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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 
VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS/SP 
 
 
 
Proc. nº. 00000.0000.00.0.00.0000 
Autor: João 
Réu: Francisco 
 
 
 
JOÃO, motoboy, estado civil, residente e domiciliado no endereço X, com nº X, 
Bairro X, Cidade - UF, CEP: X, tel: X e endereço eletrônico: X , inscrito no RG X 
SSP, e no CPF X, por seu advogado infra-assinado, com domicilio profissional à 
Rua XXXX, nº XXX, Bairro XXX, Cidade – UF, CEP XXXX, endereço eletrônico 
XXXXX, onde recebe intimações/citações, e profissional inserto na referida 
procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V, do CPC, 
indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido 
respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 336 e segs. da 
Legislação Adjetiva Civil c/c art. 30 da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº. 
9.099/95), ofertar a presente 
 
 
 
 
CONTESTAÇÃO 
 
em face de Ação de Reparação de Danos Materiais aforada por FRANCISCO, 
consoante as justificativas de ordem fática e de direito abaixo estipuladas. 
 
 
 
 
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
 
 O Promovido, inicialmente, vem requerer a Vossa Excelência os benefícios da 
gratuidade de justiça, por ser hipossuficiente, o que faz por declaração neste 
arrazoado inicial, por meio de seu bastante procurador. (CPC, art. 99 c/c 105) 
 
 
 
I- DINÂMICA DOS FATOS 
João, motoboy, se envolveu em um acidente de trânsito na comarca de 
Campinas/SP. Segundo relata, trafegava pela via principal com sua 
motocicleta, placa TKC, quando um veículo guiado por Francisco, placa HPP, 
invadiu a faixa corrente colidindo contra o pneu dianteiro da motocicleta, 
provocando o acidente. 
Após ser socorrido, João permaneceu de repouso por cerca de 30 dias, 
recuperando-se do evento lesivo. Como não possuía carteira de trabalho 
assinada, deixou de perceber a importância geralmente recebida por mês de 
trabalho como motoboy de serviço de aplicativo, no importe de R$ 
1.000,00. 
Também obteve gastos com o reparo da motocicleta, que totalizaram o 
valor de R$ 5.000,00. Meses depois, João recebeu em sua residência uma 
citação proveniente da 1a Vara Cível da Comarca de São José do Rio Preto. 
Ao checar a inicial, observou que o veículo conduzido por Francisco era na 
realidade alugado, pertencente a Locadora “Locaqui”. Na inicial, a autora 
pleiteava a importância de R$ 15.000,00 a título de reparação material pelos 
danos causados ao veículo envolvido no acidente. Em sede preliminar, 
justificava ainda a escolha do foro competente, considerando o disposto no 
artigo 53, inciso V, do CPC, eis que a empresa estava sediada na comarca 
indicada. Questionado, João repeliu a cobrança, afinal entendia não ser ele o 
causador do dano. Da mesma forma, indicou que deveria ser ele a receber a 
indenização material, considerando o prejuízo obtido. 
 
 
II- NO MÉRITO 
De início exsurge o direito do Autor à indenização material e moral, posto que a 
Ré, por certo, promoveu manobra sem se atentar para as regras de trânsito. Ao 
contrário, teria evitado o acidente. De acordo com o artigo 28 e 29 do Código 
de Trânsito Brasileiro, temos que: 
 
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, 
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. 
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação 
obedecerá às seguintes normas: [...] 
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre 
o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, 
considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da 
circulação, do veículo e as condições climáticas; 
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem 
de local não sinalizado, terá preferência de passagem: 
2.1 Nexo Causal 
CONDUTA EXCLUSIVA CULPOSA DA PARTE RÉ 
Certo é que não se deve exigir dos motoristas a previsão de acontecimentos 
inesperados. A frenagem abrupta, mesmo mantendo-se a distância segura entre 
os veículos sinistrados é situação que reclama apuração com maior 
profundidade quanto à responsabilidade. 
 No caso em questão, não há culpa a ser atribuída ao autor. Esse não poderia 
prever a repentina invasão do réu à faixa corrente colidindo contra o pneu 
dianteiro da motocicleta, provocando o acidente 
 
Temos por cristalino que a Ré não manteve observância aos cuidados 
indispensáveis à segurança do trânsito, agindo com total falta de atenção. 
Por esse prisma é o entendimento do saudoso professor Orlando Gomes: 
54. Nexo causal. Para o ato ilícito ser fonte da obrigação de indenizar é 
preciso uma relação de causa e efeito entre o ato (fato) e o dano. A essa 
relação chama-se de nexo causal. 
Se o dever de indenizar o prejuízo causado é a sanção imposta pela lei a 
quem comente ato ilícito, necessário se torna eu o dano seja consequência 
da conduta de quem o produziu. 
 
Nesse diapasão, a responsabilidade pelo cometimento de ato ilícito vem 
expressa nos artigos 186 e 927 do Diploma Civil Brasileiro, ora invocados: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo. 
 
Nesse sentido, já se manifestou o Egrégio Tribunal de Justiça de Santa 
Catarina, cuja ementa transcreve-se: 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO 
ENTRE VEÍCULO E MOTOCICLETA. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. 
RECURSO DAS REQUERIDAS. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. INVASÃO 
E OBSTRUÇÃO DE VIA PREFERENCIAL. CULPABILIDADE EVIDENCIADA, QUE 
PREPONDERA SOBRE EVENTUAL EXCESSO DE VELOCIDADE. 
 
"Age com culpa, sob a rubrica imprudência, o condutor de veículo que 
invade via preferencial, cortando o fluxo do tráfego e dando causa ao 
acidente, [...] a invasão de preferencial prepondera, em tal contexto, sobre 
eventual excesso de velocidade imprimido ao veículo contrário." (AC n. 
2006.004784-8, de Criciúma, Rel. Des. Trindade dos Santos). 
 
LUCROS CESSANTES. RENDIMENTOS MENSAIS QUE ADVINHAM DE 
TRABALHO COMO PEDREIRO. ALEGADA AUSÊNCIA ABSOLUTA DE 
ARCABOUÇO PROBATÓRIO APTO A CORROBORAR QUE O AUTOR EXERCIA 
ATIVIDADE LABORAL. TESE RECHAÇADA. OFENSA QUE RESULTOU EM 
AFASTAMENTO DO AUTOR DAS SUAS ATIVIDADES HABITUAIS POR 60 DIAS. 
INCIDÊNCIA DO ART. 950 DO CÓDIGO CIVIL. APURAÇÃO DA VERBA 
INDENIZATÓRIA EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISUM ALTERADO NO 
TÓPICO, PARA ESTABELECER O SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE À ÉPOCA DO 
ACIDENTE COMO BASE DE CÁLCULO. SUPOSTA AUSÊNCIA DE PROVA DO 
DANO MORAL. OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA DO DEMANDANTE. 
FRATURA DE PUNHO. ABALO ANÍMICO EVIDENCIADO. PLEITOS DE 
MINORAÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. REDUÇÃO QUE SE 
IMPÕE. OBSERVÂNCIA DA EXTENSÃO DO DANO. INTELIGÊNCIA DO 
ARTIGO 944 DO CÓDIGO CIVIL. APELO CONHECIDO E PARCIALMENTE 
PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. INALTERADA A DISTRIBUIÇÃO DOS 
ÔNUS SUCUMBENCIAIS. [...] 
 
III- DO DANO MATERIAL 
Após ser socorrido, João permaneceu de repouso por cerca de 30 dias, 
recuperando-se do evento lesivo. Como não possuía carteira de trabalho 
assinada, deixou de perceber a importância geralmente recebida por mês de 
trabalho como motoboy de serviço de aplicativo, no importe de R$ 
1.000,00. Também obteve gastos com o reparo da motocicleta, que 
totalizaram o valor de R$ 5.000,00. Nesse sentido, o dano material constitui um 
prejuízo ou perda que atinge o patrimônio corpóreo de outra pessoa, que 
obrigatoriamente deverá ser indenizada. 
O entendimento legal acerca dos danos materiais está previsto no artigo 186, 
do Código Civil brasileiro (CC), vejamos: 
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligênciaou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Seguindo o mesmo entendimento, o artigo 927, do CC, determina que: 
“Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo“. 
 
3.1 Da ausência do dever de indenizar 
 
Sabe-se que João foi vítima do acidente de trânsito ocasionado por Francisco, 
logo é possível verificar a ausência do dever de indenizar, da parte de João, 
em razão dos danos que o mesmo sofreu. Sendo ele a pessoa que deverá 
receber a indenização no valor de 48 mil reais, pois passou dias sem trabalhar 
e teve sua motocicleta danificada. 
 
 
 
IV- REQUERIMENTOS 
 
Diante de todo exposto, REQUER: 
 
a) citação da Ré por CARTA, para contestar, querendo, os termos da 
presente, sob pena de confissão e revelia; 
b) a procedência do pedido para condenar a Ré ao pagamento no valor 
de R$ 32.000,00 por danos materiais, comprovados por meio de nota 
fiscal em anexo, valor este que deverá ser acrescido de juros e correção 
monetária desde a data do acidente; 
c) condenar a Ré ao valor de 10 (dez) salário mínimo vigente na data do 
acidente a título de lucros cessantes, por ter o Autor ficado 22 dias 
afastados do trabalho, conforme atestados médicos, acrescido de juros 
e correção monetária desde a data do acidente; 
d) a condenação da Ré ao pagamento no valor de R$ 5.000,00 a título 
de danos morais, em valor este em consonância com os precedentes do 
TJSC, salvo se Vossa Excelência julgar que o valor merece majoração; 
e) a condenação da Ré ao pagamento de todas e quaisquer custas e 
despesas processuais, bem como, de honorários sucumbenciais de 20% 
sobre o valor total da condenação em conformidade com o 
artigo 84 e 85 do CPC/2015; 
f) a dispensa da audiência conciliatória, conforme preconiza o art. 319, 
inciso VII do NCPC, por ser medida inócua, posto que a Ré já demostrou 
que não irá arcar com as custas materiais decorrentes do acidente que 
dera causa; 
g) requer ainda, que as futuras intimações e notificações sejam todas 
feitas em nome do advogado subscritor. 
h) protesta, por fim, comprovar o alegado por todos os meios de prova 
em direito admitidos. 
 
 
V - DO VALOR DA CAUSA 
 Atribui-se a causa o valor de R$ 48,000,00 (QUARENTA E OITO MIL 
REAIS) 
 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
Maceió, 18 de outubro de 2021.

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