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ESTÁCIO CASTANHAL Professora Ms. Angélica Lins E-mail: angelica.santos@estacio.br Disciplina: Direito do Trabalho – AURA – AV2 – 2020.2 TEMA: REMUNERAÇÃO, JORNADA E SALÁRIO AULA 8 - ADICIONAIS SALARIAIS – São pagos em razão do trabalho prestado em situações prejudiciais à saúde ou, ainda, que prejudiquem o convívio familiar e social; Esses adicionais são chamados de salário condição, isto é, paga-se o adicional enquanto o empregado estiver em condição prejudicial; Cessada a condição gravosa, cessa o adicional sem que esse fato configure alteração prejudicial. 1) ADICIONAL DE HORAS EXTRAS – ART.7º, XVI da CF/88; ART.58-A E 59 DA CLT Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º) Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. § 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017). Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017). § 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) • As horas extras pagas com habitualidade, refletem nas demais verbas trabalhistas: RSR 13º salário Férias + 1/3 FGTS Aviso Prévio 2) ADICIONAL NOTURNO – Art. 7º, IX da CF/88; Art. 59-A § único da CLT 2.1) Empregado Urbano: 22h as 5h Adc de 20% Hora noturna reduzida: 52m e 30s 2.2) Empregado Rural: Pecuária: 20h as 4h Lavoura: 21h as 5h Adc. De 25% Hora noturna normal: 60m • O adc noturno possui natureza salarial e reflete nas demais verbas: 13º; férias + 1/3; FGTS RSR Aviso Prévio 3) ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA – Art. 469, § 3º da CLT Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. § 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.203, de 17.4.1975) • É pago em função da transferência provisória do empregado, inclusive ao cargo de confiança ou, ainda, se houver previsão de transferência no contrato de trabalho; • O adc. é de no mínimo 25% do salário do empregado • O adc possui natureza salarial e reflete nas seguintes verbas: 13º; férias +1/3; FGTS e AVISO PRÉVIO. 4) ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – Art. 7º, XXIII da CF/88; Art. 193 CLT Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012) I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012) II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012) § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) § 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) § 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012) § 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. (Incluído pela Lei nº 12.997, de 2014) 4.1) Base de cálculo • Adc de 30% sobre o salário base, não levando em conta outros acréscimos – Art. 193, §1º. • Esse adicional integra as demais verbas trabalhistas: 13º Férias + 1/3 FGTS AVISO QUADRO EXPLICATIVO 5) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – Art. 7º, XXIII CF/88; ART. 189 A 192, 611-A, XII e ART. 611-B, XVI e XVIII da CLT. • São aquelas atividades que expõem o empregado a agente nocivos à sua saúde e que ultrapassam o seu limite de tolerância. Ex: Agentes químicos (chumbo), biológicos (bactérias) e físicos (ruídos); • Para obtenção do adicional de insalubridade há necessidade de preencher dois requisitos: a) atividade nociva deverá ser constatada via perícia, por profissional habilitado, médico ou engenheiro do trabalho; b) É necessário que o agente nocivo à saúde esteja incluído na relação oficial do Ministério do Trabalho. Se não houver essa atividade na listagem, há entendimento majoritário de que o empregado não terá direito ao adicional, exemplos: NÃO tem direito ao recebimento de adicional de insalubridade: - Empregado que retira lixo urbano em residências e escritório; - Trabalhador a céu aberto submetido a radiação solar OBS: No entanto, tem assegurado o direito ao adicional de insalubridade nas seguintes hipóteses: - Empregado que realize limpeza de banheiros públicos ou de uso coletivo de grande circulação; - Trabalhador que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância, incluindo em ambiente a céu aberto. c) As atividades ou operações insalubres são dispostas na Norma Regulamentadora nº 15 do Ministério do Trabalho, a qual estabelece os graus de estabilidade em máximo (40%), médio (20%) e mínimo (10% sobre o salário). 5.1) Base de Cálculo Art. 192 da CLT - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário- mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. • Em abril de 2008 o STF entendeu que o salário mínimo não servia de base de cálculo: SÚMULA VINCULANTE 4 - Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. 5.2) REFLEXOS NAS DEMAIS PARCELAS 13º FÉRIAS +1/3 FGTS AVISO Situação-problema: Mauro Cássio é frentista no posto de gasolina denominado Postão da BR Ltda. Mariana Cavalcante é auxiliar administrativo do posto e trabalha na sobreloja cuidando do financeiro da empresa. Jéssica Peixoto é estagiária do posto e trabalha no administrativo juntamente com a Mariana. A nenhum dos 03 envolvidos é assegurado o pagamento do referido adicional, com aseguinte explicação da empresa: Mauro trabalha na escala 12x36 h e assim não fica ininterruptamente em contato com agente explosivo, pois acaba trabalhando apenas 15 dias no mês; Mariana não é frentista e não trabalha ao lado do tanque de armazenamento dos combustíveis e, por fim, Jéssica que por ser estagiária não possui direitos trabalhistas. Pergunta-problema: pode-se dizer que a decisão da empresa está correta em não efetuar o pagamento do adicional devido a nenhum dos seus funcionários e estagiária? Justifique com base na legislação e na jurisprudência.
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