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L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - SIMULADO ENEM 2021 - EXCLUSIVO - PROVA I C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 On the farms in Africa it is the custom to cut the tops off paraffin and petrol tins and fix glistening squares of metal to flash in the sun. To scare the birds off, it is said. But I’ve seen a hawk come in from a tree to take a fat drownsy hen off her hatching eggs, and that with dogs, cats, and people, black and white, all around her. And once, sitting at a domestic spread of tea outside the house, a dozen people were witness to a half-grown kitten being snatched from the shade under a bush by a swooping hawk. During the long hot silence of midday, the sudden squawking or crowing or flustering of feathers might as often mean that a hawk had taken a fowl. There were plenty of chickens though. And so many hawks there was no point in shooting them. LESSING, D. On Cats. Harper Collins ebooks. [Fragmento] No trecho do romance On Cats, da escritora britânica Doris Lessing, a narradora está descrevendo A. os ataques de gaviões a animais em uma fazenda. B. a perda de animais de estimação muito queridos. C. as lembranças de um evento em família. D. os dissabores da vida em uma fazenda africana. E. o fascínio que desenvolveu pelas aves de rapina. Alternativa A Resolução: O trecho selecionado descreve episódios diferentes em que a narradora testemunhou gaviões (hawks) atacando animais em uma fazenda, como gatos, galinhas e outras presas, conforme indicam os seguintes trechos: I’ve seen a hawk come in from a tree to take a fat drownsy hen off her hatching eggs (eu vi um gavião sair de uma árvore e arrancar uma galinha gorda e sonolenta de seu ninho); a dozen people were witness to a half-grown kitten being snatched from the shade under a bush by a swooping hawk (uma dúzia de pessoas viram um gavião mergulhar em alta velocidade e levar um gato já meio crescido que estava embaixo de um arbusto); the sudden squawking or crowing or flustering of feathers might as often mean that a hawk had taken a fowl (o som repentino de um grasnado, de um galo ou de asas agitadas também poderia significar que um gavião havia atacado um frango). Sendo assim, a alternativa correta é a A. QUESTÃO 02 I, like Aristotle, am a philosopher, and we philosophers must admit the possibility of radical disagreement on the most fundamental questions. Philosophers hold up as an ideal the aim of never treating our interlocutor as a hostile combatant. But if someone puts forward views that directly contradict your moral sensibilities, how can you avoid hostility? The answer is to take him literally – which is to say, read his words purely as vehicles for the contents of his beliefs. What makes speech truly free is the possibility of disagreement without enmity, and this is less a matter of what we can say, than how we can say it. I do not claim that the possibility of friendly disagreement with Aristotle offers any direct guidance on how to improve our much more difficult disagreements with our contemporaries, but I do think considering the case of Aristotle reveals something about what the target of such improvements would be. CALLARD, A. Disponível em: <https://www.nytimes.com/>. Acesso em: 1 ago. 2020. [Fragmento adaptado] No artigo, a autora acredita que o que propicia a liberdade de expressão em um debate é o(a) A. esclarecimento dos próprios pontos de vista aos adversários. B. possibilidade de divergir sem recorrer à hostilidade. C. busca pelo sentido metafórico de um argumento. D. utilização dos princípios concebidos por Aristóteles. E. questionamento de posicionamentos contrários aos nossos. Alternativa B Resolução: A autora escreve, no segundo parágrafo, que a liberdade de expressão torna-se verdadeiramente livre quando consentimos com a possibilidade de discordância sem hostilidade (What makes speech truly free is the possibility of disagreement without enmity), ou seja, devemos entender que nosso interlocutor pode discordar radicalmente da nossa opinião em um debate e que é possível que isso aconteça sem criar inimizade. Dessa forma, a alternativa correta é a B. LMN4 VG4R ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 03 The scientist “mining” mobile phones The United Nations University describes e-waste as a significant and growing challenge. Yet this discarded electronic junk is also perhaps one of our most underused resources. E-waste contains huge quantities of valuable metals, ceramics and plastics that could be salvaged and recycled, although currently not enough of it is. Veena Sahajwalla, a materials scientist, believes there is a new way of solving this problem. She has plans to build microfactories that can tease apart the tangle of materials in mobile phones, computers and other e-waste. Her vision is for automated drones and robots to pick out components, put them into a small furnace and melt them at specific temperatures to extract the metals one by one before they are sent off to manufacturers for reuse. Sahajwalla says this approach could have a huge impact – not only cutting the huge amount of electronic waste being dumped around the world, it could provide new sources of precious metals. GRAY, R. Disponível em: <:https://www.bbc.com/>. Acesso em: 29 ago. 2020. [Fragmento adaptado] O lixo eletrônico pode causar graves danos ao meio ambiente se descartado de maneira inadequada. Para solucionar o problema, a especialista Veena Sahajwalla propõe A. extrair metais preciosos dos aparelhos eletrônicos descartados. B. recuperar peças em bom estado e devolvê-las aos fabricantes. C. aproveitar peças dos eletrônicos para construir drones e robôs. D. produzir dispositivos eletrônicos com mais materiais sustentáveis. E. utilizar tecnologia de automação para acelerar a reciclagem. Alternativa A Resolução: A ideia da especialista Veena Sahajwalla consiste em utilizar robôs e drones para extrair metais valiosos contidos nos aparelhos eletrônicos que foram descartados. Na etapa seguinte, ela pretende enviar esses materiais para as fábricas para que eles sejam reutilizados em novos componentes. Dessa forma, a alternativa A é a que melhor expressa o plano da especialista para lidar com os resíduos eletrônicos. QUESTÃO 04 Banksy Trends on Valentine’s Day Banksy is the artist behind a new mural that surfaced on the side of a home in Bristol in England this week, according to a Valentine’s Day post on his official Instagram account. The artist’s Instagram account posted two images of the piece, featuring a stencil work of a child holding a slingshot up towards an explosion of bright red flowers, which form a relief work protruding out from the wall. The latest work of the famously mysterious artist has already garnered much attention, with locals in the Barton Hill neighborhood paying a visit to the site on Marsh Lane, the street where the work is located. “As it’s Valentine’s Day, it’s really special and to have it in 3D with the flowers is incredible,” Kelly Woodruff, the daughter of the owner of the home, told BBC News. “There’s so many people coming and enjoying it, taking pictures, it’s fantastic.” Several fans of the artist have takento social media to share their selfies with the work as well as their interpretations of it and the term “Bansky” has been trending on Twitter. Disponível em: <https://www.newsweek.com/>. Acesso em: 8 set. 2020. [Fragmento] Uma menina atira flores vermelhas contra uma parede. É esta a nova obra de Banksy, o famoso e misterioso artista urbano britânico. De acordo com o texto, a reação provocada pela obra foi de A. desconfiança, pois muitos curiosos foram atraídos para a vizinhança. B. reflexão, pois o vermelho vivo das flores faz referência à violência social. C. admiração, pois a obra remete aos problemas ambientais da Inglaterra. D. entusiasmo, pois sua autoria foi confirmada pelo artista nas redes sociais. E. indiferença, pois a maioria dos moradores não se manifestou sobre a obra. Alternativa D Resolução: Conforme pode ser constatado no quarto parágrafo, a obra provocou uma reação entusiasmada tanto nos moradores do bairro onde ela foi feita quanto nos fãs do artista, que vieram de vários locais para conhecer a mais nova obra de Banksy. Logo, a alternativa correta é a D e os trechos que a justificam são os seguintes: “it’s really special and to have it in 3D with the flowers is incredible [...].” “There’s so many people coming and enjoying it, taking pictures, it’s fantastic.” NKAM FOHH LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 05 Disponível em: <https://textfromdog.tumblr.com/image/64863488041>. Acesso em: 30 maio 2017. Na página de Internet Text from dog, são postadas trocas fictícias de mensagens entre um cachorro e seu dono. Na conversa reproduzida, as palavras enemy e butler revelam que o cão A. expressa seu ponto de vista por meio de elementos fantasiosos. B. menospreza o dono por causa de sua amizade com o carteiro. C. rebate com desdém os argumentos apresentados pelo homem. D. emprega um tom irônico para desestabilizar seu interlocutor. E. demonstra sua insatisfação com o dono por meio de termos ofensivos. Alternativa A Resolução: Assumindo o pacto ficcional, isto é, ignorando que a conversa em análise é fictícia, pode-se perceber que o cão expressa seu ponto de vista para o dono por meio dos elementos fantasiosos que emprega. Sabe-se que o carteiro não é de fato inimigo do cachorro, mas, ao caracterizá-lo como tal, o cão deixa claro para o dono que é dessa maneira que enxerga o mensageiro, motivo pelo qual se sentiu tão ofendido pelo carinho que recebeu dele. Além disso, ao chamar o dono de mordomo (butler), o cão deixa evidentes suas expectativas em relação a ele: lealdade e servidão. Todos esses elementos que se depreendem do texto, contudo, são construções autorais cuja finalidade é o efeito de humor. Logo, a alternativa correta é a A. As demais podem ser descartadas pelos seguintes motivos: (B) o texto não traz elementos suficientes para afirmar que exista uma amizade entre o dono do cão e o carteiro, nem que o cão busque menosprezar seu dono por causa dessa suposta amizade; (C) na conversa, o cão não busca rebater os argumentos do homem. Na realidade, eles são meramente ignorados pelo animal. Portanto, a alternativa não se sustenta; (D) não existem elementos textuais que permitam afirmar que o cão esteja buscando desestabilizar seu interlocutor. No máximo, ele busca levar o dono a perceber sua insatisfação com o fato de que o carteiro o acariciou; (E) como mostrado na explicação da alternativa A, ao empregar o termo “butler” para designar seu dono, o cão busca, na verdade, deixar explícitas suas expectativas com relação ao homem, e não o ofender. Portanto, o texto não corrobora a afirmação contida na alternativa. TDV4 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 El escritor Leopoldo Brizuela (La Plata, 1963) cuenta que los argentinos que vivieron bajo la dictadura militar (1976-1983) conservan pequeños hábitos que les cuesta abandonar. No suelen pasear frente a edificios públicos. No salen a la calle sin sus documentos. Y si un ser querido cae en manos de la policía, pasan algo de miedo. “Incluso los de derechas”, apostilla. Vestido con vaqueros y zapatillas, Brizuela no aparenta sus casi 50 años. El autor de la novela ganadora del XV Premio Alfaguara, Una misma noche, pregunta si los lectores españoles son “tan duros como en Argentina”. Explica que la primera crítica que recibió sobre su obra fue: “Ah, otro libro más sobre la dictadura”. Y rebate: “Pues qué voy a hacer. Debo de escribir sobre lo que he vivido”. Disponible en: <http://cultura.elpais.com/cultura/2012/05/26/ actualidad/1338058545_091277.html>. Acceso en: 20 dec. 2012. Comportamentos adquiridos durante os anos da Ditadura Militar na Argentina ainda hoje podem ser percebidos naqueles que vivenciaram a falta de liberdade em diversos aspectos do cotidiano. Essa realidade influenciou a obra de escritores contemporâneos, como é o caso de Leopoldo Brizuela, autor de Una misma noche. Nesse contexto, a crítica relatada por Brizuela incide no fato de que seu texto A. explora um tema já abordado na literatura argentina. B. direciona-se aos leitores da América Latina. C. relata hábitos culturais típicos dos argentinos. D. reúne contos sobre a Ditadura Militar na Argentina. E. descreve um momento histórico distante da realidade do autor. Alternativa A Resolução: Na questão em análise, o escritor Leopoldo Brizuela comenta uma crítica recebida em relação ao seu livro Una misma noche, um romance de suspense, organizado como um caderno de anotações de um investigador. Segundo essa crítica, o romance seria mais um a abordar o tema da Ditadura Militar na Argentina, como exposto no seguinte trecho: “Explica que la primera crítica que recibió sobre su obra fue: ‘Ah, otro libro más sobre la dictadura.’” Portanto, a alternativa correta é a A. A alternativa B está incorreta porque não há menção no texto ao livro direcionar-se a leitores da América Latina. Além disso, Brizuela pergunta à entrevistadora, inclusive, se os leitores espanhóis são tão duros quanto os leitores argentinos, o que significa que o livro pode ser lido por quem se interessar, independentemente da nacionalidade. A alternativa C está incorreta porque o livro de Brizuela não foca os hábitos dos argentinos, mas uma parte da história da Argentina. O que ocorre é que, no início do texto, menciona-se que o escritor contou à jornalista que os argentinos que viveram durante a ditatura têm hábitos difíceis de serem abandonados. A alternativa D está incorreta porque o livro de Brizuela não se trata de uma coletânea de contos, mas de um romance. A alternativa E está incorreta porque, de acordo com o autor, ele escreve sobre situações que viveu, de acordo com o seguinte trecho: “Y rebate: ‘Pues qué voy a hacer. Debo de escribir sobre lo que he vivido’.” UBBE QUESTÃO 02 Contra el racismo, dignidad en el deporte Se discute si el deporte debe permanecer como una especie de entelequia apartada de la realidad o si debe posicionarse como parte de la misma ante situaciones injustas. Mientras hay quienes solo contemplan el espectáculo socialmente aséptico, lo cierto es que la historia está jalonada de episodios en que política y deporte se han mezclado. Desde la muerte de George Floyd a manos de la policía, el grito de “Black lives matter” ha resonado también en el entorno deportivo, pero tras el acribillamiento de Jacob Blake – con una elevadísima tensión social, con milicias blancas armadas y los republicanos reclamando “ley y orden” – la respuesta ha ido más allá. La burbuja de Disney World, donde se deciden los extraños “play-off” de una temporada de la NBA singular, ha estallado en pedazos porque los jugadores no quieren permanecer al margen de la ebullición en las calles. A la inicial plantada de los MilwaukeeBucks, de Wisconsin, se han añadido los demás, con lo que la competición, ahora suspendida, corre peligro de anularse. El deporte late por una sociedad más justa, sin opresión ni racismo. Y su grito de indignación es poderoso e influyente, en un año decisivo para el futuro de Estados Unidos. Disponível em: <https://www.elperiodico.com/>. Acesso em: 28 ago. 2020. [Fragmento] O editorial anterior aborda as manifestações relacionadas a casos de racismo nos Estados Unidos. O texto defende que os(as) A. esportes são um meio de introduzir os jovens nas manifestações políticas. B. manifestações antirracistas no esporte têm grande influência política. C. gritos de protesto devem ser evitados para que não se anulem as partidas. D. protestos nos jogos são necessários, embora nas ruas sejam mais efetivos. E. ações contrárias ao racismo no ambiente esportivo devem ser autorizadas. Alternativa B Resolução: No editorial em análise, comenta-se a relação entre esporte e luta antirracista nos Estados Unidos. O texto defende que as manifestações antirracistas no contexto esportivo são relevantes e podem influenciar, decisivamente, o futuro dos Estados Unidos: “El deporte late por una sociedad más justa, sin opresión ni racismo. Y su grito de indignación es poderoso e influyente, en un año decisivo para el futuro de Estados Unidos.” Assim, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque o texto não menciona a ideia de que o esporte seja um meio para introduzir os jovens nas questões políticas, tampouco menciona a geração dos jovens. A alternativa C está incorreta porque o editorial não aborda a ideia de anulação dos jogos devido a gritos durante partidas. O que se afirma é que o campeonato de basquete pode ser anulado, pois está suspenso devido à manifestação dos jogadores. A alternativa D está incorreta porque não se menciona no texto que os protestos realizados nas ruas sejam mais efetivos que os realizados nas quadras de esportes. O que se informa no editorial é que os jogadores da NBA não querem ficar à margem dos acontecimentos das ruas. A alternativa E está incorreta porque não se afirma no texto que as manifestações contrárias ao racismo devam ser autorizadas. Inclusive, os jogadores realizam-nas por decisão própria. 34S1 LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 03 Mi ventana Me gusta ver amanecer a través de mi ventana y ver esa luz tan clara que desprende mi Triana. Ver cómo se asoma el sol tímidamente al alba, y ver como juega la brisa con la espumita del agua. ¡Ay! Río Guadalquivir que sirves de espejo a las muchachas que pasan por el puente de Triana. […] Que vienen de San Jacinto, la plazuela de Santa Ana, o de la calle Castilla al laíto de la cava. ¡Ay! Como me gusta ver el discurrir de la vida A través de mi ventana… GARRUCHO, I. Disponível em: <https://trianaaldia.es>. Acesso em: 21 ago. 2020. No poema “Mi ventana”, o eu lírico descreve algumas cenas cotidianas. Por meio dessa descrição, entende-se que ele A. gosta de ver a vida em movimento através da sua janela. B. admira-se ao ver o pôr do sol espelhado no rio Guadalquivir. C. lamenta as mudanças na paisagem que vê da janela de seu quarto. D. critica as mulheres que passam pela ponte e veem seu reflexo no rio. E. recorda-se dos tempos de criança, quando brincava com a espuma do rio. Alternativa A Resolução: A respeito do poema “Mi ventava”, de Isabel Garrucho, pode-se afirmar que, nele, o eu lírico está em sua janela observando o que se passa em seu bairro (Triana), como o amanhecer, a brisa brincando com a espuma da água do rio, as meninas olhando-se nas águas desse rio. Ao final do poema, o eu lírico diz: “¡Ay! Como me gusta ver / el discurrir de la vida / A través de mi ventana…”. Assim, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque, no poema, o eu lírico menciona o nascer e não o pôr do Sol na referida paisagem, como pode ser lido nos seguintes versos: “Me gusta ver amanecer / a través de mi ventana” ou “Ver cómo se asoma el sol / tímidamente al alba”. PNF3 A alternativa C está incorreta porque não há lamentação ou nostalgia no poema pelas mudanças na paisagem. O eu lírico, como já afirmado, gosta de ver a vida passar, o que implica certa mudança. A alternativa D está incorreta porque o eu lírico afirma que admira quando o rio Guadalquivir espelha o reflexo das moças que passam pela ponte: “¡Ay! Río Guadalquivir / que sirves de espejo / a las muchachas que pasan / por el puente de Triana.” A alternativa E está incorreta porque, embora haja uma referência à espuma do rio (a brisa que brinca com a espuma), essa menção não é uma lembrança de outros tempos para o eu lírico: “y [me gusta] ver como juega la brisa / con la espumita del agua.” QUESTÃO 04 Disponível em: <http://shaktivicshakti.blogspot.com>. Acesso em: 27 ago. 2020. Em anúncios publicitários, empregam-se elementos verbais e não verbais para expressar diferentes sentidos. No anúncio da empresa de telefonia, o pronome “nosotros” é usado para se referir A. à internet, onde se pode encontrar coisas novas. B. aos modelos que se encontram na foto da publicidade. C. ao consumidor do produto, o qual é alvo da campanha. D. à empresa Movistar, que divulga seus serviços de internet. E. aos equipamentos de telefonia que são anunciados pela operadora. Alternativa D Resolução: Na publicidade em análise, os pronomes “nosotros” e “nos” (junto ao verbo “conocer”) se referem à empresa Movistar, do ramo da telefonia, que anuncia seus serviços de internet: “En internet siempre hay cosas nuevas. Con nosotros también. Conócenos y navega con los mejores equipos.” Logo, a alternativa D responde corretamente à questão. As alternativas A e C estão incorretas porque o pronome “nosotros”, de primeira pessoa do plural, não pode se referir à internet (alternativa A) ou ao consumidor (alternativa C) do serviço. A alternativa B está incorreta porque os modelos da foto da campanha representam os clientes ou consumidores da operadora, não há no contexto uma referência às pessoas que foram contratadas para simular a situação de consumo. Além disso, o pronome não se refere aos consumidores. A opção E está incorreta porque o anúncio divulga serviços de internet – e não equipamentos –, que, tampouco, podem ser substituídos por “nosotros”. IRLY ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 05 NIK. Gaturro. Disponível em: <https://br.pinterest.com>. Acesso em: 28 ago. 2020. Os quadrinhos anteriores recorrem a um jogo de palavras para estabelecer um sentido cômico. Esse jogo, que se expressa por meio da sonoridade, A. atribui à vassoura tanto a ação de rir quanto a de varrer. B. demonstra a ironia de Gaturro com os itens de limpeza. C. destaca a piada contada pela pá à sua amiga vassoura. D. revela que a pá e a vassoura são amigas de Gaturro. E. indica que as falas do gato são consideradas impróprias. Alternativa A Resolução: Nos quadrinhos em análise, estabelece-se um sentido cômico através de um jogo de sonoridade, em que Gaturro faz uma brincadeira entre “barriendo” (o gerúdio do verbo “barrer”) e “va riendo” (uma expressão com o verbo “ir” e o verbo “reír” no gerúndio). Essa brincadeira refere-se à vassoura, que varre e também está rindo. Está correta, portanto, a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque não se observa o uso da ironia, segundo a qual se diz algo contrário do que se pensa, mas somente uma brincadeira de Gaturro. A alternativa C está incorreta porque não se pode confirmar que a pá tenha contado uma piada à vassoura, apenas se supõe que ela seja engraçada (“La palita debe ser re graciosa...”). Além disso, o verbo “barrer”, com o qual há um jogo sonoro, se refere a uma ação da vassoura, e não da pá. A alternativa D está incorreta porquenão se pode afirmar que a pá e a vassoura sejam amigas de Gaturro, ele apenas cumprimenta a pá. A alternativa E está incorreta porque as falas de Gaturro não são impróprias, há somente uma brincadeira. AVST LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. ALENCAR, J. Iracema. Disponível em: <http://www.dominiopublico. gov.br>. Acesso em: 21 ago. 2018. [Fragmento] No fragmento de José de Alencar, identifica-se o projeto dos autores da Primeira Fase do Romantismo, constatado na A. descrição da figura indígena, que reproduz os padrões de beleza femininos vigentes na época. B. utilização de uma linguagem expositiva, que busca descrever a personagem objetivamente. C. negação de valores religiosos, que são sobrepostos pela valorização dos povos indígenas. D. narração de uma história fantástica, que apresenta elementos místicos e lendários. E. exaltação do índio como herói nacional, que tem sua caracterização idealizada. Alternativa E Resolução: A Primeira Geração Romântica teve como sua principal característica o nacionalismo, no qual se destaca, por sua vez, o indianismo, movimento de valorização do índio como herói nacional, em oposição aos heróis europeus do Classicismo. A obra Iracema é exemplar nesse sentido, sendo considerada um dos principais romances indianistas. No trecho, José de Alencar descreve todos os atributos físicos e psicológicos da índia de forma idealizada, colocando-a em uma posição superior e heroica. É correta, assim, a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque o Romantismo valorizou os povos nativos brasileiros, enaltecendo suas características físicas e seus elementos culturais. A alternativa B é incorreta, pois a descrição da personagem é altamente subjetiva, recorrendo às figuras de linguagem metáfora e comparação. A alternativa C é incorreta porque a valorização dos indígenas, no trecho de José de Alencar, não tem como suporte a negação dos povos europeus nem do Cristianismo. A alternativa D está incorreta porque não é caraterística do Romantismo a incorporação de elementos fantásticos, ou seja, distantes da realidade objetiva. QUESTÃO 07 III Colada à tua boca a minha desordem. O meu vasto querer. O incompossível se fazendo ordem. Colada à tua boca, mas descomedida Árdua Construtor de ilusões examino-te sôfrega PAR9 CTFB Como se fosses morrer colado à minha boca. Como se fosse nascer E tu fosses o dia magnânimo Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer. HILST, H. Do desejo. In: ______. Da poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. A linguagem apresenta funções distintas de acordo com a intenção do emissor. No poema de Hilda Hilst, a função poética da linguagem é predominante devido à presença de elementos que A. expressam o sentimento do eu lírico. B. inserem a ficção nos eventos narrados. C. exploram a forma na construção imagética. D. confundem o leitor na compreensão textual. E. abordam a subjetividade da experiência amorosa. Alternativa C Resolução: A função poética da linguagem está relacionada a uma preocupação com a forma como a mensagem será transmitida, o que, no poema, é feito por meio da construção das imagens que conformam o sentido dos versos e a versificação. Por isso, está correta a alternativa C. A alternativa A é incorreta, pois a expressividade dos sentimentos pode ser descrita pela função emotiva, e o eu lírico, nesse texto, refere-se apenas ao emissor, não revelando explicitamente o que sente; antes disso, nota-se o trabalho com a linguagem para se transmitir uma mensagem. A alternativa B é incorreta, pois não há precisamente uma narrativa, e sim a justaposição de imagens construindo o sentido poético; além disso, não há elementos que apontem para uma ficção no texto. A alternativa D é incorreta, pois o objetivo não é confundir o leitor, e sim apresentar o significado de outra maneira. A alternativa E é incorreta, pois a experiência amorosa pode ser representada por meio de outras funções da linguagem, não sendo esse aspecto o que define a função poética. QUESTÃO 08 Quais são as espécies mais ameaçadas de extinção no Brasil? O Brasil possui atualmente 627 espécies ameaçadas de extinção, de acordo com pesquisa do Ministério do Meio Ambiente realizada em 2008. O levantamento anterior, feito em 1989, mostrava uma lista de 218 animais, mas não incluía peixes e outras espécies aquáticas. O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. Mas o surgimento e a extinção de espécies são eventos extremamente lentos, e que levam milhares ou até mesmo milhões de anos para ocorrer, a exemplo do que aconteceu com os dinossauros. Porém, o homem vem acelerando muito a taxa de extinção de espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente deste processo. “Os animais em risco estão muitas vezes sufocados pelo desmatamento provocado pela pecuária, pela abertura de terras, pela poluição e a expansão urbana”, diz a bióloga Ellen Augusta de Freitas. JOENCK, A. Disponível em: <https://www.terra.com.br>. Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento] TCFG ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A fala de uma bióloga é usada para reiterar um ponto de vista a respeito da extinção de animais no Brasil. Com base nisso, o texto defende que o A. processo é decorrente da própria cadeia evolutiva. B. agente responsável é principalmente o ser humano. C. evento ocorre lentamente e é inevitável aos humanos. D. levantamento exposto é pouco claro sobre a realidade. E. acontecimento é tão esperado como o dos dinossauros. Alternativa B Resolução: Considerando que a bióloga Ellen Augusta de Freitas aborda o fato de os animais muitas vezes serem sufocados por ações como a pecuária e a expansão urbana, percebe-se que sua fala reitera o posicionamento da autora de que o ser humano vem acelerando a taxa de extinção das espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente desse processo. Assim, no último parágrafo do texto, vê-se o posicionamento da autora e a fala da bióloga, citada como autoridade no assunto. A alternativa correta é, portanto, a B. Nesse sentido, a frequência com que espécies vêm sendo extintas não é considerada natural nem esperada dentro do processo evolutivo, o que invalida as alternativas A e E. A alternativa C está incorreta porque, por mais que a extinção natural das espécies seja lenta e inevitável, como pode ser inferido do texto, o posicionamento defendido é de que o ser humano agravou a situação, apressando eventos naturais. Por fim, o texto expõe que o levantamento atual sobre as espécies é completo e que o anterior não incluía peixes e outras espécies aquáticas, o que invalida a alternativa D, que o caracteriza como pouco claro. QUESTÃO 09 Junto aos presos equilibrava-se um homem de grande estatura, largo e reforçado, tipo de caboclo nascido no Amazonas, trajando fardeta e boné e segurando com ambas as mãos, sobre o joelho em descanso, o instrumento de castigo: era o guardião Agostinho, o célebre guardião Agostinho, especialista consumado no ofício de aplicar a chibata, o mais robusto e valente de todos os guardiães, e cujo zelo em coisas de “patescaria” tornara-se proverbial. Nos momentos de manobra difícil, era ele quem auxiliava omestre na faina, invariavelmente munido de um apito de prata, não se afastando nunca de suas obrigações. CAMINHA, A. Bom-Crioulo. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 10 set. 2020. [Fragmento] No trecho do romance naturalista de Adolfo Caminha, publicado em 1895, encontram-se ideias características de seu movimento literário, o que se percebe pela construção da narração, que é centrada no(a) A. ética militar para instruir os leitores. B. caráter subjetivo ao representar o guardião. C. moralidade cultural ao defender uma conduta. D. complacência dos oficiais ao aceitarem os castigos. E. descrição física para caracterizar a psique de Agostinho. 3OI8 Alternativa E Resolução: O Naturalismo segue o pensamento cientificista vigente na época e teve como influência teorias como a de Charles Darwin. Assim, o movimento estético atribui a causa das situações sociais a um determinismo biológico, expresso no excerto na caracterização de Amaro – como um “selvagem”, identificado assim por seus trejeitos. Logo, sua personalidade – e sua ocupação – é definida pela sua compleição e procedência, “tipo de caboclo nascido no Amazonas”, o que está corretamente indicado na alternativa E. A alternativa A é incorreta, pois a ética militar, no fragmento, não é exaltada como um pensamento da época com o qual se coaduna. A alternativa B é incorreta, pois se representa Amaro objetivamente, sem espaço para a expressão de sua subjetividade. A alternativa C é incorreta, pois não há menção à moral nem ao capital cultural da personagem. A alternativa D é incorreta, pois o oficial Amaro é descrito de maneira animalizada, e não complacente. QUESTÃO 10 O africano e o poeta No canto tristonho Do pobre cativo Que elevo furtivo, Da lua ao clarão; Na lágrima ardente Que escalda-me o rosto, De imenso desgosto Silente expressão; Quem pensa? – O poeta Que os carmes sentidos Concerta aos gemidos De seu coração. – Deixei bem criança Meu pátrio valado, Meu ninho embalado da Líbia no ardor: Mas esta saudade Que em túmido anseio Lacera-me o seio Sulcado de dor, Quem sente? – O poeta Que o elísio descerra; Que vive na terra De místico amor! [...] AMÁLIA, N. O africano e o poeta. In: ______. Nebulosas. Rio de Janeiro: Gradiva. 2. ed. 2017. Narcisa Amália foi jornalista, professora e poeta no final do século XIX, e sua obra a inseriu na tradição condoreira do Romantismo brasileiro. O fragmento desse poema estabelece relações com o contexto de sua produção, pois apresenta um eu lírico que VSO3 LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A. lamenta a condição social do escravo. B. sofre devido ao exílio da sua terra natal. C. busca a evasão da sua condição de cativo. D. reconhece a dimensão misteriosa do amor. E. encontra na natureza o eco de seus anseios. Alternativa A Resolução: A Terceira Geração do Romantismo brasileiro, assim como a primeira, buscava a identidade nacional, no entanto, considerando a questão da identidade negra e da condição do escravo na sociedade brasileira. A produção dessa época foi muito marcada pela consciência social e por manifestações abolicionistas. No poema “O africano e o poeta”, Narcisa Amália denuncia a condição do escravo, “pobre cativo”, destacando seu sofrimento por ter sido removido do seu país de origem. Amália também faz referência ao papel social do poeta frente às injustiças por ele observadas. Assim, a alternativa A está correta. A alternativa B está incorreta porque a condição de exilado é vivida pelo escravo, figura que dialoga com o eu lírico; além disso, o exílio foi explorado pelos poetas da primeira geração do Romantismo, não da terceira. A alternativa C está incorreta porque o eu lírico se apresenta consciente com relação ao encarceramento dos escravos. A alternativa D está incorreta porque o “místico amor” a que se refere o eu lírico é a condição do poeta de homem livre e, portanto, capaz de agir perante o desrespeito que testemunha. Já a alternativa E está incorreta porque o eu lírico de Amália se volta para questões flagrantes da sociedade e para as relações humanas; a natureza, protagonista dos poemas da primeira geração, agora se faz notar apenas pelo luar que adentra a cela do cativo. QUESTÃO 11 Animal não é brinquedo. Sente fome, frio e medo. Por isso, não pode ser descartado e deixado à própria sorte nas ruas. Quando você leva um animal para sua casa, a responsabilidade pela vida – e qualidade de vida – dele é sua. Disponível em: <http://centervet1.blogspot.com>. Acesso em: 04 out. 2018. [Fragmento] O elemento de coesão que traduz a coerência entre o slogan da campanha e o parágrafo seguinte apresenta a ideia de A. causa. B. conclusão. C. explicação. D. conformidade. E. consequência. Alternativa B Resolução: O elemento “Por isso” estabelece a coesão entre o slogan da campanha publicitária e o parágrafo seguinte, conferindo a ideia de conclusão, ou seja, explicando, conclusivamente, o porquê de os animais não poderem ser descartados como brinquedos. A alternativa que aponta esse entendimento é a B. As alternativas A, C, D e E não procedem, pois a ideia traduzida pelo elemento coesivo não é de causa, explicação, conformidade ou consequência. N53O QUESTÃO 12 Andar rápido, torcer para o sinal abrir logo para atravessar, correr do ponto de ônibus até em casa. Atitudes comuns a muitas mulheres que têm medo de andar sozinhas levaram à criação do movimento “Vamos juntas?”, uma espécie de convite à união de desconhecidas contra a insegurança das grandes cidades. Entre as mais de 90 mil pessoas que curtiram a página do Facebook em duas semanas, são muitos os relatos de moradores do Rio de Janeiro buscando e oferecendo companhia para momentos que consideram perigosos. A ideia surgiu no Rio Grande do Sul, quando Babi Souza, de 24 anos, percebeu como era reconfortante encontrar outra pessoa do mesmo sexo em situações de risco. Além de aumentar a segurança, a estratégia também acaba criando amizades. O próximo passo do “Vamos Juntas?” é a criação de uma plataforma para unir mulheres que estejam próximas e desejem companhia. SOUZA, E. Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 22 ago. 2018. [Fragmento] A reportagem anterior apresenta um movimento social cujo objetivo é A. auxiliar mulheres em situações de insegurança. B. oferecer treinamento de autodefesa para mulheres. C. orientar as mulheres sobre o que fazer em situações de risco. D. criar uma plataforma digital de debates de assuntos femininos. E. funcionar como uma rede de relacionamento para novas amizades. Alternativa A Resolução: O movimento “Vamos juntas?”, como descrito no texto, surgiu da sensação de insegurança que muitas mulheres sentem ao andar sozinhas na rua. A proposta do movimento é que as mulheres se unam e auxiliem umas às outras para enfrentar, juntas, esses momentos, criando uma rede de solidariedade. Está correta, portanto, a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois o movimento não oferece treinamento de autodefesa para mulheres, mas consiste apenas numa rede de solidariedade. A alternativa C está incorreta, pois não é objetivo do movimento orientar as mulheres sobre o que fazer em situações de risco, mas sim ajudar umas às outras nesses momentos – o que, claro, pode ocorrer por meio de dicas sobre comportamento em determinadas situações, mas não exclusivamente. A alternativa D está incorreta, pois embora o movimento tenha como objetivo criar uma plataforma digital, seu intuito não é debater assuntos femininos de modo geral, mas sim auxiliar mulheres que estejam próximas e precisam de companhia a se encontrarem. A alternativa E está incorreta, pois não é objetivo do movimento ser uma rede de relacionamento para novas amizades; estas podem ser, sim, consequência das situações de ajuda mútua em que as mulheres se encontram. Q1DOENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 13 “Meu computador e meu notebook são atualizados e eficientes, mas não me importa que em algumas semanas estejam superados, desde que funcionem bem.” LUFT, Lya. “A maior ironia”. Veja, 16 fev. 2011 (Fragmento). No fragmento do texto de Lya Luft, a utilização da conjunção grifada estabelece uma relação semântica equivocada entre as orações. Para estabelecer uma relação de sentido adequada, a conjunção deveria ser substituída por A. portanto, que expressa conclusão. B. pois, que expressa justificativa. C. e, que expressa adição. D. embora, que expressa concessão. E. já que, que expressa causa. Alternativa C Resolução: A conjunção “mas” usada isoladamente transmite sentido de oposição ou quebra de expectativa, como em “Meu computador é novo, mas não funciona”. No texto em análise, porém, não se identifica essa noção, já que “não me importa que em algumas semanas estejam superados” não se opõe à oração anterior, “Meu computador e meu notebook são atualizados e eficientes”. O que há, na verdade, é uma noção de adição, que poderia ser representada linguisticamente pela conjunção “e”, conforme aponta a alternativa C. As demais alternativas estão incorretas porque apontam para relações de sentido inexistentes entre as orações. QUESTÃO 14 O tenente Antônio de Sousa era um desses moços que se gabam de não crer em nada, que zombam das coisas mais sérias e riem dos santos e dos milagres. [...] – Quereis saber uma coisa? Filho meu não frequentaria esses colégios e academias onde só se aprende o desrespeito à religião. Em Belém, parece que todas as crenças velhas vão pela água abaixo. A tal civilização tem acabado com tudo que tínhamos de bom. A mocidade imprudente e leviana afasta-se dos princípios que os pais lhe incutiram no berço, lisonjeando-se duma falsa ciência que nada explica, e a que, mais acertadamente, se chamaria charlatanismo. Os maus livros, os livros novos, cheios de mentiras, são devorados avidamente. As coisas sagradas, os mistérios são cobertos de motejos, e, em uma palavra, a mocidade hoje, como o tenente Sousa, proclama alto que não crê no diabo (salvo seja, que lá me escapou a palavra!), nem nos agouros, nem nas feiticeiras, nem nos milagres. É de se levantarem as mãos para os céus, pedindo a Deus que não nos confunda com tais ímpios! SOUSA, I. A feiticeira. In: NEMO, A. O grande livro dos melhores contos. v. 2. Tacet Books, 2020. [Fragmento adaptado] No fragmento do conto naturalista de Inglês de Souza, publicado em 1893, há uma questão social, presente na época e verificável nos dias atuais, que é explicitada pela fala da personagem, a qual se baseia na J8ZO BC5I A. valorização do conhecimento científico. B. crítica à qualidade educacional do país. C. desinformação característica da juventude. D. antipatia pelas mudanças das novas gerações. E. manipulação dos jovens por práticas enganosas. Alternativa D Resolução: O tenente, em sua fala, maldiz o conhecimento dos mais novos (as novas gerações), que, ao frequentarem colégios e academias, ou seja, ao terem contato com o conhecimento científico, apresentariam uma postura mais cética diante da vida, por isso está correta a alternativa D. A alternativa A é incorreta, pois o fragmento apresenta um ataque ao conhecimento científico, como se ele destruísse a fé, e não uma exaltação. A alternativa B é incorreta, pois a personagem não critica a educação em si, mas as instituições educacionais que, na sua visão, promovem o pensamento abstrato em seus alunos. A alternativa C é incorreta, pois o problema do tenente não é que os jovens não conheçam os símbolos de fé, mas que não acreditem neles. A alternativa E é incorreta, pois não há, de fato, manipulação das pessoas – sendo esse apenas o preconceito representado na fala da personagem. QUESTÃO 15 O Cervo doente Um Cervo doente e incapaz de andar, repousava quieto em um pequeno pedaço de pasto fresco. E aqueles que se diziam seus amigos, então vieram em grande número para saber de sua saúde. E cada um deles que estava ali para visita, servia-se à vontade da escassa grama daquele reduzido pasto, que lá estava para seu próprio sustento. Assim ele morreu, não da doença da qual padecia, mas por falta de alimento, uma vez que não podia caminhar para ir buscar em outro lugar. ESOPO. Fábulas de Esopo. Disponível em: <www.sitededicas.com.br>. Acesso em: 2 ago. 2020 (Adaptação). As fábulas apresentam como característica a transmissão de uma mensagem moral. Na narrativa de “O Cervo doente”, a finalidade pedagógica é apontar que a A. fome desmedida leva ao óbito. B. amizade egoísta gera infortúnios. C. mentira influencia os vulneráveis. D. condição enferma afasta as pessoas. E. vida solitária garante os provimentos. Alternativa B Resolução: A moral da fábula – traço do gênero literário – é extraída da seguinte narrativa: os amigos do cervo doente se aproximam deste por preocupação, mas só pensam em si mesmos, o que é expresso pelo comer do pasto; ao final, isso traz um revés – a fome que leva à morte – para o cervo que precisava de apoio. Por isso, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois a fome é apresentada como uma metáfora para a realidade. 83XQ LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa C está incorreta, pois os amigos não enganam o Cervo, mas agem apenas pensando em si. A alternativa D está incorreta, pois a enfermidade não afasta os que se diziam amigos da personagem, pelo contrário. A alternativa E está incorreta, pois não é a solidão que garante os provimentos, mas, nessa fábula, o pensamento coletivo. QUESTÃO 16 Umas férias Houve um movimento geral de cabeças na direção da porta do corredor, por onde devia entrar a pessoa desconhecida. Éramos não sei quantos meninos na escola. Não tardou que aparecesse uma figura rude, tez queimada, cabelos compridos, sem sinal de pente, a roupa amarrotada, não me lembra bem a cor nem a fazenda, mas provavelmente era brim pardo. Todos ficaram esperando o que vinha dizer o homem, eu mais que ninguém, porque ele era meu tio, roceiro, morador em Guaratiba. Chamava-se tio Zeca. Tio Zeca foi ao mestre e falou-lhe baixo. O mestre fê-lo sentar, olhou para mim, e creio que lhe perguntou alguma cousa, porque tio Zeca entrou a falar demorado, muito explicativo. O mestre insistiu, ele respondeu, até que o mestre, voltando-se para mim, disse alto: – Sr. José Martins, pode sair. ASSIS, M. Obra completa. v. 2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. [Fragmento] O fragmento do conto, publicado em 1906, desenvolve-se de acordo com as características do Realismo, pois apresenta A. temática rural. B. descrição objetiva. C. estereótipos sociais. D. linguagem rebuscada. E. personagem narrador. Alternativa B Resolução: A narrativa do período realista, tal qual o fragmento de Machado de Assis, tem como característica a descrição objetiva, e não exaustiva, em contraste com o período romântico. No excerto, a descrição se detém nas ações de maneira pontual, caracterizando por meio de elementos visíveis (objetivos) a figura do tio. Está correta, portanto, a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois a cena se passa em uma escola, e não há nada que diga que seja em contexto rural. A alternativa C está incorreta, pois há uma descrição sob a visão do narrador, um menino, de um parente seu, mas não uma estereotipia – como ocorreu com as personagens indígenas no Romantismo. A alternativa D está incorreta, pois a linguagem não é rebuscada, pelo contrário, é direta e coloquial, ainda que de acordo com a variante padrão. A alternativa E está incorreta, pois a existência de um personagem que seja também narrador não é uma especificidade do período. QUESTÃO 17 TEXTO I Advérbio é a palavra que: • é invariávelmorfologicamente, ou seja, não apresenta flexão de gênero, número, modo, etc.; PØ2Ø H48V • semanticamente expressa uma circunstância (lugar, tempo, modo, dúvida, certeza etc.); • sintaticamente modifica um verbo, um adjetivo, um outro advérbio ou toda uma afirmação expressa em uma frase. MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 1999. TEXTO II Solar Minha mãe cozinhava exatamente: arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas. Mas cantava. PRADO, Adélia. O coração disparado. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987. No trecho “cozinhava exatamente”, do Texto II, o advérbio “exatamente” expressa, em relação à forma verbal cozinhava, uma circunstância de A. modo. B. intensidade. C. comparação. D. finalidade. E. concessão. Alternativa A Resolução: No trecho, o advérbio “exatamente” expressa como a mãe cozinhava, ou seja, “de maneira ou modo exato”. Semanticamente, esse termo busca transmitir uma definição precisa dos alimentos que estavam sendo cozinhados. Por isso, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque não há uma intensificação – para mais nem para menos – do que está sendo cozinhado. A alternativa C está incorreta porque o advérbio não sugere uma comparação entre termos. A alternativa D está incorreta porque não aponta para o fim, o intuito da ação de cozinhar. Por último, a alternativa E está incorreta porque não há no trecho noção de concessão, em que se concede, abre-se mão de algo. QUESTÃO 18 O agregado e o operário Sou matuto do Nordeste, Criado dentro da mata. Caboclo cabra da peste, Poeta cabeça-chata. Por ser poeta roceiro, Eu sempre fui companheiro Da dor, da mágoa e do pranto. [...] Sou amigo do operário Que ganha um pobre salário, E do mendigo indigente. E canto com emoção O meu querido sertão 99EQ ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO E a vida de sua gente. [...] Eu procuro defender, No meu modesto poema, Que a santa verdade encerra, Os camponeses sem terra Que os céus desse Brasil cobre, E as famílias da cidade Que sofrem necessidade, Morando no bairro pobre. Vão no mesmo itinerário, Sofrendo a mesma opressão. Na cidade, o operário; E o camponês, no sertão. Embora, um do outro ausente, O que um sente, o outro sente. Se queimam na mesma brasa E vivem na mesma guerra: Os agregados, sem terra; E os operários, sem casa. ASSARÉ, Patativa do. Ispinho e fulô. São Paulo: Hedra, 2005. A literatura, entendida como um discurso social, insere-se em uma rede complexa de deslocamentos e utilizações variadas, apresentando, assim, inúmeras facetas e funções. O fragmento do poema “O agregado e o operário”, de Patativa do Assaré, é um exemplo de uma das utilizações do texto literário. No caso de Patativa do Assaré, percebe-se que há, explicitamente, a escrita com função A. catártica, ou seja, de purificar a alma do leitor por meio de forte descarga emocional. B. evasiva, ou seja, de levar o leitor ao distanciamento e à fuga da realidade. C. social, ou seja, de conscientizar o leitor por meio da denúncia de situações de conflito. D. emotiva, ou seja, de promover o prazer ao leitor por meio de experiências sensoriais. E. distrativa, ou seja, de conduzir o leitor ao campo da imaginação para representar o real. Alternativa C Resolução: Os versos de Patativa do Assaré, como é característico na obra do autor, trazem fortes críticas ao abandono do povo sertanejo pelo poder público, temática recorrente na literatura de cordel. Em “O agregado e operário”, versos que comprovam isso são: “Sou matuto do Nordeste,”, “Poeta cabeça-chata / Por ser poeta roceiro,”, “Sou amigo do operário”, “E canto com emoção / O meu querido sertão”, “Eu procuro defender”. “Os camponeses sem terra”, entre todos os demais. Nessas passagens, o eu lírico do poeta se posiciona entre povo oprimido e se orgulha de seu passado, de sua terra e de seus companheiros. Essa postura reitera a função social da literatura, que se presta a conscientizar os leitores do mundo em que eles vivem, que pode ser tão diferente, mas tão igual, tão local, mas tão global, já que não é necessário ocupar o lugar de um sertanejo, de um operário ou de um sem terra para ter ciência de algumas das dificuldades enfrentadas por esse estrato da sociedade. Por isso, está correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta porque, embora íntimo, o texto em pauta não carrega intentos místicos de limpeza do espírito dos leitores, mas sim de documentação de uma realidade. A alternativa B está incorreta, porque o texto não se propõe a um objetivo escapista. A alternativa D está incorreta porque o texto, embora possa levar a reflexões fruitivas, não se estrutura por linguagem sinestésica. Finalmente a alternativa E está incorreta porque o texto busca o oposto de distrair: trazer o foco para a realidade – sem usar da imaginação, mas sim de um retrato real. QUESTÃO 19 Recreios campestres na companhia de Marília Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre as flores? Vê como ali beijando-se os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta em planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores! Naquele arbusto o rouxinol suspira, Ora nas folhas a abelhinha para, Ora nos ares sussurrando gira Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais tristeza que a morte me causara. BOCAGE, M. M. Obras de Bocage. Porto: Lello & Irmão, 1968. p. 152. A evocação de um cenário idílico, no qual fauna e flora criam uma imagem de harmonia e beleza absolutas, é típica das produções poéticas árcades. Nos versos do português Bocage, essa característica é comprovada porque A. os elementos do campo são responsáveis pela condição apaixonada do eu lírico e pela reciprocidade de sua amada. B. o ambiente bucólico é compreendido com uma paisagem de múltiplas belezas diretamente relacionadas à visão da amada. C. os animais e as plantas aparecem personificados e transformam o ambiente natural em um cenário de sonhos. D. a natureza é vista como esconderijo para a vivência dos amores interditos pelas ambições e máscaras do mundo urbano. E. o mundo natural traz em si tamanha perfeição que se torna superior ao desejo do eu lírico de se aproximar da mulher amada. VBBK LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa B Resolução: O soneto associa a beleza de um ambiente bucólico à visão da amada, a verdadeira razão do regozijo do eu lírico, em conformidade com a estética poética árcade. Somente por amá-la e vê-la ele é capaz de encontrar tantas belezas na natureza. Trechos que comprovam a resposta são: “Olha, Marília, as flautas dos pastores”, “Olha o Tejo a sorrir-se [...]”, “As vagas borboletas de mil cores!”, “Naquele arbusto o rouxinol suspira”, “Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira, / Mais tristeza que a morte me causara”. Assim, a alternativa correta é a B. A alternativa A está incorreta porque não são os elementos do campo que condicionam o amor do eu lírico; na verdade, é o contrário: o amor que sente faz com que veja beleza no campo. Além disso, no texto, não há indícios da reciprocidade do amor. A alternativa C está incorreta porque, no texto, o que comprova a estética árcade é a associação da personificação dos animais e da descrição do ambiente idílico à visão da amada e ao amor sentido pelo eu lírico, não apenas a existência desses fatores. A alternativa D está incorreta porque o ambiente campestre no soneto não denota um esconderijo dos sentimentos artificiais da cidade, mesmo que o conceito de Fugere urbem seja comum aos textos árcades. As belezas naturais são, antes, um reflexo do estado de espírito do eu lírico: a natureza é bela porque sua amada é bela. Por fim,a alternativa E está incorreta porque beleza da natureza não é considerada pelo eu lírico como superior à da amada ou à vontade de estar perto dela; na verdade, é o contrário. QUESTÃO 20 Explosão de estrela distante pode ter desencadeado extinção em massa na Terra Ao longo da história da Terra, cinco eventos de extinção em massa eliminaram, em um curto espaço de tempo, a maioria de todos os seres vivos que existiam no planeta – abrindo espaço para novas espécies evoluírem e ocuparem os nichos ecológicos esvaziados. Desses eventos, um bem pouco conhecido aconteceu há 359 milhões de anos, em um período chamado Devoniano Superior. Mas, nesse caso, ninguém sabe ao certo o que causou a matança em massa. Agora, uma nova pesquisa identificou uma inédita (e intrigante) suspeita: a explosão de uma estrela muito distante da Terra. Segundo os autores, uma supernova (ou várias delas) que ocorreu a 65 anos-luz da Terra pode ter sido responsável por destruir parte da nossa camada de ozônio e deixado o planeta vulnerável à radiação. É a primeira vez que cientistas sugerem que a morte de uma estrela possa ter tido influência direta na vida na Terra, especialmente em um evento de extinção em massa. “A mensagem que fica de nosso estudo é que a vida na Terra não existe isoladamente”, diz Fields – um dos autores da teoria. CARBINATTO, B. Disponível em: <https://super.abril.com.br>. Acesso em: 30 ago. 2020 (Adaptação). B618 Considerando que o texto se caracteriza como uma reportagem, para apresentar as causas da extinção em massa no período Devoniano Superior, o autor recorre à estratégia discursiva de A. enfatizar a importância da descoberta. B. explicitar a falta de conclusões dos cientistas. C. defender sua opinião questionando os dados. D. abordar as ideias dos responsáveis pelo estudo. E. descrever os acontecimentos do período histórico. Alternativa D Resolução: o articulista, ao tratar de um assunto que ainda não tem confirmação científica, recorre a uma hipótese – que constitui sua tese –, embasada na perspectiva de especialistas, por isso ele se limita a expor as ideias apresentadas no estudo, o que está indicado na alternativa D. A alternativa A está incorreta, pois a reportagem não atribui grau algum de importância à descoberta, que ainda não foi comprovada. A alternativa B está incorreta, pois a ausência de conclusões é o ponto de partida da discussão, o que também não configura uma estratégia discursiva. A alternativa C está incorreta, pois o gênero reportagem não apresenta um ponto de vista, mas informações sobre um assunto. A alternativa E está incorreta, pois a descrição do período Devoniano Superior apenas contextualiza o leitor, mas não compõe a argumentação do autor. QUESTÃO 21 – Puxe mais um chorado na viola, compadre – Mano, espermente um golinho de cachaça ardosa pra tomar sustança – Então abram roda BOPP, R. Cobra Norato. 22. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004. Cobra Norato reconta a lenda amazônica de uma índia que engravida do Cobra Grande ao se banhar entre o rio Amazonas e o Trombetas. Nos versos de Raul Bopp, o vocabulário empregado pelas personagens é um registro que reflete a A. verossimilhança da fala do grupo em questão. B. decadência da cultura originária da Amazônia. C. ausência de instrução formal entre os falantes. D. objetividade do falar informal em vez do formal. E. valorização de diversas variantes do português. Alternativa A Resolução: O autor, ao empregar um vocabulário marcado por aspectos regionais, busca ser fiel à variante linguística que retrata em seu texto, como aponta corretamente a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque o texto não expõe uma suposta decadência da cultura amazônica; na verdade, o poema de Raul Bopp a enaltece. A alternativa C está incorreta porque somente pelos versos expostos não se pode inferir a escolaridade das personagens, já que mesmo pessoas com alto grau de instrução podem, ainda assim, empregar linguagem informal em seu dia a dia. A alternativa D está incorreta porque a linguagem informal IT62 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO não é mais nem menos objetiva que a formal, já que ambas são variantes de uma mesma língua empregadas em contextos diferentes. Por fim, a alternativa E está incorreta porque o poema de Raul Bopp valoriza somente uma variante em seu texto. QUESTÃO 22 TEXTO I ALMEIDA JÚNIOR. Recado difícil. 1895. Pintura, 139 × 79 cm. Acervo do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. TEXTO II O rapaz aproximou-se das grades de cedro polido que o separavam do comerciante. Era de vinte anos, tipo do Norte, franzino, amorenado, pescoço estreito, cabelos crespos e olhos vivos e penetrantes se bem que alterados por um leve estrabismo. Vestia casimira clara, tinha um alfinete de esmeralda na camisa, um brilhante na mão esquerda e uma grossa cadeia de ouro sobre o ventre. Os pés, coagidos em apertados sapatinhos de verniz, desapareciam-lhe casquilhamente nas amplas bainhas da calça. AZEVEDO, A. Casa de pensão. Disponível em: <www.dominiopublico. gov.br>. Acesso em: 31 ago. 2020. [Fragmento] Considerando que o quadro de Almeida Júnior e a prosa de Aluísio Azevedo pertencem ao Realismo, as obras utilizam, como recurso para formatar as mensagens por elas dimensionadas, a A. diminuição da importância do cenário pelo olhar objetivo. B. representação da sociedade da época de maneira sintética. C. abordagem da vida nas cidades através de cenas cotidianas. D. exploração da indumentária das personagens como distinção social. E. citação das situações de vulnerabilidade pela desigualdade econômica. C4PQ Alternativa D Resolução: A descrição realista é objetiva e explora os elementos visíveis e palpáveis para representar a realidade e apresentar sua crítica social. Tanto no quadro quanto no fragmento da prosa, percebe-se este elemento através do enfoque dado às roupas, que revelam a classe social das figuras humanas – a mulher e o menino do quadro, e o rapaz da prosa. Dessa forma, está correta a alternativa D. A alternativa A está incorreta, pois não há correlação entre o olhar objetivo e a não descrição do cenário; pelo contrário, no quadro, a caracterização da casa é importante na construção do sentido. A alternativa B está incorreta, pois a objetividade da estética realista não significa uma expressão sintética, resumida em poucas palavras, mas sim objetiva, opondo-se a um retrato idealizado. A alternativa C está incorreta, pois as obras em análise não dão centralidade à vida nas cidades em geral, e, sobretudo, porque elas dão destaque a eventos específicos, e não cotidianos. A alternativa E está incorreta, pois não se pode inferir vulnerabilidade oriunda da desigualdade social nos textos; além disso, o texto II emprega o recurso da citação para listar características, roupas e acessórios da personagem, e não as situações de vulnerabilidade. QUESTÃO 23 TEXTO I Quadrilha João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. ANDRADE, C. D. Quadrilha. In: ______. Alguma poesia. 1930. TEXTO II JOÃO: Olho Teresa. Vejo-a sentada aqui a meu lado, a poucos centímetros de mim. A poucos centímetros, muitos quilômetros. Por que essa impressão de que precisaria de quilômetros para medir a distância, o afastamento em que a vejo neste momento? RAIMUNDO: Maria era a praia que eu frequentava certas manhãs. Meus gestos indispensáveis que se cumpriam a um ar tão absolutamente livre que ele mesmo determina seus limites, meus gestos simplificados diante de extensões de que uma luz geral aboliu todos os segredos. JOAQUIM: O amor comeu meunome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome. MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. [Fragmento] 58VL LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Entre esses textos literários há intertextualidade. O texto II se vale das relações estabelecidas no texto I para fazer uma alusão que propõe A. apresentar uma óptica social dos sujeitos do relato. B. aprofundar o aspecto subjetivo do drama amoroso. C. quebrar estereótipos a respeito do amor platônico. D. explorar os desdobramentos sequenciais do conto. E. denunciar a superficialidade entre as personagens. Alternativa B Resolução: O poema de João Cabral de Melo Neto faz alusão às personagens da notória “Quadrilha”, de Drummond. No poema, são apresentadas as personagens João, Raimundo e Joaquim, todas sofrendo por amores não correspondidos. Enquanto o poema de Drummond se vale de uma perspectiva externa às personagens, Neto explora a perspectiva individual dessas relações amorosas. As confissões das personagens possuem intensa carga emocional, evidenciando o aspecto dramático por trás das desilusões amorosas. Portanto, a alternativa B está correta. A alternativa A está incorreta, pois a perspectiva social, ainda que superficial, está presente somente no texto I, que apresenta uma leitura externa desses sujeitos. A alternativa C está incorreta, pois o texto II se limita a abordar o psicológico das três personagens, sem propor uma leitura diferente do amor não correspondido. A alternativa D está incorreta, pois o fragmento se inicia do mesmo ponto no qual se inicia a “Quadrilha”, apresentando, porém, uma perspectiva diferente. Por fim, a alternativa E está incorreta, porque Neto procura explorar as questões subjetivas por trás do enredo de Drummond, sem sugerir que alguma personagem seja superficial. QUESTÃO 24 BOTTICELLI, S. O nascimento de Vênus, 1485. Têmpera sobre tela, 172,5 × 278,5 cm. Acervo da Galleria degli Uffizi, Florença. No famoso quadro de Botticelli, pertencente ao período renascentista, a presença de personagens mitológicas tem como finalidade A. valorizar a crença religiosa das civilizações antigas. B. recuperar os valores clássicos na construção estética. C. atestar as referências plurais nas representações imagéticas. D. expressar uma estética harmônica através da beleza sobrenatural. E. personificar os elementos naturais através de abordagem histórica. KNU1 Alternativa B Resolução: No quadro de Botticelli, a presença de personagens da mitologia grega reforça o recurso estilístico para representar a estética do século XV, sem, com isso, empregar a mesma função e significado social nas sociedades clássicas. Portanto, tem valor figurativo, simbolizando a valorização da arte do período clássico, o que está corretamente exposto na alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois, no Renascimento, o papel religioso não é dado às figuras mitológicas, utilizadas enquanto elementos de composição estética. A alternativa C está incorreta, pois a recorrência das figuras mitológicas aponta que, ao contrário da pluralidade, o que se verifica são referências culturais bem demarcadas. A alternativa D está incorreta, pois a harmonia está representada em toda a obra, não apenas nas figuras mitológicas; além do mais, não há intuito de retratar o sobrenatural. A alternativa E está incorreta, pois não há na obra uma perspectiva histórica, mas sim estética. QUESTÃO 25 Saudade branca Que tens, mimosa saudade? Assim branca quem te fez? Quem te pôs tão desmaiada, Minha flor? Que palidez!... [...] Quem sabe... (Oh! meu Deus não seja, Não seja esta ideia vã!) Se em ti não foi transformada A alma de minha irmã?! “Minha alma é toda saudades; De saudades morrerei” – Disse-me, quando a minh’alma Em saudades lhe deixei: E agora esta saudade Tão triste e pálida... assim Como a saudade que geme Por ela dentro de mim!... [...] RABELO, L. A saudade branca. In: ______. Poesias Completas. Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2003. A saudade é tema recorrente na poesia e se apresenta sob várias nuances. No poema de Laurindo Rabelo, essa temática se atualiza no complexo psicológico que representou a segunda geração romântica, revelando um eu lírico que 65I3 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A. exalta as belezas vistas na natureza. B. busca consolo pela distância da pátria. C. está inundado pela presença da morte. D. sofre pela ausência do amor romântico. E. recorre a elementos da sua religiosidade. Alternativa C Resolução: O poema “A saudade branca”, de Laurindo Rabelo, foi escrito na ocasião da morte da sua irmã e representa bem a segunda geração do Romantismo, cuja expressão emotiva torna difícil desvincular obra literária e biografia. Desse modo, o eu lírico está em luto e apresenta, em um diálogo com a flor saudade, diversas referências à morte, sendo a flor branca uma metáfora para o cadáver de sua irmã. A segunda geração de românticos é notória pela melancolia e pela estreita relação com a morte, portanto, a alternativa C está correta. A alternativa A está incorreta porque a natureza aparece apenas como um reforço aos sentimentos do eu lírico. A alternativa B está incorreta porque a saudade do eu lírico se volta para a perda de um ente querido; além disso o saudosismo relacionado à pátria está tipicamente associado à primeira geração romântica. A alternativa D está incorreta porque o eu lírico reconhece na flor saudade a figura de sua irmã, representando o amor fraterno. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque a menção ao deus cristão no poema surge na forma de um lamento. O uso corriqueiro da expressão “Oh, meu Deus!” não denota necessariamente fundamentação religiosa. QUESTÃO 26 Disse o revisor, Sim, o nome deste sinal é deleatur. Usamo-lo quando precisamos suprimir e apagar, a própria palavra que está a dizer, e tanto vale para letras soltas como para palavras completas, Lembra-me uma cobra que se tivesse arrependido no momento de morder a cauda, Bem observado, senhor doutor, realmente, por muito agarrados que estejamos à vida, até uma serpente hesitaria diante da eternidade, Faça-me aí o desenho, mas devagar, É facílimo basta apanhar-lhe o jeito, quem olhar distraidamente cuidará que a mão vai traçar o terrível círculo, mas não, repare que não rematei o movimento aqui onde o tinha começado, passei-lhe ao lado, por dentro, e agora vou continuar para baixo até cortar a parte inferior da curva, afinal o que parece mesmo é a letra Q maiúscula, nada mais, Que pena, um desenho que prometia tanto... SARAMAGO, J. História do Cerco de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. [Fragmento] Nesse fragmento, predomina a função metalinguística da linguagem, porque há A. apresentação de sons próprios da língua. B. abordagem da construção da própria obra. C. definição de termos e expressões linguísticas. D. exemplificação de regras gramaticais do idioma. E. descrição da forma e do uso de um sinal gráfico. LKIJ Alternativa E Resolução: As duas personagens aparentam estar em uma aula em que uma descreve à outra como grafar o deleatur, um sinal gráfico usado no trabalho de revisão textual, especificando quando e por quem ele é usado. Logo, está correta a alternativa E, já que o texto usa o código linguístico para descrevê-lo. A alternativa A está incorreta, pois é apresentado um sinal gráfico da língua, e não fonético. A alternativa B está incorreta, pois a construção da obra não é pauta do diálogo, mas a construção do elemento gráfico, que aproxima-se da letra grega teta, no texto chamado de deleatur. A alternativa C está incorreta,pois ainda que haja apontamento do uso e descrição da forma, não são definidos termos e expressões, mas um sinal único da língua. A alternativa D está incorreta, pois são exemplificadas regras de uso de um sinal, não da gramática da língua. QUESTÃO 27 Médica é picada por cobra no MT e tem 70% das vias aéreas afetadas A médica Dieynne Saugo, conhecida nas redes sociais como “Dra. Fit”, teve 70% das vias aéreas comprometidas pelo inchaço decorrente das picadas de uma cobra jararaca. Ela foi atacada pela serpente enquanto nadava embaixo de uma cachoeira em Nobres, a 150 quilômetros de Cuiabá, no último domingo (30). O quadro de saúde foi compartilhado ontem pela família nas redes sociais da médica, que conta com mais de 150 mil seguidores. Um amigo ouvido pelo UOL e que preferiu não se identificar relatou que Dieynne “ainda está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas que o quadro clínico vem melhorando”. A médica passou ontem por uma traqueostomia – procedimento que faz uma abertura na traqueia para auxiliar na respiração – em razão do comprometimento das vias aéreas. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br>. Acesso em: 2 set. 2020. [Fragmento] No fragmento da notícia, a fim de cumprir seu objetivo e construir um fio condutor de sentido, o autor utiliza-se de um(a) A. sensacionalismo da história. B. descrição do fato com detalhes. C. depoimento de amigo da vítima. D. progressão encadeada das ideias. E. posicionamento sobre os eventos. Alternativa D Resolução: A notícia, como um gênero que tem por objetivo informar, encadeia progressivamente as informações que constroem o sentido do texto – a complicação respiratória pelas picadas, o contexto do ataque, a publicização do estado de saúde, e o relato de seu estado de saúde atual. Por isso está correta a alternativa D. A alternativa A está incorreta, pois não há sensacionalismo ao narrar a história, posto que não explora o sofrimento da médica. A alternativa B está incorreta, pois a descrição dos eventos é objetiva, e não minuciosa. A alternativa C está incorreta, pois o depoimento do amigo complementa as informações, mas não é o que constrói o sentido do texto. 835L LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa E está incorreta, pois a imparcialidade é uma característica do gênero notícia, e não o fio condutor de sentido. QUESTÃO 28 Abril, no Rio, em 1970 Tudo começou quando o cara que sentou perto de mim na grama disse, olha só o cuspe do Gérson. Na hora eu não dei importância, eu tinha feito misérias para chegar até ali, mas a minha cabeça estava no jogo de domingo e eu não ligava as coisas umas com as outras. O jogo de domingo ia ser assistido pelo Jair da Rosa Pinto, técnico do Madureira, que já foi cracão do escrete, e uma coisa lá dentro me dizia, Zé, vai ser a chance da sua vida. Eu disse pra minha garota, que era datilógrafa da firma, não fico de contínuo nem mais um mês, disse também que o Jair da Rosa Pinto ia me ver no domingo, mas mulher é um bicho gozado, ela nem deu bola. Me larga, deixa eu te contar. Levantei da cama, expliquei, se eu jogar bem e o Jair da Rosa Pinto me levar para o Madureira, estou feito, ninguém me segura. FONSECA, R. Feliz ano novo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975. [Fragmento adaptado] No fragmento do conto de Rubem Fonseca, a opção pelo foco narrativo em primeira pessoa permite expor ao leitor a importância da partida de domingo por meio do(a) A. caráter fantasioso atribuído à história. B. diálogo entre as personagens da narrativa. C. explicitação da subjetividade da personagem. D. autoridade garantida pelo conhecimento técnico. E. representação de elementos conforme a realidade. Alternativa C Resolução: A ênfase na importância da partida se expressa não na informação sobre a presença do olheiro de futebol, mas na reação emotiva e eufórica do narrador, por isso está correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois a narrativa não tem caráter fantástico, tendo grande correlação com a realidade e a representação desta. A alternativa B está incorreta, pois os diálogos indiretos com outras personagens são cenas em que se expressa a animação do narrador. A alternativa D está incorreta, pois, como dito, a importância, na narrativa, é expressa pelas sensações do narrador, e não por um reconhecimento do valor de especialistas. A alternativa E está incorreta, pois, ainda que haja muitos elementos da realidade, não são eles que expõem ao leitor a importância da partida para o narrador. QUESTÃO 29 Disponível em: <https://jornalggn.com.br>. Acesso em: 2 set. 2020. Ø7BG SBIB Considerando a interação dos elementos verbais e visuais da charge, a crítica social presente garante o entendimento de que A. a ecologia privilegia as situações florestais. B. as reclamações alarmadas escondem a culpa. C. as pessoas ignoram a responsabilidade social. D. a desinformação promove as condutas criminosas. E. o desmatamento relaciona-se à mudança climática. Alternativa E Resolução: A personagem com o machado na mão – ferramenta para cortar árvores – reclama do calor e questiona a alta temperatura, ou seja, a mudança climática, e a imagem apresenta um campo desmatado provavelmente por ela mesma. Assim, infere-se que a ação de desmatar ocasiona a elevação de temperatura. Logo, a alternativa correta é a E. A alternativa A está incorreta, pois não é possível inferir que a ecologia não dê valor a outras pautas ambientais. A alternativa B está incorreta, pois a reclamação da personagem não visa omitir sua culpa pelo desmatamento, sim apontar para um comportamento contraditório e desinformado. A alternativa C está incorreta, pois a crítica é específica à questão ambiental, e não à responsabilidade das pessoas em geral. A alternativa D está incorreta, pois a fala do homem demonstra que ele não tem conhecimento sobre as mudanças climáticas, mas não é possível inferir seu conhecimento sobre a prática criminosa de desmatamento. QUESTÃO 30 Disponível em: <https://www.fedex.com>. Acesso em: 9 set. 2020. Nessa publicidade, de uma empresa de remessa expressa de correspondência, há uma tentativa de convencer o público pela linguagem não verbal. O objetivo do texto é A. garantir a qualidade dos produtos transportados. B. explorar o renome mundial da empresa anunciada. C. destacar a rapidez do serviço de entrega oferecido. D. convencer o consumidor pelos baixos preços cobrados. E. indicar a ausência de impostos em entregas internacionais. NXVK ENEM – SIMULADO EXCLUSIVO – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa C Resolução: A propaganda usa da linguagem não verbal para convencer o consumidor. Na imagem, observa-se um fragmento do mapa mundi no qual é possível visualizar parte dos continentes da África, Europa, Ásia e Oceania. Foram colocadas duas janelas, permitindo o envio imediato de um pacote entre pessoas metaforicamente distantes entre si. Por meio dessa imagem, a empresa sugere a eficácia e a rapidez do serviço oferecido, indicando que a entrega seria tão rápida quanto a situação ilustrada. Portanto, a alternativa C está correta. A alternativa A está incorreta, pois a disposição das janelas demonstra que a argumentação da propaganda se baseia na redução de distâncias, e não na qualidade dos produtos transportados, a qual não seria de responsabilidade da empresa anunciada. A alternativa B está incorreta, pois o nome da empresa não tem grande destaque na imagem, estando visível apenas no pacote trocado entre as pessoas e no canto inferior direito da imagem. A alternativa D está incorreta, pois não há menção sobre os valores cobrados para entregas internacionais na propaganda. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois apesar da facilidade e da rapidez de entrega, a empresa não faz promessas acerca dos valores relacionados aos seus serviços.
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