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Peca Pratica caso José

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA DO JURI DA COMARCA DE ...
AUTOS DO PROCESSO-CRIME Nº...
JOSÉ, já qualificado nos autos do processo crime nº..., que lhe move a Justiça 
Pública, por seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência apresentar:
ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS, com fundamento nos artigos 403, §3º e artigo 386 inciso III ambos do Código de Processo Penal, aduzindo a seguir seus fatos, fundamentos e pedidos.
DOS FATOS
José era desafeto de Antônio já há alguns anos, chegaram a ser bons amigos, mas por conta de empréstimos feitos por José a Antônio e não honrados por este, além do fato de Antônio ter tentado seduzir a esposa de José, tornaram-se inimigos declarados. 
Em dado momento, José decidiu adquirir uma arma de fogo com o propósito de alvejar mortalmente Antônio quando o encontrasse novamente. Comprou o revólver e as munições e o guardou municiado embaixo do colchão, pensando em utilizar logo e se desfazer do objeto do pretenso crime. O filho de José, auxiliando a mãe na arrumação da casa, encontrou a arma, retirou toda a munição e jogou fora devolvendo a arma desmuniciada ao local. Dois dias após esse fato, José entrou em casa nervoso, foi ao quarto, pegou a arma e com ela em punho saiu na direção de Antônio. Apontou - a para a cabeça do inimigo e puxou várias vezes o gatilho, mas nada aconteceu. 
Antônio saiu correndo e as pessoas que passavam pelo local imobilizaram José e chamaram a polícia. José foi preso em flagrante delito acusado do crime de tentativa de homicídio. Foi beneficiado com a liberdade provisória e aguarda o processo em liberdade, sendo consequentemente denunciado pelo MP como incurso nos arts, 121, “caput” c.c art. 14, II, do CP.
DO DIREITO
O caso em apreço há uma nítida absoluta im propriedade do objeto. 
Vejamos. O artigo 17 do Código Penal o qual estabelece que: 
 
“Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta a do meio 
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.” 
 
Ou seja, quando o objeto meio utilizado na execução da prática do crime, visando sua consumação, é absolutamente ineficaz, não podendo afetar e danificar o bem jurídico pretendido, o crime se torna impossível, na medida que quando o agente, após a prática do fato, jamais poderia consumar o crime pela ineficácia absoluta do meio empregado ou pela absoluta impropriedade do objeto material, nos termos do art. 17 do Código Penal. 
 
É o que temos no caso em tela. De acordo com os fatos narrados e a oitiva das testemunhas durante audiência de instrução, apesar, do animus necandi do réu, a arma objeto do crime em questão, estava desprovida de munição graças a anterior conduta do filho de José. 
Assim sendo, a arma de fogo não poderia causar nenhuma lesividade à bem jurídica “vida” da vítima, ainda que por vontade e consciência do autor, este pretendesse atingir. 
 
Isto posto, concluímos ser atípico o fato relatado na denúncia pelo Ministério Público, o que enseja a absolvição do réu. 
Ademais, vale ressaltar que o requerente é primário e de bons antecedentes com residência fixa.
 
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência a decretação da absolvição do acusado com fulcro no Art. 386, inciso III do Código de Processo Penal.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
(Local e data)
Advogado... OAB/...

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