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2ª aula - Questionário - Direito Tributario

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DIREITO TRIBUTÁRIO- II
Questionário referente à aula 2 (Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário)
1. No que consiste a suspensão da exigibilidade do crédito tributário?
R. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário consiste na inibição do processo de positivação das normas jurídicas veiculadoras do direito de o credor postular o recebimento do valor devido a título de tributo. Resumindo suspensão da exigibilidade do crédito tributário acarreta a impossibilidade de serem tomadas medidas voltadas à cobrança do gravame, motivo pelo qual entendemos não correr o prazo prescricional enquanto perdurar a causa suspensiva. Por outro lado, a constituição do crédito tributário não fica obstada, inexistindo paralisação do curso do prazo decadencial.
Suspender, grosso modo, significa paralisar momentaneamente e depois retomar de onde parou. Destarte, a causa suspensiva da exigibilidade do crédito é passageira e não induz a recontagem. É, pois, diferente da interrupção, uma vez que nesta - quando cessada causa interruptiva – a contagem reiniciará do zero.
2. Quais são os efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário?
R. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário inibe o processo de positivação das normas jurídicas veiculadoras do direito de o credor postular o recebimento do valor devido a título de tributo, não interferindo, todavia, na aplicação das normas prescritivas de deveres instrumentais.
3. Quais as hipóteses judiciais de suspensão da exigibilidade do crédito tributário?
R. São seis as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, a saber: a moratória; o depósito do seu montante integral; as reclamações e os recursos administrativos; a concessão de medida liminar em mandado de segurança; a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial, e o parcelamento.Todas elas estão dispostas nos incisos do art. 151 do Código Tributário Nacional 
4. O que é moratória e quais suas principais características?
R. Moratória, versa sobre a dilação do prazo para pagamento do tributo. Logo, uma vez concedida, tem-se a extensão do prazo para adimplemento da obrigação tributária.A moratória é dada em circunstâncias excepcionais, como calamidade pública e desastres naturais. É excepcional, pois – em regra – o ente público de respeitar o princípio da indisponibilidade dos bens públicos, ainda que não esteja renunciando ao pagamento, a retardamento deste impacta no orçamento.
5. Que modalidades de moratória estão previstas no CTN?
R. Muito se discute se o parcelamento seria uma espécie de moratória. A rigor, tal consideração levaria, inclusive, à não necessidade de inclusão do inciso VI ao art. 151 do CTN, promovida pela Lei Complementar 104/01, algo que, desde já, concordo. O parcelamento, em meu entendimento, é, e sempre foi, uma das espécies de moratória. Isso porque, com a sua concessão, o novo prazo para pagamento pode ser do débito integral ou em prazos sucessivos, para o pagamento em parcelas.
A moratória pode ser concedida em caráter geral ou individual. No primeiro caso abrange todos os sujeitos passivos, sem distinção, ou àqueles pertencentes a um certo grupo, região, perfil etc. Quando concedida individualmente, por razões óbvias, limita-se ao beneficiado tão somente.
Sempre dependente de previsão em lei, a moratória, como regra geral, somente pode ser concedida pela pessoa política competente para instituição do referido tributo, nos termos do art. 152, I, ‘a’, do Código Tributário Nacional. No entanto, a União é autorizada a conceder moratória, em caráter geral, quanto a tributos de competência dos demais Entes, desde que conceda, simultaneamente, dos seus próprios tributos (art. 152, I, ‘b’, CTN). 
Em um estudo mais detido, percebe-se facilmente que a condicionante de concessão simultânea, prevista no Código, impede qualquer afronta ao princípio federativo.
Podemos nso fundamentar a cerca das especificações para concessão da moratória (Art. 153 do CTN).
No entando as  multas moratórias, nos termos do voto do relator Ministro Gilmar Mendes no RE 582.461/SP, têm a função de sancionar o contribuinte que não cumpre suas obrigações tributárias em dia, prestigiando os que quitam seus débitos dentro do prazo, atentando-se para o montante a fim de evitar que tenham caráter confiscatório.
6. O que é depósito, como forma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário?
R. O depósito é condição necessária para a suspensão do crédito tributário, na forma do referido artigo 151, II, do CTN. Conforme disposto no artigo 151, II, do CTN, o depósito no montante integral suspende a exigibilidade do crédito. No mesmo sentido é o disposto na Súmula 112 do STJ:
O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.
O valor depositado judicialmente deve compreender o valor nominal do crédito acrescido dos acréscimos legais para suspender a exigibilidade do crédito tributário. Importante ressaltar que a Súmula 112 do STJ dispõe sobre o depósito integral e em dinheiro. Este, inclusive, é o entendimento do STJ com relação ao depósito capaz de suspender a exigibilidade do crédito.
Essa discussão se deu por conta de muitos contribuintes tentarem se utilizar da fiança bancária para suspender a exigibilidade do crédito, sedimentando-se o entendimento acerca da necessidade do depósito ser em dinheiro.
Destaque-se que o CTN trata do depósito judicial, pois muito embora possa ser realizado o depósito administrativo, este possui apenas o condão de evitar que haja os acréscimos legais, uma vez que a própria reclamação ou recurso administrativo já é causa de suspensão da exigibilidade do crédito.
Uma vez realizado o depósito do montante integral em juízo, independentemente do resultado da lide, haverá a extinção do crédito tributário. Isso porque, se julgado procedente o pedido, o contribuinte efetuará o levantamento da quantia depositada e o crédito discutido extinto; e, se improcedente, o valor depositado será convertido em renda à Fazenda, extinguindo-se, também, o crédito.
Com relação à possibilidade de levantamento do depósito em momento diverso, a corrente majoritária é no sentido de que este somente pode ocorrer ao término do processo.
Isso porque, o artigo 32, § 2º, da Lei de Execuções Fiscais dispõe que somente após o trânsito em julgado da decisão é que o depósito será devolvido ao depositante ou convertido em renda à Fazenda Pública, além de se tratar da sobreposição do interesse público sobre o particular:
§ 2º - Após o trânsito em julgado da decisão, o depósito, monetariamente atualizado, será devolvido ao depositante ou entregue à Fazenda Pública, mediante ordem do Juízo competente.
Embora o ato de depositar em juízo constitua uma faculdade do contribuinte, uma vez depositado deverá aguardar o trânsito em julgado da decisão.
7. O que são “reclamações e recursos”, como forma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário?
R. Entende-se por reclamação e recurso administrativo, todos os meios hábeis a impugnar as exigências fiscais. Ou seja, enquanto pendente qualquer discussão na esfera administrativa, o crédito tributário permanece suspenso.
8. O que é medida liminar e de que forma ela pode suspender a exigibilidade do crédito tributário?
R. Concessão de medida liminar ou tutela antecipada em mandado de segurança e outras espécies de ação judicial: a concessão da liminar, igualmente, suspende a exigibilidade do crédito tributário, mas não cessa a correção monetária.
9. O que é parcelamento?
R. O parcelamento autônomo de obrigações/créditos tributários, portanto, consiste na prorrogação do prazo para o pagamento de tributos em prestações, um benefício que somente pode ser concedido pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira.
10. A concessão de parcelamento sempre está condicionada a despacho de autoridade administrativa? Explique.
R. Sim, concedido o parcelamento por despacho fundamentado da autoridade administrativa,estará extinto o crédito tributário, caso não tenha sido proposta execução.Celebrada transação penal em face da prática de crime contra a ordem tributária, o autor do fato, que se comprometera a reparar o dano, procurou a fazenda pública para efetuar o pagamento do débito tributário, tendo solicitado parcelamento da dívida, única forma de poder cumprir a condição imposta.

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