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GABARITO SIMULADO BERNOULLI 2021 4- DIA 1

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SIMULADO ENEM 2021 - EXCLUSIVO - PROVA I
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 
On the farms in Africa it is the custom to cut the tops off paraffin and petrol tins and fix glistening squares of metal to flash 
in the sun. To scare the birds off, it is said. But I’ve seen a hawk come in from a tree to take a fat drownsy hen off her hatching 
eggs, and that with dogs, cats, and people, black and white, all around her. And once, sitting at a domestic spread of tea outside 
the house, a dozen people were witness to a half-grown kitten being snatched from the shade under a bush by a swooping 
hawk. During the long hot silence of midday, the sudden squawking or crowing or flustering of feathers might as often mean 
that a hawk had taken a fowl. There were plenty of chickens though. And so many hawks there was no point in shooting them.
LESSING, D. On Cats. Harper Collins ebooks. [Fragmento]
No trecho do romance On Cats, da escritora britânica Doris Lessing, a narradora está descrevendo
A. 	 os ataques de gaviões a animais em uma fazenda.
B. 	 a perda de animais de estimação muito queridos.
C. 	 as lembranças de um evento em família.
D. 	 os dissabores da vida em uma fazenda africana.
E. 	 o fascínio que desenvolveu pelas aves de rapina.
Alternativa A
Resolução: O trecho selecionado descreve episódios diferentes em que a narradora testemunhou gaviões (hawks) atacando 
animais em uma fazenda, como gatos, galinhas e outras presas, conforme indicam os seguintes trechos: I’ve seen a hawk 
come in from a tree to take a fat drownsy hen off her hatching eggs (eu vi um gavião sair de uma árvore e arrancar uma galinha 
gorda e sonolenta de seu ninho); a dozen people were witness to a half-grown kitten being snatched from the shade under 
a bush by a swooping hawk (uma dúzia de pessoas viram um gavião mergulhar em alta velocidade e levar um gato já meio 
crescido que estava embaixo de um arbusto); the sudden squawking or crowing or flustering of feathers might as often mean 
that a hawk had taken a fowl (o som repentino de um grasnado, de um galo ou de asas agitadas também poderia significar 
que um gavião havia atacado um frango). Sendo assim, a alternativa correta é a A. 
QUESTÃO 02 
I, like Aristotle, am a philosopher, and we philosophers must admit the possibility of radical disagreement on the most 
fundamental questions. Philosophers hold up as an ideal the aim of never treating our interlocutor as a hostile combatant. 
But if someone puts forward views that directly contradict your moral sensibilities, how can you avoid hostility? The answer is 
to take him literally – which is to say, read his words purely as vehicles for the contents of his beliefs.
What makes speech truly free is the possibility of disagreement without enmity, and this is less a matter of what we can 
say, than how we can say it. I do not claim that the possibility of friendly disagreement with Aristotle offers any direct guidance 
on how to improve our much more difficult disagreements with our contemporaries, but I do think considering the case of 
Aristotle reveals something about what the target of such improvements would be.
CALLARD, A. Disponível em: <https://www.nytimes.com/>. Acesso em: 1 ago. 2020. [Fragmento adaptado]
No artigo, a autora acredita que o que propicia a liberdade de expressão em um debate é o(a)
A. 	 esclarecimento dos próprios pontos de vista aos adversários.
B. 	 possibilidade de divergir sem recorrer à hostilidade.
C. 	 busca pelo sentido metafórico de um argumento.
D. 	 utilização dos princípios concebidos por Aristóteles.
E. 	 questionamento de posicionamentos contrários aos nossos.
Alternativa B
Resolução: A autora escreve, no segundo parágrafo, que a liberdade de expressão torna-se verdadeiramente livre quando 
consentimos com a possibilidade de discordância sem hostilidade (What makes speech truly free is the possibility of 
disagreement without enmity), ou seja, devemos entender que nosso interlocutor pode discordar radicalmente da nossa opinião 
em um debate e que é possível que isso aconteça sem criar inimizade. Dessa forma, a alternativa correta é a B.
LMN4
VG4R
ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 03 
The scientist “mining” mobile phones
The United Nations University describes e-waste as a significant and growing challenge. Yet this discarded electronic junk 
is also perhaps one of our most underused resources. E-waste contains huge quantities of valuable metals, ceramics and 
plastics that could be salvaged and recycled, although currently not enough of it is.
Veena Sahajwalla, a materials scientist, believes there is a new way of solving this problem. She has plans to build 
microfactories that can tease apart the tangle of materials in mobile phones, computers and other e-waste.
Her vision is for automated drones and robots to pick out components, put them into a small furnace and melt them at 
specific temperatures to extract the metals one by one before they are sent off to manufacturers for reuse.
Sahajwalla says this approach could have a huge impact – not only cutting the huge amount of electronic waste being 
dumped around the world, it could provide new sources of precious metals.
GRAY, R. Disponível em: <:https://www.bbc.com/>. Acesso em: 29 ago. 2020. [Fragmento adaptado]
O lixo eletrônico pode causar graves danos ao meio ambiente se descartado de maneira inadequada. Para solucionar o 
problema, a especialista Veena Sahajwalla propõe
A. 	 extrair metais preciosos dos aparelhos eletrônicos descartados.
B. 	 recuperar peças em bom estado e devolvê-las aos fabricantes.
C. 	 aproveitar peças dos eletrônicos para construir drones e robôs.
D. 	 produzir dispositivos eletrônicos com mais materiais sustentáveis.
E. 	 utilizar tecnologia de automação para acelerar a reciclagem.
Alternativa A
Resolução: A ideia da especialista Veena Sahajwalla consiste em utilizar robôs e drones para extrair metais valiosos contidos 
nos aparelhos eletrônicos que foram descartados. Na etapa seguinte, ela pretende enviar esses materiais para as fábricas 
para que eles sejam reutilizados em novos componentes. Dessa forma, a alternativa A é a que melhor expressa o plano da 
especialista para lidar com os resíduos eletrônicos.
QUESTÃO 04 
Banksy Trends on Valentine’s Day
Banksy is the artist behind a new mural that surfaced on the side of a home in Bristol in England this week, according to 
a Valentine’s Day post on his official Instagram account.
The artist’s Instagram account posted two images of the piece, featuring a stencil work of a child holding a slingshot up 
towards an explosion of bright red flowers, which form a relief work protruding out from the wall.
The latest work of the famously mysterious artist has already garnered much attention, with locals in the Barton Hill 
neighborhood paying a visit to the site on Marsh Lane, the street where the work is located.
“As it’s Valentine’s Day, it’s really special and to have it in 3D with the flowers is incredible,” Kelly Woodruff, the daughter 
of the owner of the home, told BBC News. “There’s so many people coming and enjoying it, taking pictures, it’s fantastic.”
Several fans of the artist have takento social media to share their selfies with the work as well as their interpretations of 
it and the term “Bansky” has been trending on Twitter.
Disponível em: <https://www.newsweek.com/>. Acesso em: 8 set. 2020. [Fragmento]
Uma menina atira flores vermelhas contra uma parede. É esta a nova obra de Banksy, o famoso e misterioso artista urbano 
britânico. De acordo com o texto, a reação provocada pela obra foi de
A. 	 desconfiança, pois muitos curiosos foram atraídos para a vizinhança.
B. 	 reflexão, pois o vermelho vivo das flores faz referência à violência social.
C. 	 admiração, pois a obra remete aos problemas ambientais da Inglaterra.
D. 	 entusiasmo, pois sua autoria foi confirmada pelo artista nas redes sociais.
E. 	 indiferença, pois a maioria dos moradores não se manifestou sobre a obra.
Alternativa D
Resolução: Conforme pode ser constatado no quarto parágrafo, a obra provocou uma reação entusiasmada tanto nos 
moradores do bairro onde ela foi feita quanto nos fãs do artista, que vieram de vários locais para conhecer a mais nova obra 
de Banksy. Logo, a alternativa correta é a D e os trechos que a justificam são os seguintes: “it’s really special and to have it 
in 3D with the flowers is incredible [...].” “There’s so many people coming and enjoying it, taking pictures, it’s fantastic.”
NKAM
FOHH
LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 05 
Disponível em: <https://textfromdog.tumblr.com/image/64863488041>. 
Acesso em: 30 maio 2017.
Na página de Internet Text from dog, são postadas trocas fictícias 
de mensagens entre um cachorro e seu dono. Na conversa 
reproduzida, as palavras enemy e butler revelam que o cão
A. 	 expressa seu ponto de vista por meio de elementos 
fantasiosos.
B. 	 menospreza o dono por causa de sua amizade com o 
carteiro.
C. 	 rebate com desdém os argumentos apresentados pelo 
homem.
D. 	 emprega um tom irônico para desestabilizar seu 
interlocutor.
E. 	 demonstra sua insatisfação com o dono por meio de 
termos ofensivos.
Alternativa A
Resolução: Assumindo o pacto ficcional, isto é, ignorando 
que a conversa em análise é fictícia, pode-se perceber que 
o cão expressa seu ponto de vista para o dono por meio dos 
elementos fantasiosos que emprega. Sabe-se que o carteiro 
não é de fato inimigo do cachorro, mas, ao caracterizá-lo 
como tal, o cão deixa claro para o dono que é dessa maneira 
que enxerga o mensageiro, motivo pelo qual se sentiu tão 
ofendido pelo carinho que recebeu dele. Além disso, ao 
chamar o dono de mordomo (butler), o cão deixa evidentes 
suas expectativas em relação a ele: lealdade e servidão. 
Todos esses elementos que se depreendem do texto, 
contudo, são construções autorais cuja finalidade é o efeito 
de humor. Logo, a alternativa correta é a A. As demais podem 
ser descartadas pelos seguintes motivos: (B) o texto não traz 
elementos suficientes para afirmar que exista uma amizade 
entre o dono do cão e o carteiro, nem que o cão busque 
menosprezar seu dono por causa dessa suposta amizade; 
(C) na conversa, o cão não busca rebater os argumentos 
do homem. Na realidade, eles são meramente ignorados 
pelo animal. Portanto, a alternativa não se sustenta; 
(D) não existem elementos textuais que permitam afirmar 
que o cão esteja buscando desestabilizar seu interlocutor. 
No máximo, ele busca levar o dono a perceber sua 
insatisfação com o fato de que o carteiro o acariciou; 
(E) como mostrado na explicação da alternativa A, 
ao empregar o termo “butler” para designar seu dono, o cão 
busca, na verdade, deixar explícitas suas expectativas com 
relação ao homem, e não o ofender. Portanto, o texto não 
corrobora a afirmação contida na alternativa.
TDV4
ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01 
El escritor Leopoldo Brizuela (La Plata, 1963) cuenta 
que los argentinos que vivieron bajo la dictadura militar 
(1976-1983) conservan pequeños hábitos que les cuesta 
abandonar. No suelen pasear frente a edificios públicos. No 
salen a la calle sin sus documentos. Y si un ser querido cae 
en manos de la policía, pasan algo de miedo. “Incluso los 
de derechas”, apostilla. Vestido con vaqueros y zapatillas, 
Brizuela no aparenta sus casi 50 años. El autor de la novela 
ganadora del XV Premio Alfaguara, Una misma noche, 
pregunta si los lectores españoles son “tan duros como 
en Argentina”. Explica que la primera crítica que recibió 
sobre su obra fue: “Ah, otro libro más sobre la dictadura”. 
Y rebate: “Pues qué voy a hacer. Debo de escribir sobre lo 
que he vivido”.
Disponible en: <http://cultura.elpais.com/cultura/2012/05/26/
actualidad/1338058545_091277.html>. 
Acceso en: 20 dec. 2012.
Comportamentos adquiridos durante os anos da Ditadura 
Militar na Argentina ainda hoje podem ser percebidos 
naqueles que vivenciaram a falta de liberdade em diversos 
aspectos do cotidiano. Essa realidade influenciou a obra 
de escritores contemporâneos, como é o caso de Leopoldo 
Brizuela, autor de Una misma noche. Nesse contexto, a 
crítica relatada por Brizuela incide no fato de que seu texto
A. 	 explora um tema já abordado na literatura argentina.
B. 	 direciona-se aos leitores da América Latina.
C. 	 relata hábitos culturais típicos dos argentinos.
D. 	 reúne contos sobre a Ditadura Militar na Argentina.
E. 	 descreve um momento histórico distante da realidade 
do autor. 
Alternativa A
Resolução: Na questão em análise, o escritor Leopoldo 
Brizuela comenta uma crítica recebida em relação ao seu livro 
Una misma noche, um romance de suspense, organizado 
como um caderno de anotações de um investigador. 
Segundo essa crítica, o romance seria mais um a abordar 
o tema da Ditadura Militar na Argentina, como exposto no 
seguinte trecho: “Explica que la primera crítica que recibió 
sobre su obra fue: ‘Ah, otro libro más sobre la dictadura.’” 
Portanto, a alternativa correta é a A. A alternativa B 
está incorreta porque não há menção no texto ao livro 
direcionar-se a leitores da América Latina. Além disso, 
Brizuela pergunta à entrevistadora, inclusive, se os leitores 
espanhóis são tão duros quanto os leitores argentinos, o que 
significa que o livro pode ser lido por quem se interessar, 
independentemente da nacionalidade. A alternativa C está 
incorreta porque o livro de Brizuela não foca os hábitos dos 
argentinos, mas uma parte da história da Argentina. O que 
ocorre é que, no início do texto, menciona-se que o escritor 
contou à jornalista que os argentinos que viveram durante 
a ditatura têm hábitos difíceis de serem abandonados. 
A alternativa D está incorreta porque o livro de Brizuela não 
se trata de uma coletânea de contos, mas de um romance. 
A alternativa E está incorreta porque, de acordo com o autor, 
ele escreve sobre situações que viveu, de acordo com o 
seguinte trecho: “Y rebate: ‘Pues qué voy a hacer. Debo de 
escribir sobre lo que he vivido’.”
UBBE
QUESTÃO 02 
Contra el racismo, dignidad en el deporte
Se discute si el deporte debe permanecer como una 
especie de entelequia apartada de la realidad o si debe 
posicionarse como parte de la misma ante situaciones 
injustas. Mientras hay quienes solo contemplan el 
espectáculo socialmente aséptico, lo cierto es que la historia 
está jalonada de episodios en que política y deporte se 
han mezclado. Desde la muerte de George Floyd a manos 
de la policía, el grito de “Black lives matter” ha resonado 
también en el entorno deportivo, pero tras el acribillamiento 
de Jacob Blake – con una elevadísima tensión social, 
con milicias blancas armadas y los republicanos reclamando 
“ley y orden” – la respuesta ha ido más allá.
La burbuja de Disney World, donde se deciden los 
extraños “play-off” de una temporada de la NBA singular, 
ha estallado en pedazos porque los jugadores no quieren 
permanecer al margen de la ebullición en las calles. A la 
inicial plantada de los MilwaukeeBucks, de Wisconsin, se 
han añadido los demás, con lo que la competición, ahora 
suspendida, corre peligro de anularse. El deporte late por 
una sociedad más justa, sin opresión ni racismo. Y su grito 
de indignación es poderoso e influyente, en un año decisivo 
para el futuro de Estados Unidos.
Disponível em: <https://www.elperiodico.com/>. 
Acesso em: 28 ago. 2020. [Fragmento] 
O editorial anterior aborda as manifestações relacionadas 
a casos de racismo nos Estados Unidos. O texto defende 
que os(as)
A. 	 esportes são um meio de introduzir os jovens nas 
manifestações políticas. 
B. 	 manifestações antirracistas no esporte têm grande 
influência política. 
C. 	 gritos de protesto devem ser evitados para que não se 
anulem as partidas.
D. 	 protestos nos jogos são necessários, embora nas ruas 
sejam mais efetivos.
E. 	 ações contrárias ao racismo no ambiente esportivo 
devem ser autorizadas.
Alternativa B
Resolução: No editorial em análise, comenta-se a relação 
entre esporte e luta antirracista nos Estados Unidos. 
O texto defende que as manifestações antirracistas no 
contexto esportivo são relevantes e podem influenciar, 
decisivamente, o futuro dos Estados Unidos: “El deporte 
late por una sociedad más justa, sin opresión ni racismo. 
Y su grito de indignación es poderoso e influyente, en un 
año decisivo para el futuro de Estados Unidos.” Assim, 
está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta 
porque o texto não menciona a ideia de que o esporte seja 
um meio para introduzir os jovens nas questões políticas, 
tampouco menciona a geração dos jovens. A alternativa C 
está incorreta porque o editorial não aborda a ideia de 
anulação dos jogos devido a gritos durante partidas. O que 
se afirma é que o campeonato de basquete pode ser anulado, 
pois está suspenso devido à manifestação dos jogadores. 
A alternativa D está incorreta porque não se menciona 
no texto que os protestos realizados nas ruas sejam mais 
efetivos que os realizados nas quadras de esportes. O que se 
informa no editorial é que os jogadores da NBA não querem 
ficar à margem dos acontecimentos das ruas. A alternativa E 
está incorreta porque não se afirma no texto que as 
manifestações contrárias ao racismo devam ser autorizadas. 
Inclusive, os jogadores realizam-nas por decisão própria.
34S1
LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 03 
Mi ventana
Me gusta ver amanecer
a través de mi ventana
y ver esa luz tan clara
que desprende mi Triana.
Ver cómo se asoma el sol
tímidamente al alba,
y ver como juega la brisa
con la espumita del agua.
¡Ay! Río Guadalquivir
que sirves de espejo
a las muchachas que pasan
por el puente de Triana. 
[…]
Que vienen de San Jacinto,
la plazuela de Santa Ana,
o de la calle Castilla al laíto de la cava.
¡Ay! Como me gusta ver
el discurrir de la vida
A través de mi ventana…
GARRUCHO, I. Disponível em: <https://trianaaldia.es>. 
Acesso em: 21 ago. 2020.
No poema “Mi ventana”, o eu lírico descreve algumas cenas 
cotidianas. Por meio dessa descrição, entende-se que ele
A. 	 gosta de ver a vida em movimento através da sua 
janela. 
B. 	 admira-se ao ver o pôr do sol espelhado no rio 
Guadalquivir.
C. 	 lamenta as mudanças na paisagem que vê da janela 
de seu quarto. 
D. 	 critica as mulheres que passam pela ponte e veem seu 
reflexo no rio. 
E. 	 recorda-se dos tempos de criança, quando brincava 
com a espuma do rio. 
Alternativa A
Resolução: A respeito do poema “Mi ventava”, de Isabel 
Garrucho, pode-se afirmar que, nele, o eu lírico está em sua 
janela observando o que se passa em seu bairro (Triana), 
como o amanhecer, a brisa brincando com a espuma da 
água do rio, as meninas olhando-se nas águas desse rio. 
Ao final do poema, o eu lírico diz: “¡Ay! Como me gusta ver 
/ el discurrir de la vida / A través de mi ventana…”. Assim, 
está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta 
porque, no poema, o eu lírico menciona o nascer e não o 
pôr do Sol na referida paisagem, como pode ser lido nos 
seguintes versos: “Me gusta ver amanecer / a través de mi 
ventana” ou “Ver cómo se asoma el sol / tímidamente al alba”. 
PNF3 A alternativa C está incorreta porque não há lamentação 
ou nostalgia no poema pelas mudanças na paisagem. 
O eu lírico, como já afirmado, gosta de ver a vida passar, 
o que implica certa mudança. A alternativa D está incorreta 
porque o eu lírico afirma que admira quando o rio Guadalquivir 
espelha o reflexo das moças que passam pela ponte: 
“¡Ay! Río Guadalquivir / que sirves de espejo / a las muchachas 
que pasan / por el puente de Triana.” A alternativa E está 
incorreta porque, embora haja uma referência à espuma 
do rio (a brisa que brinca com a espuma), essa menção 
não é uma lembrança de outros tempos para o eu lírico: 
“y [me gusta] ver como juega la brisa / con la espumita del 
agua.”
QUESTÃO 04 
Disponível em: <http://shaktivicshakti.blogspot.com>. Acesso em: 27 
ago. 2020. 
Em anúncios publicitários, empregam-se elementos verbais 
e não verbais para expressar diferentes sentidos. No anúncio 
da empresa de telefonia, o pronome “nosotros” é usado 
para se referir
A. 	 à internet, onde se pode encontrar coisas novas.
B. 	 aos modelos que se encontram na foto da publicidade. 
C. 	 ao consumidor do produto, o qual é alvo da campanha. 
D. 	 à empresa Movistar, que divulga seus serviços de 
internet. 
E. 	 aos equipamentos de telefonia que são anunciados 
pela operadora. 
Alternativa D
Resolução: Na publicidade em análise, os pronomes 
“nosotros” e “nos” (junto ao verbo “conocer”) se referem 
à empresa Movistar, do ramo da telefonia, que anuncia 
seus serviços de internet: “En internet siempre hay cosas 
nuevas. Con nosotros también. Conócenos y navega 
con los mejores equipos.” Logo, a alternativa D responde 
corretamente à questão. As alternativas A e C estão 
incorretas porque o pronome “nosotros”, de primeira pessoa 
do plural, não pode se referir à internet (alternativa A) ou 
ao consumidor (alternativa C) do serviço. A alternativa B 
está incorreta porque os modelos da foto da campanha 
representam os clientes ou consumidores da operadora, 
não há no contexto uma referência às pessoas que 
foram contratadas para simular a situação de consumo. 
Além disso, o pronome não se refere aos consumidores. 
A opção E está incorreta porque o anúncio divulga serviços 
de internet – e não equipamentos –, que, tampouco, podem 
ser substituídos por “nosotros”.
IRLY
ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 05 
NIK. Gaturro. Disponível em: <https://br.pinterest.com>. Acesso em: 28 
ago. 2020.
Os quadrinhos anteriores recorrem a um jogo de palavras 
para estabelecer um sentido cômico. Esse jogo, que se 
expressa por meio da sonoridade,
A. 	 atribui à vassoura tanto a ação de rir quanto a de varrer.
B. 	 demonstra a ironia de Gaturro com os itens de limpeza. 
C. 	 destaca a piada contada pela pá à sua amiga vassoura. 
D. 	 revela que a pá e a vassoura são amigas de Gaturro.
E. 	 indica que as falas do gato são consideradas 
impróprias.
Alternativa A
Resolução: Nos quadrinhos em análise, estabelece-se um 
sentido cômico através de um jogo de sonoridade, em que 
Gaturro faz uma brincadeira entre “barriendo” (o gerúdio 
do verbo “barrer”) e “va riendo” (uma expressão com o 
verbo “ir” e o verbo “reír” no gerúndio). Essa brincadeira 
refere-se à vassoura, que varre e também está rindo. 
Está correta, portanto, a alternativa A. A alternativa B 
está incorreta porque não se observa o uso da ironia, 
segundo a qual se diz algo contrário do que se pensa, mas 
somente uma brincadeira de Gaturro. A alternativa C está 
incorreta porque não se pode confirmar que a pá tenha 
contado uma piada à vassoura, apenas se supõe que ela seja 
engraçada (“La palita debe ser re graciosa...”). Além disso, 
o verbo “barrer”, com o qual há um jogo sonoro, se refere 
a uma ação da vassoura, e não da pá. A alternativa D está 
incorreta porquenão se pode afirmar que a pá e a vassoura 
sejam amigas de Gaturro, ele apenas cumprimenta a pá. 
A alternativa E está incorreta porque as falas de Gaturro não 
são impróprias, há somente uma brincadeira.
AVST
LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 06 
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no 
horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de 
mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, 
e mais longos que seu talhe de palmeira. 
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a 
baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. 
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem 
corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua 
guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, 
mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a 
terra com as primeiras águas. 
ALENCAR, J. Iracema. Disponível em: <http://www.dominiopublico.
gov.br>. Acesso em: 21 ago. 2018. [Fragmento] 
No fragmento de José de Alencar, identifica-se o projeto dos 
autores da Primeira Fase do Romantismo, constatado na 
A. 	 descrição da figura indígena, que reproduz os padrões 
de beleza femininos vigentes na época. 
B. 	 utilização de uma linguagem expositiva, que busca 
descrever a personagem objetivamente. 
C. 	 negação de valores religiosos, que são sobrepostos 
pela valorização dos povos indígenas. 
D. 	 narração de uma história fantástica, que apresenta 
elementos místicos e lendários. 
E. 	 exaltação do índio como herói nacional, que tem sua 
caracterização idealizada. 
Alternativa E
Resolução: A Primeira Geração Romântica teve como sua 
principal característica o nacionalismo, no qual se destaca, 
por sua vez, o indianismo, movimento de valorização 
do índio como herói nacional, em oposição aos heróis 
europeus do Classicismo. A obra Iracema é exemplar nesse 
sentido, sendo considerada um dos principais romances 
indianistas. No trecho, José de Alencar descreve todos os 
atributos físicos e psicológicos da índia de forma idealizada, 
colocando-a em uma posição superior e heroica. É correta, 
assim, a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque 
o Romantismo valorizou os povos nativos brasileiros, 
enaltecendo suas características físicas e seus elementos 
culturais. A alternativa B é incorreta, pois a descrição da 
personagem é altamente subjetiva, recorrendo às figuras 
de linguagem metáfora e comparação. A alternativa C é 
incorreta porque a valorização dos indígenas, no trecho de 
José de Alencar, não tem como suporte a negação dos povos 
europeus nem do Cristianismo. A alternativa D está incorreta 
porque não é caraterística do Romantismo a incorporação 
de elementos fantásticos, ou seja, distantes da realidade 
objetiva.
QUESTÃO 07 
III
Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer. 
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
PAR9
CTFB
Como se fosses morrer colado à minha boca. 
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
HILST, H. Do desejo. In: ______. Da poesia. São Paulo: Companhia 
das Letras, 2017.
A linguagem apresenta funções distintas de acordo com 
a intenção do emissor. No poema de Hilda Hilst, a função 
poética da linguagem é predominante devido à presença 
de elementos que
A. 	 expressam o sentimento do eu lírico.
B. 	 inserem a ficção nos eventos narrados.
C. 	 exploram a forma na construção imagética.
D. 	 confundem o leitor na compreensão textual.
E. 	 abordam a subjetividade da experiência amorosa.
Alternativa C
Resolução: A função poética da linguagem está relacionada 
a uma preocupação com a forma como a mensagem 
será transmitida, o que, no poema, é feito por meio da 
construção das imagens que conformam o sentido dos 
versos e a versificação. Por isso, está correta a alternativa C. 
A alternativa A é incorreta, pois a expressividade dos 
sentimentos pode ser descrita pela função emotiva, e o 
eu lírico, nesse texto, refere-se apenas ao emissor, não 
revelando explicitamente o que sente; antes disso, nota-se o 
trabalho com a linguagem para se transmitir uma mensagem. 
A alternativa B é incorreta, pois não há precisamente uma 
narrativa, e sim a justaposição de imagens construindo o 
sentido poético; além disso, não há elementos que apontem 
para uma ficção no texto. A alternativa D é incorreta, pois 
o objetivo não é confundir o leitor, e sim apresentar o 
significado de outra maneira. A alternativa E é incorreta, pois 
a experiência amorosa pode ser representada por meio de 
outras funções da linguagem, não sendo esse aspecto o que 
define a função poética.
QUESTÃO 08 
Quais são as espécies mais ameaçadas 
de extinção no Brasil?
O Brasil possui atualmente 627 espécies ameaçadas 
de extinção, de acordo com pesquisa do Ministério do Meio 
Ambiente realizada em 2008. O levantamento anterior, feito 
em 1989, mostrava uma lista de 218 animais, mas não incluía 
peixes e outras espécies aquáticas.
O processo de extinção está relacionado ao 
desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em 
um determinado ambiente ou ecossistema. Mas o surgimento 
e a extinção de espécies são eventos extremamente lentos, 
e que levam milhares ou até mesmo milhões de anos para 
ocorrer, a exemplo do que aconteceu com os dinossauros.
Porém, o homem vem acelerando muito a taxa de 
extinção de espécies, a ponto de ter se tornado o principal 
agente deste processo. “Os animais em risco estão muitas 
vezes sufocados pelo desmatamento provocado pela 
pecuária, pela abertura de terras, pela poluição e a expansão 
urbana”, diz a bióloga Ellen Augusta de Freitas. 
JOENCK, A. Disponível em: <https://www.terra.com.br>. 
Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento]
TCFG
ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A fala de uma bióloga é usada para reiterar um ponto de 
vista a respeito da extinção de animais no Brasil. Com base 
nisso, o texto defende que o
A. 	 processo é decorrente da própria cadeia evolutiva.
B. 	 agente responsável é principalmente o ser humano.
C. 	 evento ocorre lentamente e é inevitável aos humanos.
D. 	 levantamento exposto é pouco claro sobre a realidade.
E. 	 acontecimento é tão esperado como o dos dinossauros.
Alternativa B
Resolução: Considerando que a bióloga Ellen Augusta de 
Freitas aborda o fato de os animais muitas vezes serem 
sufocados por ações como a pecuária e a expansão urbana, 
percebe-se que sua fala reitera o posicionamento da autora 
de que o ser humano vem acelerando a taxa de extinção 
das espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente 
desse processo. Assim, no último parágrafo do texto, vê-se 
o posicionamento da autora e a fala da bióloga, citada como 
autoridade no assunto. A alternativa correta é, portanto, a B. 
Nesse sentido, a frequência com que espécies vêm sendo 
extintas não é considerada natural nem esperada dentro 
do processo evolutivo, o que invalida as alternativas A e E. 
A alternativa C está incorreta porque, por mais que a extinção 
natural das espécies seja lenta e inevitável, como pode ser 
inferido do texto, o posicionamento defendido é de que o ser 
humano agravou a situação, apressando eventos naturais. 
Por fim, o texto expõe que o levantamento atual sobre as 
espécies é completo e que o anterior não incluía peixes e 
outras espécies aquáticas, o que invalida a alternativa D, 
que o caracteriza como pouco claro.
QUESTÃO 09 
Junto aos presos equilibrava-se um homem de grande 
estatura, largo e reforçado, tipo de caboclo nascido no 
Amazonas, trajando fardeta e boné e segurando com 
ambas as mãos, sobre o joelho em descanso, o instrumento 
de castigo: era o guardião Agostinho, o célebre guardião 
Agostinho, especialista consumado no ofício de aplicar a 
chibata, o mais robusto e valente de todos os guardiães, e 
cujo zelo em coisas de “patescaria” tornara-se proverbial. 
Nos momentos de manobra difícil, era ele quem auxiliava 
omestre na faina, invariavelmente munido de um apito de 
prata, não se afastando nunca de suas obrigações. 
CAMINHA, A. Bom-Crioulo. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. 
Acesso em: 10 set. 2020. [Fragmento]
No trecho do romance naturalista de Adolfo Caminha, 
publicado em 1895, encontram-se ideias características de 
seu movimento literário, o que se percebe pela construção 
da narração, que é centrada no(a)
A. 	 ética militar para instruir os leitores.
B. 	 caráter subjetivo ao representar o guardião. 
C. 	 moralidade cultural ao defender uma conduta.
D. 	 complacência dos oficiais ao aceitarem os castigos.
E. 	 descrição física para caracterizar a psique de Agostinho.
3OI8
Alternativa E
Resolução: O Naturalismo segue o pensamento cientificista 
vigente na época e teve como influência teorias como a 
de Charles Darwin. Assim, o movimento estético atribui a 
causa das situações sociais a um determinismo biológico, 
expresso no excerto na caracterização de Amaro – como 
um “selvagem”, identificado assim por seus trejeitos. Logo, 
sua personalidade – e sua ocupação – é definida pela sua 
compleição e procedência, “tipo de caboclo nascido no 
Amazonas”, o que está corretamente indicado na alternativa E. 
A alternativa A é incorreta, pois a ética militar, no fragmento, 
não é exaltada como um pensamento da época com o qual 
se coaduna. A alternativa B é incorreta, pois se representa 
Amaro objetivamente, sem espaço para a expressão de 
sua subjetividade. A alternativa C é incorreta, pois não há 
menção à moral nem ao capital cultural da personagem. 
A alternativa D é incorreta, pois o oficial Amaro é descrito de 
maneira animalizada, e não complacente. 
QUESTÃO 10 
O africano e o poeta
No canto tristonho 
Do pobre cativo 
Que elevo furtivo, 
Da lua ao clarão; 
Na lágrima ardente 
Que escalda-me o rosto, 
De imenso desgosto 
Silente expressão;
 
Quem pensa? – O poeta 
Que os carmes sentidos 
Concerta aos gemidos 
De seu coração.
 
– Deixei bem criança 
Meu pátrio valado, 
Meu ninho embalado 
da Líbia no ardor: 
Mas esta saudade 
Que em túmido anseio 
Lacera-me o seio 
Sulcado de dor,
 
Quem sente? – O poeta 
Que o elísio descerra; 
Que vive na terra 
De místico amor! 
[...]
 AMÁLIA, N. O africano e o poeta. In: ______. Nebulosas. Rio de 
Janeiro: Gradiva. 2. ed. 2017. 
Narcisa Amália foi jornalista, professora e poeta no final 
do século XIX, e sua obra a inseriu na tradição condoreira 
do Romantismo brasileiro. O fragmento desse poema 
estabelece relações com o contexto de sua produção, pois 
apresenta um eu lírico que 
VSO3
LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A. 	 lamenta a condição social do escravo. 
B. 	 sofre devido ao exílio da sua terra natal. 
C. 	 busca a evasão da sua condição de cativo. 
D. 	 reconhece a dimensão misteriosa do amor. 
E. 	 encontra na natureza o eco de seus anseios. 
Alternativa A
Resolução: A Terceira Geração do Romantismo brasileiro, 
assim como a primeira, buscava a identidade nacional, no 
entanto, considerando a questão da identidade negra e da 
condição do escravo na sociedade brasileira. A produção 
dessa época foi muito marcada pela consciência social e 
por manifestações abolicionistas. No poema “O africano e 
o poeta”, Narcisa Amália denuncia a condição do escravo, 
“pobre cativo”, destacando seu sofrimento por ter sido 
removido do seu país de origem. Amália também faz 
referência ao papel social do poeta frente às injustiças 
por ele observadas. Assim, a alternativa A está correta. 
A alternativa B está incorreta porque a condição de exilado 
é vivida pelo escravo, figura que dialoga com o eu lírico; 
além disso, o exílio foi explorado pelos poetas da primeira 
geração do Romantismo, não da terceira. A alternativa C está 
incorreta porque o eu lírico se apresenta consciente com 
relação ao encarceramento dos escravos. A alternativa D 
está incorreta porque o “místico amor” a que se refere o 
eu lírico é a condição do poeta de homem livre e, portanto, 
capaz de agir perante o desrespeito que testemunha. 
Já a alternativa E está incorreta porque o eu lírico de Amália 
se volta para questões flagrantes da sociedade e para as 
relações humanas; a natureza, protagonista dos poemas da 
primeira geração, agora se faz notar apenas pelo luar que 
adentra a cela do cativo.
QUESTÃO 11 
Animal não é brinquedo. Sente fome, frio e medo.
Por isso, não pode ser descartado e deixado à própria 
sorte nas ruas. Quando você leva um animal para sua casa, 
a responsabilidade pela vida – e qualidade de vida – dele 
é sua.
Disponível em: <http://centervet1.blogspot.com>. 
Acesso em: 04 out. 2018. [Fragmento]
O elemento de coesão que traduz a coerência entre o slogan 
da campanha e o parágrafo seguinte apresenta a ideia de
A. 	 causa.
B. 	 conclusão.
C. 	 explicação.
D. 	 conformidade.
E. 	 consequência.
Alternativa B
Resolução: O elemento “Por isso” estabelece a coesão entre 
o slogan da campanha publicitária e o parágrafo seguinte, 
conferindo a ideia de conclusão, ou seja, explicando, 
conclusivamente, o porquê de os animais não poderem ser 
descartados como brinquedos. A alternativa que aponta 
esse entendimento é a B. As alternativas A, C, D e E não 
procedem, pois a ideia traduzida pelo elemento coesivo não 
é de causa, explicação, conformidade ou consequência.
N53O
QUESTÃO 12 
Andar rápido, torcer para o sinal abrir logo para 
atravessar, correr do ponto de ônibus até em casa. Atitudes 
comuns a muitas mulheres que têm medo de andar 
sozinhas levaram à criação do movimento “Vamos juntas?”, 
uma espécie de convite à união de desconhecidas contra 
a insegurança das grandes cidades. Entre as mais de 
90 mil pessoas que curtiram a página do Facebook em duas 
semanas, são muitos os relatos de moradores do Rio de 
Janeiro buscando e oferecendo companhia para momentos 
que consideram perigosos.
A ideia surgiu no Rio Grande do Sul, quando Babi Souza, 
de 24 anos, percebeu como era reconfortante encontrar outra 
pessoa do mesmo sexo em situações de risco.
Além de aumentar a segurança, a estratégia também 
acaba criando amizades.
O próximo passo do “Vamos Juntas?” é a criação de 
uma plataforma para unir mulheres que estejam próximas e 
desejem companhia.
SOUZA, E. Disponível em: <http://g1.globo.com>. 
Acesso em: 22 ago. 2018. [Fragmento] 
A reportagem anterior apresenta um movimento social cujo 
objetivo é
A. 	 auxiliar mulheres em situações de insegurança.
B. 	 oferecer treinamento de autodefesa para mulheres.
C. 	 orientar as mulheres sobre o que fazer em situações 
de risco.
D. 	 criar uma plataforma digital de debates de assuntos 
femininos.
E. 	 funcionar como uma rede de relacionamento para 
novas amizades.
Alternativa A
Resolução: O movimento “Vamos juntas?”, como descrito 
no texto, surgiu da sensação de insegurança que muitas 
mulheres sentem ao andar sozinhas na rua. A proposta do 
movimento é que as mulheres se unam e auxiliem umas às 
outras para enfrentar, juntas, esses momentos, criando uma 
rede de solidariedade. Está correta, portanto, a alternativa A. 
A alternativa B está incorreta, pois o movimento não oferece 
treinamento de autodefesa para mulheres, mas consiste 
apenas numa rede de solidariedade. A alternativa C 
está incorreta, pois não é objetivo do movimento orientar 
as mulheres sobre o que fazer em situações de risco, mas 
sim ajudar umas às outras nesses momentos – o que, 
claro, pode ocorrer por meio de dicas sobre comportamento 
em determinadas situações, mas não exclusivamente. 
A alternativa D está incorreta, pois embora o movimento 
tenha como objetivo criar uma plataforma digital, seu intuito 
não é debater assuntos femininos de modo geral, mas 
sim auxiliar mulheres que estejam próximas e precisam 
de companhia a se encontrarem. A alternativa E está 
incorreta, pois não é objetivo do movimento ser uma rede 
de relacionamento para novas amizades; estas podem ser, 
sim, consequência das situações de ajuda mútua em que 
as mulheres se encontram.
Q1DOENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 13 
“Meu computador e meu notebook são atualizados e 
eficientes, mas não me importa que em algumas semanas 
estejam superados, desde que funcionem bem.”
LUFT, Lya. “A maior ironia”. Veja, 16 fev. 2011 (Fragmento).
No fragmento do texto de Lya Luft, a utilização da conjunção 
grifada estabelece uma relação semântica equivocada 
entre as orações. Para estabelecer uma relação de sentido 
adequada, a conjunção deveria ser substituída por
A. 	 portanto, que expressa conclusão.
B. 	 pois, que expressa justificativa.
C. 	 e, que expressa adição.
D. 	 embora, que expressa concessão.
E. 	 já que, que expressa causa.
Alternativa C
Resolução: A conjunção “mas” usada isoladamente 
transmite sentido de oposição ou quebra de expectativa, 
como em “Meu computador é novo, mas não funciona”. 
No texto em análise, porém, não se identifica essa 
noção, já que “não me importa que em algumas semanas 
estejam superados” não se opõe à oração anterior, “Meu 
computador e meu notebook são atualizados e eficientes”. 
O que há, na verdade, é uma noção de adição, que poderia 
ser representada linguisticamente pela conjunção “e”, 
conforme aponta a alternativa C. As demais alternativas 
estão incorretas porque apontam para relações de sentido 
inexistentes entre as orações.
QUESTÃO 14 
O tenente Antônio de Sousa era um desses moços que 
se gabam de não crer em nada, que zombam das coisas 
mais sérias e riem dos santos e dos milagres. [...]
– Quereis saber uma coisa? Filho meu não frequentaria 
esses colégios e academias onde só se aprende o 
desrespeito à religião. Em Belém, parece que todas as 
crenças velhas vão pela água abaixo. A tal civilização tem 
acabado com tudo que tínhamos de bom. A mocidade 
imprudente e leviana afasta-se dos princípios que os pais 
lhe incutiram no berço, lisonjeando-se duma falsa ciência 
que nada explica, e a que, mais acertadamente, se chamaria 
charlatanismo. Os maus livros, os livros novos, cheios de 
mentiras, são devorados avidamente. As coisas sagradas, 
os mistérios são cobertos de motejos, e, em uma palavra, 
a mocidade hoje, como o tenente Sousa, proclama alto que 
não crê no diabo (salvo seja, que lá me escapou a palavra!), 
nem nos agouros, nem nas feiticeiras, nem nos milagres. 
É de se levantarem as mãos para os céus, pedindo a Deus 
que não nos confunda com tais ímpios!
SOUSA, I. A feiticeira. In: NEMO, A. O grande livro dos melhores 
contos. v. 2. Tacet Books, 2020. [Fragmento adaptado]
No fragmento do conto naturalista de Inglês de Souza, 
publicado em 1893, há uma questão social, presente na 
época e verificável nos dias atuais, que é explicitada pela 
fala da personagem, a qual se baseia na
J8ZO
BC5I
A. 	 valorização do conhecimento científico.
B. 	 crítica à qualidade educacional do país.
C. 	 desinformação característica da juventude.
D. 	 antipatia pelas mudanças das novas gerações.
E. 	 manipulação dos jovens por práticas enganosas. 
Alternativa D
Resolução: O tenente, em sua fala, maldiz o conhecimento 
dos mais novos (as novas gerações), que, ao frequentarem 
colégios e academias, ou seja, ao terem contato com o 
conhecimento científico, apresentariam uma postura mais 
cética diante da vida, por isso está correta a alternativa D. 
A alternativa A é incorreta, pois o fragmento apresenta um 
ataque ao conhecimento científico, como se ele destruísse 
a fé, e não uma exaltação. A alternativa B é incorreta, pois a 
personagem não critica a educação em si, mas as instituições 
educacionais que, na sua visão, promovem o pensamento 
abstrato em seus alunos. A alternativa C é incorreta, pois o 
problema do tenente não é que os jovens não conheçam os 
símbolos de fé, mas que não acreditem neles. A alternativa E 
é incorreta, pois não há, de fato, manipulação das pessoas – 
sendo esse apenas o preconceito representado na fala da 
personagem. 
QUESTÃO 15 
O Cervo doente
Um Cervo doente e incapaz de andar, repousava quieto 
em um pequeno pedaço de pasto fresco. E aqueles que 
se diziam seus amigos, então vieram em grande número 
para saber de sua saúde. E cada um deles que estava ali 
para visita, servia-se à vontade da escassa grama daquele 
reduzido pasto, que lá estava para seu próprio sustento. 
Assim ele morreu, não da doença da qual padecia, mas por 
falta de alimento, uma vez que não podia caminhar para ir 
buscar em outro lugar.
ESOPO. Fábulas de Esopo. Disponível em: <www.sitededicas.com.br>. 
Acesso em: 2 ago. 2020 (Adaptação).
As fábulas apresentam como característica a transmissão de 
uma mensagem moral. Na narrativa de “O Cervo doente”, a 
finalidade pedagógica é apontar que a
A. 	 fome desmedida leva ao óbito.
B. 	 amizade egoísta gera infortúnios. 
C. 	 mentira influencia os vulneráveis. 
D. 	 condição enferma afasta as pessoas. 
E. 	 vida solitária garante os provimentos.
Alternativa B
Resolução: A moral da fábula – traço do gênero literário – 
é extraída da seguinte narrativa: os amigos do cervo doente 
se aproximam deste por preocupação, mas só pensam 
em si mesmos, o que é expresso pelo comer do pasto; ao 
final, isso traz um revés – a fome que leva à morte – para 
o cervo que precisava de apoio. Por isso, está correta a 
alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois a fome 
é apresentada como uma metáfora para a realidade. 
83XQ
LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa C está incorreta, pois os amigos não enganam 
o Cervo, mas agem apenas pensando em si. A alternativa 
D está incorreta, pois a enfermidade não afasta os 
que se diziam amigos da personagem, pelo contrário. 
A alternativa E está incorreta, pois não é a solidão que 
garante os provimentos, mas, nessa fábula, o pensamento 
coletivo.
QUESTÃO 16 
Umas férias
Houve um movimento geral de cabeças na direção 
da porta do corredor, por onde devia entrar a pessoa 
desconhecida. Éramos não sei quantos meninos na escola. 
Não tardou que aparecesse uma figura rude, tez queimada, 
cabelos compridos, sem sinal de pente, a roupa amarrotada, 
não me lembra bem a cor nem a fazenda, mas provavelmente 
era brim pardo. Todos ficaram esperando o que vinha dizer 
o homem, eu mais que ninguém, porque ele era meu tio, 
roceiro, morador em Guaratiba. Chamava-se tio Zeca. Tio 
Zeca foi ao mestre e falou-lhe baixo. O mestre fê-lo sentar, 
olhou para mim, e creio que lhe perguntou alguma cousa, 
porque tio Zeca entrou a falar demorado, muito explicativo. 
O mestre insistiu, ele respondeu, até que o mestre, voltando-se 
para mim, disse alto:
– Sr. José Martins, pode sair.
ASSIS, M. Obra completa. v. 2. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 1994. [Fragmento]
O fragmento do conto, publicado em 1906, desenvolve-se de 
acordo com as características do Realismo, pois apresenta 
A. 	 temática rural.
B. 	 descrição objetiva.
C. 	 estereótipos sociais.
D. 	 linguagem rebuscada. 
E. 	 personagem narrador.
Alternativa B
Resolução: A narrativa do período realista, tal qual o 
fragmento de Machado de Assis, tem como característica 
a descrição objetiva, e não exaustiva, em contraste com o 
período romântico. No excerto, a descrição se detém nas 
ações de maneira pontual, caracterizando por meio de 
elementos visíveis (objetivos) a figura do tio. Está correta, 
portanto, a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois a 
cena se passa em uma escola, e não há nada que diga que 
seja em contexto rural. A alternativa C está incorreta, pois há 
uma descrição sob a visão do narrador, um menino, de um 
parente seu, mas não uma estereotipia – como ocorreu com 
as personagens indígenas no Romantismo. A alternativa D 
está incorreta, pois a linguagem não é rebuscada, pelo 
contrário, é direta e coloquial, ainda que de acordo com 
a variante padrão. A alternativa E está incorreta, pois a 
existência de um personagem que seja também narrador 
não é uma especificidade do período. 
QUESTÃO 17 
TEXTO I
Advérbio é a palavra que:
•	 é invariávelmorfologicamente, ou seja, não apresenta 
flexão de gênero, número, modo, etc.;
PØ2Ø
H48V
•	 semanticamente expressa uma circunstância (lugar, 
tempo, modo, dúvida, certeza etc.);
•	 sintaticamente modifica um verbo, um adjetivo, um outro 
advérbio ou toda uma afirmação expressa em uma frase. 
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 
8 ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 
TEXTO II
Solar
Minha mãe cozinhava exatamente: arroz, feijão-roxinho, 
molho de batatinhas. Mas cantava.
PRADO, Adélia. O coração disparado. 
Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
No trecho “cozinhava exatamente”, do Texto II, o advérbio 
“exatamente” expressa, em relação à forma verbal cozinhava, 
uma circunstância de 
A. 	 modo.
B. 	 intensidade.
C. 	 comparação.
D. 	 finalidade.
E. 	 concessão.
Alternativa A
Resolução: No trecho, o advérbio “exatamente” expressa 
como a mãe cozinhava, ou seja, “de maneira ou modo exato”. 
Semanticamente, esse termo busca transmitir uma definição 
precisa dos alimentos que estavam sendo cozinhados. 
Por isso, está correta a alternativa A. A alternativa B 
está incorreta porque não há uma intensificação – para 
mais nem para menos – do que está sendo cozinhado. 
A alternativa C está incorreta porque o advérbio não sugere 
uma comparação entre termos. A alternativa D está incorreta 
porque não aponta para o fim, o intuito da ação de cozinhar. 
Por último, a alternativa E está incorreta porque não há no 
trecho noção de concessão, em que se concede, abre-se 
mão de algo.
QUESTÃO 18 
O agregado e o operário
Sou matuto do Nordeste,
Criado dentro da mata.
Caboclo cabra da peste,
Poeta cabeça-chata.
Por ser poeta roceiro,
Eu sempre fui companheiro
Da dor, da mágoa e do pranto.
[...]
Sou amigo do operário
Que ganha um pobre salário,
E do mendigo indigente.
E canto com emoção
O meu querido sertão 
99EQ
ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
E a vida de sua gente.
[...]
Eu procuro defender,
No meu modesto poema,
Que a santa verdade encerra,
Os camponeses sem terra
Que os céus desse Brasil cobre,
E as famílias da cidade
Que sofrem necessidade,
Morando no bairro pobre.
Vão no mesmo itinerário,
Sofrendo a mesma opressão.
Na cidade, o operário;
E o camponês, no sertão.
Embora, um do outro ausente,
O que um sente, o outro sente.
Se queimam na mesma brasa
E vivem na mesma guerra:
Os agregados, sem terra;
E os operários, sem casa.
ASSARÉ, Patativa do. Ispinho e fulô. São Paulo: Hedra, 2005.
A literatura, entendida como um discurso social, insere-se 
em uma rede complexa de deslocamentos e utilizações 
variadas, apresentando, assim, inúmeras facetas e funções. 
O fragmento do poema “O agregado e o operário”, de 
Patativa do Assaré, é um exemplo de uma das utilizações 
do texto literário. 
No caso de Patativa do Assaré, percebe-se que há, 
explicitamente, a escrita com função 
A. 	 catártica, ou seja, de purificar a alma do leitor por meio 
de forte descarga emocional. 
B. 	 evasiva, ou seja, de levar o leitor ao distanciamento e 
à fuga da realidade.
C. 	 social, ou seja, de conscientizar o leitor por meio da 
denúncia de situações de conflito.
D. 	 emotiva, ou seja, de promover o prazer ao leitor por 
meio de experiências sensoriais.
E. 	 distrativa, ou seja, de conduzir o leitor ao campo da 
imaginação para representar o real.
Alternativa C
Resolução: Os versos de Patativa do Assaré, como é 
característico na obra do autor, trazem fortes críticas ao 
abandono do povo sertanejo pelo poder público, temática 
recorrente na literatura de cordel. Em “O agregado e 
operário”, versos que comprovam isso são: “Sou matuto do 
Nordeste,”, “Poeta cabeça-chata / Por ser poeta roceiro,”, 
“Sou amigo do operário”, “E canto com emoção / O meu 
querido sertão”, “Eu procuro defender”. “Os camponeses 
sem terra”, entre todos os demais. Nessas passagens, o eu 
lírico do poeta se posiciona entre povo oprimido e se orgulha 
de seu passado, de sua terra e de seus companheiros. 
Essa postura reitera a função social da literatura, que se 
presta a conscientizar os leitores do mundo em que eles 
vivem, que pode ser tão diferente, mas tão igual, tão local, 
mas tão global, já que não é necessário ocupar o lugar de 
um sertanejo, de um operário ou de um sem terra para ter 
ciência de algumas das dificuldades enfrentadas por esse 
estrato da sociedade. Por isso, está correta a alternativa C. 
A alternativa A está incorreta porque, embora íntimo, o texto 
em pauta não carrega intentos místicos de limpeza do espírito 
dos leitores, mas sim de documentação de uma realidade. 
A alternativa B está incorreta, porque o texto não se propõe 
a um objetivo escapista. A alternativa D está incorreta porque 
o texto, embora possa levar a reflexões fruitivas, não se 
estrutura por linguagem sinestésica. Finalmente a alternativa E 
está incorreta porque o texto busca o oposto de distrair: 
trazer o foco para a realidade – sem usar da imaginação, 
mas sim de um retrato real.
QUESTÃO 19 
Recreios campestres na companhia de Marília
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores!
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha para,
Ora nos ares sussurrando gira
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
BOCAGE, M. M. Obras de Bocage. Porto: Lello & Irmão, 1968. p. 152.
A evocação de um cenário idílico, no qual fauna e flora 
criam uma imagem de harmonia e beleza absolutas, é típica 
das produções poéticas árcades. Nos versos do português 
Bocage, essa característica é comprovada porque 
A. 	 os elementos do campo são responsáveis pela 
condição apaixonada do eu lírico e pela reciprocidade 
de sua amada.
B. 	 o ambiente bucólico é compreendido com uma paisagem 
de múltiplas belezas diretamente relacionadas à visão 
da amada.
C. 	 os animais e as plantas aparecem personificados e 
transformam o ambiente natural em um cenário de 
sonhos.
D. 	 a natureza é vista como esconderijo para a vivência 
dos amores interditos pelas ambições e máscaras do 
mundo urbano.
E. 	 o mundo natural traz em si tamanha perfeição que se 
torna superior ao desejo do eu lírico de se aproximar 
da mulher amada.
VBBK
LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B 
Resolução: O soneto associa a beleza de um ambiente 
bucólico à visão da amada, a verdadeira razão do regozijo 
do eu lírico, em conformidade com a estética poética árcade. 
Somente por amá-la e vê-la ele é capaz de encontrar tantas 
belezas na natureza. Trechos que comprovam a resposta 
são: “Olha, Marília, as flautas dos pastores”, “Olha o Tejo a 
sorrir-se [...]”, “As vagas borboletas de mil cores!”, “Naquele 
arbusto o rouxinol suspira”, “Mas ah! Tudo o que vês, se eu 
não te vira, / Mais tristeza que a morte me causara”. Assim, 
a alternativa correta é a B. A alternativa A está incorreta 
porque não são os elementos do campo que condicionam 
o amor do eu lírico; na verdade, é o contrário: o amor que 
sente faz com que veja beleza no campo. Além disso, no 
texto, não há indícios da reciprocidade do amor. A alternativa 
C está incorreta porque, no texto, o que comprova a estética 
árcade é a associação da personificação dos animais e da 
descrição do ambiente idílico à visão da amada e ao amor 
sentido pelo eu lírico, não apenas a existência desses fatores. 
A alternativa D está incorreta porque o ambiente campestre 
no soneto não denota um esconderijo dos sentimentos 
artificiais da cidade, mesmo que o conceito de Fugere 
urbem seja comum aos textos árcades. As belezas naturais 
são, antes, um reflexo do estado de espírito do eu lírico: 
a natureza é bela porque sua amada é bela. Por fim,a 
alternativa E está incorreta porque beleza da natureza não 
é considerada pelo eu lírico como superior à da amada ou 
à vontade de estar perto dela; na verdade, é o contrário.
QUESTÃO 20 
Explosão de estrela distante pode ter desencadeado 
extinção em massa na Terra
Ao longo da história da Terra, cinco eventos de extinção 
em massa eliminaram, em um curto espaço de tempo, 
a maioria de todos os seres vivos que existiam no planeta – 
abrindo espaço para novas espécies evoluírem e ocuparem 
os nichos ecológicos esvaziados. Desses eventos, um bem 
pouco conhecido aconteceu há 359 milhões de anos, em 
um período chamado Devoniano Superior. Mas, nesse 
caso, ninguém sabe ao certo o que causou a matança em 
massa. Agora, uma nova pesquisa identificou uma inédita 
(e intrigante) suspeita: a explosão de uma estrela muito 
distante da Terra. 
Segundo os autores, uma supernova (ou várias delas) 
que ocorreu a 65 anos-luz da Terra pode ter sido responsável 
por destruir parte da nossa camada de ozônio e deixado o 
planeta vulnerável à radiação. É a primeira vez que cientistas 
sugerem que a morte de uma estrela possa ter tido influência 
direta na vida na Terra, especialmente em um evento de 
extinção em massa. 
“A mensagem que fica de nosso estudo é que a vida na 
Terra não existe isoladamente”, diz Fields – um dos autores 
da teoria. 
CARBINATTO, B. Disponível em: <https://super.abril.com.br>. 
Acesso em: 30 ago. 2020 (Adaptação).
B618
Considerando que o texto se caracteriza como uma 
reportagem, para apresentar as causas da extinção em 
massa no período Devoniano Superior, o autor recorre à 
estratégia discursiva de
A. 	 enfatizar a importância da descoberta. 
B. 	 explicitar a falta de conclusões dos cientistas.
C. 	 defender sua opinião questionando os dados.
D. 	 abordar as ideias dos responsáveis pelo estudo.
E. 	 descrever os acontecimentos do período histórico.
Alternativa D
Resolução: o articulista, ao tratar de um assunto que ainda 
não tem confirmação científica, recorre a uma hipótese – 
que constitui sua tese –, embasada na perspectiva de 
especialistas, por isso ele se limita a expor as ideias 
apresentadas no estudo, o que está indicado na alternativa D. 
A alternativa A está incorreta, pois a reportagem não 
atribui grau algum de importância à descoberta, que ainda 
não foi comprovada. A alternativa B está incorreta, pois a 
ausência de conclusões é o ponto de partida da discussão, 
o que também não configura uma estratégia discursiva. 
A alternativa C está incorreta, pois o gênero reportagem não 
apresenta um ponto de vista, mas informações sobre um 
assunto. A alternativa E está incorreta, pois a descrição do 
período Devoniano Superior apenas contextualiza o leitor, 
mas não compõe a argumentação do autor.
QUESTÃO 21 
– Puxe mais um chorado na viola, compadre
– Mano, espermente um golinho de cachaça ardosa 
pra tomar sustança
– Então abram roda
BOPP, R. Cobra Norato. 22. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004.
Cobra Norato reconta a lenda amazônica de uma índia 
que engravida do Cobra Grande ao se banhar entre o 
rio Amazonas e o Trombetas. Nos versos de Raul Bopp, 
o vocabulário empregado pelas personagens é um registro 
que reflete a
A. 	 verossimilhança da fala do grupo em questão.
B. 	 decadência da cultura originária da Amazônia.
C. 	 ausência de instrução formal entre os falantes.
D. 	 objetividade do falar informal em vez do formal.
E. 	 valorização de diversas variantes do português.
Alternativa A
Resolução: O autor, ao empregar um vocabulário marcado 
por aspectos regionais, busca ser fiel à variante linguística 
que retrata em seu texto, como aponta corretamente a 
alternativa A. A alternativa B está incorreta porque o texto 
não expõe uma suposta decadência da cultura amazônica; 
na verdade, o poema de Raul Bopp a enaltece. A alternativa 
C está incorreta porque somente pelos versos expostos 
não se pode inferir a escolaridade das personagens, já que 
mesmo pessoas com alto grau de instrução podem, ainda 
assim, empregar linguagem informal em seu dia a dia. 
A alternativa D está incorreta porque a linguagem informal 
IT62
ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
não é mais nem menos objetiva que a formal, já que ambas 
são variantes de uma mesma língua empregadas em 
contextos diferentes. Por fim, a alternativa E está incorreta 
porque o poema de Raul Bopp valoriza somente uma variante 
em seu texto.
QUESTÃO 22 
TEXTO I
ALMEIDA JÚNIOR. Recado difícil. 1895. Pintura, 139 × 79 cm. 
Acervo do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
TEXTO II
O rapaz aproximou-se das grades de cedro polido que 
o separavam do comerciante. 
Era de vinte anos, tipo do Norte, franzino, amorenado, 
pescoço estreito, cabelos crespos e olhos vivos e penetrantes 
se bem que alterados por um leve estrabismo. Vestia 
casimira clara, tinha um alfinete de esmeralda na camisa, 
um brilhante na mão esquerda e uma grossa cadeia de ouro 
sobre o ventre. Os pés, coagidos em apertados sapatinhos 
de verniz, desapareciam-lhe casquilhamente nas amplas 
bainhas da calça.
AZEVEDO, A. Casa de pensão. Disponível em: <www.dominiopublico.
gov.br>. Acesso em: 31 ago. 2020. [Fragmento]
Considerando que o quadro de Almeida Júnior e a prosa 
de Aluísio Azevedo pertencem ao Realismo, as obras 
utilizam, como recurso para formatar as mensagens por 
elas dimensionadas, a
A. 	 diminuição da importância do cenário pelo olhar 
objetivo. 
B. 	 representação da sociedade da época de maneira 
sintética.
C. 	 abordagem da vida nas cidades através de cenas 
cotidianas.
D. 	 exploração da indumentária das personagens como 
distinção social.
E. 	 citação das situações de vulnerabilidade pela 
desigualdade econômica.
C4PQ
Alternativa D
Resolução: A descrição realista é objetiva e explora os 
elementos visíveis e palpáveis para representar a realidade 
e apresentar sua crítica social. Tanto no quadro quanto no 
fragmento da prosa, percebe-se este elemento através do 
enfoque dado às roupas, que revelam a classe social das 
figuras humanas – a mulher e o menino do quadro, e o 
rapaz da prosa. Dessa forma, está correta a alternativa D. 
A alternativa A está incorreta, pois não há correlação entre o 
olhar objetivo e a não descrição do cenário; pelo contrário, no 
quadro, a caracterização da casa é importante na construção 
do sentido. A alternativa B está incorreta, pois a objetividade 
da estética realista não significa uma expressão sintética, 
resumida em poucas palavras, mas sim objetiva, opondo-se 
a um retrato idealizado. A alternativa C está incorreta, 
pois as obras em análise não dão centralidade à vida nas 
cidades em geral, e, sobretudo, porque elas dão destaque 
a eventos específicos, e não cotidianos. A alternativa E está 
incorreta, pois não se pode inferir vulnerabilidade oriunda 
da desigualdade social nos textos; além disso, o texto II 
emprega o recurso da citação para listar características, 
roupas e acessórios da personagem, e não as situações de 
vulnerabilidade. 
QUESTÃO 23 
TEXTO I 
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história. 
ANDRADE, C. D. Quadrilha. In: ______. Alguma poesia. 1930. 
TEXTO II 
JOÃO: Olho Teresa. Vejo-a sentada aqui a meu lado, a 
poucos centímetros de mim. A poucos centímetros, muitos 
quilômetros. Por que essa impressão de que precisaria de 
quilômetros para medir a distância, o afastamento em que 
a vejo neste momento?
RAIMUNDO: Maria era a praia que eu frequentava certas 
manhãs. Meus gestos indispensáveis que se cumpriam a um 
ar tão absolutamente livre que ele mesmo determina seus 
limites, meus gestos simplificados diante de extensões de 
que uma luz geral aboliu todos os segredos.
JOAQUIM: O amor comeu meunome, minha identidade, 
meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha 
genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões 
de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu 
escrevera meu nome.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. 
[Fragmento]
58VL
LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Entre esses textos literários há intertextualidade. O texto II 
se vale das relações estabelecidas no texto I para fazer uma 
alusão que propõe 
A. 	 apresentar uma óptica social dos sujeitos do relato.
B. 	 aprofundar o aspecto subjetivo do drama amoroso. 
C. 	 quebrar estereótipos a respeito do amor platônico.
D. 	 explorar os desdobramentos sequenciais do conto. 
E. 	 denunciar a superficialidade entre as personagens. 
Alternativa B 
Resolução: O poema de João Cabral de Melo Neto 
faz alusão às personagens da notória “Quadrilha”, de 
Drummond. No poema, são apresentadas as personagens 
João, Raimundo e Joaquim, todas sofrendo por amores 
não correspondidos. Enquanto o poema de Drummond se 
vale de uma perspectiva externa às personagens, Neto 
explora a perspectiva individual dessas relações amorosas. 
As confissões das personagens possuem intensa carga 
emocional, evidenciando o aspecto dramático por trás das 
desilusões amorosas. Portanto, a alternativa B está correta. 
A alternativa A está incorreta, pois a perspectiva social, 
ainda que superficial, está presente somente no texto I, que 
apresenta uma leitura externa desses sujeitos. A alternativa C 
está incorreta, pois o texto II se limita a abordar o psicológico 
das três personagens, sem propor uma leitura diferente do 
amor não correspondido. A alternativa D está incorreta, 
pois o fragmento se inicia do mesmo ponto no qual se 
inicia a “Quadrilha”, apresentando, porém, uma perspectiva 
diferente. Por fim, a alternativa E está incorreta, porque Neto 
procura explorar as questões subjetivas por trás do enredo 
de Drummond, sem sugerir que alguma personagem seja 
superficial.
QUESTÃO 24 
BOTTICELLI, S. O nascimento de Vênus, 1485. Têmpera sobre tela, 
172,5 × 278,5 cm. Acervo da Galleria degli Uffizi, Florença.
No famoso quadro de Botticelli, pertencente ao período 
renascentista, a presença de personagens mitológicas tem 
como finalidade
A. 	 valorizar a crença religiosa das civilizações antigas.
B. 	 recuperar os valores clássicos na construção estética.
C. 	 atestar as referências plurais nas representações 
imagéticas. 
D. 	 expressar uma estética harmônica através da beleza 
sobrenatural.
E. 	 personificar os elementos naturais através de 
abordagem histórica.
KNU1
Alternativa B
Resolução: No quadro de Botticelli, a presença de 
personagens da mitologia grega reforça o recurso 
estilístico para representar a estética do século XV, sem, 
com isso, empregar a mesma função e significado social 
nas sociedades clássicas. Portanto, tem valor figurativo, 
simbolizando a valorização da arte do período clássico, 
o que está corretamente exposto na alternativa B. 
A alternativa A está incorreta, pois, no Renascimento, 
o papel religioso não é dado às figuras mitológicas, 
utilizadas enquanto elementos de composição estética. 
A alternativa C está incorreta, pois a recorrência das figuras 
mitológicas aponta que, ao contrário da pluralidade, o que 
se verifica são referências culturais bem demarcadas. 
A alternativa D está incorreta, pois a harmonia está 
representada em toda a obra, não apenas nas figuras 
mitológicas; além do mais, não há intuito de retratar o 
sobrenatural. A alternativa E está incorreta, pois não há na 
obra uma perspectiva histórica, mas sim estética.
QUESTÃO 25 
Saudade branca
Que tens, mimosa saudade? 
Assim branca quem te fez? 
Quem te pôs tão desmaiada, 
Minha flor? Que palidez!...
[...]
 
Quem sabe... (Oh! meu Deus não seja, 
Não seja esta ideia vã!) 
Se em ti não foi transformada 
A alma de minha irmã?! 
“Minha alma é toda saudades; 
De saudades morrerei” – 
Disse-me, quando a minh’alma 
Em saudades lhe deixei: 
E agora esta saudade 
Tão triste e pálida... assim 
Como a saudade que geme 
Por ela dentro de mim!...
[...] 
RABELO, L. A saudade branca. In: ______. Poesias Completas. 
Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2003. 
A saudade é tema recorrente na poesia e se apresenta 
sob várias nuances. No poema de Laurindo Rabelo, 
essa temática se atualiza no complexo psicológico que 
representou a segunda geração romântica, revelando um 
eu lírico que 
65I3
ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A. 	 exalta as belezas vistas na natureza. 
B. 	 busca consolo pela distância da pátria. 
C. 	 está inundado pela presença da morte. 
D. 	 sofre pela ausência do amor romântico. 
E. 	 recorre a elementos da sua religiosidade. 
Alternativa C
Resolução: O poema “A saudade branca”, de Laurindo 
Rabelo, foi escrito na ocasião da morte da sua irmã e 
representa bem a segunda geração do Romantismo, cuja 
expressão emotiva torna difícil desvincular obra literária e 
biografia. Desse modo, o eu lírico está em luto e apresenta, 
em um diálogo com a flor saudade, diversas referências à 
morte, sendo a flor branca uma metáfora para o cadáver de 
sua irmã. A segunda geração de românticos é notória pela 
melancolia e pela estreita relação com a morte, portanto, 
a alternativa C está correta. A alternativa A está incorreta 
porque a natureza aparece apenas como um reforço aos 
sentimentos do eu lírico. A alternativa B está incorreta 
porque a saudade do eu lírico se volta para a perda de um 
ente querido; além disso o saudosismo relacionado à pátria 
está tipicamente associado à primeira geração romântica. 
A alternativa D está incorreta porque o eu lírico reconhece 
na flor saudade a figura de sua irmã, representando o amor 
fraterno. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque 
a menção ao deus cristão no poema surge na forma de um 
lamento. O uso corriqueiro da expressão “Oh, meu Deus!” 
não denota necessariamente fundamentação religiosa.
QUESTÃO 26 
Disse o revisor, Sim, o nome deste sinal é deleatur. 
Usamo-lo quando precisamos suprimir e apagar, a própria 
palavra que está a dizer, e tanto vale para letras soltas como 
para palavras completas, Lembra-me uma cobra que se 
tivesse arrependido no momento de morder a cauda, Bem 
observado, senhor doutor, realmente, por muito agarrados 
que estejamos à vida, até uma serpente hesitaria diante da 
eternidade, Faça-me aí o desenho, mas devagar, É facílimo 
basta apanhar-lhe o jeito, quem olhar distraidamente cuidará 
que a mão vai traçar o terrível círculo, mas não, repare que 
não rematei o movimento aqui onde o tinha começado, 
passei-lhe ao lado, por dentro, e agora vou continuar para 
baixo até cortar a parte inferior da curva, afinal o que parece 
mesmo é a letra Q maiúscula, nada mais, Que pena, um 
desenho que prometia tanto... 
SARAMAGO, J. História do Cerco de Lisboa. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1989. [Fragmento] 
Nesse fragmento, predomina a função metalinguística da 
linguagem, porque há
A. 	 apresentação de sons próprios da língua. 
B. 	 abordagem da construção da própria obra. 
C. 	 definição de termos e expressões linguísticas. 
D. 	 exemplificação de regras gramaticais do idioma. 
E. 	 descrição da forma e do uso de um sinal gráfico. 
LKIJ
Alternativa E
Resolução: As duas personagens aparentam estar em 
uma aula em que uma descreve à outra como grafar o 
deleatur, um sinal gráfico usado no trabalho de revisão 
textual, especificando quando e por quem ele é usado. 
Logo, está correta a alternativa E, já que o texto usa 
o código linguístico para descrevê-lo. A alternativa A 
está incorreta, pois é apresentado um sinal gráfico da 
língua, e não fonético. A alternativa B está incorreta, pois 
a construção da obra não é pauta do diálogo, mas a 
construção do elemento gráfico, que aproxima-se da letra 
grega teta, no texto chamado de deleatur. A alternativa C 
está incorreta,pois ainda que haja apontamento do uso e 
descrição da forma, não são definidos termos e expressões, 
mas um sinal único da língua. A alternativa D está incorreta, 
pois são exemplificadas regras de uso de um sinal, não da 
gramática da língua. 
QUESTÃO 27 
Médica é picada por cobra no MT e tem 70% das vias 
aéreas afetadas
A médica Dieynne Saugo, conhecida nas redes sociais 
como “Dra. Fit”, teve 70% das vias aéreas comprometidas 
pelo inchaço decorrente das picadas de uma cobra jararaca. 
Ela foi atacada pela serpente enquanto nadava embaixo de 
uma cachoeira em Nobres, a 150 quilômetros de Cuiabá, no 
último domingo (30). O quadro de saúde foi compartilhado 
ontem pela família nas redes sociais da médica, que conta 
com mais de 150 mil seguidores. Um amigo ouvido pelo 
UOL e que preferiu não se identificar relatou que Dieynne 
“ainda está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas 
que o quadro clínico vem melhorando”. A médica passou 
ontem por uma traqueostomia – procedimento que faz uma 
abertura na traqueia para auxiliar na respiração – em razão 
do comprometimento das vias aéreas. 
Disponível em: <https://noticias.uol.com.br>. 
Acesso em: 2 set. 2020. [Fragmento]
No fragmento da notícia, a fim de cumprir seu objetivo e 
construir um fio condutor de sentido, o autor utiliza-se de 
um(a)
A. 	 sensacionalismo da história.
B. 	 descrição do fato com detalhes.
C. 	 depoimento de amigo da vítima.
D. 	 progressão encadeada das ideias.
E. 	 posicionamento sobre os eventos.
Alternativa D
Resolução: A notícia, como um gênero que tem por objetivo 
informar, encadeia progressivamente as informações 
que constroem o sentido do texto – a complicação 
respiratória pelas picadas, o contexto do ataque, 
a publicização do estado de saúde, e o relato de seu 
estado de saúde atual. Por isso está correta a alternativa D. 
A alternativa A está incorreta, pois não há sensacionalismo 
ao narrar a história, posto que não explora o sofrimento da 
médica. A alternativa B está incorreta, pois a descrição dos 
eventos é objetiva, e não minuciosa. A alternativa C está 
incorreta, pois o depoimento do amigo complementa as 
informações, mas não é o que constrói o sentido do texto. 
835L
LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa E está incorreta, pois a imparcialidade é uma 
característica do gênero notícia, e não o fio condutor de 
sentido. 
QUESTÃO 28 
Abril, no Rio, em 1970
Tudo começou quando o cara que sentou perto de mim 
na grama disse, olha só o cuspe do Gérson. Na hora eu não 
dei importância, eu tinha feito misérias para chegar até ali, 
mas a minha cabeça estava no jogo de domingo e eu não 
ligava as coisas umas com as outras. O jogo de domingo ia 
ser assistido pelo Jair da Rosa Pinto, técnico do Madureira, 
que já foi cracão do escrete, e uma coisa lá dentro me dizia, 
Zé, vai ser a chance da sua vida. Eu disse pra minha garota, 
que era datilógrafa da firma, não fico de contínuo nem mais 
um mês, disse também que o Jair da Rosa Pinto ia me 
ver no domingo, mas mulher é um bicho gozado, ela nem 
deu bola. Me larga, deixa eu te contar. Levantei da cama, 
expliquei, se eu jogar bem e o Jair da Rosa Pinto me levar 
para o Madureira, estou feito, ninguém me segura.
FONSECA, R. Feliz ano novo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975. 
[Fragmento adaptado]
No fragmento do conto de Rubem Fonseca, a opção pelo 
foco narrativo em primeira pessoa permite expor ao leitor a 
importância da partida de domingo por meio do(a)
A. 	 caráter fantasioso atribuído à história.
B. 	 diálogo entre as personagens da narrativa.
C. 	 explicitação da subjetividade da personagem.
D. 	 autoridade garantida pelo conhecimento técnico.
E. 	 representação de elementos conforme a realidade.
Alternativa C
Resolução: A ênfase na importância da partida se expressa 
não na informação sobre a presença do olheiro de futebol, 
mas na reação emotiva e eufórica do narrador, por isso está 
correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois a 
narrativa não tem caráter fantástico, tendo grande correlação 
com a realidade e a representação desta. A alternativa B está 
incorreta, pois os diálogos indiretos com outras personagens 
são cenas em que se expressa a animação do narrador. 
A alternativa D está incorreta, pois, como dito, a importância, na 
narrativa, é expressa pelas sensações do narrador, e não por 
um reconhecimento do valor de especialistas. A alternativa E 
está incorreta, pois, ainda que haja muitos elementos da 
realidade, não são eles que expõem ao leitor a importância 
da partida para o narrador.
QUESTÃO 29 
Disponível em: <https://jornalggn.com.br>. 
Acesso em: 2 set. 2020.
Ø7BG
SBIB
Considerando a interação dos elementos verbais e visuais 
da charge, a crítica social presente garante o entendimento 
de que
A. 	 a ecologia privilegia as situações florestais.
B. 	 as reclamações alarmadas escondem a culpa.
C. 	 as pessoas ignoram a responsabilidade social.
D. 	 a desinformação promove as condutas criminosas. 
E. 	 o desmatamento relaciona-se à mudança climática.
Alternativa E
Resolução: A personagem com o machado na mão – 
ferramenta para cortar árvores – reclama do calor e questiona 
a alta temperatura, ou seja, a mudança climática, e a imagem 
apresenta um campo desmatado provavelmente por ela 
mesma. Assim, infere-se que a ação de desmatar ocasiona 
a elevação de temperatura. Logo, a alternativa correta é a E. 
A alternativa A está incorreta, pois não é possível inferir 
que a ecologia não dê valor a outras pautas ambientais. 
A alternativa B está incorreta, pois a reclamação da 
personagem não visa omitir sua culpa pelo desmatamento, sim 
apontar para um comportamento contraditório e desinformado. 
A alternativa C está incorreta, pois a crítica é específica à 
questão ambiental, e não à responsabilidade das pessoas 
em geral. A alternativa D está incorreta, pois a fala do 
homem demonstra que ele não tem conhecimento sobre 
as mudanças climáticas, mas não é possível inferir seu 
conhecimento sobre a prática criminosa de desmatamento.
QUESTÃO 30 
Disponível em: <https://www.fedex.com>. Acesso em: 9 set. 2020.
Nessa publicidade, de uma empresa de remessa expressa 
de correspondência, há uma tentativa de convencer o público 
pela linguagem não verbal. O objetivo do texto é 
A. 	 garantir a qualidade dos produtos transportados. 
B. 	 explorar o renome mundial da empresa anunciada. 
C. 	 destacar a rapidez do serviço de entrega oferecido. 
D. 	 convencer o consumidor pelos baixos preços cobrados. 
E. 	 indicar a ausência de impostos em entregas 
internacionais. 
NXVK
ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C 
Resolução: A propaganda usa da linguagem não verbal 
para convencer o consumidor. Na imagem, observa-se um 
fragmento do mapa mundi no qual é possível visualizar parte 
dos continentes da África, Europa, Ásia e Oceania. Foram 
colocadas duas janelas, permitindo o envio imediato de um 
pacote entre pessoas metaforicamente distantes entre si. Por 
meio dessa imagem, a empresa sugere a eficácia e a rapidez 
do serviço oferecido, indicando que a entrega seria tão rápida 
quanto a situação ilustrada. Portanto, a alternativa C está 
correta. A alternativa A está incorreta, pois a disposição das 
janelas demonstra que a argumentação da propaganda se 
baseia na redução de distâncias, e não na qualidade dos 
produtos transportados, a qual não seria de responsabilidade 
da empresa anunciada. A alternativa B está incorreta, pois 
o nome da empresa não tem grande destaque na imagem, 
estando visível apenas no pacote trocado entre as pessoas 
e no canto inferior direito da imagem. A alternativa D está 
incorreta, pois não há menção sobre os valores cobrados 
para entregas internacionais na propaganda. Por fim, 
a alternativa E está incorreta, pois apesar da facilidade e da 
rapidez de entrega, a empresa não faz promessas acerca 
dos valores relacionados aos seus serviços.

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