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Relatório Habeas Corpus Coletivo 165 704 - DF

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Trabalho de Processo Penal IV - UNESP
Tayná Marques de Carvalho
4º ano - noturno
Relatório Habeas Corpus Coletivo 165.704 - DF
Inicialmente, é de suma importância entender que o habeas corpus constitui um dos principais
instrumentos de proteção de direitos e garantias, sendo considerado um remédio constitucional. Será
impetrado nas hipóteses de prisão ilegal ou ameaça da liberdade por ato ilegal/ abuso de poder,
buscando garantir a liberdade do indivíduo. Quando coletivo, o Habeas Corpus surtirá efeito sobre um
número indeterminado de pessoas, visto que a decisão beneficia uma condição de vivência ou situação.
O remédio constitucional sob análise, tem como objeto a garantia da liberdade de todos aqueles
que se encontram presos e possuem sob a sua única responsabilidade deficientes e crianças. Muito
similar ao HC 143.641, que prevê a liberdade de mães que tem como dependentes crianças de até 12
anos, o atual documento foca em outras figuras de responsável - como avós, pais, tios e tias - além de
abranger também deficientes com mais de 12 anos, não restringindo a idade.
Tal impetração tem importância direta nas vidas dos menores ou dependentes que se encontram na
condição indicada. Como deixou claro o Ministro Gilmar Mendes, o pedido deve ser analisado
buscando o melhor para as crianças e pessoas com deficiência, visando garantir a proteção aos
vulneráveis. A substituição pela prisão preventiva domiciliar possibilitaria maior convívio e amparo
aos dependentes, causando menor impacto em suas vidas.
A decisão concretiza diversos princípios constitucionais, como o da igualdade, ao estender a pais e
outros responsáveis uma decisão dada anteriormente apenas às mães, beneficiando dessa forma todas
as crianças e deficientes que se encontram sob os cuidados de presos preventivamente. A respeito
disso, o promotor Fernando Gaburri cita artigos constitucionais convergentes ao tema, sendo direito
constitucional das crianças, e por extensão aos deficientes, a convivência familiar, a proteção contra
qualquer tipo de negligência e o respeito à condição de pessoa em fase de formação intelectual e física.
Além disso, pelo atual estado de pandemia, o habeas corpus também protege os dependentes de maior
possibilidade de contágio com o vírus, recebendo maior cuidado.
A prisão domiciliar será concedida apenas aos presos responsáveis por crianças e deficientes
comprovadamente dependentes de seus cuidados, sempre resguardando seus interesses. Não haverá tal
hipótese quando acusado de crime praticado com violência ou grave ameaça, quando o dependente for
a vítima e o responsável configurar como agressor, ou quando o crime for praticado na residência onde
convive com o menor ou deficiênte. Visto isso, sob a observância das condições acima elencadas e as
existentes no HC 143.641/SP, o STF votou pelo conhecimento e concessão do habeas corpus coletivo.

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