter materiais resistentes tanto aos esforços de compressão como de tração. Para determinar a resistência à tração do aço, segue-se a normal ABNT NBR ISO 6892-1:2013, corrigida em 2018 (ABNT, 2013). Para esse ensaio, deve-se fixar as duas extremidades da barra de aço e tracioná-la até 1313 13 a ruptura. Cabe destacar que durante esse ensaio também pode- se avaliar o alongamento da barra a fim de determinar o módulo de elasticidade do aço. Uma propriedade importante do aço utilizado no concreto armado é com relação ao patamar de escoamento. Com base na Figura 2, pode- se verificar que quando o aço começa a ser solicitado, a deformação ocorre linearmente com o aumento da tensão aplicada sobre o material. Neste ponto, definimos que o aço está no regime elástico e, portanto, se retirarmos as tensões externas da barra, ela voltará ao seu estado original. Ao continuar a aumentar a tensão aplicada sobre o aço, o material atinge um estado chamado de escoamento. Nesse estágio, o material apresenta deformações para uma tensão constante, ou seja, não há aumento de tensão, porém o material continua a se deformar. Ao ultrapassar esse estágio, o material chega no encruamento onde apresenta deformações exageradas e está próximo à ruptura. Figura 2 – Diagrama de tensão vs. deformação de aços ASTM A36, A242, A325, A490 Fonte: Pfeil; Pfeil (2014, p. 286). 1414 Desta forma, durante o dimensionamento de estruturas de concreto armado, adota-se o escoamento como limite para o dimensionamento a fim de que se a peça atingir o limite de escoamento, apresente deformações visíveis que possibilite ações que impeçam a ruptura ou que haja a evacuação da edificação antes da ruptura. A adoção do estágio de encruamento apresentaria um elevado risco, uma vez que o material está prestes a se romper. Além da resistência à tração, o aço também apresenta diversas propriedades, como a ductilidade, fragilidade, resiliência, tenacidade, dureza, fadiga e corrosão. A corrosão é um outro fenômeno que requer cuidados em estruturas de concreto armado. Uma vez que a armadura sofre ataques corrosivos, as barras de aço tendem a perder camadas que compõem a área transversal. Tendo em vista que a tensão é a relação de força pela área, quando diminui-se a área da seção transversal, a tensão atuante sobre a armadura aumenta. Caso esse fenômeno não seja tratado rapidamente, as barras de aço podem apresentar perdas significativasda área transversal de forma que aumente significativamente a tensão sobre a armadura, podendo ultrapassar o limite de escoamento e se aproximar da ruptura do material. A partir desta análise, percebe-se a importância com o planejamento do armazenamento das barras de aço quando se utiliza estruturas de concreto armado e na determinação correta do cobrimento da armadura. O cobrimento da armadura pode ser expresso como a espessura de concreto que protege a armadura do ambiente em que a peça de concreto está sendo utilizada. Desta forma, quando o elemento estrutural está submetido a um ambiente com níveis elevados de agressividade, o cobrimento deve ser maior, ou seja, a espessura de concreto deve ser maior do que quando o elemento estrutural está submetido a ambientes menos agressivos. 1515 15 A ABNT NBR 6118:2014 (ABNT, 2014) orienta quanto a definição do cobrimento a ser utilizado nas estruturas. Para definir o cobrimento a ser utilizado, necessita-se definir a classe de agressividade ambiental que a estrutura estará submetida. A Tabela 1 apresenta as classes de agressividade de acordo com o local que a estrutura será implantada. Tabela 1 – Classe de agressividade ambiental (CAA). Classe de agressividade ambiental Agressividade Classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto Risco de deterioração da estrutura I Fraca Rural Insignificante Submersa II Moderada Urbana Pequeno III Forte Marinha Grande Industrial IV Muito forte Industrial Elevado Respingos de maré Fonte: ABNT, 2014. Após a determinação da classe de agressividade ambiental, deve-se determinar o cobrimento da armadura a ser utilizado. A Tabela 2 é utilizada para a determinação do cobrimento. Verifica-se que a após determinar a classe de agressividade ambiental, deve-se determinar se a estrutura será produzida de concreto armado ou concreto protendido, então determina-se o elemento estrutural e, por fim, determina-se o cobrimento da armadura em milímetros. 1616 Tabela 2 – Relação entre classe de agressividade ambiental (CAA) e cobrimento da armadura. Tipo de estrutura Componente ou elemento Classe de agressividade ambiental I II III IV Cobrimento nominal mm Concreto Armado Laje 20 25 35 45 Viga/pilar 25 30 40 50 Elementos estruturais em contato com o solo 30 40 50 Concreto Protendido Laje 25 30 40 50 Viga/pilar 30 35 45 55 Fonte: ABNT, 2014. Os aços a serem utilizados em estruturas de concreto armado devem ser classificados pela ABNT NBR 7480:2007 (ABNT, 2007). Os diâmetros e seções transversais devem seguir as prescrições da norma e, além disso, devem ser classificadas dentro das classes CA-25, CA-50 ou CA-60. A sigla CA significa que são aços produzidos para estruturas de concreto armado e os números apresentam a resistência ao escoamento do aço, em quilograma força por milímetros quadrados (kgf/mm²). Os fios e barras utilizados nas estruturas de concreto armado podem ser lisos, entalhados ou que apresentem saliências ou mossas. Lembrando que o tipo de superfície está diretamente ligado à aderência do material ao concreto, uma vez que a área de contato e o atrito estão diretamente ligados ao tipo de superfície. A norma ABNT NBR 7480:2007 (ABNT, 2007) apresenta a Tabela 3, que relaciona o fator de aderência ao concreto de acordo com o tipo de superfície utilizada. Com base na Tabela 3, pode-se verificar que os fios lisos apresentam coeficiente de 1, enquanto as barras nervuradas apresentam coeficiente de 2,25, mostrando-se mais adequada em situações onde o aço precisa apresentar elevadas aderências ao concreto. 1717 17 Tabela 3 – Relação entre tipo de superfície e coeficiente de aderência Tipo de Superfície η1 Lisa 1,0 Entalhada 1,4 Nervurada 2,25 Fonte: ABNT, 2007. Ainda de acordo com a ABNT NBR 7480:2007 (ABNT, 2007), as barras são materiais que apresentem diâmetro nominal de 6,3 mm ou superior e são obtidos pelo processo de produção por laminação à quente, enquanto os fios são aqueles de diâmetro de 10 mm ou inferior e são obtidos por fio-máquina, por trefilação ou por laminação à frio. De acordo com a ABNT NBR 7480:2007 (ABNT, 2007), a categoria CA- 25 devem apresentar obrigatoriamente superfície lisa, desprovida de qualquer nervura, as barras CA-50 utilizadas em concreto armado devem apresentar necessariamente nervuras transversais oblíquas e apresentar no mínimo duas nervuras longitudinais de forma que impeçam o giro das barras dentro do concreto quando estiverem sendo solicitadas, os aços de CA-60 podem ser lisos, entalhados ou nervurados, porém os fios de diâmetro nominal igual a 10 mm devem apresentar necessariamente nervuras ou entalhes. Além disso, cabe destacar que ao receber os aços a serem utilizados em estruturas de concreto armado, deve-se verificar o atendimento desses materiais quanto aos requisitos da norma ABNT NBR 7480:2007 (ABNT, 2007), uma vez que o não atendimento irá influenciar diretamente o desempenho da estrutura. 4. O concreto armado Como já comentado, a união do concreto com o aço se deve à alta resistência à compressão apresentada pelo concreto e à elevada resistência à tração do aço. Conforme Neto (2018), a união do concreto e do aço se torna confiável por três razões: 1818 • A boa aderência que os dois materiais garantem. • A possuir valores próximos de coeficientes de dilatação térmica. • A proteção contra a oxidação que o concreto oferece para o aço. Desta forma, percebe-se que os dois materiais asseguram transferências de esforços e deformações devido à boa aderência entre si. Além disso, devido aos coeficientes de dilatação térmica apresentarem valores próximos, não há solicitações secundárias devido à variação de temperaturas. Também cabe destacar que à medida que o aço é incorporado ao concreto, quando respeitado os limites de cobrimento, o concreto assegura proteção contra corrosão do aço, formando assim estruturas que trabalhem de forma confiável e segura. As estruturas de concreto armado são amplamente utilizadas no Brasil. Neto (2018) destaca algumas vantagens que tal sistema apresenta, essas vantagens estão listadas a seguir: • Resiste bem a situações de incêndio, além de não propagar chamas; • Devido à trabalhabilidade do concreto no estado fresco, permite obter formas variadas; • Desenvolve resistência com o passar do tempo. Em contrapartida, o concreto armado também apresenta algumas desvantagens, dentre elas se pode citar o elevado peso próprio. O Concreto armado em geral, o que torna os elementos estruturais mais robustos e que gera aumento no custo global da obra. Ainda devido ao elevado peso próprio, as estruturas de concreto armado em geral apresentam pequenos vãos, o que limita sua utilização quando se deseja obter grandes vãos livres. Quando o concreto armado é produzido in loco, utiliza-se elevado número de formas e escoramentos, que além de aumentar o custo da obra, gera grandes quantidade de resíduos, impactando negativamente o meio ambiente. Devido aos concretos 1919 19 necessitarem de 28 dias para atingirem a resistência à compressão (concreto convencional), as obras de concreto armado apresentam um tempo maior de execução quando comparadas com outros sistemas construtivos, o que também limita sua utilização quando se deseja obras com menores tempo de execução. ASSIMILE O tempo de construção é um fator determinante para a escolha do sistema estrutural a ser utilizado. Desta forma, atualmente os sistemas de concreto armado têm utilizado aditivos que reduzem significamente o tempo de cura do concreto. Atualmente, a principal norma nacional de projeto e execução de estruturas de concreto armado é a ABNT NBR 6118:2014 (ABNT, 2014). Esta norma apresenta os requisitos gerais de qualidade de estruturas, diretriz para durabilidade das estruturas de concretos, comportamentos de materiais, ações atuantes sobre os elementos estruturais, princípios para dimensionamentos, verificação e detalhamentode estrutura e, por fim, a interface com a construção, utilização e manutenção. Além da ABNT NBR 6118:2014 (ABNT, 2014), o Brasil ainda possui diversas outras normas, como especificado abaixo: • ABNT NBR 7187: 2003: Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido - Procedimento (ABNT, 2003); • ABNT NBR 14931: 2003: Emenda: 2004: Execução de estruturas de concreto - Procedimento (ABNT, 2004); • ABNT NBR 7191: 1982: Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado (ABNT, 1982); 2020 • ABNT NBR 8548: 1984: Barras de aço destinadas a armaduras para concreto armado com emenda mecânica ou por solda - Determinação da resistência à tração - Método de ensaio (ABNT, 1984); • ABNT NBR 7480: 2007: Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado - Especificação (ABNT, 2007). Percebe-se que o sistema estrutural de concreto armado é um sistema bastante tradicional e que apresenta grandes vantagens devido à sua execução não necessitar de mão de obra especializada e por ser um sistema que apresenta confiabilidade e segurança, desde que os projetos e execução sigam às normas técnicas. Por outro lado, percebe- se que tal sistema oferece desvantagens principalmente quando comparado com outros sistemas mais leves e que permitem menor tempo de execução, como é o caso de estruturas metálicas. TEORIA EM PRÁTICA Imagine que você é convidado para avaliar uma patologia apresentada em uma viga de concreto armado. Ao chegar na obra, você verifica que a viga biapoiada apresenta elevado número de fissuras e trincas na parte inferior e, principalmente, próximo ao centro do vão. Durante a visita técnica, você percebe que uma viga ainda não foi concretada e que as armaduras de maiores diâmetros estão posicionadas na face superior desta viga. Ao conversar com um funcionário da obra, você é informado que a viga que apresenta patologia foi produzida de forma similar àquela viga que você visualizou e que ainda não foi concretada. Reflita sobre quais são as possíveis causas que levaram ao aparecimento das fissurações e quais as alternativas para solucionar tal patologia, evitando que ocorram na outra viga? 2121 21 VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Sabe-se que atualmente o concreto armado é amplamente utilizado nas construções brasileiras. Assinale a alternativa que apresenta uma vantagem da utilização de estruturas de concreto armado. a. Elevado peso próprio. b. Facilidade em obter diversas formas. c. Utilização de formas de madeira. d. Leva a produção de elementos mais robustos. e. Apresenta resistência constante ao longo do tempo 2. O material compósito (aço + concreto) é uma forma estratégica a fim de melhorar a resistência do concreto e permitir obter sistemas estruturais com melhores desempenhos. Qual das alternativas apresenta uma propriedade de BAIXO desempenho do concreto simples. a. Compressão. b. Corrosão. c. Durabilidade. d. Tração. e. Propagação de chamas. 2222 3. O concreto simples é formado pela mistura de cimento, agregados e água. Sabe-se que cada material tem influências diretas nas propriedades do concreto. Desta forma, assinale a propriedade do cimento que tem influência direta no tempo de pega. a. Absorção de água. b. Formato dos grãos. c. Índice de vazios. d. Massa específica. e. Módulo de finura. Referências bibliográficas ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5738: Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro, 2015. . NBR 5739: Concreto – Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 1994. . NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. . NBR ISO 6892-1: Materiais Metálicos – Ensaio de tração. Parte 1: Método de ensaio à temperatura ambiente. Rio de Janeiro, 2013. . NBR 7187: Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido - Procedimentos. Rio de Janeiro, 2003. . NBR 7191: Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado. Rio de Janeiro, 1982. . NBR 7211: Agregados para concreto – Especificação. Rio de Janeiro, 2009. . NBR 7480: Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado - Especificação. Rio de Janeiro, 2007. 2323 23 . NBR 8522: Concreto – Determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro, 2008. . NBR 8548: Varras de aço destinadas a armaduras para concreto armado com emenda mecânica ou por solda – Determinação da resistência à tração – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1984. . NBR 14931: Execução de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2004. BAUER, L. A. F. Materiais de Construção. v.1, 15. ed. Minas Gerais: LTC, 2015. LOPES, L. F. Materiais de Construção Civil I. 1. ed. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Microestrutura, Propriedades e Materiais. 1. ed. São Paulo: Ibracon, 2014. NEVILLE, A. M. Propriedades do Concreto. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2016. NETO, E. P. Caderno de receitas de concreto armado. v.1, Rio de Janeiro: LTC, 2018. PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de Aço – Dimensionamento Prático. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. THOMAZ, E. Resistência do Concreto. Revista Téchne, ed. 170, 2001. Disponível em: http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/170/resistencia-do-concreto-o-que-diz- a-norma-sobre-287839-1.aspx. Acesso em: 15 mai. 2019. Gabarito Questão 1 – Resposta: B Uma das grandes vantagens do concreto é a facilidade em obter diversas formas. Devido ao concreto ser trabalhável no estado fresco, isso permite obter variação arquitetônica e maior facilidade na moldagem. Questão 2 – Resposta: D O concreto apresenta baixa resistência à tração quando comparado com sua resistência à compressão, desta forma o aço busca suprir essa deficiência, uma vez que o aço apresenta elevada resistência à tração. http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/170/resistencia-do-concreto-o-que-diz-a-norma-sobre-287 http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/170/resistencia-do-concreto-o-que-diz-a-norma-sobre-287 2424 Questão 3 – Resposta: E O módulo de finura é a propriedade do cimento que está diretamente ligada ao tempo de pega do concreto, uma vez que quanto menor o tamanho dos grãos, maior sua reatividade e desta forma mais rápido o concreto passa a endurecer. 2525 25 Estruturas metálicas Autor: Guilherme Araújo Objetivos • Conhecer as princpais vantagens do uso de estruturas metálicas. • Identificar as principais desvantagens do uso de estruturas metálicas. • Avaliar os tipos de aços disponíveis para estruturas metálicas. • Identificar as principais propriedades do material. 2626 1. Introdução As estruturas metálicas são compostas por elementos estruturais cujo a seção é produzida totalmente por material metálico. Cabe destacar que esse material não pode ser confundido com as barras ou fios utilizados em estruturas de concreto armado. O aço e o ferro fundido são resultados de ligas de ferros e carbono com outros materiais que quando adicionados asseguram características especiais às estruturas. Cabe destacar também que o teor de carbono influencia diretamente no desempenho das estruturas metálicas. Uma vez que ao aumentar a quantidade de carbono, aumenta-se a resistência do aço, porém torna o material mais frágil; por outro lado, aços com menores quantidades de teor de carbono apresentam menores resisências, porém são aços mais dúcteis. Segundo Pfeil e Pfeil (2014), em geral o teor de carbono varia de 0,008% até 2,1%. PARA SABER MAIS Para saber mais sobre o desenvolvimento e as primeiras utilizações de estruturas metálicas, tanto no Brasil como no mundo, leia o livro “Estruturas de Aço – Dimensionamento Prático de acordo com a ABNT NBR 8800: 2008” (PFEIL; PFEIL, 2014). Ainda segundo Pfeil e Pfeil (2014), o aço foi o primeiro material siderúrgico a ser utilizado em construções. Ainda segundo os autores, a ponte de Coalbrookdale (Figura 1), naInglaterra, foi a primeira ponte construída em ferro fundido, em 1779. 2727 27 Figura 1 – Ponte de Coalbrookdale Fonte: OneToRemember/iStock.com. No Brasil, a ponte sobre o rio Paraíba do Sul é um marco histórico na utilização de ferro fundido em estruturas metálicas na construção civil. A ponte apresenta vão livre de 30 metros e conta com o auxílio de arcos atirantados de ferro fundido (PFEIL; PEFIEL, 2014). Apesar da ampla utilização do ferro fundido, as obras de ferro fundido começeram a apresentar grande número de acidentes, o que levou diversos pesquisadores a iniciarem estudos sobre o tipo de material utilizado e as propriedades mais desejadas para estruturas metálicas. Sendo assim, após o ferro fundido, surgiu o ferro forjado, os laminadores para barras e, então, em meados do século XX, difundiu-se a utilização de aço-carbono (PFEIL; PFEIL 2014). Atualmente, há uma gama de aços com resistências e desempenhos variados que podem ser utilizados para elementos estruturais. Desta forma, as estruturas metálicas têm ganhado espaço e se consolidado como sistema estrutural que pode apresentar elevadas resistências mecânicas e com baixo peso próprio. 2828 Como exemplo, pode-se citar a ponte Rio-Niterói, que apresenta vão de até 300 metros e, conforme se verifica na Figura 2, o tamanho dos vãos foram projetados de forma que permitam a passagem de embarcações sob o tabuleiro e entre os pilares de apoio (Figura 2). Figura 2 – Ponte Rio-Niterói Fonte: oatigrel/iStock.com. 2. Vantagens de estruturas metálicas As estruturas metálicas apresentam um grande número de vantagens quando comparadas a outros sistemas estruturais. A seguir, cita-se algumas vantagens da utilização de estruturas metálicas: • Diminuição no desperdício de materiais: em geral, construções produzidas por estruturas metálicas diminuem o desperdício de materiais considerevalemente, uma vez os elementos estrututurais são produzidos em indústrias com dimensões pré-determinadas, não sendo necessário realizar cortes de materiais ou a utilização de formas, como ocorre em estruturas de concreto armado. 2929 29 • Diminuição do peso próprio da estrutura: as estruturas metálicas apresentam, em geral, seções transversais reduzidas (quando comparadas com concreto armardo, por exemplo) e, além disso, baixas massas específicas. Desta forma, as construções que utilizam estruturas metálicas apresentam significativa redução nas cargas distribuídas para as fundações e, assim, consegue-se reduções significativas no custo global da obra. • Flexibilidade arquitetônica: devido às seções transversais mais reduzidas, ou seja, elementos estruturais mais esbeltos, em geral, consegue-se realizar melhor aproveitamento dos espaços internos. Essa distribuição passa a ser ainda mais significativa quando a edificação apresenta garagens. Além disso, as estruturas metálicas apresentam grande facilidade em obter diversas formas, podendo obter desempenhos arquitetônicos bastante satistaftórios. A Figura 2 apresenta uma estrutura metáica. Pode-se verificar a presença de elementos esbeltos e com formas variados, que agradam bastante os usuários das edificações. Figura 2 – Estrutura metálica Fonte: Yamtono_Sardi/iStock.com. 3030 ASSIMILE As estruturas metálicas possuem elevadas resistências com baixo peso-próprio, mas, em geral, requerem mão de obra especializada para execução de serviços, o que leva muitos clientes a escolherem outros sistemas com mão de obra mais barata. 3. Desvantagens de estruturas metálicas Assim como todos os métodos construtivos, as estruturas metálicas apresentam vantagens e desvantagens quando comparadas a outros métodos construtivos. A seguir, cita-se algumas desvantagens da utilização de estruturas metálicas: • Flambagem de Peças: possuir as seções esbeltas foi destacado como uma vantagem em relação a outros sistemas construtivos, porém o uso de peças esbeltas pode aumentar a probabilidade dos elementos sofrerem flambagens quando comparados com peças menos esbeltas. A flambagem é o encurvamento de uma peça que ocorre com maior facilidade em elementos esbeltos. Dessa forma, deve-se equalizar a vantagem de obter peças mais esbeltas com a segurança contra elevadas deformações, ou seja, em casos que as peças metálicas apresentarem seções transvesais reduzidas e comprimentos longos, deve-se prever a utilização de contraventamentos a fim de diminuir o comprimento do elemento estrutural e assegurar maior estabailidade. • Comportamento ao Fogo: as estruturas metálicas requerem maiores cuidados quando submetidas a situações de incêndio, isso porque as estruturas metálicas tendem a apresentar elevadas dilatações e perda na resistência do material. 3131 31 Conforme Silva (2012), a resistência ao escoamento do aço tende a diminuir em situações de elevadas temperaturas, desta forma o material entra no patamar plástico, ou seja, momento que o aço apresenta deformações permenentes e se encontra próximo à ruptura. Desta forma, as estruturas metálicas devem prever proteções e pinturas dos elementos estruturais a fim de assegurar o desempenho em situações de incêndio. • Ataque à Corrosão: as estruturas metálicas apresentam vulnerabilidade a ataques corrosivos, o que torna necessária a utilização de sistemas de proteção para garantir o bom funcionamento das estruturas. Cabe destacar a manutenção do sistema de proteção, uma vez que falhas no sistema de proteção podem influênciar diretamente o desempenho das estruturas. A Figura 3 apresenta uma ligação entre duas peças metálicas e que sofreram ataques à corrosão. Pode-se perceber que a peça reagiu quimicamente com o ambiente, o que levou o aparecimento de óxido de ferro na superfície. Após esse processo, o material tende a começar sofrer diminuição da seção transversal e da área resistente. A partir desse momento, se não tratado corretamente, os elementos estruturais tendem a perder a capacidade resistente, o que pode levar à ruptura do material. Figura 3 – Estrutura metálica com pontos de corrosão Fonte: nuisk17/iStock.com. 3232 4. Tipos de aços Na construção civil, os aços produzidos para fins estruturais em geral podem ser classficiados em aços-carbono e aços de baixa liga, porém, dentro dessas classificações, pode-se obter uma grande variação de materiais, uma vez que o tipo de tratamento dado durante a produção poderá influenciar diretamente nas propriedades do material. Em geral, os aços de baixa liga apresentam alguns elementos como níquel, fósforo, cobre, dentre outros, que são conhecidos como elementos de liga, e sua finalidade principal é melhorar algumas propriedades mecânica do material. Além disso, o acréscimo dos elementos de liga permite obter materiais mais resistentes e com propriedades especiais, como permitir a soldagem dos aços (PFEIL; PFEIL, 2014). O aço-carbono é o tipo mais utilizado em peças metálicas, principalmente devido à sua resistência mecânica. Além disso, esse tipo de material não deve ultrapassar a 2% de carbono, 1,65% de manganês, 0,60% de silício e 0,5% de cobra (PFEIL; PFEIL, 2014). Ainda dentro do aço-carbono há três classificações com relação ao teor de carbono. A Tabela 1 apresenta a classificação dos aços com relação ao tetor de carbono. Tabela 1 – Classificação quanto ao teor de carbono CLASSIFICAÇÃO TEOR Baixo carbono 0,29% Médio teor de carbono 0,30% a 0,59% Alto teor de carbono 0,60% a 2,0% Fonte: Adapatada de Pfeil e Pfeil (2014). 3333 33 Cabe destacar que quanto maior o teor de carbono, maior tende a ser a resistência do material, porém menor sua ductibilidade. Também cabe destacar que o teor de carbono também está diretamente ligado ao surgimento de patologias em locais que apresentam soldagem. Desta forma, os aços de baixo teor de carbono são mais indicados em estruturas que possuem a necessidade de soldagens. Segundo a ABNT NBR 8965:1985 (ABNT, 1985), os aços para estruturas de concreto armado devem possuiros teores máximos, em massa de até 0,35%, estando dentro da classificação baixo e médio teor de carbono. Além disso, os aços também podem passar por tratamentos térmicos que assegurem propriedades especiais, porém o tratamento em geral torna a soldagem das estruturas mais difícil, limitando assim o uso desse material em sistemas estruturais. Apesar disso, os aços de baixa liga com tratamento térmico podem ser utilizados para fabricação de barras de protensão e em parafusos de alta resistência. 5. Propriedades dos aços O aço possui diversas propriedades, tais como resistência à tração, módulo de elasticidade, ductbilidade, fragilidade, resilência, dentre outros. A partir deste momento, abordaremos as principais definições e características de cada uma dessas propriedades. 5.1 Resistência A resistência do aço está ligada ao quanto de carga o material suporta até sua ruptura. Os ensaios de tração dos aços são amplamente utilizados para medir o desempenho mecânico dos aços. O ensaio de resistência à compressão se torna mais difícil no aço, principalmente devido à probabilidade de flambagem, mas em situações onde é 3434 possivel eliminar a possibilidade de flambagem, ou seja, peças que não apresentam elevadas esbeltes, também é possível determinar a resistência à compressão por meio de ensaios. Durante o ensaio de resistência à tração, verifica-se que o material apresenta três estágios definidos. No primeiro estágio, verifica-se que o aço se deforma de maneira linear com a aplicação da tensão de tração. Esse estágio é conhecido como regime elástico e é a partir desse estágio que obtém-se o módulo de elasticidade (representado pela letra E). Em geral, os aços apresentam módulo de elasticidade variando entre 200.000 a 210.000 Mpa (PFEIL; PFEIL, 2014). Ao continuar a aplicação de tensão e ultrapassar o regime elástico, o aço entra no patamar de escoamento. Esse patamar é caracterizado, principalmente, pelo material apresentar deformações para uma tensão constante, desta forma o material deforma sginficativamente ainda que a intensidade da tensão não aumente. Ao ultrapassar o limite elástico, o aço entra no regime plásico, onde as deformações são permanentes, ou seja, ao retirar as cargas aplicadas sobre o material, ele permanecerá com a configuração deformada. Nesse estágio, o material se aproxima da ruptura, podendo romper-se a qualquer momento. Em geral, para o dimensionamento de estruturas metálicas, utiliza-se o patamar de escoamento. Porém, cabe destacar que há aços que não apresentam um patamar de escoamento bem definido. Para esses aços que não apresentam patamar de escoamento bem definido, em geral, é tomado um valor conhecido como limite de escoamento. As Figuras 4 e 5 apresentam um comparativo entre os aços que apresentam patamar de escoamento e os aços que apresentam limite de escoamento. 3535 35 Figura 4 – Tensão vs. Deformação com patamar de escoamento Fonte: Pfeil e Pfeil (2014). Figura 5 – Tensão vs. Deformação sem patamar de escoamento Fonte: Pfeil e Pfeil (2014). As Figuras 4 e 5 apresentam dois gráficos. O primeiro representa aços que contêm o patamar de escoamento, desta forma, verifica-se que inicalmente a tensão e a deformação crescem em uma relação linear, regime elástico. Ao ultrapassar esse limite, inicia-se o patamar de escoamento, onde para uma tensão constante se aumenta a deformação. Por fim, o terceiro estágio é o regime plástico, onde a relação tensão/deformação não se mantém mais linear. O segundo 3636 gráfico apresenta aços que não possuem patamar de escoamento, desta forma o material apresenta o regime elástico (linear) e após um ponto (ponto de escoamento) se inicia o regime plástico, não linear. 5.2 Ductilidade A ductibilidade está diretamente ligada à capacidade do material se deformar, quando solicitado por cargas. Essa propriedade é de extrema importância, uma vez que irá traduzir o quanto o material se deformará antes da ruptura, ou seja, o quanto poderá sinalizar que está tendendo à ruptura. 5.3 Fragilidade Fragilidade: a fragilidade do aço está relacionada à característica de materiais que se rompem sem aviso prévio. Tal caracterista não é desejada em sistemas estruturais, uma vez que o rompimento brusco de estrturas pode levar a acidentes graves. Segundo Pfiel e Pfiel (2014), as baixas temperaturas e efeitos térmico locais podem levar os aços a apresentarem fragilidade em alguns pontos dos elementos, levando a peça a se romper bruscamente. 5.4 Fadiga A propriedade de fadiga está relacionada com materiais que são submetidos a esforços repetidos e poderá se romper sob tensões inferiores de quando submetido a esforços contínuos. 5.5 Corrosão Segundo Pfeil e Pfiel (2014), a ocorrosão acontece quando ocorre uma reação do aço com alguns elementos presentes no ambiente em que o aço se localiza. Após essa corrosão. pode-se promover a perda da seção dos elementos. Em caso de materiais metálicos, o tratamento para proteção contra corrosão, em geral, é por meio de pinturas e pela galvanização. 3737 37 5.6 Resiliência e Tenacidade Resiliência é a capacidade do material absorver energia mecânica durante o regime elástico (PFEIL; PFEIL, 2014). Através dessa propriedade, pode-se relacionar a quantidade de energia, por exemplo, de uma tensão de tração ou compressão aplicada em um perfil metálico até que atinja o patamar de escoamento. Já a tenacidade é a energia mecânica total que o material consegue absorver, ou seja, essa propriedade soma tanto a energia mecânica absorvida durante o regime elástico como no regime plástico e está relacionada à capacidade total do material em absorver energia mecânica. 5.7 Dureza A dureza dos materiais está relacionada com a resistência que o material apresenta a risco ou a abrasão. Tal resistência pode ser determinada medindo a resistência que o material possui quando outra peça de maior dureza tende a penetrar sua superfície. Como exemplo, cita-se o processo de Brinnel, onde uma esfera de diâmetro ”D” é comprimida sobre uma placa plana do metal que se pretende definir a dureza. A relação entre a força aplicada e a área da esferera que penetrou a placa é a dureza Brinnel do material. 5.8 Desempenho submetido a altas temperaturas O aço, quando é sobmetido a situação de elevadas temperaturas, tende a ter suas propriedades modificadas quando comparadas com seu estado inicial. Segundo Pfeil e Pfiel (2014), quando submetido a temperaturas maiores do que 100 °C, os aços tendem a perder o patamar de escoamento, lembrando que o patamar de escoamento assegura deformações na peça antes da ruptura, garantindo rupturas com avisos prévios. Além disso, quando submetido a altas temperaturas, os aços tendem a apresentar redução na resistência de escoamento, na resistência à ruptura e no módulo de elasticidade. Ou seja, a peça 3838 pode entrar em colapso com resistência menor do que a resistência inicialmente projetada. Por isso, cabe destacar a importância das verificações em situações de incêndio a fim de verificar o comportamento da peça, se for submetido a tal situação durante sua vida útil. Desta forma, verifica-se que quando se defini utilizar as estruturas metálicas para construção de um empreendimento, deve-se conhecer o local que a estrutura será implantada, a fim de escolher o material e o tratamento mais indicado para aquela situação. Ou seja, estruturas que serão implantadas em regiões litorâneas, devem apresentar uma proteção contra corrosão maior do que aquelas que serão implantadas em área rurais. Assim como uma estrutura que apresenta maior probabilidade de passar por situações de elevadas temperaturas deve contar com reforços adicionais, uma vez que as estruturas metálicas tendem a perder capacidade resistente quando submetidas a situações de elevadas temperatuas. Além disso, há uma grande variedade de aços disponíveis no mercado e que podem ser utilizados de acordo com a finalidade de cada aplicação.Por fim, percebe-se também que as estruturas metálicas, assim como outros sistemas estruturais, possuem vantagens e desvantagens, mas percebe-se que a possibilidade de utilizar peças com seções transversais reduzidas permite obter estruturas com peso global menor do que as estruturas de concreto armado, por exemplo, conforme citado ao longo deste conteúdo. TEORIA EM PRÁTICA Suponha que durante o desenvolvimento de um projeto é decidido utilizar o sistema estrutural produzido por estruturas metálicas. Desta forma, você é convidado a participar da elaboração do projeto e da especificação dos materiais utilizados. Durante o projeto, verifica-se que 3939 39 a estrutural da edificação será solicitada por cargas de pequenas intensidades, mas devido às condições impostas pelo projeto, a estrutura precisará, em casos extremos, apresentar significativas deformações antes de sua ruptura. Desta forma, você, como engenheiro responsável pela elaboração do projeto e especificação dos materiais, qual o tipo de aço seria mais indicado para atender a essas solicitações? Seria mais interessante a utilização com aços com alto teor de carbono ou aços que possuem baixo teor de carbono? VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Durante o desenvolvimento de um projeto é imprensidivel que o engenheiro saiba especificar as características de cada material a ser utilizado no sistema estrutural. Desta forma, assinale a propriedade que é definida como a energia mecânica absorvida durante o regime elástico. a. Tenacidade. b. Fadiga. c. Resiliência. d. Tração. e. Corrosão. 4040 2. Quando uma peça metálica começa a ser solicitada, em geral, ela começa apresentar deformações. A relação de tensão e deformação pode ser expressa através de um gráfico (Tensão vs. Deformação). Nesse gráfico é possível verificar três momentos diferentes. Assinale a alternativa que apresenta a definição correta do estágio que o aço apresenta deformações permanentes. a. Patamar de escoamento. b. Regime elástico. c. Regime linear. d. Regime plástico. e. Ponto de escoamento. 3. Atualmente há diversos sistemas estruturais disponíveis no mercado. Cada sistema estrutural apresenta suas vantagens e desvantagens quando comparado com outros sitemas estruturais. As estruturas metálicas também apresentam características que a tornam mais ou menos vantajosas do que outros sitemas estruturais. Assinale a alternativa que apresenta uma característica vantajosa da utilização de estruturas metálicas. a. Estrutura altamente resistente à corrosão. b. Comportamento em situações de incêndio. c. Baixas deformações quando solicitadas por ações do vento. d. Estrutura que não necessita de mão de obra qualificada. e. Redução do peso próprio da estrutura. 4141 41 Referências bibliográficas SILVA, V. P; Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio: conforme ABNT NBR 15200: 2012. São Paulo: Blucher, 2012. PFEIL, W; PFEIL, P. Estruturas de aço: Dimensionamento Prático de Acordo com a ABNT NBR 8800: 2008. Rio de Janeiro: LTC, 2014. Gabarito Questão 1 – Resposta: C A propriedade que expressa a quantidade de energia mecânica que é absorvida durante um estado do regime elástico é a resiliência. Questão 2 – Resposta: D Durante as solicitações, os aços passam pelo regime elástico, momento onde o aço apresenta relação de tensão e deformação constante. Após esse regime, o aço entra no patamar de escoamento, momento onde para uma tensão constante o aço continua a se deformar. Por fim, o aço entra no regime plástico, momento que a tensão aumenta com deformações não lineares, nesse momento as deformações sobre o material passam a ser permanentes. Questão 3 – Resposta: E Uma das vantagens dos sistemas estruturais metálicos é possuir elevadas resistências mecânicas com baixo peso próprio. Desta forma, edificações que utilizam estruturas metálicas tendem a possuir redução do peso dos elementos estruturais e consequentemente redução do custo global da obra. 424242 Estruturas de madeira Autor: Vagner Luis Copeinski Objetivos • Apresentar de forma clara a classificação das árvores. Descaracterizar a visão do desmatamento. Madeira: material nobre ou pobre? • Principais propriedades e ensaios necessários para atendimento à normatização. Vantagens e Desvantagens do uso da madeira. Orientações básicas para um projeto em estrutura de madeira. • Em que situação era usada a madeira e como é utilizada a madeira na construção civil. 4343 43 1. Introdução Este material tem por objetivo apresentar abordagens para as estruturas em madeira que podem ser usadas na construção civil. As informações para elaboração e execução de projetos em estruturas de madeira serão apresentadas a você. Tipos de treliças para os mais variados tipos de coberturas e suas prováveis sessões transversais. Temos ainda a possibilidade de projetos em estrutura de madeira – wood frame, no entanto, não temos grande aceitação deste tipo de estrutura no mercado brasileiro. A figura 1 traz o exemplo de uma estrutura de madeira para a construção industrializada tipo Wood Frame. Figura 1 – Estrutura de Madeira Fonte: photovs/iStock.com. Na graduação lhe foram ofertadas as informações básicas e suficientes para o conhecimento e utilização adequada da disciplina estrutura de madeira, desta forma, existe um grande preconceito em relação ao emprego deste material, isto devido ao desconhecimento aprofundado do produto e pela falta de projetos específicos e bem elaborados. Assim, é comum encontrar estruturas de madeira com flechas excessivas, com 4444 empenamentos, com torsões, com instabilidades, etc., por déficit de projeto e de execução. O material é bom, precisamos saber melhor utilizar. Sua principal ferramenta no projeto de estruturas de madeira sempre será a norma brasileira NBR 7190 (ABNT, 1997), onde usará suas tabelas e suas definições de cálculo. O texto apresentado é balizador e caberá a você a pesquisa em outras fontes para o seu melhor enriquecimento acadêmico. 2. Visão geral Quando falamos em madeira na construção civil, pensamos em cimbramento, formas para as diversas peças de concreto armado (vigas, pilares, lajes), e também em algumas peças de acabamento como batentes, portas, janelas. Uma das peças mais utilizadas para o cimbramento é o eucalipto, conforme figura 2. Figura 2 – Eucaliptos Fonte: alffoto/iStock.com. As peças brutas, sem acabamento, sem mesmo atingir os parâmetros recomendados pela norma brasileira NBR 7190 (ANBT, 1997) quanto a umidade, secagem, após sua utilização, na grande maioria das vezes, são descartadas. 4545 45 Hoje temos alguns mobiliários com material de reuso de obras, porém muito pequenos. Entre exemplos de utilização temos bancos, mesas, cadeiras, armários, todos com madeira reutilizadas de formas. O material para a construção civil, que é devidamente certificado como material de reflorestamento, apresenta um valor muito elevado em relação ao material extraído de florestas virgens. A redação da norma NBR 7190 (ABNT, 1997) de projetos de estruturas de madeira traz à luz o conceito da verificação pelo estado limite em detrimento às tensões admissíveis, permite a racionalização da segurança das estruturas. Quando a estrutura apresentar desempenho inadequado, a norma trata como estado limite, estado limite último e estado limite de utilização. Quando se tem a perda de equilíbrio, ruptura ou deformação plástica, deformação excessiva, a mesma norma determina a paralisação da estrutura e diz que a estrutura está no estado limite último de tensões, porém deformações excessivas, vibrações, situações de comportamento da vida útil, denotam o estado limite de utilização. A madeira é um material nobre ou pobre? Se observarmos as ocupações irregulares, em encostas ou fundo de vale, as habitações ditas de baixa renda, as comunidades, chegamos a concluir que o material utilizado nesta situação é pobre. Pontaletes, sarrafos, caibros, todos semcertificação usados de forma indiscriminada, com fechamento em chapas de madeira prensada, nesta situação a madeira é tida como material pobre. Por outro lado, quando encontramos um imóvel com mobiliário em madeira maciça (jacarandá, mogno), assoalhos em jatobá ou ipê, todos dentro dos padrões de qualidade, devidamente tratadas e protegidas, com seu valor de comercialização elevado, manipulados por profissionais habilitados, dentro de grandes e belas unidades habitacionais, são ditas nobres. 4646 Essa dicotomia para a madeira se faz presente em nosso dia a dia, no entanto, afirmo que, enquanto não tivermos uma fiscalização eficiente e um povo consciente, esse hiato entre o nobre e o pobre irá perdurar por muito tempo e o que deveria ser conservado, continuará a ser destruído. 3. Classificação da árvore Quando se fala em madeira, é necessário que se saiba de onde ela se origina, assim, necessitamos classificar as árvores. Em linhas gerais, temos dois tipos de árvores que usamos na construção civil: as coníferas e as dicotiledôneas. Para uma melhor visualização e entendimento, na figura 3 temos exemplo de uma floresta de coníferas. Figura 3 – Floresta de Coníferas Fonte: Emma McCreary/FreeImages.com. As coníferas são árvores de clima frio e produzem as madeiras moles, possuem menor resistência e menor densidade quando comparadas às dicotiledôneas. Um exemplo é o Pinus. Já as dicotiledôneas são árvores de clima quente e apresentam maior resistência e maior densidade. Exemplos utilizados na construção civil: 4747 47 Peroba Rosa, Eucaliptos, Jatobás, ou ainda, na figura 4, temos a seção de uma peroba rosa, uma árvore vermelha. Figura 4 – Seção Transversal de uma Peroba Fonte: Afonso Lima/FreeImages.com. No entanto, tanto um tipo quanto o outro são materiais anisotrópicos, ou seja, possuem propriedades físicas (resistência mecânica, dureza) diferentes em relação aos diversos planos ou direções perpendiculares entre si. Não terá simetria de propriedade em torno de qualquer eixo que venha ser estudado. Na construção civil temos madeiras utilizadas em áreas externas que podem sofrer ataques da umidade, de calor, de fungos e cupins. Assim, para portas externas, janelas, recomenda-se o uso de madeiras do tipo dicotiledôneas. Madeiras que apresentam alta densidade, maior resistência mecânica e durabilidade como as dicotiledôneas apresentem estas qualidades, no entanto, não são eternas e devem receber todo a proteção para mitigar os problemas que possam aparecer. 4848 Quando utilizadas em áreas internas, mesmo que protegidas das intempéries do clima, faz-se necessário o devido tratamento. Para as madeiras que compõem a estrutura de sustentação do telhado, ainda que protegidas, podem sofrer ataques de cupins e infiltrações, podendo chegar a apodrecer, sendo também necessária a aplicação de produtos químicos com a finalidade única de aumentar a vida útil. 4. Terminologia das madeiras Independente das propriedades da madeira, ela poderá ser caracterizada em relação ao seu teor de umidade. Face ao teor de umidade, classificamos a madeira em: madeira verde ou madeira seca. Em nossa obra, quando podemos ou devemos usa: a madeira seca ou a madeira verde? Por qual prisma olhar: beleza ou resistência? A madeira verde é aquela que apresenta uma umidade igual ou superior a 25%. A madeira seca é aquela que apresenta uma umidade, segundo a NBR 7190 (ABNT, 1997), da ordem de 12%, obtida nas condições atmosféricas locais, ou seja, seca ao ar livre e ainda se consegue um ganho médio em sua resistência mecânica da ordem de 40% (quarenta por cento). Podemos ainda ter a obtenção da umidade “ótima” por ação da secagem em fornos. A madeira com índice de umidade abaixo de 15% (quinze por cento) garantirá um consumo otimizado de verniz ou tinta, bem como a não proliferação de fungos. Para uso nobre, a madeira seca é ponto de partida. Assim, assoalhos, forros, escadas, devem estar com a madeira seca. Caso a madeira não esteja seca, após algum período de instalada, ela pode perder água e consequentemente volume, trazendo empenamentos ou redução das peças instaladas, gerando desconforto visual. 4949 49 5. Classificação das madeiras Podemos dizer que a madeira para a construção civil traz dois grandes grupos: as madeiras macias e as madeiras duras, semelhante à classificação das árvores. Madeira de coloração branca, provenientes de árvores coníferas – pinus, são ditas madeiras macias, utilizadas em sua grande maioria para cimbramento. Madeira de lei e de alta resistência mecânica, resistentes ao ataque de insetos e umidade, proveniente de árvores dicotiledôneas – ipê, são ditas madeiras duras, utilizadas como pilares, vigas de telhados. 6. Características comerciais e recomendações das madeiras Após a extração da árvore e seu beneficiamento, encontramos no mercado a madeira serrada, devidamente seca, dentro das dimensões e recomendações físicas indicadas. Seu valor depende de vários fatores e da região que está sendo adquirida, no entanto, terá nomenclatura e dimensões das seções das peças uniformes. O comprimento irá variar de acordo com a necessidade do adquirente. Assim, na tabela 1 temos a nomenclatura usual e as dimensões comuns tradicionais. Tabela1 Nomenclatura Usual X Dimensões Nomenclatura usual Dimensões (cm) Caibros (4 a 8) x (5 a 8) Eucalipto Ø variável >8 Pontaletes (7 a 10) x (7 a 10) Prancha (4 a 7) x >20 Pranchão >7 x >20 Ripa <2 x <10 Sarrafos (2 a 4) x (2 a 10) Tábuas (1 a 4) x (10 x 30) Viga >4 x (11 a 20) Vigota (4 a 8) x 8 a 12) Fonte: Adaptada da NBR 7203 (ABNT, 1982). 5050 É recomendável que a madeira sofra o processo de secagem ao ar livre, conforme preceitua a norma NBR 7190 (ABNT, 1997) de projetos de estruturas de madeira e atinja a umidade recomendada, da ordem de 12% (doze por cento). Com isso, ganha o material algumas vantagens: • Facilita o transporte, uma vez que estará mais leve; • Pode apresentar o mínimo de retração em suas dimensões; • Madeira sem água ganha resistência de forma considerável e progressiva até atingir os valores parametrizados pela norma; • Quando seca a madeira, é mais resistente ao ataque de fungos. Observe que na tabela 1 tem o produto eucalipto, no entanto, este não é beneficiado, ou seja, sofre apenas a poda dos galhos e folhas e a extração no pé da árvore. Assim, terá forma geométrica circular, porém não constante. A norma brasileira NBR 7190 (ABNT, 1997) de projeto de estruturas de madeira, permite um cálculo simplificado para peças roliças e seção variável. A figura 5 nos mostra pranchas de madeira devidamente serradas e armazenadas. Figura 5 – Pranchas serradas Fonte: Animaflora/iStock.com. 5151 51 7. Vantagens e desvantagens da madeira A madeira sempre foi utilizada na construção civil. Possui enorme potencial de renovação na natureza, é material 100% (cem por cento) renovável. Se tivermos nossas florestas devidamente mapeadas e policiadas, não podemos pensar em devastação, destruição da natureza, no entanto, ressalto, deve ser tudo controlado. A madeira possui vantagens sobre seus concorrentes diretos na construção civil, como o aço e o concreto, ou ainda qualquer outro material não orgânico. Boa versatilidade para a industrialização. Para o beneficiamento é necessário baixo consumo de energia e o equipamento para o beneficiamento da árvore não requer alta tecnologia. A madeira apresenta resistência mecânica tanto na tração quanto na compressão. Suporta alta resistência a cargas de impacto e apresenta pouca deformação quando solicitada por carga de curta duração. Possui isolamento térmico e não reage com agentes químicos; embora material inflamável, suporta altas temperaturas e preserva por um período maior sua resistência mecânica, sendo previsível perante o fogo. A madeira possui vantagem na relação resistência e densidade quando comparada ao concreto estrutural, além de ser uma estrutura mais leve e de fácil trabalhabilidade.Baixa densidade e alta resistência mecânica. Entre suas desvantagens, a madeira poderá apresentar a queda da sua resistência por ataque de fungos ou por exposição excessiva a más condições meteorológicas, quando não tratada adequadamente. É um material de baixa resistência ao fogo, alta combustão, no entanto, é um mal condutor de calor, o que isso significa? Na ocorrência de um possível incêndio, uma peça de grande dimensão mantém a temperatura de seu interior por mais tempo, conservando suas propriedades mecânicas, ao contrário do aço que irá se deformar totalmente por não suportar altas temperaturas, trazendo a estrutura ao colapso em menor tempo. 5252 8. Variação do padrão de referência com a umidade Os valores de resistência e de rigidez da madeira são os correspondentes à umidade de 12%. Quando o material não estiver nesta condição, deve ser corrigido pela equação 1 (resistência) e equação 2 (rigidez), previstas na NBR 7190 (ABNT, 1997) de projeto de estruturas de madeira. (1) (2) Para umidades inferiores a 20% e variação de temperatura entre 10º e 60ºC, pode-se considerar desprezíveis as variações de resistência e rigidez, de acordo com a norma brasileira NBR 7190 (ABNT, 1997) – Projeto de Estrutura de Madeira. Os valores de correção tanto na equação de resistência (1) para o ensaio da resistência a compressão paralela às fibras quanto o valor de correção para o módulo de elasticidade longitudinal, ou seja, na equação da rigidez (2), são valores aceitáveis, porém devem ser revistos e utilizados com cautela. 9. Projeto em estrutura de madeira Quando se pensa em estrutura de madeira, logo vem a visão de uma cobertura, seja de uma residência, de um galpão para indústria ou armazenamento. Podemos ter a possibilidade de outros vários tipos de estrutura em madeira, como pergolados, decks, guarda-corpos, escadas, entre outros. A figura 6 mostra uma estrutura em madeira para telhado em duas águas. 5353 53 Figura 6 – Estrutura de Madeira Fonte: shank_ali/iStock.com. Dependendo do vão, no caso de indústria ou galpão sem uso definido, pensamos logo em treliças metálicas, no entanto, cobertura sobre a laje de residência, a maioria esmagadora se dá em madeira com telhas cerâmicas ou de fibrocimento. Independentemente do tipo de construção, precisamos criar um sistema estrutural para esta cobertura. Definir a arquitetura de contorno desta nossa edificação é um dos principais pontos. Em quantas águas iremos fazer essa nossa cobertura? Teremos captação das águas pluviais para reuso? Será em telha cerâmica, de fibrocimento, metálica? Onde está localizada essa nossa edificação: no campo? Em centro urbano? Qual o índice pluviométrico da região? Qual a velocidade dos ventos para a região? São tantas as questões. Cabe ao técnico capacitado, em conjunto com o proprietário, definir alguns destes quesitos, e os que ficarem sob a responsabilidade exclusiva do técnico, lançar mão das diversas normas 5454 para a execução do projeto de estrutura. Não podemos esquecer do fator custo x benefício, um dos que devemos tratar com o devido cuidado para não onerar em demasia o cliente. Com algumas premissas definidas, vamos à elaboração do nosso projeto. As estruturas sempre irão trabalhar de forma espacial. As peças planas serão travadas por elementos estruturais, perpendiculares a estas peças planas, garantindo a estabilidade da estrutura. Na estrutura de madeira não existem peças principais e peças secundárias, todas têm importância, estão ligadas e dependem umas das outras para a estrutura espacial permanecer em equilíbrio. A cobertura é composta por vários elementos: telhas, tramas, treliças e contraventamentos. Em sua grande maioria, as coberturas de residências são utilizadas treliças triangulares, também denominadas de tesoura. Temos uma gama de tipo de coberturas dos mais diferentes formatos e encontramos uma denominação da cobertura em função dos panos de escoamento das águas. Assim, entre outros, podemos citar: • Telhado de água plana: Uma água, duas águas, três águas ou quatro águas. • Telhado em arco: Ginásios esportivos. • Telhado em Shed: Industrias/Galpões. A peça que irá definitivamente selar nossa cobertura é a telha. Qual tipo usar? Qual a melhor telha? Para residências, normalmente usamos as telhas de fibrocimento e as telhas cerâmicas. São de fácil manuseio e são de fácil aquisição no mercado. Telhas de aço ou alumínio têm sua aplicação quase restrita às industrias, dependendo ainda do que se irá cobrir. A figura 7 mostra um exemplo de estrutura de madeira para cobertura com telhas translúcidas. 5555 55 Figura 7 – Cobertura com telhas translucidas Fonte: Ralf Geithe/iStock.com. Temos ainda telhas de zinco, usadas em obras de menor importância, sem a devida preocupação térmica e acústica, usadas em depósitos e armazenagem em geral. Assim, no estudo de um projeto, uma primeira coisa a fazer é definir o tipo de telha e buscar com os fabricantes suas especificações. Dimensões, porosidade, inclinação mínima, recobrimentos mínimos. Com todas as definições, de acordo com a norma brasileira NBR 7190 (ABNT, 1997) de projeto de estrutura de madeira, a trama da nossa cobertura será composta por ripas, caibros e terças. As telhas (sejam cerâmicas, de fibrocimento, de alumínio, ferro galvanizado, aço, zinco ou outras) se apoiam sobre as ripas, que por sua vez se apoiam sobre os caibros, que se apoiam sobre as vigas ou terças, que levam todas os esforços para as tesouras. Para o telhado com telhas cerâmicas são necessários todos estes elementos: ripas, caibros, vigas, tesoura. Para o telhado com telha de fibrocimento não são utilizados todos estes elementos, apenas terças e tesouras. 5656 A estrutura que irá receber ripas, caibros e terças são as tesouras. Temos aqui outra infinidade de formato, dependendo do tipo de cobertura. Sem dúvida alguma, as tesouras são as mais utilizadas. São estruturas planas projetadas para receber as cargas oriundas que atuam paralelamente ao seu plano, levando esta solicitação aos aparelhos de apoio. A inclinação do telhado é função direta do tipo de telha que se utilizará e é expressa pela razão entre a altura da treliça pela metade do vão a ser vencido, no caso especifico de telhado em duas águas. Em nossos cálculos, quando tivermos grandes áreas a serem cobertas e com alturas consideráveis em relação ao nível da edificação, faz-se necessário verificar os efeitos pela ação do vento em nossa cobertura, todos balizados pela norma brasileira NBR 6123 (ABNT, 1998) - Forças Devido ao Vento em Edificações. Não podemos nos esquecer dos acessórios que poderemos pendurar em nossa estrutura de madeira. Além do seu peso próprio (obtido por fórmulas empíricas ou por comparação com projetos executados dentro dos parâmetros da norma), as sobrecargas que podemos ter, entre outras: forro (gesso, placas cimentícias, lã de rocha...), luminárias, dutos de ar condicionado, tubulação de água, passarelas de manutenção e inspeção dos equipamentos, e demais elementos que possam vir a surgir durante a vida útil da nossa estrutura. Embora seja necessário e fundamental, este não é nosso foco, os esforços de tração ou compressão em cada peça da treliça obtidos pelos métodos das juntas ou nós, pelo método das seções ou Ritter, para o efetivo cálculo das peças. Observe que para o projeto de um telhado para cobertura podemos ter inúmeras situações, várias telhas, várias seções de treliças, vários tipos de combinações, classes da madeira. Então, não basta apenas saber fazer, executar, tem que ter a teoria associada à prática para que não se tenha surpresa indesejada. 5757 57 PARA SABER MAIS Madeira Legalizada ou Certificada: Existe uma diferença entre madeira legalizada e madeira certificada? A madeira legalizada significa que a extração é autorizada por órgãos ambientais e assim o produto possui o documento de origem florestal, no entanto, isso não garante quea extração não venha afetar o equilíbrio do bioma. A segurança se dará com a certificação, que irá garantir o menor impacto sócio ambiental no processo de extração. Por exemplo, em 2009 foi assinado um protocolo de cooperação entre o Governo do Estado de São Paulo, o Sindicado da Construção Civil (SinduScon – SP), Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Estado de São Paulo (Sindimasp), o WWF-Brasil (World Wildlife Fund – Fundo Mundial da Natureza) e demais entidades, denominado Programa Madeira é Legal, que tinha como cunho principal a adoção de ações destinadas ao incentivo e ao uso de madeira de origem legal e certificada na construção civil (WWF, 2009). A expectativa com este protocolo de intenções era o de mitigar os impactos negativos e a minimizar a utilização de recursos naturais indevidamente. O adequado manejo florestal, a comercialização consciente, deveriam desempenhar um papel importante na eliminação da extração ilegal de madeira nativa, motivando o uso racional e sustentável das florestas. ASSIMILE Usar a madeira na construção civil, devidamente certificada, não é crime e não é provocar o desmatamento. O desmatamento ocorre de forma criminosa em nosso 5858 país, haja visto que o orgão responsável pela fiscalização e certificação não tem capacidade efetiva para realizar a demanda de fiscalização e controle, e ainda, persiste em nosso país a falta de consciência ecológica de alguns proprietários de mata virgem. A madeira faz parte dos habitantes deste planeta desde os primórdios. Quase sempre se usou os recursos da natureza com a visão de que nunca irá acabar por ser fonte renovável, mas na verdade, não é bem assim. Precisamos limitar de alguma forma a extração irregular, desenfreada e devastadora, da matéria prima árvore. Para se conseguir uma madeira de reflorestamento, devidamente certificada e legalizada, precisamos de mais envolvidos. Diversos insumos diretos e indiretos fazem com que o valor da madeira de reflorestamento atinja valores, às vezes, impraticáveis para a pequeno empreendedor, forçando o mesmo a caminhos escusos para obtenção da madeira necessária para suas atividades fim. O uso da madeira na construção civil, em qualquer etapa da obra, faz-se necessário. Da fundação à cobertura e, em alguns casos, no acabamento. Um consumo equilibrado e consciente irá garantir o nosso descanso abaixo da sombra de uma árvore. TEORIA EM PRÁTICA Quando pensamos em madeira, pensamos de forma deliberada em madeira para a cobertura. Será que serve somente na cobertura? Faça uma viagem por todos os nossos tempos e observe o quanto evoluímos desde a 5959 59 forma da extração, suas aplicações e formas. Como será que o nosso descobridor chegou em nossas margens? Seria outra finalidade para a madeira? Para a proteção de seu patrimônio e sua sociedade, até o século XI, como eram suas fortalezas? Quanto evoluímos e o quanto falta evoluir para manter essa matéria-prima preciosa em nossos lares. Não estou falando em material transformado drasticamente para atingir nossas necessidades, tipo das MLC – madeiras laminadas coladas. Esse é outro processo. Quero que perceba o quanto se faz necessário preservar a matéria-prima ‘árvore’ para nossa existência e entenda que o consumo certificado e legalizado não é desmatamento. VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Com base na leitura fundamental, temos alguns tipos de madeiras utilizadas na construção civil, assinale a correta: a. Coníferas são árvores que produzem madeira de coloração clara, de climas quentes, no entanto são madeiras ditas duras de difícil manuseio e não indicadas para a construção civil. b. Dicotiledôneas são árvores que produzem madeira de coloração escura, de climas frios, no entanto são madeiras ditas moles de fácil manuseio e ideais para a construção civil. c. As coníferas são madeiras moles e as dicotiledôneas são madeiras duras, ambas usadas na construção civil. 6060 d. Todo e qualquer tipo de madeira é anisotrópica, possui propriedade semelhante em relação a qualquer eixo e não é adequadamente indicada para a construção civil. e. Madeiras do tipo dicotiledôneas são usadas nas partes internas dos imóveis, pois podem ser utilizadas in natura e não irão apresentar problemas com fungos e umidades, já nas partes externas usamos as coníferas, por apresentarem maior densidade embora precisem da aplicação de produtos químicos necessários para combater fungos e umidade. 2. A norma brasileira NBR 7190 (ABNT, 1997) de projetos de estruturas de madeira indica a umidade da madeira e menciona critérios de correção para os aspectos de resistência e rigidez. Essa umidade poderá ser atingida de forma natural ou por processo de secagem em fornos. Quais as possíveis vantagens com a madeira nesta condição: a. Para madeira seca, com 25% de umidade, temos considerável elevação de sua resistência, tornando-se mais fácil sua trabalhabilidade, porém sua rigidez se reduz à metade; b. Para a madeira dita verde, com mais de 80% de umidade, a resistência não sofre qualquer aumento ou redução, uma vez que existe uma parcela considerada de água que não permite sua compressibilidade. c. Em madeiras nobres, caso não tenhamos atingido a umidade recomendada pela norma, problemas de diminuição podem ser observados ao longo da sua vida útil, trazendo desconforto visual. 6161 61 d. Não temos vantagens ou desvantagens quando a madeira estiver seca ou verde, apenas devemos observar a umidade referenciada pela NBR 7190 para que possamos usar da melhor forma que entendermos. e. A madeira nas condições recomendadas pela norma traz vantagens, entre elas podemos citar o ganho médio em sua resistência mecânica da ordem de 40% (quarenta por cento). Com a umidade próxima a estabelecida pela norma, dificilmente teremos o aparecimento de fungos e ainda a redução no consumo de verniz ou tinta. 3. Quando falamos em resistência e rigidez para a madeira, sempre são consideradas dentro de padrões de umidade estabelecidos pelo item 6.2.1 da norma brasileira NBR (ABNT, 1997) de projetos de estruturas de madeiras, no intervalo de 10% a 20%. No entanto, quando a madeira analisada estiver fora deste intervalo, estes valores devem ser corrigidos. Com base nas equações estabelecidas na norma, aponte a alternativa correta, após corrigir a resistência e a rigidez de uma amostra de maçaranduba com umidade de 17%, sabendo que nesta condição apresenta: Resistência a Compressão = 67,57 MPa; Resistência a Tração = 82,48 MPa e Módulo de Elasticidade Médio = 15605 MPa. a. fc=77,71 MPa; ft=94,85 MPa e E=17.165,50 MPa b. fc=64,19 MPa; ft=978,36 MPa e E=14.824,75 MPa c. [fc=70,95 MPa; ft=86,60 MPa e E=16.385,25 MPa] d. fc=67,57 MPa; ft=82,48 MPa e E=15.605,00 MPa e. fc=74,33 MPa; ft=94,85 MPa e E=17.165,50 MPa 6262 Referências bibliográficas ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6123: Forças Devido ao Vento em Edificações. 1. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 1988. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7190: Projeto de Estruturas de Madeira. 1. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 1997. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7203: Madeira Serrada e Beneficiada. 1. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 1982. BOTELHO, Manoel Henrique; MARCHETTI, Osvaldemar. Concreto Armado Eu Te Amo. 7. ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2014. FUSCO, Péricles Brasiliense; CALIL JUNIOR, Carlito; ALMEIDA, Pedro Afonso de Oliveira (Org.). Norma de Projeto de Estrutura de Madeira: Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP. São Paulo: Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações, 1996. GESUALDO, Francisco A Romero (Org.). 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