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LIVRO ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

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ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
Nathália Helena 
Fernandes Laffin
Visão integrada das 
demonstrações contábeis
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar a integração do balanço patrimonial, da demonstração do 
resultado do exercício e da demonstração do fluxo de caixa.
  Especificar os efeitos das principais decisões nas demonstrações 
contábeis.
  Aplicar as análises horizontal e vertical para a interpretação da situação 
econômica e financeira das empresas.
Introdução
As demonstrações contábeis apresentam informações úteis e fidedignas 
que refletem as operações realizadas pelas entidades em determinado 
período. Cada uma delas apresenta suas finalidades próprias e permite 
compreender a situação econômica e financeira das entidades. Os usuários 
das informações contábeis precisam conhecer cada uma das demonstra-
ções, bem como compreender como a análise conjunta pode fornecer 
informações úteis para o alcance de seus diferentes objetivos. Portanto, 
as demonstrações contábeis são ferramentas imprescindíveis para a 
avaliação e o planejamento futuro, uma vez que permitem a identificação 
de riscos e potencialidades de retorno da entidade.
Neste capítulo, você estudará a integração do balanço patrimonial, 
da demonstração do resultado do exercício (DRE) e da demonstração 
do fluxo de caixa (DFC), conhecerá os efeitos das principais decisões 
nas demonstrações contábeis e aprenderá como aplicar as análises 
horizontal e vertical para a interpretação da situação econômica e 
financeira das empresas.
Integração das demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis representam os efeitos patrimoniais e fi nancei-
ros, o desempenho e o fl uxo de caixa da entidade de maneira estruturada e 
simplifi cada aos usuários das informações (acionistas, sócios, administradores, 
funcionários, consumidores, fornecedores e instituições fi nanceiras). Elas 
fornecem informações fi dedignas e relevantes para a análise e a avaliação 
na tomada de decisão, visando ao atendimento das necessidades de todos os 
interessados. A administração da entidade é responsável pela elaboração das 
demonstrações contábeis, que devem estar em conformidade com as normas 
contábeis vigentes e a estrutura conceitual.
De acordo com o item 10 da NBC TG 26 (Resolução CFC nº. 1.185, de 
28 de agosto de 2009), o conjunto completo das demonstrações contábeis 
consiste em (CFC, 2009):
  balanç o patrimonial ao final do perí odo;
  demonstraç ã o do resultado do perí odo;
  demonstraç ã o do resultado abrangente do perí odo;
  demonstraç ã o das mutaç õ es do patrimô nio lí quido do perí odo;
  demonstraç ã o dos fluxos de caixa do período;
  demonstração do valor adicionado do período, se exigido legalmente 
ou apresentado de forma voluntária; 
  notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis 
significativas e outras informações explanatórias; 
  balanço patrimonial no início do período mais antigo, comparativa-
mente apresentado, quando a entidade aplica uma política contábil 
retroativamente ou procede à reapresentação de itens das demonstrações 
contábeis, ou, ainda, quando procede à reclassificação de itens de suas 
demonstrações contábeis.
Além disso, as empresas publicam as notas explicativas, as quais compre-
endem o resumo das políticas contábeis significativas e outras informações 
relevantes.
Visão integrada das demonstrações contábeis2
De acordo com Borinelli e Pimentel (2017), as demonstrações contábeis são resultantes 
do processo contábil, que consiste em:
  colher dados referentes às transações realizadas pela entidade por meio de docu-
mentação comprobatória;
  analisar, mensurar e registrar as transações em conformidade com a estrutura 
conceitual e as normas contábeis;
  gerar relatórios que contenham informações contábeis decorrentes dos processos 
anteriores;
  divulgar as demonstrações contábeis aos diferentes usuários, atendendo às exi-
gências legais.
Apesar de as demonstrações contábeis apresentarem finalidades diferentes, 
elas se complementam e são consistentes entre si; ou seja, é possível associar os 
dados de uma demonstração contábil com as outras. O balanço patrimonial é a 
demonstração que serve como base para a elaboração das demais. De acordo 
com Borinelli e Pimentel (2017), a partir dele, cada uma das demonstrações 
contábeis acrescenta outros aspectos na evidenciação, permitindo aos usuários 
uma visão detalhada e completa sobre a entidade. 
De acordo com o art. 178 da Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, o balanço 
patrimonial tem como função evidenciar, de forma qualitativa e quantitativa, a 
situação patrimonial e financeira da entidade (BRASIL, 1976). Sua posição é 
estática, pois apresenta o patrimônio da companhia em um determinado período. 
O balanço patrimonial é composto por ativo, passivo e patrimônio líquido. 
No grupo do ativo, tem-se os bens e direitos da entidade, e as aplicações de 
recurso estão à disposição da entidade. O grupo do balanço passivo representa 
as obrigações e as origens de recursos da entidade, e o patrimônio líquido 
constitui o capital próprio da entidade.
Dentro do balanço patrimonial ativo, tem-se o ativo circulante, que corres-
ponde às disponibilidades financeiras, aos bens e aos direitos realizáveis até 
o fim do exercício seguinte, dos quais, de acordo com o CPC 26 (COMITÊ 
DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011), espera-se que:
  sejam realizados, vendidos ou consumidos durante o ciclo operacional 
da entidade;
  estejam mantidos com a finalidade de negociação;
3Visão integrada das demonstrações contábeis
  que sejam realizados até 12 meses após a data de encerramento do 
balanço patrimonial;
  estejam em caixa e equivalente de caixa.
Entende-se por caixa o dinheiro em papel-moeda (numerário em espécie) 
e os depósitos bancários de livre movimentação. Os equivalentes de caixa 
constituem os valores financeiros de disponibilidade imediata (no máximo, 
3 meses de resgate) e de alta liquidez, que estão sujeitos a um insignificante 
risco de mudança de valor, como aplicações financeiras e aplicações ban-
cárias, por exemplo.
Como o balanço patrimonial é um relatório estático, não é possível 
compreender a evolução do caixa e equivalente de caixa entre os períodos. 
Assim, a DFC, que pertence à dinâmica patrimonial, complementa o balanço 
patrimonial, apresentando e explicando as variações ocorridas no caixa e 
equivalente de caixa. A DFC permite que os usuários das demonstrações 
contábeis avaliem a capacidade de geração de caixa e equivalente de caixa, 
o tempo e o grau de segurança de geração dos recursos financeiros e a 
necessidade de liquidez da companhia.
O balanço patrimonial passivo constitui os recursos consumidos pela 
entidade para a geração de fluxo de caixa futuros. Ou seja, compreende as 
origens de recursos representadas pelas obrigações da entidade (SANTOS et 
al., 2015). De acordo com o CPC 26 (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS 
CONTÁBEIS, 2011), o patrimônio líquido constitui o interesse residual nos 
ativos da entidade após a dedução de todos os passivos. Por esse motivo, ele 
deve evidenciar os valores resultantes de ajuste de avaliação patrimonial 
decorrentes da avaliação de ativos e passivos a valores de mercado.
Vale ressaltar também que o patrimônio líquido corresponde ao valor de 
mercado das ações da entidade ou ao montante decorrente de possível venda 
dos seus ativos líquidos ou da entidade como um todo, considerando-se o 
princípio de continuidade (BORINELLI; PIMENTEL, 2017). Assim, pode-se 
dizer que o patrimônio líquido pode ser considerado o montante de recursos 
que pode ser reivindicado pelos acionistas ou quotistas.
De maneira geral, o patrimônio líquido é composto por:
  recursos próprios dos acionistas ou quotistas decorrentes de investimen-
tos realizados para a obtenção de ações, quotas ou outras participações 
(capital social);
  evolução natural da entidade que acarretaa geração de lucros ou pre-
juízos no exercício.
Visão integrada das demonstrações contábeis4
A Lei nº. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, determinou que não mais existirá a conta 
“lucros ou prejuízos acumulados”, que compunha anteriormente o patrimônio líquido 
das entidades (BRASIL, 2007). A partir dessa lei, a conta “prejuízos acumulados” está 
prevista nesse grupo do balanço patrimonial. O lucro do período deverá ser destinado 
como reserva, aumento de capital social ou distribuição de dividendos.
A geração de lucros ou prejuízos no exercício apresentada no patrimônio 
líquido advém da DRE, a qual confronta as receitas, os custos e as despesas 
apurados, segundo o regime de competência, evidenciando o resultado 
líquido (lucro ou prejuízo) da entidade. Portanto, a DRE é uma demonstra-
ção completa que tem por finalidade mostrar o desempenho (resultado) da 
entidade em determinado período.
De acordo com a legislação, a maioria das entidades deve elaborar e di-
vulgar seus resultados, no mínimo, uma vez ao ano. Para as companhias de 
capital aberto, é obrigatória a apresentação a cada trimestre. Entretanto, sob 
o ponto de vista gerencial, as entidades costumam apurar e acompanhar seus 
resultados mensalmente. Para os gestores, é vital o conhecimento da natureza 
dos seus gastos e das suas receitas para a melhor tomada de decisão, a fim de 
maximizar o desempenho organizacional. 
Se a entidade apurar lucro líquido, ela poderá distribuí-lo por meio de dividendos aos 
acionistas no exercício social. Assim, nessa transação, a conta “dividendos a pagar” terá 
efeito no passivo circulante da entidade (balanço patrimonial).
Efeitos das principais decisões nas 
demonstrações contábeis
Conhecer a estrutura das demonstrações contábeis é tão importante quanto 
compreender as principais decisões que os usuários das informações poderão 
obter por meio delas. Sabe-se que essas demonstrações apresentam diferentes 
5Visão integrada das demonstrações contábeis
fi nalidades e que, ao mesmo tempo, elas se complementam, pois os dados 
informados no balanço patrimonial estão também presentes na DRE e na DFC. 
Por esse motivo, recomenda-se a análise dessas demonstrações de maneira 
conjunta, e não de forma isolada.
Antes de analisar as demonstrações contábeis, os usuários devem conhecer 
detalhadamente o negócio e o mercado de atuação da entidade. Esses fatores 
contribuem para uma melhor avaliação nas decisões tomadas de investimento e 
de financiamento.
O balanço patrimonial mostra a situação patrimonial e financeira da enti-
dade. Por meio dessa demonstração, o usuário conhece todos os bens, direitos 
e obrigações, conhecendo a posição patrimonial da entidade em determinado 
período. Ou seja, pode-se visualizar como a entidade distribui seus recursos 
entre os ativos (circulante ou não circulante). Dependendo do setor, a entidade 
pode ter alto valor em imobilizado, no entanto, outras setores podem apresentar 
alto valor no ativo realizável a longo prazo. 
Por meio do balanço patrimonial, o usuário pode avaliar a estrutura de 
capital da entidade: terceiros (passivo) e capital próprio (patrimônio líquido). 
Com base na sua distribuição, é possível avaliar o endividamento da companhia. 
Ou seja, consegue-se identificar a dependência de recursos de terceiros ou 
de capital próprio para a aquisição de recursos. Se a entidade utilizar capital 
de terceiros, os usuários podem conhecer a composição dos vencimentos dos 
recursos de terceiros (curto ou longo prazo).
Decisões inadequadas de estrutura de capital podem acarretar um alto 
custo de capital, o que tornaria difícil a escolha de investimentos aceitáveis. 
Uma boa gestão tem por objetivo a diminuição do custo de capital da entidade, 
visando a encontrar facilmente investimentos aceitáveis que maximizem a 
riqueza dos proprietários (sócios e acionistas).
Visão integrada das demonstrações contábeis6
A análise do balanço patrimonial permite conhecer a capacidade de pa-
gamento da entidade, isto é, se há condições financeiras de cumprir os com-
promissos assumidos, bem como se há equilíbrio financeiro e necessidade de 
investimento em capital de giro.
O capital de giro consiste nos recursos que serão utilizados para suprir as necessidades 
financeiras da entidade ao longo do tempo. Esses recursos se encontram no caixa, nas 
contas a receber, no estoque, etc. Pode-se dizer que são os montantes necessários 
para que as atividades da empresa ocorram. 
A DRE mensura o desempenho da entidade em um determinado período. 
Assim, os usuários podem verificar se a geração de resultados (positivos ou 
negativos) são consistentes ao longo do tempo. A partir da DRE, é possível 
verificar as contas (receitas, custos e despesas) que impactaram no resultado 
líquido do período. Os percentuais de custos e despesas em relação às receitas 
são mensurados, a fim de identificar os maiores gastos ocorridos no exercício e 
buscar maneiras de minimizá-los. Dessa forma, a entidade consegue otimizar 
o desempenho da entidade.
As empresas que possuem diferentes unidades de negócio podem, por 
meio da DRE, compreender a origem da receita (natureza do produto ou do 
serviço). Ademais, se estão localizadas em diferentes localidades, conseguem 
identificar as áreas com maiores ou menores receitas. É importante ressaltar 
que determinados setores são impactados pela sazonalidade. Assim, por meio 
da DRE, consegue-se visualizar as oscilações do resultado ao longo do tempo.
A DRE permite, portanto, avaliar se a maior parte do resultado da entidade 
é originária das atividades fins (venda de produtos ou prestação de serviços) ou 
de outras atividades, como, por exemplo, venda de ativo imobilizado e receita 
de equivalência patrimonial. Outra informação que a entidade e os usuários 
conseguem analisar por meio da DRE é o montante de impostos que incidiram 
sobre a receita e o resultado. A carga tributária ainda é um valor considerado 
alto pelas entidades, sendo responsável pela redução de margem destas.
7Visão integrada das demonstrações contábeis
A estrutura da DRE permite a análise de diferentes níveis de resultados 
(bruto, operacional e líquido). A margem bruta representa o resultado 
imediato da entidade com suas atividades. Nesse nível, o usuário pode 
identificar a representatividade dos custos das mercadorias ou dos ser-
viços prestados. A margem operacional mede o resultado operacional da 
entidade. Aqui, é possível avaliar o montante das despesas realizadas no 
período, ou seja, como elas impactaram sobre a receita líquida. Por último, 
a margem líquida compreende o resultado líquido da entidade após a 
dedução dos impostos e dos tributos. Em geral, os investidores analisam 
essa margem, pois entidades que apresentam excelentes resultados podem 
gerar altos retornos. O usuário pode combinar os dados apresentados no 
balanço patrimonial com a DRE, e, por meio dessas demonstrações, os 
acionistas e sócios analisam a relação entre a rentabilidade e os recursos 
(ativo e patrimônio líquido) da entidade. Isso permite que eles mensurem 
o grau, de modo a saber se receberão alguma remuneração em relação aos 
recursos aplicados.
A administração das entidades precisa controlar e otimizar o seu ciclo 
empresarial (desde o processo de gestão de estoques até a concessão de crédito 
aos clientes decorrente das vendas dos produtos ou serviços). Assim, eles 
utilizam tanto a DRE como o balanço patrimonial para mensurar indicadores 
de atividade. Com isso, eles conseguem gerenciar as oscilações ocorridas 
no capital de giro da entidade.
A DFC permite que os usuários avaliem se a capacidade de geração de 
recursos financeiros da entidade é consistente ao longo do tempo e se a entidade 
está consumindo mais caixa, em vez de gerar. Além disso, por meio dela é 
possível compreender as atividades (operacional, financeira e de investimento) 
que estão gerando ou consumindo caixa e equivalentes de caixa da entidade. 
Ou seja, por meio da DFC, é possível ver o potencial de geraçãode caixa 
futuro para saldar compromissos com terceiros, pagar dividendos e sanar 
empréstimos obtidos. 
Desse modo, a DFC permite que os usuários avaliem o valor presente 
dos fluxos futuros de caixa. Além disso, em conjunto com as demonstra-
ções contábeis, ajuda a analisar as mudanças nos ativos líquidos de uma 
entidade e a calcular a taxa de conversão de lucro em caixa, bem como sua 
Visão integrada das demonstrações contábeis8
estrutura financeira (liquidez e solvência) e sua capacidade para modificar 
valores e prazos dos fluxos de caixa, permitindo adaptação às mudanças e 
oportunidades (SANTOS; SCHMIDT, 2011).
A DRE mostra a eficiência operacional de uma entidade sob o regime de competência, 
independentemente das entradas e saídas de caixa. A DFC mostra a eficácia operacional 
de uma entidade sob o regime de caixa. Dessa forma, ao analisar as duas demonstrações, 
o usuário verifica o estado financeiro da entidade sob os dois regimes.
Aplicação das análises horizontal e vertical para 
a interpretação da situação econômica 
e financeira da empresa
Para auxiliar os usuários na análise das demonstrações contábeis, podem 
ser aplicadas técnicas para compreender as tendências de uma conta ou 
grupo de contas de maneira rápida e simples, a fi m de compará-las entre 
si e entre diferentes exercícios. Essas técnicas são as chamadas análises 
horizontal e vertical.
A análise horizontal é uma técnica para examinar a evolução histórica dos 
valores que compõem o patrimônio da entidade e evidenciar a relação de cada 
conta das demonstrações contábeis em períodos consecutivos. A comparação 
é feita por meio da visão horizontal dos percentuais ao longo dos períodos 
nas demonstrações.
Para a análise horizontal, estabelece-se uma base de referência (período 
inicial em relação ao final), considerando o exercício das contas consideradas 
na análise. Para o cálculo do percentual, utiliza-se a seguinte fórmula:
Análise horizontal % = [(Valor da conta final (ano 2)/Valor da 
conta inicial (ano 1)) – 1] × 100
9Visão integrada das demonstrações contábeis
Exemplo 1
Uma companhia industrial apresentou o seguinte balanço patrimonial no ano 2, 
em reais (Quadro 1):
Ano 1 Ano 2
Análise 
horizontal
Ativo 31.200 35.500 13,78%
Circulante 21.900 24.490 11,83%
Disponível 5.350 6.400 19,63%
Duplicatas a receber 6.950 7.200 3,60%
Estoque 9.600 10.890 13,44%
Não circulante 9.300 11.010 18,39%
Realizável em longo prazo 1.260 1.480 17,46%
Investimento 2.380 3.570 50,00%
Imobilizado 3.720 4.460 19,89%
Intangível 1.940 1.500 −22,68%
Passivo + patrimônio líquido 31.200 35.500 13,78%
Circulante 5.660 6.320 11,66%
Fornecedores 2.630 2.720 3,42%
Impostos a recolher 1.420 1.740 22,54%
Salários a pagar 1.610 1.860 15,53%
Não circulante 5.800 4.200 –27,59%
Empréstimos e financiamentos 5.800 4.200 –27,59%
Patrimônio líquido 19.740 24.980 26,55%
Capital social 14.800 14.800 0,00%
Reservas de lucros 4.940 10.180 106,07%
Quadro 1. Balanço patrimonial referente ao Exemplo 1
Visão integrada das demonstrações contábeis10
Com base no balanço patrimonial acima, pode-se exemplificar o cálculo 
das seguintes contas (Quadro 2):
Ativo Ano 1 Ano 2 Análise horizontal
Disponível 5.350 6.400 [(6.400/5.350) – 1] × 100 = 19,63%
Duplicatas a receber 6.950 7.200 [(7.200/6.950) – 1] × 100 = 3,60%
Estoque 9.600 10.890 [(10.890/9.600) – 1] × 100 = 13,44%
Quadro 2. Cálculo das contas referentes ao Exemplo 1
A análise horizontal permite ver as maiores oscilações nas contas e nos 
grupos de contas. Diante das informações fornecidas pelo balanço patrimonial, 
o usuário pode perceber que houve aumento no ativo circulante, em virtude do 
crescimento do disponível (19,63%) e dos estoques (13,44%). Houve também 
crescimento no ativo não circulante, em consequência do aumento de 50% em 
investimentos e 19,89% no ativo imobilizado. Vale ressaltar que, apesar do 
crescimento do ativo não circulante, o intangível diminuiu 22,68%, que pode 
ter sido amortizado ou vendido. Sobre o passivo, observa-se aumento de 11,66% 
no passivo circulante e redução de 27,59% no passivo não circulante. No passivo 
circulante, há aumento de impostos a recolher de 22,54% e 15,53% em salários a 
pagar. Pode-se inferir que a redução do passivo não circulante ocorreu devido à 
amortização do empréstimo de longo prazo. O aumento de 26,55% no patrimônio 
líquido deve-se ao aumento das reservas de lucros de 106,07%.
A empresa também apurou a seguinte DRE no ano 2, em reais (Quadro 3):
Demonstração do resultado do exercício Ano 1 Ano 2
Análise 
horizontal
Receita operacional líquida 75.000 106.000 41,33%
(–) Custo das mercadorias vendidas (36.000) (55.120) 53,11%
(=) Resultado bruto 39.000 50.880 30,46%
(–) Despesas comerciais (12.000) (18.160) 51,33%
Quadro 3. DRE referente ao Exemplo 1
(Continua)
11Visão integrada das demonstrações contábeis
Com base na DRE acima, pode-se exemplificar o cálculo das seguintes 
contas (Quadro 4):
Demonstração do 
resultado do exercício
Ano 1 Ano 2 Análise horizontal
Receita operacional 
líquida
75.000 106.000 [(106.000/75.000) – 1] × 100 = 41,33%
(–) Custo das mercadorias 
vendidas
(36.000) (55.120) [(55.120/36.000) – 1] × 100 = 53,11%
(=) Resultado bruto 39.000 50.880 [(50.880/39.000) – 1] × 100 = 30,46%
Quadro 4. Cálculo das contas referentes ao Exemplo 1
Pode-se verificar, por meio da da análise horizontal da DRE do ano 2, 
que houve aumento de 41,33% na receita operacional líquida e de 53,11% no 
custo das mercadorias vendidas. As despesas comerciais tiveram um aumento 
(51,33%), assim como as despesas gerais e administrativas (42,71%). Houve 
Demonstração do resultado do exercício Ano 1 Ano 2
Análise 
horizontal
(–) Despesas gerais e administrativas (14.000) (19.980) 42,71%
(–/+) Outras receitas e despesas (7.640) (6.760) –11,52%
(=) Resultado antes das receitas e despesas 
financeiras
5.360 5.980 11,57%
(–) Despesa financeira (4.000) (5.000) 25,00%
(+) Receita financeira 5.000 6.000 20,00%
= Resultado antes do Imposto de Renda 
e da Contribuição Social
6.360 6.980 9,75%
(–) Despesa com IR e CSLL (1.420) (1.740) 22,54%
(=) Lucro líquido do exercício 4.940 5.240 6,07%
Quadro 3. DRE referente ao Exemplo 1
(Continuação)
Visão integrada das demonstrações contábeis12
uma redução de 11,52% em outras receitas e despesas e um aumento de 22,54% 
na despesa com IRRJ e CSLL, em virtude do aumento do resultado antes dos 
impostos. Portanto, a empresa aumentou seu resultado líquido em 6,07%.
A análise vertical tem por objetivo determinar o percentual de cada conta em 
relação ao todo que ela faz parte. No balanço patrimonial, a base é o ativo total e 
o total do passivo e do patrimônio líquido, e, na DRE, receita operacional líquida. 
Essa análise envolve uma visão de cima para baixo nas colunas das demonstrações, 
indicando resultados em efeito cascata. Observe que a análise vertical apresenta 
o quanto cada conta é importante em relação à demonstração financeira à qual 
pertence. Ao comparar percentuais da própria entidade em períodos anteriores, 
o usuário consegue inferir se há contas com proporções anormais. 
A análise vertical pode ser calculada da seguinte forma:
Análise vertical = (Conta desejada/conta base) × 100
Exemplo 2
Uma companhia industrial apresentou o seguinte balanço patrimonial no ano 2, 
em reais (Quadro 5):
Ano 1
Análise 
vertical
Ano 2
Análise 
vertical
Ativo 31.200 100,00% 35.500 100,00%
Circulante 21.900 70,19% 24.490 68,99%
Disponível 5.350 17,15% 6.400 18,03%
Duplicatas a receber 6.950 22,28% 7.200 20,28%
Estoque 9.600 30,77% 10.890 30,68%
Não circulante 9.300 29,81% 11.010 31,01%
Realizável em longo prazo 1.260 4,04% 1.480 4,17%
Investimento 2.380 7,63% 3.570 10,06%
Imobilizado 3.720 11,92% 4.460 12,56%
Intangível 1.940 6,22% 1.500 4,23%
Quadro 5. Balanço patrimonial referente ao Exemplo 2
(Continua)
13Visão integrada das demonstrações contábeis
Com base no balanço patrimonial acima, pode-se exemplificar o cálculo 
das seguintescontas (Quadro 6):
Ano 1 Análise vertical Ano 2 Análise vertical
Ativo 31.200 100,00% 35.500 100,00%
Circulante 21.900 (21.900/31.200) × 
100 = 70,19% 
24.490 (24.490/35.500) × 
100 = 68,99%
Disponível 5.350 (5.350/31.200) × 100 = 
17,15%
6.400 (6.400/35.500) × 100 = 
18,03%
Duplicatas a 
receber
6.950 (6.950/31.200) × 100 = 
22,28%
7.200 (7.200/35.500) × 100 = 
20,28%
Estoque 9.600 (9.600/31.200) × 100 = 
30,77%
10.890 (10.890/35.500) × 100 = 
30,68%
Quadro 6. Cálculo das contas referentes ao Exemplo 2
Ano 1
Análise 
vertical
Ano 2
Análise 
vertical
Passivo + patrimônio líquido 31.200 100,00% 35.500 100,00%
Circulante 5.660 18,14% 6.320 17,80%
Fornecedores 2.630 8,43% 2.720 7,66%
Impostos a recolher 1.420 4,55% 1.740 4,90%
Salários a pagar 1.610 5,16% 1.860 5,24%
Não circulante 5.800 18,59% 4.200 11,83%
Empréstimos e financiamentos 5.800 18,59% 4.200 11,83%
Patrimônio líquido 19.740 63,27% 24.980 70,37%
Capital social 14.800 47,44% 14.800 41,69%
Reservas de lucros 4.940 15,83% 10.180 28,68%
Quadro 5. Balanço patrimonial referente ao Exemplo 2
(Continuação)
Visão integrada das demonstrações contábeis14
Por meio da análise vertical da empresa, pode-se perceber que, no ano 1, o 
ativo circulante representa 70,19% sobre o ativo total, composto por 30,77% do 
estoque, 22,28% das duplicatas a receber e 17,15% de disponível. No ano 2, o 
ativo circulante ainda apresenta uma participação (68,99%) representativa em 
relação ao ativo total, e suas contas praticamente mantiveram a distribuição 
apresentada no ano 1. O ativo não circulante é responsável por 28,91% sobre 
o ativo total, e pode-se dizer que o imobilizado possui o maior percentual 
(11,92%). No ano 2, esse grupo não apresenta aumento considerável, entretanto, 
observa-se o aumento dos investimentos e pode-se afirmar que o imobilizado 
mantém a sua distribuição.
No ano 1, o passivo circulante representa 18,14% em relação ao total do 
passivo e do patrimônio líquido, e o ativo não circulante, 18,59%. Em relação 
ao ano 2, esses grupos tiveram pequena redução (17,80% e 11,83%, respectiva-
mente), em virtude da redução na conta de fornecedores e da amortização de 
empréstimos financeiros em longo prazo. O patrimônio líquido é responsável 
por 63,27% sobre o total no ano 1, composto por 47,44% do capital social 
e 15,83% da reserva de lucros. No ano 2, houve aumento desse grupo, em 
consequência do aumento da reserva de lucros.
A empresa também apurou a seguinte DRE no ano 2, em reais (Quadro 7):
Demonstração do 
resultado do exercício
Ano 1
Análise 
vertical
Ano 2
Análise 
vertical
Receita operacional líquida 75.000 100,00% 106.000 100,00%
(–) Custo das mercadorias vendidas (36.000) –48,00% (55.120) –52,00%
(=) Resultado bruto 39.000 52,00% 50.880 48,00%
(–) Despesas comerciais (12.000) –16,00% (18.160) –17,13%
(–) Despesas gerais e administrativas (14.000) –18,67% (19.980) –18,85%
(–/+) Outras receitas e despesas (7.640) –10,19% (6.760) –6,38%
(=) Resultado antes das receitas e 
despesas financeiras
5.360 7,15% 5.980 5,64%
(–) Despesa financeira (4.000) –5,33% (5.000) –4,72%
(+) Receita financeira 5.000 6,67% 6.000 5,66%
Quadro 7. DRE referente ao Exemplo 2
(Continua)
15Visão integrada das demonstrações contábeis
Com base na DRE acima, pode-se exemplificar o cálculo das seguintes 
contas (Quadro 8):
Demonstração 
do resultado 
do exercício
Ano 1 Análise vertical Ano 2 Análise vertical
Receita opera-
cional líquida
75.000 100,00% 106.000 100,00%
(–) Custo das 
mercadorias 
vendidas
(36.000) (–36.000/75.000)/100 
= –48,00% 
(55.120) (–55.120/106.000)/100 
= –52,00%
(=) Resultado 
bruto
39.000 (–39.000/75.000)/100 
= 52,00%
50.880 (50.880/106.000)/100 
= 48,00%
Quadro 8. Cálculo das contas referentes ao Exemplo 2
Na análise vertical da DRE do ano 1, pode-se observar que o custo da 
mercadoria vendida é responsável por 48,00% da receita operacional líquida, 
acarretando margem bruta de 52,00%. No ano 2, o custo da mercadoria vendida 
teve um leve aumento, representando 52,00% da receita operacional líquida, 
o que diminuiu a margem bruta (48,00%). No ano 1, as despesas representam 
44,85% (16% das despesas com vendas, 18,67% de despesas gerais e admi-
Demonstração do 
resultado do exercício
Ano 1
Análise 
vertical
Ano 2
Análise 
vertical
= Resultado antes do Imposto de 
Renda e da Contribuição Social
6.360 8,48% 6.980 6,58%
(–) Despesa com IR e CSLL (1.420) –1,89% (1.740) –1,64%
(=) Lucro líquido do exercício 4.940 6,59% 5.240 4,94%
Quadro 7. DRE referente ao Exemplo 2
(Continuação)
Visão integrada das demonstrações contábeis16
nistrativas e 10,19% de outras receitas e despesas). No ano seguinte, há uma 
pequena redução nessas contas, em virtude da queda percentual das outras 
receitas e despesas. Diante desses dados, a empresa apurou uma margem 
líquida de 6,59% no ano 1 e de 4,94% no ano 2.
BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R. C. Contabilidade para gestores, analistas e outros pro-
fissionais: de acordo com os pronunciamentos do CPC e IFRS. São Paulo: Atlas, 2017.
BRASIL. Lei no. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Diário Oficial da União, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 14 ago. 2019.
BRASIL. Lei no. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 
no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, 
e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divul-
gação de demonstrações financeiras. Diário Oficial da União, 28 dez. 2007. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso 
em: 14 ago. 2019.
CFC. Resolução no. 1.185/09. Diário Oficial da União, 15 set. 2009. Disponível em: http://
www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1185.doc. Acesso em: 14 ago. 2019.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R1): apresentação das Demonstra-
ções Contábeis. 2011. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_
CPC_26_R1_rev%2013.pdf. Acesso em: 14 ago. 2019.
SANTOS, J. L. et al. Manual de práticas contábeis: aspectos societários e tributários. 3. 
ed. São Paulo: Atlas, 2015.
SANTOS, J. L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
Leituras recomendadas
PADOVEZE, C. L. Introdução à contabilidade: com abordagem para não contadores. 2. 
ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
SOUZA, A. F. Análise financeira das demonstrações contábeis na prática. São Paulo: Tre-
visan Editora, 2015.
17Visão integrada das demonstrações contábeis
Índices econômico-
financeiros de análise
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever a importância dos índices econômico-financeiros de análise.
 � Relacionar os índices econômico-financeiros utilizados na análise.
 � Identificar a utilização dos índices econômico-financeiros para as
empresas.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos referentes ao proce-
dimento de análise das demonstrações contábeis através de índices, já 
que estes possibilitam, através das suas informações, demonstrar os fatos 
ocorridos anteriormente e prestar algumas bases para o entendimento 
sobre o futuro da organização. Você conhecerá a real importância dos 
índices econômico-financeiros nas análises, assim como a relação existente 
entre tais índices e seu uso para as empresas.
Relevância dos índices
As análises verticais e horizontais auxiliam na coleta de informações iniciais 
das demonstrações contábeis, podendo essas ser complementadas através da 
análise de índices, envolvendo o procedimento de cálculo e a interpretação 
de indicadores sintéticos ou resumidos, buscando mensurar o desempenho e 
posição empresarial.
Através dos índices, são realizados comparativos. Por exemplo, se um 
balanço patrimonial de um período possui valor limitado, a análise de diversos 
períodos de resultados oferece maior consistência aos números.Quando é 
preciso concluir sobre a qualidade de uma empresa, é possível efetuar uma 
comparação dessa com outras que estejam no mesmo setor, esclarecendo 
assim essa questão. Isso é realizado com a aplicação dos indicadores na aná-
lise, afirmando desse modo a importância que os mesmos possuem para as 
empresas (BRUNI, 2011).
Conforme Lins e Francisco Filho (2012), os índices econômico-financeiros 
são de grande relevância para as organizações que objetivam adquirir recursos 
financeiros através de seus acionistas e investidores. Os indicadores econômico-
-financeiros representam instrumentos essenciais para obter êxito na captação 
de recursos. Essas ferramentas servem como base para que os acionistas e 
investidores verifiquem a posição, tanto econômica, quanto financeira da 
organização, assim como é possível avaliar possíveis riscos que possam vir a 
sofrer. Desse modo, os indicadores auxiliam para que os investidores tomem 
a melhor decisão com relação à aplicação do capital.
Os indicadores são primordiais para a gestão empresarial, sendo úteis tam-
bém para mensurar as atividades da empresa diante do mercado concorrente. 
Sabe-se que as empresas apresentam grande variação no seu desempenho, 
o que acaba ocultando a complexidade das alterações que ocorreram em 
distintos setores econômicos, onde estão inclusos os diversos segmentos de 
negócios. Através da oscilação do desempenho empresarial é possível avaliar 
e entender porque algumas empresas do mesmo ramo possuem empenho 
melhor que outras. Isso é possível mediante a análise sobre os indicadores 
econômico-financeiros. É necessário que a empresa tenha conhecimento 
sobre as oscilações relativas ao seu desempenho, objetivando assim entender 
melhor o resultado atingido. 
A empresa possui diversos dados que são convertidos em importantes 
informações e apresentadas através das demonstrações contábeis, que depois 
de analisadas com o uso de indicadores transmitem a atuação da empresa, 
possibilitando planejar as ações futuras. 
PASSADO FUTURO
É necessário entender que nem sempre a evolução futura da empresa repre-
senta uma evolução linear do passado. Um dos desafios constantes na análise 
das demonstrações contábeis é visualizar a evolução empresarial comparando 
diferentes períodos através do auxílio de índices econômico-financeiros.
Índices econômico-financeiros de análise2
A informação financeira é usada para apoiar as decisões tomadas pela gestão em-
presarial, pois fornece informações confiáveis relativas aos recursos financeiros e às 
obrigações que ela possui. 
Os indicadores têm a importante função de apresentar um diagnóstico 
financeiro empresarial que pode ser de uma necessidade interna ou externa. 
A necessidade interna está relacionada ao controle interno das ações que são 
desenvolvidas diariamente, no entanto, quando os indicadores forem aplicados 
para necessidade externa, poderá estar relacionada a decisões que refletirão 
diretamente na empresa, como sua influência com instituições financeiras, 
fornecedores, clientes, entre outros. 
A relação entre os índices econômico-
financeiros usados na análise
Conforme Bruni (2011), os índices econômico-financeiros são obtidos através 
de cálculos realizados com base no balanço patrimonial e na demonstração do 
resultado do exercício, esclarecendo as informações apresentadas através de 
números que identificam a situação da empresa, com relação aos seus elementos 
patrimoniais, financeiros e de rentabilidade. No entanto, não basta somente 
realizar os cálculos, é preciso também compará-los com períodos diferentes 
ou ainda com indicadores de outras empresas que atuem no mesmo ramo ou 
com características equivalentes.
A relação dos indicadores com a análise das demonstrações contábeis 
existe quando os índices são calculados permitindo que os gestores financeiros 
consigam visualizar a posição empresarial.
Os indicadores que geralmente são usados nas análises das demonstrações 
contábeis são divididos conforme segue (BRUNI, 2011):
Indicadores de liquidez: estão relacionados com a análise, buscando apresentar 
a solvência ou a capacidade que a empresa possui em cumprir suas obrigações 
assumidas com terceiros. Se a empresa decidir manter um elevado nível de 
solvência, será preciso ter uma quantidade elevada de recursos investidos com 
maior liquidez. Os indicadores de liquidez estão divididos em: liquidez geral, 
3Índices econômico-financeiros de análise
liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata. Para realizar o cálculo do 
índice de liquidez, é preciso utilizar as informações demonstradas no balanço 
patrimonial, sendo este uma demonstração contábil que apresenta a situação 
patrimonial da empresa.
LG = (AC + R LP) / (PC + PNC) 
LG = liquidez geral 
AC = ativo circulante 
RLP = realizável a longo prazo 
PC = passivo circulante 
PNC = passivo não circulante
LC = AC / PC 
LC = liquidez corrente 
AC = ativo circulante
PC = passivo circulante
LS = (AC – estoques) / PC 
LS = liquidez seca 
AC = ativo circulante
PC = passivo circulante
LI = disponibilidades / PC 
LI = liquidez imediata
PC = passivo circulante
Indicadores de endividamento: são denominados também de indicadores de 
estrutura de capital. São aplicados na análise buscando entender a estrutura 
das composições das origens de financiamentos que foram contraídos pela 
empresa e a relação existente entre os capitais auferidos pelos sócios e de 
terceiros, considerando curto e longo prazo. Através dos indicadores aplicados 
na análise das demonstrações contábeis, a elevação do endividamento empre-
sarial geralmente reflete no aumento da percepção do seu risco. Empresas que 
possuem alto índice de endividamento demonstram maior comprometimento de 
resultados e fluxos de caixa vinculados ao pagamento de juros e à amortização 
da parcela das obrigações. Esse indicador está dividido em: endividamento 
geral, endividamento financeiro e cobertura de juros.
EG = ((AT – PL) / AT) × 100 
EG = endividamento geral 
AT = ativo total
ROL = receita operacional líquida
Índices econômico-financeiros de análise4
EF = (Empr. + Financ. / AT) × 100 
EF = endividamento financeiro 
Empr. = empréstimos 
Financ. = financiamentos 
AT = ativo total
CJ = LAJIR / juros 
CJ = cobertura de Juros 
LAJIR = lucro antes dos juros e do imposto de renda
Indicadores de lucratividade: sua relação com a análise está em verificar 
o lucro alcançado pela empresa em virtude das vendas realizadas, podendo 
considerar os custos, os gastos operacionais ou ainda todos os gastos.
IL = lucro líquido / receita bruta × 100
Indicadores de atividade: são aplicados com o intuito de analisar os efeitos 
das atividades operacionais da empresa sobre as demonstrações contábeis. 
Quando esse indicador é aplicado, demonstra fatores referentes aos prazos de 
recebimento e de pagamento da empresa e avalia os seus efeitos sobre os ativos, 
passivos e capital de giro. Esse indicador se divide em: rotação de estoques, 
prazo médio de recebimento, prazo médio de pagamento, ciclo operacional, 
ciclo financeiro e rotação de ativos.
RE = CPV / EM 
RE = rotação de estoques 
CPV = custo do produto vendido 
EM = estoque médio
PMR = (duplicatas a receber / vendas) × 360 
PMR = prazo médio de recebimento
PMP = (fornecedores / compras) × 360 
Ciclo operacional = ciclo econômico + PMCR 
PMCR = prazo médio de recebimento de contas a receber
Ciclo financeiro = ciclo operacional – PMPF 
PMPF = prazo médio de pagamento a fornecedores
5Índices econômico-financeiros de análise
Ciclo financeiro: também conhecido por ciclo de caixa, corresponde ao período 
existente entre a realização dos pagamentos e o recebimento dos clientes. Demonstra 
a quantidade de dias existentes entre o pagamento dos insumos e estoques até o 
recebimento da receita de vendas.
Ciclo econômico: representa o intervalo percorrido entre a compra e a venda, isto é, 
representa o prazo médio de estocagem (BRUNI, 2011).
Indicadores de rentabilidade: estão relacionados com o estudo daremuneração 
relativa das origens do capital de empresa, evidenciada através das fontes totais 
que podem incluir sócios e terceiros, ou somente sócios. Esse indicador está 
dividido em: retorno sobre o investimento, retorno sobre o patrimônio líquido e 
giro do ativo. A rentabilidade deve ser analisada juntamente com a solvência e a 
análise deve contemplar os elementos financeiros considerados como primordiais, 
que podem ser visualizados conforme a Figura 1 (BRUNI, 2011).
Figura 1. Elementos financeiros essenciais para a análise do índice 
de rentabilidade.
Fonte: Adaptada de Bruni (2011, p. 70).
+
=
TEMPO RISCO
RETORNO
A Figura 1 evidencia que o sacrifício do tempo (liquidez) e o risco corrido 
devem ser recompensados através do retorno da operação realizada. Nor-
malmente, quanto maior o retorno, deve-se considerar maior o tempo, assim 
como uma maior exposição ao risco. O vínculo entre rentabilidade e risco 
deve ser considerado.
Índices econômico-financeiros de análise6
ROI = (LL / AT) × 100 
ROI = retorno sobre o investimento 
LL = lucro líquido 
AT = ativo total
ROE = (LL / PL) × 100 
ROE = retorno sobre o patrimônio líquido 
LL = lucro líquido 
PL = patrimônio líquido 
GA = RL / AT 
GA = giro do ativo 
RL = receita líquida 
AT = ativo total
Ciclo financeiro = ciclo operacional – PMPF 
PMPF = prazo médio de pagamento a fornecedores
RA = vendas líquidas / ativo total 
RA = rotação de ativo
Indicadores dinâmicos: devem analisar os números da empresa através 
de um entendimento sobre as contas do balanço patrimonial, destacando os 
elementos relativos à gestão do capital de giro.
Indicadores de necessidade de capital de giro: demonstram quando a em-
presa deverá dispor de capital de giro, visando manter suas atividades. Esse 
indicador apresenta se a empresa precisará buscar outros recursos financeiros, 
como os financiamentos, por exemplo.
NCG = contas a receber + estoque – contas a pagar 
É importante não confundir indicadores de lucratividade com indicadores de 
rentabilidade.
 � Lucratividade: ganho obtido sobre as vendas realizadas.
 � Rentabilidade: ganho obtido sobre o investimento realizado. 
7Índices econômico-financeiros de análise
Os principais elementos apresentados pelos índices econômico-financeiros 
são:
 � Posição financeira: estrutura e liquidez.
 � Posição econômica: rentabilidade.
O uso dos índices econômico-financeiros
O uso de índices econômico-financeiros visa auxiliar a empresa para que ela 
consiga atingir suas metas, mediante as informações que são evidenciadas. 
Os indicadores são aplicados buscando obter o controle interno das atividades 
da empresa, verificando e certificando que as atividades estão sendo desem-
penhadas conforme planejamento e procedimentos estabelecidos, evitando 
possíveis desvios de qualquer natureza que ocasionem impactos nos objetivos 
empresariais.
O uso de indicadores econômico-financeiros, que é aplicado para mensurar 
a posição financeira, ou ainda definir o desempenho empresarial, é cada vez 
mais presente nas empresas. O uso por diversas empresas é justificado devido 
a sua importância para a gestão empresarial, pois oferecem as informações 
precisas que auxiliam os gestores para que os mesmos tomem decisões corretas, 
contribuindo desse modo para que a empresa alcance suas metas. 
Os resultados apresentados através do uso dos indicadores econômico-
-financeiros interessam aos diversos usuários das informações contábeis, 
como, por exemplo, gestores, credores e todos os investidores que a empresa 
possui. Desse modo, entende-se que os indicadores econômico-financeiros 
não servem somente para fins de controle interno da organização, mas atuam 
contribuindo com a divulgação de informações de modo mais claro, como 
na prestação de contas dos gestores, quanto à atuação empresarial, a todos 
os usuários das informações contábeis, favorecendo a escolha de práticas de 
governança corporativa. 
O uso dos indicadores afirma a relação entre contas ou grupo de contas 
das demonstrações contábeis que apresentam elementos relevantes da po-
sição econômica ou financeira da empresa, com base em um determinado 
momento. 
Índices econômico-financeiros de análise8
Empresas que utilizam índices econômico-financeiros para a avaliação do seu desem-
penho financeiro possuem uma base sólida e confiável para a tomada de decisão de 
modo coerente pelos investidores (BRUNI, 2011). 
De acordo com Marion (2012), a análise das demonstrações contábeis e os 
indicadores representam um instrumento primordial de análise para a apro-
vação ou aumento de crédito de acordo com a necessidade das empresas. As 
demonstrações contábeis são elaboradas através das informações contidas no 
balanço patrimonial, na demonstração do resultado do exercício e também na 
demonstração de fluxo de caixa. Desse modo, é de extrema relevância entender 
como utilizar os indicadores financeiros, já que os mesmos são fundamentais 
para decidir com segurança a concessão de crédito. 
É de necessidade das empresas o uso dos indicadores quando precisam da 
concessão de crédito de terceiros para realizar investimentos, por exemplo. 
Através dos índices econômico-financeiros é possível calcular prazos de 
recebimento, projetar lucros, evidenciar a tendência de atuação e solvência, 
ou seja, usá-los com instrumentos gerenciais (MARION, 2012).
BRUNI, A. L. A análise contábil e financeira. 2. ed. v. 4. São Paulo: Atlas, 2011.
LINS, L. S; FRANCISCO FILHO, J. Fundamentos e análise das demonstrações contábeis: uma 
abordagem interativa. São Paulo: Atlas, 2012.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
Leituras recomendadas
BLATT, A. Análise de balanços: estruturação e avaliação das demonstrações financeiras 
e contábeis. São Paulo: Makrons Books, 2001.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>. Acesso em: 11 nov. 2018.
9Índices econômico-financeiros de análise
Indicadores de liquidez 
ou solvência
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Relacionar os índices de liquidez ou solvência e seus conceitos.
 � Aplicar os índices de liquidez ou solvência.
 � Interpretar os resultados obtidos a partir dos cálculos dos indicadores 
de liquidez ou solvência.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos sobre os índices de 
liquidez ou solvência, sendo esclarecidos o conceito e a aplicação. O 
conteúdo apresentará o desenvolvimento de cálculos que mostrem 
os índices de liquidez ou solvência e como entender os resultados 
atingidos.
Índices de liquidez ou solvência
Conforme Bruni (2011), um dos métodos para analisar a solvência ou a ca-
pacidade financeira da empresa pode ser realizado com o auxílio dos índices 
de liquidez, que também são denominados de índices de solvência, visando 
verificar a capacidade que a empresa possui com relação ao cumprimento 
das suas obrigações, como, por exemplo, o pagamento dos fornecedores, 
empréstimos e financiamentos bancários realizados.
O estudo relacionado à solvência implica verificar o relacionamento entre fontes 
distintas de capital. A solvência costuma ter seus principais quocientes demonstrados 
mediante os índices de liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata.
Os índices de liquidez inferem a situação financeira. Vale destacar que a 
análise realizada através da aplicação dos indicadores de liquidez se refere ao 
momento em que foi efetuada e com base em um período específico, assim, 
se for realizada em um momento posterior, poderá apresentar resultados 
diferentes.
Uma empresa é avaliada como solvente se apresentar segurança com relação 
ao pagamento das suas obrigações e mesmo assim permanecer com reserva de 
patrimônio significativo, evidenciando desse modo um bom cenáriode lucro, 
garantindo a atuação empresarial no mercado por mais tempo. O índice de 
solvência indica se a empresa conseguirá pagar suas dívidas no longo prazo.
A solvência representa a condição da empresa, onde o valor de seus ati-
vos excede os passivos, ou seja, a capacidade da empresa com relação ao 
cumprimento dos seus compromissos com base nos valores que compõem o 
patrimônio perpetuando suas operações. A capacidade de saldar as dívidas de 
uma empresa pode ser estimada no curto prazo, assim considerando o período 
não superior a 12 meses, sendo analisada através do índice de liquidez corrente. 
Para melhor entendimento sobre os índices de liquidez ou solvência, serão 
apresentadas as suas divisões e em quais circunstâncias os mesmos poderão 
ser aplicados:
Liquidez corrente (comum): consiste na divisão do ativo circulante pelo 
passivo circulante. Sabe-se que através do ativo circulante são evidenciados 
os valores que a empresa receberá futuramente dentro do período de 12 meses. 
Desse modo, o índice de liquidez demonstra a quantidade de recursos finan-
ceiros que a empresa receberá em até 12 meses, ou seja, a quantia em reais 
(R$) que será auferida pela empresa para cada real a pagar no mesmo prazo.
Liquidez seca: é utilizada para avaliar de forma mais rigorosa a capacidade 
de pagamento considerando o curto prazo, já que os estoques são desconsi-
derados como itens para fazer frente às dívidas de curto prazo. A liquidez 
seca demonstra a quantidade em reais que a empresa tem a receber em no 
Indicadores de liquidez ou solvência2
máximo 12 meses, desconsiderando os estoques para cada real a pagar dentro 
do mesmo período. O motivo de escolha de estoques se refere ao maior risco 
destes quando são confrontados aos demais elementos significativos, como, 
por exemplo, clientes, pois os estoques estão sujeitos a perdas em decorrência 
de avarias, roubo, desvalorização, considerando também as dificuldades que 
podem envolver sua venda.
Liquidez geral: é utilizada pela empresa que objetiva analisar a situação 
financeira, fundamentada na proporção entre o total dos valores que serão 
auferidos e no total das dívidas, sem diferença de prazos. A liquidez geral 
evidencia a quantidade de reais que a empresa possui (a receber), para todo valor 
em real que deve pagar, independente dos prazos. O índice de liquidez geral 
tem o intuito de apresentar a visão da solvência da empresa no longo prazo.
Liquidez imediata: decorre da divisão realizada das disponibilidades, ou 
seja, caixa e equivalentes de caixa, pelo passivo circulante, e demonstra a 
capacidade que a empresa possui em relação ao pagamento das suas dívidas 
de curto prazo de modo imediato, considerando que demonstra quanto possui 
de recursos financeiros em meio aos pagamentos que vencerão até o término 
do exercício social seguinte.
Os índices de liquidez correspondem a números decimais apresentados 
por números decimais com duas casas, não sendo demonstrados mediante 
percentuais, ou seja, eles evidenciam a quantidade de reais a receber em 
confronto com a quantidade de reais a pagar. A divisão do numerador (em 
reais) pelo denominador (em reais) resulta em um número decimal.
Como aplicar na prática os índices 
de liquidez ou solvência?
Conforme Bruni (2011), o indicador de liquidez é avaliado mediante a pres-
teza que a empresa tem em converter seus ativos em recursos financeiros. 
Os ativos circulantes correspondem aos que possuem maior liquidez, já os 
ativos imobilizados necessitam de um período maior para que possam ser 
transformados em recursos financeiros.
Os índices de liquidez possuem como base as demonstrações contábeis 
apresentadas pela empresa e são aplicados através de diferentes fórmulas, 
conforme segue:
3Indicadores de liquidez ou solvência
 � Índice de liquidez corrente (comum): expressa a proporção entre valo-
res que serão auferidos no curto prazo e valores que serão pagos no curto 
prazo. Ao obter o resultado mediante o cálculo, é necessário entender 
que quanto maior ele for, maior será sua capacidade de pagamento no 
curto prazo, já que será maior a quantidade de reais a receber para cada 
real que deverá ser pago no curto prazo. Fórmula de liquidez corrente:
Ativo circulante / passivo circulante
 � Índice de liquidez seca: através da sua aplicação é apresentada a 
proporção entre valores a receber no curto prazo, considerando nesse 
caso o ativo circulante, desconsiderando os estoques e os valores que 
serão pagos no curto prazo, ou seja, no passivo circulante. Ao aplicar 
o índice de liquidez seca, a partir do resultado é preciso analisar o 
parâmetro, ou seja, a base necessária para a interpretação do resultado, 
onde afirma-se que quanto maior for o valor encontrado, melhor 
será a capacidade de pagamento no curto prazo, já que será maior 
a quantidade de reais por receber, independente da realização dos 
estoques para cada real que deve ser pago no curto prazo. Fórmula 
de liquidez seca:
(Ativo circulante – estoques) / passivo circulante
 � Índice de liquidez geral: evidencia a proporção entre os valores que 
serão recebidos e os valores que serão pagos. Com base no resultado 
adquirido, quanto maior ele for, melhor será a capacidade empresarial 
de modo geral para saldar seus pagamentos, já que assim será maior a 
quantidade de reais a receber para todo real que será pago, desconside-
rando os prazos de vencimentos. Fórmula de liquidez geral:
(Ativo circulante + realizável a longo prazo) / (passivo circulante + passivo 
não circulante)
 � Índice de liquidez imediata: apresenta a proporção existente entre 
as disponibilidades e os valores a pagar no curto prazo pela empresa. 
Posterior à realização do cálculo, com relação ao resultado apresentado, 
Indicadores de liquidez ou solvência4
quanto maior ele for, melhor será a capacidade imediata do pagamento 
das dívidas contraídas pela empresa e que possuem vencimento em 
curto prazo. Fórmula de liquidez imediata:
Caixa e equivalentes de caixa / passivo circulante
Todos os índices de liquidez de curto prazo (corrente, seca e imediata) 
possuem o passivo circulante como denominador nas fórmulas. 
Saporito (2015, p. 154) realiza um comparativo com relação aos indicadores 
de liquidez:
Isso serve para ressaltar que, nos três casos, as comparações são com a dívida 
de curto prazo e o que varia é o numerador, que diz respeito ao que é comparado 
com a dívida de curto prazo. O índice de liquidez geral é o único dos quatro 
índices de liquidez que tem a dívida total como denominador. Em comum, os 
quatro índices têm sua avaliação, pois todos eles são do tipo “quanto maior 
o resultado do cálculo, melhor é a avaliação do índice.
Resultados adquiridos com cálculos dos 
indicadores de liquidez ou solvência
A aplicação dos índices de liquidez apresenta resultados que são úteis para 
aqueles que os analisam e por isso é importante a correta interpretação dos 
resultados obtidos. Algumas informações devem ser seguidas, pois servem 
como base para a interpretação do resultado apresentado pelos índices de 
liquidez ou solvência, conforme segue:
 � Quando for > 1: a organização conseguirá cumprir com suas obrigações.
 � Quando for = 1: o valor que a organização possui disponível corresponde 
ao mesmo valor das suas obrigações, ou seja, o total a pagar.
 � Quando for < 1: significa que a organização não tem recursos financeiros 
suficientes para quitar com suas obrigações. 
Índice de liquidez corrente
O capital de giro das empresas normalmente é demonstrado através de índices. 
Através do cálculo aplicado, onde se divide o ativo circulante da empresa 
pelo passivo circulante, se obtém o índice de liquidez corrente (GARRISON, 
NOREEN, BREWER, 2013). Observe o Quadro 1.
5Indicadores de liquidez ou solvência
Fonte: Adaptado de Marques, Carneiro Júnior e Kühl (2015, p. 50).
Balanço patrimonial — Exercício findo em 31/12/X2 — Em R$
Ativo X1 X2 Passivo X1 X2
Circulante Circulante
Disponível 6.850 7.000 Fornecedores 4.780 10.290
Cliente4.800 3.710 Dividendos a pagar 1.300 520
Estoques 7.460 5.800 IR/CSSL a pagar 430 510
Total do 
circulante
19.110 16.510 Total do circulante 6.510 11.320
Não 
circulante
Não circulante
Investimentos 10.200 15.000 Exigível a 
longo prazo
8.000 9.300
Imobilizado 17.200 21.500 Empréstimos 8.000 9.300
Máquinas 20.000 25.300 Total do não 
circulante
30.000 40.000
Depreciação 
acumulada
(2.800) (3.800) Patrimônio líquido 2.000 2.390
Intangível 27.400 10.000 Capital social 32.000 42.390
Total do não 
circulante
46.500 Reservas de lucros
Total do PL
Total do 
ativo
46.510 63.010 Total do 
passivo + PL
46.510 63.010
Quadro 1. Balanço patrimonial – aplicação de índices de liquidez
Utilizando a fórmula para calcular o índice de liquidez corrente, com base 
nos valores expressos através do Quadro 1, obtém-se o seguinte:
LC: Ativo circulantePassivo circulante = = 2,94
19.110
6.510 = 1,46
16.510
11.320
Ano X1 Ano X2
Indicadores de liquidez ou solvência6
Com base nos valores obtidos através da fórmula de liquidez corrente, é 
correto afirmar que no ano X1, para cada R$1,00 de obrigação que a empresa 
possui e vencível até 12 meses, existe R$ 2,94 em ativos de curto prazo que 
garantem esses pagamentos.
Com base no ano X2, observa-se que o resultado obtido foi de R$ 
1,46, ou seja, para cada R$ 1,00 de obrigação que a empresa possui e 
vencível até 12 meses, existe R$ 1,46 em ativos de curto prazo para que 
os pagamentos sejam quitados. É importante destacar que a empresa con-
seguirá cumprir com suas obrigações, mas é notável que nesse período o 
resultado adquirido foi bem menor em comparação com o ano anterior, o 
que identifica que a empresa possui um valor maior referente às dívidas 
com relação ao período X1.
Índice de liquidez seca
Assim como os demais indicadores de liquidez, para o índice de liquidez 
seca não seria diferente, assim devemos considerar para o resultado, quanto 
maior, melhor será para a empresa. 
LS:
(Ativo circulante – Estoques)
Passivo circulante =
(19.110 – 7.460)
6.510 = 1,79
(16.510 – 5.800)
11.320 = 0,95
Ano X1 Ano X2
Com relação aos valores extraídos do Quadro 1 e aplicados na fórmula da 
liquidez seca, podemos verificar uma redução considerável entre os períodos 
de X1 para X2, pois em X1 a empresa apresentou R$ 1,79 para cada R$ 1,00 
de dívidas que a empresa possui. No entanto, para o ano X2 o resultado 
foi de R$ 0,95 para cada R$ 1,00 de dívidas a pagar, o que identifica que a 
capacidade de pagamento das dívidas no curto prazo da empresa pode estar 
comprometida.
Índice de liquidez geral
O índice de liquidez geral avalia a saúde financeira da empresa considerando 
sempre o longo prazo. Com base nos valores adquiridos através do Quadro 2, 
é necessário avaliar o resultado encontrado a seguir.
7Indicadores de liquidez ou solvência
LG: (Ativo circulante + Realizável a longo prazo)(Passivo circulante + Passivo não circulante)
LG: (26.530 + 1.550)(18.880 + 10.880)
28.080
29.760= = 0,94
(96.894 + 9.950)
(96.438 + 13.240)
106.844
109.678= = 0,97
Ano 31/12/X Ano 31/12/X1
Através do resultado adquirido mediante cálculo do índice de liquidez 
geral, utilizando as informações coletadas no Quadro 2, é possível analisar 
que a empresa apresenta no período de 31/12/X, R$ 0,94 para cada R$ 1,00 
de dívida que possui para quitar.
Avaliando o período de 31/12/X1, o resultado foi de R$ 0,97. Observa-se 
uma pequena melhora com relação ao ano anterior, no entanto, a empresa 
possui R$ 0,97 para cada R$ 1,00 de dívidas a pagar. Com base no resultado 
encontrado para os dois períodos, é preciso destacar que se a empresa precisasse 
saldar todas as suas obrigações teria dificuldades financeiras. Como para os 
demais índices de liquidez, quanto maior o resultado, melhor para a empresa, 
destacando que o ponto base a ser considerado é de R$ 1,00 ou acima de um.
Balanço patrimonial 
Controladora Delta 
(Exercício findo em 31/12/X1)
Ativo 31/12/X 31/12/X Passivo 31/12/X 31/12/X1
Circulante 26.530 96.894 Circulante 18.800 98.438
Disponibi-
lidades
10.660 58.790 Fornecedores 6.640 58.890
Caixa 7.090 58.220 Salários a 
pagar
2.670 4.150
Bancos 3.570 570 Contas a 
pagar
7.410 9.810
Provisão 
de férias
2.160 2.730
Direitos 
realizáveis
14.160 36.394 Provisão 
para imposto 
de renda
1.910
Quadro 2. Análise dos índices de liquidez
(Continua)
Indicadores de liquidez ou solvência8
Quadro 2. Análise dos índices de liquidez
Balanço patrimonial 
Controladora Delta 
(Exercício findo em 31/12/X1)
Clientes 4.070 12.470 Contribuição 
social
1.260
Estoques 8.560 19.400 Participações 
a pagar
4.303
Adiantamento 
de viagem
1.530 1.530 Dividendos 
a pagar
4.379
Dividendos 
a receber
2.994 Encargos 
sociais a pagar
4.690
ICMS a pagar 2.426
Despesas 
do exercício 
seguinte
1.710 1.710 Empréstimo 
SIGMA
3.800
Seguros 
pagos anteci-
padamente
1.710 1.710
Não 
circulante
10.880 13.240
Financiamen-
tos a pagar, 
longo prazo
7.350 9.710
Não 
circulante
24.210 47.312 Aluguéis rece-
bidos anteci-
padamente
3.530 3.530
Reutilizável 
a longo 
prazo
1.550 9.950
Emprétimo 
compulsório
1.550 3.950 Patrimônio 
líquido
20.980 32.528
Empréstimo 
ÔMEGA
6.000
Capital social 13.690 15.580
(Continua)
(Continuação)
9Indicadores de liquidez ou solvência
Fonte: Adaptado de Santos, Schmidt e Fernandes (2012, p. 24).
Quadro 2. Análise dos índices de liquidez
Balanço patrimonial 
Controladora Delta 
(Exercício findo em 31/12/X1)
Investi-
mentos
4.420 17.011 Capital 
subscrito
15.000 15.000
Participações 
em 
controladas
4.420 17.011 Capital a 
integralizar
-1.310 580
Imobilizado 18.240 18.731 Reserva de 
capital
0 0
Imóvel de uso 20.220 20.220
Depreciação 
acumulada, 
imóvel de uso
-1.980 -2.789 Reserva de 
avaliação 
patrimonial
2.020 2.020
Veículos 1.300
Reservas 
de lucros
2.920 3.311
Intangível 0 1.620 reserva legal 0 730
Marcas e 
patentes
1.620 Reserva 
estatutária
0 1.461
Reserva de 
contingências
1.800 0
Reserva 
de lucros 
a realizar
1.120 1.120
Lucros 
acumulados
2.350 11.617
Total do 
ativo
50.740 144.206 Total do 
passivo e 
patrimônio 
líquido
50.740 144.206
(Continuação)
Indicadores de liquidez ou solvência10
Índice de liquidez imediata
O índice de liquidez imediata avalia as disponibilidades, como, por exemplo, 
contas como caixa, bancos e aplicações financeiras que são de liquidez ime-
diata e o passivo circulante. Através da sua aplicação é evidenciado quanto a 
empresa possui de recurso financeiro disponível para cada uma das dívidas 
adquiridas de curto prazo. O índice de liquidez imediata é considerado con-
servador, possuindo no numerador os fundos imediatamente disponíveis e 
no denominador as obrigações com prazos de vencimentos estipulados para 
até 360 dias.
LI: Caixa e Equivalentes de caixa
Passivo circulante =
10.660
18.880 = 0,56
58.790
96.438 = 0,61
Ano 31/12/X Ano 31/12/X1
Através dos valores obtidos com o cálculo do índice de liquidez imediata, 
utilizando as informações coletadas no Quadro 2, é possível verificar que 
a empresa apresenta no período de 31/12/X, R$ 0,56 para cada R$ 1,00 de 
obrigações a pagar.
Com relação ao período seguinte, de 31/12/X1, o resultado foi de R$ 0,61, 
onde é possível analisar uma melhora ao comparar com o ano anterior, porém, 
se a empresa necessitasse saldar todas as suas obrigações de forma imediata ela 
não teria essa capacidade, pois em ambos os períodos o resultado encontrado 
foi menor que um, sendo este o parâmetro mínimo para a interpretação dos 
resultados obtidos através dos indicadores de liquidez ou solvência.
BRUNI, A. L. A análise contábil e financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. v. 4. (Série des-
vendando as finanças).
GARRISON, R. H; NOREEN, E. W; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. 14. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013.
MARQUES, J. A. V. da C.; CARNEIRO JÚNIOR, J. B. A.; KÜHL, C. A. Análise financeira das 
empresas. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015.
11Indicadores de liquidez ou solvência
Índicecapital 
circulante líquido
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o conceito e a formação do capital circulante líquido.
 � Descrever o cálculo do capital circulante líquido.
 � Resolver situações aplicando o índice de capital circulante líquido.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos relacionados ao índice de 
capital circulante líquido (CCL). Primeiramente, você estudará o conceito 
do CCL, que se refere à diferença existente entre o ativo circulante e o pas-
sivo circulante, de acordo com um período específico. Serão apresentados 
o conceito e a formação do índice de capital líquido, como é realizado 
seu cálculo e as circunstâncias em que esse índice pode ser aplicado.
O que é CCL?
Conforme Blatt (2001), o CCL também é denominado de capital de giro líquido 
(CGL) e representa o excesso financeiro empresarial, ou seja, a folga ou falta de 
ativos circulantes em contrapartida aos passivos circulantes. O ativo circulante 
aborda algumas contas, como, por exemplo, a soma das contas a receber, dos 
estoques, dinheiro em caixa, dinheiro em banco, aplicações financeiras e 
duplicatas a receber. O passivo circulante envolve algumas contas, como, por 
exemplo, fornecedores, contas a pagar, folha de pagamento, encargos sociais, 
impostos a pagar, empréstimos a pagar e demais dívidas vencíveis dentro do 
prazo de um ano, ou seja, 12 meses. 
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
A fórmula usada para calcular o CCL é definida da seguinte forma (BLATT, 
2001, p. 99):
CCL = CGL = AC – PC
Ou
CCL = (PNC + PL) – ANC
Onde:
CCL: capital circulante líquido
CGL: capital de giro líquido
AC: ativo circulante
PC: passivo circulante
PNC: passivo não circulante
PL: patrimônio líquido
ANC: ativo não circulante
Através do CCL fica evidente a falta ou o excesso do ativo circulante 
relativo ao passivo circulante. Desse modo, quanto mais elevado for o CCL 
ou CGL, melhor será para a empresa, já que a partir desse resultado ela possui 
um excesso financeiro, o que não representa uma folga de caixa.
O resultado adquirido com o CCL corresponde à proporção em que o 
passivo circulante financia o ativo circulante. O uso do CCL busca evidenciar 
se há estabilidade entre risco e rentabilidade. 
É possível afirmar que o CCL ou CGL corresponde à soma dos recursos financeiros de 
curto prazo que estão disponíveis para financiamento das operações empresariais.
Índice capital circulante líquido2
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
Observe os possíveis resultados para o CCL e o que eles indicam:
CCL > 0: quando o CCL for maior que 0 significa que o ativo circulante é 
maior que o passivo circulante, o que resulta em um índice de liquidez corrente 
maior que 1.
Analisando o Quadro 1, é possível constatar no exemplo que o ativo cir-
culante é relativamente maior que o passivo circulante, o que representa que 
o CCL da empresa é positivo e que ela possui uma folga financeira.
CCL = 0: quando o valor do CCL for igual a 0 resultará em um índice de 
liquidez corrente igual a 1.
Fonte: Adaptado de Blatt (2001, p. 99).
ATIVO PASSIVO
AC PC
ELP
RLP
PL
AP
Quadro 1. CCL maior que 0
Observando o Quadro 2, verifica-se que o ativo circulante é equivalente 
ao passivo circulante, ou seja, possui a mesma proporção.
CCL < 0: quando o resultado obtido do CCL for menor que 0, significa que 
o ativo circulante é menor que o passivo circulante, resultando em um índice 
de liquidez corrente menor que 1. Nesse caso, o CCL é negativo.
3Índice capital circulante líquido
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
Fonte: Adaptado de Blatt (2001, p. 100).
ATIVO PASSIVO
AC PC
RLP ELP
AP
PL
Quadro 2. Capital circulante líquido igual a zeroCCL igual a 0
Ao analisar o Quadro 3, observa-se que ao contrário do Quadro 1, o passivo 
circulante é maior que o ativo circulante, significando que a empresa não 
possui excesso ou folga financeira.
Fonte: Adaptado de Blatt (2001, p. 100).
ATIVO PASSIVO
AC PC
RLP
ELP
AP
PL
Quadro 3. Capital circulante líquido menor que zeroCCL menor que 0
Índice capital circulante líquido4
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
Calculando o CCL
De acordo com Saporito (2015), ao calcular o CCL pode-se obter um resultado 
positivo, negativo ou nulo. Ao adquirir um resultado negativo, constata-se que 
essa empresa possui um risco mais elevado da sua operação, já que ela possui 
obrigações de curto prazo que são superiores aos ativos de curto prazo. No 
entanto, mesmo com o índice CCL negativo, muitas empresas conseguem se 
manter no mercado. Isso pode ocorrer em virtude da operação empresarial 
ou também das diversas obrigações que a empresa possui, que vencerão no 
próximo exercício social, e que serão substituídas por outras obrigações do 
curto prazo. 
Com base nas informações apresentadas, relativas ao índice de CCL, é 
possível afirmar que quanto maior o total do CCL da empresa, menor risco 
ela apresentará, ou seja, ela terá menor probabilidade de insolvência técnica. 
O Quadro 4 apresenta o resultado adquirido para o CCL no ano de 2013 e 
no ano de 2014. No ano de 2014, o ativo circulante prevaleceu sobre o passivo 
circulante, onde o resultado do CCL foi de R$ 100.000. Para chegar nesse 
resultado, foi preciso coletar os dados do ativo circulante e passivo circulante 
e aplicar a fórmula do CCL.
Fonte: Adaptado de Saporito (2015, p. 264).
CIA. Exemplo completo
31/12/2014 31/12/2013 Variação
R$ mil R$ mil R$ mil
Ativo circulante 300.000 257.000 43.000
(–) Passivo 
circulante
200.000 170.000 30.000
(=) CCL 100.000 87.000 13.000
Quadro 4. Resultado para o CCL nos anos de 2013 e 2014
5Índice capital circulante líquido
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
CCL = AC – PC
Ano 2014
CCL = 300.000 – 200.000 = 100.000
Ano 2013
CCL = 257.000 – 170.000 = 87.000
A variação do CCL do ano de 2013 para o ano de 2014 foi de R$ 13.000,00, 
e isso pode ser visualizado ao comparar os dois períodos (R$ 100.000 – R$ 
87.000). 
Quando aplicada a fórmula do CCL será obtido um resultado que pode 
ser favorável ou desfavorável para a empresa. Ao obter um CCL positivo se 
identifica que o total dos investimentos de curto prazo, como, por exemplo, 
caixa, clientes, entre outros, é maior que as obrigações que constam no pas-
sivo circulante e que estão compreendidas dentro do curto prazo, como, por 
exemplo, fornecedores, empréstimos bancários, entre outros. 
Ao calcular o CCL, o resultado de um CCL positivo identifica o equilíbrio 
financeiro empresarial, conforme demonstra o excesso de recursos financeiros 
de longo prazo, como obrigações e capital próprio, que são investidos no curto 
prazo. Desse modo, um CCL positivo demonstra a capacidade de solvência que 
a empresa possui no curto prazo, assim como as decisões estratégicas, dado 
que os investimentos de longo prazo são financiados por recursos financeiros 
também de longo prazo.
Vale destacar que a sobra referente aos recursos financeiros de longo prazo 
designados ao curto prazo, fonte do possível excesso financeiro, pode ter 
sido investida em ativos que não possam ser convertidos tão facilmente em 
caixa. Dentre os ativos que são de difícil transformação em dinheiro, estão 
os capitais que foram investidos em estoques com baixo giro ou em clientes 
inadimplentes, entre outros. 
Índice capital circulante líquido6
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
Com base no Quadro 5, a seguir, é possível visualizar o que seria exatamente 
essa folga ou excesso financeiro posterior aos cálculos do CCL.
ANO X 1 ANO X 2
AC
70%
AC
55%
PC
49%
PC
34%
Quadro 5. Representação do cálculo do CCL
O Quadro 5 permite visualizar os resultados do CCL posterior ao seu 
cálculo, que deve ter por base valores apresentados por uma empresa, onde 
as parcelas cinza escuro expostas no ativo circulante de ambos os períodos 
(X1 e X2) correspondem à folga financeira empresarial,pois comparando 
ativo circulante e passivo circulante proporcionalmente, essa sobra existiria 
somente no ativo circulante, evidenciando que este é maior que o passivo 
circulante, ou seja, representa uma medida de ativos disposta pela empresa 
para financiar dívidas de curto prazo, no entanto, se esses ativos circulantes 
forem transformados em dinheiro facilmente.
Aplicando o índice de CCL
Através da aplicação do índice de CCL, se realiza a análise dos recursos 
financeiros empresariais vencíveis no curto prazo e, desse modo, se necessário, 
criam-se estratégias para fins de controlar o fluxo de caixa da empresa.
A partir do Quadro 6, é possível visualizar a situação empresarial mediante 
o cálculo do CCL e definir métodos que modifiquem a situação futura da 
empresa.
7Índice capital circulante líquido
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
Fonte: Adaptado de Padoveze e Benedicto (2010, p. 192).
BALANÇO PATRIMONIAL 20X1   20X2
Ativo circulante 85.000,00 95.800,00
Caixa e equivalentes de caixa 25.000,00 23.800,00
Clientes 15.000,00 32.000,00
Estoques 45.000,00 40.000,00
Ativo não circulante 113.000,00 110.700,00
Duplicatas a receber 30.000,00 30.800,00
Investimentos em controladas 13.000,00 17.200,00
Imobilizados 150.000,00 162.000,00
(-) Depreciação acumulada -80.000,00 -99.300,00
TOTAL 198.000,00 206.500,00
   
Passivo circulante 91.800,00 90.100,00
Fornecedores 28.000,00 29.900,00
Contas a pagar 29.000,00 17.000,00
Impostos a recolher 3.800,00 6.200,00
Dividendos a pagar 7.000,00 5.000,00
Empréstimos a pagar 24.000,00 32.000,00
Passivo não circulante 34.400,00 37.000,00
Financiamentos a pagar 34.400,00 37.000,00
Patrimônio líquido 71.800,00 79.400,00
Capital social 41.000,00 41.000,00
Reservas 13.300,00 16.000,00
Lucros acumulados 17.500,00 22.400,00
TOTAL 198.000,00   206.500,00
Quadro 6. Balanço patrimonial
Índice capital circulante líquido8
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
Com base no exposto pelo balanço patrimonial da Figura 6, a empresa 
poderá calcular o CCL buscando entender a situação nesses dois períodos, 
20X1 e 20X2.
20X1
CCL = AC – PC
CCL = 85.000 – 91.800 = (6.800) – CCL negativo
20X2
CCL = 95.800 – 90.100 = 5.700 – CCL positivo
A partir dos resultados encontrados, é identificado que no período de 
20X1 a empresa apresentou um CCL negativo de R$ 6.800 e que através dessa 
análise foi possível definir algumas estratégias de gestão que não estavam 
sendo realizadas, buscando melhorar os resultados empresariais. 
O gestor financeiro estabeleceu algumas medidas simples, porém eficientes, 
para refletir de forma relevante no resultado financeiro da empresa, como, 
por exemplo:
 � Delegação de funções específicas, onde o colaborador responsável pela 
movimentação do caixa não execute outras atividades.
 � Realizar um controle de fundo fixo com o intuito de pagar dívidas de 
pequenos valores diários da empresa, não utilizando, desse modo, os 
valores disponíveis no caixa para todos os gastos.
 � Aplicar um controle diário referente aos pagamentos e recebimentos, 
o que antes não era efetuado. Através desse controle, a empresa iden-
tificou que alguns clientes estavam pagando fora do prazo definido, o 
que resultou em atrasos de recebimentos, fazendo com que a empresa 
utilizasse mais dos seus recursos disponíveis em caixa.
O uso do CCL permite identificar essas situações e possibilita que a em-
presa crie melhorias. Quando o CCL apresenta resultado negativo, significa 
que o ativo circulante é menor com relação ao passivo circulante, desse modo 
a empresa possui CGL negativo. Com base nessa situação, o CGL representa 
a fração dos ativos fixos da empresa, que é financiada por recursos de longo 
prazo, representando um grande risco, já que as dívidas de curto prazo são 
vencíveis antes mesmo que os ativos não circulantes possam ser transformados 
em caixa.
9Índice capital circulante líquido
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
Índice margem 
operacional (MO)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever o conceito de margem operacional.
 � Identificar o cálculo da margem operacional.
 � Interpretar os resultados obtidos a partir do cálculo da margem 
operacional.
Introdução
Neste capítulo, você vai aprofundar seus conhecimentos acerca da mar-
gem operacional (MO), que é um indicador de rentabilidade da empresa. 
Por meio desse indicador é possível verificar quanto as atividades ope-
racionais da empresa representam no montante recebido pelas vendas. 
A MO é visualizada por meio de um índice, apresentado por um per-
centual, e tem importância econômico-financeira. Por utilizar informações 
referentes às contas de resultado, é necessário que você tenha conheci-
mento prévio de uma demonstração contábil chamada demonstração 
do resultado do exercício — as informações adquiridas para o cálculo da 
margem operacional são extraídas dessa demonstração.
As análises decorrentes do índice MO permitem que os usuários da 
informação contábil tenham conhecimento da forma que são gerados e 
consumidos os recursos para a obtenção de sua principal receita.
O que é MO?
A MO é um dos indicadores de rentabilidade de uma empresa. A rentabilidade 
de uma empresa está ligada à forma que o capital investido retorna para a 
empresa. A MO se relaciona com esse indicador pois é possível identificar 
qual o percentual de retorno das operações da empresa frente às atividades 
necessárias para a obtenção desse recurso (ALVES, 2016).
Para aprender a calcular o índice MO, você precisa saber al-
guns conceitos prévios. A MO, por tratar-se de um item que se rela-
ciona ao resultado, tem relação direta com uma demonstração finan-
ceira denominada demonstração do resultado do exercício (DRE). 
A DRE apresenta todas as receitas auferidas e as despesas incorridas por 
uma empresa em um determinado período de tempo, e todas as empresas 
devem publicá-la. A DRE é fundamental para sabermos se uma determinada 
empresa teve lucro ou prejuízo em um exercício social, pois a demonstração 
apresenta o confronto entre as receitas e as despesas do período. Quando as 
receitas superam as despesas, tem-se lucro. O contrário aponta a um prejuízo. 
O Quadro 1 contempla um modelo de DRE tem início na receita operacional 
bruta e se encerra no resultado do período. 
Companhia Modelo
Demonstração do resultado do exercício em 31/12/20xx — em R$
Receita operacional bruta
(−) Devoluções de vendas
(−) Impostos sobre vendas
= Receita operacional líquida
(−) Custo das mercadorias vendidas
= Lucro operacional bruto
(−) Despesas operacionais
Receitas operacionais
(−) Despesas financeiras
Receitas financeiras
Quadro 1. Modelo de demonstração do resultado do exercício
(Continua)
Índice margem operacional (MO)2
Quadro 1. Modelo de demonstração do resultado do exercício
Companhia Modelo
Demonstração do resultado do exercício em 31/12/20xx — em R$
= Lucro operacional antes do imposto de renda e contribuição social sobre o 
lucro líquido
(−) Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido
= Lucro operacional antes das participações
(−) Participações
= Lucro líquido do exercício
(Continuação)
Vamos compreender, agora, qual a relação entre esta demonstração e o 
índice MO.
Como vimos, a MO é um índice de eficiência que contempla o resultado 
operacional da empresa. Por abordar esse conteúdo, as informações que a 
compõem são apresentadas na DRE. Muitas vezes essas informações não 
estão claras e é preciso efetuar alguns cálculos para obter os dados e aplicar 
a fórmula. No item referente ao cálculo da MO, você terá mais informações 
sobre isso.
É importante destacar que o índice MO possibilita que os usuários da 
informação contábil tenham conhecimentos econômico-financeiros sobre os 
fenômenos operacionais da empresa. Isto é, de qual forma as operações da 
empresa são estruturadas e como sua atividade principal tem relevância diante 
do

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