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1 SAÚDE E SOCIEDADE 2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Epidemiologia: estuda os diferentes fatores que intervêm na difusão e propagação de doenças, sua frequência, seu modo de distribuição, sua evolução e a colocação dos meios necessários à sua prevenção. →Estudo quantitativo →Permite ainda a avaliação da eficácia das intervenções realizadas no âmbito da saúde pública. →Se diferencia da clínica que tem por objetivo o estudo do processo saúde-doença, mas em termos individuais. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - 1950: observação de casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis e de seus contatos → Aplicações individuais e não coletivas - 1960: VE como um conjunto de atividades que permite conhecer o comportamento ou a história natural das doenças bem como, detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes → fornecimento de dados → Bases firmes para a prevenção e controle das doenças 1966-1973: Campanha de Erradicação da Varíola (CEV) – Primeira vez que o conceito de Vigilância Epidemiológica foi utilizado no Brasil. 1969: criação do sistema de notificação semanal de doenças selecionadas (doenças recorrentes) → As informações pertinentes são divulgadas pelo MS em boletins epidemiológicos quinzenais → consolidação de bases técnicas e operacionais para o desenvolvimento de ações de grande impacto no controle de doenças evitáveis por imunização (TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA) Principal êxito: controle da poliomielite 1975: Ministério da Saúde instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) – formalizado pela Lei 6.259 de 1975 e pelo Decreto 78.231, de 1976 → a notificação de doenças transmissíveis de maior relevância no país passa a ser obrigatória • Lei 6.259 de 1975: dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o programa Nacional de imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providencias. - 1990: Lei 8.080 institui o SUS → mantem o SNVE e conceitua a vigilância epidemiológica: “Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos” Fatores determinantes: “se não os têm, não tem saúde” Ex.: alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente Fatores condicionantes: podem condicionar uma saúde melhor Ex.: trabalho, renda, lazer, educação, acesso a bens e serviços essenciais, transporte Saúde: completo bem-estar físico, cultural, espiritual, emocional etc. Vigilância sanitária atualmente: - Fortalecimento dos sistemas municipais de vigilância epidemiológica → empoderamento do município - Autonomia técnica e gerencial para enfocar nos problemas de suas respectivas áreas - Recursos locais direcionados para atender, prioritariamente, às demandas pelas necessidades da área As ações executivas são inerentes ao nível municipal, e seu exercício exige conhecimento analítico da situação de saúde local. Pressupostos da municipalização: - Heterogeneidade do rol de doenças e agravos sob vigilância no nível municipal definidas pelo sistema nacional e estadual correspondente. ** Cada município pode incluir doenças na vigilância - Distintos graus de desenvolvimento técnico, administrativo e operacional dos sistemas locais - Incorporação gradativa de novas doenças e agravos aos diferentes níveis do sistema. ** incluindo doenças não transmissíveis - Fluxos de informações baseados no atendimento às necessidades do sistema local de saúde 2 SAÚDE E SOCIEDADE 2 - Construção de programas de controle localmente diferenciados O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica é coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, criada para agregar todas as ações de prevenção e controle de doenças na mesma estrutura, possibilitando uma abordagem mais integrada e eficaz. Secretaria de Vigilância em Saúde: - Trabalha para: promoção e disseminação da metodologia epidemiológica em todos os níveis de saúde do SUS - Objetiva: ESTABELECIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO e ANÁLISE que permitam o monitoramento do quadro sanitário do país e subsidiem a FORMULAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO e AVALIAÇÃO das ações de prevenção e controle das doenças e agravos, a definição de prioridades e a organização dos serviços e ações de saúde. Vigilância epidemiológica: não executa, apenas mostra como deve fazer. Cabe aos profissionais de saúde decidirem as ações. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES NOB – SUS/96 - Promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes → redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União - Município é o responsável imediato pelo atendimento das necessidades e demandas de saúde do seu povo → Item 14 da NOB-96: custeio das ações de epidemiologia e de controle de doenças Teto Financeiro de Epidemiologia e Controle de Doenças (TFECD): - São recursos da esfera federal destinados às ações de epidemiologia e controle de doenças não contidas no elenco de procedimentos do SIA/SUS e SIH/SUS - Os procedimentos a serem custeados com o TFECD é definido na comissão intergestora tripartite, aprovado pelo conselho nacional de saúde e formalizado em ato próprio do órgão específico do MS (Fundação Nacional de Saúde - FNS/MS) 14.1. Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo - Transferência de valores diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Estaduais e Municipais 14.2. Remuneração por Serviços Produzidos - Consiste no pagamento direto às SES e SMS, pelas ações de epidemiologia e controle de doenças → devem apresentar demonstrativo de atividades realizadas 14.3. Transferência por Convênio Consiste na transferência de recursos oriundos do órgão específico do MS (FNS/MS), por intermédio do Fundo Nacional de Saúde, mediante programação e critérios discutidos na CIT e aprovados pelo CNS, para: - Estímulo às atividades de epidemiologia e controle de doenças; - Custeio de operações especiais em epidemiologia e controle de doenças; - Financiamento de projetos de cooperação técnico-científica na área de epidemiologia e controle de doenças, quando encaminhados pela CIB (comissão intergestores bipartite). → Dado é diferente de informação Dado: qualquer elemento quantitativo ou qualitativo, desvinculado de referencial explicativo, que por si só não conduz ao entendimento da situação Informação: é o produto da análise dos dados obtidos devidamente registrados, classificados, organizados, relacionados e interpretados dentro de um contexto para gerar conhecimento conduzindo à melhor compreensão de fatos e situações Dados geram informação, que gera conhecimento e tomada de decisões, resultando em ação. 3 SAÚDE E SOCIEDADE 2 Tipos de dados utilizados pela vigilância: - Dados Demográficos, Ambientais e Socioeconômicos: permitem quantificar grupos populacionais com vistas à definição de denominadores para o cálculo de taxa: número de habitantes, nascimentos e óbitos → discriminados segundo características como: sexo, idade, condições habitacionais, condições climáticas, escolaridade etc. Importantes para a caracterização da dinâmica populacional e das condições gerais da vida, às quais se vinculam os fatores condicionantes da doença ou agravo Dados climáticos e ecológicos são importantes para a compreensão do fenômeno analisado - Dados de mortalidade: fonte importante para fornecer indicadores da gravidade do fenômeno vigiado. Em casos de doenças de maior letalidade: dados de mortalidade são mais válidos Suaobtenção provém das Declarações de Óbitos (DO), padronizadas e processadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) Em casos de proporção significativa de registros sem causa definida → deve-se ter cautela na análise desses dados de mortalidade Atrasos na disponibilidade desses dados dificultam sua utilização na vigilância epidemiológica (principalmente para doenças infecciosas e acidentes)→ essas têm necessidade de intervenção imediata - Dados de Morbidade: permitem a detecção imediata ou precoce de problemas sanitários Correspondem à distribuição de casos segundo a condição de portadores de infecções ou de doenças específicas, como também de sequelas Riscos do uso de dados e morbidade: dificuldades na representatividade e abrangência dos sistemas de informações disponíveis; duplicação de registros - Notificação de surtos, epidemias e emergências de saúde pública: A detecção precoce de ricos e emergências de saúde pública, surtos e epidemias necessita de acompanhamento contínuo da situação geral de saúde e da ocorrência de casos de doenças e agravos sujeitos à notificação → possibilitam o diagnóstico de uma situação epidêmica inicial, para a adoção imediata das medidas de controle. FONTE DE DADOS Notificação: comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes ➔ Critérios que norteiam a escolha das doenças de notificação compulsória: • Magnitude: doenças com elevada frequência que afetam grandes contingentes populacionais. Isso pode ser observado na incidência, prevalência, mortalidade • Potencial de disseminação: se expressa pela transmissibilidade da doença, possibilidade de sua disseminação através de vetores e demais fontes de infecção • Transcendência: conjunto de características apresentadas pela doença: - Severidade: medida pelas taxas de letalidade, hospitalizações e sequelas; - Relevância social: valor que a sociedade imputa à ocorrência do evento através da estigmatização dos doentes, medo, indignação, preconceito... • Vulnerabilidade: doenças para as quais existem instrumentos específicos de prevenção e controle. - Mesmo que não tenha casos de uma doença vigiada, de tempos em tempos, de acordo com a OMS, deve ser fazer a notificação negativa, registrando que não houve casos 4 SAÚDE E SOCIEDADE 2 • Emergências de saúde pública, epidemias, surtos e agravos inusitados: todas as suspeitas de epidemias ou de ocorrência de agravo inusitado devem ser investigadas e imediatamente notificadas aos níveis hierárquicos superiores pelo meio mais rápido de comunicação disponível. São situações que podem implicar em risco de disseminação, e exigem, portanto, a delimitação de sua área de ocorrência, elucidação do diagnóstico e tomadas de medidas de controle cabíveis. Mecanismos próprios de notificação devem ser instituídos, definidos de acordo com a apresentação clínica e epidemiológica do evento. • Compromissos internacionais: doenças definidas como de notificação compulsória internacional, obrigatoriamente, são incluídas nas listas de todos os países membros. Hoje, essas doenças estão restritas a três, no Brasil: cólera, febre amarela e peste ➔ Aspectos particulares que devem ser considerados na notificação: 1. Notificar a simples suspeita da doença 2. A notificação tem que ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico sanitário em caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos 3. O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de casos, considerando-se o que se denomina a notificação negativa, um indicador de eficiência do sistema de informações As doenças que compõem a lista nacional de doenças e agravos de notificação compulsória são definidas pela portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. • Estados e municípios podem adicionar à lista outras patologias justificadas a sua necessidade e definidos os mecanismos operacionais correspondentes. A lista é subdividida em notificação semanal, geralmente as que não apresentam potencial de disseminação, já as notificações imediatas são divididas em MS (ministério), SMS (secretaria municipal de saúde) e SMS, dependendo da doença ela será notificada a algum desses estratos. A base do Sistema de Vigilância Epidemiológica é formada pela notificação compulsória. E conta com fontes complementares para a obtenção de outros dados como sócio-econômico, ambientais, mortalidade. Tipos de fonte de dados: - Notificação; laboratórios; investigação epidemiológica; imprensa; população Notificação: dados coletados são incluídos no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) Como classificar em Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) e quando notificar? 1º: Suspeita ou confirmação de um caso dos seguintes agravos – varíola, poliomielite por poliovírus selvagem, influenza humana causada por novo subtipo viral e SARS (Síndrome respiratória aguda grave) → já são consideradas ESPII 2º: Os agravos de notificação internacional em vigor no regulamento sanitário anterior (cólera, peste e febre amarela) e as febres hemorrágicas virais (Ebola, Lassa e Marburg), bem como a Febre do Nilo Ocidental e outras doenças de interesse nacional ou regional → Incluem-se, nessa avaliação, quaisquer eventos de potencial importância para a saúde pública internacional, incluindo aqueles de causas ou fontes desconhecidas. Laboratórios: Os resultados laboratoriais vinculados à rotina da vigilância epidemiológica complementam o diagnóstico de confirmação de casos e servem como fonte de conhecimento de casos que não foram notificados. 5 SAÚDE E SOCIEDADE 2 Investigação Epidemiológica: complementam as informações da notificação, no que se refere a fontes de infecção e mecanismos de transmissão. Além de possibilitara a descobertas de novos casos não notificados. Imprensa e população: importantes principalmente quando a vigilância em determinada área é insuficiente ativa. Fontes especiais de dados: - Inquérito epidemiológico: usados quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes em virtude de diversos fatores, dentre os quais se podem destacar: notificação deficiente, mudança no comportamento epidemiológico de uma doença, dificuldade na avaliação de coberturas vacinais, descobertas de agravos inusitados, avaliação da eficácia das medidas de controle. - Levantamento epidemiológico: estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços de saúde ou de outras instituições → usados para complementar informações já existentes. Ex.: busca ativa de casos para aferir a eficiência do sistema de notificação. - Sistemas sentinelas: sistemas de informações capazes de monitorar indicadores-chave na população geral ou em grupos especiais que sirvam de alerta precoce para o sistema de vigilância. * Muitas vezes organizados em redes de notificação especializada, bastante utilizadas para acompanhamento e vigilância do câncer. * Evento sentinela: detecção de doença prevenível, incapacidade ou morte inesperada cuja ocorrência serve como sinal de alerta de que a qualidade terapêutica ou prevenção deve ser questionada. * Mais recentemente, tem-se trabalhado no desenvolvimento da vigilância de espaços geográficos delimitados em centros urbanos, denominado vigilância de áreas sentinelas. * Os sistemas de vigilância epidemiológica vêm utilizando hospitais especializados em doenças transmissíveis como "unidades de saúde sentinelas". POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE ➔ SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) - Mecanismo de coleta,processamento, análise, e transmissão de informações necessárias para: → Planejar, Organizar, Operar e Avaliar os serviços de saúde A transformação de dado em informação exige, além da análise, divulgação (DATASUS) e recomendações para ações Um sistema de informação consiste em: Um processo de transformação de dados em informações, as quais são posteriormente, usadas para a tomada de decisão, formulação ou reorientação de políticas públicas SIS: ferramenta estratégica de gestão do sistema de saúde que abrange informações sobre; ✓ mortalidade, ✓ nascidos vivos, ✓ doenças de notificação compulsória, ✓ internações hospitalares, ✓ produção ambulatorial do SUS ✓ Cobertura vacinal; ✓ Ações básicas em saúde; ✓ Orçamento → Os SIS podem contribuir nas definições de prioridades em saúde, na organização da assistência e na efetivação das ações de controle e avaliação Os sistemas de informação do SUS são nacionais e não federais • A Base de dados é NACIONAL • Mas a responsabilidade pela base nacional está a cargo da esfera FEDERAL; • A responsabilidade pela manutenção da base estadual é da Secretaria de Estado de Saúde (SES) • A responsabilidade pela manutenção da base municipal é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) RESPONSABILIDADE TRIPARTITE 6 SAÚDE E SOCIEDADE 2 DATASUS: Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) - Surgiu em 1991 com a criação da Fundação Nacional de Saúde. Na época, a Fundação passou a exercer a função de controle e processamento das contas referentes à saúde que antes era da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV). - Tem como responsabilidade prover os órgãos do SUS de sistemas de informação e suporte de informática, necessários ao processo de planejamento, operação e controle. - Atualmente, o DATASUS é um grande provedor de soluções de software para as secretarias estaduais e municipais de saúde, sempre adaptando seus sistemas às necessidades dos gestores e incorporando novas tecnologias, na medida em que a descentralização da gestão torna-se mais concreta. - O DATASUS está presente em todas as regiões do país por meio das Regionais que executam as atividades de fomento e cooperação técnica em informática nos principais estados brasileiros. - Competências definidas para o DATASUS pelo Decreto 100 de 16.04.1991: I. fomentar, regulamentar e avaliar as ações de informatização do SUS, direcionadas para a manutenção e desenvolvimento do sistema de informações em saúde e dos sistemas internos de gestão do Ministério; II. desenvolver, pesquisar e incorporar tecnologias de informática que possibilitem a implementação de sistemas e a disseminação de informações necessárias às ações de saúde; III. definir padrões, diretrizes, normas e procedimentos para transferência de informações e contratação de bens e serviços de informática no âmbito dos órgãos e entidades do Ministério; IV. definir padrões para a captação e transferência de informações em saúde, visando à integração operacional das bases de dados e dos sistemas desenvolvidos e implantados no âmbito do SUS; V. manter o acervo das bases de dados necessárias ao sistema de informações em saúde e aos sistemas internos de gestão institucional; VI. assegurar aos gestores do SUS e órgãos congêneres o acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério; VII. definir programas de cooperação técnica com entidades de pesquisa e ensino para prospecção e transferência de tecnologia e metodologias de informação e informática em saúde; VIII. apoiar Estados, Municípios e o Distrito Federal, na informatização das atividades do SUS; e IX. coordenar a implementação do sistema nacional de informação em saúde, nos termos da legislação vigente. Principais informações de saúde disponíveis no DATASUS: ✓ Mortalidade ✓ Morbidade Hospitalar do SUS ✓ Produção Ambulatorial do SUS ✓ Rede Hospitalar do SUS ✓ Recursos do SUS ✓ Créditos a prestadores ✓ Pesquisa de assistência Médico Sanitária ✓ População residente ✓ Alfabetização ✓ Abastecimento de água ✓ Instalações Sanitárias ✓ Coleta de Lixo ➔ Sistema de informação de Mortalidade (SIM) Instrumento de coleta: declaração/atestado de óbito (3 vias): - Via Rosa: fica arquivada onde foi preenchida (hospital ou IML) - Via Amarela: fica no cartório - Via Branca: enviada à secretara municipal de saúde → As Declarações de Óbito são lançadas no sistema por um digitador (agente administrativo (efetivo ou contratado) ou por um estagiário 7 SAÚDE E SOCIEDADE 2 Cabe à SES: • Capacitar os digitadores/codificadores da SES quanto a detecção da causa básica do óbito Exemplo: uma pessoa que faleceu vítima de uma neoplasia de próstata com intensa caquexia era portadora também de um diabetes mellitus. Como preencher essa Declaração de óbito? Qual a causa básica do óbito? Câncer/neoplasia é a causa básica • “Fechamento” da base estadual de informações - Onde os municípios gerenciam o SIM, as Declarações de Óbito são registradas pelo próprio município de ocorrência do evento, quando não, as DO são registradas pela SES - Em áreas de grande mobilidade social como as regiões metropolitanas, é comum a ocorrência de óbito fora do município de residência. Neste caso a SES gerencia um esquema de redistribuição de uma via da Declaração de óbito para o município de residência do indivíduo cujo óbito foi registrado, garantindo a real distribuição espacial da situação de mortalidade no Estado e seu conhecimento pelas SMS. ➔ Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) Instrumento de coleta de dados: Declaração de nascido vivo - Preenchida nos hospitais e em outras instituições de saúde, nos quais ocorrem partos, e nos Cartórios de Registros Civil para os partos domiciliares O SINASC oferece dados sobre a gravidez, o parto e as condições da criança ao nascer, com suas características mais importantes como: sexo, local onde ocorreu o nascimento, tipo de parto, peso ao nascer... → Dados importantes para a definição de prioridades da Política Estadual de Saúde A emissão da declaração de nascido vivo é competência exclusiva do Ministério da Saúde, deve ser preenchida para todos os nascidos vivos no país Declaração de nascidos vivos não substitui a certidão de nascimento. A declaração é um comprovante para o cartório emitir a certidão de nascimento Segundo a Lei nº 12.662, a Declaração de Nascido Vivo deverá ser emitida pelo profissional de saúde responsável por acompanhar a gestação, do parto ou do recém-nascido, inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) ou no respectivo conselho profissional Declaração de nascido vivo: O documento deve conter os seguintes dados: nome; dia, mês, ano, hora e cidade de nascimento; sexo; informação sobre gestação múltipla, quando for o caso; nome, naturalidade, profissão, endereço de residência da mãe e a idade dela no momento do parto e o nome do pai. - A declaração de nascidos vivos também é preenchida em 3 vias (branca, rosa e amarela) ➔ Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) - O SINAN é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (PORTARIA Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016), mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região, como varicela no estado de Minas Gerais ou difilobotríase (doença do peixe cru) no município de São Paulo. - Tem por objetivo o registro e processamento dos dados sobre agravos de notificação em todo o território nacional, fornecendo informações para análise do perfil da morbidade e contribuindo, desta forma, paraa tomada de decisões em nível municipal, estadual e federal. → SIM tem dados mais fidedignos que o SINAN, muitos casos de notificação compulsória não são registrados - Metodologia: · Os dados são coletados a partir da Ficha Individual de Notificação (FIN) que é preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente quando há SUSPEITA da ocorrência de problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal · A Ficha Individual de Notificação deve ser encaminhada aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância epidemiológica das Secretarias Municipais, que devem repassar semanalmente os arquivos em meio magnético para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES). A comunicação das SES com a Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS) deverá 8 SAÚDE E SOCIEDADE 2 ocorrer quinzenalmente, de acordo com o cronograma definido pela SVS no início de cada ano · Os dados também podem ser coletados a partir da Ficha Individual de Investigação (FII) que é um roteiro de investigação, que possibilita a identificação da fonte de infecção e os mecanismos de transmissão da doença. Ainda constam a Planilha e o Boletim de acompanhamento de surtos e os Boletins de acompanhamento de Hanseníase e Tuberculose 9 SAÚDE E SOCIEDADE 2 Doenças e Agravos de notificação imediata I. Caso suspeito ou confirmado de: a) Botulismo b) Carbúnculo ou Antraz c) Cólera d) Febre Amarela e) Febre do Nilo Ocidental f) Hantaviroses g) Influenza humana por novo subtipo (pandêmico) h) Peste i) Poliomielite j) Raiva Humana l) Sarampo, em indivíduo com história de viagem ao exterior nos últimos 30 (trinta) dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior m) Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda n) Síndrome Respiratória Aguda Grave o) Varíola p) Tularemia II. Caso confirmado de: a) Tétano Neonatal III. Surto ou agregação de casos ou de óbitos por: a) Agravos inusitados b) Difteria 10 SAÚDE E SOCIEDADE 2 c) Doença de Chagas Aguda d) Doença Meningocócica e) Influenza Humana IV. Epizootias e/ou morte de animais que podem preceder a ocorrência de doenças em humanos: a) Epizootias em primatas não humanos b) Outras epizootias de importância epidemiológica Resultados laboratoriais devem ser notificados de forma imediata pelos Laboratórios de Saúde Pública dos Estados (LACEN) e Laboratórios de Referência Nacional ou Regional I. Resultado de amostra individual por: a) Botulismo b) Carbúnculo ou Antraz c) Cólera d) Febre Amarela e) Febre do Nilo Ocidental f) Hantavirose g) Influenza humana por novo subtipo (pandêmico) h) Peste i) Poliomielite j) Raiva Humana l) Sarampo m) Síndrome Respiratória Aguda Grave n) Varíola o) Tularemia II. Resultado de amostras procedentes de investigação de surtos: a) Agravos inusitados b) Doença de Chagas Aguda c) Difteria d) Doença Meningocócica e) Influenza Humana Agravantes de subnotificação: - Na área de Saúde do Trabalhador as informações são escassas com estimativas a partir de dados da Previdência Social, por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), sendo pouco abrangentes, não conseguindo apreender dados precisos da questão, pois têm o caráter de seguridade. Há subnotificação, principalmente em doenças relacionadas ao trabalho que acabam não sendo diagnosticadas como tal. - Trabalho informal que oculta os acidentes, morte e invalidez → Portaria nº777/GM de 28 de abril de 2004: Dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de 11 agravos da saúde do trabalhador em rede de serviços sentinela específica no SUS e as atribuições no nível local, municipal, regional, estadual e nacional nas áreas de assistência (vigilâncias epidemiológica e ambiental e a estruturação de um sistema de informação e capacitação). ➔ SINAN não tem a ver com o CAT, são independentes um do outro Agravos: 1. PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído): é a diminuição gradual da audição induzida por índice de ruídos elevado no ambiente de trabalho. 2. DERMATOSES OCUPACIONAIS: compreendem as alterações da pele, mucosas e anexos, direta ou indiretamente causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho. 3. PNEUMOCONIOSES: Conjunto de doenças pulmonares causadas pelo acúmulo de poeira nos pulmões e reação tissular à presença dessas poeiras, presentes no ambiente de trabalho. 4. LER-DORT: É uma síndrome clínica que afeta o sistema músculo esquelético em geral, caracterizado pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, de aparecimento insidioso, tais como dor crônica, parestesia, fadiga muscular, manifestando-se principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores. Acontece em decorrência das relações e da organização do trabalho, onde as atividades são realizadas com movimentos repetitivos, com posturas inadequadas. 11 SAÚDE E SOCIEDADE 2 5. CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO: É o câncer que surgiu como consequência da exposição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho, mesmo após da cessação da exposição. 6. ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO O MATERIAL BIOLÓGICO: Acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos ocorridos com os Profissionais da área da saúde durante o desenvolvimento do seu trabalho, onde os mesmos estão expostos a materiais biológicos potencialmente contaminados. 7. TRANTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO: transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho são aqueles resultantes de situações do processo de trabalho, provenientes de fatores pontuais como exposição a determinados agentes tóxicos, até a completa articulação de fatores relativos à organização do trabalho, como a divisão e parcelamento das tarefas, as políticas de gerenciamento das pessoas e a estrutura hierárquica organizacional. 8. ACIDENTE DE TRABALHO FATAL: Acidente de trabalho grave que resulta em morte que ocorrem no exercício da atividade laboral ou no percurso de casa para o trabalho e vice-versa (acidente de trajeto). 9. ACIDENTE DE TRABALHO COM MUTILAÇÕES. 10. ACIDENTE DE TRABALHO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES 11. INTOXICAÇÃO EXÓGENA: Todo aquele indivíduo que, tendo sido exposto a substâncias químicas (agrotóxicos, produtos de uso doméstico, medicamentos, cosméticos e higiene pessoal, produtos químicos de uso industrial, drogas, plantas, alimentos e bebidas), apresente sinais e sintomas clínicos de intoxicação e/ou alterações laboratoriais provavelmente ou possivelmente compatíveis. Diferença entre LER e DORT: - O termo LER é a abreviatura de Lesões por Esforços Repetitivos e consiste em uma entidade, diagnosticada como doença, na qual movimentos repetitivos, em alta freqüência e em posição ergonômica incorreta, podem causar lesões de estruturas do Sistema tendíneo, muscular e ligamentar. É ela descrita em diversos outros países com outras denominações, CTD (Cumulative Trauma Disorders) – Repetitive Strain Injury (RSI) etc. - O termo DORT – Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho equiparando-a à LER. A DORT só é caracterizada quando o fator gerador da doença LER tenha sido o trabalho e para tanto é imprescindível uma vistoria no posto de trabalho para comprovar a existência da tríade – lesão- nexo e incapacidade. ➔ Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) - O SI-PNI é um sistema desenvolvido para possibilitar aos gestores envolvidos no Programa Nacional de Imunização, a avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, agregados por faixa etária, período de tempo e áreageográfica. - Possibilita também o controle do estoque de imunobiológicos necessário aos administradores que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. - Controla as indicações de aplicação de vacinas de imunobiológicos especiais e seus eventos adversos, dentro dos Centros de Referências em imunobiológicos especiais. Imunobiológicos especiais: São produtos (vacinas e Imunoglobulinas) de moderna tecnologia e alto custo e que não são disponibilizados na rotina da rede pública, com o objetivo de beneficiar uma parcela especial da população brasileira como: imunodeprimidos e seus contatos, pessoas intolerância aos imunobiológicos comuns devido à alergia ou evento adverso grave, por exposição inadvertida a agentes infecciosos por motivos profissionais ou violência contra a pessoa, que são oferecidos nos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE). Benefícios do SIPNI: • Registra, por faixa etária, as doses de imunobiológicos aplicadas e calcula a cobertura vacinal; • Fornece informações sobre rotina e campanhas, taxa de abandono e envio de boletins de imunização; • Gerencia os atendimentos, o estoque e a distribuição dos imunobiológicos; • Possibilita o controle das perdas físicas e técnicas de vacinas em todas as instâncias; • Identifica as reações que estão ocorrendo pós vacinação, notificando os eventos adversos observados nos usuários vacinados; 12 SAÚDE E SOCIEDADE 2 • Identifica de forma individualizada os usuários que receberam atendimento nos Centros de Referências de Imunobiológicos Especiais; • Possibilita a padronização do perfil de avaliação. Funcionalidade do SI-PNI: • Avaliação do Programa de Imunizações; • Estoque e Distribuição de imunobiológicos; • Eventos Adversos pós-vacinação; • Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão; • Apuração dos Imunobiológicos Utilizados; • Sistema de Informações dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais. Ambiente Operacional As vacinas disponíveis no calendário básico infantil são: • BCG ID • Hepatite B • Tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluxe ou Bordetella pertussis) • Haemophilus Influezae b • Poliomielite • Rotavírus • Pneumocócica conjugada • Meningocócica C conjugada • Poliomielite oral • Febre amarela • Hepatite A • Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) • Varicela (catapora) • HPV ➔ Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) Objetivos: - Recebe a transcrição de produção nos documentos BPA (Boletim de Produção Ambulatorial) e APAC (Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade), faz consolidação, valida o pagamento contra parâmetros orçamentários estipulados pelo próprio Gestor de saúde, antes de aprovar o pagamento. - Mensalmente os gestores, além de gerar os valores devidos a sua rede de estabelecimentos, enviam ao DATASUS, uma base de dados contendo a totalidade dos procedimentos realizados em sua gestão. - Também mensalmente o DATASUS gera arquivos para tabulação contendo estes atendimentos. Complementando as informações do sistema SIHSUS, fornece ao SAS/DRAC (Secretaria de Atenção à Saúde/Departamento de Regulação, Avaliação e Controle) os valores do Teto de Financiamento a serem repassados para os gestores. População alvo: Atendimentos que provenientes de ambulatórios que foram financiadas pelo SUS Abrangência geográfica: federal, estadual e municipal Metodologia: - O BPA (Boletim de Produção Ambulatorial) é preenchido pelo estabelecimento de saúde. O processamento é descentralizado no nível municipal e estadual, de acordo com a jurisdição. Os dados são enviados ao nível nacional para consolidação. - Nos procedimentos de alta complexidade (hemodiálise, câncer, terapias etc.), as informações são coletadas através da APAC (Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade) e armazenados. ➔ Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH) - Instituição Responsável: Ministério da Saúde (MS), Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), Departamento de Regulação, Avaliação e Controle (DRAC). - Tipo do Processo: Registro Administrativo - Periodicidade: Captação continua com consolidação mensal por município, estado e nacional -Início: 1982 - Unidade(s) de Investigação: Atendimento Hospitalar - Unidade(s) de Análise: Atendimento Hospitalar - Técnica de Investigação: Não se aplica OBJETIVOS DO SISTEMA SIHSUS: - Transcrever todos os atendimentos provenientes de internações hospitalares que foram FINANCIADAS PELO SUS, e após o processamento, gerar relatórios para os gestores que lhes possibilitem fazer os pagamentos dos estabelecimentos de saúde. 13 SAÚDE E SOCIEDADE 2 - O nível Federal recebe mensalmente uma base de dados de todas as internações autorizadas (aprovadas ou não para pagamento) para que possam ser repassados às Secretarias de Saúde os valores de Produção de Média e Alta complexidade além dos valores de Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC), Fundo de Ações Estratégicas e Compensações (FAEC) e de Hospitais Universitários – em suas variadas formas de contrato de gestão. População Alvo: Atendimentos que provenientes de internações hospitalares que foram financiadas pelo SUS. Abrangência Geográfica: Federal, estadual e Municipal. Metodologia: A Autorização de Internação Hospitalar é preenchida pelo hospital após a alta hospitalar e enviada eletronicamente para a Secretaria de Saúde municipal ou estadual, dependendo do nível de gestão municipal. Os dados são consolidados no nível nacional. Principais variáveis: • Hospital: código, município, regime jurídico. • Paciente: sexo, data de nascimento, idade, município de residência, código postal, ocupação, atividade econômica, nacionalidade. • Hospitalização: especialidade, tipo de admissão (emergência, eletiva, etc.), data da admissão, data da alta, dias de permanência, tipo e número de dias na UTI, número de dias do acompanhante, motivo da alta, procedimentos realizados, diagnóstico primário e secundário. • Custo hospitalar: total, serviços hospitalares, serviços profissionais, serviços de diagnóstico e terapia, cuidados neonatais, acompanhante, ortopedia e prótese, sangue, transplante, analgesia obstétrica, UTI. • Em caso de esterilização: número de filhos, escolaridade, métodos de controle de natalidade. • Outras informações: gravidez de alto-risco, cuidados pré-natais, infecção hospitalar. • Procedimentos: código do procedimento, código do estabelecimento ou profissional, tipo do estabelecimento ou profissional (laboratório do hospital, laboratório externo, profissional do hospital, profissional externo), atividade do estabelecimento ou profissional (anestesia, ortopedia, etc.), número de procedimentos, custo. Documentação Operacional: AIH – Autorização de Internação Hospitalar Época da Coleta: Permanente. Tempo Previsto entre o Início da Coleta e a Liberação dos Dados: Divulgação nacional dos resultados é realizada mensalmente. Nível de Divulgação: Nacional, com detalhamento no nível estadual, municipal e de estabelecimentos. Formas de Disseminação: Internet, boletins, anuários, CD-ROM. ➔ Sistema de Informação da Atenção Básica O Sistema de Informação Atenção Básica é um sistema (software), desenvolvido pelo DATASUS em 1998, cujo objetivo centra-se em agregar, armazenar e processar as informações relacionadas à Atenção Básica (AB) usando como estratégia central a Estratégia de Saúde da Família (ESF). - É por meio das informações coletadas pelo software do SIAB que o Ministério da Saúde toma decisões de gestão da Atenção Básica em nível nacional. Entretanto, o SIAB não deve ser compreendido e utilizado somente para esse fim. - Este sistema é parte necessária da estratégia de Saúde da Família, pois contémos dados mínimos para o diagnóstico de saúde da comunidade, das intervenções realizadas pela equipe e os resultados sócio-sanitários alcançados. - As fichas que estruturam o trabalho das EAB e que produzem os dados que compõem o SIAB são utilizadas para realizar o Cadastramento, Acompanhamento Domiciliar e para o Registro de Atividades, Procedimentos e Notificações das pessoas adscritas nos territórios das EAB Organização das fichas: - Ficha para cadastramento das famílias (Ficha A); - Ficha para acompanhamento (Fichas B); - Ficha de gestantes (Ficha B-GES); - Ficha de hipertensos (Ficha B-HA); - Ficha de diabéticos (Ficha B-DIA); - Ficha de pessoas com tuberculose (Ficha B-TB); 14 SAÚDE E SOCIEDADE 2 - Ficha de pessoas com hanseníase (Ficha B-HAN); - Ficha para acompanhamento da criança – Ficha C (Cartão da Criança); - Ficha para registro de atividades, procedimentos e notificações (Ficha D). Antes de registrar/digitar as informações no SIAB, as fichas preenchidas pelos profissionais são consolidadas em três blocos centrais: · Cadastramento das famílias (Ficha A) · Relatório de Situação de Saúde e Acompanhamento das Famílias (SSA) · Relatório de Produção e Marcadores para Avaliação (PMA) Sobre o e-SUS: llll O SIAB funcionou até dezembro de 2015, atualmente o sistema vigente é o e-SUS AB Os primeiros passos para implantar o e-SUS AB são os seguintes: 1º Identificar o coordenador da implantação do sistema 2º Diagnosticar a capacidade de recursos humanos existentes nos Estados e municípios 3º Realizar o levantamento da capacidade tecnológica disponível na Secretaria Estadual de Saúde, nas Secretarias Municipais de Saúde e nas Unidades Básicas de Saúde (computadores, impressoras, internet, ambientes etc.) 4º Garantir a integração do Plano Local ao Plano Regional 5º Viabilizar a qualificação de profissionais para capacitar os profissionais de saúde e de tecnologia da informação do município 6º Articular e viabilizar equipe de suporte à informatização 7º Elaborar estratégia de implantação Ata nacional de registro de preço O Ministério da Saúde irá elaborar uma ata nacional de registro de preço para compra de equipamentos de informática de menor custo e informatizar as UBS. - Os cenários de implantação irão variar de acordo com a realidade de cada unidade de saúde. Irá depender, por exemplo, da quantidade de computadores existentes e da conectividade à internet. 15 SAÚDE E SOCIEDADE 2 → Existem algumas legislações que regulamentam a implantação do e-SUS desde 2011 - Art. 1º Fica instituído o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). - Art. 2º A operacionalização do SISAB será feita por meio da estratégia do Departamento de Atenção Básica (DAB/SAS/MS) denominada e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB). ➔ Sistema de Informações Sobre Orçamento Público em Saúde - Coordenado pelo Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento, da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde - Até o exercício 2012, o banco de dados do SIOPS é alimentado pelos estados, Distrito Federal e municípios, por meio do preenchimento de formulário em software desenvolvido pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS), com o objetivo de apurar as receitas totais e as despesas em ações e serviços públicos de saúde. - A partir do exercício 2013, em decorrência da publicação da Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012 (LC 141/2012), o registro de dados passa a ser obrigatório, inclusive para a União. Um dos indicadores gerados é o do percentual de recursos próprios aplicados em ações e serviços públicos de saúde, que demonstra a situação relativa ao cumprimento da Constituição Federal. Lei complementar 141/2012: Art. 5o A União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, o montante correspondente ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, apurado nos termos desta Lei Complementar, acrescido de, no mínimo, o percentual correspondente à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei orçamentária anual. Art. 6o Os Estados e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% (doze por cento) da arrecadação dos impostos Art. 7o Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão anualmente em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 15% (quinze por cento) da arrecadação dos impostos Assim, o SIOPS desde a sua criação, em 2000, constitui instrumento para o acompanhamento do cumprimento do dispositivo constitucional que determina aplicação mínima de recursos em ações e serviços públicos de saúde, tendo sido reconhecido seu papel na própria LC 141/2012, que o elege para tal. Até o exercício 2012 foram trabalhadas duas versões do programa para os entes federados: uma semestral e uma anual. O programa semestral foi introduzido no ano de 2002, após entendimentos com a Secretaria do Tesouro nacional/ Ministério da Fazenda (STN/MF), em virtude de o sistema gerar automaticamente o demonstrativo de despesa com saúde. A partir do exercício 2013, o 16 SAÚDE E SOCIEDADE 2 registro de dados passa a ser bimestral e obrigatório, conforme determina a LC 141/2012. →O SIOPS faculta aos Conselhos de Saúde e à sociedade em geral a transparência e a visibilidade sobre a aplicação dos recursos públicos. Constitui importante instrumento para a gestão pública em saúde, pois a partir das informações sobre recursos alocados no setor, têm-se subsídios para a discussão sobre o financiamento e planejamento do SUS. →A consolidação das informações sobre gastos em saúde no país é uma iniciativa que vem proporcionar a toda a população o conhecimento sobre quanto cada unidade político-administrativa tem aplicado na área. ➔ Sistema do Cartão Nacional de Saúde - Base de dados nacional que permite a identificação dos usuários dos serviços de saúde suplementar (planos de saúde/convênio), do Sistema Único de Saúde (SUS) e de seus domicílios. - O cadastro viabiliza a emissão do Cartão Nacional de Saúde para os usuários e profissionais de saúde, e a vinculação de cada usuário ao domicílio onde reside. - O Cadastro Nacional de Saúde visa melhoria do processo de gestão e da relação do sistema de saúde com o cidadão; integrar e modernizar os sistemas de informação em saúde; aperfeiçoar os mecanismos dos serviços e das ações de saúde; permitir que todos os dados do atendimento prestado pelos serviços de saúde ao cidadão sejam inseridos num sistema informatizado, com dados clínicos desde o seu nascimento. - Cada cidadão terá um número único que permitirá o acesso aos seus dados clínicos, no Registro Eletrônico de Saúde em qualquer estabelecimento de saúde no país, e também permitirá acompanhar as informações através do Portal de Saúde do Cidadão. - O Cartão Nacional de Saúde é uma ação do Ministério da Saúde e tem como proposta universalizar o cartão e implantar o registro eletrônico de saúde em todos os municípios brasileiros. Por que o CNS/Cartão SUS tem sido solicitado para procedimentos financiados por convênios? As pessoas que possuem plano de saúde ou convênio, de certa forma, também são usuárias do SUS, pois são beneficiadas pelas campanhas de vacinação, por ações de prevenção e ações da Vigilância Epidemiológica e Sanitária (controle de dengue, raiva, de sangue e hemoderivados, registro de medicamentos, inspeções dos serviços de saúde, entre outras) ou por eventuais atendimentos de média e alta complexidade (exames ou cirurgias). PROCESSO EPIDÊMICO Conceitos importantes: - Estrutura epidemiológica: Representa um conjunto de fatores que se relacionam ao agente etiológico (químico, físico oubiológico), ao hospedeiro e ao meio ambiente, que influi sobre a ocorrência natural de uma doença em uma comunidade num período de tempo estabelecido. → Ambiente atua como o fulcro de uma balança favorecendo a manifestação patológica do agente ou resistência à doença - Caracteres epidemiológicos: Representam o resultado da estrutura epidemiológica em cada momento, e se expressam pela frequência e distribuição da doença na população em um determinado instante, segundo as variáveis tempo, espaço (ou lugar) e pessoa. → A Estrutura Epidemiológica é dinâmica e pode se modificar ao longo do tempo e no espaço. A estrutura epidemiológica pode ser entendida como o comportamento normal (endêmico) ou anormal (epidêmico) de uma doença em uma determinada comunidade, fixado um ponto no tempo e no espaço. O comportamento NORMAL de um agravo é também conhecido como ENDÊMICO→ Representa a ocorrência do agravo dentro dos padrões esperados para aquele intervalo de tempo e área, ainda que apresente variações 17 SAÚDE E SOCIEDADE 2 cíclicas ou sazonais. A incidência da doença de mantém normal, dentro do esperado Variações cíclicas ou sazonais: varia ao longo do ano, da época O comportamento ANORMAL de um agravo, também conhecido como EPIDÊMICO → Elevação brusca do número de casos, caracterizando claramente um excesso em relação ao padrão normal esperado. Incidência supera o esperado - Epidemia só pode ser definida a partir da análise da incidência da doença - O fato de ter havido ou não exposição prévia a determinada enfermidade é importante para a caracterização de uma epidemia - O número de casos que indicará a presença de uma epidemia irá variar de acordo com o agente, tipo e tamanho da população exposta, experiência prévia ou ausência de exposição. Caso autóctone: origem se deu dentro do território analisado Caso alóctone: origem de outro país; “importado” - A epidemia não apresenta, obrigatoriamente, um grande número de casos, mas um claro excesso de casos quando comparada à frequência habitual de uma doença ou agravo em uma localidade. → Características do comportamento epidêmico: Aumento brusco: pois o aumento gradual representa uma alteração do nível endêmico Aumento temporário: com posterior retorno da incidência aos níveis endêmicos Surto: é uma forma particular de epidemia em que dois ou mais casos estão relacionados entre si. - Aumento insidioso com relação entre os casos - Surto é um tipo de epidemia, mas o contrário não é válido - Costuma-se designar surto quando dois ou mais casos de uma determinada doença ocorrem. - Em locais circunscritos, como instituições, escola, domicílios, edifícios, cozinhas coletivas, bairros ou comunidades, aliados à hipótese de que tiveram, como relação entre eles, a mesma fonte de infecção ou de contaminação ou o mesmo fator de risco, o mesmo quadro clínico e ocorrência simultânea. Outras formas particulares de EPIDEMIA: • PANDEMIA: Se caracteriza por atingir muitos países em mais de um continente e a onda epidêmica, que se prolonga por vários anos. EXEMPLO: Pandemia de Gripe (Influenza) A/ H1N1 e Cólera, e onda epidêmica de Doença Meningocócica. • Para as doenças imunopreviníveis, e para aquelas objeto de um programa especial de controle, eliminação ou erradicação, esse limiar de normalidade deve estar em consonância com os objetivos do programa. • Assim, a presença de um único caso confirmado de poliomielite decorrente da circulação do poliovírus selvagem no Brasil já representaria uma situação epidêmica CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO Nível endêmico de um agravo a saúde: situação na qual sua frequência e distribuição em agrupamentos humanos, distribuídos em espaços delimitados, mantenham padrões regulares de variações num determinado período, ou seja, as oscilações na ocorrência das doenças correspondem somente às flutuações cíclicas sazonais. - Nos momentos em que essas variações se apresentam de forma irregular, temos uma epidemia - Um dos métodos utilizados para a verificação de ocorrência de uma epidemia é o DIAGRAMA DE CONTROLE: consiste na representação gráfica da distribuição da média mensal e desvios-padrão dos valores da frequência (incidência ou casos) observada em um período de tempo (habitualmente 10 anos). A construção desde gráfico pode ser feita seguinte maneira: - Verificar se a distribuição do número de casos/incidência da doença, registrado mensalmente durante os últimos anos (geralmente dez anos ou mais), apresenta grandes variações; - Excluir os dados referentes aos anos epidêmicos → eles aumentariam a média, assim, a incidência esperada seria maior que a incidência real, admitiram- se mais casos 18 SAÚDE E SOCIEDADE 2 - Calcular a média aritmética e o desvio-padrão (podem ser calculados no programa Excel) de cada distribuição mensal das incidências registradas no período selecionado; - Os valores compreendidos entre aqueles correspondentes à média de cada mês acrescida de 1,96 desvios-padrão (distribuição normal), correspondem ao nível endêmico da doença, ou seja, o limite de variação esperada para cada mês; - Representar graficamente (diagrama curvilinear a distribuição das médias e desvios-padrão da incidência (diagrama de controle); - Quando os valores observados ultrapassam aqueles do limite máximo da variação esperada, diz-se que está ocorrendo uma epidemia. Dessa maneira, quando uma doença deixa de ocorrer em uma determinada área, o registro de um único caso pode configurar epidemia ou surto. Cálculo do desvio-padrão: - Dentro da estatística, o termo desvio de padrão tem como objetivo demonstrar a regularidade referente a um conjunto de dados de modo a apontar o grau de oscilação destes em comparação com a média dos valores do conjunto. → Tipos de epidemia: De acordo com a sua progressão no tempo, as epidemias podem ser classificadas em: • EXPLOSIVAS → também chamadas de epidemias maciças, por veículo comum, ou por fonte comum (SURTO) • PROGRESSIVAS → ou propagadas de pessoa a pessoa Epidemias maciças: - Nas epidemias maciças, os casos aparecem em rápida sucessão e num curto intervalo de tempo (período de incubação da doença). - A epidemia surge, aumenta de intensidade e declina, sugerindo a existência de um veículo comum de transmissão e uma exposição simultânea de vários suscetíveis ao agente etiológico. - Nesse tipo de epidemia, quando se identifica um veículo comum de exposição, deve ser identificado o pico do surto; o início, o fim e a duração da epidemia e o período provável de exposição dos casos à(s) fonte(s) de infecção. - O exemplo típico é o das epidemias de origem hídrica ou de intoxicação alimentar. Epidemias progressivas: - Nas epidemias progressivas ou por fonte propagada, a propagação é mais lenta, sugerindo uma exposição simultânea ao agente etiológico, denotando, em geral, uma transmissão pessoa a pessoa ou por vetor, implicando, geralmente, a multiplicação do agente no hospedeiro e a necessidade de sua eliminação para atingir outro indivíduo suscetível. - Nesse tipo de epidemia, os casos identificados NÃO podem ser atribuídos a agentes transmitidos a partir de uma única fonte Situações mistas: - Algumas vezes podemos nos deparar com situações “mistas” em que ocorre mais de um tipo de epidemias, com formas de transmissão diversas. - Num primeiro momento, um grupo de suscetíveis é exposto a uma fonte comum de um determinado agente infeccioso e, num segundo momento, a propagação dessa mesma epidemia se dá por meio da transmissão pessoa a pessoa. → Conceitos: a) Caso: Indivíduo doente ou infectado, que apresenta características clínicas, laboratoriais ou epidemiológicas específicas. b) Caso suspeito: Indivíduo cuja história clínica,sintomas e possível exposição a uma fonte de infecção SUGEREM que possa ter contraído ou vir a desenvolver alguma doença infecciosa. c) Caso confirmado: Pessoa da qual foi isolado e identificado o agente etiológico, ou de quem foram obtidas outras evidências epidemiológicas ou laboratoriais da presença do agente etiológico, como por exemplo, a conversão sorológica em amostras de sangue colhidas nas fases agudas e de convalescência. d) Caso autóctone: Indivíduo que contraiu uma doença na área de sua residência. 19 SAÚDE E SOCIEDADE 2 e) Caso alóctone: É um caso detectado em um local diferente daquele onde ocorreu a transmissão. f) Caso importado: Caso contraído fora da zona onde se fez o diagnóstico = Caso Alóctone g) Caso esporádico: Caso que não se apresenta epidemiologicamente relacionado a outros já conhecidos. - Quando, em uma comunidade, verifica—se o aparecimento de casos raros e isolados de uma certa doença, a qual não estava prevista, esses casos são chamados de casos esporádicos. Exemplo: peste (transmitida pela picada de pulgas infectadas com a Bactéria Yersinia pestis) h) Caso índice: O primeiro entre vários casos de natureza similar e epidemiologicamente relacionados. O caso índice é muitas vezes identificado como fonte de contaminação ou infecção. INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE CAMPO - Constituem uma das mais importantes práticas de saúde pública, e são comumente utilizadas na investigação de surtos e epidemias → Tais eventos, frequentes em qualquer comunidade, obrigam as autoridades sanitárias a identificar com urgência as suas CAUSAS, FONTES e MODOS DE TRANSMISSÃO, com vistas ao estabelecimento de MEDIDAS DE CONTROLE. - Esses ventos necessitam de uma resposta rápida → não necessita inicialmente de um rigor científico para estabelecer uma relação causal As investigações epidemiológicas de campo iniciam-se com frequência sem hipótese clara → Geralmente requerem uso de estudos descritivos para a formulação das hipóteses, que posteriormente serão testadas por meios de estudos analíticos → Na maior parte das vezes CASO-CONTROLE (ou ESTUDO DE CASO) Quando ocorrem PROBLEMAS AGUDOS que implicam em MEDIDAS IMEDIATAS de proteção à saúde da comunidade exposta ao risco, a investigação de campo deve se restringir, inicialmente, à coleta de dados e agilizar sua análise, com vistas a desencadear rapidamente AÇÕES DE CONTROLE. A caracterização de uma doença até então desconhecida, assim como de seus agentes, fontes e/ou modos de transmissão e medidas de controle, pode ser obtida por meio da investigação exaustiva de um AGRAVO INUSITADO - AGRAVO INUSITADO: Caracterizado como a ocorrência de casos ou óbitos de doença de origem desconhecida ou alteração no padrão epidemiológico de doença conhecida, independente de constar na Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória, deverá também ser notificada às autoridades sanitárias A investigação epidemiológica de casos e epidemias constitui atividade obrigatória de qualquer sistema local de vigilância epidemiológica. Operacionalização de uma investigação epidemiológica de campo O primeiro objetivo da investigação de uma epidemia ou surto de determinada doença infecciosa ou agravo é, geralmente, identificar mecanismos para interromper sua transmissão e prevenir a ocorrência de novos casos → é necessário definir relação de causa e efeito Para atingir tal objetivo é necessário cumprir algumas etapas: 1 - Estabelecer ou verificar o diagnóstico dos casos notificados e identificar o agente etiológico responsável; 2 – Confirmar a ocorrência de um surto ou epidemia 3 – Descrever os casos de epidemia ou surto segundo as variáveis: tempo, lugar e pessoa. (QUANDO? ONDE? QUEM?) 4 - Identificar a fonte de infecção e os modos de transmissão. 5 – Identificar a população suscetível exposta a um maior risco de contato com o agente. → Todas essas medidas, com exceção da nº 2, são igualmente relevantes para o estudo de situações endêmicas Uma investigação epidemiológica de campo consiste na repetição da seguinte sequência de procedimentos, até a finalização da investigação, ou seja, até que o objetivo e as etapas anteriores tenham sido alcançados: 1 – Consolidação e organização das informações disponíveis de forma que possam ser analisadas. 20 SAÚDE E SOCIEDADE 2 2 – Análises preliminares a respeito dessas informações. 3 – Discussão das análises preliminares e formulação de hipóteses. 4 – Identificação de informações específicas necessárias à comprovação da(s) hipótese(s). 5 – Retorno ao procedimento 1, sempre que necessário. A investigação implica no exame do doente e de seus contatos, com detalhamento da história clínica e de dados epidemiológicos, coleta de amostras para laboratório, busca de dados adicionais, identificação do(s) agente(s) infeccioso(s), determinação de seu modo de transmissão ou de ação, busca de locais contaminados ou de vetores e reconhecimento de fatores que tenham contribuído para a ocorrência do(s) caso(s). O objetivo primário da investigação epidemiológica DE CASOS é identificar a maneira de prevenir e/ou controlar a transmissão do agente causal da doença na população suscetível (ou exposta). Etapas da investigação: • Etapa I: Estabelecer ou Verificar o Diagnóstico Importância desse procedimento: - A medicina não é uma ciência exata, portanto, as doenças podem ser incorretamente diagnosticadas. →As notificações coletadas podem ser de casos suspeitos e não de casos confirmados. →As informações relativas a casos não confirmados devem ser excluídas de forma a permitir ou não a confirmação de epidemia ou surto. →Nesta etapa é indispensável estabelecer critérios objetivos para a confirmação dos casos, ou seja, estabelecer a definição de caso. →Em determinadas situações os casos notificados que se enquadram nos critérios de confirmação podem ser categorizados em: ✓ Confirmados ✓ Prováveis: um caso clinicamente compatível, sem identificação de vínculo epidemiológico ou confirmação laboratorial. - Ex.: Na rubéola, é todo caso suspeito que apresente exantema máculo-papular de início agudo, febre, se medida, maior que 37 graus Celsius, e um ou mais dos seguintes sintomas: artralgia, artrite ou linfoadenopatia ou conjuntivite → O Caso provável pode ser ainda um Caso suspeito com histórico de contato com pessoa doente, participação em funerais ou rituais fúnebres de pessoas com suspeita da doença ou contato com animais doentes ou mortos. ✓ Suspeitos: o indivíduo que apresenta alguns sinais e sintomas sugestivos de um grupo de agravos que compartilha a mesma sintomatologia. - Ex.: Caso suspeito de rubéola é aquele que, independentemente do estado vacinal, apresenta quadro agudo de exantema máculo- papular e febre baixa • Etapa II: Confirmar a Existência de Epidemia ou Surto A confirmação da ocorrência de uma epidemia ou surto se faz com base na comparação dos dados de incidência de uma doença, no momento do evento investigado, com aqueles usualmente verificados na mesma população (série histórica). - Se a incidência atual estiver marcadamente em excesso, podemos confirmar a ocorrência da epidemia ou surto. • Etapa III: Caracterização da Epidemia - A caracterização deve ser efetuada de maneira que possam ser desenvolvidas hipóteses com vistas à identificação das fontes e modos de transmissão, assim como permitir a determinação da duração da epidemia. - Com esse objetivo, as informações coletadas devem ser organizadas de forma a responder às seguintes questões: Relativa ao tempo: QUANDO? · Qual o período exato de duração da epidemia? · Conhecido o diagnóstico: qual foi o período provável de exposição? · A transmissão durante a epidemia se deu por veículo comum oupessoa a pessoa (propagada) ou ambas as formas? Relativas ao lugar: ONDE? 21 SAÚDE E SOCIEDADE 2 · Qual a distribuição geográfica predominante? · Por local de residência, trabalho ou outra? · Quais as taxas de ataque? Ataque: número total de casos que ocorre numa população especificada durante um período de tempo Segundo aos atributos das pessoas: QUEM? · Quais são as taxas de ataques específicas por sexo e grupo etário? · Quais são os grupos, segundo sexo e idade, expostos ao maior risco de adoecer? · Quais outras características distinguem os indivíduos da população geral? • Etapa IV: Identificação da Fonte de Infecção e dos Modos de Transmissão No contexto de uma investigação de uma epidemia as hipóteses são formuladas com vistas a determinar: · O agente etiológico. · A fonte de infecção. · O período de exposição dos casos à fonte de infecção. · O modo de transmissão. · A população exposta a um risco maior de infecção. De uma maneira geral, a hipótese relativa à fonte de infecção e modo de transmissão pode ser comprovada quando o investigador demonstra que: →A diferença entre as taxas de ataque existentes entre aquelas pessoas expostas e não expostas à fonte de infecção suspeita é estatisticamente significante. →Nenhum outro modo de transmissão pode determinar a ocorrência de casos com a mesma distribuição geográfica e etária. • Etapa V: Identificação da População Exposta a Elevado Risco de Infecção Após a perfeita identificação da fonte e modo de transmissão, torna-se indispensável a caracterização da população exposta a elevado risco de infecção que por sua vez depende do tipo de agente, da natureza da fonte de infecção, da forma pela qual ocorre a transmissão e de atributos individuais de suscetibilidade. • Etapa VI: Recomendações de Medidas de Controle CURVA EPIDÊMICA Incremento inicial de casos: o coeficiente de incidência de um agravo começa a aumentar se aproximando do nível superior endêmico. OBS.: essa etapa não vai existir em epidemias que partem de incidência nula ou de casos esporádicos. Egressão: é o período que surge quando a incidência ultrapassa o limite superior endêmico, e que termina quando a incidência volta a assumir valores abaixo do limite superior endêmico, ou seja, é o período da epidemia. Progressão: é o período do aumento do número de casos da fase da egressão. Termina na incidência máxima de casos Incidência máxima: é o clímax da epidemia, ou seja, o número máximo de casos novos Regressão: é a última fase na evolução de uma epidemia, é o período de diminuição de casos da fase de egressão. Começa a partir da incidência máxima e termina no limite superior endêmico. Decréscimo endêmico: quando o número de casos regride a níveis mais baixos d que aqueles existentes antes da epidemia CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO --------------------------------------------------------------------- SAÚDE DO IDOSO Geronto-Geriatria: a epidemiologia como base científica do cuidado Gerontologia: Ciência que estuda o envelhecimento como processo de seus aspectos biopsicosociais, de forma a tentar manter um nível ótimo de vida e de 22 SAÚDE E SOCIEDADE 2 funcionamento, levando a vida a ser mais significativa, com qualidade e novas expectativas. CONCEITOS BÁSICOS EM GERONTOLOGIA GERIATRIA: Parte da gerontologia voltada para as questões médicas do envelhecimento que se ocupa do estudo das doenças, dos distúrbios provocados em idosos e seu tratamento. - É o ramo da medicina que se dedica ao idoso, ocupando-se não só da prevenção, do diagnóstico e do tratamento das suas doenças agudas e crônicas, mas também da sua recuperação funcional e reinserção na sociedade. ENVELHECIMENTO: Fenômeno comum do processo de vida que, assim como a infância, adolescência e a maturidade, é marcado por mudanças biopsicossociais específicas, associadas a passagem do tempo. VELHICE: Etapa da vida que segue a maturidade e que apresenta efeitos específicos sobre o organismo do homem, em razão do passar dos anos. • É um processo fisiológico VELHICE CRONOLÓGICA: - 60 anos para países em desenvolvimento (OMS) → expectativa de vida menor - 65 anos de idade em países desenvolvidos * Logo, o envelhecimento populacional é uma consequência do desenvolvimento (Brasil,2006) VELHICE SOCIOLÓGICA: É a velhice imposta pela sociedade, varia com o quadro cultural, condições de vida e trabalho. VELHICE BIOLÓGICA: É um processo contínuo durante a vida, onde há modificações morfológicas e fisiológicas. VELHICE PSICOLÓGICA: É a velhice compatível com as capacidades intelectuais da pessoa. SENESCÊNCIA: Processo de envelhecimento (normal) que resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas do envelhecimento. • Envelhecimento saudável SENILIDADE: Define uma velhice patológica caracterizada por disfunções orgânicas, modificações somáticas, limitações, debilitação psíquica e enfraquecimento cerebral DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) - Hipertensão - Diabetes - Obesidade EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO: Aumento da longevidade (expectativa de vida) + diminuição da fecundidade = drástico envelhecimento da população do planeta O país envelhece rápido e a expectativa de vida se amplia... ↑ de quase 700% em menos de 50 anos - Quanto mais a população envelhece, maior é a necessidade de políticas públicas para esse grupo - Estima-se que o Brasil alcançará 32 milhões de idosos em 2020 - Em países como a Bélgica e a França, foram necessários mais de 100 anos para que a população idosa dobrasse de tamanho. Transição demográfica: À medida que a população envelhece, mudam também suas características epidemiológicas. 23 SAÚDE E SOCIEDADE 2 Dados mundiais: Mortes por grupos de causas – 2000 No Brasil: Aspectos sociais do envelhecimento: - Não bastassem os problemas próprios do fenômeno epidemiológico, também é preciso levar em conta que as mudanças se dão num contexto nacional de acentuada desigualdade social, de pobreza e de fragilidade de instituições. - Ao mesmo tempo, temos carência geral de recursos, há grande parcela de jovens que também demandam programas públicos de qualidade. Ou seja: temos dois segmentos etários fora de produção, exigindo habilidade e criatividade gerencial dos gestores para administrar a escassez. EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO - O que não podemos esquecer é que a existência de mais idosos na sociedade exige transformações em várias áreas. - O impacto na previdência social é expressivo, os cálculos atuais foram estimados para uma vida laboral de 30 anos e um período de vida de 8 a 10 anos pós- trabalho. - Como a expectativa de vida era baixa, as universidades não tiveram a preocupação de qualificar profissionais para lidar com os idosos. Hoje se observa uma carência importante de pessoal treinado e competente em toda a área da saúde → A MEDICINA, atualmente possui grande potencial de trabalho, tendo em vista este novo cenário - Cuidar adequadamente das múltiplas demandas do idoso é uma questão social, de interesse de todos, problema a fazer parte das agendas contemporâneas deste novo século. Trata-se de um dos maiores desafios da saúde pública. LEGISLAÇÃO • Constituição Brasileira (1988):Proteção à pessoa idosa • Estatuto do Idoso (2003) • Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2006): Atenção básica como porta de entrada • Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), art 19: Violência contra o idoso 24 SAÚDE E SOCIEDADE 2 Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamentecomunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela Lei nº 12.461, de 2011) I – Autoridade policial; II – Ministério Público; III – Conselho Municipal do Idoso; IV – Conselho Estadual do Idoso; V – Conselho Nacional do Idoso. § 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011) § 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011) http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/LEIS/L6259.htm http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/LEIS/L6259.htm http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/LEIS/L6259.htm http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm 25 SAÚDE E SOCIEDADE 2 Gigantes da geriatria e suas implicações no cuidado Os 5 I’s: • Iatrogenia • Incontinência • Instabilidade (quedas) • Imobilidade • Insuficiência (declínio) das funções cognitivas, demência Sobre os 5 I’s: • Múltipla causalidade. • Não tem tratamento clínico ou cirúrgico simples. • Não colocam a vida em perigo eminente. • Necessitam sempre de suporte humano → MEDICINA, ENFERMAGEM, FISIOTERAPIA... IATROGENIA: é uma doença com efeitos e complicações causadas como resultado de um tratamento. O termo deriva do grego e tem origem médica, e pode-se aplicar tanto a efeitos bons ou maus. Ex.: Uso de antidepressivo devido à depressão que causa vertigem e sonolência. Em consequência da vertigem o paciente cai e quebra fêmur - Em farmacologia, IATROGENIA refere-se a doenças ou alterações patológicas criadas por efeitos colaterais dos medicamentos. Geralmente a palavra é usada para se referir às consequências de ações danosas dos MÉDICOS, mas também pode ser resultado das ações de outros profissionais, como psicólogos, terapeutas, enfermeiros, dentistas etc. Além disso, medicinas alternativas também podem ser uma fonte de iatrogenia. - Uma causa muito comum de efeitos iatrogênicos, que acarreta óbito, é a interação medicamentosa, que ocorre quando um ou mais medicamentos alteram os efeitos de outros que estão sendo tomados pelo paciente, que podem aumentar ou diminuir a ação do mesmo. Efeitos colaterais, assim como reações alérgicas a medicamentos, também constituem uma forma de iatrogenia. INCONTINÊNCIA: Em um estudo na cidade de Newport, no Reino Unido, realizado com idosos acima de 60 anos, os índices encontrados foram de 10,9% para IA, 30,1% para IU e 6,2% para a associação de ambas. • Incapacita o idoso em relação seu autocontrole, dessa forma, ele não exerce funções cotidianas pois a incontinência o “limita” INSTABILIDADE (QUEDAS): A queda é um evento bastante comum e devastador em idosos. Embora não seja uma consequência inevitável do envelhecimento, pode sinalizar o início de fragilidade ou indicar doença aguda. Além dos problemas médicos, as quedas apresentam custo social, econômico e psicológico enormes, aumentando a dependência e a institucionalização. - Estima-se que há uma queda para um em cada três indivíduos com mais de 65 anos e, que um em vinte daqueles que sofreram uma queda sofram uma fratura ou necessitem de internação. Dentre os mais idosos, com 80 anos e mais, 40% caem a cada ano. Dos que moram em asilos e casas de repouso, a frequência de quedas é de 50%. A prevenção de quedas é tarefa difícil devido a variedade de fatores que as predispõem. IMOBILIDADE: Do ponto vista médico, a imobilidade é definida como a perda da capacidade de realizar movimentos autônomos empregados no desempenho atividades de vida diária (AVDs) em decorrência da diminuição das funções motoras. Este fato, 26 SAÚDE E SOCIEDADE 2 compromete a independência do indivíduo e por fim leva ao estado de incapacidade ou fragilidade. - Muitos fatores físicos, psicológicos e ambientais podem causar imobilidade em pessoas idosas, como: artrites, osteoporose, fraturas, doença de Paget, doença de Parkinson, neuropatias periféricas, sequelas de acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca grave, doença coronariana instável (anginas), claudicação (doença vascular periférica), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), dor crônica, desnutrição grave, etc. - Um fator quase sempre esquecido é o efeito colateral de medicamentos. Os sedativos e os hipnóticos, ao causarem sonolência e ataxia, podem prejudicar a mobilidade. - Os fármacos antipsicóticos, têm efeitos piramidais e podem causar rigidez muscular e redução da mobilidade. → a imobilidade pode então ser uma IATROGENIA INSUFICIÊNCIA (DECLÍNIO) DAS FUNÇÕES COGNITIVAS – DEMÊNCIA: Os transtornos mentais sofrem influência da mudança populacional, tornando os quadros de demência, que são frequentes entre os idosos, cada vez mais prevalentes na população. • Quanto mais a população envelhece, maior a chance de desenvolver um quadro de demência • Depressão simula demência no idoso → prestar atenção nisso DEMÊNCIA: Demência é uma síndrome caracterizada pelo declínio progressivo e global das funções cognitivas, na ausência de um comprometimento agudo do estado de consciência, e que seja suficientemente importante para interferir nas atividades sociais e ocupacionais do indivíduo. O diagnóstico de demência exige a constatação de deterioração ou declínio cognitivo em relação à condição prévia do indivíduo. - Dentre os critérios clínicos mais utilizados para o seu diagnóstico incluem-se o comprometimento da memória e, ao menos, um outro distúrbio como apraxia, agnosia e afasia. Apraxia: impossibilidade de executar movimentos coordenados (marcha, escrita), conquanto não haja afecção da motricidade e da sensibilidade Agnosia: convicção a respeita da limitação cognitiva do intelecto humano, esp. No que se refere às pretensas verdades do senso comum, definida na sentença socrática “só sei que nada sei” - Amnésia perceptiva que consiste na incapacidade de reconhecer os objetos ou os símbolos usuais, sem perturbação das sensações em geral Afasia: abstenção consciente de qualquer juízo originada pelo reconhecimento da ignorância a respeito de tudo que transcenda as possibilidades cognitivas do ser humano. - Enfraquecimento ou perda do poder de captação de manipulação e por vezes de expressão de palavras como símbolos de pensamentos, em virtude de lesões em alguns centros cerebrais e não devido a defeito no mecanismo auditivo ou fonador; logastenia. - Tal declínio interfere nas atividades da vida diária e, portanto, na autonomia do indivíduo. A abordagem do paciente com demência deve incluir, sempre, a avaliação e monitoramento das habilidades cognitivas, da capacidade para desempenhar atividades da vida diária, do comportamento e da gravidade global do quadro. - A demência se coloca como uma das MAIORES causas de morbidade entre idosos e sua prevalência está entre 2% e 25% dos pacientes com 65 anos ou mais. A Doença de Alzheimer (DA) é a causa mais comum de demência no idoso, com apresentação clínica e patológica bem definidas, afetando pelo menos 5% dos indivíduos com mais de 65 anos e 20% daqueles com mais de 80 anos. Prevalência: - 3-11% em indivíduos com mais de 65 anos (7% no estudo de Catanduva, 1997) - Aumenta com a idade - Doença de Alzheimer - 50-60% de todas
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