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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA __ VARA DO TRABALHO DE BELFORD ROXO/RJ
JORGE MÁRIO DA SILVA, nacionalidade, Estado, estado civil, portador do RG nº, inscrito sob o CPF nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado na (endereço completo), devidamente representado por seu procurador, vem, perante vossa excelência, mediante os fatos e fundamentos que seguem, propor
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA C/C PEDIDO LIMINAR,
em face de PIZZARIA BURGUESINHA LTDA., neste ato representada por seu administrador, nome completo, nacionalidade, estado civil, portador do RG nº, inscrito sob o CPF nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado na (endereço completo), pelos fatos a seguir expostos em conformidade com a lei.
PRELIMINARMENTE 
O autor faz jus à concessão da gratuidade de Justiça, haja vista que o mesmo não possui rendimentos suficientes para custear as despesas processuais e honorários advocatícios em detrimento de seu sustento, nos termos da Lei n. 1.060/50, especialmente no teor dos artigos 1, 10 e 11, regra esta consagrada no âmbito da Justiça Brasileira.
DOS FATOS
O reclamante iniciou seu contrato de trabalho com a reclamada na data de 10 de dezembro de 2019 (cópia CTPS anexa) exercendo a função de motoboy durante seis dias na semana, com folga na 2ª feira, sendo que, uma vez por mês, a folga era em um domingo, onde realizava entregas a domicílio de pizzas e outros tipos de massas aos clientes da PIZZARIA BURGUESINHA LTDA..
No mês de agosto de 2020, o reclamante quando do exercício de sua atividade, realizou uma entrega traumática na casa de um cliente, pois o cozinheiro da pizzaria se confundiu no preparo e assou uma pizza de atum, sendo que o cliente era alérgico a esse produto. Ao ver a pizza errada, o cliente foi tomado de fúria incontrolável, começou a xingar e a ameaçar Seu Jorge, e terminou por soltar seus cães de guarda, dando ordem para atacar o entregador. Devido a esse ataque, Jorge sofreu lesões por mordidas e arranhões, sendo lesionado gravemente.
Por motivo de tal acidente o reclamante na data de 19 de agosto de 2020, foi encaminhado a Previdência Social com pedido de auxílio doença acidentário, por estar incapacitado para o trabalho, tendo sido concedido tal benefício até a data de 19 de setembro de 2020, se afastando por 30 dias para recuperação, e ainda por recomendação médica foi obrigado a tomar vacina antirrábica e demais remédios, porque não sabia se os cachorros eram vacinados, custeando sozinho uma média de R$ 250,00 para essa compra.
Em 20 de setembro de 2020, após obter alta do INSS, Jorge retornou à empresa, entretanto, o dono da mesma devido a fatos ocorridos no seu relacionamento pessoal e na data mencionada dispensou o reclamante sem justa causa e sem efetuar o pagamento de sua resilição mesmo sabendo que o reclamante detinha de estabilidade provisória até o mês de agosto de 2021 e a desumanidade e negligência da empresa é tão grande que, o reclamante não podia gozar em seus dias normais de trabalho de 1 hora de almoço, pois a empresa permitia que ele tirasse apenas 40 minutos para refeição. 
E as falhas continuam a surgir, pois nos contracheques de Jorge, consta, mensalmente, o pagamento do salário mínimo nacional na coluna de créditos e o desconto de INSS na coluna de descontos, sendo que no mês de março de 2020 houve ainda dedução de R$ 31,80 a título de contribuição sindical, sem que tivesse autorizado o desconto. Jorge foi então à Caixa Econômica Federal e solicitou seu extrato analítico, ao menos se comprovou que foram realizados os depósitos de FGTS durante todo o contrato de trabalho.
DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA
A Lei 8.213/91, em seu artigo estabeleceu que:
"Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente."
Conforme mencionado o reclamante gozou de auxílio doença acidentário, pelo período de um mês, cessando este apenas no dia 20 de setembro de 2020, de modo que a legislação que trata do tema em seu artigo 118, garante ao trabalhador que seja mantido seu contrato de trabalho por um período de 12 meses após a cessação de benefício, dessa forma a empresa reclamada teria que manter o funcionário até 20 de setembro de 2021, pois ao contrário do que diz a lei a empresa o dispensou sem justa causa.
Ao caso, cabe a parte final do item II da Súmula 378, que reconhece o direito à estabilidade provisória se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego.
DO PEDIDO LIMINAR
O poder geral de cautela, que é assegurado ao juiz pelo disposto no artigo 798 do CPC, também deve ser utilizado e aplicado no processo do Trabalho como disposto no artigo 769 da CLT.
No caso em tela, Jorge aguarda o pagamento de suas verbas rescisórias há um mês, enquanto a empresa ré não se pronuncia a respeito de devido pagamento.
A parte reclamante foi dispensada sem justa causa tendo a devida garantia de emprego conforme acima descrito. Nesse contexto o artigo 659, inciso X, da CLT, impõe a regra em que poderá ser concedida a liminar neste presente caso.
A presente reclamação reque a concessão liminar diante dos preenchimentos já demonstrados "inaudita altera pars", devendo ser reintegrada, além de receber o pagamento referente ao período de seu afastamento ou indenização decorrente da estabilidade do empregado demitido que sofreu o acidente de trabalho.
DO PEDIDO
1. Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devido à difícil situação econômica do reclamante, que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio;
2- A concessão de medida liminar para que a reclamada reintegre de imediato o reclamante em seus quadros de funcionários com todas as garantias salariais a que teria antes da demissão e retificação da sua CTPS;
3- Requer-se que seja determinada a anulação da rescisão contratual e ruptura do vínculo empregatício da reclamada com o reclamante, reintegrando o mesmo em definitivo aos quadros da reclamada;
4- O pagamento de todos os valores atrasados no período de afastamento, a contar da data de sua dispensa arbitrária até o momento de sua reintegração, valores esses acrescidos de juros e correções conforme dispositivo legal;
4.1- Salário vencido e vincendos, devidamente corrigidos, quando se daria o término da estabilidade;
5- Multa por atraso de pagamento das verbas rescisórias no valor de seu salário, conforme previsto no artigo 477, da CLT;
6- Devolução do valor descontado pelo sindicato, sem sua devida autorização;
7- Reflexos no Aviso prévio, nas férias proporcionais, acrescidas de 1/, no Décimo Terceiro salário proporcional, FGTS e na multa de 40%;
8- O recolhimento dos valores ainda não pagos referentes ao FGTS e demais encargos sociais;
9- A retificação da CTPS, mudando a data de saída com o acréscimo do período da estabilidade, ou indenização referente ao período.
Requer-se ainda a notificação da reclamada no endereço acima indicado, para querendo possa comparecer em audiência a ser designada, momento em que poderá oferecer contestação, advertida desde já que sua ausência acarretará em revelia e confissão quanto a matéria de fato.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas em especial a documental e testemunhal.
Dá-se a presente causa o valor de R$ 50.000,00.
Nestes termos,
Pede deferimento.
São Paulo, 14 de outubro de 2020.
__________________________________
[Nome Advogado] – [OAB] [UF].

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