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Amostra em pdf 01 - trabalhista - inicial - estabilidade gestante

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AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE ________ 
 
 
 
________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº 
________ , ________ , residente e domiciliado na ________ , 
________ , ________ , na Cidade de ________ , ________ , 
________ , vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu 
Advogado, infra assinado, ajuizar 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
C/C PEDIDO LIMINAR 
em face de ________ , pessoa jurídica de direito privado, inscrita 
no CNPJ sob nº ________ , ________ , com sede em ________ , 
________ , ________ , ________ , ________ , e; 
________ , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ 
sob nº ________ , ________ , com sede na ________ , 
________ , ________ , ________ , ________ , pelos motivos e 
fatos que passa a expor. 
 
SÍNTESE DA RELAÇÃO DE TRABALHO 
Trata-se de contrato de trabalho para o cargo de ________ , com a função 
de ________ pelo período de ________ horas diárias, das ________ horas às ________ 
com ________ de intervalo. 
A remuneração contratada para ________ horas semanais foi de 
________ . 
Ocorre que ________ motivo pelo qual vem em busca da tutela 
jurisdicional pela presente Reclamação Trabalhista. 
DA JUSTIÇA GRATUITA 
A Reforma Trabalhista, ao alterar o Art. 790 da CLT, trouxe 
expressamente o cabimento do benefício à gratuidade de justiça ao dispor: 
Art. 790 (...) § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido 
à parte que comprovar insuficiência de recursos para o 
pagamento das custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, 
de 2017) 
Assim, considerando que a renda do Reclamante gira em torno de 
________ , tem-se por insuficiente para cumprir todas suas obrigações alimentares e 
para a subsistência de sua família. 
No presente caso, mesmo que o Reclamante perceba renda superior a 
40% do limite máximo dos benefícios da Previdência, insta consignar que todo seu 
 
rendimento é comprometido comas despesas de sua família, conforme demonstra 
abaixo: 
• ________ - R$ ________ ; 
• ________ - R$ ________ ; 
• ________ - R$ ________ ... 
Ou seja, apesar da renda, todo valor auferido mensalmente esta 
comprometido, inviabilizando suprir a custas processuais, devendo ser concedida a 
Gratuidade de Justiça, conforme precedentes sobre o tema: 
BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. A interpretação que faço do 
disposto no art. 790, §§ 3º e 4º da CLT, com redação dada pela 
Lei 13.467 de 2017, permite concluir que, ainda que o 
reclamante perceba mais que 40% do limite máximo dos 
benefícios da Previdência Social, a apresentação de declaração 
de impossibilidade em arcar com despesas processuais sem 
prejuízo dos meios necessários à própria subsistência é 
suficiente para o deferimento do benefício da gratuidade da 
justiça, especialmente quando inexiste prova em sentido 
contrário. (...) (TRT-4 - RO: 00207899020155040023, Data de 
Julgamento: 18/04/2018, 5ª Turma) 
Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais 
indisponíveis preconizados no artigo 5º inc. XXXV da Constituição Federal, pelo qual 
assegura a todos o direito de acesso a justiça em defesa de seus direitos, independente 
 
do pagamento de taxas, por ausente prova em contrário do direito ao benefício. 
Trata-se de conduta perfeitamente tipificada pelo Código de Processo 
Civil de 2015, que previu expressamente: 
Art. 99. [...] 
§ 2º - O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos 
autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos 
legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de 
indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do 
preenchimento dos referidos pressupostos. 
§ 3º - Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência 
deduzida exclusivamente por pessoa natural. 
Para tanto, junta em anexo declaração de hipossuficiência que possui 
presunção de veracidade, conforme expressa redação da súmula 463 do TST: 
Súmula nº 463 do TST 
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO - Res. 
219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 - republicada 
- DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017 
I - A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência 
judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de 
hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu 
 
advogado, desde que munido de procuração com poderes 
específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015); 
Assim, tal declaração só pode ser desconsiderada em face de elementos 
comprobatórios suficientes em contrário, conforme lecionam grandes doutrinadores 
sobre o tema: 
"1. Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a 
parte seja pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se 
da gratuidade da justiça. Basta que não tenha recursos 
suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do 
processo. Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se 
estes bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas, 
há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme. 
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de 
Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. 
Vers. ebook. Art. 98) 
Nesse sentido é a jurisprudência sobre o tema: 
JUSTIÇA GRATUITA CONCEDIDA AO AUTOR. Sendo a ação 
ajuizada após a entrada em vigor da Lei nº 13105/15 (Novo CPC), 
nos termos da Lei nº. 1.060/50, a simples declaração lavrada 
pelo reclamante gera a presunção de que é pobre na forma da 
lei, apenas podendo ser elidida por prova em contrário. 
Apresentando o autor declaração de pobreza autônoma, sem 
qualquer impugnação quanto à sua forma ou conteúdo, resta 
mantida a concessão do benefício da justiça gratuita. Recurso a 
 
que se nega provimento. (Processo: RO - 0001367-
63.2016.5.06.0145, Redator: Paulo Alcantara, Data de 
julgamento: 21/01/2019,Segunda Turma, Data da assinatura: 
22/01/2019) 
EMENTA BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. PRESUNÇÃO DE 
VERACIDADE DA DECLARAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. 
É presumivelmente verdadeira a declaração de insuficiência 
econômica formulada pelo trabalhador, sendo devida a 
concessão do benefício da gratuidade de justiça, salvo na 
hipótese em que demonstrada a falsidade do seu teor. 
Aplicação do art. 99, § 3º, do CPC/2015. (TRT4, RO 0020099-
75.2016.5.04.0201, Relator(a): Tânia Regina Silva Reckziegel, 2ª 
Turma, Publicado em: 16/03/2018) 
AGRAVO INSTRUMENTO. RECURSO ORDINÁRIO. GRATUIDADE 
JUSTIÇA. HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. MERA DECLARAÇÃO. 
Para o deferimento do benefício da justiça gratuita exige-se tão 
somente a declaração da parte quanto à sua hipossuficiência. 
Agravo Instrumento interposto pela reclamante conhecido e 
provido. (TRT-1, 00000082120175010521, Relator 
Desembargador/Juiz do Trabalho: Marcia Leite Nery, Quinta 
Turma, Publicação: DOERJ 19-04-2018) 
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXV da Constituição Federal, 
pelo artigo 98 do CPC e 790 §4º da CLT requer seja deferida a AJG ao requerente. 
 
DA SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO DURANTE A PANDEMIA 
Trata-se de direito hipoteticamente prescrito em ________ , ou seja, no 
ápice da pandemia causado pelo vírus SAR-COV-2, o qual motivou, inclusive, o Governo 
Federal a decretar no estado de Calamidade Pública por meio do Decreto Legislativo nº 
6, de 2020, configurando FATO FORTUITO E DE FORÇA MAIOR. 
Sabe-se que durante este período, os efeitos do fato fortuito e força 
maior tem amenizado os efeitos aos devedores e flexibilizado cláusulas contratuais uma 
vez que a lei é clara ao dispor que "o caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato 
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir." (art. 393, Parágrafo Único 
do CC) 
E no presente caso, não pode ser diferente, uma vez que o prazo 
prescricional não poderia correr contra aquele que esta impossibilitado de deduzir seu 
direito em juízo, decorrente de força maior. 
Afinal, a pandemia impediu o amplo acesso à justiça ao inviabilizar que o 
reclamante deduzisse seu direito, pelo seguintes motivos: 
- Necessidade de obtençãode ________ , de acesso 
exclusivamente presencial, que colocaria em risco o reclamante 
em manifesta desobediência às medidas de isolamento social 
impostas pelas Autoridades Públicas; 
- O Autor pertence ao grupo de risco, uma vez que ________ , 
sendo impossibilitado de violar o isolamento social e assumir um 
risco ao ter que buscar seus direitos pessoalmente junto a algum 
 
Advogado; 
- Suspensão das atividades advocatícias, uma vez que durante as 
restrições municipais (Decreto Municipal nº ________ ), os 
escritórios de Advocacia permaneceram fechados, por não se 
enquadrarem como serviços essenciais; 
- ________ 
Tratam-se de de situações que impediram o reclamante de buscar o seu 
direito em juízo, sendo-lhe inexigível uma conduta diversa. 
Sob este entendimento, foi publicada a Lei 14.010/2020 em 12/06/2020, 
que estabeleceu a suspensão dos prazos prescricionais durante a pandemia, nos 
seguintes termos: 
Art. 3º Os prazos prescricionais consideram-se impedidos ou 
suspensos, conforme o caso, a partir da entrada em vigor desta 
Lei até 30 de outubro de 2020. 
§ 1º Este artigo não se aplica enquanto perdurarem as hipóteses 
específicas de impedimento, suspensão e interrupção dos prazos 
prescricionais previstas no ordenamento jurídico nacional. 
§ 2º Este artigo aplica-se à decadência, conforme ressalva 
prevista no Art. 207 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
(Código Civil). 
 
Infelizmente a Lei 14.010/2020 que veio a suspender os prazos 
prescricionais tardou a chegar, uma vez que previu a suspensão somente a partir da sua 
entrada em vigor - 12/06/2020, não contemplando o presente caso. 
No entanto, a inércia legislativa não pode causar um prejuízo tão grave 
ao cidadão, que teve seu acesso à justiça inviabilizado por inúmeros fatores. 
Como o legislador não foi sensível às situações de injustiça, a doutrina foi 
impelida a admitir exceções que viabilizem a suspensão da prescrição, a fim de efetivar 
o verdadeiro sentido de justiça. 
Nesse sentido: 
"De fato, se o titular da pretensão não a exerce, porque não pode 
ir ao encontro de seu advogado ou porque este não pode 
distribuir sua petição inicial não há reprovabilidade na sua 
inércia, que decorre pura e simplesmente de força maior. (...) 
Quanto maior a necessidade de isolamento e menor a chance de 
acesso a documentos e advogados, também cresce a injustiça 
associada ao decurso objetivo do prazo, sem consideração sobre 
a possibilidade de ação prática do credor." (CORREIA, Atalá. 
Coronavírus e a suspensão do prazo prescricional as pretensões 
indenizatórias. Org. Rosenvald, Nelson. Coronavírus e 
responsabilidade civil . Editora Foco. Edição do Kindle. pos. 
17500) 
Afinal, a mens legis da prescrição busca penalizar a incúria do credor e 
não beneficiar o devedor pelo lapso de tempo, apesar de este ser um efeito reflexo. 
 
Diante da excepcionalidade instaurada pela pandemia, devem ser 
adotadas medidas igualmente excepcionais. 
Dobre prescrição, o STJ já flexibilizou a redação da lei que exigia a citação 
válida para suspender a prescrição, quando escoado o prazo por fatos alheios à vontade 
do credor, vindo a sumular a matéria nos seguintes termos. 
Súmula 106 STJ. Proposta a ação no prazo fixado para o seu 
exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao 
mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição 
de prescrição ou decadência. 
Por isso, mesmo que a situação não se enquadre perfeitamente às 
hipóteses de interrupção da prescrição prevista em lei, não se mostra coerente penalizar 
o cidadão que obedeceu rigorosamente as regras de isolamento social impostas pelas 
autoridades públicas. 
Sendo, portanto, necessário o reconhecimento da suspensão do prazo 
prescricional no período que durou as restrições sociais em função da pandemia. 
DA COMPETÊNCIA DO DOMICÍLIO DO RECLAMANTE 
O Art. 651 da CLT tem como finalidade única viabilizar o Acesso à Justiça 
ao empregado, presumindo-se a sua hipossuficiência econômica. Dessa forma, quando 
a previsão legal vier em contramão deste princípio, deve ser flexibilizado, conforme 
destaca a doutrina: 
"De outro modo, a regra do art. 651 da CLT, como já mencionado, 
 
consagra característica protetiva do processo trabalhista ao 
trabalhador e não ao empregador ou ao tomador de serviços. 
Desse modo, havendo dúvida na interpretação, deve-se 
prestigiar a interpretação que favoreça o acesso à justiça do 
trabalhador." (SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do 
Trabalho. 13ª ed. Ed. LTR, 2018. p.321) 
"O apego arraigado ao art. 651, da CLT, pode, em alguns casos, 
conduzir à denegação da Justiça, mediante o negatório do acesso 
ao Judiciário, princípio este insculpido no art. 5º, XXXV, CF. Desta 
sorte, a interpretação da norma processual há de se pautar no 
asseguramento real e efetivo do acesso à Justiça. Esta ilação, 
pondere-se, en passant, robustece-se ao lume do Direito Obreiro, 
onde se prima pela proteção do hipossuficienrte (na expressa de 
Cesarino Jr.)" (MARQUES, Gérson. Processo do trabalho 
anotado. São Paulo: RT, 2001. p. 47) 
No presente caso, tanto o local de prestação dos serviços quanto o local 
da assinatura do contrato revelam-se prejudiciais ao amplo acesso à justiça, pois 
distantes e inacessíveis ao trabalhador. 
Afinal, ________ . 
Negar a flexibilização da lei é impedir que empregado possa buscar seus 
direitos pela via possível, que nesse caso revela-se no local do seu domicílio. 
O TST ao analisar casos semelhantes firmou respeitável entendimento: 
 
"O direito fundamental de acesso à Justiça das partes 
trabalhistas deve preponderar sobre a interpretação 
meramente literal do artigo 651,§ 3º, da CLT, apontado como 
violado pela ora agravante. Tem-se que exigir da parte que se 
desloque para outra localidade para postular direitos relativos 
ao seu contrato de trabalho comprometeria o seu amplo acesso 
à Justiça, visto que lhe acarretaria dificuldades e prejuízos 
econômicos. Além disso, é possível aplicar à hipótese, por 
analogia, a exceção prevista no § 1º do artigo 651 da CLT, que 
atribui competência à Vara do Trabalho do domicílio do 
reclamante, quando inviabilizado o ajuizamento da 
reclamação trabalhista no foro da celebração do contrato ou 
da prestação dos serviços. Essa interpretação, além de melhor 
corresponder à letra e ao espírito do artigo 651, capute §§, da 
CLT, mostra-se mais consentânea com princípio constitucional de 
acesso à Justiça, previsto no artigo 5º, incisoXXXV, da 
Constituição Federal, e com a constatação prática de que, em 
muitos casos, a exigência legal de que o trabalhador ajuizasse a 
sua reclamação no lugar em que prestou serviços, mesmo 
quando voltou a residir no lugar de seu domicílio, acabaria por 
onerar excessivamente o exercício do direito de ação pela parte 
hipossuficiente." (TST - RR: 9195720165220109, Relator: José 
Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 15/08/2018, 2ª 
Turma, Data de Publicação: DEJT 17/08/2018) 
Nesse sentido é o entendimento pacificado pela jurisprudência: 
 
RECURSO REGIDO PELO CPC/2015 E PELA INSTRUÇÃO 
NORMATIVA Nº 40/2016 DO TST . COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO EM RAZÃO DO LUGAR. AJUIZAMENTO DA AÇÃO NO 
DOMICÍLIO DO RECLAMANTE. PREVALÊNCIA DO DIREITO 
FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA SOBRE A INTERPRETAÇÃO 
MERAMENTE LITERAL DO ARTIGO 651, § 3º, DA CLT. No caso, 
ficou incontroverso que o reclamante, residente e domiciliado 
em Santo Amaro das Brotas - SE, foi contratado e prestou 
serviços na cidade de Ipojuca - PE. O trabalhador ajuizou esta 
reclamação trabalhista na Vara do Trabalho de Maruim - SE, que 
possui jurisdição no local de domicílio e residência do autor. A 
oferta de emprego é escassa e o desemprego é realidade social 
neste país, o que obriga vários trabalhadores a se mudarem para 
regiões diversas, ainda que provisoriamente, deixando para trás 
seus familiares, em condições precárias,com o intuito de 
procurar trabalho para suprir necessidades vitais de 
subsistência, própria e de sua família. É realidade, ainda, que 
esses trabalhadores se submetem a condições de emprego 
precárias e a empregos informais. O direito fundamental de 
acesso à Justiça deve preponderar sobre a interpretação 
meramente literal do artigo 651, § 3º, da CLT. Tem-se que exigir 
da parte que se desloque para outra localidade para postular 
direitos relativos ao seu contrato de trabalho comprometeria o 
seu amplo acesso à Justiça, visto que lhe acarretaria dificuldades 
e prejuízos econômicos. Além disso, é possível aplicar à hipótese, 
por analogia, a exceção prevista no § 1º do artigo 651 da CLT, 
que atribui competência à Vara do Trabalho do domicílio do 
 
reclamante, quando inviabilizado o ajuizamento da reclamação 
trabalhista no foro da celebração do contrato ou da prestação 
dos serviços. Essa interpretação, além de ser a que melhor 
corresponde à letra e ao espírito do artigo 651, caput e §§, da 
CLT, mostra-se mais consentânea com princípio constitucional 
de acesso à Justiça, previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da 
Constituição Federal, e com a constatação prática de que, em 
muitos casos, a exigência legal de que o trabalhador ajuizasse a 
sua reclamação no lugar em que prestou serviços, mesmo 
quando voltou a residir no lugar de seu domicílio, repita-se, 
acabaria por onerar excessivamente o exercício do direito de 
ação pela parte hipossuficiente. Recurso de revista conhecido e 
provido. (TST - RR: 46520165200011, Relator: José Roberto 
Freire Pimenta, Data de Julgamento: 15/08/2018, 2ª Turma, 
Data de Publicação: DEJT 17/08/2018) 
RECURSO ORDINÁRIO OBREIRO. TRABALHADOR ALAGOANO. 
CONTRATAÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ. EXCEÇÃO DE 
INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR. AINDA QUE O 
RECLAMANTE TENHA SIDO CONTRATADO E TRABALHADO EM 
OUTRO ESTADO DA FEDERAÇÃO, NÃO HÁ COMO ACOLHER, EM 
QUALQUER CASO, A EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO 
DO LUGAR SUSCITADA NA PEÇA DEFENSIVA. FAZER ISSO SERIA 
IMPEDIR O ACESSO DO HUMILDE TRABALHADOR À JUSTIÇA, 
EM FLAGRANTE VIOLAÇÃO AO ART. 5º , XXXV , DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. RECURSO PROVIDO PARA 
RECONHECER A COMPETÊNCIA DA VARA DO TRABALHO DE 
 
PORTO CALVO PARA APRECIAR E JULGAR A LIDE. II. (TRT-19 - RO: 
00014139120185190057 0001413-91.2018.5.19.0057, Relator: 
João Leite, Data de Publicação: 06/11/2018) 
Motivos pelos quais, deve ser mantida a competência territorial em 
função do domicílio do reclamante. 
DA IRRETROATIVIDADE DA REFORMA TRABALHISTA NOS CASOS PREJUDICIAIS AO 
TRABALHADOR 
Não obstante a vigência e aplicação imediata da Lei 13.467/17 que 
instituiu a Reforma Trabalhista, necessário dispor sobre a irretroatividade da lei, quando 
em prejuízo do ato jurídico perfeito das relações jurídicas anteriores à reforma. 
Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA inerente ao Estado 
Democrático de Direito, e de preservar o DIREITO ADQUIRIDO, nos termos de clara 
redação constitucional em seu Art. 5º: 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada; 
Trata-se de aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem normas prejudiciais ao trabalhador, 
conforme disposto no DECRETO-LEI Nº 4.657/42 (LIDB): 
Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o 
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
 
A doutrina ao corroborar este entendimento destaca sobre a não 
aplicabilidade de normas novas concernentes à situações constituídas antes de sua 
entrada em vigor: 
"Como se vê, a lei tem efeito imediato, mas não pode retroagir 
para prejudicar o ato jurídico perfeito, assim entendido como 
aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo que se 
efetuou (Ar. 6º, §2º, da LINDB). (...) 
Admitir o efeito imediato aos contrato de prestação continuada 
em curso é autorizar indevidamente a retroatividade da lei no 
tempo, ferindo o direito adquirido e o ato jurídico perfeito." 
(MIZIARA, Raphael. Eficácia da lei 13.467/2017 no tempo: 
critérios hermenêuticos que governam a relação entre leis 
materiais trabalhistas sucessivas no tempo. In Desafios da 
Reforma Trabalhista. Revista dos Tribunais, 2017. p.22-23) 
Sobre o tema, a jurisprudência já consolida o presente entendimento: 
REFORMA TRABALHISTA. LEI 13.467/17. INTERTEMPORALIDADE 
PROCESSUAL. As teorias clássicas da intertemporalidade 
processual podem ser resumidas em 3 vertentes: (i) Teoria da 
Unidade do Processo; (ii) Teoria da Autonomia das Fases 
(postulatória, instrutória, decisória, recursal e executória) e (iii) 
Teoria dos Atos Isolados. O CPC de 2015 parece indicar a adoção, 
em seu art. 14, de uma forma geral, da teoria dos atos isolados, 
de aplicação imediata aos processos em curso, sem retroação, 
preservando a lei da data da prática dos atos. Todavia, o próprio 
CPC já mitiga tal teoria, ao distinguir entre 'atos praticados' e 
 
'situações jurídicas consolidadas',que é uma clara indicação de 
que a teoria dos atos isolados pode e deve ser combinada com a 
teoria da autonomia das fases processuais. Há outros exemplos 
de mitigação da teoria dos atos isolados, como o art. 1047 do 
CPC, que opta pela lei vigente à época em que a prova foi 
requerida ou determinada ex officio pelo juiz, não pela data da 
produção da respectiva prova. Por outro lado, o TST já acenou 
até mesmo com a adoção de uma teoria mais radical, a da 
unidade do processo, por ocasião da promulgação da Lei 
9957/2000, ocasião em que se alterou a parte processual da CLT, 
oportunidade em que tal teoria foi adotada pela jurisprudência 
da mais Alta Corte Trabalhista, vazada na OJ 260 da SDBI-1, que 
somente admitiu a aplicação do rito sumaríssimo aos processos 
iniciados após a vigência da nova lei. Dessa forma, toda a 
discussão entre as partes é anterior à vigência da Lei nº 
13.467/17, não devendo ser aplicada ao caso em exame. (...) 
Não se imprime eficácia retroativa a situação processual 
postulatória já consolidada, por expressa vedação pelo art. 14 do 
CPC de 2015. (TRT-3 - RO: 00117317820155030027 0011731-
78.2015.5.03.0027, Relator: Jose Eduardo Resende Chaves Jr., 
Primeira Turma - 09/05/18) 
DIREITO INTERTEMPORAL INAPLICABILIDADE DAS REGRAS 
CONSTANTES DA LEI 13.467/2017 ÀS AÇÕES AJUIZADAS ATÉ 
10.11.2017. A Lei nº 13.647/2017 não trouxe regramento 
expresso quanto à aplicação da lei no tempo e a MP 808, de 14 
de novembro de 2017, além de ser flagrantemente 
 
inconstitucional por não preencher os requisitos de relevância e 
urgência preconizados no artigo 62, da Constituição Federal, 
(...)Nesse sentido foi que, por ocasião da promulgação da Lei 
9957/2000, que instituiu o rito sumaríssimo no processo do 
trabalho, o TST adotou o entendimento de que a lei só seria 
aplicável aos processos iniciados após a vigência da nova lei, 
conforme dicção da OJ nº 260, da SDI1.Portanto, tendo em vista 
a necessidade de conferir segurança jurídica às partes (art. 5º, 
XXXVI, da Constituição Federal), afastando-se o elemento 
surpresa (art. 10, do CPC) e em homenagem ao princípio da 
colaboração (art. 5º, do CPC), decido, por analogia com o 
disposto nos arts. 192, da Lei 11.101/2005, e 1046, § 1º, do CPC, 
considerar inaplicáveis, às ações ajuizadas até 10.11.2017, as 
regras processuais constantes da Lei nº 13.467/2017, com 
exceção da nova disciplina referente à contagem dos prazos 
processuais (contados em dias úteis), por considerar que tal 
medida não resulta prejuízos processuais para quaisquer das 
partes. Quanto ao Direito Material do Trabalho, não se pode dar 
efeito retroativo à lei no tempo, com adoção de efeito imediato 
aos contratos de trabalho extintos antes da sua vigência, sob 
pena de ferimento ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito, 
em confronto com o arts. 5º, inciso XXXVI, da Constituição 
Federal e art. 6º, caput, daLINDB. Assim, uma vez que, no 
presente caso, a lide versa sobre contrato de trabalho já 
encerrado no momento da entrada em vigor da Lei 13.467/2017, 
as disposições constantes do referido diploma legal não terão 
incidência. (TRT-21 - RTOrd: 00009353120175210003, Data de 
 
Julgamento: 19/01/2018, Data de Publicação: 19/01/2018) 
Este entendimento já foi concretizado pela Súmula 191 do TST que 
entendeu em caso análogo a não aplicação de lei norma por ser prejudicial ao 
empregado: 
Súmula nº 191 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. 
BASE DE CÁLCULO (cancelada a parte final da antiga redação e 
inseridos os itens II e III) 
(...) 
III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade 
do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge 
somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, 
de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado 
exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o § 
1º do art. 193 da CLT. 
Assim, mesmo que em vigor, a nova lei só pode produzir efeitos para a 
relação existente a partir 11/11/2017, em respeito à cláusula pétrea de proteção ao 
direito adquirido. 
DO NÃO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS 
Conforme narrado, o Reclamante prestou serviços para a Reclamada 
entre ________ a ________ , data em que foi despedido sem justa causa, e, sem receber 
nenhuma verba rescisória. 
Ocorre que, por tratar-se de contrato por prazo indeterminado, além dos 
 
pagamentos proporcionais de salário, férias e 13º devidos, o Autor ainda faz jus: 
a) Ao aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT; 
b) FGTS sobre verbas rescisórias e Multa de 40% sobre saldo do 
FGTS; 
c) Liberação das guias do seguro desemprego, sob pena de 
incidência da indenização substitutiva prevista na Súmula 389 do 
TST; 
d) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT. 
Diante de todo o exposto, o Reclamante requer a procedência dos 
pedidos veiculados na presente reclamação trabalhista, com a condenação da 
Reclamada no pagamento das verbas rescisórias, conforme valores indicados nos 
pedidos. 
DA GARANTIA DE ESTABILIDADE - GESTANTE 
A reclamante foi dispensada do trabalho durante o período que gozava 
da garantia de estabilidade em decorrência de já encontrar-se em gestação, com 
________ semanas, conforme laudo que junta em anexo. 
Dessa forma, o ________ , dado à Reclamante é ilegal, devendo ser 
imediatamente desconstituído, conforme expressa redação da ADCT: 
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se 
 
refere o art. 7º, I, da Constituição: 
(...) II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: 
(...) b) da empregada gestante, desde a confirmação da 
gravidez até cinco meses após o parto. 
Nesse sentido é expressamente sumulado pelo TST: 
Súmula nº 244 do TST 
GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III 
alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - 
Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não 
afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da 
estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). 
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração 
se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a 
garantia restringe-se aos salários e demais direitos 
correspondentes ao período de estabilidade. 
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória 
prevista no art. 10, inciso II, alínea "b", do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão 
mediante contrato por tempo determinado. 
Trata-se de direito garantido, inclusive nos casos de contrato por prazo 
determinado, como ocorre no presente caso. Nesse sentido: 
 
ESTABILIDADE NO EMPREGO. GESTANTE. APRENDIZ. 
INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 244, III, DO C. TST. A teor do disposto 
na Súmula 244, III, do C. TST, a empregada gestante tem direito 
à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea "b", 
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na 
hipótese de admissão mediante contrato de trabalho por prazo 
determinado - caso dos autos (contrato de aprendizagem). Isso 
porque, a proteção estabelecida no artigo referido abarca não só 
a proteção à maternidade, saúde e manutenção do posto de 
serviço da trabalhadora, mas, sobretudo, a existência digna do 
nascituro. Logo, dá-se provimento ao recurso, para deferir o 
pagamento da indenização substitutiva do período estabilitário, 
considerando-se, aqui, os salários compreendidos da data da 
dispensa até 05 (cinco) meses após o parto, além dos demais 
consectários legais. (TRT-2, 1002191-08.2016.5.02.0471, Rel. 
SERGIO ROBERTO RODRIGUES - 11ª Turma - DOE 03/04/2018) 
Assim, indevida a dispensa da Reclamante, sendo devida a sua 
reintegração nos termos do inc. II da Súmula 244 do TST, uma vez estar ainda dentro do 
prazo de estabilidade, conforme precedentes sobre o tema: 
RECURSO ORDINÁRIO. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA 
DE EMPREGO. NULIDADE DA DISPENSA. DIREITO À 
REINTEGRAÇÃO. A garantia provisória de emprego é assegurada 
à empregada gestante, ainda que tenha sido contratada 
temporariamente. Inteligência da Súmula nº 244 do TST. É nula, 
pois, a demissão imotivada. Por conseguinte, faz jus a 
 
trabalhadora à reintegração ao emprego. (...) (TRT-1, 
01017332020165010026, Redator Desembargador/Juiz do 
Trabalho: ANTONIO CESAR COUTINHO DAIHA, Gabinete do 
Desembargador Antonio Cesar Coutinho Daiha, Publicação: DEJT 
18-05-2018) 
MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
EM AÇÃO TRABALHISTA. GESTANTE. REINTEGRAÇÃO AO 
EMPREGO. LEGALIDADE. Quando preenchidos os requisitos 
previstos no art. 300 do CPC, não viola direito líquido e certo do 
Réu a decisão que concede a reintegração de trabalhadora 
gestante em sede de tutela provisória de urgência antecipada. 
(TRT-1, 01020575420175010000, Relator Desembargador/Juiz 
do Trabalho: GISELLE BONDIM LOPES RIBEIRO, Gabinete da 
Desembargadora Giselle Bondim Lopes Ribeiro, Publicação: DEJT 
27-04-2018) 
Nesse sentido, incabível a dispensa da Reclamante e considerando 
________ , devida a indenização substitutiva, conforme entendimento predominante 
nos Tribunais: 
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. GESTANTE. CONTRATO 
DE TRABALHO TEMPORÁRIO. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. 
INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA. DEVIDA. Hipótese em que restou 
incontroverso que a Reclamante estava grávida por ocasião do 
rompimento contratual, que ocorreu por iniciativa da 
Reclamada. A estabilidade à gestante, consagrada pela 
Constituição Federal, está em harmonia com o princípio da 
 
continuidade da relação de emprego. Desse modo, não poderia 
ter sido dispensada a Reclamante, pois se encontrava ao abrigo 
da estabilidade provisória concedida às gestantes. O art. 10, II, 
"b", do ADCT garante à gestante estabilidade no emprego desde 
a data da concepção até 5 meses após o parto. A norma 
constitucional não restringe o direito à empregada contratada 
por tempo indeterminado. Recurso Ordinário provido. (TRT-4, 
RO 00202575420185040721, Relator(a): Luiz Alberto De Vargas, 
8ª Turma, Publicado em: 19/11/2018) 
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. ESTABILIDADE DA 
GESTANTE. ART. 10, II, b, DO ADCT. SÚMULA 244/TST. 
LIMITAÇÃO DO DIREITO À INDENIZAÇÃO. REINTEGRAÇÃO NÃO 
OBRIGATÓRIA. O art. 10, II, b, do ADCT veda a dispensa 
arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a 
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, sem 
exigir o preenchimento de nenhum outro requisito que não a 
própria condição de gestante. Nesse sentido, também, a Súmula 
244, I/TST. Irrelevante, pois, que tenha ou não a empresa 
realizado exame na reclamante que não detectou o seu estado 
gravídico, pois, em data posterior a mesma submeteu-se a 
exame de ultrassonografia que detectou estado gravídico 
mesmo antes de ter sido demitida sem justa causa. Recurso 
Ordinário conhecido e não provido.(TRT-11 
00009356020155110009, Relator: LAIRTO JOSE VELOSO, 
Gabinete do Desembargador Lairto Jose Veloso) 
 
O não retorno ao trabalho e o não pedido de reintegração ocorreu em 
decorrência de ________ . 
Todavia, cabe destacar, que o fato da reclamante não querer retornar ao 
trabalho, por si só não retira o direito à indenização substitutiva, conforme precedentes 
sobre entendimento jurisprudencial: 
A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. GESTANTE. INDENIZAÇÃO 
SUBSTITUTIVA. RECUSA À REINTEGRAÇÃO. Em face da 
demonstração de possível ofensa ao artigo 10, II, "b", do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias, dá-se provimento ao 
agravo de instrumento para determinar o processamento do 
recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. 
B) RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. 
GESTANTE. INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA. RECUSA À 
REINTEGRAÇÃO. O art. 10, II, "b", do ADCT dispõe que é vedada 
a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, 
desde a confirmação da gravidez até cinco meses depois do 
parto. O único pré-requisito para que esse direito seja 
assegurado é o de que a empregada esteja grávida à época do 
vínculo empregatício, inexistindo previsão legal ou 
constitucional para o exercício do direito de ação ou outro 
requisito, de modo que a ausência de pedido de reintegração, 
ou a sua recusa, não configura motivo excludente da reparação 
do direito violado, não obstando o reconhecimento do direito 
aos salários e demais direitos correspondentes, de forma 
 
indenizatória. Recurso de revista conhecido e provido. (TST, RR 
- 11085-17.2014.5.15.0109, Relatora Ministra: Dora Maria da 
Costa, Data de Julgamento: 28/11/2018, 8ª Turma, Data de 
Publicação: DEJT 30/11/2018) 
RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA AJUIZADA SOB A 
ÉGIDE DO CPC DE 2015. PRETENSÃO RESCISÓRIA COM 
FUNDAMENTO NO ART. 966, V, DO CPC. CONTRATO DE 
EXPERIÊNCIA. ESTABILIDADE DA GESTANTE. VIOLAÇÃO DO ART. 
10, II, "B", DO ADCT. CONFIGURAÇÃO. PROCEDÊNCIA DO CORTE 
RESCISÓRIO. 1. Trata-se de pretensão desconstitutiva da 
sentença que julgou improcedente o pedido de indenização 
substitutiva da reintegração relativa ao período da estabilidade 
da gestante adquirida no curso do contrato de experiência. 2. A 
negativa da trabalhadora em retornar ao emprego, ainda que 
em curso o período estabilitário assegurado no artigo 10, II, 
"b", do ADCT/CF, não lhe subtrai o direito à indenização 
substitutiva da reintegração, tendo em vista que o direito 
fundamental à garantia de emprego assegurado à empregada 
gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após 
o parto, contra despedida arbitrária ou sem justa causa, almeja 
promover condições mínimas de subsistência à mãe com a 
finalidade última de proteção ao nascituro. 3. Assim, erigem-se 
como requisitos para a concessão da estabilidade da gestante: o 
estado gravídico no curso do contrato de trabalho e a despedida 
imotivada. Presentes esses dois requisitos, não lhe pode ser 
negada a estabilidade, independentemente de que tenha ela se 
 
recusado ao retorno ao trabalho, como no caso, visto que o 
legislador constituinte não condicionou o gozo dessa garantia à 
reintegração no emprego quando ainda em curso da 
estabilidade, podendo ela, desde logo, optar pela indenização 
substitutiva, ante a indisponibilidade do direito. 4. Esse é o 
entendimento que veio a ser consagrado no âmbito desta Corte. 
Precedentes. 5. Diante desse cenário, a sentença rescindenda ao 
julgar improcedente o pedido de indenização relativa ao período 
da estabilidade perpetrou violação manifesta ao art. 10, II, "b", 
do ADCT/88, autorizando o corte rescisório. Recurso ordinário 
conhecido e provido. (TST, RO - 65-06.2017.5.17.0000, Relator 
Ministro: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de 
Julgamento: 13/11/2018, Subseção II Especializada em Dissídios 
Individuais, Data de Publicação: DEJT 16/11/2018) 
Assim, por ilegal a dispensa, bem como, por inviável a reintegração, 
requer o pagamento integral dos salários correspondentes aos meses que o reclamante 
gozava de garantia de estabilidade, com os juros legais cabíveis e monetariamente 
corrigidos. 
DA LICENÇA PATERNIDADE 
Como referido, o Reclamante teve o pedido de gozo da licença 
paternidade negado pelo empregador, direito previsto expressamente no art. 10 da 
ADCT: 
§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, 
da Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere 
 
o inciso é de cinco dias. 
A licença paternidade é um direito constitucional voltado ao 
desenvolvimento da criança e manutenção familiar. Trata-se de período necessário de 
suporte físico e emocional à mãe e às crianças nos primeiros dias de vida. 
No caso de gestação de múltiplos, importante considerar os riscos e 
trabalho redobrado envolvidos, porquanto trata-se de mais de um bebê, exigindo 
necessariamente monitoramento extra como medida de precaução. 
É evidente, portanto, que o nascimento de gêmeos requer, não apenas 
cuidados básicos redobrados, mas igualmente a presença de mais de uma pessoa nos 
primeiros meses de vida das crianças, sendo evidentemente impossível e insuficiente 
os cuidados oferecidos apenas pela mãe. 
Além da necessidade fisiológica, não se pode desconsiderar as as 
necessidades psico-emocionais do recém-nascido e da própria mãe sobrecarregada 
nesta fase e nos primeiros anos de vida das crianças. 
Assim, a simples lacuna legislativa ao caso de nascimento de gêmeos não 
pode impedir o pleno exercício dos deveres e direitos paternos nesta fase tão delicada, 
sendo devido, por analogia, aplicar ao pai o prazo conforme disposto para a licença 
maternidade, conforme precedentes sobre o tema: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PÚBLICO. NASCIMENTO 
DE GÊMEOS. LICENÇA-PATERNIDADE. 180 DIAS. IDÊNTICO À 
LICENÇA-MATERNIDADE. TUTELA DE URGÊNCIA. CONCESSÃO. A 
inexistência de disposição legal expressa a respeito da licença-
 
paternidade em maior número de dias, em caso de filhos 
gêmeos, não deve impedir o cumprimento do comando 
constitucional acerca da absoluta prioridade assegurada à 
criança, principalmente quando patente a necessidade de 
acompanhamento de mais de uma pessoa para o atendimento 
adequado das necessidades básicas de recém-nascidos gêmeos. 
Preponderância dos princípios da dignidade humana e da 
proteção à infância sobre o princípio da legalidade estrita.Tutela 
de urgência deferida para conceder licença-paternidade ao 
agravante no mesmo prazo de duração da licença-maternidade. 
(TRF4, AG 5011555-47.2018.4.04.0000, Relator(a): , TERCEIRA 
TURMA, Julgado em: 17/07/2018, Publicado em: 18/07/2018) 
Por meio da Lei 11.770 de 2008, foi instituído o direito do Trabalhador na 
prorrogação do referido período por 15 (quinze) dias. 
Assim, considerando: 
• O requerimento formalmente realizado pelo trabalhador 
em data do requerimento; 
• A negativa da empresa na concessão da Licença 
Paternidade; 
• A participação da empresa no Programa Empresa Cidadã; 
Bem como, considerando a natureza e a finalidade da licença 
paternidade, a sua supressão ou a redução gera o dever de indenizar. 
 
Nesse sentido, a negação da licença gera para o trabalhador não somente 
o direito ao pagamento pelos dias suprimidos, mas também dá fundamento a dano 
moral, diante da violação ao direito imaterial do trabalhador, pai, que fora ceifado dos 
primeiros dias de convivência com o filho. 
Requere desta forma a concessão imediata do prazo de licença 
paternidade, sendo condenado o reclamado à indenização pelos dias cerceados. 
DOS DANOS MORAIS 
Conforme relatado, trata-se de inequívoco abalo à dignidade do 
trabalhador. A conduta da reclamada por arbitrária, abusiva e inconveniente submetia 
o Reclamante a situações insustentáveis, gerando o dever de indenizar. 
A redação dada pela reforma Trabalhista é de perfeita aplicação:Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou 
omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa 
física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à 
reparação. 
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, 
a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade 
física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa 
física. 
Afinal, diante de conduta lesiva à honra objetiva do Reclamante, 
perfeitamente caracterizado o dano extrapatrimonial indenizável. 
 
Não há de se falar, portanto, em obrigação da parte autora de comprovar 
o efetivo dano moral que se lhe causou, tratar-se-ia de tarefa inalcançável a necessidade 
de demonstração de existência de um dano psíquico. 
A exposição do empregado a situações constrangedoras por parte do 
reclamado, que extrapolou no exercício do poder diretivo caracteriza abuso de direito 
do qual resulta em dano à honra e à integridade psíquica do autor, com violação aos 
direitos básicos da personalidade tutelados pela lei. 
Em julgamento sobre o tema, tem-se importante disciplina: 
"São invioláveis a honra, a dignidade e a integridade física e 
psíquica da pessoa, por força de expressa disposição de lei, 
garantias que têm destacada importância também no contexto 
do pacto laboral, fonte de dignidade do trabalhador. Daí porque 
a violação a qualquer desses bens jurídicos, no âmbito do 
contrato de trabalho, importará a indenização pelos danos dela 
decorrentes, tendo em conta que a igualdade preconizada no 
artigo 5º da Magna Carta deve ser considerada também na 
relação de respeito que deve nortear o contrato de trabalho. 
A indenização por dano moral sofrido pelo empregado, no 
âmbito do contrato de trabalho, pressupõe, portanto, um ato 
ilícito, consubstanciado em erro de conduta ou abuso de direito, 
praticado pelo empregador ou por preposto seu, um prejuízo 
suportado pelo ofendido, com a subversão dos seus valores 
subjetivos da honra, dignidade, intimidade ou imagem, um nexo 
de causalidade entre a conduta injurídica do primeiro e o dano 
 
experimentado pelo último. 
(...) 
O exercício abusivo do direito e o conseqüente ato ilícito em 
questão caracterizam o assédio contra a dignidade ou 
integridade psíquica ou física do trabalhador, objetivando a sua 
exposição a situações incômodas e humilhantes caracterizadas 
pela repetição de um comportamento hostil de um superior 
hierárquico ou colega, ameaçando o emprego da vítima ou 
degradando o seu ambiente de trabalho moral, também 
denominadomobbing ou bullying, tema que já vem merecendo 
destacada importância na sociologia e medicina do trabalho, 
assim como no meio jurídico. Essa conduta injurídica vem sendo 
conceituada, no âmbito do contrato de trabalho, como a 
manipulação perversa e insidiosa que atenta sistematicamente". 
(Relator o Dr. Emerson José Alves Lage.01245-2005-012-03-00-
0-RO TRT3) 
Qualquer tratamento discriminatório deve ser indenizado e punido, para 
fins de que não se perpetue no ambiente de trabalho. 
No presente caso, "são responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos 
os que tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da 
ação ou da omissão", nos termos do Art. 223-E da CLT. 
Assim, nos termos do Art. 223-G da CLT, devem ser considerados no 
presente caso: 
 
I - a natureza do bem jurídico tutelado: Trata-se de ato que 
violou a dignidade do trabalhador, uma vez que o expôs 
________ ; 
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação: Evidente o 
sofrimento íntimo quando os atos impugnados afetaram 
________ ; 
III - a possibilidade de superação física ou psicológica: Trata-se 
de ato que afetou diretamente o físico e psicológico do 
trabalhador pois ________ ; 
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão: No 
presente caso importante considerar a exposição do trabalhador 
perante seus colegas e familiares, uma vez que ________ ; 
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa: Tratam-se de 
atos que perduraram mais de ________ , não podendo ser 
desconsiderado; 
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral: 
O trabalhador é pessoa humilde e sem qualificação, sendo 
obrigado a seguir suportando tais abusos pela necessidade do 
emprego, evidenciando a desigualdade entre as partes, sendo 
evidente o abuso cometido pelo reclamado; 
VII - o grau de dolo ou culpa: Ao ter plena ciência dos danos que 
vinha causando ao trabalhador e deixando de tomar qualquer 
 
atitude, o reclamado comete falta gravíssima em detrimento à 
boa fé na relação de emprego; 
VIII - a ausência de retratação espontânea: Conforme ________ 
o empregador foi alertado das ofensas sem que tomasse 
qualquer atitude ou qualquer retratação; 
IX - ausência de esforço efetivo para minimizar a ofensa: 
Mesmo alertado, o reclamado não efetivou qualquer esforço 
para minimizar os danos causados ao trabalhador; 
X - ausência de perdão, tácito ou expresso: Não há que se falar 
em perdão tácito quando o empregado dependia diretamente 
do vínculo de emprego para manter sua família, deixando, 
portanto, de buscar o auxílio judicial previamente por medo de 
ficar sem emprego; 
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas: 
Evidentemente que a situação financeira precária e completa 
ausência de qualificação das partes é um fator notório que deve 
ser considerado no presente caso; 
XII - o grau de publicidade da ofensa: No presente caso, 
________ ficaram sabendo do ocorrido demonstrando a ampla 
publicidade das ofensas. 
A gravidade dos fatos devem ser considerados na mensuração do 
quantum indenizatório, conforme parâmetros introduzidos pela reforma Trabalhista, 
 
quais sejam: 
NATUREZA GRAVÍSSIMA DA OFENSA 
Conforme fatos narrados, o trabalhador foi submetido a ________ 
perante seus colegas, sofrendo diariamente com o sentimento de derrota, inferioridade 
e sofrimento, ultrapassando os limites da dignidade humana. 
Evidentemente que tal situação configura uma ofensa gravíssima, 
passível de indenização de até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido, 
nos termos do art. 223-G, §1º, inc. IV da CLT. 
NATUREZA GRAVE DA OFENSA 
Conforme fatos narrados, o trabalhador foi submetido a ________ no seu 
ambiente de trabalho, sofrendo diariamente com o sentimento negativo em relação 
________ . 
Evidentemente que tal situação não configura uma simples ofensa 
mediana, restando caracterizada a gravidade da ofensa, passível de indenização de até 
vinte vezes o último salário contratual do ofendido, nos termos do art. 223-G, §1º, inc. 
III da CLT, conforme precedentes sobre o tema: 
DANO EXTRAPATRIMONIAL. VIGILANTE TERCEIRIZADO DA 
CPTM. TRABALHO SEM UNIFORME E SEM ARMA. APREENSÃO DE 
MERCADORIA DE AMBULANTES. RISCO ELEVADO. VIOLÊNCIA 
FÍSICA. QUEBRA DO VALOR INTEGRIDADE. DANO MORAL 
INDENIZÁVEL. Ao exigir do vigilante patrimonial que labore à 
 
paisana, para, inspecionando os vagões no horário de 
funcionamento da CTPM, localize os ambulantes e apreenda 
mercadorias, o empregador expôs o trabalhador a condição de 
risco não imanente ao exercício da função. Confirmação dessa 
grave ação encontra-se nos danos físico que sofreu em razão de 
agressão violenta. Quebrado o valor integridade física, macula-
se o patrimônio imaterial do empregado, apresentando-se os 
requisitos da indenização por danos extrapatrimoniais. 
Sopesados os elementos do artigo 223-G, da CLT, arbitra-se a 
indenização em vinte vezes o ordenado da vítima. Recurso do 
reclamante parcialmente provido. (TRT-2, 1001594-
52.2016.5.02.0014, Rel. MARCOS NEVES FAVA - 15ª Turma - DOE 
03/05/2019) 
NATUREZA MÉDIA DA OFENSA 
Conforme fatos narrados, o trabalhador foi submetido a ________ no seu 
ambiente de trabalho, sofrendo diariamente com o sentimento negativo em relação 
________ . 
Evidentemente que tal situação não configura uma simples ofensa leve, 
restandocaracterizada a gravidade da ofensa, passível de indenização de até cinco vezes 
o último salário contratual do ofendido, nos termos do art. 223-G, §1º, inc. II da CLT. 
NATUREZA LEVE DA OFENSA 
Conforme fatos narrados, o trabalhador foi submetido a ________ 
perante seus colegas, sofrendo diariamente com o sentimento negativo em relação 
 
________ . 
Evidentemente que tal situação configura uma ofensa passível de 
indenização de até três vezes o último salário contratual do ofendido, nos termos do art. 
223-G, §1º, inc. I da CLT. 
Assim, considerando que o salário do Reclamante é de R$ ________ , nos 
parâmetros fixados pelo Art. 223-G, §1º da CLT, o valor dos danos morais deve 
corresponder a R$ ________ . 
Por tal motivo é que se requer que a reclamada seja compelida a reparar 
o reclamante pelos danos morais. 
AUSÊNCIA DE AVISO PRÉVIO 
Diante da inexistência de justa causa para a rescisão do contrato de 
trabalho surge para a Reclamante o direito ao Aviso Prévio indenizado. 
Trata-se de previsão do § 1º do art. 487, da CLT que estabelece que a não 
concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos salários do 
respectivo período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os fins legais. 
Pela prova carreada, demonstra-se a inexistência de motivos suficientes 
a impor a penalidade mais severa: demissão, razão pela qual deve ser revertida, 
conforme precedentes sobre o tema: 
ABANDONO DE EMPREGO. DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA. O 
abandono de emprego deve estar devidamente comprovado de 
 
forma a possibilitar a demissão por justa causa, por se tratar de 
grave penalidade imposta ao empregado, que exige prova 
irrefutável, cabal, irrestrita e inequívoca, na medida em que 
impõe a suspensão do trabalho, sem o recebimento do salário 
devido, e acarreta uma mácula indelével à vida profissional 
apenado, não sendo esse o caso dos autos, o que impossibilita a 
punição e impõe o consequente pagamento das verbas 
rescisórias pela dispensa imotivada, além dos salários do período 
de estabilidade provisória. (TRT-1 - RO: 
00104208420135010057, Data de Julgamento: 07/12/2016, 
Sétima Turma, Data de Publicação: 24/01/2017) 
Dessa forma, o período de aviso prévio indenizado, corresponde a mais 
30 dias de tempo de serviço para efeitos de cálculo do 13º salário, férias + 40%. 
DA RETIFICAÇÃO E BAIXA DA CTPS 
Embora contratado para laborar em ________ o Reclamante teve sua 
CTPS anotada apenas no dia ________ na modalidade contrato de experiência, deixando 
de contabilizar mais de ________ meses de contrato. 
Conforme ________ , prova que passará a constituir, a efetiva 
contratação da Reclamante ocorreu em ________ , sem qualquer registro, requer seja 
o Reclamado condenado a retificar a CTPS com data de admissão em ________ na 
função de ________ . 
Trata-se de dever do Reclamado que deve ser cumprido: 
 
REINTEGRAÇÃO. CONVERTIDA EM INDENIZAÇÃO NA EXECUÇÃO. 
RETIFICAÇÃO DA BAIXA NA CTPS. Se a sentença de mérito, bem 
como do acórdão, transitado em julgado, ficaram assentados no 
sentido de condenar a reclamada na obrigação de reintegrar o 
obreiro nos seus quadros, declarando a nulidade da dispensa, 
anula também, por via de consequência a respectiva a baixa na 
CTPS. Diante desse quadro impõe-se a reforma da decisão 
recorrida, para o fim de seja procedida a retificação da data de 
baixa na CTPS do reclamante tendo como base o período 
estabilitário reconhecido na sentença de mérito. Recurso 
conhecido e provido. (TRT-11 02300820040011100, Relator: 
Ormy da Conceição Dias Bentes) 
Bem como deve ser dada baixa na sua CTPS, assinalando como término 
do pacto laboral. 
DA AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO NA CTPS 
Nos termos do art. 29 da CLT e art. 201 da CF/88, a CTPS o empregador 
tem a responsabilidade de realizar as anotações e disponibilizar a CTPS ao empregado 
imediatamente após o término do vínculo empregatício. Referido artigo estabelece 
ainda: 
§ 3º A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste 
artigo acarretará a lavratura do auto de infração pelo Auditor 
Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, lançar as anotações no 
sistema eletrônico competente, na forma a ser regulamentada 
pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério 
 
da Economia. 
Assim, tanto a devida anotação quanto sua imediata liberação são 
medidas que se impõem, conforme precedentes sobre o tema: 
ANOTAÇÃO NA CTPS. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. A falta de 
atendimento da formalidade contida no art. 29, § 2º da CLT, 
importa em violação de matéria de ordem pública, cogente, 
suscetível de conhecimento de ofício, ainda que não conste na r. 
sentença transitada em julgado a determinação de anotação na 
CTPS. Agravo de petição provido.(TRT-2, 0002126-
84.2013.5.02.0002, Rel. NELSON NAZAR - 3ª Turma - DOE 
04/02/2020) 
Da mesma forma deve ser o procedimento para imediata liberação da 
CTPS, uma vez que trata-se de documento pessoal e de propriedade do Requerente, não 
podendo ser utilizada como moeda de troca. 
Assim, por irregular a não anotação e retenção, REQUER A IMEDIATA 
REGULARIZAÇÃO DAS ANOTAÇÕES na CTPS bem como a sua IMEDIATA LIBERAÇÃO. 
DAS HORAS EXTRAS 
O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, 
era obrigado a prolongar sua jornada em até ________ depois do seu horário, para 
________ , conforme provas que junta em anexo. 
Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais ________ além do 
 
horário contratual, tempo que deve ser computado como hora extra e repercutir em 
todos os seus reflexos. 
Ademais, uma vez ao mês o Reclamante era obrigado a cumprir jornadas 
de plantões sem qualquer remuneração por hora extra, trabalhando aos sábados e 
domingos, cumprindo em média ________ horas por mês, sendo devido o pagamento 
de horas extras, conforme precedentes sobre o tema: 
HORAS EXTRAS. Comprovado o labor aos sábados há a 
descaracterização do sistema de compensação, havendo horas 
extras a serem quitadas. Indevido o pedido de aplicação da 
jornada alegada na inicial, porquanto juntados os cartões de 
ponto. Recurso do reclamante parcialmente provido. (TRT-24 
00251756120155240071, Relator: RICARDO GERALDO 
MONTEIRO ZANDONA, 2ª TURMA, Data de Publicação: 
18/09/2017) 
Cabe destacar que a simples denominação do cargo como de confiança, 
não exclui a obrigatoriedade de observância à limitação Constitucional do art. 7º, XIII, 
da CF/88, conforme precedentes sobre o tema: 
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. CARGO DE CONFIANÇA. 
HORAS EXTRAS. Ainda que o reclamante se encontre inserido na 
hipótese prevista no art. 62, inc. II, da CLT, ou seja, que exerce 
cargo de confiança, com poderes de gestão, não havendo a 
obrigatoriedade de registro da carga horária de trabalho, essa 
previsão encontra limite no regramento do art. 7º, XIII, da 
CF/88. Esta norma se aplica a todo e qualquer trabalhador, 
 
inclusive àqueles investidos de poderes de gestão, caso do 
reclamante, pelo que lhe é devido o pagamento de horas extras 
pelo labor em jornada extraordinária. (...). (TRT-4, RO 
00212470720145040003, Relator(a): Lucia Ehrenbrink, 9ª 
Turma, Publicado em: 26/04/2018) 
Ademais, não há qualquer evidência da real atribuição ao Reclamado de 
algum cargo que exige fidúcia, possuindo apenas a denominação de "gerente". Sendo, 
portanto, cabível o pagamento de horas extras: 
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. EXERCÍCIO DE CARGO 
DE CONFIANÇA. HORAS EXTRAS. INTERVALOS. Não configurado 
cargo de gestão nos moldes do art. 62, inciso II, da CLT, o 
empregado está sujeito a controle de horário. Assim, tendo em 
vista a presunção relativa de veracidade da jornada indicada na 
petição inicial, confrontada pela documentação carreada aos 
autos e prova oral, por razoabilidade, arbitra-se jornada de 
trabalho, sendo devido o pagamento de horas extras além 
daquelas reconhecidas na origem. (TRT-4, RO 
00209019820155040301, Relator(a): MariaDa Graca Ribeiro 
Centeno, 9ª Turma, Publicado em: 13/07/2018) 
BANCÁRIO. EXERCÍCIO DE CARGO DE CONFIANÇA. HORAS 
EXTRAS. O desempenho de funções com certo grau de fidúcia, 
justifica o pagamento da gratificação de função, mas não o 
cumprimento da carga horária diferenciada de 8h. Recurso do 
banco reclamado, não provido. (TRT-4, RO 
00214387920155040015, Relator(a): Lais Helena Jaeger Nicotti, 
 
1ª Turma, Publicado em: 12/04/2018) 
Cabe destacar que o simples enquadramento genérico do trabalhador em 
atividades externas não é suficiente para o enquadramento no Art. 62, inc. I da CLT. 
Pelo contrário, deve a Reclamada demonstrar a total incompatibilidade 
no controle de horário, o que não ocorre no presente caso, uma vez que a Reclamada 
tinha controle ________ . 
Dessa forma, deve ser afastada a norma coletiva que enquadra o 
Reclamante no inc. I do ARt. 62 da CLT, condenando a Reclamada ao pagamento de 
Horas Extras, conforme precedentes sobre o tema: 
AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO 
DE REVISTA. HORAS EXTRAS. ATIVIDADE EXTERNA. MOTORISTA. 
NORMA COLETIVA. Está de acordo com a atual e iterativa 
jurisprudência do TST a decisão que, calcada na prova dos autos, 
deferiu horas extras ao reclamante, que exercia atividade 
externa passível de controle de jornada, e afastou a aplicação 
da norma coletiva que previa a fixação de horas extras aos 
empregados enquadrados na hipótese do inciso I do art. 62 da 
CLT. Precedentes. Agravo conhecido e não provido. (TST - Ag-
AIRR: 205427020145040791, Relator: Luiz José Dezena da Silva, 
Data de Julgamento: 06/02/2019, 1ª Turma, Data de Publicação: 
DEJT 08/02/2019) 
HORA EXTRA. SERVIÇO EXTERNO. ART. 62, I, DA CLT. Em regra, 
os trabalhadores, ainda que prestem serviços externos, são 
 
fiscalizados e a jornada que ultrapassar os limites máximos 
previstos em lei deve ser remunerada como horas extras. 
Somente estará excluído dessa regra o empregado caso fique 
comprovada a total ausência de controle e fiscalização do 
horário de trabalho. (TRT-1, 00109803920155010224, Relator 
Desembargador/Juiz do Trabalho: MARCOS DE OLIVEIRA 
CAVALCANTE, Gabinete do Desembargador Marcos de Oliveira 
Cavalcante, Publicação: DEJT 19-05-2018) 
HORA EXTRA. TRABALHADOR EXTERNO. A exceção prevista no 
art. 62, inciso I, da CLT, que trata do trabalho externo, refere-se 
apenas à atividade do empregado cujo horário de prestação de 
serviços seja incompatível com o controle por parte do 
empregador, ou seja, é sujeita à direção exclusiva do empregado 
e materialmente impossível o controle da jornada. Comprovada 
a possibilidade de controle de jornada, faz jus o trabalhador ao 
pagamento das horas extras laboradas. (TRT da 3.ª Região; PJe: 
0010549-53.2017.5.03.0135 (RO); Disponibilização: 22/03/2018; 
Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Sercio da Silva Pecanha) 
A doutrina ao lecionar sobre o tema, esclarece sobre o enquadramento 
no Art. 62, inc. I somente nos casos de comprovada inviabilidade de controle: 
"Cuida-se ali de excepcionar o regime da duração de jornada 
para aqueles empregados que estejam efetivamente fora do 
alcance patronal e não apenas que estejam em serviços 
externos. (...), I. Doravante, a exclusão do regime da duração da 
jornada somente poderá acometer o empregador que 
 
simultaneamente atue de forma externa e incompatível com o 
controle de jornada. É essa incompatibilidade a chave para a 
interpretação do inc. I. 
Qual a dimensão exata da incompatibilidade? 
Entende-se por incompatível a impossibilidade física de se ter 
acesso à carga de trabalho desenvolvida pelo empregado, seja 
pelas distâncias remotas que o separam do empregador, seja 
pela natureza dinâmica de sua atividade. Mero desinteresse do 
empregador em investigar a jornada de trabalho do empregado 
não serve para configurar a incompatibilidade." (SILVA, Homero 
Batista Mateus da. Curso de Direito do Trabalho Aplicado. Vol 2. 
Editora RT, 2017. versão ebook, Cap. 13) 
O que demonstra o não enquadramento no Art. 62, I no presente caso, 
sendo devido o pagamento de horas extras. 
Assim, considerando que o Reclamado não adimpliu com o período 
extraordinário laborado, o Reclamante faz jus ao pagamento de horas extras, com os 
adicionais devidos: ________ e de 100% para as hora de finais de semana e feriados, 
devendo usar como base de cálculo as parcelas de natureza salarial e acrescido dos 
adicionais (OJ 97 e Súmula 132 do TST). 
Por habituais, requer ainda a condenação do reclamante ao pagamento 
dos seguintes reflexos: 
c) Férias (Art. 142, §5º da CLT); 
 
e) Aviso prévio (Art. 487 da CLT, §5º); 
f) FGTS sobre verbas rescisórias (Súmula 63 do TST); 
g) Multa de 40% do FGTS (Súmula 63 do TST); 
h) Gratificações e 13º (Súmula 45 do TST); 
i) Repousos semanais (Art. 7º, "a" da Lei 605/49 e Súmula 172 
TST); 
j) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT; 
l) ________ 
DA HABITUALIDADE DAS HORAS EXTRAS 
No presente caso, por tratarem-se de horas extras habituais, 
configuraram legítima expectativa do trabalhador, caracterizando o conceito de 
habitualidade, conforme descreve doutrina especializada sobre o tema: 
"Por essas razões, não se mede a habitualidade pela frequência 
do pagamento ou pelo número de meses em que houve a 
repetição do evento, algo que significa apenas um indício e não 
um elemento seguro. Mede-se a habitualidade, sim, pela 
expectativa da repetição do evento, por aquilo que seja 
razoavelmente esperado por ambas as partes - esperado que 
se receba e esperado que se tenha aquele desembolso." (SILVA, 
Homero Batista Mateus da. Curso de Direito do Trabalho 
Aplicado. Vol 2. Editora RT, 2017. versão ebook, Cap. 20) 
E no presente caso, pela continuidade por mais de indicar meses 
exercendo a mesma quantidade de horas extras, tem-se pela manifesta habitualidade 
configurada. 
 
Portanto, devem ser incorporadas ao salário, uma vez que não se pode 
reduzir abruptamente os rendimentos do trabalhador, conforme precedentes sobre o 
tema: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. BANCO DE 
HORAS CUMULADO COM ACORDO DE COMPENSAÇÃO 
SEMANAL - PRESTAÇÃO HABITUAL DE HORAS EXTRAS. O TRT 
verificou a concomitância dos regimes de banco de horas e de 
compensação semanal, bem como a prestação habitual de horas 
extras. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a 
adoção concomitante do regime de compensação semanal e 
banco de horas, por meio de norma coletiva, não é incompatível 
ou gera, por si só, a invalidade dos regimes, mas desde que não 
constatada nenhuma irregularidade em nenhum dos regimes, 
como a prestação habitual de horas extras. Todavia, no caso, é 
incontroversa a existência de horas extras prestadas de forma 
habitual, ultrapassando o limite de dez horas diárias. Incidência 
do óbice da Súmula nº 126/TST, no particular. Agravo de 
instrumento conhecido e desprovido. (TST, AIRR - 791-
85.2015.5.09.0965, Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra 
Belmonte, Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de 
Publicação: DEJT 07/01/2019) 
REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS. Mantida a condenação ao 
pagamento de horas extras no período de 01.03.2012 a 
20.01.2016, são devidos os reflexos em DSRs, férias+1/3, 13º 
salário, FGTS+40%. Prosseguindo, o simples argumento de que o 
 
Reclamante era mensalista, em hipótese alguma, elide a 
incidência das horas extras nos descansos. As horas extras 
habituais integram o salário por previsão legal (artigo 7º, Lei 
605/49). Nesta integração, como a jornada suplementar é 
habitual, o descanso pela hora extra também é uma parcela 
salarial habitual. A Súmula 172 do TST e a nova redação dada à 
alínea "a" da Lei 605/49, pela Lei 7.415/85 determinam que as 
horas extras habitualmente prestadas devem integrar o DSR, 
mesmo que o trabalhador preste serviços por hora, por dia, por 
semana, quinzena ou mês. Rejeito. (TRT-2, 1000920-
45.2017.5.02.0271, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGENETO - 14ª 
Turma - DOE 22/08/2018) 
01. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AGENTE FRIO. A exposição 
ao agente frio ocorria de forma habitual durante toda a jornada. 
Ressalte-se que o Anexo 9, da NR nº 15, da Portaria 3.214/78 do 
Ministério do Trabalho nada dispõe quanto ao tempo de 
exposição ao agente insalubre, estabelecendo somente que "as 
atividades ou operações executadas no interior de câmaras 
frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, 
que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção 
adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de 
laudo de inspeção realizada no local de trabalho". Nesse sentido, 
é o entendimento pacificado na Súmula nº 47 do TST. 02. 
REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS EM DSRS. As horas extras 
habituais integram o salário por previsão legal (artigo 7º, Lei 
605/49). Nesta integração, como a jornada suplementar é 
 
habitual, o descanso pela hora extra também é uma parcela 
salarial habitual. A Súmula 172 do TST e a nova redação dada à 
alínea "a" da Lei 605/49, pela Lei 7.415/85 determinam que as 
horas extras habitualmente prestadas devem integrar o DSR, 
bem como em demais verbas, pois verificada a habitualidade, 
produzindo todos os efeitos legais, mesmo que o trabalhador 
preste serviços por hora, por dia, por semana, quinzena ou mês. 
(TRT-2, 1000317-82.2016.5.02.0472, Rel. FRANCISCO FERREIRA 
JORGE NETO - 14ª Turma - DOE 04/06/2018) 
Portanto, configurada a habitualidade das horas extras, a sua 
incorporação é medida que se impõe. 
DAS HORAS DE SOBREAVISO 
Além da hora tradicional de trabalho, já devidamente indicada, o 
Reclamante, uma vez por semana, era responsável pelo plantão de doze horas 
aguardando ser chamado para atender alguma demanda. 
Apesar de não contratado formalmente a disponibilidade de sobreaviso, 
o mesmo é configurado pois o trabalhador tinha o compromisso de atender os 
chamados fora de hora, em manifesto controle do empregador, o que o inviabilizava de 
assumir quaisquer compromissos, em clara restrição à liberdade do trabalhador. 
Inúmeros foram os casos de convocação fora de hora, tais como 
________ 
Cabe destacar que o adicional de sobreaviso é devido pela mera 
 
expectativa durante o seu período de descanso, pois permanece em estado de alerta e 
sob controle do empregador aguardando a convocação a qualquer momento, 
restringindo o seu direito ao descanso e a relaxar verdadeiramente. Portanto, não é 
necessário que o trabalhador estivesse efetivamente trabalhando durante o período de 
sobreaviso, devendo ser computado ________ horas por dia, que era o período que as 
convocações poderiam ocorrer. 
Assim, configurado o período de sobreaviso, insta consignar a aplicação 
analógica do Art. 244 da CLT, conforme redação da Súmula 428 do TST: 
Súmula nº 428do TST 
SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT 
(redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 
14.09.2012) -Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 
e27.09.2012 
(...) 
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e 
submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou 
informatizados, permanecer em regime de plantão ou 
equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para 
o serviço durante o período de descanso. 
Ao lecionar sobre o tema, a jurisprudência retrata o cabimento do 
pagamento por horas de sobreaviso: 
 
HORAS DESOBREAVISO.REQUISITOS. RESTRIÇÃO À LIBERDADE. 
CONFIGURAÇÃO. 1. Segundo o Ministro do Col. TST, Maurício 
Godinho Delgado, "por tempo de sobreaviso (horassobreaviso) 
compreende-se o período tido como integrante do contrato e do 
tempo de serviço em que o ferroviário "permanecer em sua 
própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para 
o serviço". 2. Depreende-se, portanto, que a figura 
dosobreaviso, segundo a norma do art. 224, §2º, da CLT, 
originalmente, relaciona-se tão somente à categoria dos 
ferroviários e configura-se quando o empregado permanece fora 
de seu local de trabalho, mas a ele conectado, eis que aguarda 
ser chamado a qualquer momento. A sua aplicação aos 
trabalhadores pertencentes a outras categorias decorre de 
analogia. 3. Esta é a inteligência da súmula 428, do Col. TST. 4. 
Logo, considerando que o obreiro estava submetido ao controle 
patronal à distância, aguardando ser convocado ao labor a 
qualquer momento, inclusive pelo período contratual anterior a 
maio de 2014, conforme prova testemunhal e documental, 
configura-se o regime de sobreaviso. 5. Recurso ordinário 
conhecido e desprovido no aspecto. (TRT da 3.ª Região; PJe: 
0010161-36.2017.5.03.0173 (RO); Disponibilização: 06/03/2018, 
DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 801; Órgão Julgador: Quarta Turma; 
Relator:Paula Oliveira Cantelli) 
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. HORAS DESOBREAVISO. 
Considera-se de sobreavisoo empregado que permanecer 
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço, 
 
sendo irrelevante se necessita aguardar em sua residência ou 
pode aguardar o chamado pelo celular. O direito ao sobreaviso 
é assegurado pelo estado de prontidão do trabalhador. Caso em 
que a prova oral confirma que a escala informal de sobreaviso 
era realizada em rodízio com outro colega e aos finais de semana 
não havia sobreaviso e sim plantão presencial. Recurso provido 
para limitar a condenação. (...) (TRT-4, RO 
00000995420155040471, Relator(a):Ana Luiza Heineck Kruse, 4ª 
Turma, Publicado em: 07/12/2017) 
Logo, faz jus ao pagamento de horas de sobreaviso, agregado de 1/3 nos 
termos do Art. 244 da CLT, com os devidos reflexos em descanso semanal remunerado, 
aviso prévio, décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço constitucional e FGTS 
(depósitos e multa de 40%), conforme valores indicados no pedido. 
HORAS EXTRAS À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR 
O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, 
era obrigado a prolongar sua jornada em até ________ minutos antes seu horário, para 
________ e ________ minutos depois para ________ . 
Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais ________ minutos 
além do horário contratual, sendo devido o reconhecimento de jornada de trabalho: 
HORAS EXTRAS. TEMPO GASTO À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA. As 
atividades do tipo da desenvolvida pelo Autor implicam em 
muito suor e contato com diversos materiais que acabam 
sujando o indivíduo, não sendo razoável exigir-se que saia do 
 
trabalho uniformizado e sem banho. Logo, ante a 
impossibilidade de o Autor ir embora após o término do 
trabalho, esse tempo gasto no vestiário deve ser pago como 
horas extras. Aplicação analógica da Súmula 429 do TST. (TRT-1 
- RO: 00117353320155010040, Relator: GISELLE BONDIM LOPES 
RIBEIRO, Data de Julgamento: 15/03/2017, Sétima Turma, Data 
de Publicação: 31/03/2017) 
JORNADA DE TRABALHO. TEMPO À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA. 
HORAS EXTRAS. Inclui-se na jornada do empregado o tempo em 
que permanece nas dependências da empresa à sua disposição. 
Tal período deve ser computado na apuração das horas extras. 
Recurso ordinário a que se nega provimento. (TRT-6 - RO: 
00006892820165060281, Data de Julgamento: 05/06/2017, 
Terceira Turma) 
HORAS EXTRAS. TROCA DE UNIFORME. O tempo despendido 
pelo empregado na troca de uniforme, quando ultrapassados os 
cinco minutos de tolerância previstos no § 1º do artigo 58 da CLT, 
caracteriza-se como tempo à disposição do empregador, 
consoante Súmula 366 do C. Tribunal Superior do Trabalho. 
Recurso da reclamada não provido, no particular. HORAS 
EXTRAS. ACORDO DE COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. A prestação 
habitual de horas extras e o labor em condições insalubres sem 
a prévia autorização do poder público, nos termos do art. 60 da 
CLT, invalidam o acordo compensatório de horas extras. 
Entendimento firmado pelo Pleno deste Regional no julgamento 
 
do IUJ 0024170-23.2015.5.24.0000. Recurso do reclamante 
provido. (TRT-24 00248537120155240061, Relator: RICARDO 
GERALDO MONTEIRO ZANDONA,2ª TURMA, Data de 
Publicação: 14/02/2017) 
Razão pela qual, o tempo dedicado a ________ deve ser computado 
como hora extra e repercutir em todos os seus reflexos, conforme cálculo discriminado 
em anexo. 
DO DESCANSO SOBREJORNADA 
Como referido, a jornada da Reclamante era de ________ horas, com de 
________ horas extras habituais. 
Ocorre que a Reclamante exercia o período de horas extras sem 
observância ao período de descanso previsto no Art. 384 da CLT: 
Art. 384 - Em caso de prorrogação do horário normal, será 
obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo, 
antes do início do período extraordinário do trabalho. 
Cabe destacar que, não obstante a Reforma Trabalhista ter revogado 
referido dispositivo legal, não tem eficácia para retirar direitos do trabalhador cuja 
relação jurídica é anterior à Lei 13.467/17, sob pena de grave inobservância ao princípio 
do DIREITO ADQUIRIDO, nos termos de clara redação constitucional em seu Art. 5º. 
Afinal, o referido artigo foi devidamente recepcionado pela Constituição 
Federal, conforme precedentes sobre o tema: 
 
AGRAVO DA RECLAMADA. RECURSO DE REVISTA. INTERVALO DO 
ART. 384 DA CLT. LIMITAÇÃO DO PAGAMENTO À PRESTAÇÃO DE 
HORAS EXTRAS SUPERIORES A TRINTA MINUTOS. Conforme 
mencionado na decisão agravada, o Tribunal Pleno desta Corte 
firmou o entendimento no sentido de que o intervalo da mulher 
de 15 minutos antes do labor em sobrejornada, disposto no 
artigo 384 da CLT, não fere o princípio da igualdade previsto no 
artigo 5º, I, da Constituição Federal. Isso porque, embora iguais 
em direitos e obrigações, homens e mulheres diferenciam-se em 
alguns pontos, especialmente no que concerne ao aspecto 
fisiológico merecendo, portanto, a mulher, um tratamento 
diferenciado quando o trabalho lhe exige um desgaste físico 
maior, como na hipótese de sobrejornada. Consignou, ainda, 
que o descumprimento da disposição contida no artigo 384 da 
CLT não configura mera infração administrativa, razão pela qual 
a não concessão do intervalo de 15 minutos antes do início da 
jornada extraordinária acarreta o pagamento desse período 
como hora extra, ainda que o sobrelabor não exceda os 30 
minutos diários. Agravo não provido. (TST, Ag-RR - 1775500-
20.2006.5.09.0651, Relator Ministro: Breno Medeiros, Data de 
Julgamento: 29/05/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 
31/05/2019) 
INTERVALO ARTIGO 384 CLT. O artigo 384 da CLT possui como 
objeto a proteção à mulher submetida à sobrejornada, 
determinando a concessão de um intervalo obrigatório de 15 
minutos antes do inicio do período extraordinário de trabalho. 
 
Em analogia ao artigo 71, § 4º, da CLT e à Súmula 437 do TST, a 
não concessão do intervalo previsto no artigo 384 da CLT, enseja 
a obrigação de remunerar o período correspondente, como 
horas extraordinárias. (TRT-2, 1000236-03.2018.5.02.0040, Rel. 
LIANE MARTINS CASARIN - 3ª Turma - DOE 21/03/2019) 
Intervalo do artigo 384 da CLT. Aplica-se exclusivamente à 
pessoa de sexo feminino biológico. O direito assegurado no 
artigo 384 da CLT funda-se em razões de ordem biológica, sendo 
a distinção feita entre homem/mulher, segundo o seu 
nascimento e não de acordo com a identidade de gênero, esta 
traduzida na dimensão da identidade de uma pessoa que diz 
respeito à forma como se relaciona com as representações de 
masculinidade e feminilidade e como isso se traduz em sua 
prática social (inciso II do artigo 1º do Decreto nº 8.727, de 28 de 
abril de 2016). A pausa intervalar do artigo 384 da CLT 
assemelha-se àquela prevista no artigo 396, que estabelece o 
direito à empregada mãe a dois descansos de meia hora cada 
um, para amamentar o próprio filho, até que ele complete seis 
meses de idade. Trata-se, pois, a previsão do artigo 384, de 
intervalo destinado a atender à necessidade fisiológica da 
mulher, de forma precípua, e não à identificação da pessoa com 
o gênero feminino, como se pretende no caso ora posto em 
Juízo. Aplicável à hipótese os termos da Súmula 28 deste 
Regional: "28 - Intervalo previsto no artigo 384 da CLT. Recepção 
pela Constituição Federal. Aplicação somente às mulheres. 
Inobservância. Horas extras. (Res. TP nº 02/2015 - DOEletrônico 
 
26/05/2015) O artigo 384 da CLT foi recepcionado pela 
Constituição Federal consoante decisão do E. Supremo Tribunal 
Federal e beneficia somente mulheres, assim entendido as de 
sexo feminino biológico. (TRT-2, 1000145-10.2018.5.02.0040, 
Rel. DANIEL DE PAULA GUIMARÃES - 1ª Turma - DOE 
30/01/2019) 
Razões pelas quais deve ser reconhecido e condenado o Reclamado a 
indenizar o período de sobrejornada pelo período de ________ . 
DO TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS 
A Constituição Federal, por meio do artigo 7º, inciso XV, bem como o 
artigo 67 da CLT estabelece o repouso semanal remunerado preferentemente aos 
domingos e, quando realizado, será sempre subordinado à permissão prévia da 
autoridade competente em matéria de trabalho, o que de fato não ocorreu com o 
Reclamante. 
Dessa forma, diante da súmula 146 do TST, os dias trabalhados em 
domingos e feriados deverão ser pagos em dobro sem prejuízo à remuneração relativa 
ao repouso semanal., conforme precedentes sobre o tema: 
JORNADA DE TRABALHO -domingos e feriados não 
compensados. Sem razão Como bem analisado pela origem, 
restou comprovada a ativação do obreiro em jornada que 
extrapola sete dias consecutivos, sem folga compensatória ou 
percepção da remuneração em dobro pelo trabalho em tais dias. 
Não trouxe a recorrente, por seu turno, nenhum argumento que 
 
pudesse infirmar a fundamentação lançada em sentença, a qual 
resta mantida incólume, por consequência. (TRT-2, 1000977-
54.2017.5.02.0468, Rel. ANA CRISTINA LOBO PETINATI - 5ª 
Turma - DOE 02/07/2019) 
DOMINGOS LABORADOS NA ESCALA 12 X 36. PAGAMENTO EM 
DOBRO. INDEVIDO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA REGIONAL Nº 47. 
O julgado a quo está na contramão da jurisprudência deste E. 
Regional, veja-se: 47 - Jornada de trabalho. Escala 12X36. 
Pagamento em dobro dos domingos e feriados trabalhados. 
(Res. TP nº 06/2015 - DOEletrônico 11/12/2015) Os domingos 
trabalhados no regime de escala 12X36 não são devidos em 
dobro, já que se trata de dia normal de trabalho. Os feriados 
trabalhados, sem folga compensatória, são devidos em dobro. 
Ressalte-se, ainda, a Súmula nº 444 do C. TST, que determina o 
pagamento em dobro apenas dos feriados laborados, nada 
mencionando quanto aos domingos. Apelo da reclamada que se 
acolhe. (TRT-2, 1002252-81.2016.5.02.0465, Rel. VALDIR 
FLORINDO - 6ª Turma - DOE 25/03/2019) 
RECURSO ORDINÁRIO DO AUTOR. PAGAMENTO DE DOMINGOS 
E FERIADOS. No caso em tela, analisando os cartões de ponto, 
constata-se que não havia folga compensatória em razão do 
labor em domingos e feriados, fora da escala 12x36, e os 
contracheques provam que não havia o pagamento de todos os 
domingos trabalhados com o adicional de 100%, nem tampouco 
de todos os feriados laborados, conforme exigência das normas 
 
coletivas. Portanto, faz jus o autor ao pagamento de domingos 
e feriados (municipais, estaduais e federais) laborados, em 
dobro, e seus reflexos, devendo ser consideradas as folgas 
compensatórias permitidas em cada uma das Convenções 
Coletivas de Trabalho adunadas aos autos, durante a vigência 
de cada uma delas, e autorizando-se a dedução de valores pagos 
a idêntico título, sob pena de enriquecimento ilícito. Recurso 
autoral conhecido e parcialmente provido. (TRT-1, 
01010821720175010005, Relator Desembargador/Juiz do 
Trabalho: SAYONARA GRILLO COUTINHO LEONARDO DA SILVA, 
Gabinete da Desembargadora Sayonara Grillo Coutinho 
Leonardo da Silva, Publicação: 2019-06-28) 
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. DOMINGOS E 
FERIADOS TRABALHADOS. A Constituição Federal assegura, em 
seu art. 7º, inciso XV, a fruição do "repouso semanal 
remunerado, preferencialmente aos domingos". Em que pese 
não haja a imposição de gozo do repouso

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