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ÓRGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS Têm origem na junção ectoendodérmica e aparecem ainda na fase embrionária. Involuem após a puberdade e não fazem resposta à antígenos. MEDULA ÓSSEA As células-tronco linfoides são formadas no omento, no fígado e no saco vitelino durante a fase fetal. Em adultos e fetos em fase de desenvolvimento mais adiantado, isso ocorre na medula óssea - um órgão hematopoiético e linfoide, que atua na produção e maturação de linfó- citos, remove substâncias estranhas da corrente sanguínea e é uma grande fonte de anticorpos. Faz a maturação de linfócitos B em alguns mamíferos. TIMO É a principal fonte dos linfócitos T, vindos da medula, em neonatos. Nesse órgãos, eles multiplicam, ganham a habilidade de reconhecer antígenos externos (linfócitos capazes de causar doenças autoimunes e aqueles incapazes de responder a antígenos são destruídos por apoptose) e são maturados para que possam invadir a corrente sanguínea e colonizar órgãos linfócitos secun- dários. Esse órgão também apresenta um conjunto de citocinas conhecidas como hormônios tímicos, entre eles a timosina, timopoietina, fator humoral tímico, timulina e timoestimulina. A timulina apresenta zinco, sendo esse um mineral essencial para a função imune. BURSA DE FABRICIUS É encontrado em aves, atingindo o maior tamanho quando nascem e diminui conforme o envelhecimento. Sua estrutura interna apresenta folículos linfoides, cada um com linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Quando removida cirurgicamente, o animal apresenta baixos níveis de anticorpos no sangue e as células produtoras de anticorpos desaparecem dos órgãos linfoides. Esse órgão é responsável pela maturação e diferen- ciação de linfócitos B, aqueles que atuam no sistema produtor de anticorpos. Após a produção na medula, as células são direcionadas á bursa, onde se multiplicam e, após o processo de maturação, são enviadas para o sangue. Também faz a captura de antígenos e a produção de anticorpos e produz o hormônio bursina. PLACAS DE PEYER Estão localizados na parede do intestino delgado e possuem folículos linfáticos com linfócitos B. Em ma- míferos do grupo 1 (suinos, ruminantes equinos, caninos e humanos), tem a mesma função que a bursa. ÓRGÃOS LINFOIDES SECUNDÁRIOS se formam no final da vida fetal e persistem durante a vida adulta e aumentam de tamanho em resposta a estímulos. Têm células dendríticas que capturam e processam os antígenos, e linfócitos responsáveis por mediar as respostas imunes. LINFONODOS São "filtros" do fluido linfático, estrategicamente posi- cionados para interceptarem os antígenos da linfa, formados por uma rede reticular de linfócitos, macró- fagos e DCs. No córtex, linfócitos B ficam agregados em folículos - quando ativados por antígenos, se expandem para formar centros germinativos, locais onde LB adultos são maturados. Órgãos Linfoides LUIZA MESSEDER ZAHLUTH Esquema de um centro germinativo. Zona escura = LB em divisão. Zona clara = interação entre CD, LTh e LB, formação de LB de memória. FONTE: Imunologia - Tizard O córtex é rico em LT e DCs. A medula tem seios de drenagem linfática divididos por cordões med-lares com plasmócitos, macrófagos e LTs de memória. A principal função é facilitar a interação entre células apresentadoras de antígenos e linfócitos T e B. CIRCULAÇÃO E MIGRAÇÃO DE LINFÓCITOS Os linfócitos T circulam constantemente pelo orga- nismo, no sangue e em fluidos teciduais, avaliando a presença de antígenos estranhos no organismo. Pre- ferencialmente migram para locais com invasão microbiana e inflamação. Os LT também passam algum tempo no interior dos órgãos linfoides secun- dários. Caso não encontrem antígenos, os linfócitos T deixam os linfonodos. HEMOLINFONODOS Estruturalmente semelhantes aos linfonodos, porém apresentam hemácias. Combinam as funções do baço e dos linfonodos. A medula óssea, as tonsilas e os tecidos linfoides espalhados pelo organismo formam a maior concen- tração de linfócitos no corpo, mas a medula óssea também contém grandes números de linfócitos. Caso um antígeno seja inoculado por via intravenosa, boa parte será capturada não só pelo fígado e pelo baço, mas também pela medula óssea. Entretanto, durante a resposta imune primária, os anticorpos são predominantemente produzidos no baço e nos linfonodos. No final da resposta, as células de memória saem do baço e colonizam a medula óssea. Quando uma segunda dose de antígeno é dada, a medula óssea produz grande quantidade de anticorpos, sendo a principal fonte nos roedores adultos. BAÇO Faz a filtração sanguínea, removendo partículas anti- gênicas e microrganismos, células mortas e hemácias envelhecidas (hematocaterese); também armazena he- mácias e plaquetas e recicla ferro. É um importante órgão para a resposta imune mediada por anticorpos. Quando os antígenos são capturados pelas DCs, estas o carregam para os folículos primários de onde, em alguns dias, migram células produtoras de anticorpos, que colonizam a zona marginal, atingindo a polpa vermelha. Os anticorpos vão para a corrente sanguínea. Anatomicamente, é dividido em polpa vermelha (partici- pa do processo de filtração do sangue e do acúmulo de hemácias com grande número de células apresentado- ras de antígenos, linfócitos e plasmócitos) e polpa bran- ca - rica em linfócitos T e B, é onde ocorrem as respostas imunes. As polpas são divididas pela zona marginal, importante área de trânsito de linfócitos, além de ser rica em macrófagos, DCs e LB. MALT - Tecidos linfoides associados a mucosas Fazem a imunidade das mucosas, reduzindo a vulnerabilidade à entrada de patógenos. É constituído por tecidos linfoides associados às superfícies mucosas do trato gastrointestinal, das vias respiratórias e do trato urogenital. Possui um sistema de células orientado para a mucosa, que permite a migração seletiva dos linfócitos para os tecidos linfoides mucosos difusos. É composto principalmente por linfócitos T situados em regiões propícias ao contato com antígenos que entram na mucosa. As amígdalas ou tonsilas palatinas fazem parte desse sistema. Baço bovino. Amostra cedida por Dr. J. R. Duncan. FONTE: Imunologia - Tizard LUIZA MESSEDER ZAHLUTH Embora a resposta imune primária a antígenos injetados por via intravenosa aconteça nos linfonodos ou no baço, os anticorpos produzidos em uma resposta secundária são sintetizados principalmente pela medula óssea. FONTE: Imunologia - Tizard Cada linfócito carrega um único tipo de receptor com uma especificidade única. A interação entre uma molécula estranha e um receptor de linfócito capaz de se ligar a esta molécula com alta afinidade leva à ativação do linfócito. As células efetoras diferenciadas de um linfócito ativado irá carregar receptores de especificidade idêntica àquela da célula parental da qual o linfócito foi derivado. Linfócitos carregando receptores para moléculas próprias são deletados nos estágios iniciais do desenvolvimento da célula linfóide e estão portanto ausentes no repertório de linfócitos maduros. A teoria da seleção clonal é a mais aceita para como o sistema imune adaptativo opera. Ela estabelece que a linhagem germinativa codifica muitos receptores de antígenos diferentes – um para cada determinante antigênico para o qual um indivíduo será capaz de montar uma resposta imune. O antígeno seleciona aqueles clones de células que têm o receptor apropriado. Os quatro princípios básicos da hipótese da seleção clonal são:
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