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ACESSE AQUI O SEU 
LIVRO NA VERSÃO 
DIGITAL!
PROFESSORA
Me. Raquel de Araújo Bomfim Garcia
Psicologia da 
Educação
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. GARCIA, Raquel de Araújo 
Bomfim.
Psicologia da Educação. 
Raquel de Araújo Bomfim Garcia.
 
Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 
176 p.
“Graduação - EaD”. 
1.Psicologia 2. Comportamento 3. Cognição. 4. EaD. I. Título. 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
CDD - 22 ed. 370.15 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-373-5
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora 
Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo 
Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações 
Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora 
de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
EXPEDIENTE
Coordenador(a) de Conteúdo 
Márcia Maria Previato de Souza
Projeto Gráfico e Capa
André Morais, Arthur Cantareli e 
Matheus Silva
Editoração
Lavígnia da Silva Santos
Design Educacional
Rossana Costa Giani
Revisão Textual
Cintia Prezoto Ferreira
Sarah Mariana L. Carrenho Cocato
Ilustração
Natalia de Souza Scalassara
Fotos
Shutterstock
FICHA CATALOGRÁFICA
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história 
avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, 
ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diaria-
mente para que nossa educação à distância continue 
como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre 
quatro pilares que consolidam a visão abrangente 
do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o 
profissional, o emocional e o espiritual. 
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for-
mando profissionais cidadãos que contribuam para 
o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidá-
ria”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio im-
portante para o cumprimento integral desta missão: 
o coletivo. São os nossos professores e equipe que 
produzem a cada dia uma inovação, uma transforma-
ção na forma de pensar e de aprender. É assim que 
fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. 
São mais de 800 títulos de livros didáticos como 
este produzidos anualmente, com a distribuição de 
mais de 2 milhões de exemplares gratuitamente para 
nossos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 
700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Lon-
drina, Ponta Grossa e Corumbá), o que nos posiciona 
entre os 10 maiores grupos educacionais do país. 
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssi-
ma história da jornada do conhecimento. Mário 
Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, 
quem muda o mundo são as pessoas. Os li-
vros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo 
à oportunidade de fazer a sua mudança! 
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a 
nossa missão, que é promover 
a educação de qualidade nas 
diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais 
cidadãos que contribuam para 
o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
BOAS-VINDAS
MEU CURRÍCULO
MINHA HISTÓRIA
Aqui você pode 
conhecer um 
pouco mais sobre 
mim, além das 
informações do 
meu currículo.
Me. Raquel De Araújo Bomfim Garcia
Neste espaço, venho apresentar para você um pouco da 
minha história profissional e as minhas escolhas até che-
gar aqui na Unicesumar, onde sou professora de Psico-
logia (EAD) há dois anos. O meu interesse pela Psicologia 
se iniciou ainda no Ensino Médio, quando fazia magis-
tério; e, nos meus estágios, sempre me interessava por 
aqueles alunos que apresentavam alguma dificuldade. 
Quando fiz o vestibular para Psicologia, não tinha muita 
noção do que era a profissão, pois havia poucos profis-
sionais no interior do Estado. Durante o curso, porém, 
fui me apaixonando e vendo que realmente tinha feito 
a escolha certa. A Psicologia é fascinante, possui muitas 
áreas de atuação. Após o término da graduação, tinha 
uma única certeza: que trabalharia na área clínica. Fiz for-
mação em Psicodrama. No entanto, o propósito de Deus 
para minha vida era outro, e fui trabalhar em uma escola 
especializada em atendimento a alunos com deficiência. 
Foi ali que tudo mudou: apaixonei-me pela Educação Es-
pecial e pude entender, de maneira prática, o quanto a 
Psicologia Escolar/Educacional pode fazer a diferença na 
aprendizagem e no desenvolvimento do sujeito em todas 
as suas dimensões. Fiz muitos cursos e especialização na 
área, passei a atender, na clínica, crianças e adolescen-
tes com dificuldades e transtornos de aprendizagem e a 
ministrar aulas em cursos de formação de professores 
para a Educação Especial. Quando me casei, mudei de 
cidade e fui trabalhar em outras escolas especializadas 
no atendimento a alunos com deficiência neuromotora 
e outras associadas. Como sempre gostei de escrever e 
dar aula, fiz o mestrado, que me abriu as portas para a 
Unicesumar. Sou muito agradecida pela minha trajetória, 
por fazer o que amo e poder compartilhar com você o 
conhecimento dessa área tão importante da Psicologia.
INICIAIS
PROVOCAÇÕES
Você está iniciando uma nova disciplina. Talvez, já tenha tido algum contato com o tema 
ou não. Quem sabe já teve a curiosidade de conhecer um pouco sobre o assunto? Pode ser 
que tenha ouvido falar que é um conteúdo muito complexo, e isso já gerou certa ansiedade, 
lembrando de conteúdos acadêmicos anteriores em que teve dificuldade. O que é isso afinal? 
Pensamentos, sentimentos, raciocínio? Como é que tudo isso acontece no interior da nossa 
mente e, mais ainda, como é que aprendemos?
A proposta desta disciplina é apresentar a você abordagens teóricas da Psicologia que fazem 
interface com a Educação, dando subsídios para o entendimento de como o sujeito aprende 
e se desenvolve, esclarecendo sobre os fatores que podem facilitar ou dificultar esse pro-
cesso. Utilizam-se, para isso, referenciais teóricos dos próprios autores — Skinner, Piaget, 
Vygotsky, Freud e Wallon — e de seus seguidores, por meio de livros, teses, dissertações e 
artigos científicos.
A disciplina de Psicologia da Educação oferece a você, futuro(a) profissional da Educação, 
o entendimento das principais abordagens teóricas da Psicologia, que explicam sobre o 
nosso comportamento, a construção do conhecimento, a organização das funções psíqui-
cas superiores, a estruturação da personalidade e a importância dos afetos no processo de 
ensino-aprendizagem. Enfim, esse conhecimento proporcionará a você um outro nível de 
entendimento sobre o trabalho educacional.
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Você perceberá que esta disciplina tem o propósito de auxiliar você a compreender o sujeito 
que aprende, para que, assim, tenha mais segurança na escolha da melhor estratégia de ensino 
que utilizará na construção do conhecimento científico, independente da sua área de atuação.
Iniciamos a estruturação desse conhecimento científico pelo entendimento da Psicologia 
Geral, sua construção histórica e os elementos fundamentais de entendimento do sujeito 
enquanto ser psíquico. Isto posto, passamos ao entendimentodas principais abordagens 
teóricas da Psicologia que fazem interface com a Educação — o Behaviorismo, a Epistemologia 
Genética e a Teoria Histórico-Cultural. Encerramos com outros conteúdos psicológicos que 
são relevantes no entendimento do sujeito que aprende: a Psicanálise, a Teoria da Afetivida-
de, as relações humanas no contexto escolar e a subjetividade.
Na prática, esse conhecimento possibilita para você, futuro(a) profissional da Educação, um 
diferencial, pois passa a conhecer e entender o processo de aprendizagem sobre um novo 
olhar, indo além do conhecimento científico a ser apresentado, compreendendo que o aluno 
pode aprender de maneiras diferentes e que cabe a você buscar a melhor estratégia para 
possibilitar o acesso ao conhecimento.
Não se esqueça, porém, de que, ao estudar esta disciplina, você também compreenderá um 
pouco mais sobre a sua aprendizagem, e esse é o desafio da Psicologia. 
IMERSÃO
RECURSOS DE
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do 
aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento.
PENSANDO JUNTOS
NOVAS DESCOBERTAS
Enquanto estuda, você pode aces-
sar conteúdos online que amplia-
ram a discussão sobre os assuntos 
de maneira interativa usando a tec-
nologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, 
esteja conectado à internet e inicie 
o aplicativo Unicesumar Experien-
ce. Aproxime seu dispositivo móvel 
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex-
plore as ferramentas do App para 
saber das possibilidades de intera-
ção de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento 
é sempre bem-vinda. Posicionando 
seu leitor de QRCode sobre o códi-
go, você terá acesso aos vídeos que 
complementam o assunto discutido.
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
OLHAR CONCEITUAL
Neste elemento, você encontrará di-
versas informações que serão apre-
sentadas na forma de infográficos, 
esquemas e fluxogramas os quais te 
ajudarão no entendimento do con-
teúdo de forma rápida e clara
Professores especialistas e convi-
dados, ampliando as discussões 
sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a 
oportunidade de explorar termos 
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
PSICOLOGIA DA 
EDUCAÇÃO: UMA 
INTRODUÇÃO
9 43
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
ABORDAGEM 
BEHAVIORISTA
69
ABORDAGEM DA 
EPISTEMOLOGIA 
GENÉTICA
3 4 101
ABORDAGEM 
HISTÓRICO-
CULTURAL
5 127
TEMAS 
CONVERGENTES 
COM A 
PSICOLOGIA DA 
EDUCAÇÃO
1Psicologia da Educação: Uma Introdução
Me. Raquel de Araújo Bomfim Garcia
Iniciamos a nossa Unidade 1 entendendo como a Psicologia se estru-
turou como ciência ao longo da história e o seu desdobramento em 
diferentes subáreas. Em seguida, você verá o processo histórico no 
qual a psicologia foi estabelecendo relações com a Educação, desta-
cando as principais abordagens teóricas que alicerçam a Psicologia da 
Educação. Você também vai compreender a aprendizagem e o desen-
volvimento na perspectiva da psicologia geral, tendo o discernimento 
que estes conceitos variam de acordo com as abordagens teóricas. 
Além disso, desvendará sobre os fatores que podem influenciar no 
processo de aprendizagem e de desenvolvimento, entendendo a 
influência da hereditariedade, maturidade e ambiente. Por fim, co-
nhecerá alguns conceitos e termos importantes que fazem parte da 
Psicologia da Educação.
UNIDADE 1
12
A primeira vez que entrei numa escola como estagiária do Magistério, muitas 
eram as minhas expectativas. Aquele ambiente inspirava o conhecimento e o 
meu desejo de ensinar. No entanto, a princípio, o estágio era de observação e a 
orientação era para que ficasse no fundo da sala sem interferir no andamento 
da aula. A atenção deveria ser no professor e sua metodologia de ensino, mas os 
meus olhos não me obedeciam e eu me vi envolvida com todo aquele movimento 
que acontecia entre as crianças, as conversas, as dúvidas e o que não era falado, 
mas expressado com o comportamento. Imagine-se você, futuro profissional da 
educação, diante de várias crianças, adolescentes e adultos com tantas diferen-
ças, com maneiras de aprender peculiares, com atitudes e comportamentos tão 
distintos. O que acontece se você explicou tão minuciosamente aquele conteúdo 
e alguns entenderam e outros não? Ou você atendeu individualmente um sujei-
to apresentando a ele um conteúdo específico com um material diferenciado e 
mesmo assim ele não compreendeu? Que fatores podem estar interferindo para 
que essa aprendizagem aconteça ou não? Afinal, como acontece a aprendizagem 
e o desenvolvimento? Estas e outras perguntas a psicologia vem estudando ao 
longo da história do homem.
A psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano e seus 
processos mentais nos mais diferentes contextos; no entanto, para se organizar 
enquanto ciência, passou por diferentes definições. Teve influência, a princípio, 
de várias correntes filosóficas, mas com o avanço científico surgem novos ques-
tionamentos e a necessidade de instrumentalizar e estabelecer técnicas específicas 
que pudessem defini-la como ciência. 
No que se refere à Psicologia da Educação, estudos revelam que há uma preo-
cupação em dar suporte à educação, principalmente ao ensino e à aprendizagem, 
fundamentados pelas contribuições das diferentes subáreas da psicologia. Con-
siderando as situações da sua aula ou do atendimento individualizado, podemos 
analisar que, apesar da grande maioria das pessoas aprenderem do mesmo jeito, 
vamos encontrar sujeitos que aprendem e se desenvolvem de maneira diferente. 
E é aí que acontece o encontro da Psicologia com a Educação.
Como a psicologia auxilia no entendimento do processo de aprendizagem e 
de desenvolvimento? Convido você a fazer uma imersão nesta experiência. Você 
já parou para prestar atenção em como você aprende? Quais os recursos que 
você utiliza, por exemplo, para reter conteúdos na memória? Faça a experiência, 
tente memorizar estas seis palavras: admoesta, desasnado, iconoclasta, nódoa, 
UNICESUMAR
13
procrastinar e chistoso. Quando terminar o exercício, faça a análise, ou seja, quais 
os recursos que você utilizou para memorizar: escreveu as palavras; falou várias 
vezes em voz alta; procurou associá-las a alguma outra palavra conhecida; criou 
uma música com elas; ou algum outro recurso. Então, a psicologia, ao longo do 
tempo, vem estudando estas diferentes maneiras com as quais os sujeitos estru-
turam a sua aprendizagem e promovem o seu desenvolvimento, a fim de auxiliar 
o educador na compreensão de como isso acontece, possibilitando, a partir disso, 
o uso de estratégias adequadas para promover uma educação para todos.
Nesta breve experiência, pudemos pensar sobre apenas um dos conceitos 
essenciais do psiquismo humano – a memória. Contudo, nesta unidade, vamos 
proporcionar a você conteúdos que possibilitem o entendimento do funciona-
mento psíquico do ser humano. A princípio, será apresentado a construção histó-
rica da psicologia enquanto ciência e as suas aplicações nas mais diferentes áreas 
nas quais o ser humano se encontra; enfatizando a relação dela com a Educação. 
Então, serão apresentados alguns pressupostos fundamentais para a Psicologia 
da Educação como – aprendizagem e desenvolvimento – destacando os fatores 
que podem influenciá-los. É importante ressaltar que, apesar destes conceitos 
assumirem perspectivas diferentes de acordo com a linha teórica estudada, nesta 
unidade, apresento a compreensão deles para a psicologia geral. O entendimento 
deste conteúdo possibilitará você olhar para a aprendizagem e o desenvolvimento 
do outro de maneira diferenciada e, principalmente, compreender as possibilida-
des que podem ser exploradas no seu trabalho enquantoeducador.
DIÁRIO DE BORDO
UNIDADE 1
14
Você, em algum momento de sua vida, teve contato com um assunto, texto ou 
reportagem que trouxesse informações sobre a psicologia. É cada vez mais cres-
cente o interesse das pessoas por esta ciência, mas muitas das explicações ainda 
se encontram no campo do senso-comum. Diante disso, convido você a conhecer 
esta ciência - a Psicologia.
Descrição da Imagem: O símbolo da psicologia, ou símbolo psi, é representado por um tridente, o qual 
é semelhante à vigésima terceira letra do alfabeto grego denominada psi. Por esse motivo, o símbolo da 
Psicologia também pode ser chamado de símbolo psi.
Figura 1 - Símbolo da Psicologia
De acordo com Serbena e Rafaelle (2003), a psicologia, em seu processo de es-
truturação enquanto ciência, passou por várias definições ao longo da história. 
Sendo assim, a Psicologia, a princípio, despontou-se da Filosofia, o termo psyche 
ou alma, descrito por Aristóteles, era compreendido como a realidade do corpo 
vivo, entendendo a alma como a plenitude do corpo. Desta forma, o comporta-
mento era compreendido como a alma em movimento, em ação. Sendo assim, no 
início do século XX, a Psicologia era definida como o estudo da alma e da mente.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, despertou a necessidade de uma Psi-
cologia que fosse científica, com instrumentos e técnicas efetivas, sendo refutado 
o estudo da alma pela ausência de objetividade e precisão. À vista disto, o objeto 
de estudo da Psicologia passa ser o comportamento, que também gera discussões 
devido à sua complexidade (SERBENA; RAFAELLE, 2003).
UNICESUMAR
15
Diante disso, a American Psychological Association (APA) acabou definindo 
a Psicologia em três enfoques distintos: como uma disciplina acadêmica, como 
uma profissão e como uma ciência. Enquanto ciência, o objetivo da Psicologia 
consiste em coletar, quantificar, analisar e interpretar informações sobre o com-
portamento humano, elucidando sobre suas causas, como também a dinâmica 
dos padrões de comportamento (SCHLESINGER; GROVES, 1976 apud SER-
BENA; RAFAELLE, 2003).
Então, a psicologia passou a ser definida como a ciência que estuda o com-
portamento e os processos mentais, buscando compreender os comportamentos 
observáveis (as atitudes) como também os ocultos, ou seja, as atividades internas 
e privadas (como pensamentos, memórias e outros eventos mentais) (KELLY; 
SAKLOFSKE, 1994).
No final do século XX, houve um crescimento surpreendente na psicologia. 
Foram desenvolvidos novos campos de investigação, novas tecnologias de pes-
quisa, como também novas abordagens de estudo dos processos mentais e do 
comportamento. Isso provocou um aumento na especialização dentro da psico-
logia e essa passou a contribuir com outras ciências. Isto posto, a psicologia está 
em constante redefinição (EVANS, 1999).
Com os avanços nos estudos da psicologia, desenvolveu-se diferentes subá-
reas, como a psicologia clínica, a cognitiva, a transcultural, a do desenvolvimento, 
a industrial/organizacional, a ambiental, a evolucionista, a forense, a da saúde, a 
da personalidade, a das mulheres, a escolar, a social, a do esporte e a educacional, 
como também a genética comportamental, a neurociência comportamental, a 
neuropsicologia, o aconselhamento psicológico, entre outras (FELDMAN, 2015). 
Como você pode perceber, a psicologia vem ampliando seus campos de estudos 
de acordo com as novos desafios que vão se apresentando ao sujeito.
UNIDADE 1
16
Considerando o desenvolvimento da psicologia, propomo-nos a estar neste es-
tudo aprofundando o conhecimento sobre a Psicologia da Educação, também 
chamada de Psicologia Educacional. Nesse caminho de conhecimento, vários são 
os estudiosos que contribuíram no processo de construção desta área da Psicolo-
gia. A Psicologia da Educação se desenvolveu por meio de diversos pioneiros que 
iniciaram seus estudos no final do século XIX, sendo os principais precursores: 
Willian James, John Dewey e Edward Lee Thorndike (SANTROCK, 2010). Instigo 
você a conhecer as teorias desenvolvidas por estes autores e a sua relevância para 
a Psicologia da Educação.
Você deve estar se perguntando: qual a diferença entre a Psicologia Educacional e a Psi-
cologia Escolar? 
Essas duas subáreas da psicologia: 
[...] são intrinsecamente relacionadas, mas não são idênticas, nem 
podem reduzir-se uma à outra, guardando cada qual sua autonomia 
relativa. A primeira é uma área de conhecimento (ou sub-área) e 
tem por finalidade produzir saberes sobre o fenômeno psicológico 
no processo educativo. A outra constitui-se como campo de atuação 
profissional, realizando intervenções no espaço escolar ou a ele re-
lacionado, tendo como foco o fenômeno psicológico, fundamentada 
em saberes produzidos, não só, mas principalmente, pela subárea 
da psicologia, a psicologia da educação (ANTUNES, 2007, p. 3-4).
Fonte: Antunes (2007, p. 3-4).
EXPLORANDO IDEIAS
UNICESUMAR
17
A psicologia enquanto disciplina científica se estruturou no final do século 
XIX, quando foi criado o primeiro laboratório experimental por Wilhelm Wundt 
(Alemanha), em que eram realizados estudos da experiência consciente. Seu tra-
balho se baseava em compreender os componentes fundamentais da consciência, 
das emoções, das percepções, pensamentos e outras atividades mentais, sendo 
que sua teoria ficou conhecida como estruturalismo (FELDMAN, 2015). Esta 
teve sua relevância no entendimento da estrutura da consciência e serviu de base 
para outras teorias psicológicas.
Entretanto, esta maneira de compreender o sujeito foi questionada por outros 
teóricos, cujo os estudos se voltaram para compreender a função que o compor-
tamento exerce, para possibilitar que o sujeito se adapte ao meio. Assim surguiu 
uma nova teoria: o funcionalismo. O principal representante desta teoria foi o 
psicólogo norte americano Willian James, que junto a outros funcionalistas ve-
rificaram “[..] como o comportamento permite que as pessoas satisfaçam suas 
necessidades e como o fluxo de consciência possibilita que elas se adaptem ao 
ambiente” (FELDMAN, 2015, p. 15).
Segundo Santrock (2010), em 1890, Willian James lançou seu primeiro livro 
de psicologia intitulado The Principles of Psychology e passou então a proferir 
palestras direcionadas a professores, nas quais ele debatia sobre como a psicologia 
poderia ser utilizada na educação das crianças. O autor questionava a eficiência 
dos experimentos laboratoriais em psicologia no que se refere a como ensinar as 
crianças. James destacava a importância da observação no processo de ensino e 
aprendizagem como um recurso importante para aperfeiçoar a educação. 
Podemos dizer que Willian James foi o primeiro psicólogo a realizar conferências 
com temas direcionados para questões educacionais. Nestas, o autor observava que o 
que mais atraía o seu público eram as aplicações práticas; por isso, buscava apresentar a 
aplicabilidade da psicologia no contexto escolar, evitando conceituações e abstrações. 
Diante disso, orientava os mestres a estarem organizando o ambiente de tal maneira 
que capacitasse o aluno a conseguir absorver o máximo do que lhe era apresentado. 
Isto porque James entendia que a educação acontecia quando o sujeito era capaz de 
se dirigir em situações novas, das quais nunca teve contato, utilizando experiências 
retidas na memória e também de concepções abstratas que foram adquiridas. Des-
ta forma, cabe ao professor integrar seus alunos em um processo de aquisição de 
capacidades comportamentais, nas diferentes áreas da sua vida, indo de expressões 
emocionais até atividades físicas (JAMES, 1899 apud MATOS; CUNHA, 2018).
UNIDADE 1
18
Outra referência no campo da Psicologia da Educação foi John Dewey, que 
se destacou em estudos sobre a aplicabilidade prática da psicologia. No ano de 
1984, Dewey organizou o primeiro laboratório de psicologia educacional, na 
Universidade de Chicago, Estados Unidos (SANTROCK, 2010). Utilizava-se de 
métodos educacionais associados a técnicasde transferência de conhecimento e 
de memorização (COLETTA et al., 2018).
De acordo com Santrock (2010), Dewey tinha como premissa o entendi-
mento de que a criança é um aprendiz ativo, ou seja, ela aprende melhor quando 
realiza algo. Destacava, ainda, que a educação deve ter como foco a criança em 
sua totalidade, buscando estratégias para adaptá-la ao ambiente, não a limitando 
aos conteúdos acadêmicos, mas sim ensinando a pensar e lidar com as situações 
do mundo fora do ambiente escolar. Também alimentou a crença de que toda 
criança merece uma educação competente, independentemente de suas condi-
ções socioeconômicas e étnicas.
John Dewey era filósofo, educador e tinha doutorado em psicologia. As téc-
nicas propostas por ele tinham seus fundamentos em um pensamento liberal, 
desenvolvendo uma filosofia diferenciada no contexto educacional, chamada de 
Escola Nova ou Progressista, que vinha contrapor a escola tradicional da época. 
Esta nova filosofia defendia a ideia de “[...] que a prática docente deveria se basear 
na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, os próprios conhecimen-
tos e as próprias regras morais” (COLLETA, 2018, p. 15). Para tal, é fundamental 
despertar o aluno para uma aprendizagem que seja significativa, na qual ele possa 
fazer uso de diversos processos mentais (como o levantamento de hipóteses, a 
análise, a interpretação e a avaliação), desenvolvendo a capacidade de ser o res-
ponsável pelo seu desenvolvimento, sua formação (PEREIRA et al., 2009).
Essa maneira de conceber a educação exige mudanças na postura do profes-
sor, que precisa estar disponível para pesquisar, colaborar e dar o suporte neces-
sário no aprendizado crítico do seu aluno; isto acaba “[...] exigindo que profes-
sores e alunos compartilhem de fato o processo de construção e não apenas o de 
reconstrução e reelaboração do conhecimento” (PEREIRA et al., 2009, p. 158).
A Psicologia da educação era então compreendida como uma ciência de in-
tersecção entre a prática educativa e o comportamento, tendo como foco prin-
cipal o ensino aprendizagem e a situação da educação. Ressaltava a importância 
de que os estudos referentes à aprendizagem fossem contextualizados à realidade 
UNICESUMAR
19
escolar e de sala de aula (CALDEIRA, 2004). Na teoria de Dewey, o conhecimento 
e o desenvolvimento eram vistos como um processo social, fazendo a integração 
dos conceitos de indivíduo e sociedade (COLETTA, 2018).
No entanto, esta maneira de conceber a educação, centrada na criança, na qual era 
privilegiada a autonomia e a construção pessoal do conhecimento por ela, foi com-
preendida erroneamente como “deixar a criança fazer o que quiser”. Isto levou, pos-
teriormente, a ridicularização de sua teoria por outros autores (CALDEIRA, 2004).
 Outro autor que se destacou como pioneiro da Psicologia Educacional foi 
Edward Lee Thorndike, seus estudos foram direcionados para a medição e ava-
liação da aprendizagem, sendo que desenvolveu os princípios essenciais. Para 
Thorndike, a escola tinha como papel fundamental desenvolver as habilidades de 
raciocínio de seus alunos; sendo referência nos estudos científicos relacionados 
ao ensino e aprendizagem (BEATTY, 1998 apud SANTROCK, 2010).
A partir de seus estudos, Thorndike elaborou a Lei do Efeito que explica que 
“[...] todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um pombo, um 
rato, etc.) tende a se repetir se nós recompensarmos (efeito) o organismo assim 
que ele emitir o comportamento” (BOCK; TEIXEIRA; FURTADO, 2018, p. 31). 
De outro modo, o comportamento tem a propensão de não ocorrer novamente 
se o organismo sofrer alguma punição (efeito) logo depois de sua ocorrência. Por 
meio desta Lei de Efeito, o organismo seguirá associando essa situação a outras 
que sejam semelhantes (BOCK; TEIXEIRA; FURTADO, 2018). 
Outra lei da aprendizagem estabelecida por Thorndike é a Lei do Exercício, 
que complementa a Lei do Efeito. Aqui fica estabelecido que para uma determina-
da situação ocorrer novamente, depende do número de vezes que foi apresentada 
ao sujeito, ou seja, está vinculado a repetição da ação, a força e a duração dela 
(GOODWIN, 2005).
Thorndike tinha claro que essas duas teorias podiam explicar boa parte da apren-
dizagem; no entanto, ao aprofundar seus estudos sobre a aprendizagem humana, re-
solveu modificá-las. Com relação a Lei de Efeito, chegou à conclusão de que a recom-
pensa apresenta resultado mais efetivo do que a punição, quando buscamos promover 
a aprendizagem. Na Lei do Exercício, percebeu que tinha um valor limitado, visto que, 
na prática, a repetição só surtia efeito de perfeição em determinados tipos de apren-
dizagem (por exemplo, habilidade motora); o mesmo não ocorria com aprendizagens 
mais complexas (por exemplo, compreensão de uma leitura) (GOODWIN, 2005).
UNIDADE 1
20
A forte tendência de Thorndike em construir uma ciência onde houvesse a 
intersecção entre a Psicologia e a Educação o levou a uma investigação constante 
que apresentou resultados importantes sobre a aplicabilidade da Psicologia aos 
problemas referentes ao ensino. Todos os seus estudos experimentais resultaram 
em vários livros como: Elements of psychology (1903), An introduction to the 
theory of mental and social measurements (1904), Educational Psychology, 3 
vol. (1913-1914), Fundamentals of learning (1932) e Human nature and social 
order (1940) (CALDEIRA, 2004).
Percorrendo esta breve retrospectiva histórica sobre os estudiosos que foram 
os precursores da Psicologia da Educação, podemos definir que, em sua constru-
ção, ela recebeu contribuições de outras áreas da psicologia, como a psicologia 
experimental, diferencial e do desenvolvimento (CALDEIRA, 2004).
Quando nos referimos à psicologia experimental, lembramos dos laboratórios 
de psicologia experimental e seus objetivos em compreender o comportamento. 
Defendiam a ideia de que os fenômenos psicológicos podem ser regidos por de-
terminadas leis da observação e experimentação, sendo a aprendizagem um tema 
de grande relevância nestes estudos. Os estudos tiveram diferentes ênfases como 
da reflexologia, behaviorismo, os processos e mapas cognitivos, a valorização de 
variáveis intermédias, como também, mais recente, a valorização dos contextos 
e das relações sociais. Todas estas teorias tinham um objetivo comum de estudar 
o ato ou o efeito da aprendizagem (CALDEIRA, 2004).
A psicologia diferencial trouxe a ideia que os sujeitos podem ser diferentes 
mesmo dentro da sua espécie, essas diferenças podem apresentar-se desde o nas-
cimento. Desta forma, 
 “ [...] a Psicologia Diferencial pretendeu [e pretende] focalizar a sua pesquisa na variação (intra e inter) individual, alertando para o fac-to de que as diferenças entre os indivíduos podem constituir um 
elemento curial para a compreensão dos processos de desenvolvi-
mento, numa óptica de singularidade, e para modelação recíproca 
indivíduo(s)- meio (CALDEIRA, 2004, p. 96).
Para a educação, esta teoria apresenta duas implicações importantes: uma está na 
evidência em problemas que ocorrem com o sujeito nos períodos em que se es-
UNICESUMAR
21
força para aprender; a outra se refere à influência desta teoria na organização das 
instituições educacionais, que oferecem essas aprendizagens (CALDEIRA, 2004).
Conforme Caldeira (2004), a Psicologia do Desenvolvimento apresentou uma 
especificação e conceitualização diferente, tanto da infância quanto da adolescên-
cia e vida adulta. Importou do movimento psicanalítico o conceito de estádios do 
desenvolvimento. “Consequentemente, as diferenças nos processos de aquisição 
e utilização do conhecimento durante o desenvolvimento ganharam particular 
acuidade” (CALDEIRA, 2004, p. 94).
Compreende-se que este processo inicial de construção da Psicologia da Edu-
cação apresenta diversos pontos de vistas, mas é fato que todos tiveram como 
abordagem primordial o ensino e a aprendizagem (CALDEIRA, 2004).
A partir da década de 40, a Psicologia da Educação desenvolveu e ampliouseu campo teórico prático por meio da contribuição de outras áreas da Psicologia 
que fazem intersecção com a educação. Podemos destacar as contribuições de 
Binet, na França, e seus continuadores americanos Lewis Terman e Maude Merril, 
com a introdução da medição da inteligência por meio de testes de inteligência. 
No contexto da investigação educativa, estes possibilitaram uma maior objetivi-
dade. Mesmo tendo ciência de que o êxito escolar não depende unicamente da 
inteligência, o uso de testes significou, naquele momento, um avanço no que se 
refere ao prognóstico escolar (MIRANDA, 1982).
A Psicologia da Educação também recebeu contribuições da psicologia do 
desenvolvimento que tinham como principais referências Wallon, Gessel e Piaget 
“[...] que inaugurou a aplicação de métodos de observação e medida no estudo 
das mudanças quantitativas e qualitativas que ocorrem em uma ou várias di-
mensões do comportamento ou atividade” (CALDEIRA, 2004, p. 97). Caldeira 
(2004) explica que essa teoria procurou estabelecer normas para uma extensa 
quantidade de processos que conduz o funcionamento do ser humano no que se 
refere à idade/estádio de desenvolvimento, destacando a relevância dos períodos 
críticos, como também o ritmo interindividual.
UNIDADE 1
22
Outras escolas influenciaram e deram suas contribuições para a Psicologia 
da Educação, como a Gestalt, que trouxe a ideia do aspecto de totalidade da 
realidade psicológica, afirmando que a aquisição do conhecimento acontece por 
meio de elementos que, em si, já constituem formas organizadas. Outra escola foi 
o Behaviorismo, de Skinner, que focava seus estudos na interação que acontece 
entre o comportamento do organismo e o ambiente. Ao discorrer sobre o ensino, 
acreditava que este estava relacionado a uma disposição coerente de possibilida-
des de reforço, por meio do qual o sujeito aprende. A Psicanálise também trouxe 
sua contribuição quando destacou a relevância de aspectos socioafetivos para o 
desenvolvimento do indivíduo (CALDEIRA, 2004). Os estudos desenvolvidos 
por Vygotsky sobre a importância da mediação social para que ocorra o desen-
volvimento, principalmente das funções psicológicas superiores (OLIVEIRA, 
1997), também foram pertinentes para o avanço da Psicologia da Educação. Al-
gumas destas teorias ainda hoje são referência na Educação, por isso faremos o 
aprofundamento delas nos próximos capítulos. 
Neuropsicologia
Outra subárea da Psicologia que atualmente tem 
apresentado grandes contribuições para a Educação 
é a Neuropsicologia. Convido você a conhecer um 
pouco mais sobre esta ciência.
À vista disso, considerando o percurso de discussões pela qual a Psicologia Edu-
cacional atravessou ao longo dos anos, entende-se que o seu objetivo hoje consiste 
em aproveitar conhecimentos produzidos pelos mais diversos campos da psico-
logia com o intuito de buscar compreender e aprimorar as ações educacionais. 
Isto confere o reconhecimento enquanto “[...] área específica de conhecimento, 
com objetivo e método de investigação próprio” (CORDEIRO, 2016, p. 4).
Partindo deste entendimento, podemos então começar a discutir alguns 
conteúdos cuja compreensão é essencial para a Psicologia da Educação. Eviden-
ciamos, a princípio, o mais relevante para o seu trabalho enquanto profissional 
da educação a Aprendizagem. Afinal, no que consiste a aprendizagem? Neste 
primeiro momento, apresentamos uma ideia geral do termo, pois, ao longo de 
UNICESUMAR
23
seus estudos, você perceberá que a aprendizagem é compreendida de maneiras 
diferentes de acordo com a abordagem teórica.
Segundo Lefrançois (2016), a aprendizagem consiste numa mudança que 
acontece no organismo (humano ou não), em decorrência da experiência, sendo 
que suas evidências poderão ser observadas por meio de alterações no potencial 
para o comportamento. A título de exemplo, podemos tomar a sua experiência 
de ler este texto; mudanças importantes podem acontecer em suas capacidades, 
no entanto, a maioria delas podem ficar latentes, sendo evidenciadas somente 
numa situação em que ocorre a oportunidade de ação, numa avaliação. O autor 
ressalta ainda que, para ser considerada uma aprendizagem, é preciso que a mu-
dança seja permanente.
 “ Portanto, a aprendizagem implica mudanças na capacidade – ou seja, na potencialidade para fazer algo – e também na disposição – na inclinação para o desempenho. A evidência de que a aprendiza-
gem aconteceu pode depender também da oportunidade para agir; 
daí a necessidade de definir a aprendizagem como uma mudança 
no potencial para o comportamento, em vez de simplesmente uma 
mudança no comportamento (LEFRANÇOIS, 2016, p. 6).
É importante ressaltar que existem diferenças importantes na maneira com que 
cada sujeito aprende: uns aprendem melhor em grupo, outros individualmente; 
uns assimilam melhor quando o material é auditivo, outros preferem recursos 
visuais, entre tantos outros estilos. Daí a relevância dos estudos em aprendizagem 
para desvelar os diferentes modos de aprender, destacando que a aprendizagem 
não consiste num processo invariável, fixo para todos os sujeitos. O ser humano 
é dotado de uma notável capacidade de mudar sua maneira de aprender e de 
pensar (plasticidade neural). De acordo com Phelps (1990 apud FERRARI et 
al., 2001, p. 188), a plasticidade neural pode ser compreendida “[...] como uma 
mudança adaptativa na estrutura e nas funções do sistema nervoso, que ocorre 
em qualquer estágio da ontogenia, como função de interações com o ambiente 
interno ou externo ou, ainda, como resultado de injúrias, de traumatismos ou de 
lesões que afetam o ambiente neural”.
UNIDADE 1
24
De acordo com Corrêa (2016), a aprendizagem pode modificar o homem 
em seu processo de desenvolvimento, sendo caracterizada como uma mudança, 
uma atitude, seja no modo de falar, agir, refletir e pensar sobre qualquer coisa 
que questionamos. O questionamento nos permite aprender pela experiência, 
fazendo uma conexão entre as nossas vivências e aquilo que sentimos e experi-
mentamos. A aprendizagem ocorre na relação com o outro, por meio dos vínculos 
tanto afetivos quanto sociais e culturais, sendo um processo permanente.
Isto posto, é importante considerar o papel do professor no processo de 
aprendizagem do aluno, pois terá a função de compreender e interferir na ati-
vidade psíquica de seu aluno, mais especificamente em seu pensamento. Esta 
função “[...] antecede a tudo e, por isso mesmo, dirige a escolha dos modos de 
ensinar, pois sabe o professor que os métodos são eficazes somente quando estão, 
de alguma forma, coordenados com os modos de pensar do aluno” (TUNES; 
TACCA; BARTHOLO JR., 2005, p. 291).
Um dos fatores que podem auxiliar o professor neste processo é o conhe-
cimento sobre o desenvolvimento. Em conformidade com Papalia e Feldman 
(2013, p. 36), o estudo científico do desenvolvimento humano visa compreender 
“[...] processos sistemáticos de mudança e estabilidade que ocorrem nas pes-
soas”. Observando aspectos nos quais o sujeito se transforma no transcorrer 
de sua vida, desde o momento da concepção até a maturidade, estando atento 
às características que se mostram certa constância. O estudo de desenvolvi-
mento contempla três domínios principais do sujeito: o físico, o cognitivo e o 
psicossocial. Estes, por sua vez, estão interligados, sendo que cada aspecto pode 
afetar o outro. No quadro a seguir esclarecemos de maneira didática cada um 
dos domínios principais do sujeito:
UNICESUMAR
25
Fonte: Papalia e Feldman (2013).
O estudo de desenvolvimento contempla três domínios principais do sujeito: o 
físico, o cognitivo e o psicossocial. No físico, são considerados aspectos como 
o crescimento do corpo, as habilidades motoras, as capacidades sensoriais e a 
saúde. Os aspectos que envolvem aprendizagem, memória, atenção, pensamento, 
linguagem, criatividade e raciocínio compreende o desenvolvimento cognitivo. 
Nos aspectos do desenvolvimento psicossocial, encontramos as emoções, relações 
sociaise a personalidade. É entendido que esta é apenas uma separação didática, 
pois todos estes domínios estão interligados, sendo que cada aspecto pode afetar 
o outro (PAPALIA; FELDMAN, 2013). 
Descrição da Imagem: o quadro 1 está com o título de Desenvolvimento. Abaixo temos três colunas. 
Na primeira temos o subtítulo Físico e a descrição: crescimento do corpo, as habilidades motoras, as 
capacidades sensoriais e a saúde. Na segunda coluna temos o subtítulo Psicossocial, com a seguinte 
descrição: emoções, relações sociais e a personalidade. E na terceira coluna temos o subtítulo Cognitivo 
com a descrição: aprendizagem, memória, atenção, pensamento, linguagem, criatividade e raciocínio. 
Não há nada permanente, exceto a mudança - Heráclito, fragmento (século VI a.C).
Fonte: Papalia e Feldman (2013, p. 34).
PENSANDO JUNTOS
UNIDADE 1
26
É importante ressaltar que, apesar dos estudos sobre o desenvolvimento consi-
derar as vivências comuns aos seres humanos normais, também há uma preo-
cupação com as diferenças individuais e seus impactos para as características, 
as influências e as consequências do desenvolvimento (PAPALIA; FELDMAN, 
2013). Dentre estas, podemos considerar os aspectos herdados, os fatores am-
bientais e os processos maturacionais, compreendendo seus impactos sobre o 
desenvolvimento do sujeito.
Algumas características inatas ou ainda traços herdados dos pais biológicos po-
dem influenciar no desenvolvimento do sujeito, ou seja, a hereditariedade pode 
ser considerada o ponto inicial na vida deste. No entanto, é fato que as demandas 
do ambiente também têm uma representatividade importante no desenvolvi-
mento, especialmente o contexto familiar, socioeconômico, cultural, entre outros 
(PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Segundo Pinheiro (1994, p. 55), no que se refere à questão hereditária, é im-
portante ressaltar que os genes constituem “[...] as bases para os traços culturais, 
mas não forçam o desenvolvimento de nenhum traço em particular. Caracteres 
adquiridos não são transmitidos por via biológica”. No entanto, o comportamento 
aprendido consiste no resultado da interação do sujeito com o meio, sendo que 
a constituição genética poderá auxiliar na sua execução. 
UNICESUMAR
27
Um outro tema comum à educação e que está intrinsecamente relaciona-
do com a hereditariedade e a interação com o meio é a maturação; mas o que 
significa a maturação? Segundo Davidoff (1983, p. 85), está relacionada “[...] ao 
surgimento de padrões de comportamento que depende em grande parte do 
crescimento do corpo e do sistema nervoso”. Segundo a autora, depende de fatores 
genéticos, ou seja, a hereditariedade organiza certas potencialidades que o sujeito 
poderá desenvolver. Estas, por sua vez, podem não estarem completas ao nasci-
mento, mas vão se realizando gradativamente conforme o sujeito vai crescendo. 
É importante ressaltar que o meio tem um papel fundamental neste processo, 
influências sensoriais, químicas e traumáticas - antes ou depois do nascimento, 
podem modificar a capacidade de desenvolvimento do sujeito. 
Mudanças que ocorrem no período da primeira e segunda infância, rela-
cionadas, por exemplo, com a capacidade de falar e andar, estão associadas à 
maturação, tanto do corpo quanto do cérebro. Quando o sujeito avança no seu 
desenvolvimento, na adolescência e, posteriormente, na vida adulta, percebe-se 
que as diferenças individuais referentes tanto às características congênitas quanto 
às suas vivências passam a exercer um papel mais significativo em sua vida. No 
entanto, a maturação apresenta uma influência contínua em determinados pro-
cessos biológicos, podendo citar, como exemplo, o desenvolvimento do cérebro 
(PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Diante disso, é relevante a compreensão sobre os processos de desenvolvi-
mento, a fim de identificar aqueles que são maturacionais e os que não são. Para 
isso, é necessário “[...] observar as influências que afetam muitas ou a maioria das 
pessoas em determinada idade ou em determinado momento histórico, e tam-
bém aquelas que afetam apenas certos indivíduos” (PAPALIA; FELDMAN, 2013, 
p. 42). Entretanto, mesmo considerando que, no processo maturacional, muitos 
dos padrões de comportamento seguem uma certa ordem, devemos ponderar 
que cada sujeito é único e poderá alcançar as diferentes fases de desenvolvimento 
em idades divergentes (DAVIDOFF, 1983).
Outro fator essencial no processo de desenvolvimento é o ambiente, pois o 
ser humano, desde o início da vida, está envolvido num contexto social e histó-
rico. Sendo que o contexto direto, na maioria das vezes, é a família que, por sua 
vez, recebe influências de instâncias sociais mais amplas, estando em constante 
transformação (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
UNIDADE 1
28
Bott (1976, p. 111) explica que o meio social no qual as famílias estão inseridas 
deve ser compreendido “[...] não como a área local em que vive a família, mas sim 
como a rede das relações sociais reais que elas mantêm [...]”. Sendo importante 
considerar os diferentes contextos e grupos nos quais a família está inserida. À 
vista disto, as crianças não estão limitadas ao contexto familiar, pois transitam 
em diferentes lugares (OLIVEIRA; PEDROSO, 2017).
O sujeito, no seu processo de desenvolvimento, recebe influência da família 
nuclear e extensa, do nível socioeconômico, da cultura e etnia e o contexto his-
tórico. Estes fatores serão especificados na figura a seguir:
EU INDICO
O filme “Mãos talentosas - A história de Ben Carson” conta a história 
de um menino pobre de Detroit, que sempre levou uma vida des-
motivada, já que tirava notas baixas e não tinha perspectivas de um 
grande futuro. O que ele e os que estavam ao redor não esperavam 
era que ele se tornaria um neurocirurgião de fama mundial. Este fil-
me retrata a importância do meio familiar na formação do sujeito, como a 
mãe de Ben Carson fala no filme: “[...] se alguém pode fazer, você também 
pode fazer e melhor”. Demonstrando que o amor, a perseverança e a mo-
tivação familiar são essenciais no processo de desenvolvimento do sujeito.
UNICESUMAR
29
Descrição da Imagem: a Figura apresenta os seis fatores que interferem no desenvolvimento do indi-
víduo. São eles a família nuclear, a família extensa, o nível socioeconômico, a cultura, o grupo étnico e 
o contexto histórico. A família nuclear é a unidade econômica e doméstica, que compreende laços de 
parentesco envolvendo duas gerações, consiste em pai e mãe ou, apenas, um dos dois e seus filhos bio-
lógicos, adotados ou enteados. A família extensa tem rede de parentesco envolvendo muitas gerações e 
formada por pais, filhos e outros parentes, às vezes, vivendo juntos no mesmo lar. O nível socioeconômico 
tem combinação de fatores econômicos e sociais que descreve um indivíduo ou uma família e que inclui 
renda, educação e ocupação. Para a cultura tem o modo de vida global de uma sociedade ou de um grupo, 
que inclui costumes, tradições, crenças, valores, linguagem e produtos materiais – todo comportamento 
adquirido que é transmitido dos pais para os filhos. O grupo étnico é um grupo unido por ancestralidade, 
raça, religião, língua ou origens nacionais, que contribuem para formar um senso de identidade comum. 
Por fim, o contexto histórico que tem experiências relacionadas ao tempo e o lugar em que as pessoas 
vivem afetam o seu curso de vida.
Figura 2 - Fatores que interferem no desenvolvimento / Fonte: adaptada de Papalia e 
Feldman (2013).
Outro fator a considerar no contexto do desenvolvimento é que existem influên-
cias que podemos chamar de normativas, ou seja, que geralmente é comum às 
pessoas de uma determinada faixa etária, como exemplo temos a puberdade, que 
acontece, aproximadamente, aos 12 anos; ou, ainda, situações que são determina-
das por um contexto histórico (como a Segunda Guerra Mundial) que acaba por 
mudar as atitudes e o comportamento de toda uma geração, devido ao fato acon-
tecer num momento de formação de suas vidas. Por outro lado, temos também as 
influênciasnão normativas que se configuram por situações incomuns, mas que 
impacta de maneira intensa a vida do sujeito, devido a transtornar a sequência 
A família extensa tem rede
de parentesco envolvendo
muitas gerações e formada
por pais, �lhos e outros
parentes, às vezes vivendo
juntos no mesmo lar.
A cultura tem o modo de
vida global de uma
sociedade ou de um grupo,
que inclui costumes,
tradições, crenças, valores,
linguagem e produtos
materiais - todo compor-
tamento adquirido que é
transmitido dos pais para
os �lhos.
O nível socioeconômico
tem combinação de fatores
econômicos e sociais que
descreve um indivíduo ou
uma família, e que inclui
renda, educação e
educação.
O grupo étnico é um grupo
unido por ancestralidade,
raça, religião, língua ou
origens nacionais, que
contribuem para formar
um senso de identidade
comum.
O contexto
histórico que tem
experiências
relacionadas ao
tempo e o lugar
em que as pessoas
vivem afetam o
seu curso de vida.
A família nuclear é a unidade
econômica e dosmética que
compreende laços de paren-
tesco envolvendo duas
gerações e que consiste em 
pai ou mãe, ou apenas um 
dos dois, e seus �lhos
biológicos, adotados ou 
enteados.
UNIDADE 1
30
esperada da vida, temos como exemplo a perda dos pais quando a criança ainda 
é pequena (PAPALIA; FELDMAN, 2013). 
Destacamos que ocorrem divergências entre as abordagens teóricas quanto 
à relevância de cada um destes fatores, alguns enfatizam a hereditariedade como 
decisiva no desenvolvimento do sujeito, enquanto outros evidenciam que o meio 
social é determinante neste processo; mas há uma unanimidade em considerá-los 
no entendimento do processo de desenvolvimento do sujeito.
EU INDICO
O livro de Introdução à Psicologia da Educação possibilita que o lei-
tor conheça as principais abordagens psicológicas que influenciam a 
educação, destacando que, independentemente de seus pressupos-
tos teóricos ou de sua prática, estas sempre implicarão em uma es-
trutura de política educacional, aos objetivos específicos na formação 
acadêmica, como também a um projeto sociocultural específico. O conteúdo 
apresentado provocará o aprofundamento em diferentes olhares da psico-
logia para o fenômeno do desenvolvimento e da aprendizagem.
Além destes fatores, não podemos deixar de apresentar alguns conceitos que, 
fundamentados pela psicologia, podem auxiliar na compreensão do sujeito que 
aprende. Esclarecendo que a ideia aqui é de apenas apresentá-los, pois sabemos 
da complexidade de cada um deles. O intuito é despertar o seu interesse em apro-
fundar-se neste conhecimento tão importante para sua formação profissional. 
Vamos começar pela origem do conhecimento: as sensações. É por meio 
dos nossos sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato) que coletamos as in-
formações apresentadas pelo ambiente. Estes apresentam órgãos especializados 
que recebem, centralizam e expandem os estímulos que se apresentam ao corpo 
(GLEITMAN; REISBERG; GROSS, 2009). Segundo Silva e Merlín (2010), um dos 
processos mais elementares da nossa vivência consiste em receber e responder 
aos estímulos sensoriais. 
Os mais diversos estímulos apresentados pelos objetos ou por pessoas susci-
tam o interesse da criança ao conhecimento, por isso a importância das ativida-
des sensoriais (FERLAND, 2002). O tempo todo estamos recebendo inúmeros 
estímulos sensoriais e, mesmo diante disso, acabamos por focar nossa atenção 
UNICESUMAR
31
em um único estímulo ou em um pequeno número deles, desconsiderando ou 
eliminando os demais.
 “ A capacidade do cérebro de processar a informação sensorial é mais limitada do que a capacidade de seus receptores para mensurar o ambiente. A atenção, portanto, funciona como um filtro, selecio-
nando alguns objetos para processamento adicional. [...] Em nossa 
experiência momentânea nos concentramos em informações sen-
soriais específicas e excluímos (mais ou menos) as demais (KAN-
DEL, 2009, p. 339).
De acordo com Luria (1979), a atenção pode ser seletiva e sustentada. A aten-
ção seletiva consiste na capacidade de escolher estímulos e objetos específicos, 
definindo uma orientação atencional focal, desencadeando uma centralização 
das funções mentais, sendo estabelecido o que é prioritário na atividade cons-
ciente do sujeito frente à infinidade de estímulos ambientais. A seletividade é 
fundamental para que a ação do sujeito seja organizada, pois sem ela isto não 
seria possível devido à grande quantidade de informação. A atenção sustenta-
da tem a função de manter a atenção seletiva direcionada a um determinado 
objeto ou estímulo; com isso, facilita a realização de tarefas exclusivas, como 
também alcançar os objetivos almejados.
O professor deve considerar que inúmeros fatores podem exercer influência 
sobre a atenção, Davidoff (1983) apresenta alguns deles, como: o contexto em que 
o sujeito está incluso, a motivação, as características do estímulo, a expectativa, a 
relevância da tarefa a ser executada, experiências anteriores e o estado emocional.
A atenção também influencia diretamente na percepção. Contudo, mas no 
que consiste a percepção? Segundo Schiffman (2005), a percepção organiza, in-
terpreta e atribui sentido aos estímulos captados e processados inicialmente pelos 
órgãos dos sentidos. Com isso, a percepção possibilita ao sujeito a consciência dos 
objetos, como também do contexto ambiental. O processo de percepção consiste 
no resultado dos processos psicológicos, em que aspectos como o contexto, o sig-
nificado, as relações, a experiência, o julgamento e a memória exercem um papel 
importante. Davidoff (1983) ressalta, ainda, que a compreensão do processo de 
percepção pode variar de acordo com a abordagem teórica. No entanto, o seu 
entendimento é de fundamental importância no contexto ensino e aprendizagem.
UNIDADE 1
32
Um outro conceito importante para aprendizagem é o de memória. Esta 
consiste na “[...] aquisição, formação, conservação e evocação de informações” 
(IZQUIERDO, 2018, p. 11). O autor acrescenta que a aquisição pode ser cha-
mada de aprendizagem ou aprendizado, pois o sujeito só grava aquilo que ele 
aprendeu. A evocação também recebe o nome de lembrança, recordação ou 
recuperação. Diante disso, verificamos que o registro na memória depende 
diretamente do que foi aprendido.
O passado, nossas memórias, nossos esquecimentos voluntários, não só nos dizem quem 
somos, como também nos permitem projetar o futuro, isto é, nos dizem quem podere-
mos ser. O passado contém o acervo de dados, o único que possuímos, o tesouro que nos 
permite traçar linhas a partir dele, atravessando, rumo ao futuro, o efêmero presente em 
que vivemos. Não somos outra coisa senão isso; não podemos sê-lo. Se não temos hoje 
a medicina entre nossas memórias, não poderemos praticá-la amanhã. Se não nos lem-
bramos de como se faz para caminhar, não poderemos fazê-lo. Se não recebemos amor 
quando crianças, dificilmente saberemos oferecê-lo quando adultos.
Fonte: Izquierdo (2018, p. 1).
EXPLORANDO IDEIAS
Cada um de nós tem um conjunto de memórias que determina nosso jeito de ser, 
nossa personalidade. As nossas lembranças vão nos moldando, o sujeito que foi 
criado no contexto de medo, por exemplo, manifestará características de perso-
nalidade relacionadas a este, podendo apresentar-se mais introvertido, cuidadoso, 
ressentido ou lutador. O fato é que as nossas lembranças nos influenciam muito 
mais do que as propriedades congênitas (IZQUIERDO, 2018).
Souza e Salgado (2015) destacam que as memórias podem ser classificadas 
segundo a maneira com que são adquiridas: memória explícita ou implícita; ou, 
ainda, pelo tempo que fica armazenada: memória de curto ou longo prazo e me-
mória de trabalho. Especificaremos, na Figura 3, cada uma delas:
UNICESUMAR
33
Desta forma, compreendemos que a memória tem um papel fundamental na apren-
dizagem, visto que esta pode ser compreendida como “[...] um processo que conduz 
ao armazenamento de informação como consequência da prática, da experiência 
e ou daintrospecção, produzindo uma alteração relativamente permanente no 
comportamento real ou potencial”(SOUZA; SALGADO, 2015, p. 145).
A memória também apresenta relevância na compreensão da inteligência, 
do ponto de vista da abordagem psicométrica. Quando falamos de inteligência, 
devemos distinguir entre aquela que pode ser medida, relacionada à psicometria; 
e a inteligência que vai além do QI (GLEITMAN; REISBERG; GROSS, 2009). 
Você sabe o que
faz sua memória
melhorar?
5
Trabalho
1
Explícita ou
Declarativa
2
Implícita
ou Não
declarativa
4
Longa
Duração
3
Curta
Duração
Longa duração são 
aquelas armazenadas 
por horas, anos ou 
mesmo por toda vida.
Explícita ou Declarativa
são aqueles que armazenam 
fatos e sua aquisição está 
associada à plena interve-
ção da consciência, como: 
relatar situações cotidianas, 
conversas do dia anterior.
Curta duração são 
aquelas que permane-
cem em nosso cérebro 
por curto espaço de 
tempo, cerca de um 
minuto e pode dar lugar 
as memórias de média 
duração ou serem 
esquecidas.
Implícita ou Não 
Declarativa são aquelas 
que adquirimos de forma 
incosciente, como tarefas 
e habilidades, como: 
dirigir, ler, andar de 
bicicleta.
Trabalho é a responsável
por dar continuidade aos 
nossos atos cotidianos, 
armazena por poucos 
segundos a informação, 
permitindo que saibamos 
onde estamos e o que estamos 
fazendo a cada instante e nos 
momentos anteriores.
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma cabeça de perfil com os 5 tipos de memórias: explícita 
ou declarativa, implícita ou não declarativa, de curta duração, de longa duração e de trabalho. A explícita 
ou declarativa é aquela que armazenam fatos e sua aquisição está associada à plena intervenção da 
consciência, como: relatar situações cotidianas, conversas do dia anterior. A implícita ou não declarativa 
é aquela que adquirimos de forma inconsciente, como tarefas e habilidades, tais como: dirigir, ler, andar 
de bicicleta. A de curta duração são aquelas que permanecem em nosso cérebro por curto espaço de 
tempo, cerca de um minuto, e pode dar lugar às memórias de média duração ou serem esquecidas. A 
de longa duração são aquelas armazenadas por horas, anos ou mesmo por toda a vida. A de trabalho 
é a responsável por dar continuidade aos nossos atos cotidianos, armazena por poucos segundos a 
informação, permitindo que saibamos onde estamos e o que estamos fazendo a cada instante e nos 
momentos anteriores.
Figura 3 - Tipos de memória / Fonte: Souza e Salgado (2015, p. 142-144).
UNIDADE 1
34
A inteligência dentro de uma perspectiva psicométrica, segundo o modelo 
de Cattell-Horn-Carroll (SOUZA; SALGADO, 2015), apresenta dez aspectos de 
capacidades cognitivas, ou seja, inteligência fluída, conhecimento quantitativo, in-
teligência cristalizada, leitura e escrita, memória de curto prazo, armazenamento e 
recuperação a longo prazo, velocidade de processamento, velocidade de decisão/
reação, processamento visual e processamento auditivo. O autor acrescenta que 
cada uma destas capacidades cognitivas pode ser aprimorada ou suprida, isso 
dependerá da presença ou ausência do estímulo.
Os testes de inteligência, a princípio, eram computados por meio de uma razão entre a 
idade mental do sujeito (uma medida do seu desenvolvimento intelectual) e sua idade cro-
nológica. A razão, também chamada de quociente, acabou por dar o nome ao teste, que 
verificava o quociente de inteligência, ou seja, o QI. Hoje, os testes de QI são analisados de 
maneira diferente, não comparam mais a idade mental com a cronológica. No entanto, o 
nome QI ainda permanece.
Fonte: Gleitman, Reisberg e Gross (2009).
EXPLORANDO IDEIAS
A inteligência além do QI, segundo Gleitman, Reisberg e Gross (2009), consiste 
naquelas capacidades que não são mensuráveis por meio de testes convencionais 
de inteligência. Os autores se referem à inteligência prática, à emocional e às inte-
ligências múltiplas. A inteligência prática está baseada no conhecimento tácito, ou 
seja, no conhecimento vivenciado, que foi obtido por meio da experiência no seu 
cotidiano. A inteligência emocional consiste na capacidade de compreender suas 
emoções e a dos outros e, quando necessário, é capaz de controlar suas emoções. 
Salovey e Mayer (1990 apud GLEITMAN; REISBERG; GROSS, 2009, p. 565) 
sugerem que este tipo de inteligência tem quatro partes:
 “ [...] a capacidade de perceber as emoções de forma precisa, a capaci-dade de usar as emoções para facilitar o pensamento e o raciocínio, a capacidade de entender as emoções (incluindo o uso da linguagem 
para descrever as emoções) e a capacidade de lidar com as emoções 
em si mesmo e em outras pessoas.
UNICESUMAR
35
Gardner (1983 apud GLEITMAN; REISBERG; GROSS, 2009) chama atenção 
para outras habilidades. Para ele, devem ser reconhecidas a inteligência musical; 
a interpessoal (capacidade de compreender o outro); a corporal-cinestésica 
(capacidade de poder aprender e conceber padrões complexos de movimento); 
a naturalista (permite compreender os padrões da natureza); e a intrapessoal 
(eficácia em entender a si mesmo). Gleitman, Reisberg e Gross (2009) explicam 
que este estudo foi questionado, pois outros autores acreditam que estas capaci-
dades estavam relacionadas a algum talento em especial e não à inteligência. O 
autor ressalta que, independentemente destas capacidades serem consideradas 
como formas de inteligência, é importante ressaltar a necessidade de serem 
exploradas e desenvolvidas. 
O desafio fundamental dos nossos testes de inteligência consiste em: será que eles me-
dem a inteligência ou apenas medem o que denominamos como inteligência para a nossa 
cultura?
Fonte: Gleitman, Reisberg e Gross (2009).
PENSANDO JUNTOS
Cada uma destas visões sobre a inteligência tem o seu valor na compreensão do 
homem, suas capacidades, habilidades e talentos. No contexto escolar, o professor 
é o grande responsável por dar condições para que o sujeito possa desenvolver 
suas capacidades intelectuais. Souza e Salgado (2015, p. 150) destacam que “[...] 
reconhecer o potencial de cada um e aperfeiçoar as habilidades para as quais a 
pessoa tem aptidão pode ser um caminho para que ela alcance maior êxito aca-
dêmico e profissional”.
Isto posto, confirmamos a relevância da psicologia para a educação. Nas uni-
dades seguintes, vamos aprofundar o conhecimento nas principais teorias da 
psicologia que auxiliam o educador na compreensão do sujeito que aprende.
Estudante, finalizamos esta unidade compreendendo o processo pelo qual a 
psicologia foi se estruturando enquanto ciência, definindo, assim, sua essência. A 
retomada histórica possibilita a você estar entendendo o quanto a especificidade 
do objeto de estudo da psicologia impulsionou para que ela fosse se ramificando 
e buscando entender o sujeito nas mais diferentes áreas.
UNIDADE 1
36
Como educadores, temos que ter a consciência da importância da Psicologia 
da Educação, pois, como vimos, desde seus primórdios, ela traz a preocupação de 
entender como acontece o processo de aprendizagem para o sujeito, como também 
oferecer subsídios teórico-práticos para aqueles que fazem parte deste processo. 
A Psicologia da Educação não se limita em si mesma, mas conta com a con-
tribuição de outras abordagens teóricas da psicologia. Sendo fundamental para o 
educador compreende-las relacionando ao contexto educacional. As particulari-
dades destas teorias possibilitam um olhar mais direcionado, aprofundando gra-
dativamente nas diversas especificidades do sujeito. Algumas focam na cognição, 
outras na emoção ou no contexto social, em aspectos neurológicos, entre outros; 
no entanto, o fundamental é que muito se pode acrescentar no entendimento da 
aprendizagem e do desenvolvimento humano. 
A vista disso, esteja atento(a) aos termos e conceitos que foram discutidos 
nesta unidade, pois eles fazem parte do cotidiano da escola e, muitas vezes, não 
são compreendidos em sua totalidade. Quando ouvir falar, por exemplo, sobre 
a importância da estimulaçãosensorial na educação infantil, relacione com seus 
estudos sobre as sensações. Quando discutir sobre os testes psicométricos, apre-
sente uma visão mais ampla, respeitando sua importância, mas também consi-
derando os outros tipos de inteligência que não são possíveis de medição.
O conteúdo desta unidade será aprofundado nas próximas unidades do 
livro, sendo relacionados a cada uma das abordagens. Aproveite e aprofunde 
seus conhecimentos.
37
AGORA É COM VOCÊ
1. De acordo com Santrock (2010), a Psicologia da Educação se desenvolveu por meio 
de diversos pioneiros que iniciaram seus estudos no final do século XIX, sendo os 
principais precursores: William James, John Dewey e Edward Lee Thorndike. 
Considerando a história da relação entre a psicologia e a educação, analise as afir-
mativas.
I - John Dewey acreditava que as experiências retidas na memória, como também 
as concepções abstratas adquiridas, poderiam dar a direção nas situações novas 
pelas quais o indivíduo passava.
II - A Lei do Efeito, elaborada por Thorndike, consiste na compreensão de que todo 
o comportamento apresentado por um ser vivo demonstra uma tendência a 
repetir-se, caso seja recompensado que ele apresenta este comportamento.
III - O professor tem que ter claro a necessidade de estar pesquisando, colaborando 
e dando as condições necessárias para a aprendizagem crítica do aluno, possibili-
tando que ele e o professor compartilhem apenas a reconstrução e reelaboração 
do conhecimento - pensamento de John Dewey.
IV - Quando define a educação, Dewey considera a importância de estar compreen-
dendo a criança na sua totalidade, com o intuito de viabilizar estratégias que 
possibilitem a sua adaptação ao ambiente, não a restringindo a conteúdos 
acadêmicos, mas sim ensinando a pensar e resolver as mais diferentes situações, 
nos mais diferentes contextos.
É correto o que se afirma em: 
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas II e IV estão corretas.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
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AGORA É COM VOCÊ
2. Quando estudamos o desenvolvimento humano, consideramos o ambiente como 
sendo um aspecto de grande relevância, pois o sujeito, desde o nascimento, está 
inserido no meio social e histórico. Na maioria das vezes, o contexto direto é a família, 
que também recebe influência de instâncias sociais mais amplas. 
Diante disso, assinale a alternativa que corresponde à família nuclear. 
a) Combinação de fatores econômicos e sociais que descreve um indivíduo e que 
inclui renda, educação e ocupação.
b) Rede de parentesco envolvendo muitas gerações e formada por pais, filhos e 
outros parentes, às vezes, vivendo juntos no mesmo lar.
c) O modo de vida global de um grupo, que inclui costumes, tradições, crenças, 
valores, linguagem e produtos materiais – todo comportamento adquirido que é 
transmitido dos pais para os filhos.
d) Unidade econômica e doméstica que compreende laços de parentesco envolven-
do duas gerações e que consiste em pai e mãe, ou apenas um dos dois, e seus 
filhos biológicos, adotados ou enteados.
e) Grupo no qual as experiências relacionadas ao tempo e o lugar em que as pessoas 
vivem afetam o seu curso de vida.
3. De acordo com Kandel (2009), o processo da atenção acontece como num filtro, no 
qual são selecionados alguns objetos para serem adicionados, ou seja, em um mo-
mento a nossa concentração é em determinadas informações sensoriais específicas 
e descartamos momentaneamente outras. 
Diante disso, explique a complementaridade entre a atenção seletiva e a atenção 
sustentada.
39
AGORA É COM VOCÊ
4. A memória está relacionada à capacidade de adquirir, formar conservar e evocar as 
informações. Tem uma ligação direta com a aprendizagem, pois só gravamos aquilo 
que foi aprendido. Como vimos, existem diferentes tipos de memória. Nesse sentido, 
assinale a afirmativa que corresponde à memória de trabalho.
a) Dá continuidade aos nossos atos cotidianos, armazena por poucos segundos a 
informação, permitindo que saibamos onde estamos e o que estamos fazendo a 
cada instante e nos momentos anteriores.
b) Permanecem em nosso cérebro por curto espaço de tempo, cerca de um minuto, 
e pode dar lugar às memórias de média duração ou serem esquecidas.
c) Armazena fatos e sua aquisição está associada à plena intervenção da consciência.
d) Consiste naquela que armazena por horas, anos ou mesmo por toda a vida.
e) Adquirimos de forma inconsciente, como tarefas e habilidades.
5. Quando falamos de desenvolvimento, segundo Papalia e Feldman (2013), devemos 
considerar os processos de mudança dos sujeitos que ocorrem de maneira sistemáti-
ca e com certa estabilidade. Isto é, aquelas características que, durante o transcorrer 
da vida, mostram certa constância. Analise as afirmativas e assinale a que se refere 
ao desenvolvimento.
a) Consiste numa mudança que acontece no organismo (humano ou não) em de-
corrência da experiência; sendo que suas evidências poderão ser observadas por 
meio de alterações no potencial para o comportamento.
b) Apesar dos estudos sobre o tema considerar as vivências comuns aos seres hu-
manos normais, também há uma preocupação com as diferenças individuais e 
seus impactos para as características, as influências e as consequências para o ele. 
c) Podemos considerar que não consiste num processo invariável, fixo para todos 
os sujeitos. O ser humano é dotado de uma notável capacidade de mudar sua 
maneira de aprender e de pensar. 
d) O desenvolvimento ocorre na relação com o outro, por meio dos vínculos tanto 
afetivos quanto sociais e culturais, sendo um processo intermitente.
e) O desenvolvimento implica em mudanças na capacidade – ou seja, na potencia-
lidade para fazer algo – e também na disposição – na inclinação para o desem-
penho.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
1. C. A alternativa I e III estão incorretas. A alternativa I apresenta a ideia de Wlillian 
James e não de John Dewey e na alternativa III, o correto é que aluno e professor 
compartilhem de fato a construção e não apenas a reconstrução, reelaboração do 
conhecimento.
2. D. A alternativa A corresponde ao nível socioeconômico; a alternativa B, a família 
extensa; a alternativa C, a cultura; e a alternativa E ao grupo étnico.
3. A atenção seletiva está relacionada à capacidade de escolher os estímulos e objetos 
específicos, direcionando a orientação atencional focal e definindo o que é priorida-
de na atividade consciente diante de tantos estímulos. Agora, a atenção sustentada 
complementa este processo a partir do momento que mantêm a atenção seletiva 
direcionada para certo estímulo ou objeto, possibilitando, ao sujeito, realizar suas 
atividades e alcançar seus objetivos.
4. A. Correta, porque as demais afirmativas correspondem aos outros tipos de memória.
5. B. Correta, pois todas as demais afirmativas estão relacionadas à aprendizagem e 
não ao desenvolvimento.
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
2Abordagem Behaviorista
Me. Raquel de Araújo Bomfim Garcia
Nesta unidade, você terá a oportunidade de conhecer sobre a abor-
dagem teórica que foi fundamental no processo de organização da 
psicologia enquanto ciência e que tem sua relevância também na edu-
cação - o Behaviorismo. Faremos, inicialmente, um resgate histórico 
para compreender como esta abordagem teórica se estruturou. Então, 
apresentaremos os principais conteúdos e conceitos que possibilitarão 
a sua compreensão sobre o foco central do behaviorismo - o compor-
tamento humano. Por conseguinte, terá o entendimento do processo 
de aprendizagem nesta perspectiva teórica, fazendo a relação com a 
prática docente. Esperamos que, ao final desta unidade, você reflita 
sobre o quanto estas ideias perpassam pelo universo escolar.
UNIDADE 1
44
Você se recorda do momento do intervalo de aula, ou também conhecido como 
recreio, quando era criança? Eu me lembro perfeitamente, era um dos momen-
tos mais esperados durante o período de aula, geralmentecomia rapidamente o 
lanche da escola ou algo que trazia de casa e logo ia brincar. Eram alguns minutos 
de grande liberdade, brincávamos de pega-pega, pique-esconde, amarelinha, en-
tre tantas outras brincadeiras; mas em determinado momento, vinha o sinal de 
término, em algumas escolas era o toque de um sino de metal, outras eram uma 
sirene (nossa como era alta) ou uma música. No entanto, algo era certo, ao ouvir 
o sinal, a correria acontecia, todos iam rapidamente lavar as mãos e formar a fila 
para retornar à sala de aula. Você já parou para pensar por que esta situação - o 
sinal - produzia esta reação num grupo tão expressivo de crianças? Se cada um 
tem seu próprio aparato biológico, como reagimos de maneira semelhante diante 
desta situação? Você já pensou: é que fomos condicionados a isso, toda vez que 
ouvir o sinal é esperado que tenhamos este comportamento; mas então, o que é o 
condicionamento? Como é que ele acontece? Será que ele está presente na escola? 
Na busca do entendimento sobre comportamento humano é que se estruturou a 
abordagem teórica que nos propomos a estudar nesta unidade - o Behaviorismo. 
A intenção dos behavioristas era compreender como se organiza o compor-
tamento humano e, principalmente, o que influencia para que ele ocorra ou não. 
Skinner, o mais expressivo estudioso desta teoria, entende que o comportamento 
consiste numa parte do funcionamento do organismo que age sobre o mundo 
exterior ou em interação com este. O autor focou seus estudos no comportamento 
operante e trouxe grandes contribuições para a educação. Ressaltando a impor-
tância do planejamento ou plano de trabalho docente, estabelecendo os objetivos 
e meios a serem utilizados para que ocorra a aprendizagem.
O posicionamento desta teoria provocará questionamentos importantes so-
bre a maneira com que lidamos com as informações que a todo momento recebe-
mos, seja do nosso próprio organismo ou do meio externo. Diante disso, desafio 
você a pensar sobre o que o levou a escolher esta graduação. Anote em um papel 
os motivos que o impulsionaram, as suas expectativas quanto ao futuro nessa 
profissão, os recursos necessários para realizá-la e o que pode ser acrescentado 
para que isto ocorra. Feito isso, analise esta situação, você precisou de algum 
estímulo para mobilizar o seu comportamento de buscar uma graduação - pode 
ter sido de desenvolvimento pessoal, financeiro, por status e tantos outros, sendo 
traçado os objetivos a serem alcançados. 
UNICESUMAR
45
As estratégias serão delineadas no transcorrer das disciplinas, pois elas darão 
as possibilidades de execução da atividade profissional que você escolheu; mas 
também é fundamental os recursos para que isso aconteça, sejam eles materiais, 
financeiros, pessoais, entre outros. Neste breve exercício, nós compreendemos 
como o estímulo pode impulsionar a uma ação.
Imagine isso bem empregado no processo de aprendizagem. Esta teoria vem 
trazer muito do direcionamento do trabalho educacional, seja ele individualizado 
ou em grupo, numa clínica ou em uma sala de aula, pois é essencial que o pro-
fissional tenha claro quais são os seus objetivos no trabalho com o sujeito, para 
que suas estratégias provoquem a ação desejada. 
DIÁRIO DE BORDO
UNIDADE 1
46
Diante da proposta de compreender sobre esta abordagem psicológica, devemos 
ressaltar que o Behaviorismo está entre as teorias que direcionou as bases da 
psicologia científica que conhecemos na atualidade. Isto porque, desenvolveu 
conceitos inovadores referentes à natureza do ser humano, como também mé-
todos de como estudá-lo (VIEGA; VANDENBERGHE, 2001). Partindo deste 
pressuposto e considerando o pensamento de Skinner (1972 apud HENKLAIN; 
CARMO, 2013), que ressalta a importância do educador em aprofundar seus 
conhecimentos sobre o comportamento humano, no intuito de identificar seus 
princípios para propor e aplicar práticas de ensino que sejam efetivas e eficien-
tes, ponderamos sobre a relevância deste conteúdo para sua formação enquanto 
educador. Para isso, iniciamos com o resgate histórico da construção desta teoria.
Como vimos na Unidade 1, no final do século XIX, a Psicologia foi estrutu-
rando-se enquanto disciplina científica e muito disto se deve às pesquisas de-
senvolvidas por Fechner, Thorndike e Wundt. No que se refere ao Behaviorismo, 
segundo Skinner (2003), Thorndike foi quem fez as primeiras experiências sérias 
com o intuito de analisar as mudanças que ocorrem em consequência do com-
portamento, isso em 1898.
No ano de 1913, John Broadus Watson (1913 apud HUBNER; MOREIRA, 
2012) publicou um artigo com o título “A psicologia como um behaviorista a 
vê”, que ficou conhecido como Manifesto Behaviorista. Neste, o autor critica a 
ineficiência do método de introspecção experimental para explicar os fenômenos 
psicológicos, enfatizando sobre a ausência de replicabilidade dos seus resultados, 
ou seja, a mesma pesquisa apresentava resultados diferentes quando aplicada com 
outro sujeito. Esta alteração, no entanto, era atribuída ao sujeito e não à ineficiên-
cia do método ou do contexto experimental onde se produziram os resultados.
A vista disso, o autor propõe uma nova compreensão sobre a Psicologia, cujos 
objetivos estavam relacionados à previsão e também o controle do comporta-
mento. O objeto de investigação passa a ser o comportamento observável (do 
ponto de vista de mais de um observador) e a investigação aconteceria por meio 
do método experimental: manipulando de maneira sistemática as características 
do ambiente e examinando os resultados que estas manipulações provocam no 
sujeito (HUBNER; MOREIRA, 2012).
É importante ressaltar que o Manifesto Behaviorista é uma referência histórica 
para o surgimento do Behaviorismo. Muito da teoria desenvolvida por Watson pode 
ser encontrada ainda no que se conhece por Behaviorismo Radical, mas sofreram vá-
UNICESUMAR
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rias reformulações. Para uma compreensão correta sobre o Behaviorismo hoje, deve-
mos considerar as obras de Burrhus Frederic Skinner (HUBNER; MOREIRA, 2012).
A abordagem de estudo conhecida por Behaviorismo Radical foi apresentada 
por Skinner, em 1945, e consiste numa “[...] filosofia da ideia da mutabilidade das 
espécies de comportamento humano, que produz, especialmente, conhecimento 
por meio da análise experimental do comportamento” (BOCK, 2018, p. 52). Desta 
forma, para Skinner, o comportamento se constrói por meio dos processos de 
variação e seleção; e sua proposta está pautada no comportamento operante. Em 
todas as suas obras, o autor enfatiza o poder e o dever da ciência em ser a resolu-
ção das dificuldades humanas. Com isso, ressalta a importância de uma ciência 
do comportamento humano para oferecer soluções práticas para a sociedade, 
dando ênfase na predição e controle (SAMPAIO, 2005).
Podemos encontrar, na obra de Skinner, grande influência das ideias de Charles Darwin, 
principalmente no que se refere ao tema da mutabilidade das espécies, como também a 
proposição da teoria da seleção natural. Para Darwin, as espécies passavam por transfor-
mações constantes e as variações que são produzidas nas gerações subsequentes, mes-
mo que sejam mínimas, podem ser selecionadas e manterem-se na espécie.
Fonte: Bock (2018).
EXPLORANDO IDEIAS
Estando fundamentado por estas ideias, Skinner foi organizando sua teoria na 
qual o desenvolvimento de um comportamento operante é base de sua propos-
ta. Entretanto, para compreendermos este conceito, é necessário que tenhamos 
algumas noções sobre o comportamento respondente ou reflexo (BOCK, 2018).
De acordo com Skinner (1953 apud LEONARDI; NICO, 2012), o entendi-
mento sobre o comportamento respondente pode ser limitado, devido a referir-se, 
exclusivamente, a comportamentos com características fisiológicas específicas, 
cuja responsabilidade é de adaptar o organismo às modificações que acontecem 
no meio. No entanto, o autor ressalta que ignorar este tipo de comportamento re-
flexo para o entendimento do comportamento humano

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