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Resumão Saúde e Sociedade 3º período

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1 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
Epidemiologia: estuda os diferentes fatores que 
intervêm na difusão e propagação de doenças, sua 
frequência, seu modo de distribuição, sua evolução e a 
colocação dos meios necessários à sua prevenção. 
→Estudo quantitativo 
→Permite ainda a avaliação da eficácia das 
intervenções realizadas no âmbito da saúde pública. 
→Se diferencia da clínica que tem por objetivo o 
estudo do processo saúde-doença, mas em termos 
individuais. 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
- 1950: observação de casos suspeitos ou confirmados 
de doenças transmissíveis e de seus contatos → 
Aplicações individuais e não coletivas 
- 1960: VE como um conjunto de atividades que 
permite conhecer o comportamento ou a história 
natural das doenças bem como, detectar ou prever 
alterações de seus fatores condicionantes → 
fornecimento de dados → Bases firmes para a 
prevenção e controle das doenças 
1966-1973: Campanha de Erradicação da Varíola (CEV) 
– Primeira vez que o conceito de Vigilância 
Epidemiológica foi utilizado no Brasil. 
1969: criação do sistema de notificação semanal de 
doenças selecionadas (doenças recorrentes) → As 
informações pertinentes são divulgadas pelo MS em 
boletins epidemiológicos quinzenais → consolidação 
de bases técnicas e operacionais para o 
desenvolvimento de ações de grande impacto no 
controle de doenças evitáveis por imunização 
(TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA) 
 Principal êxito: controle da poliomielite 
1975: Ministério da Saúde instituiu o Sistema Nacional 
de Vigilância Epidemiológica (SNVE) – formalizado 
pela Lei 6.259 de 1975 e pelo Decreto 78.231, de 1976 
→ a notificação de doenças transmissíveis de maior 
relevância no país passa a ser obrigatória 
• Lei 6.259 de 1975: dispõe sobre a organização 
das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o 
programa Nacional de imunizações, estabelece 
normas relativas à notificação compulsória de 
doenças, e dá outras providencias. 
- 1990: Lei 8.080 institui o SUS → mantem o SNVE 
e conceitua a vigilância epidemiológica: “Um 
conjunto de ações que proporciona o 
conhecimento, a detecção ou prevenção de 
qualquer mudança nos fatores determinantes e 
condicionantes de saúde individual ou coletiva, 
com a finalidade de recomendar e adotar as 
medidas de prevenção e controle das doenças ou 
agravos” 
Fatores determinantes: “se não os têm, não tem 
saúde” 
Ex.: alimentação, moradia, saneamento básico, 
meio ambiente 
Fatores condicionantes: podem condicionar uma 
saúde melhor 
Ex.: trabalho, renda, lazer, educação, acesso a bens 
e serviços essenciais, transporte 
Saúde: completo bem-estar físico, cultural, 
espiritual, emocional etc. 
Vigilância sanitária atualmente: 
- Fortalecimento dos sistemas municipais de 
vigilância epidemiológica → empoderamento do 
município 
- Autonomia técnica e gerencial para enfocar nos 
problemas de suas respectivas áreas 
- Recursos locais direcionados para atender, 
prioritariamente, às demandas pelas necessidades 
da área 
As ações executivas são inerentes ao nível 
municipal, e seu exercício exige conhecimento 
analítico da situação de saúde local. 
Pressupostos da municipalização: 
- Heterogeneidade do rol de doenças e agravos sob 
vigilância no nível municipal definidas pelo sistema 
nacional e estadual correspondente. ** Cada 
município pode incluir doenças na vigilância 
- Distintos graus de desenvolvimento técnico, 
administrativo e operacional dos sistemas locais 
- Incorporação gradativa de novas doenças e 
agravos aos diferentes níveis do sistema. ** 
incluindo doenças não transmissíveis 
- Fluxos de informações baseados no atendimento 
às necessidades do sistema local de saúde 
 
2 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
- Construção de programas de controle localmente 
diferenciados 
 
O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica é 
coordenado pela Secretaria de Vigilância em 
Saúde, criada para agregar todas as ações de 
prevenção e controle de doenças na mesma 
estrutura, possibilitando uma abordagem mais 
integrada e eficaz. 
Secretaria de Vigilância em Saúde: 
- Trabalha para: promoção e disseminação da 
metodologia epidemiológica em todos os níveis de 
saúde do SUS 
- Objetiva: ESTABELECIMENTO DE SISTEMAS DE 
INFORMAÇÃO e ANÁLISE que permitam o 
monitoramento do quadro sanitário do país e 
subsidiem a FORMULAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO e 
AVALIAÇÃO das ações de prevenção e controle das 
doenças e agravos, a definição de prioridades e a 
organização dos serviços e ações de saúde. 
Vigilância epidemiológica: não executa, apenas 
mostra como deve fazer. Cabe aos profissionais de 
saúde decidirem as ações. 
COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES 
NOB – SUS/96 
- Promover e consolidar o pleno exercício, por 
parte do poder público municipal e do Distrito 
Federal, da função de gestor da atenção à saúde 
dos seus munícipes → redefinição das 
responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal 
e da União 
- Município é o responsável imediato pelo 
atendimento das necessidades e demandas de 
saúde do seu povo 
→ Item 14 da NOB-96: custeio das ações de 
epidemiologia e de controle de doenças 
Teto Financeiro de Epidemiologia e Controle de 
Doenças (TFECD): 
- São recursos da esfera federal destinados às 
ações de epidemiologia e controle de doenças não 
contidas no elenco de procedimentos do SIA/SUS e 
SIH/SUS 
 
- Os procedimentos a serem custeados com o 
TFECD é definido na comissão intergestora 
tripartite, aprovado pelo conselho nacional de 
saúde e formalizado em ato próprio do órgão 
específico do MS (Fundação Nacional de Saúde - 
FNS/MS) 
14.1. Transferência Regular e Automática Fundo a 
Fundo 
- Transferência de valores diretamente do Fundo 
Nacional de Saúde aos Fundos Estaduais e 
Municipais 
14.2. Remuneração por Serviços Produzidos 
- Consiste no pagamento direto às SES e SMS, pelas 
ações de epidemiologia e controle de doenças → 
devem apresentar demonstrativo de atividades 
realizadas 
14.3. Transferência por Convênio 
Consiste na transferência de recursos oriundos do 
órgão específico do MS (FNS/MS), por intermédio 
do Fundo Nacional de Saúde, mediante 
programação e critérios discutidos na CIT e 
aprovados pelo CNS, para: 
- Estímulo às atividades de epidemiologia e 
controle de doenças; 
- Custeio de operações especiais em epidemiologia 
e controle de doenças; 
- Financiamento de projetos de cooperação 
técnico-científica na área de epidemiologia e 
controle de doenças, quando encaminhados pela 
CIB (comissão intergestores bipartite). 
→ Dado é diferente de informação 
Dado: qualquer elemento quantitativo ou qualitativo, 
desvinculado de referencial explicativo, que por si só 
não conduz ao entendimento da situação 
Informação: é o produto da análise dos dados obtidos 
devidamente registrados, classificados, organizados, 
relacionados e interpretados dentro de um contexto 
para gerar conhecimento conduzindo à melhor 
compreensão de fatos e situações 
Dados geram informação, que gera conhecimento e 
tomada de decisões, resultando em ação. 
 
 
 
3 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
Tipos de dados utilizados pela vigilância: 
- Dados Demográficos, Ambientais e Socioeconômicos: 
permitem quantificar grupos populacionais com vistas 
à definição de denominadores para o cálculo de taxa: 
número de habitantes, nascimentos e óbitos → 
discriminados segundo características como: sexo, 
idade, condições habitacionais, condições climáticas, 
escolaridade etc. 
 Importantes para a caracterização da dinâmica 
populacional e das condições gerais da vida, às 
quais se vinculam os fatores condicionantes da 
doença ou agravo 
 Dados climáticos e ecológicos são importantes 
para a compreensão do fenômeno analisado 
- Dados de mortalidade: fonte importante para 
fornecer indicadores da gravidade do fenômeno 
vigiado. 
 Em casos de doenças de maior letalidade: dados de 
mortalidade são mais válidos 
Suaobtenção provém das Declarações de Óbitos (DO), 
padronizadas e processadas pelo Sistema de 
Informações sobre Mortalidade (SIM) 
Em casos de proporção significativa de registros sem 
causa definida → deve-se ter cautela na análise desses 
dados de mortalidade 
Atrasos na disponibilidade desses dados dificultam sua 
utilização na vigilância epidemiológica (principalmente 
para doenças infecciosas e acidentes)→ essas têm 
necessidade de intervenção imediata 
- Dados de Morbidade: permitem a detecção imediata 
ou precoce de problemas sanitários 
 Correspondem à distribuição de casos 
segundo a condição de portadores de 
infecções ou de doenças específicas, como 
também de sequelas 
Riscos do uso de dados e morbidade: dificuldades na 
representatividade e abrangência dos sistemas de 
informações disponíveis; duplicação de registros 
- Notificação de surtos, epidemias e emergências de 
saúde pública: 
A detecção precoce de ricos e emergências de saúde 
pública, surtos e epidemias necessita de 
acompanhamento contínuo da situação geral de saúde 
e da ocorrência de casos de doenças e agravos sujeitos 
à notificação → possibilitam o diagnóstico de uma 
situação epidêmica inicial, para a adoção imediata das 
medidas de controle. 
 
FONTE DE DADOS 
Notificação: comunicação da ocorrência de 
determinada doença ou agravo à saúde, feita à 
autoridade sanitária por profissionais de saúde ou 
qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas 
de intervenção pertinentes 
➔ Critérios que norteiam a escolha das doenças 
de notificação compulsória: 
• Magnitude: doenças com elevada frequência 
que afetam grandes contingentes 
populacionais. Isso pode ser observado na 
incidência, prevalência, mortalidade 
• Potencial de disseminação: se expressa pela 
transmissibilidade da doença, possibilidade de 
sua disseminação através de vetores e demais 
fontes de infecção 
• Transcendência: conjunto de características 
apresentadas pela doença: 
- Severidade: medida pelas taxas de letalidade, 
hospitalizações e sequelas; 
- Relevância social: valor que a sociedade 
imputa à ocorrência do evento através da 
estigmatização dos doentes, medo, 
indignação, preconceito... 
 
• Vulnerabilidade: doenças para as quais existem 
instrumentos específicos de prevenção e 
controle. 
- Mesmo que não tenha casos de uma doença 
vigiada, de tempos em tempos, de acordo com a 
OMS, deve ser fazer a notificação negativa, 
registrando que não houve casos 
 
4 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
• Emergências de saúde pública, epidemias, 
surtos e agravos inusitados: todas as suspeitas 
de epidemias ou de ocorrência de agravo 
inusitado devem ser investigadas e 
imediatamente notificadas aos níveis 
hierárquicos superiores pelo meio mais rápido 
de comunicação disponível. São situações que 
podem implicar em risco de disseminação, e 
exigem, portanto, a delimitação de sua área de 
ocorrência, elucidação do diagnóstico e 
tomadas de medidas de controle cabíveis. 
Mecanismos próprios de notificação devem 
ser instituídos, definidos de acordo com a 
apresentação clínica e epidemiológica do 
evento. 
 
• Compromissos internacionais: doenças 
definidas como de notificação compulsória 
internacional, obrigatoriamente, são incluídas 
nas listas de todos os países membros. Hoje, 
essas doenças estão restritas a três, no Brasil: 
cólera, febre amarela e peste 
 
➔ Aspectos particulares que devem ser 
considerados na notificação: 
1. Notificar a simples suspeita da doença 
2. A notificação tem que ser sigilosa, só podendo 
ser divulgada fora do âmbito médico sanitário 
em caso de risco para a comunidade, 
respeitando-se o direito de anonimato dos 
cidadãos 
3. O envio dos instrumentos de coleta de 
notificação deve ser feito mesmo na ausência 
de casos, considerando-se o que se denomina 
a notificação negativa, um indicador de 
eficiência do sistema de informações 
As doenças que compõem a lista nacional de doenças 
e agravos de notificação compulsória são definidas 
pela portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. 
• Estados e municípios podem adicionar à lista 
outras patologias justificadas a sua necessidade 
e definidos os mecanismos operacionais 
correspondentes. 
A lista é subdividida em notificação semanal, 
geralmente as que não apresentam potencial de 
disseminação, já as notificações imediatas são 
divididas em MS (ministério), SMS (secretaria 
municipal de saúde) e SMS, dependendo da doença ela 
será notificada a algum desses estratos. 
A base do Sistema de Vigilância Epidemiológica é 
formada pela notificação compulsória. E conta com 
fontes complementares para a obtenção de outros 
dados como sócio-econômico, ambientais, 
mortalidade. 
Tipos de fonte de dados: 
- Notificação; laboratórios; investigação 
epidemiológica; imprensa; população 
Notificação: dados coletados são incluídos no Sistema 
Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) 
Como classificar em Emergência de Saúde Pública de 
Importância Internacional (ESPII) e quando notificar? 
1º: Suspeita ou confirmação de um caso dos seguintes 
agravos – varíola, poliomielite por poliovírus selvagem, 
influenza humana causada por novo subtipo viral e 
SARS (Síndrome respiratória aguda grave) → já são 
consideradas ESPII 
2º: Os agravos de notificação internacional em vigor no 
regulamento sanitário anterior (cólera, peste e febre 
amarela) e as febres hemorrágicas virais (Ebola, Lassa 
e Marburg), bem como a Febre do Nilo Ocidental e 
outras doenças de interesse nacional ou regional → 
Incluem-se, nessa avaliação, quaisquer eventos de 
potencial importância para a saúde pública 
internacional, incluindo aqueles de causas ou fontes 
desconhecidas. 
 
Laboratórios: Os resultados laboratoriais vinculados à 
rotina da vigilância epidemiológica complementam o 
diagnóstico de confirmação de casos e servem como 
fonte de conhecimento de casos que não foram 
notificados. 
 
5 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
Investigação Epidemiológica: complementam as 
informações da notificação, no que se refere a fontes 
de infecção e mecanismos de transmissão. Além de 
possibilitara a descobertas de novos casos não 
notificados. 
Imprensa e população: importantes principalmente 
quando a vigilância em determinada área é insuficiente 
ativa. 
Fontes especiais de dados: 
- Inquérito epidemiológico: usados quando as 
informações existentes são inadequadas ou 
insuficientes em virtude de diversos fatores, dentre os 
quais se podem destacar: notificação deficiente, 
mudança no comportamento epidemiológico de uma 
doença, dificuldade na avaliação de coberturas 
vacinais, descobertas de agravos inusitados, avaliação 
da eficácia das medidas de controle. 
- Levantamento epidemiológico: estudo realizado com 
base nos dados existentes nos registros dos serviços de 
saúde ou de outras instituições → usados para 
complementar informações já existentes. Ex.: busca 
ativa de casos para aferir a eficiência do sistema de 
notificação. 
- Sistemas sentinelas: sistemas de informações 
capazes de monitorar indicadores-chave na população 
geral ou em grupos especiais que sirvam de alerta 
precoce para o sistema de vigilância. 
* Muitas vezes organizados em redes de notificação 
especializada, bastante utilizadas para 
acompanhamento e vigilância do câncer. 
* Evento sentinela: detecção de doença prevenível, 
incapacidade ou morte inesperada cuja ocorrência 
serve como sinal de alerta de que a qualidade 
terapêutica ou prevenção deve ser questionada. 
* Mais recentemente, tem-se trabalhado no 
desenvolvimento da vigilância de espaços geográficos 
delimitados em centros urbanos, denominado 
vigilância de áreas sentinelas. 
* Os sistemas de vigilância epidemiológica vêm 
utilizando hospitais especializados em doenças 
transmissíveis como "unidades de saúde sentinelas". 
 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 
➔ SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) 
- Mecanismo de coleta,processamento, análise, e 
transmissão de informações necessárias para: 
→ Planejar, Organizar, Operar e Avaliar os 
serviços de saúde 
A transformação de dado em informação exige, além 
da análise, divulgação (DATASUS) e recomendações 
para ações 
Um sistema de informação consiste em: Um processo 
de transformação de dados em informações, as quais 
são posteriormente, usadas para a tomada de decisão, 
formulação ou reorientação de políticas públicas 
SIS: ferramenta estratégica de gestão do sistema de 
saúde que abrange informações sobre; 
✓ mortalidade, 
✓ nascidos vivos, 
✓ doenças de notificação compulsória, 
✓ internações hospitalares, 
✓ produção ambulatorial do SUS 
✓ Cobertura vacinal; 
✓ Ações básicas em saúde; 
✓ Orçamento 
→ Os SIS podem contribuir nas definições de 
prioridades em saúde, na organização da 
assistência e na efetivação das ações de 
controle e avaliação 
Os sistemas de informação do SUS são nacionais e não 
federais 
• A Base de dados é NACIONAL 
• Mas a responsabilidade pela base nacional está 
a cargo da esfera FEDERAL; 
• A responsabilidade pela manutenção da base 
estadual é da Secretaria de Estado de Saúde 
(SES) 
• A responsabilidade pela manutenção da base 
municipal é da Secretaria Municipal de Saúde 
(SMS) 
RESPONSABILIDADE TRIPARTITE 
 
6 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
DATASUS: Departamento de Informática do Sistema 
Único de Saúde (DATASUS) 
- Surgiu em 1991 com a criação da Fundação Nacional 
de Saúde. Na época, a Fundação passou a exercer a 
função de controle e processamento das contas 
referentes à saúde que antes era da Empresa de 
Tecnologia e Informações da Previdência Social 
(DATAPREV). 
- Tem como responsabilidade prover os órgãos do SUS 
de sistemas de informação e suporte de informática, 
necessários ao processo de planejamento, operação e 
controle. 
- Atualmente, o DATASUS é um grande provedor de 
soluções de software para as secretarias estaduais e 
municipais de saúde, sempre adaptando seus sistemas 
às necessidades dos gestores e incorporando novas 
tecnologias, na medida em que a descentralização da 
gestão torna-se mais concreta. 
- O DATASUS está presente em todas as regiões do país 
por meio das Regionais que executam as atividades de 
fomento e cooperação técnica em informática nos 
principais estados brasileiros. 
- Competências definidas para o DATASUS pelo 
Decreto 100 de 16.04.1991: 
I. fomentar, regulamentar e avaliar as ações de 
informatização do SUS, direcionadas para a 
manutenção e desenvolvimento do sistema de 
informações em saúde e dos sistemas internos de 
gestão do Ministério; 
II. desenvolver, pesquisar e incorporar tecnologias de 
informática que possibilitem a implementação de 
sistemas e a disseminação de informações necessárias 
às ações de saúde; 
III. definir padrões, diretrizes, normas e procedimentos 
para transferência de informações e contratação de 
bens e serviços de informática no âmbito dos órgãos 
e entidades do Ministério; 
IV. definir padrões para a captação e transferência de 
informações em saúde, visando à integração 
operacional das bases de dados e dos sistemas 
desenvolvidos e implantados no âmbito do SUS; 
V. manter o acervo das bases de dados necessárias ao 
sistema de informações em saúde e aos sistemas 
internos de gestão institucional; 
VI. assegurar aos gestores do SUS e órgãos congêneres 
o acesso aos serviços de informática e bases de dados, 
mantidos pelo Ministério; 
VII. definir programas de cooperação técnica com 
entidades de pesquisa e ensino para prospecção e 
transferência de tecnologia e metodologias de 
informação e informática em saúde; 
VIII. apoiar Estados, Municípios e o Distrito Federal, na 
informatização das atividades do SUS; e 
IX. coordenar a implementação do sistema nacional 
de informação em saúde, nos termos da legislação 
vigente. 
Principais informações de saúde disponíveis no 
DATASUS: 
✓ Mortalidade 
✓ Morbidade Hospitalar do SUS 
✓ Produção Ambulatorial do SUS 
✓ Rede Hospitalar do SUS 
✓ Recursos do SUS 
✓ Créditos a prestadores 
✓ Pesquisa de assistência Médico Sanitária 
✓ População residente 
✓ Alfabetização 
✓ Abastecimento de água 
✓ Instalações Sanitárias 
✓ Coleta de Lixo 
 
➔ Sistema de informação de Mortalidade (SIM) 
Instrumento de coleta: declaração/atestado de óbito 
(3 vias): 
- Via Rosa: fica arquivada onde foi preenchida (hospital 
ou IML) 
- Via Amarela: fica no cartório 
- Via Branca: enviada à secretara municipal de saúde 
→ As Declarações de Óbito são lançadas no 
sistema por um digitador (agente 
administrativo (efetivo ou contratado) ou por 
um estagiário 
 
 
7 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
Cabe à SES: 
• Capacitar os digitadores/codificadores da SES 
quanto a detecção da causa básica do óbito 
Exemplo: uma pessoa que faleceu vítima de uma 
neoplasia de próstata com intensa caquexia era 
portadora também de um diabetes mellitus. 
Como preencher essa Declaração de óbito? Qual a 
causa básica do óbito? Câncer/neoplasia é a causa 
básica 
• “Fechamento” da base estadual de 
informações 
- Onde os municípios gerenciam o SIM, as Declarações 
de Óbito são registradas pelo próprio município de 
ocorrência do evento, quando não, as DO são 
registradas pela SES 
- Em áreas de grande mobilidade social como as regiões 
metropolitanas, é comum a ocorrência de óbito fora 
do município de residência. Neste caso a SES gerencia 
um esquema de redistribuição de uma via da 
Declaração de óbito para o município de residência do 
indivíduo cujo óbito foi registrado, garantindo a real 
distribuição espacial da situação de mortalidade no 
Estado e seu conhecimento pelas SMS. 
➔ Sistema de Informações de Nascidos Vivos 
(SINASC) 
Instrumento de coleta de dados: Declaração de nascido 
vivo 
- Preenchida nos hospitais e em outras instituições de 
saúde, nos quais ocorrem partos, e nos Cartórios de 
Registros Civil para os partos domiciliares 
O SINASC oferece dados sobre a gravidez, o parto e as 
condições da criança ao nascer, com suas 
características mais importantes como: sexo, local 
onde ocorreu o nascimento, tipo de parto, peso ao 
nascer... → Dados importantes para a definição de 
prioridades da Política Estadual de Saúde 
A emissão da declaração de nascido vivo é 
competência exclusiva do Ministério da Saúde, deve 
ser preenchida para todos os nascidos vivos no país 
Declaração de nascidos vivos não substitui a certidão 
de nascimento. A declaração é um comprovante para o 
cartório emitir a certidão de nascimento 
Segundo a Lei nº 12.662, a Declaração de Nascido Vivo 
deverá ser emitida pelo profissional de saúde 
responsável por acompanhar a gestação, do parto ou 
do recém-nascido, inscrito no Cadastro Nacional de 
Estabelecimentos de Saúde (CNES) ou no respectivo 
conselho profissional 
Declaração de nascido vivo: O documento deve conter 
os seguintes dados: nome; dia, mês, ano, hora e cidade 
de nascimento; sexo; informação sobre gestação 
múltipla, quando for o caso; nome, naturalidade, 
profissão, endereço de residência da mãe e a idade 
dela no momento do parto e o nome do pai. 
- A declaração de nascidos vivos também é preenchida 
em 3 vias (branca, rosa e amarela) 
➔ Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação (SINAN) 
 - O SINAN é alimentado, principalmente, pela 
notificação e investigação de casos de doenças e 
agravos que constam da lista nacional de doenças de 
notificação compulsória (PORTARIA Nº 204, DE 17 DE 
FEVEREIRO DE 2016), mas é facultado a estados e 
municípios incluir outros problemas de saúde 
importantes em sua região, como varicela no estado de 
Minas Gerais ou difilobotríase (doença do peixe cru) no 
município de São Paulo. 
- Tem por objetivo o registro e processamento dos 
dados sobre agravos de notificação em todo o 
território nacional, fornecendo informações para 
análise do perfil da morbidade e contribuindo, desta 
forma, paraa tomada de decisões em nível municipal, 
estadual e federal. 
→ SIM tem dados mais fidedignos que o SINAN, muitos 
casos de notificação compulsória não são registrados 
- Metodologia: 
· Os dados são coletados a partir da Ficha 
Individual de Notificação (FIN) que é 
preenchida pelas unidades assistenciais para 
cada paciente quando há SUSPEITA da 
ocorrência de problema de saúde de 
notificação compulsória ou de interesse 
nacional, estadual ou municipal 
· A Ficha Individual de Notificação deve ser 
encaminhada aos serviços responsáveis pela 
informação e/ou vigilância epidemiológica das 
Secretarias Municipais, que devem repassar 
semanalmente os arquivos em meio 
magnético para as Secretarias Estaduais de 
Saúde (SES). A comunicação das SES com a 
Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS) deverá 
 
8 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
ocorrer quinzenalmente, de acordo com o 
cronograma definido pela SVS no início de cada 
ano 
· Os dados também podem ser coletados a 
partir da Ficha Individual de Investigação (FII) 
que é um roteiro de investigação, que 
possibilita a identificação da fonte de infecção 
e os mecanismos de transmissão da doença. 
Ainda constam a Planilha e o Boletim de 
acompanhamento de surtos e os Boletins de 
acompanhamento de Hanseníase e 
Tuberculose 
 
 
9 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
 
 
 
 
 
Doenças e Agravos de notificação imediata 
I. Caso suspeito ou confirmado de: 
a) Botulismo 
b) Carbúnculo ou Antraz 
c) Cólera 
d) Febre Amarela 
e) Febre do Nilo Ocidental 
f) Hantaviroses 
g) Influenza humana por novo subtipo (pandêmico) 
h) Peste 
i) Poliomielite 
j) Raiva Humana 
l) Sarampo, em indivíduo com história de viagem ao 
exterior nos últimos 30 (trinta) dias ou de contato, no 
mesmo período, com alguém que viajou ao exterior 
m) Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda 
n) Síndrome Respiratória Aguda Grave 
o) Varíola 
p) Tularemia 
II. Caso confirmado de: 
a) Tétano Neonatal 
III. Surto ou agregação de casos ou de óbitos por: 
a) Agravos inusitados 
b) Difteria 
 
10 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
c) Doença de Chagas Aguda 
d) Doença Meningocócica 
e) Influenza Humana 
IV. Epizootias e/ou morte de animais que podem 
preceder a ocorrência de doenças em humanos: 
a) Epizootias em primatas não humanos 
b) Outras epizootias de importância epidemiológica 
Resultados laboratoriais devem ser notificados de 
forma imediata pelos Laboratórios de Saúde Pública 
dos Estados (LACEN) e Laboratórios de Referência 
Nacional ou Regional 
I. Resultado de amostra individual por: 
a) Botulismo 
b) Carbúnculo ou Antraz 
c) Cólera 
d) Febre Amarela 
e) Febre do Nilo Ocidental 
f) Hantavirose 
g) Influenza humana por novo subtipo (pandêmico) 
h) Peste 
i) Poliomielite 
j) Raiva Humana 
l) Sarampo 
m) Síndrome Respiratória Aguda Grave 
n) Varíola 
o) Tularemia 
II. Resultado de amostras procedentes de 
investigação de surtos: 
a) Agravos inusitados 
b) Doença de Chagas Aguda 
c) Difteria 
d) Doença Meningocócica 
e) Influenza Humana 
 
 
Agravantes de subnotificação: 
- Na área de Saúde do Trabalhador as informações são 
escassas com estimativas a partir de dados da 
Previdência Social, por meio da Comunicação de 
Acidente de Trabalho (CAT), sendo pouco 
abrangentes, não conseguindo apreender dados 
precisos da questão, pois têm o caráter de seguridade. 
Há subnotificação, principalmente em doenças 
relacionadas ao trabalho que acabam não sendo 
diagnosticadas como tal. 
- Trabalho informal que oculta os acidentes, morte e 
invalidez 
→ Portaria nº777/GM de 28 de abril de 2004: 
Dispõe sobre os procedimentos técnicos para a 
notificação compulsória de 11 agravos da saúde do 
trabalhador em rede de serviços sentinela específica 
no SUS e as atribuições no nível local, municipal, 
regional, estadual e nacional nas áreas de assistência 
(vigilâncias epidemiológica e ambiental e a 
estruturação de um sistema de informação e 
capacitação). 
➔ SINAN não tem a ver com o CAT, são 
independentes um do outro 
 Agravos: 
1. PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído): é a 
diminuição gradual da audição induzida por índice de 
ruídos elevado no ambiente de trabalho. 
2. DERMATOSES OCUPACIONAIS: compreendem as 
alterações da pele, mucosas e anexos, direta ou 
indiretamente causadas, mantidas ou agravadas pelo 
trabalho. 
3. PNEUMOCONIOSES: Conjunto de doenças 
pulmonares causadas pelo acúmulo de poeira nos 
pulmões e reação tissular à presença dessas poeiras, 
presentes no ambiente de trabalho. 
4. LER-DORT: É uma síndrome clínica que afeta o 
sistema músculo esquelético em geral, caracterizado 
pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou 
não, de aparecimento insidioso, tais como dor crônica, 
parestesia, fadiga muscular, manifestando-se 
principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou 
membros superiores. Acontece em decorrência das 
relações e da organização do trabalho, onde as 
atividades são realizadas com movimentos repetitivos, 
com posturas inadequadas. 
 
11 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
5. CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO: É o câncer 
que surgiu como consequência da exposição a agentes 
carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho, 
mesmo após da cessação da exposição. 
6. ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO O 
MATERIAL BIOLÓGICO: Acidentes envolvendo sangue 
e outros fluidos orgânicos ocorridos com os 
Profissionais da área da saúde durante o 
desenvolvimento do seu trabalho, onde os mesmos 
estão expostos a materiais biológicos potencialmente 
contaminados. 
7. TRANTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO 
TRABALHO: transtornos mentais e do comportamento 
relacionados ao trabalho são aqueles resultantes de 
situações do processo de trabalho, provenientes de 
fatores pontuais como exposição a determinados 
agentes tóxicos, até a completa articulação de fatores 
relativos à organização do trabalho, como a divisão e 
parcelamento das tarefas, as políticas de 
gerenciamento das pessoas e a estrutura hierárquica 
organizacional. 
8. ACIDENTE DE TRABALHO FATAL: Acidente de 
trabalho grave que resulta em morte que ocorrem no 
exercício da atividade laboral ou no percurso de casa 
para o trabalho e vice-versa (acidente de trajeto). 
9. ACIDENTE DE TRABALHO COM MUTILAÇÕES. 
10. ACIDENTE DE TRABALHO EM CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES 
11. INTOXICAÇÃO EXÓGENA: Todo aquele indivíduo 
que, tendo sido exposto a substâncias químicas 
(agrotóxicos, produtos de uso doméstico, 
medicamentos, cosméticos e higiene pessoal, produtos 
químicos de uso industrial, drogas, plantas, alimentos 
e bebidas), apresente sinais e sintomas clínicos de 
intoxicação e/ou alterações laboratoriais 
provavelmente ou possivelmente compatíveis. 
Diferença entre LER e DORT: 
- O termo LER é a abreviatura de Lesões por Esforços 
Repetitivos e consiste em uma entidade, diagnosticada 
como doença, na qual movimentos repetitivos, em alta 
freqüência e em posição ergonômica incorreta, podem 
causar lesões de estruturas do Sistema tendíneo, 
muscular e ligamentar. É ela descrita em diversos 
outros países com outras denominações, CTD 
(Cumulative Trauma Disorders) – Repetitive Strain 
Injury (RSI) etc. 
- O termo DORT – Doenças Osteoarticulares 
Relacionadas ao Trabalho equiparando-a à LER. A 
DORT só é caracterizada quando o fator gerador da 
doença LER tenha sido o trabalho e para tanto é 
imprescindível uma vistoria no posto de trabalho para 
comprovar a existência da tríade – lesão- nexo e 
incapacidade. 
➔ Sistema de Informações do Programa Nacional 
de Imunizações (SIPNI) 
- O SI-PNI é um sistema desenvolvido para possibilitar 
aos gestores envolvidos no Programa Nacional de 
Imunização, a avaliação dinâmica do risco quanto à 
ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro 
dos imunobiológicos aplicados e do quantitativo 
populacional vacinado, agregados por faixa etária, 
período de tempo e áreageográfica. 
- Possibilita também o controle do estoque de 
imunobiológicos necessário aos administradores que 
têm a incumbência de programar sua aquisição e 
distribuição. 
- Controla as indicações de aplicação de vacinas de 
imunobiológicos especiais e seus eventos adversos, 
dentro dos Centros de Referências em imunobiológicos 
especiais. 
Imunobiológicos especiais: São produtos (vacinas e 
Imunoglobulinas) de moderna tecnologia e alto custo e 
que não são disponibilizados na rotina da rede pública, 
com o objetivo de beneficiar uma parcela especial da 
população brasileira como: imunodeprimidos e seus 
contatos, pessoas intolerância aos imunobiológicos 
comuns devido à alergia ou evento adverso grave, por 
exposição inadvertida a agentes infecciosos por 
motivos profissionais ou violência contra a pessoa, que 
são oferecidos nos Centros de Referência em 
Imunobiológicos Especiais (CRIE). 
Benefícios do SIPNI: 
• Registra, por faixa etária, as doses de 
imunobiológicos aplicadas e calcula a 
cobertura vacinal; 
• Fornece informações sobre rotina e 
campanhas, taxa de abandono e envio de 
boletins de imunização; 
• Gerencia os atendimentos, o estoque e a 
distribuição dos imunobiológicos; 
• Possibilita o controle das perdas físicas e 
técnicas de vacinas em todas as instâncias; 
• Identifica as reações que estão ocorrendo pós 
vacinação, notificando os eventos adversos 
observados nos usuários vacinados; 
 
12 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
• Identifica de forma individualizada os usuários 
que receberam atendimento nos Centros de 
Referências de Imunobiológicos Especiais; 
• Possibilita a padronização do perfil de 
avaliação. 
Funcionalidade do SI-PNI: 
• Avaliação do Programa de Imunizações; 
• Estoque e Distribuição de imunobiológicos; 
• Eventos Adversos pós-vacinação; 
• Programa de Avaliação do Instrumento de 
Supervisão; 
• Apuração dos Imunobiológicos Utilizados; 
• Sistema de Informações dos Centros de 
Referência em Imunobiológicos Especiais. 
Ambiente Operacional 
As vacinas disponíveis no calendário básico infantil 
são: 
• BCG ID 
• Hepatite B 
• Tríplice bacteriana (difteria, tétano e 
coqueluxe ou Bordetella pertussis) 
• Haemophilus Influezae b 
• Poliomielite 
• Rotavírus 
• Pneumocócica conjugada 
• Meningocócica C conjugada 
• Poliomielite oral 
• Febre amarela 
• Hepatite A 
• Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) 
• Varicela (catapora) 
• HPV 
➔ Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) 
Objetivos: 
- Recebe a transcrição de produção nos documentos 
BPA (Boletim de Produção Ambulatorial) e APAC 
(Autorização de Procedimentos de Alta 
Complexidade), faz consolidação, valida o pagamento 
contra parâmetros orçamentários estipulados pelo 
próprio Gestor de saúde, antes de aprovar o 
pagamento. 
- Mensalmente os gestores, além de gerar os valores 
devidos a sua rede de estabelecimentos, enviam ao 
DATASUS, uma base de dados contendo a totalidade 
dos procedimentos realizados em sua gestão. 
- Também mensalmente o DATASUS gera arquivos para 
tabulação contendo estes atendimentos. 
Complementando as informações do sistema SIHSUS, 
fornece ao SAS/DRAC (Secretaria de Atenção à 
Saúde/Departamento de Regulação, Avaliação e 
Controle) os valores do Teto de Financiamento a serem 
repassados para os gestores. 
População alvo: Atendimentos que provenientes de 
ambulatórios que foram financiadas pelo SUS 
Abrangência geográfica: federal, estadual e municipal 
Metodologia: 
- O BPA (Boletim de Produção Ambulatorial) é 
preenchido pelo estabelecimento de saúde. O 
processamento é descentralizado no nível municipal e 
estadual, de acordo com a jurisdição. Os dados são 
enviados ao nível nacional para consolidação. 
- Nos procedimentos de alta complexidade 
(hemodiálise, câncer, terapias etc.), as informações são 
coletadas através da APAC (Autorização de 
Procedimentos de Alta Complexidade) e armazenados. 
➔ Sistema de Informações Hospitalares do SUS 
(SIH) 
- Instituição Responsável: Ministério da Saúde (MS), 
Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), Departamento de 
Regulação, Avaliação e Controle (DRAC). 
- Tipo do Processo: Registro Administrativo 
- Periodicidade: Captação continua com consolidação 
mensal por município, estado e nacional 
-Início: 1982 
- Unidade(s) de Investigação: Atendimento Hospitalar 
- Unidade(s) de Análise: Atendimento Hospitalar 
- Técnica de Investigação: Não se aplica 
OBJETIVOS DO SISTEMA SIHSUS: 
- Transcrever todos os atendimentos provenientes de 
internações hospitalares que foram FINANCIADAS 
PELO SUS, e após o processamento, gerar relatórios 
para os gestores que lhes possibilitem fazer os 
pagamentos dos estabelecimentos de saúde. 
 
13 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
- O nível Federal recebe mensalmente uma base de 
dados de todas as internações autorizadas (aprovadas 
ou não para pagamento) para que possam ser 
repassados às Secretarias de Saúde os valores de 
Produção de Média e Alta complexidade além dos 
valores de Central Nacional de Regulação de Alta 
Complexidade (CNRAC), Fundo de Ações Estratégicas e 
Compensações (FAEC) e de Hospitais Universitários – 
em suas variadas formas de contrato de gestão. 
População Alvo: Atendimentos que provenientes de 
internações hospitalares que foram financiadas pelo 
SUS. 
Abrangência Geográfica: Federal, estadual e 
Municipal. 
Metodologia: A Autorização de Internação Hospitalar 
é preenchida pelo hospital após a alta hospitalar e 
enviada eletronicamente para a Secretaria de Saúde 
municipal ou estadual, dependendo do nível de gestão 
municipal. Os dados são consolidados no nível 
nacional. 
Principais variáveis: 
• Hospital: código, município, regime jurídico. 
• Paciente: sexo, data de nascimento, idade, 
município de residência, código postal, 
ocupação, atividade econômica, 
nacionalidade. 
• Hospitalização: especialidade, tipo de 
admissão (emergência, eletiva, etc.), data da 
admissão, data da alta, dias de permanência, 
tipo e número de dias na UTI, número de dias 
do acompanhante, motivo da alta, 
procedimentos realizados, diagnóstico 
primário e secundário. 
• Custo hospitalar: total, serviços hospitalares, 
serviços profissionais, serviços de diagnóstico 
e terapia, cuidados neonatais, acompanhante, 
ortopedia e prótese, sangue, transplante, 
analgesia obstétrica, UTI. 
• Em caso de esterilização: número de filhos, 
escolaridade, métodos de controle de 
natalidade. 
• Outras informações: gravidez de alto-risco, 
cuidados pré-natais, infecção hospitalar. 
• Procedimentos: código do procedimento, 
código do estabelecimento ou profissional, 
tipo do estabelecimento ou profissional 
(laboratório do hospital, laboratório externo, 
profissional do hospital, profissional externo), 
atividade do estabelecimento ou profissional 
(anestesia, ortopedia, etc.), número de 
procedimentos, custo. 
Documentação Operacional: AIH – Autorização de 
Internação Hospitalar 
Época da Coleta: Permanente. 
Tempo Previsto entre o Início da Coleta e a Liberação 
dos Dados: Divulgação nacional dos resultados é 
realizada mensalmente. 
Nível de Divulgação: Nacional, com detalhamento no 
nível estadual, municipal e de estabelecimentos. 
Formas de Disseminação: Internet, boletins, anuários, 
CD-ROM. 
➔ Sistema de Informação da Atenção Básica 
O Sistema de Informação Atenção Básica é um sistema 
(software), desenvolvido pelo DATASUS em 1998, cujo 
objetivo centra-se em agregar, armazenar e processar 
as informações relacionadas à Atenção Básica (AB) 
usando como estratégia central a Estratégia de Saúde 
da Família (ESF). 
- É por meio das informações coletadas pelo software 
do SIAB que o Ministério da Saúde toma decisões de 
gestão da Atenção Básica em nível nacional. 
Entretanto, o SIAB não deve ser compreendido e 
utilizado somente para esse fim. 
- Este sistema é parte necessária da estratégia de 
Saúde da Família, pois contémos dados mínimos para 
o diagnóstico de saúde da comunidade, das 
intervenções realizadas pela equipe e os resultados 
sócio-sanitários alcançados. 
- As fichas que estruturam o trabalho das EAB e que 
produzem os dados que compõem o SIAB são utilizadas 
para realizar o Cadastramento, Acompanhamento 
Domiciliar e para o Registro de Atividades, 
Procedimentos e Notificações das pessoas adscritas 
nos territórios das EAB 
Organização das fichas: 
- Ficha para cadastramento das famílias (Ficha A); 
- Ficha para acompanhamento (Fichas B); 
- Ficha de gestantes (Ficha B-GES); 
- Ficha de hipertensos (Ficha B-HA); 
- Ficha de diabéticos (Ficha B-DIA); 
- Ficha de pessoas com tuberculose (Ficha B-TB); 
 
14 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
- Ficha de pessoas com hanseníase (Ficha B-HAN); 
- Ficha para acompanhamento da criança – Ficha C 
(Cartão da Criança); 
- Ficha para registro de atividades, procedimentos e 
notificações (Ficha D). 
Antes de registrar/digitar as informações no SIAB, as 
fichas preenchidas pelos profissionais são consolidadas 
em três blocos centrais: 
· Cadastramento das famílias (Ficha A) 
· Relatório de Situação de Saúde e 
Acompanhamento das Famílias (SSA) 
· Relatório de Produção e Marcadores para 
Avaliação (PMA) 
Sobre o e-SUS: 
 
llll 
 
 
 
O SIAB funcionou até dezembro de 2015, atualmente o 
sistema vigente é o e-SUS AB 
Os primeiros passos para implantar o e-SUS AB são os 
seguintes: 
 
1º Identificar o coordenador da implantação do 
sistema 
2º Diagnosticar a capacidade de recursos humanos 
existentes nos Estados e municípios 
3º Realizar o levantamento da capacidade tecnológica 
disponível na Secretaria Estadual de Saúde, nas 
Secretarias Municipais de Saúde e nas Unidades 
Básicas de Saúde (computadores, impressoras, 
internet, ambientes etc.) 
4º Garantir a integração do Plano Local ao Plano 
Regional 
5º Viabilizar a qualificação de profissionais para 
capacitar os profissionais de saúde e de tecnologia da 
informação do município 
6º Articular e viabilizar equipe de suporte à 
informatização 
7º Elaborar estratégia de implantação 
 
Ata nacional de registro de preço 
O Ministério da Saúde irá elaborar uma ata nacional de 
registro de preço para compra de equipamentos de 
informática de menor custo e informatizar as UBS. 
- Os cenários de implantação irão variar de acordo com 
a realidade de cada unidade de saúde. Irá depender, 
por exemplo, da quantidade de computadores 
existentes e da conectividade à internet. 
 
 
 
 
 
 
 
15 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
 
→ Existem algumas legislações que regulamentam a 
implantação do e-SUS desde 2011 
 
 
 
- Art. 1º Fica instituído o Sistema de Informação em 
Saúde para a Atenção Básica (SISAB). 
- Art. 2º A operacionalização do SISAB será feita por 
meio da estratégia do Departamento de Atenção 
Básica (DAB/SAS/MS) denominada e-SUS Atenção 
Básica (e-SUS AB). 
 
 
➔ Sistema de Informações Sobre Orçamento 
Público em Saúde 
- Coordenado pelo Departamento de Economia da 
Saúde, Investimentos e Desenvolvimento, da 
Secretaria Executiva do Ministério da Saúde 
- Até o exercício 2012, o banco de dados do SIOPS é 
alimentado pelos estados, Distrito Federal e 
municípios, por meio do preenchimento de formulário 
em software desenvolvido pelo Departamento de 
Informática do SUS (DATASUS), com o objetivo de 
apurar as receitas totais e as despesas em ações e 
serviços públicos de saúde. 
- A partir do exercício 2013, em decorrência da 
publicação da Lei Complementar nº 141, de 13 de 
janeiro de 2012 (LC 141/2012), o registro de dados 
passa a ser obrigatório, inclusive para a União. 
 
Um dos indicadores gerados é o do percentual de 
recursos próprios aplicados em ações e serviços 
públicos de saúde, que demonstra a situação relativa 
ao cumprimento da Constituição Federal. 
Lei complementar 141/2012: 
Art. 5o A União aplicará, anualmente, em ações e 
serviços públicos de saúde, o montante 
correspondente ao valor empenhado no exercício 
financeiro anterior, apurado nos termos desta Lei 
Complementar, acrescido de, no mínimo, o percentual 
correspondente à variação nominal do Produto Interno 
Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei 
orçamentária anual. 
Art. 6o Os Estados e o Distrito Federal aplicarão, 
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no 
mínimo, 12% (doze por cento) da arrecadação dos 
impostos 
Art. 7o Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão 
anualmente em ações e serviços públicos de saúde, no 
mínimo, 15% (quinze por cento) da arrecadação dos 
impostos 
Assim, o SIOPS desde a sua criação, em 2000, constitui 
instrumento para o acompanhamento do 
cumprimento do dispositivo constitucional que 
determina aplicação mínima de recursos em ações e 
serviços públicos de saúde, tendo sido reconhecido seu 
papel na própria LC 141/2012, que o elege para tal. 
Até o exercício 2012 foram trabalhadas duas versões 
do programa para os entes federados: uma semestral 
e uma anual. 
O programa semestral foi introduzido no ano de 2002, 
após entendimentos com a Secretaria do Tesouro 
nacional/ Ministério da Fazenda (STN/MF), em virtude 
de o sistema gerar automaticamente o demonstrativo 
de despesa com saúde. A partir do exercício 2013, o 
 
16 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
registro de dados passa a ser bimestral e obrigatório, 
conforme determina a LC 141/2012. 
→O SIOPS faculta aos Conselhos de Saúde e à 
sociedade em geral a transparência e a visibilidade 
sobre a aplicação dos recursos públicos. Constitui 
importante instrumento para a gestão pública em 
saúde, pois a partir das informações sobre recursos 
alocados no setor, têm-se subsídios para a discussão 
sobre o financiamento e planejamento do SUS. 
→A consolidação das informações sobre gastos em 
saúde no país é uma iniciativa que vem proporcionar a 
toda a população o conhecimento sobre quanto cada 
unidade político-administrativa tem aplicado na área. 
➔ Sistema do Cartão Nacional de Saúde 
- Base de dados nacional que permite a identificação 
dos usuários dos serviços de saúde suplementar 
(planos de saúde/convênio), do Sistema Único de 
Saúde (SUS) e de seus domicílios. 
- O cadastro viabiliza a emissão do Cartão Nacional de 
Saúde para os usuários e profissionais de saúde, e a 
vinculação de cada usuário ao domicílio onde reside. 
- O Cadastro Nacional de Saúde visa melhoria do 
processo de gestão e da relação do sistema de saúde 
com o cidadão; integrar e modernizar os sistemas de 
informação em saúde; aperfeiçoar os mecanismos dos 
serviços e das ações de saúde; permitir que todos os 
dados do atendimento prestado pelos serviços de 
saúde ao cidadão sejam inseridos num sistema 
informatizado, com dados clínicos desde o seu 
nascimento. 
- Cada cidadão terá um número único que permitirá o 
acesso aos seus dados clínicos, no Registro Eletrônico 
de Saúde em qualquer estabelecimento de saúde no 
país, e também permitirá acompanhar as informações 
através do Portal de Saúde do Cidadão. 
- O Cartão Nacional de Saúde é uma ação do Ministério 
da Saúde e tem como proposta universalizar o cartão 
e implantar o registro eletrônico de saúde em todos 
os municípios brasileiros. 
Por que o CNS/Cartão SUS tem sido solicitado para 
procedimentos financiados por convênios? 
As pessoas que possuem plano de saúde ou convênio, 
de certa forma, também são usuárias do SUS, pois são 
beneficiadas pelas campanhas de vacinação, por ações 
de prevenção e ações da Vigilância Epidemiológica e 
Sanitária (controle de dengue, raiva, de sangue e 
hemoderivados, registro de medicamentos, inspeções 
dos serviços de saúde, entre outras) ou por eventuais 
atendimentos de média e alta complexidade (exames 
ou cirurgias). 
PROCESSO EPIDÊMICO 
Conceitos importantes: 
- Estrutura epidemiológica: Representa um conjunto 
de fatores que se relacionam ao agente etiológico 
(químico, físico oubiológico), ao hospedeiro e ao meio 
ambiente, que influi sobre a ocorrência natural de uma 
doença em uma comunidade num período de tempo 
estabelecido. 
→ Ambiente atua como o fulcro de uma balança 
favorecendo a manifestação patológica do 
agente ou resistência à doença 
 
 
- Caracteres epidemiológicos: Representam o 
resultado da estrutura epidemiológica em cada 
momento, e se expressam pela frequência e 
distribuição da doença na população em um 
determinado instante, segundo as variáveis tempo, 
espaço (ou lugar) e pessoa. 
→ A Estrutura Epidemiológica é dinâmica e pode 
se modificar ao longo do tempo e no espaço. 
A estrutura epidemiológica pode ser entendida como o 
comportamento normal (endêmico) ou anormal 
(epidêmico) de uma doença em uma determinada 
comunidade, fixado um ponto no tempo e no espaço. 
 O comportamento NORMAL de um agravo é 
também conhecido como ENDÊMICO→ 
Representa a ocorrência do agravo dentro dos 
padrões esperados para aquele intervalo de 
tempo e área, ainda que apresente variações 
 
17 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
cíclicas ou sazonais. A incidência da doença de 
mantém normal, dentro do esperado 
Variações cíclicas ou sazonais: varia ao longo do ano, 
da época 
 O comportamento ANORMAL de um agravo, 
também conhecido como EPIDÊMICO → 
Elevação brusca do número de casos, 
caracterizando claramente um excesso em 
relação ao padrão normal esperado. Incidência 
supera o esperado 
- Epidemia só pode ser definida a partir da análise da 
incidência da doença 
- O fato de ter havido ou não exposição prévia a 
determinada enfermidade é importante para a 
caracterização de uma epidemia 
- O número de casos que indicará a presença de uma 
epidemia irá variar de acordo com o agente, tipo e 
tamanho da população exposta, experiência prévia ou 
ausência de exposição. 
Caso autóctone: origem se deu dentro do território 
analisado 
Caso alóctone: origem de outro país; “importado” 
- A epidemia não apresenta, obrigatoriamente, um 
grande número de casos, mas um claro excesso de 
casos quando comparada à frequência habitual de uma 
doença ou agravo em uma localidade. 
→ Características do comportamento 
epidêmico: 
Aumento brusco: pois o aumento gradual representa 
uma alteração do nível endêmico 
Aumento temporário: com posterior retorno da 
incidência aos níveis endêmicos 
Surto: é uma forma particular de epidemia em que dois 
ou mais casos estão relacionados entre si. 
- Aumento insidioso com relação entre os casos 
- Surto é um tipo de epidemia, mas o contrário não é 
válido 
- Costuma-se designar surto quando dois ou mais casos 
de uma determinada doença ocorrem. 
- Em locais circunscritos, como instituições, escola, 
domicílios, edifícios, cozinhas coletivas, bairros ou 
comunidades, aliados à hipótese de que tiveram, como 
relação entre eles, a mesma fonte de infecção ou de 
contaminação ou o mesmo fator de risco, o mesmo 
quadro clínico e ocorrência simultânea. 
Outras formas particulares de EPIDEMIA: 
• PANDEMIA: Se caracteriza por atingir muitos 
países em mais de um continente e a onda 
epidêmica, que se prolonga por vários anos. 
EXEMPLO: Pandemia de Gripe (Influenza) A/ H1N1 e 
Cólera, e onda epidêmica de Doença Meningocócica. 
• Para as doenças imunopreviníveis, e para 
aquelas objeto de um programa especial de 
controle, eliminação ou erradicação, esse 
limiar de normalidade deve estar em 
consonância com os objetivos do programa. 
• Assim, a presença de um único caso 
confirmado de poliomielite decorrente da 
circulação do poliovírus selvagem no Brasil já 
representaria uma situação epidêmica 
CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO 
Nível endêmico de um agravo a saúde: situação na 
qual sua frequência e distribuição em agrupamentos 
humanos, distribuídos em espaços delimitados, 
mantenham padrões regulares de variações num 
determinado período, ou seja, as oscilações na 
ocorrência das doenças correspondem somente às 
flutuações cíclicas sazonais. 
- Nos momentos em que essas variações se 
apresentam de forma irregular, temos uma epidemia 
- Um dos métodos utilizados para a verificação de 
ocorrência de uma epidemia é o DIAGRAMA DE 
CONTROLE: consiste na representação gráfica da 
distribuição da média mensal e desvios-padrão dos 
valores da frequência (incidência ou casos) observada 
em um período de tempo (habitualmente 10 anos). 
A construção desde gráfico pode ser feita seguinte 
maneira: 
- Verificar se a distribuição do número de 
casos/incidência da doença, registrado mensalmente 
durante os últimos anos (geralmente dez anos ou 
mais), apresenta grandes variações; 
- Excluir os dados referentes aos anos epidêmicos → 
eles aumentariam a média, assim, a incidência 
esperada seria maior que a incidência real, admitiram-
se mais casos 
 
18 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
- Calcular a média aritmética e o desvio-padrão (podem 
ser calculados no programa Excel) de cada distribuição 
mensal das incidências registradas no período 
selecionado; 
- Os valores compreendidos entre aqueles 
correspondentes à média de cada mês acrescida de 
1,96 desvios-padrão (distribuição normal), 
correspondem ao nível endêmico da doença, ou seja, o 
limite de variação esperada para cada mês; 
- Representar graficamente (diagrama curvilinear a 
distribuição das médias e desvios-padrão da incidência 
(diagrama de controle); 
- Quando os valores observados ultrapassam aqueles 
do limite máximo da variação esperada, diz-se que está 
ocorrendo uma epidemia. Dessa maneira, quando uma 
doença deixa de ocorrer em uma determinada área, o 
registro de um único caso pode configurar epidemia ou 
surto. 
Cálculo do desvio-padrão: 
 
- Dentro da estatística, o termo desvio de padrão tem 
como objetivo demonstrar a regularidade referente a 
um conjunto de dados de modo a apontar o grau de 
oscilação destes em comparação com a média dos 
valores do conjunto. 
→ Tipos de epidemia: 
De acordo com a sua progressão no tempo, as 
epidemias podem ser classificadas em: 
• EXPLOSIVAS → também chamadas de 
epidemias maciças, por veículo comum, ou por 
fonte comum (SURTO) 
• PROGRESSIVAS → ou propagadas de pessoa a 
pessoa 
Epidemias maciças: 
- Nas epidemias maciças, os casos aparecem em rápida 
sucessão e num curto intervalo de tempo (período de 
incubação da doença). 
- A epidemia surge, aumenta de intensidade e declina, 
sugerindo a existência de um veículo comum de 
transmissão e uma exposição simultânea de vários 
suscetíveis ao agente etiológico. 
- Nesse tipo de epidemia, quando se identifica um 
veículo comum de exposição, deve ser identificado o 
pico do surto; o início, o fim e a duração da epidemia e 
o período provável de exposição dos casos à(s) fonte(s) 
de infecção. 
- O exemplo típico é o das epidemias de origem hídrica 
ou de intoxicação alimentar. 
Epidemias progressivas: 
- Nas epidemias progressivas ou por fonte propagada, 
a propagação é mais lenta, sugerindo uma exposição 
simultânea ao agente etiológico, denotando, em geral, 
uma transmissão pessoa a pessoa ou por vetor, 
implicando, geralmente, a multiplicação do agente no 
hospedeiro e a necessidade de sua eliminação para 
atingir outro indivíduo suscetível. 
- Nesse tipo de epidemia, os casos identificados NÃO 
podem ser atribuídos a agentes transmitidos a partir 
de uma única fonte 
Situações mistas: 
- Algumas vezes podemos nos deparar com situações 
“mistas” em que ocorre mais de um tipo de epidemias, 
com formas de transmissão diversas. 
 
- Num primeiro momento, um grupo de suscetíveis é 
exposto a uma fonte comum de um determinado 
agente infeccioso e, num segundo momento, a 
propagação dessa mesma epidemia se dá por meio da 
transmissão pessoa a pessoa. 
→ Conceitos: 
a) Caso: Indivíduo doente ou infectado, que apresenta 
características clínicas, laboratoriais ou 
epidemiológicas específicas. 
b) Caso suspeito: Indivíduo cuja história clínica,sintomas e possível exposição a uma fonte de infecção 
SUGEREM que possa ter contraído ou vir a desenvolver 
alguma doença infecciosa. 
c) Caso confirmado: Pessoa da qual foi isolado e 
identificado o agente etiológico, ou de quem foram 
obtidas outras evidências epidemiológicas ou 
laboratoriais da presença do agente etiológico, como 
por exemplo, a conversão sorológica em amostras de 
sangue colhidas nas fases agudas e de convalescência. 
d) Caso autóctone: Indivíduo que contraiu uma doença 
na área de sua residência. 
 
19 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
e) Caso alóctone: É um caso detectado em um local 
diferente daquele onde ocorreu a transmissão. 
f) Caso importado: Caso contraído fora da zona onde se 
fez o diagnóstico = Caso Alóctone 
g) Caso esporádico: Caso que não se apresenta 
epidemiologicamente relacionado a outros já 
conhecidos. 
- Quando, em uma comunidade, verifica—se o 
aparecimento de casos raros e isolados de uma certa 
doença, a qual não estava prevista, esses casos são 
chamados de casos esporádicos. Exemplo: peste 
(transmitida pela picada de pulgas infectadas com a 
Bactéria Yersinia pestis) 
h) Caso índice: O primeiro entre vários casos de 
natureza similar e epidemiologicamente relacionados. 
O caso índice é muitas vezes identificado como fonte 
de contaminação ou infecção. 
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE CAMPO 
- Constituem uma das mais importantes práticas de 
saúde pública, e são comumente utilizadas na 
investigação de surtos e epidemias → Tais eventos, 
frequentes em qualquer comunidade, obrigam as 
autoridades sanitárias a identificar com urgência as 
suas CAUSAS, FONTES e MODOS DE TRANSMISSÃO, 
com vistas ao estabelecimento de MEDIDAS DE 
CONTROLE. 
- Esses ventos necessitam de uma resposta rápida → 
não necessita inicialmente de um rigor científico para 
estabelecer uma relação causal 
As investigações epidemiológicas de campo iniciam-se 
com frequência sem hipótese clara → Geralmente 
requerem uso de estudos descritivos para a 
formulação das hipóteses, que posteriormente serão 
testadas por meios de estudos analíticos → Na maior 
parte das vezes CASO-CONTROLE (ou ESTUDO DE 
CASO) 
Quando ocorrem PROBLEMAS AGUDOS que implicam 
em MEDIDAS IMEDIATAS de proteção à saúde da 
comunidade exposta ao risco, a investigação de campo 
deve se restringir, inicialmente, à coleta de dados e 
agilizar sua análise, com vistas a desencadear 
rapidamente AÇÕES DE CONTROLE. 
A caracterização de uma doença até então 
desconhecida, assim como de seus agentes, fontes 
e/ou modos de transmissão e medidas de controle, 
pode ser obtida por meio da investigação exaustiva de 
um AGRAVO INUSITADO 
- AGRAVO INUSITADO: Caracterizado como a 
ocorrência de casos ou óbitos de doença de origem 
desconhecida ou alteração no padrão epidemiológico 
de doença conhecida, independente de constar na 
Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação 
Compulsória, deverá também ser notificada às 
autoridades sanitárias 
A investigação epidemiológica de casos e epidemias 
constitui atividade obrigatória de qualquer sistema 
local de vigilância epidemiológica. 
Operacionalização de uma investigação 
epidemiológica de campo 
O primeiro objetivo da investigação de uma epidemia 
ou surto de determinada doença infecciosa ou agravo 
é, geralmente, identificar mecanismos para 
interromper sua transmissão e prevenir a ocorrência 
de novos casos → é necessário definir relação de causa 
e efeito 
Para atingir tal objetivo é necessário cumprir algumas 
etapas: 
1 - Estabelecer ou verificar o diagnóstico dos casos 
notificados e identificar o agente etiológico 
responsável; 
2 – Confirmar a ocorrência de um surto ou epidemia 
3 – Descrever os casos de epidemia ou surto segundo 
as variáveis: tempo, lugar e pessoa. (QUANDO? ONDE? 
QUEM?) 
4 - Identificar a fonte de infecção e os modos de 
transmissão. 
5 – Identificar a população suscetível exposta a um 
maior risco de contato com o agente. 
→ Todas essas medidas, com exceção da nº 2, são 
igualmente relevantes para o estudo de 
situações endêmicas 
Uma investigação epidemiológica de campo consiste 
na repetição da seguinte sequência de 
procedimentos, até a finalização da investigação, ou 
seja, até que o objetivo e as etapas anteriores tenham 
sido alcançados: 
1 – Consolidação e organização das informações 
disponíveis de forma que possam ser analisadas. 
 
20 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
2 – Análises preliminares a respeito dessas 
informações. 
3 – Discussão das análises preliminares e formulação 
de hipóteses. 
4 – Identificação de informações específicas 
necessárias à comprovação da(s) hipótese(s). 
5 – Retorno ao procedimento 1, sempre que 
necessário. 
A investigação implica no exame do doente e de seus 
contatos, com detalhamento da história clínica e de 
dados epidemiológicos, coleta de amostras para 
laboratório, busca de dados adicionais, identificação 
do(s) agente(s) infeccioso(s), determinação de seu 
modo de transmissão ou de ação, busca de locais 
contaminados ou de vetores e reconhecimento de 
fatores que tenham contribuído para a ocorrência 
do(s) caso(s). 
O objetivo primário da investigação epidemiológica DE 
CASOS é identificar a maneira de prevenir e/ou 
controlar a transmissão do agente causal da doença na 
população suscetível (ou exposta). 
Etapas da investigação: 
• Etapa I: Estabelecer ou Verificar o Diagnóstico 
Importância desse procedimento: 
- A medicina não é uma ciência exata, portanto, as 
doenças podem ser incorretamente diagnosticadas. 
→As notificações coletadas podem ser de casos 
suspeitos e não de casos confirmados. 
→As informações relativas a casos não confirmados 
devem ser excluídas de forma a permitir ou não a 
confirmação de epidemia ou surto. 
→Nesta etapa é indispensável estabelecer critérios 
objetivos para a confirmação dos casos, ou seja, 
estabelecer a definição de caso. 
→Em determinadas situações os casos notificados que 
se enquadram nos critérios de confirmação podem ser 
categorizados em: 
✓ Confirmados 
✓ Prováveis: um caso clinicamente compatível, 
sem identificação de vínculo epidemiológico 
ou confirmação laboratorial. 
- Ex.: Na rubéola, é todo caso suspeito que 
apresente exantema máculo-papular de início 
agudo, febre, se medida, maior que 37 graus 
Celsius, e um ou mais dos seguintes sintomas: 
artralgia, artrite ou linfoadenopatia ou 
conjuntivite 
→ O Caso provável pode ser ainda um Caso 
suspeito com histórico de contato com pessoa 
doente, participação em funerais ou rituais 
fúnebres de pessoas com suspeita da doença 
ou contato com animais doentes ou mortos. 
✓ Suspeitos: o indivíduo que apresenta alguns 
sinais e sintomas sugestivos de um grupo de 
agravos que compartilha a mesma 
sintomatologia. 
- Ex.: Caso suspeito de rubéola é aquele que, 
independentemente do estado vacinal, 
apresenta quadro agudo de exantema máculo-
papular e febre baixa 
• Etapa II: Confirmar a Existência de Epidemia ou 
Surto 
A confirmação da ocorrência de uma epidemia ou surto 
se faz com base na comparação dos dados de 
incidência de uma doença, no momento do evento 
investigado, com aqueles usualmente verificados na 
mesma população (série histórica). 
- Se a incidência atual estiver marcadamente em 
excesso, podemos confirmar a ocorrência da epidemia 
ou surto. 
• Etapa III: Caracterização da Epidemia 
- A caracterização deve ser efetuada de maneira que 
possam ser desenvolvidas hipóteses com vistas à 
identificação das fontes e modos de transmissão, 
assim como permitir a determinação da duração da 
epidemia. 
- Com esse objetivo, as informações coletadas devem 
ser organizadas de forma a responder às seguintes 
questões: 
Relativa ao tempo: QUANDO? 
· Qual o período exato de duração da 
epidemia? 
· Conhecido o diagnóstico: qual foi o período 
provável de exposição? 
· A transmissão durante a epidemia se deu por 
veículo comum oupessoa a pessoa 
(propagada) ou ambas as formas? 
Relativas ao lugar: ONDE? 
 
21 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
· Qual a distribuição geográfica predominante? 
· Por local de residência, trabalho ou outra? 
· Quais as taxas de ataque? 
Ataque: número total de casos que ocorre numa 
população especificada durante um período de tempo 
Segundo aos atributos das pessoas: QUEM? 
· Quais são as taxas de ataques específicas por 
sexo e grupo etário? 
· Quais são os grupos, segundo sexo e idade, 
expostos ao maior risco de adoecer? 
· Quais outras características distinguem os 
indivíduos da população geral? 
• Etapa IV: Identificação da Fonte de Infecção e 
dos Modos de Transmissão 
No contexto de uma investigação de uma epidemia as 
hipóteses são formuladas com vistas a determinar: 
· O agente etiológico. 
· A fonte de infecção. 
· O período de exposição dos casos à fonte de 
infecção. 
· O modo de transmissão. 
· A população exposta a um risco maior de 
infecção. 
De uma maneira geral, a hipótese relativa à fonte de 
infecção e modo de transmissão pode ser 
comprovada quando o investigador demonstra que: 
→A diferença entre as taxas de ataque existentes 
entre aquelas pessoas expostas e não expostas à 
fonte de infecção suspeita é estatisticamente 
significante. 
→Nenhum outro modo de transmissão pode 
determinar a ocorrência de casos com a mesma 
distribuição geográfica e etária. 
• Etapa V: Identificação da População Exposta a 
Elevado Risco de Infecção 
Após a perfeita identificação da fonte e modo de 
transmissão, torna-se indispensável a caracterização 
da população exposta a elevado risco de infecção que 
por sua vez depende do tipo de agente, da natureza da 
fonte de infecção, da forma pela qual ocorre a 
transmissão e de atributos individuais de 
suscetibilidade. 
• Etapa VI: Recomendações de Medidas de 
Controle 
 
CURVA EPIDÊMICA 
 
Incremento inicial de casos: o coeficiente de incidência 
de um agravo começa a aumentar se aproximando do 
nível superior endêmico. OBS.: essa etapa não vai 
existir em epidemias que partem de incidência nula ou 
de casos esporádicos. 
Egressão: é o período que surge quando a incidência 
ultrapassa o limite superior endêmico, e que termina 
quando a incidência volta a assumir valores abaixo do 
limite superior endêmico, ou seja, é o período da 
epidemia. 
Progressão: é o período do aumento do número de 
casos da fase da egressão. Termina na incidência 
máxima de casos 
Incidência máxima: é o clímax da epidemia, ou seja, o 
número máximo de casos novos 
Regressão: é a última fase na evolução de uma 
epidemia, é o período de diminuição de casos da fase 
de egressão. Começa a partir da incidência máxima e 
termina no limite superior endêmico. 
Decréscimo endêmico: quando o número de casos 
regride a níveis mais baixos d que aqueles existentes 
antes da epidemia 
CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO 
--------------------------------------------------------------------- 
SAÚDE DO IDOSO 
Geronto-Geriatria: a epidemiologia como base 
científica do cuidado 
Gerontologia: Ciência que estuda o envelhecimento 
como processo de seus aspectos biopsicosociais, de 
forma a tentar manter um nível ótimo de vida e de 
 
22 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
funcionamento, levando a vida a ser mais significativa, 
com qualidade e novas expectativas. 
CONCEITOS BÁSICOS EM GERONTOLOGIA 
GERIATRIA: Parte da gerontologia voltada para as 
questões médicas do envelhecimento que se ocupa do 
estudo das doenças, dos distúrbios provocados em 
idosos e seu tratamento. 
- É o ramo da medicina que se dedica ao idoso, 
ocupando-se não só da prevenção, do diagnóstico e do 
tratamento das suas doenças agudas e crônicas, mas 
também da sua recuperação funcional e reinserção na 
sociedade. 
 
ENVELHECIMENTO: Fenômeno comum do processo de 
vida que, assim como a infância, adolescência e a 
maturidade, é marcado por mudanças biopsicossociais 
específicas, associadas a passagem do tempo. 
VELHICE: Etapa da vida que segue a maturidade e que 
apresenta efeitos específicos sobre o organismo do 
homem, em razão do passar dos anos. 
• É um processo fisiológico 
VELHICE CRONOLÓGICA: 
- 60 anos para países em desenvolvimento (OMS) → 
expectativa de vida menor 
- 65 anos de idade em países desenvolvidos 
* Logo, o envelhecimento populacional é uma 
consequência do desenvolvimento (Brasil,2006) 
VELHICE SOCIOLÓGICA: É a velhice imposta pela 
sociedade, varia com o quadro cultural, condições de 
vida e trabalho. 
VELHICE BIOLÓGICA: É um processo contínuo durante 
a vida, onde há modificações morfológicas e 
fisiológicas. 
VELHICE PSICOLÓGICA: É a velhice compatível com as 
capacidades intelectuais da pessoa. 
SENESCÊNCIA: Processo de envelhecimento (normal) 
que resulta do somatório de alterações orgânicas, 
funcionais e psicológicas do envelhecimento. 
• Envelhecimento saudável 
SENILIDADE: Define uma velhice patológica 
caracterizada por disfunções orgânicas, modificações 
somáticas, limitações, debilitação psíquica e 
enfraquecimento cerebral 
DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) 
- Hipertensão 
- Diabetes 
- Obesidade 
EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO: 
Aumento da longevidade (expectativa de vida) + 
diminuição da fecundidade = drástico envelhecimento 
da população do planeta 
O país envelhece rápido e a expectativa de vida se 
amplia... 
 
↑ de quase 700% em menos de 50 anos 
- Quanto mais a população envelhece, maior é a 
necessidade de políticas públicas para esse grupo 
- Estima-se que o Brasil alcançará 32 milhões de idosos 
em 2020 
- Em países como a Bélgica e a França, foram 
necessários mais de 100 anos para que a população 
idosa dobrasse de tamanho. 
Transição demográfica: À medida que a população 
envelhece, mudam também suas características 
epidemiológicas. 
 
 
 
 
 
23 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
Dados mundiais: Mortes por grupos de causas – 2000 
 
No Brasil: 
 
Aspectos sociais do envelhecimento: 
- Não bastassem os problemas próprios do fenômeno 
epidemiológico, também é preciso levar em conta que 
as mudanças se dão num contexto nacional de 
acentuada desigualdade social, de pobreza e de 
fragilidade de instituições. 
- Ao mesmo tempo, temos carência geral de recursos, 
há grande parcela de jovens que também demandam 
programas públicos de qualidade. 
Ou seja: temos dois segmentos etários fora de 
produção, exigindo habilidade e criatividade gerencial 
dos gestores para administrar a escassez. 
EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 
- O que não podemos esquecer é que a existência de 
mais idosos na sociedade exige transformações em 
várias áreas. 
- O impacto na previdência social é expressivo, os 
cálculos atuais foram estimados para uma vida laboral 
de 30 anos e um período de vida de 8 a 10 anos pós-
trabalho. 
- Como a expectativa de vida era baixa, as 
universidades não tiveram a preocupação de qualificar 
profissionais para lidar com os idosos. Hoje se observa 
uma carência importante de pessoal treinado e 
competente em toda a área da saúde → A MEDICINA, 
atualmente 
 possui grande potencial de 
 trabalho, tendo em vista este 
novo cenário 
- Cuidar adequadamente das múltiplas demandas do 
idoso é uma questão social, de interesse de todos, 
problema a fazer parte das agendas contemporâneas 
deste novo século. Trata-se de um dos maiores 
desafios da saúde pública. 
LEGISLAÇÃO 
• Constituição Brasileira (1988):Proteção à 
pessoa idosa 
• Estatuto do Idoso (2003) 
• Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
(2006): Atenção básica como porta de entrada 
• Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), art 19: 
Violência contra o idoso 
 
 
24 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
 
 
 
 
 
 
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de 
violência praticada contra idosos serão objeto de 
notificação compulsória pelos serviços de saúde 
públicos e privados à autoridade sanitária, bem como 
serão obrigatoriamentecomunicados por eles a 
quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela 
Lei nº 12.461, de 2011) 
 I – Autoridade policial; 
 II – Ministério Público; 
 III – Conselho Municipal do Idoso; 
 IV – Conselho Estadual do Idoso; 
 V – Conselho Nacional do Idoso. 
 § 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência 
contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em 
local público ou privado que lhe cause morte, dano ou 
sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei nº 
12.461, de 2011) 
 § 2o Aplica-se, no que couber, à notificação 
compulsória prevista no caput deste artigo, o disposto 
na Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975. (Incluído 
pela Lei nº 12.461, de 2011) 
http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm
http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm
http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm
http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm
http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/LEIS/L6259.htm
http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/LEIS/L6259.htm
http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/LEIS/L6259.htm
http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm
http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm
 
25 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
 
 
Gigantes da geriatria e suas implicações no cuidado 
Os 5 I’s: 
• Iatrogenia 
• Incontinência 
• Instabilidade (quedas) 
• Imobilidade 
• Insuficiência (declínio) das funções cognitivas, 
demência 
Sobre os 5 I’s: 
• Múltipla causalidade. 
• Não tem tratamento clínico ou cirúrgico 
simples. 
• Não colocam a vida em perigo eminente. 
• Necessitam sempre de suporte humano → 
MEDICINA, ENFERMAGEM, FISIOTERAPIA... 
IATROGENIA: é uma doença com efeitos e 
complicações causadas como resultado de um 
tratamento. O termo deriva do grego e tem origem 
médica, e pode-se aplicar tanto a efeitos bons ou maus. 
Ex.: Uso de antidepressivo devido à depressão que 
causa vertigem e sonolência. Em consequência da 
vertigem o paciente cai e quebra fêmur 
- Em farmacologia, IATROGENIA refere-se a doenças 
ou alterações patológicas criadas por efeitos colaterais 
dos medicamentos. Geralmente a palavra é usada para 
se referir às consequências de ações danosas dos 
MÉDICOS, mas também pode ser resultado das ações 
de outros profissionais, como psicólogos, terapeutas, 
enfermeiros, dentistas etc. Além disso, medicinas 
alternativas também podem ser uma fonte de 
iatrogenia. 
- Uma causa muito comum de efeitos iatrogênicos, que 
acarreta óbito, é a interação medicamentosa, que 
ocorre quando um ou mais medicamentos alteram os 
efeitos de outros que estão sendo tomados pelo 
paciente, que podem aumentar ou diminuir a ação do 
mesmo. Efeitos colaterais, assim como reações 
alérgicas a medicamentos, também constituem uma 
forma de iatrogenia. 
INCONTINÊNCIA: Em um estudo na cidade de Newport, 
no Reino Unido, realizado com idosos acima de 60 
anos, os índices encontrados foram de 10,9% para IA, 
30,1% para IU e 6,2% para a associação de ambas. 
• Incapacita o idoso em relação seu autocontrole, 
dessa forma, ele não exerce funções cotidianas 
pois a incontinência o “limita” 
INSTABILIDADE (QUEDAS): A queda é um evento 
bastante comum e devastador em idosos. Embora não 
seja uma consequência inevitável do envelhecimento, 
pode sinalizar o início de fragilidade ou indicar doença 
aguda. Além dos problemas médicos, as quedas 
apresentam custo social, econômico e psicológico 
enormes, aumentando a dependência e a 
institucionalização. 
- Estima-se que há uma queda para um em cada três 
indivíduos com mais de 65 anos e, que um em vinte 
daqueles que sofreram uma queda sofram uma fratura 
ou necessitem de internação. Dentre os mais idosos, 
com 80 anos e mais, 40% caem a cada ano. Dos que 
moram em asilos e casas de repouso, a frequência de 
quedas é de 50%. A prevenção de quedas é tarefa difícil 
devido a variedade de fatores que as predispõem. 
IMOBILIDADE: Do ponto vista médico, a imobilidade é 
definida como a perda da capacidade de realizar 
movimentos autônomos empregados no desempenho 
atividades de vida diária (AVDs) em decorrência da 
diminuição das funções motoras. Este fato, 
 
26 SAÚDE E SOCIEDADE 2 
compromete a independência do indivíduo e por fim 
leva ao estado de incapacidade ou fragilidade. 
- Muitos fatores físicos, psicológicos e ambientais 
podem causar imobilidade em pessoas idosas, como: 
artrites, osteoporose, fraturas, doença de Paget, 
doença de Parkinson, neuropatias periféricas, sequelas 
de acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca 
grave, doença coronariana instável (anginas), 
claudicação (doença vascular periférica), doença 
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), dor crônica, 
desnutrição grave, etc. 
- Um fator quase sempre esquecido é o efeito colateral 
de medicamentos. Os sedativos e os hipnóticos, ao 
causarem sonolência e ataxia, podem prejudicar a 
mobilidade. 
- Os fármacos antipsicóticos, têm efeitos piramidais e 
podem causar rigidez muscular e redução da 
mobilidade. → a imobilidade pode então ser uma 
IATROGENIA 
INSUFICIÊNCIA (DECLÍNIO) DAS FUNÇÕES 
COGNITIVAS – DEMÊNCIA: Os transtornos mentais 
sofrem influência da mudança populacional, tornando 
os quadros de demência, que são frequentes entre os 
idosos, cada vez mais prevalentes na população. 
• Quanto mais a população envelhece, maior a 
chance de desenvolver um quadro de demência 
• Depressão simula demência no idoso → prestar 
atenção nisso 
DEMÊNCIA: Demência é uma síndrome caracterizada 
pelo declínio progressivo e global das funções 
cognitivas, na ausência de um comprometimento 
agudo do estado de consciência, e que seja 
suficientemente importante para interferir nas 
atividades sociais e ocupacionais do indivíduo. O 
diagnóstico de demência exige a constatação de 
deterioração ou declínio cognitivo em relação à 
condição prévia do indivíduo. 
- Dentre os critérios clínicos mais utilizados para o seu 
diagnóstico incluem-se o comprometimento da 
memória e, ao menos, um outro distúrbio como 
apraxia, agnosia e afasia. 
Apraxia: impossibilidade de executar movimentos 
coordenados (marcha, escrita), conquanto não haja 
afecção da motricidade e da sensibilidade 
Agnosia: convicção a respeita da limitação cognitiva do 
intelecto humano, esp. No que se refere às pretensas 
verdades do senso comum, definida na sentença 
socrática “só sei que nada sei” 
- Amnésia perceptiva que consiste na incapacidade de 
reconhecer os objetos ou os símbolos usuais, sem 
perturbação das sensações em geral 
Afasia: abstenção consciente de qualquer juízo 
originada pelo reconhecimento da ignorância a 
respeito de tudo que transcenda as possibilidades 
cognitivas do ser humano. 
- Enfraquecimento ou perda do poder de captação de 
manipulação e por vezes de expressão de palavras 
como símbolos de pensamentos, em virtude de lesões 
em alguns centros cerebrais e não devido a defeito no 
mecanismo auditivo ou fonador; logastenia. 
- Tal declínio interfere nas atividades da vida diária e, 
portanto, na autonomia do indivíduo. A abordagem do 
paciente com demência deve incluir, sempre, a 
avaliação e monitoramento das habilidades cognitivas, 
da capacidade para desempenhar atividades da vida 
diária, do comportamento e da gravidade global do 
quadro. 
- A demência se coloca como uma das MAIORES causas 
de morbidade entre idosos e sua prevalência está entre 
2% e 25% dos pacientes com 65 anos ou mais. A 
Doença de Alzheimer (DA) é a causa mais comum de 
demência no idoso, com apresentação clínica e 
patológica bem definidas, afetando pelo menos 5% dos 
indivíduos com mais de 65 anos e 20% daqueles com 
mais de 80 anos. 
Prevalência: 
- 3-11% em indivíduos com mais de 65 anos 
(7% no estudo de Catanduva, 1997) 
- Aumenta com a idade 
- Doença de Alzheimer 
- 50-60% de todas

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