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Análise das Demonstrações Financeiras
Aula 1 - Introdução à Análise das Demonstrações Financeiras
· Introdução
A Análise das Demonstrações Financeiras representa uma técnica da Contabilidade que tem por propósito fornecer informações úteis aos diversos tipos de usuários. As principais práticas da Análise das Demonstrações Financeiras consistem na decomposição, comparação e interpretação das demonstrações financeiras.
Antes dos cálculos das etapas do processo de análise e elaboração de seu relatório devemos, inicialmente, reconhecer os aspectos introdutórios da Análise das Demonstrações Financeiras e a estrutura das Demonstrações Financeiras. Desse modo, pode-se efetuar o exame e a coleta de dados de forma ordenada e criteriosa.
Conceito e objetivo da análise das demonstrações financeiras
A Análise das Demonstrações Financeiras, também conhecida como Análise de Balanços, Análise das Demonstrações Econômico-financeiras ou Análise Contábil, representa uma técnica contábil que consiste no exame e na interpretação dos dados contidos nas demonstrações financeiras.
O processo contábil inicia-se com os fatos administrativos, que, em seguida, são registrados pela Contabilidade através da técnica de escrituração; posteriormente, há as etapas do ciclo contábil até as demonstrações financeiras.
Sendo assim, as demonstrações financeiras representam o término do ciclo contábil e que, por sua vez, é a base de dados inicial para a Análise de Balanços.
LittlePigPower / Shutterstock
A figura abaixo demonstra a sequência iniciada pelo registro contábil dos fatos administrativos até a produção de informações úteis ao processo decisório.
Atenção
Pode-se afirmar que o trabalho do analista de balanços começa a partir das demonstrações financeiras e que, por meio da técnica contábil, da Análise das Demonstrações Financeiras, é realizada a decomposição, a comparação e a interpretação das demonstrações financeiras com o propósito de transformar dados em informações úteis aos usuários das informações financeiras.
Conforme a NBC TG 26 (R4) — Apresentação das demonstrações financeiras, as demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade.
O objetivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
O conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:
Para o êxito da Análise das Demonstrações Financeiras, faz-se necessário que o analista tenha conhecimento das normas e dos princípios de Contabilidade, como também da técnica contábil de escrituração, apuração do resultado do exercício e elaboração das demonstrações financeiras.
Atenção
Sendo assim, além da obtenção das demonstrações financeiras e aplicação de técnicas, tais como: quocientes, coeficientes, análises e interpretações é indispensável uma análise ampla do negócio e dos fatores que o influenciam.
As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Profissionais e Técnicas.
 As Normas Profissionais estabelecem regras de exercício profissional;
 As Normas Técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos aplicados de Contabilidade.
Ambas têm subdivisões. Observe o fluxograma ao lado para conhece-las.
Objetivo
Szuster et al. (2013) definem a Contabilidade como uma ciência social que tem por objetivo medir, para poder informar, os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio de quaisquer entidades. Constitui um instrumento para gestão e controle, além de comunicar a sociedade sobre o resultado da aplicação dos recursos conferidos às entidades.
O trabalho do analista de balanços começa a partir das demonstrações financeiras e tem como finalidade transformar as demonstrações financeiras em informações relevantes para as partes interessadas.
Nesse sentido, o objetivo da Análise das Demonstrações Financeiras é extrair, das demonstrações financeiras, informações úteis para a tomada de decisões aos usuários internos e externos da entidade.
Usuários da análise das demonstrações financeiras
A Análise das Demonstrações Financeiras pode ser interna ou externa:
Para cada tipo de usuário, há uma busca particular da posição da empresa, a saber:
· FORNECEDORES
O fornecedor da mercadoria necessita conhecer a capacidade de pagamento e o grau de liquidez de seus clientes. A extensão da análise do fornecedor depende da importância do cliente.
· CLIENTES (COMPRADORES)
Precisam analisar a situação econômica e financeira de seus fornecedores, a fim de avaliarem que as condições estabelecidas nos contratos sejam cumpridas. Geralmente, a análise, por parte do comprador, ocorre quando depende de fornecedores que não são do mesmo porte ou que, de alguma forma, venha oferecer risco. Ademais, pode ocorrer a análise quando há poucos fornecedores no mercado, há uma forte relação entre comprador e fornecedor, assim como considerar a capacidade de expansão, produção e investimentos em pesquisas e desenvolvimentos.
· INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Têm interesse em conhecer a capacidade econômica e financeira das entidades que se relacionam. Entre as análises utilizadas destacam-se a verificação da liquidez, do grau e qualidade de endividamento, como também a análise de rentabilidade e lucrativa na concessão de financiamentos em longo prazo. Pela análise, pode-se conceder ou não empréstimos e determinar os critérios do crédito (volume, taxa, prazo e garantias).
· ADMINISTRADORES
O administrador pode utilizar a análise das demonstrações financeiras como um auxiliar no processo decisório e na formulação da estratégia. O conhecimento da situação econômica e financeira permite comparações com os concorrentes, análises futuras com o balanço orçado, assim como, uma prévia das ações dos bancos e fornecedores sobre o desempenho da empresa.
A análise detalhada sobre a performance presente, o diagnóstico do passado e o prognóstico deverão auxiliar a administração na tomada de decisões para melhoria de seus índices de liquidez e rentabilidade, avaliação de aumentar ou diminuir investimentos, prazos para clientes, rotação de estoque, expandir ou reduzir operações, entre outras análises de gestão.
· INVESTIDORES
Ao analisarem as opções de compra de ações, no mercado de capitais, devem efetuar uma minuciosa análise das demonstrações financeiras a fim de decidir sobre investir ou não em bolsa de valores. A preocupação, basicamente, é com a rentabilidade da empresa, além da análise financeira, consideram os fatores de preço e a valorização das ações.
· GOVERNO
Nos processos licitatórios, em que o governo tende a decidir sobre qual a empresa irá vencer a concorrência, a análise da situação financeira é fundamental para a escolha, pois a empresa com a melhor situação (nos casos de duas ou mais atenderem o edital) tende a cumprir os compromissos assumidos, como também é feito o acompanhamento da empresa vencedora, de modo a obter informações sobre a continuidade dos processos propostos inicialmente.
Adicionalmente, o governo acompanha o desempenho da economia do país comparando empresas conforme as categorias econômicas, como também, por meio da análise em conjunto ou individualmente, das demonstrações financeiras, o governo consegue realizar um diagnóstico do setor, em especial, para as empresas públicas de interesse coletivo, a análise da rentabilidade é realizada.
· SINDICATO DE CLASSE
A análise das demonstrações financeiras busca obter informações acerca da estabilidade e lucratividade de seus empregadores. Também é realizada a avaliação da capacidade da empresa quanto à remuneração, aos benefícios de aposentadoria e à oferta de empresas; além de comparações e estabelecimento de padrões com empresas do mesmo setor.
· EMPRESAS REGULADAS
Normalmente, o órgão regulador acompanha a situação econômico-financeira das empresas reguladas cujo impacto de falência é considerado prejudicial à sociedade, como por exemplo,os danos causados pela insolvência de um banco, seguradora, plano de saúde e mercado de capitais.
Inicialmente, a Análise das Demonstrações Financeiras era uma ferramenta predominantemente utilizada pelas instituições financeiras na intenção de avaliar o risco do crédito, no entanto, com o transcorrer do tempo, verificou-se o seu uso para os demais usuários interessados. Nesse sentido, a Análise de Balanços é fundamental para quem pretende relacionar-se com a empresa, pois permite uma visão da sua estratégia, de suas estimativas futuras e potencialidades.
Saiba Mais
 Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS): órgão regulador das operadoras de planos de saúde.
 Banco Central do Brasil (BACEN): órgão regulador das instituições financeiras.
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM): órgão regulador do mercado de valores mobiliários.
 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): órgão regulador das seguradoras.
Metodologia
Aspectos gerais e limitações da análise das demonstrações financeiras
A Análise das Demonstrações Financeiras baseia-se no raciocínio científico, a observar as seguintes etapas:
Na Análise das Demonstrações Financeiras, deve-se se observar estas etapas, que serão posteriormente aprofundadas ao longo da disciplina.
O produto final da Análise das Demonstrações Financeiras é a elaboração do relatório, que normalmente, são produzidas as seguintes informações:
Técnicas de Análises
 Análise vertical (ou de estrutura)
 Análise horizontal (ou de comportamento)
 Análise por indicadores (ou quocientes)
A última, com as seguintes características:
Atenção
Análise por Indicadores: os índices estabelecem a relação entre contas ou grupo de contas — Demonstrações Financeiras — com a finalidade da evidenciação de uma determinada situação econômico-financeira de uma entidade.
Limitações da Análise das Demonstrações Financeiras
Apesar das informações úteis para os diversos interessados da situação econômico-financeira de entidade, a análise por índices deve ser realizada de forma cautelosa, pois pode apresentar algumas limitações significativas, tais como:
· VARIAÇÃO CAMBIAL
Na comparação de um exercício, com períodos passados, os resultados podem ser distorcidos em função da valorização/desvalorização do câmbio, assim como, poderão surgir distorções com empresas do mesmo segmento que não estejam sendo influenciadas pelo câmbio. Nesse contexto, recomenda-se distinguir o resultado operacional e o financeiro, como também o acesso às demonstrações financeiras convertidas na moeda estrangeira.
· 
OS EFEITOS DA INFLAÇÃO
Para a análise comparativa entre os períodos atual e passado, faz-se necessário atualizar os valores apresentados nas Demonstrações Financeiras. Um dos desafios, para os ajustes monetários necessários, é a escolha do índice de inflação que “melhor” represente a perda do poder aquisitivo.
· EMPRESAS QUE EXPLORAM SIMULTANEAMENTE DIVERSOS RAMOS DE ATIVIDADE
Nesses casos, a falta de concorrentes, com o mesmo perfil econômico e a indisponibilidade de acesso às informações separadas, para cada atividade, impactam no trabalho do analista externo.
· ADOÇÃO DE PRÁTICAS FINANCEIRAS DIFERENTES ENTRE EMPRESAS DO MESMO SEGMENTO
No uso de critérios diversos na avaliação de itens por empresas diversas, do mesmo ramo de atividade, como por exemplo, estoques, taxas de depreciação, contabilização de contratos de leasing, exigem que o analista conheça os princípios e as convenções financeiras e seus respectivos impactos nos índices.
Desse modo, o analista deverá se dedicar em complementar a análise com o estudo minucioso das notas explicativas, de leituras na mídia que identifiquem eventos subsequentes, assim como, analisar o relatório dos auditores independentes em relação à aderência às demonstrações financeiras aos Princípios Contábeis.
· DINÂMICA PATRIMONIAL DAS ORGANIZAÇÕES
A análise é realizada sobre a situação da empresa em dado momento. Uma vez considerando a dinâmica dos fatos, faz-se importante considerar os fatos que contribuíram para a sua formação estrutural, como também, dos fatos que poderão surgir da empresa.
A técnica de Análise das Demonstrações Financeiras também é aplicável, a informações e valores não expostos nas demonstrações, entretanto, as informações podem ser decompostas, comparadas e interpretadas.
Enfim, a Análise das Demonstrações Financeiras não é exigida por lei e surge da necessidade informacional dos usuários internos e externos das demonstrações financeiras tornando-se um instrumento indispensável no processo decisório, entretanto, a sua aplicação requer o estudo de suas técnicas, análise criteriosa de suas limitações e correlações de informações complementares as demonstrações financeiras que influenciam direta ou indiretamente as atividades da entidade.
Aula 2 - Estrutura das Demonstrações Financeiras
· Introdução
A Análise de Balanços inicia-se a partir das Demonstrações Financeiras, ou seja, o analista de balanços realiza o exame e a coleta de dados com o propósito de transformar dados em quocientes e coeficientes relevantes à tomada de decisões.
Conforme a NBC TG 26 (R4) – Apresentação das Demonstrações Financeiras — as demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
O êxito da Análise de Balanços exige inicialmente, tanto a observância das Normas Brasileiras de Contabilidade, como também, o conhecimento das contas que representam os fatos contábeis e seus respectivos impactos na posição patrimonial e financeira da entidade evidenciados nas Demonstrações Financeiras.
Conjunto completo das demonstrações financeiras
A Análise de Balanços começa a partir das demonstrações financeiras, e para o êxito do trabalho do analista é indispensável dominar a estrutura do conjunto completo das demonstrações, pois a partir do entendimento quanto a sua elaboração e suas respectivas normas e princípios pode-se assim, interpretar os dados contidos nos demonstrativos e consequentemente, extrair informações proativas que auxiliam no processo decisório.
As principais normas brasileiras que disciplinam a publicação das Demonstrações Financeiras estão disponíveis pela NBCT 26 (R4), pela Lei nº 10.406/02 – novo Código Civil (NCC) e CPC PME (R1) – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas.
Conforme a NBC TG 26 (R4) – Apresentação das Demonstrações Financeiras, o conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:
Pela Resolução CFC 1.373/11 a NBC TG Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira, no balanço patrimonial, são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido.
Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas. Estão apresentam os seguintes conceitos:
· 
ATIVO
Recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.
· PASSIVO
Obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
· PATRIMÔNIO LÍQUIDO
É o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
· RECEITAS
Abrangem tanto as receitas propriamente ditas quanto os ganhos. A receita surge no curso das atividades usuais da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties, aluguéis.
· DESPESAS
Abrangem tanto as perdas quanto as despesas propriamente ditas que surgem no curso das atividades usuais da entidade. Tais despesas incluem, por exemplo, ocusto das vendas, os salários e a depreciação. Geralmente, tomam a forma de desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado.
Estrutura das Demonstrações Financeiras: Balanço Patrimonial (BP)
As definições de ativo e de passivo identificam suas características essenciais, mas não procuram especificar os critérios que precisam ser observados para que eles possam ser reconhecidos no balanço patrimonial. Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido, deve-se atentar para a sua essência subjacente e realidade econômica e não apenas para sua forma legal.
• O balanço patrimonial é composto em ativo e passivo, sendo seus totais sempre idênticos;
• O ativo é formado pelos bens e créditos;
• O passivo é formado pelo passivo exigível (dívidas com terceiros) e patrimônio líquido.
• O ativo e o passivo são divididos em grupos, subgrupos, contas e subcontas.
É o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal.
Ativo
No ativo, as contas são evidenciadas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registradas, isto é, dos itens de maior para os de menor liquidez. O grau de liquidez considera a expectativa de conversão dos bens e direitos em dinheiro.
O ativo é composto por dois grupos, circulante e não circulante e dividido em subgrupos, como veremos a seguir.
· ATIVO CIRCULANTE
O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
(a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
(b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
(c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou
(d) é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido na NBC TG 03), a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
Os planos de contas, tradicionalmente fazem a divisão do ativo circulante em quatro subgrupos:
1. Disponibilidades;
2. Direitos de curto prazo;
3. Estoques;
4. Despesas antecipadas.
Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulante.
· ATIVO NÃO CIRCULANTE
O ativo não circulante deve ser subdividido em realizável em longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
· ATIVO REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO
De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, art. 179, II, o ativo não circulante realizável em longo prazo é composto por dois itens:
1. Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte;
2. Direitos realizáveis derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores (administradores em geral), acionistas (ou sócio) ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto (atividade) da companhia.
· INVESTIMENTOS
Conforme a Lei das S/A, são classificadas como investimentos no ativo não circulante:
1. As participações permanentes no capital social de outras sociedades;
2. Os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e, que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.
Para os bens não destinados a manutenção pode-se classificar em duas categorias:
a) Demais investimentos permanentes recebem os ativos que não podem ser classificados em outros grupos e subgrupos. Exemplos: Terrenos não destinados a aluguel e sim a futuras instalações; obras de arte mantidas na empresa por prazo indeterminado.
b) Propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício — ou parte de edifício ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário em arrendamento financeiro) para auferir aluguel, valorizar o capital ou para ambas as atividades.
· IMOBILIZADO
No ativo imobilizado, classificam-se os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.
A Depreciação e Exaustão Acumuladas são contas retificadoras, de natureza credora. Não se confundem com as contas que registram os bens do imobilizado.
· INTANGÍVEL
No intangível, são classificados os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos (imateriais) destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Por exemplo, quando adquiridos para serem destinados às atividades usuais da empresa, são do intangível: marcas, patentes, programas de computador e fundo de comércio.
Para fins de amortização, é importante segregar os ativos intangíveis com vida útil definida dos intangíveis com vida útil indefinida.
· ATIVOS ESPECIAIS
Ativo especial é o bem, tangível ou intangível, vinculado à atividade principal ou fim da empresa, gerador de benefícios econômicos de forma continuada, que pode ser explorado sem que haja a transferência de seu controle. Assim, o ativo pode gerar receita em diversas transações, sem haver sua alienação. Por exemplos, programas de computador e filmes cinematográficos destinados à cessão de direitos de uso, não à transferência definitiva.
· ATIVOS BIOLÓGICOS
De acordo com o CPC 29, entende-se como ativo biológico um animal ou uma planta, vivos que produz produto agrícola. O produto agrícola é definido com o produto colhido ou, de alguma forma, obtido a partir de um ativo biológico de uma entidade. Transformação biológica é o processo de crescimento, degeneração, produção e procriação que altera, qualitativa e quantitativamente, o ativo biológico.
Saiba Mais
O ciclo operacional da entidade é o tempo entre a aquisição de ativos para processamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes. Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável, pressupõe-se que sua duração seja de doze meses.
Passivo
O passivo é composto por três grupos:
· PASSIVO CIRCULANTE
O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
(a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;
(b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
(c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou
(d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver item 73).
Os termos de um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua liquidação por meio da emissão de instrumentos patrimoniais não devem afetar a sua classificação. (Redação alterada pela Resolução CFC n.º 1.376/11).
Pode ser subdividido em: Obrigações a Fornecedores, Empréstimos e Financiamento, Obrigações Tributárias, Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias, Outras Obrigações e Participações e Destinações do Lucro Líquido.
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes.
· PASSIVO NÃO CIRCULANTE
No Passivo Não Circulante pode-se abranger todos os subgrupos do Passivo, exceto aquele relativo às Participações e Destinações do Lucro Líquido, pois normalmente, não ultrapassam o vencimento de curto prazo.
· PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Basicamente, o patrimônio líquido é dividido em:
1. Capital social;
2. Reservas de capital;
3. + ou (-) ajustes de avaliação patrimonial;
4. Reservas de lucros;
5. (-) ações em tesouraria;
6. (-) prejuízos acumulados.
Demonstração do resultado (DRE)
É um relatório contábil com o propósito de evidenciar a composição do resultado da empresa, ou seja, o lucro ou prejuízo em um dado momento. Ao apurar o desempenho econômico da empresa, a DRE é elaborada consagrando o Princípio da Competência.
Se a entidade apresenta a demonstração do resultado separada da demonstração do resultado abrangente, ela não deve apresentar a demonstração do resultado incluída na demonstração do resultado abrangente. (Incluídopela NBC TG 26 (R2))
Se a entidade apresentar a demonstração do resultado em demonstração separada, ela apresentará a alínea (a) nessa demonstração. (Incluído pela NBC TG 26 (R2))
Veja, a seguir, os itens que devem constar na demonstração:
Rubricas obrigatórias
Além dos itens requeridos em outras normas, a demonstração do resultado do período deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas, obedecidas também as determinações legais:
(a) receitas;
(aa) ganhos e perdas decorrentes de baixa de ativos financeiros mensurados pelo custo amortizado;
(b) custos de financiamento;
(c) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método da equivalência patrimonial;
(d) tributos sobre o lucro;
(e) (eliminada);
(ea) um único valor para o total de operações descontinuadas (ver a NBC TG 31);
(f) em atendimento à legislação societária brasileira vigente na data da emissão desta Norma, a demonstração do resultado deve incluir ainda outras rubricas.
Divulgação separada
As circunstâncias que dão origem à divulgação separada de itens de receitas e despesas incluem:
(a) reduções nos estoques ao seu valor realizável líquido ou no ativo imobilizado ao seu valor recuperável, bem como as reversões de tais reduções;
(b) reestruturações das atividades da entidade e reversões de quaisquer provisões para gastos de reestruturação;
(c) baixas de itens do ativo imobilizado;
(d) baixas de investimento;
(e) unidades operacionais descontinuadas;
(f) solução de litígios; e
(g) outras reversões de provisão.
Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)
Demonstrativo contábil que se inicia a partir do resultado líquido do período e evidencia os outros resultados abrangentes, tais como: as demais despesas e receitas não divulgadas na DRE e que impactam no Patrimônio Líquido, como também, o efeito de reclassificações dos outros resultados abrangentes para o resultado do período.
A DRA pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou incluso na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), entretanto, mesmo que seja evidenciada na DMPL, há obrigatoriedade da elaboração da DRA em separado.
Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação) que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelas normas, interpretações e comunicados técnicos emitidos pelo CFC.
Agora, precisamos compreender alguns conceitos, como:
Quando os itens de receitas e despesas são materiais, sua natureza e montantes devem ser divulgados separadamente. (Redação alterada pela Resolução CFC n.º 1.376/11)
Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)
A DMPL expõe as variações ocorridas, durante o exercício, em todas as contas do patrimônio líquido, inclusive na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, sendo mais abrangente que a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
Veja, a seguir, quais elementos devem ser apresentados no patrimônio líquido:
A DMPL constitui uma tabela em que as colunas se destinam a cada conta integrante do Patrimônio Líquido, sendo a primeira coluna utilizada para a descrição da natureza das transações que ocasionaram as mutações, e a última é destinada para os totais.
Já as linhas da DMPL referem-se às transações ocorridas e que devem ser destacadas em função da movimentação de cada conta; na primeira linha são apresentados os saldos iniciais e na última linha os respectivos saldos finais.
Demonstração dos fluxos de caixa (DFC)
A informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das demonstrações financeiras uma base para avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e seus equivalentes e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa. A NBC TG 03 (R3) define os requisitos para a apresentação da demonstração dos fluxos de caixa e respectivas divulgações.
Obrigatória para todas as companhias abertas e para as fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, igual ou superior a R$ 2 milhões, a demonstração dos fluxos de caixa evidencia as modificações ocorridas no caixa e nos equivalentes de caixa da companhia, em um determinado exercício, por meio da exposição dos fluxos de recebimentos e pagamentos (método direto) ou de forma indireta (método indireto ou da reconciliação).
A demonstração dos fluxos de caixa deve indicar, pelo menos, as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando essas alterações em, no mínimo, três fluxos:
Métodos de Elaboração (Método Direto e Método Indireto)
Há dois métodos de elaboração da DFC: direto e indireto. As diferenças entre eles limitam-se, exclusivamente, aos fluxos das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de financiamento e de investimento são demonstrados de forma igual em ambos os métodos.
Como na DFC devemos evidenciar o fluxo financeiro das atividades operacionais gerado pelo lucro ou prejuízo, são eliminadas do resultado, por adição ou exclusão, as receitas e despesas que não afetaram as disponibilidades ou que representam atividades de financiamento ou investimento; e são acrescidas ou diminuídas do lucro ou prejuízo líquido as disponibilidades geradas pelas atividades operacionais que não afetaram o resultado.
Desse modo, os ganhos e perdas na alienação de bens do ativo imobilizado que estejam embutidos no resultado do exercício devem ser eliminadas das atividades operacionais e apresentados no grupo das atividades de investimento, como parte integrante do valor total recebido na alienação dos bens.
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Informa a riqueza gerada pela empresa, durante determinado período, sabendo que essa riqueza pertence a toda a sociedade (empregados, governo, financiadores e acionistas).
A DVA parte do conceito de Produto Interno Bruto (PIB) calculado pelos economistas. Enquanto o PIB retrata a riqueza gerada por um país durante determinado período, isto é, o que o país produz menos o que ele compra pronto de outros países, a DVA retrata a riqueza gerada por uma entidade durante determinado período, ou seja, o que ela gera de receitas menos o que ela compra pronto de outras empresas.
A DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações financeiras informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas.
Informações, relatórios e pareceres que acompanham as demonstrações financeiras
· RELATÓRIO DA DIRETORIA
Representa a apresentação do Balanço Patrimonial e das demais demonstrações financeiras aos acionistas. Quando a sociedade tiver a obrigatoriedade de manter o conselho de administração, as demonstrações financeiras serão publicadas precedidas do relatório da administração.
Veja o exemplo a seguir:
RELATÓRIO DA DIRETORIA
Prezados Acionistas,
Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação de Vossas Senhorias o Balanço Patrimonial e as demais demonstrações financeiras encerradas em 31 de dezembro de x1. Estaremos à disposição de Vossas Senhorias em nossa sede social para quaisquer outros esclarecimentos.
São Paulo, ...de.......de x1
A Diretoria
Fonte: (RIBEIRO, OSNI MOURA, 2014, p.110)
· CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
É composto por membros eleitos ou designados com a finalidade de supervisionar as atividades da entidade. Cada estatuto ou regimento interno irá destacar as autoridades e responsabilidades, bem como a duração de seus mandatos, os procedimentos de escolha e funcionamento do conselho.
O Conselho de Administração é composto por até 11 membros, eleitos em Assembleia Geral, sendo maioria independente. O mandato é de até 2 anos, sendo permitida a reeleição. Entre suas principais funções estão a definição da estratégia da Companhia, incluindo a aprovação do orçamento anual, zelando por sua boa execução, deliberação sobre a convocação da Assembleia Geral e proposta de destinação dos lucros, eleição, destituição e monitoramento dos diretores executivos e escolha dos auditores independentes.
Obs.: Periodicidade das reuniões: bimestrais e, extraordinariamente,sempre que necessário.
Para mais informações, clique aqui.
· RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
Tem como objetivo complementar as demonstrações financeiras com informações sobre o contexto operacional da companhia a partir de fatos relevantes ocorridos ao longo do período e apresenta tendências para exercícios futuros.
De acordo com a Lei 6.404/76, o relatório da administração deve ser publicado juntamente com as demonstrações financeiras do encerramento do exercício social precisando conter informações sobre:
a) aquisição de debêntures de sua própria emissão (art. 55, § 2º);
b) política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos constantes de acordo de acionistas (art. 118, § 5º);
c) negócios sociais e principais fatos administrativos ocorridos no exercício (art. 133, inciso I);
d) relação dos investimentos em sociedades coligadas e/ou controladas evidenciando as modificações ocorridas durante o exercício (art. 243).
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), através do Parecer de Orientação nº 15/87, relaciona itens de divulgações que atendem de um modo geral as linhas estabelecidas pela legislação societárias.
· OPINIÃO DO AUDITOR INDEPENDENTE
Vale enfatizar que a CVM emite sugestões, mas que deve-se manter a criatividade dos administradores na elaboração do Relatório da Administração.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) emitiu as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria (NBC TA).
Há seis tipos distintos de opinião. São elas:
• Opinião sem Modificação — Relatório sem Ressalva.
• Opinião com Modificação — Relatório com Ressalva.
• Opinião com Modificação — Relatório Adverso.
• Opinião com Modificação — Relatório com Abstenção de opinião.
• Opinião com Parágrafo de Ênfase — Relatório com Parágrafo.
• Opinião com Parágrafo de Outros Assuntos – Relatório com Parágrafo.
Aula 3 - Etapas do Processo de Análise das Demonstrações Financeiras
· Introdução
Normalmente, o processo de análise das demonstrações depende da leitura e da interpretação dos modelos dos demonstrativos, bem como do uso de suas técnicas.
Nesta aula, será abordada a importância do exame minucioso das contas, de modo que o analista tenha familiaridade com os componentes patrimoniais e financeiros da entidade. A partir deste exame é possível realizar os ajustes e as reclassificações de contas que refletem a essência da natureza da atividade e com isso, contribuir no processo decisório.
Ademais, os índices obtidos pela empresa devem ser comparados não só de um ano para outro, ou de forma isolada, mas também, realizar a comparabilidade entre as empresas com características semelhantes (ramo, porte, região, política econômica e outras). Sendo assim, o Índice-Padrão é utilizado como parâmetro para se averiguar o quão a empresa está perto ou longe do quociente padrão.
Padronização das demonstrações financeiras
A partir das Demonstrações Financeiras iniciam-se os Processos de Análises, ou seja, o analista de balanços irá executar técnicas para obtenção de conclusões sobre a situação econômica e financeira da entidade e de outros assuntos vinculados a seu patrimônio com a finalidade de fornecer informações úteis no processo decisório.
Inicialmente, o analista de balanços deve reconhecer as demandas informacionais dos usuários aos quais serão emitidos os relatórios de análises, pois assim, poderá determinar o nível de detalhamento dos exames.
Logo em seguida, o seu primeiro passo será realizar um exame minucioso dos elementos que compõem as demonstrações.
Atenção
O estudo detalhado de cada componente patrimonial proporciona ao analista o domínio completo da composição estrutural de cada demonstração a ser analisada e que, consequentemente, será de extrema relevância no instante da interpretação dos dados, pois nas demonstrações publicadas ou padronizadas pela lei 6.404/76 os saldos das contas podem englobar valores de elementos de uma mesma natureza.
Desse modo, faz-se necessário que, nesta análise inicial, o analista observe, entre outros itens:
· SALDO DA CONTA CAIXA
Diferenciar os valores em cheque e em caixa, bem como, destacar os valores ressarcidos imediatamente ou não;
· BANCOS CONTA MOVIMENTO
Verificar a conciliação das contas bancárias;
· APLICAÇÕES FINANCEIRAS
Constatar que se trata de aplicações de curtíssimo prazo e como estão sendo contabilizadas (valor nominal);
· CLIENTES
Analisar o percentual das vendas à vista e a prazo, em relação ao volume total de vendas, vencimento das duplicatas, descontos previstos, duplicatas não recebidas e carteira descontada;
· ESTOQUE
Verificar se o registro é misto ou não, os tipos de inventário, critérios da avaliação de Estoques, itens obsoletos e giro do estoque;
· FORNECEDORES OU DUPLICATAS A PAGAR
Considerar o volume de compras (pagamento à vista e pagamento a prazo), datas de vencimentos e percentuais de descontos para pagamentos antecipados;
· RESERVAS
Destacar os valores de exercícios anteriores e os cálculos do exercício corrente.
Após o exame das particularidades estruturais de cada uma das contas das Demonstrações Financeiras, o próximo passo é a elaboração da padronização das demonstrações de modo que a sintetização das contas e dos grupos de contas possam agilizar e facilitar o processo de análise dos analistas, conforme demonstrado nas tabelas 1 e 2, a seguir:
Tabela 1: Modelo de Balanço Patrimonial padronizado para Análise de Balanço Patrimonial da empresa:
Fonte: (RIBEIRO, 2014, p. 150).
Tabela 2: Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício padronizado para Análise Demonstração do Resultado do Exercício da empresa:
Fonte: (RIBEIRO, 2014, p. 151).
Conforme Perez Júnior e Begalli (2002, p. 231) a padronização em agrupamentos ou reagrupamentos de contas deve-se pela:
  Simplificação;
  Comparabilidade;
  Precisão na classificação de contas;
  Descoberta de erros;
  Intimidade do analista com as demonstrações financeiras.
Adicionalmente, cabe ressaltar que a padronização elaborada pelo analista deve levar em consideração o perfil da empresa no contexto de um determinado segmento.
Saiba Mais
A NBC TG 26 (R4) – APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS aborda:
Além dos itens requeridos em outras normas, a demonstração do resultado do período deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas, obedecidas também as determinações legais:
(f) em atendimento à legislação societária brasileira vigente na data da emissão desta Norma, a demonstração do resultado deve incluir ainda as seguintes rubricas:
(i) custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos;
(ii) lucro bruto;
(iii) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;
(iv) resultado antes das receitas e despesas financeiras;
(v) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
(vi) resultado líquido do período. (Alterado pela NBC TG 26 (R2)).
Principais reclassificações nas contas do ativo, passivo e demonstração de resultado
Bruni (2014) afirma que para um estudo com mais confiabilidade, nos dados apresentados pelas demonstrações financeiras, alguns ajustes e algumas reclassificações são necessários, a destacar:
Duplicatas Descontadas: caracterizam-se pela corresponsabilidade da empresa junto à instituição financeira pela liquidação do título, caso não haja o pagamento da dívida pelo cliente. Grupo de Origem: Ativo Circulante → Reclassificação: Passivo Circulante (aumentando).
Despesas do Exercício Seguinte: referem-se a um direito a receber por um serviço prestado por terceiros durante o exercício seguinte, sendo assim, o saldo dessa conta representará um resultado e não uma disponibilidade. Grupo de Origem: Ativo Circulante → Reclassificação: Patrimônio Líquido (reduzindo).
Imobilizações em Andamento: por se tratarem de recursos aplicados em bens que ainda não estão em fase de produção, não devem constar na análise de rentabilidade do Ativo. Grupo de Origem: Ativo Não Circulante/Imobilizado → Reclassificação: Eliminado.
Bens obsoletos: bens sem valor de uso ou venda. Grupo de Origem: Ativo Circulante/Ativo Não Circulante → Reclassificação: PatrimônioLíquido (reduzindo).
Outros valores de difícil realização: eventuais bens e direitos de realização impossível ou improvável. Grupo de Origem: Ativo Circulante/Ativo Não Circulante → Reclassificação: Patrimônio Líquido (reduzindo).
Atenção
Devido à contabilização dos fatos econômico-financeiros refletirem a essência sobre a forma, um padrão único de elaboração e publicação das demonstrações financeiras para todas as empresas apresenta-se como uma dificuldade para o analista de balanços.
Nesse sentido, é necessário adequar a comparabilidade por meio da padronização das demonstrações (agrupamento de contas), assim como as reclassificações de contas, se necessárias e cabíveis, após análise da sua relevância em relação ao grupo que pertencem, pois caso não apresentem distorções significativas, as reclassificações podem ser dispensadas.
Índices-Padrão
Também chamados de Quocientes-Padrão referem-se a índices mais frequentemente atingidos pelas empresas do mesmo segmento de atividades que atuam na mesma região.
Por meio da aplicação e análise de indicadores de forma isolada e em conjunto de um ou mais períodos, pode-se avaliar solvência, liquidez, endividamento e rentabilidade da empresa.
Entretanto, no diagnóstico criterioso da situação da empresa, faz-se necessária uma comparação com os índices (maior frequência) utilizados pelos concorrentes com características similares aos seus ambientes (internos e externos). Com isso, é possível avaliar se sua situação é ótima, boa ou regular.
Inicialmente, para se obter os índices da empresa basta utilizar as fórmulas específicas para cada tipo de análise a partir dos valores extraídos das demonstrações financeiras...
· ANÁLISE COMPARATIVA DA SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA ENTRE AS EMPRESAS
Para uma análise comparativa da situação econômico-financeira entre as empresas, é necessário obter dados de uma maior quantidade possível de empresas que apresentem características semelhantes da sua atuação, tais como: ramo de atividade (exemplos: comércio, indústria, prestação de serviços e outros), mesmo porte (pequeno, médio ou grande porte), mesmo período, região e condições econômicas.
· ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MÉDIO DE UM DETERMINADO SEGMENTO
Na análise do comportamento médio de um determinado segmento, o analista de balanços deve considerar os fatores que influenciam na situação econômico-financeira da entidade, como também, de aplicar as técnicas de estatística de modo criterioso para determinar a metodologia do cálculo do índice-padrão. Dentre as medidas mais utilizadas destacam-se as aritmética, moda, mediana, decis entre outras.
· COMPARAÇÃO DOS ÍNDICES DA EMPRESA COM OS ÍNDICE-PADRÃO
Por fim, ressalta-se a importância da comparação dos índices da empresa com os Índice-Padrão para a Análise das Demonstrações Financeiras de forma completa, no entanto, no curso da disciplina, este estudo pode ser prejudicado pela ausência de dados dos quocientes padrões pelo docente.
Com a metodologia de cálculo do índice-padrão pretende-se interpretar se um determinado quociente está abaixo ou acima do ideal desejado para o mercado e, deste modo, revelar as fragilidades e/ou vantagens da empresa.
Nesse sentido, podem-se fixar alguns quocientes para fins de parâmetro dispensando assim, o modelo convencional dos procedimentos para o cálculo do dos índices-padrão, como:
Seleção do grupo de índices suficientes para retratar a posição econômico-financeira. Normalmente, pode-se assumir a análise de pelo menos 12 índices divididos em 4 quocientes por grupo de Estrutura de Capitais, de Liquidez e de Rentabilidade.
Cálculo dos índices selecionados pela amostra do setor (maior quantidade possível da amostra).
Elaboração de mapas com os respectivos índices obtidos na amostra.
Cálculo dos decis por cada quociente.
Aula 4 - Análise Horizontal e Análise Vertical
· Introdução
Por meio das análises horizontal e vertical, pode-se avaliar cada conta isoladamente ou grupo de contas das demonstrações financeiras com comparações entre as contas ou grupos, como também entre diferentes períodos. Desta maneira, é possível identificar, de modo específico, a importância da conta no contexto do grupo, como também, sua evolução/involução (crescimento ou redução) ao longo dos anos.
As análises horizontal e vertical devem ser feitas conjuntamente e complementam as observações efetuadas pela Análise de Indicadores (Quocientes) e com, no mínimo, dois períodos de comparação das demonstrações financeiras no decorrer do tempo.
Aspectos gerais da análise das demonstrações financeiras
A Análise de Balanços é composta por, basicamente, três técnicas:
A Análise Vertical (ou de estrutura) e a Análise Horizontal (ou de comportamento) são técnicas
da Análise de Balanços que permitem uma análise mais apurada, ou seja, demonstram qual
a conta mais relevante do grupo investigado e sua variação ao longo do tempo.
Por exemplo, se foi identificado um nível elevado de endividamento, pode-se verificar qual o credor de mais impacto na estrutura das obrigações e seu comportamento (crescimento) ao longo dos anos.
 A Análise Vertical indica a importância, em percentual, de cada conta em relação ao conjunto. Na análise do Balanço Patrimonial, o valor base de 100% é a conta de Ativo. Já na análise da Demonstração do Resultado do Exercício, a conta de parâmetro é de Vendas.
 O acompanhamento da evolução de cada conta, de uma série das demonstrações financeiras, é realizado pela Análise Horizontal. Nesse sentido, o parâmetro base, normalmente, é a série das demonstrações mais antigas que serve de ponto de partida para a verificação do seu comportamento (aumento ou redução ao longo do período analisado).
Por intermédio da Análise Vertical/Horizontal, é possível conhecer detalhes das demonstrações financeiras que não são evidenciadas através da análise de indicadores, ou seja, a conta ou grupo de contas é investigado tanto no seu contexto estrutural da demonstração contábil (seu impacto na composição do parâmetro base) como no seu respectivo comportamento (aumento/redução) ao longo dos anos.
Desta maneira, pode-se conhecer o histórico dos dados econômico-financeiros e avaliar tendências futuras.
Saiba Mais
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976, pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.
Análise Horizontal
A Análise Horizontal é utilizada para avaliar a relação, ao longo do tempo, de cada conta das Demonstrações Financeiras entre, no mínimo, dois períodos. Demonstra a evolução/involução de cada conta ou grupo das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, pode-se extrair conclusões sobre a evolução da empresa.
A evolução de cada conta demonstra os caminhos percorridos pela empresa
e as suas prováveis tendências.
Como a análise horizontal compara valores em datas distintas, destaca-se como limitação
desta técnica, o efeito da inflação nas demonstrações, pois a relação estabelecida
envolve elementos de períodos diferentes.
A análise horizontal do Balanço Patrimonial, normalmente, considera a demonstração mais
antiga como ano base (100%) e por meio de cálculos de regra de três são
acompanhados os valores conforme apresentado nos quadros 1 e 2.
Quadro 1: Análise Horizontal do Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Ativo
Fonte: A autora, 2017.
Quadro 2: Análise Horizontal do Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Passivo
Fonte: A autora, 2017.
Comentário
Pode-se observar que todos os valores do período de 2015 são iguais a 100, pois trata-se do ano base. Já para o ano de 2016, os percentuais são obtidos por meio de regra de três. Por exemplo, o índice de Contas a Receber foi obtidopela divisão de 877,353 por 700,092 e multiplicado por 100, no qual foi encontrado o índice de 125,3. A variação trata-se do excesso de 100 ou falta de 100. No exemplo de Contas a Receber, pode-se constatar que 2016 teve um aumento de 25,3% em relação ao ano de 2015 (ano base).
No Quadro 3, nota-se a Análise Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício. Os cálculos dos índices são realizados da mesma forma, ou seja, divide-se os valores de cada conta do ano posterior pelo valor da respectiva conta no período base e multiplica-se por 100:
Quadro 3: Análise Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício da Raia Drogasil S.A.
Comentário
Conforme a análise do Quadro 3, verifica-se que:
• As receitas líquidas tiveram um crescimento de 26,5%...
• Enquanto os custos dos bens vendidos cresceram 25,4%;
• Com isso, o lucro bruto obteve um incremento de 29,1%;
• As despesas operacionais tiveram um aumento médio de 26,4% entre os períodos de 2015 e 2016;
• Nesse mesmo intervalo de tempo, o resultado financeiro teve um aumento de 69,8%;
• Já em relação ao resultado consolidado do período, este teve uma evolução de 32,8%.
Recomenda-se que a análise horizontal seja utilizada em conjunto com a análise vertical,
pois a relevância das variações ocorridas, no decorrer dos períodos, depende da magnitude de cada
elemento na composição estrutural da demonstração contábil.
Análise Vertical
É calculada por meio da relação percentual entre itens pertencentes à demonstração financeira de um mesmo período. Os índices obtidos podem ser comparados entre si ao longo do tempo, assim como, entre empresas diferentes.
A análise vertical do BP considera o Ativo total como 100%, afinal, este corresponde ao patrimônio total da entidade. Quando a análise vertical é aplicada ao Balanço Patrimonial, possibilita-se detectar a composição percentual dos tipos de aplicações e as origens de recursos que compõem o patrimônio da entidade, conforme analisado nos quadros 4 e 5.
Quadro 4: Análise Vertical do Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Ativo
Quadro 5: Análise Vertical do Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Passivo
Fonte: A autora, 2017.
Comentário
Percebe-se pelo Quadro 4 que:
• Em 2016, 60,6% do patrimônio são aplicados em ativos realizáveis no curto prazo, 0,9% em ativos realizáveis no longo prazo e 38,5% em ativos que não se tem por expectativa transformar em dinheiro (Imobilizado e Intangível, somados);
• Em 2015, essas proporções eram 57,2% (AC), 0,9% (RLP) e 41,9% (Imobilizado e Intangível, somados), o que nos permite identificar que a Droga Raia priorizou, no último ano, aplicações em Ativos Circulantes.
• Esse mesmo patrimônio, em 2016, é financiado 38,6% com dívidas que vencem no curto prazo, 9,5% por dívidas que vencem no longo prazo e 51,9% por capitais próprios da entidade;
• Em 2015, essas proporções eram 35,1% (PC), 8,4% (PÑC) e 56,5% (PL) sugerindo que a Droga Raia priorizou a obtenção de recursos próprios e de terceiros que vencem no curto prazo conforme demonstrado no quadro 5.
A análise vertical da DRE considera a receita como 100%. É a partir da receita que todas
as despesas são subtraídas até se chegar ao resultado do período (lucro ou prejuízo).
A análise vertical é de extrema importância, especialmente, quando aplicada à Demonstração de Resultado do Exercício, pois permite detectar a composição percentual das receitas e despesas, evidenciando aquelas que mais influenciaram na formação do resultado (lucro ou prejuízo), conforme demonstrado no Quadro 6 a seguir:
Quadro 6: Análise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício da Raia Drogasil S.A.
Comentário
O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) corresponde, em 2016:
• A 68,9% da Receita;
• As Despesas Operacionais foram mantidas em 24,9% da Receita;
• Enquanto o Lucro Líquido corresponde a 4,0%, isto é, a empresa tem uma lucratividade líquida de 4,0% da Receita.
Em 2015:
• O CMV correspondia a 69,5% da Receita;
• As Despesas Operacionais correspondiam a 24,9% da Receita; e
• A lucratividade líquida era 3,8%.
Portanto, com a redução do CMV em 2016 o Resultado Bruto teve um incremento de 2% que contribuiu para o aumento do Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos em 2016, uma vez que não houve alteração nas Despesas/Receitas Operacionais.
Aula 5 - Análise por Quocientes – Quocientes de Estrutura Patrimonial
· Introdução
Para o exame da situação econômico-financeira de uma companhia a fim de avaliar a sua capacidade e qualidade em relação à liquidez, ao endividamento, à lucratividade e à rentabilidade, o analista de balaços utiliza-se da Análise por Índices (Quocientes).
A Análise por Índices estabelece relações entre contas das demonstrações financeiras que permitem elaborar uma visão macro da empresa.
Os índices utilizados, para análise da estrutura patrimonial, utilizam-se da relação entre as fontes de financiamento próprio com de terceiros. Desta maneira, pode-se evidenciar a dependência da entidade em relação aos recursos com terceiros.
Portanto, o diagnóstico, na detecção de pontos fortes e falhas, quanto à estrutura patrimonial é fundamental, tanto para os usuários internos, por exemplo, os gestores que podem corrigir as falhas e aproveitar as oportunidades, como também para os usuários externos, credores e investidores que podem avaliar a segurança oferecida pela empresa aos capitais de terceiros conforme a sua política de obtenção de recursos.
Quocientes de estrutura patrimonial
A Análise dos Quocientes de Estrutura de Capitais ou também chamado Indicadores de Endividamento proporciona a evidenciação do grau de endividamento da empresa em função dos recursos de terceiros investidos no Patrimônio. O índice é obtido pela proporção entre os Capitais Próprios e os Capitais de Terceiros dos valores extraídos do Balanço Patrimonial.
No confronto entre Capitais Próprios e de Terceiros, pode-se constar a maior proporção de investimentos na empresa.
Atenção
Nota-se uma situação satisfatória quando a fonte de financiamento é essencialmente de Capitais Próprios, entretanto, quando os investimentos forem realizados por sua maioria por Capitais de Terceiros, percebe-se que há um endividamento, e que a empresa irá remunerar esses Capitais de Terceiros.
A partir dos quadros 1 e 2, pode-se extrair os índices da Estrutura de Capitais:
Quadro 1 — Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Ativo
Fonte: A autora, 2017.
Quadro 2 — Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Passivo
Participação de Capitais de Terceiros
O índice de endividamento indica o quanto a empresa possui de dívidas com relação a terceiros (passivo circulante + passivo não circulante) por cada real de recursos próprios (patrimônio líquido) investidos. Este índice revela a dependência que a empresa possui em relação a terceiros para a tomada de decisões financeiras e o respectivo risco a que está submetida.
Comentário
Interpretação: quanto menor, melhor. Quanto menor for o endividamento, menor o risco que a empresa proporcionará a terceiros. No entanto, deve-se considerar a qualidade da dívida, ou seja, o prazo de vencimento, a taxa de juros, o risco da moeda e outros inerentes ao negócio.
Outro aspecto relevante a considerar, na análise do endividamento, é a média do setor que a empresa pertence, pois pode-se analisar a normalidade do endividamento quanto operacionalidade da empresa, como também, é possível detectar um elevado nível de endividamento em períodos sucessivos como indicador no risco de falência.
Pela análise da Participação de Capitais de Terceiros da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
Interpretação: o índice é inferior a 1, ou seja, indica o excesso de Capitais Próprios sobre os Capitais de Terceiros, deste modo, verifica-se que a empresa possui liberdade financeira no processo decisório.
Verifica-se um crescimento de 2015 e 2016 das dívidas com terceiros para cada $1,00 de recursos próprios. Desta forma, pode-se afirmar que a dependência da entidade em relação a terceiros teve um incremento, assim comoo risco.
Composição do Endividamento
A composição do endividamento corresponde à proporção entre as Obrigações de Curto Prazo e as Obrigações Totais. Este índice revela a qualidade do passivo da empresa quanto aos prazos, ou seja, o quanto da dívida total (passivo circulante + passivo não circulante) com terceiros é exigível no curto prazo (passivo circulante). Ou seja, quanto menor, melhor.
Saiba Mais
A NBC TG 26 (R4) – Apresentação das Demonstrações financeiras aborda:
O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
(a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
(b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
(c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou
(d) é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido na NBC TG 03), a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulante.
De modo geral, as empresas procuram financiar o Ativo Não Circulante com recursos de longo prazo, assim como, o Ativo Circulante com recursos de curto prazo, pois tende a obter maior espaço de tempo para a gestão das dívidas sem comprometer o seu financeiro com surpresas do negócio (uma crise, por exemplo) e, com isso, ser obrigada a tomar atitudes desfavoráveis como:
  Queima de estoque com preços abaixo do valor de venda.
  Descontos elevados para o recebimento de clientes.
  Outras fontes de recursos imediatos para honrar os compromissos atuais com remuneração onerosa para empresa.
Pela análise da Composição do Endividamento da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
Interpretação: quanto menores os níveis de endividamento no curto prazo, maiores os prazos para liquidação das dívidas, ou seja, melhor situação financeira e menor risco.
Verifica-se que a empresa obteve índices elevados de endividamento que vencem no curto prazo, portanto, deve-se ter atenção na gestão dos recursos imediatos para pagamentos das dívidas.
Imobilização do Patrimônio Líquido
O índice de Imobilização do Patrimônio Líquido demonstra o quanto do Ativo Imobilizado é financiado pelo Patrimônio Líquido, sendo assim, evidencia-se a dependência de aporte de recursos de terceiros para manutenção dos negócios que demandam por ativos fixos. Mais uma vez, quanto menor, melhor.
Pela análise da Imobilização do Patrimônio Líquido da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Uma adequada administração de recursos de uma empresa pressupõe que os prazos de realizações das aplicações sejam coerentes com os prazos de exigibilidades das fontes. Sendo assim, é comum afirmar que o Ativo Imobilizado deve ser financiado pelo Patrimônio Líquido (recursos permanentes na empresa) ou por financiamentos de longo prazo.
No caso da Droga Raia, observa-se que o índice se manteve constante em 2016, em relação a 2015, e que a política de fontes próprias é utilizada para aplicações no Ativo Fixo.
O ideal é que a empresa utilize a menor parcela possível de seus recursos próprios para investimentos em ativos de baixa liquidez (imobilizado, investimentos e intangível), deste modo, haverá sobra de recursos para investir em Ativos Circulantes e consequentemente diminuir a dependência de terceiros para manter as atividades cotidianas.
No entanto, o analista deve levar em consideração os índices do setor, como também, avaliar os processos de investimentos em expansão, relocalização ou modernização de seus ativos.
Imobilização de Recursos Não Correntes
Este índice revela a parcela de recursos de longo prazo aplicados nos grupos de ativos de menor liquidez. Quanto menor, melhor.
Recomenda-se que o Patrimônio Líquido seja o suficiente para financiar os ativos de baixa liquidez (imobilizado, investimento e intangível) e mantenha uma folga financeira para financiar parte do Ativo Circulante a fim de possibilitar a liberdade na tomada de decisões da empresa.
Quando há o excesso de imobilização do Patrimônio Líquido (índices superiores a 1,00 ou se multiplicados por 100, forem superiores a 100%), nota-se que a empresa irá depender de recursos de curto prazo para financiar o Ativo Fixo, situação que representa dificuldades financeiras para a empresa.
Atenção
Pela análise da Imobilização dos Recursos Não Correntes da Droga Raia, consta-se que a companhia financia seu Ativo Fixo com recursos de longo prazo, ou seja, para cada $1,00 de recursos de longo prazo, a companhia aplica 0,63 em 2016 em ativos fixos e ainda há sobra para financiamentos em ativos de curto prazo.
Aula 6 - Análise por Quocientes – Quocientes de Liquidez
· Introdução
A análise por Quocientes também conhecida como Análise por Índices representa a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que tem por finalidade apresentar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa.
Os índices são utilizados como medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas e permitem construir um quadro de avaliação da empresa.
Os índices de liquidez representam medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa em satisfazer os compromissos com terceiros. São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, visam apurar quão sólida é a base financeira da empresa.
Interpretação básica dos índices de liquidez é: quanto maior, melhor.
Quocientes de liquidez
Os quocientes de liquidez demonstram o grau de solvência da empresa de acordo com a situação da solidez financeira que garanta o pagamento dos compromissos assumidos com terceiros.
Tais quocientes revelam a proporção entre os Investimentos realizados no Ativo Circulante e no Ativo Realizável a Longo Prazo, em relação aos Capitais de Terceiros (Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo), e são calculados a partir de valores extraídos do Balanço Patrimonial.
Para a análise da liquidez faz-se necessário o estudo dos seguintes índices: Liquidez Corrente; Liquidez Seca; Liquidez Imediata e Liquidez Geral.
A partir dos quadros 1 e 2, pode-se extrair os índices de Liquidez.
Quadro 1: Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Ativo
Liquidez Corrente
O quociente de liquidez corrente identifica o quanto a empresa possui de recursos de curto prazo (ativo circulante) para cada real de dívidas de curto prazo (passivo circulante).
Desta maneira, se o índice de liquidez for maior que 1, significa que o capital circulante líquido (CCL) da empresa será positivo, ou seja, espera-se a compatibilidade entre os recursos a receber no curto prazo e o que se pretende pagar no curto prazo.
Interpretação: Quanto Maior, Melhor.
O quociente de Liquidez Corrente que for igual a um, indicará que a empresa possui solvência suficiente para quitar com as dívidas de curto prazo.
Já quando este quociente for maior que 1, demonstrará a existência de uma folga financeira de curto prazo, que corresponde ao Capital Circulante Líquido.
Saiba Mais
Entretanto, nem sempre quando a empresa apresenta um indicador superior a 1 significa que há dinheiro suficiente para o cumprimento imediato de dívidas, pois o analista deve levar em consideração na análise entre outros fatores:
• As diferenças temporais existentes entre os grupos de contas;
• Formas de avaliação de ativos (especialmente de estoques);
• Os impostos a recuperar não representam conversibilidade em dinheiro;
• As Despesas do Exercício Seguinte representam direitos para obtenção do serviço correspondente e não valores a receber.
Sendo assim, para fins de cálculos do Quociente de Liquidez Corrente alguns valores podem ser excluídos da análise.
Mesmo com as críticas deste quociente, nota-se que quando há necessidade de captação de recursos para cumprir compromissos imediatos junto às instituições financeiras e/ou mercado, normalmente, as empresas que apresentam um quociente superior a 1 não encontram dificuldades no momentode empréstimos/financiamentos.
Recomenda-se que este índice seja interpretado com os demais índices da empresa, como também sua comparação com empresas do mesmo ramo e a sua evolução ao longo do tempo.
Pela análise da Participação de Liquidez Corrente da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
O índice é superior a 1, ou seja, os investimentos no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas do Passivo Circulante.
Liquidez Seca
O quociente divulga a capacidade financeira líquida da empresa em honrar os compromissos de curto prazo, ou seja, quanto a empresa tem de Ativo Circulante Líquido para cada $1 do Passivo Circulante.
A rigor, a lógica da Liquidez Seca é a análise da capacidade de pagamento da entidade, excluindo-se os ativos de difícil capacidade de transformação em dinheiro.
Interpretação: Quanto Maior, Melhor.
Recomenda-se a análise da Liquidez Seca em conjunto com a Liquidez Corrente, assim como deve-se observar os critérios dos prazos de pagamento das obrigações com as conversibilidades dos ativos.
Trata-se de um quociente também muito utilizado na análise de financiamentos de créditos, pois reflete um grau de solvência da empresa.
Pela análise da Liquidez Seca da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Conforme Szuster et al. (2013) AC de difícil realização representa itens que cuja transformação em dinheiro seja improvável de ocorrer nos próximos 12 meses à data do Balanço. No exemplo, o Ativo Circulante é subtraído de Estoques, Tributos a Recuperar e Despesas Antecipadas.
Comentário
A empresa depende da realização de ativos de difícil realização para saldar seus compromissos de curto prazo, ou seja, a empresa encontra dificuldades para converter em dinheiro os seus Estoques, Tributos a Recuperar e Despesas Antecipadas.
Liquidez Imediata
Trata-se de um quociente que mede a capacidade de liquidez imediata da empresa em liquidar suas dívidas de curto prazo por meio de Caixa, Bancos e Aplicações Imediatas.
É um índice com uma medida mais rigorosa na avaliação da liquidez e que a rigor, a sua análise está ligada com empresas com a continuidade comprometida e no diagnóstico da necessidade ou não de obtenção de recursos para cobrir Obrigações quem vencem no curto prazo.
Normalmente, este quociente é pouco utilizado pelos analistas, pois é raro as empresas manterem recursos nas disponibilidades, assim como, há divergências temporais entre Caixa e Equivalentes de Caixa (numerador) e Passivo Circulante (denominador).
Entre outras limitações da aplicação de elevados valores em Caixa e Equivalentes, destaca-se que a política financeira poderia ser utilizada na produtiva aplicação em estoques, no financiamento de vendas a prazo e demais atividades operacionais de curto prazo.
Pela análise da Liquidez Imediata da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
A empresa não dispõe de recursos imediatos para liquidar seu passivo de curto prazo.
NBC TG 03 (R3) – Demonstração dos Fluxos de Caixa
Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.
Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
Liquidez Geral
Este índice revela se os recursos financeiros aplicados no Ativo Circulante e no Ativo Realizável a Longo Prazo são suficientes para saldar os compromissos totais tanto a curto prazo (Passivo Circulante), como também, a longo prazo (Passivo Não Circulante) assumidos com Terceiros.
Representa um indicador que, mais do que os demais quocientes de liquidez, sofre os efeitos temporais dos componentes do numerador e denominador.
Nesse sentido, recomenda-se que a análise da liquidez geral seja complementada por liquidez seca e que além dos prazos entre Direitos e Obrigações, os componentes do Realizável a Longo Prazo sejam revisados quanto a sua velocidade de realização de dinheiro, assim como, que as Obrigações podem não representar compromissos que refletirão necessariamente a saída de recursos na sua liquidação.
Pela análise da Liquidez Geral da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
A empresa dispõe de recursos realizáveis para quitar seu exigível (curto e longo prazo).
Aula 7 - Análise por Quocientes – Quocientes de Rentabilidade
· Introdução
Os Indicadores de Rentabilidade avaliam o desempenho global da empresa, em termos de capacidade de remunerar o capital nela aplicado.
A Rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos administradores da entidade, expressando a eficiência e o grau do êxito econômico-financeiro atingido.
Todos os índices de Rentabilidade devem ser considerados: quanto maior, melhor.
Quocientes de rentabilidade
São aplicados para evidenciar a capacidade econômica da empresa, ou seja, demonstram o grau de êxito obtido pelo capital investido na empresa.
A rentabilidade do capital investido é conhecida pelo confronto entre contas ou grupos de contas das Demonstrações do Resultado do Exercício ou correlacionando-as com grupos do Balanço Patrimonial.
A partir dos quadros 1 e 3 a seguir, pode-se extrair os índices de Rentabilidade:
· QUADRO 1
Quadro 1. Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Ativo
Fonte: A autora, 2017.
· QUADRO 2
Quadro 2. Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Passivo
Fonte: A autora, 2017.
· QUADRO 3
Quadro 3. Demonstração do Resultado do Exercício da Raia Drogasil S.A.
Fonte: A autora, 2017.
Giro do Ativo
O quociente do Giro do Ativo identifica a proporção existente entre o volume das vendas e os Investimentos totais realizados na empresa, ou seja, o quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de investimento total.
Interpretação: Quanto Maior, Melhor.
Pela análise da Participação do Giro do Ativo, da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
Interpretação: A empresa vendeu 1,99 para cada $1de investimento total em 31/12/2016. Deste modo, com o quociente superior a 1, há uma indicação que o volume das vendas superou o valor investido na empresa.
O quociente do giro de ativo deve ser direcionado a fim de verificar se o volume de vendas realizadas no período foi adequado em relação ao Capital Total investido na empresa.
Cabe ressaltar que o volume de vendas ideal considera a cobertura de todos os gastos e ainda deve oferecer uma boa margem de lucro. Ademais, o volume ideal de vendas dependerá do ramo de negócio e deve ser complementado com a análise da margem líquida.
Margem Líquida
O quociente demonstra a margem de lucratividade em função do seu faturamento, ou seja, o quanto a empresa obteve de Lucro Líquido para cada $1 vendido.
Interpretação: Quanto Maior, Melhor.
Uma vez analisada a Margem Líquida, em conjunto com o Giro do Ativo, pode-se perceber que, quando o Giro do Ativo for superior a 1 e a Margem Líquida estiver muito abaixo de 1, a aparente situação positiva da Margem Líquida pode não ser suficiente para cobrir os seus custos.
Outra observação da análise em conjunto dos quocientes de Giro de Ativo e Margem Líquida refere-se que, embora um Giro de Ativo revele que as vendas tenham sido baixas em relação ao Capital Total investido, essas foram suficientes para cobrir os custos necessários à sua obtenção e permitiram até uma margem de lucro.
Portanto, é importante analisar em conjunto, o Giro do Ativo e a Margem Líquida, de modo a diagnosticar se a venda foi suficiente para cobrir os investimentos, como também para cobrir os custos e contribuir para a margem de lucros.
Pela análise da Margem Líquida da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
Interpretação: A empresa possui uma margem de lucro de 0,04 para cada $1 de vendas. De um modo geral, a empresa possui uma situação favorável em relação ao volume de vendas ser superior ao investimento, como também, o volume de vendas foi o suficiente para cobrir os custos necessários à sua obtenção e ainda conseguir uma margem de lucro.
Margem de Lucro Genuinamente Operacional (MGO)
Esse quociente indica o ganhoda empresa que efetivamente decorre da atividade operacional em relação a seu faturamento.
A MGO representa a competência da atividade verdadeiramente operacional da empresa em gerar resultado com suas vendas.
Interpretação: Quanto Maior, Melhor.
Pela análise da Margem de Lucro Genuinamente Operacional, da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
Interpretação: A Margem Genuinamente Operacional é de 0,06, ou seja, para cada R$1,00 de Receita, depois de se descontarem os Custos dos Produtos Vendidos e das Despesas verdadeiramente operacionais, sobraram para a empresa 0,06.
Rentabilidade do Ativo
Refere-se ao potencial de geração de lucros, ou seja, para cada $1 de investimentos totais o quanto a empresa obteve de lucro líquido.
A interpretação deste quociente deve estar direcionada para apurar o tempo necessário a fim de que haja retorno dos Capitais Totais (Próprios e de Terceiros) investidos na empesa.
Pela análise da Rentabilidade do Ativo da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
Interpretação: a empresa gerou 0.08 em 2016 de Lucro Líquido para cada $1 de Capitais Totais investido.
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
O quociente trata-se da taxa de rentabilidade obtida pelo Capital Próprio investido na empresa, ou seja, o quanto a empresa gerou de Lucro Líquido para cada $1 de Capital Próprio investido.
Pela análise da Rentabilidade do Patrimônio Líquido da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Comentário
Interpretação: a empresa gerou 0.15 de Lucro Líquido em 2016 para cada $1 de Capital Próprio investido.
Para uma análise mais apurada pode-se considerar, para fins de cálculo, o valor médio do Patrimônio Líquido quando possível. A fórmula do Patrimônio Líquido Médio pode ser representada da seguinte maneira:
Não há critério certo nem errado, deverá ser adotado o critério que o analista se sentir mais “confortável”. Ressalta-se, entretanto, a necessidade de se atualizar o PL inicial pela taxa de inflação.
Alavancagem Financeira
Tem por finalidade medir a eficiência na aplicação dos recursos obtidos de terceiros e seus reflexos na melhoria do retorno dos capitais próprios.
Geralmente, o que determina vantagem ou desvantagem, na utilização dos capitais de terceiros, são os encargos financeiros. A utilização dos capitais alheios deve gerar ganho suficiente para cobrir os encargos por eles originados.
Saiba Mais
*Investimento é média dos ativos do período deduzidos dos passivos operacionais ou a média do patrimônio líquido do período somada à média dos passivos financeiros.
**LOL (ajustado) = LL + DF (líquido do IR)
Onde:
LOL = Lucro operacional líquido
LL = lucro líquido
DF = despesas financeiras
IR = Imposto de Renda
EBITDA ou LAJIDA
Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, como sendo um parâmetro informativo de aproximação do caixa gerado pela atividade operacional e calculado a partir das informações contábeis do demonstrativo de resultado. Pode ser apurado de duas maneiras: de cima para baixo e de baixo para cima.
Algumas rubricas da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) podem ser visualizadas conforme o quadro 4.
Comentário
Interpretação: o Quadro 4 apresenta um exemplo da DRE, demonstrativo contábil essencial e de referência para o acréscimo de montantes aplicados na apuração do EBITDA. Este modelo encontra-se em conformidade com os dispositivos legais (CPC 26 — Apresentação das Demonstrações Contábeis), que prevê, essencialmente, o ponto de partida para o cálculo do EBITDA: a rubrica do Resultado Líquido do Exercício.
Nesse cenário, o Lucro Líquido, que por sua natureza, encontra-se na última linha da DRE, contemplando todas as atividades das operações continuadas, como também, resultados das atividades não recorrentes, não operacionais e das operações descontinuadas.
O quadro 5 apresenta uma proposta de demonstrar o cálculo do EBITDA a partir da primeira linha da DRE (Receitas Líquidas):
Comentário
Interpretação: no primeiro método de apuração (de cima para baixo) o EBITDA é calculado a partir das Receitas e diminuem-se as Despesas, no exemplo, com Salários. Não são consideradas as Despesas de Depreciação (ou Amortização/Exaustão), Despesas Financeiras e Impostos sobre Lucros (Imposto de Renda).
Já o montante do EBITDA que considera a última linha da DRE, o Resultado Líquido do Período, como ponto de partida em sua elaboração pode ser verificado de acordo com o Quadro 6.
Comentário
Interpretação: quanto ao segundo método de apuração (de baixo para cima) o EBITDA é obtido pela adição ao Resultado Líquido do período (Lucro Líquido), apenas o tributo sobre o Lucro (Imposto de Renda), Despesas Financeiras (líquidas das receitas financeiras) e Despesas de Depreciação (poderia ser com Amortização e Exaustão).
Apesar do EBITDA ser amplamente utilizado por diversas empresas e analistas, este indicador não deve ser utilizado como a mais importante ou exclusiva escolha para analisar o desempenho e a precificação das empresas.
Algumas avaliações devem ser feitas, especialmente no mercado acionário, em relação ao lucro líquido e à capacidade de pagamento de dividendos, que só devem ser repassados aos acionistas após o pagamento de juros e impostos.
Economic Value Added (EVA)
EVA (economic value added): valor econômico agregado ou adicionado é o lucro operacional após o Imposto de Renda menos o custo tanto do capital próprio quanto de capital de terceiros.
Este índice revela a capacidade da empresa de arcar com todas as suas despesas, remunerar o capital próprio e gerar resultados positivos. O EVA apura o desempenho da empresa, medido pelo resultado obtido menos o custo do financiamento de capital (próprio) da empresa.
O cálculo do EVA pode ser obtido a partir da fórmula:
EVA = NOPAT – (C% x CT)
Aula 8 - Análise por Quocientes – Quocientes de Atividade
· Introdução
Os Quocientes de Rotação ou de Atividades evidenciam, por meio do confronto dos elementos da Demonstração do Resultado do Exercício com elementos do Balanço Patrimonial, o tempo necessário para que os elementos do Ativo se renovem. Estes indicadores de Prazos Médios apuram o ciclo operacional da entidade, isto é, indicam a capacidade de gerenciar seus estoques e de negociar com fornecedores e clientes.
Tais indicadores auxiliam a compreender a gestão do Capital de Giro da Entidade que, neste estudo, será considerado como o valor líquido investido pela entidade em sua atividade operacional de curto prazo.
Nesse sentido, o Capital de Giro é igual à diferença entre os itens do Ativo Circulante aplicados na atividade genuinamente operacional e os itens do Passivo Circulante que financiam a atividade genuinamente operacional.
Ciclo Operacional
Corresponde ao tempo decorrido entre a compra de mercadorias e o recebimento do dinheiro da venda. Já para uma entidade fabril, o Ciclo Operacional é medido desde a data da compra da matéria-prima, portanto, inclui-se o tempo despendido na produção.
O Ciclo Operacional indica o tempo decorrido entre a compra e o recebimento da venda da mercadoria, ou seja, a soma do Prazo Médio de Rotação do Estoques (PMRE) e do Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV).
Prazo Médio de Estocagem e Prazo Médio de Fabricação
O Prazo Médio de Estocagem indica, em média, quanto tempo o Estoque permanece na prateleira, isto é, o tempo decorrido entre a compra e a venda da mercadoria.
Já em uma empresa industrial, o Prazo Médio de Fabricação indica, em média, quanto tempo decorre entre a aquisição da matéria-prima até a venda do produto acabado ao cliente, ou seja, inclui-se o tempo despendido na produção.
A partir dos quadros 1 a 3, pode-se extrair os Quocientes de Rotatividade:
· QUADRO 1
Quadro 1. Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. — Ativo
Fonte: A autora, 2017.
· QUADRO 2
Quadro 2. Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. – Passivo
Fonte: A autora, 2017.
· QUADRO 3
Quadro 3. Demonstração do Resultado do Exercício da Raia Drogasil S.A.
Fonte: A autora, 2017.
Pela análise do Prazo Médio de Estocagem da Raia Drogasil S/A, seguem os

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