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Alexandre G. T. Daniel, MV, Msc., DipABVP (Feline Practice) ABVS® - American Board Certified Feline Specialist Consultoria e atendimento especializado em medicina felina Proprietário da Gattos Medicina Felina® e da plataforma CatExpert® Cat Friendly Practice Committee - American Association of Feline Practitioners Membro da Academy of Feline Practitioners - International Society of Feline Medicine ABORDAGEM DIFERENCIAL E TERAPÊUT ICA ANOREXIA EM GATOS ANOREXIA É uma das queixas mais comuns dos proprietários, sendo frequentemente um dos primeiros sintomas que levam os gatos ao atendimento veterinário. É uma manifestação inespecífica, com uma miríade de diferentes e possíveis causas. Visto isso, além de minuciosa anamnese e exame físico, uma avaliação laboratorial completa e exame de imagem usualmente são necessários. O controle da causa base, bem como de fatores perpetuadores, é de vital importância. O uso de estimulantes de apetite e escolha do momento/ tipo de suporte enteral são fundamentais. Anorexia primária: Situações onde o animal é incapaz de sentir o odor do alimento (anosmia), com alterações primárias no sistema nervoso central, diretamente localizadas no centro da fome (neoplasias, lesões traumáticas etc.) ou causas comportamentais (mudança súbita de dieta, elevado nível de estresse no ambiente, mudança de ambiente, ansiedade, espaço inadequado, medo etc.). Pseudoanorexia: Situações onde o animal tenha fome, mas seja incapaz de realizar a preensão do alimento ou esteja relutante em se alimentar. Causas de pseudoanorexia incluem doença oral grave (com odinofagia associada, como neoplasias, fraturas de mandíbula e maxila, luxações), alterações neurológicas que impossibilitem a preensão do alimento (luxação de mandíbula, paralisia de hipoglosso, paralisia trigeminal), doença retrobulbar etc. Anorexia secundária: Doenças primárias (usualmente sistêmicas) que gerem, entre seus sintomas, a anorexia. Sendo assim, a anorexia ocorre secundariamente a uma doença de base. É a causa mais comum de anorexia na espécie felina, tendo entre as principais (mas não únicas) causas: gastrintestinais (gastrites/enterites, neoplasias, hepatopatias e pancreatopatias), doença renal crônica, dor, doenças infecciosas (retroviroses, entre outras), distrição respiratória (doenças pulmonares e/ou cardíaca), anorexia secundária ao uso de fármacos, endocrinopatias, anemias, intoxicações etc. DEFINIÇÃO DA ANOREXIA E CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS DOS FELINOS A anorexia é definida pela completa falta de interesse pelo alimento. O termo disorexia (ou hiporexia) é usado para descrever a redução do apetite1. Os tipos de anorexia podem ser divididos em três grandes grupos: Gatos possuem características nutricionais ímpares derivadas do carnivorismo estrito, com maior requerimento proteico/aminoácidos que qualquer outra espécie doméstica, além de inabilidade em regular o ciclo da ureia de acordo com a demanda proteica e limitada habilidade em conservar proteína corpórea. Em situações onde a nutrição seja inadequada, existe mobilização primariamente de proteína para produção de energia2. Em gatos idosos também encontram-se particularidades únicas dentro da espécie felina, com aumento do nível de metabolismo e redução da capacidade de digerir e absorver proteínas e gorduras, quando comparados a animais jovens/adultos, além de apresentarem perda fisiológica de massa muscular (sarcopenia). • Alterações metabólicas: hiper/hipoglicemia, hiperlactatemia, hipercortisolemia, aumento na proteólise e na produção de norepinefrina • Impacto negativo na curva de sobrevida • Lipidose hepática • Alteração no metabolismo de fármacos • Balanço proteico negativo e má-nutrição calórico-proteica • Alteração na função intestinal, disbiose e maior risco de translocação bacteriana • Aumento de creatina quinase (CK) • Hipocalemia • Redução na capacidade de cicatrização • Alterações imunológicas/ imunossupressão, linfopenia, neutrofilia, anemia QUADRO 1: efeitos resultantes da anorexia3 ANOREXIA Anamnese Uma anamnese completa e detalhada deve ser realizada, a fim de levantar alterações associadas com o histórico de anorexia (vômito, diarreia, PU/PD), curso de ocorrência (agudo x crônico), histórico prévio de acesso à rua e alterações ambientais, bem como vacinação, uso recente de medicações e doenças sabidamente existentes no prontuário médico do paciente. Avaliação na mudança de rotina do gato, seja de rotina ou dietética, e uso prévio de medicações (prescritas ou não) são dados importantes em serem perguntados, visto que fatores como esse podem estressar o paciente e gerar quadros de anorexia1,4. Exame físico Os dados de anamnese aliados a um exame físico minucioso irão determinar a extensão dos exames complementares necessários, bem como delinear a terapêutica mais adequada. Avaliação hematológica e bioquímica Avaliação hematológica completa, além de avaliação bioquímica (incluindo glicemia, avaliação renal e hepática completas), eletrolítica e teste para detecção de retroviroses (FIV/FeLV) devem ser solicitados. Exames de imagem Naqueles animais nos quais os exames laboratoriais não indiquem um fator causal para a anorexia, exames de imagem devem ser solicitados. Exame ultrassonográfico em gatos com manifestações gastrintestinais (vômito, diarreia, perda de peso), além de exame radiográfico de tórax em gatos com alterações respiratórias avaliadas no exame físico ou obtenção de histórico são indicados. • Antibióticos (penicilinas, sulfas/trimetoprim, doxiciclina, eritromicina, cefalexina) • Metimazol • Metronidazol • Uso errôneo de AINEs • Opioides (em especial a morfina, por causar náusea) • Quimioterápicos (vincristina, ciclofosfamida) • Diuréticos • Antifúngicos ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DO PACIENTE COM ANOREXIA A anorexia é uma manifestação bastante comum e, por ser inespecífica, exige uma abordagem ampla. QUADRO 2: medicações que podem causar anorexia em gatos5. A avaliação nutricional, incluindo o peso corpóreo, escore de condição corporal (ECC), escore de condição muscular (ECM) e histórico dietético, deve ser realizada. O manejo nutricional só pode ser corretamente planejado após a obtenção dessas informações6. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL – O 5º SINAL VITAL FIGURA 1: escore de condição muscular. Fonte: https://wsava.org/wp-content/uploads/2020/08/Body-Condition-Score-cat-updated-August-2020.pdf CLASSIFICAÇÃO DA CONDIÇÃO CORPORAL ACIMA DO IDEALABAIXO DO IDEAL 7 95 IDEAL 1 3 Para mais informações e ferramentas para o planejamento nutricional, consulte o comitê global de nutrição da WSAVA (https://wsava.org/global-guidelines/global-nutrition-guidelines/ ) Escore Avaliação da condição muscular 0 Na palpação da coluna, escápula, crânio e asa do íleo, existe acentuada perda muscular. 1 Na palpação da coluna, escápula, crânio e asa do íleo, existe moderada perda muscular. 2 Na palpação da coluna, escápula, crânio e asa do íleo, existe discreta perda muscular. 3 Na palpação da coluna, escápula, crânio e asa do íleo, a musculatura é normal. FIGURA 2: escore de condição muscular. Fonte: https://wsava.org/wp-content/uploads/2020/01/Muscle-Condition-Score-Chart-for-Cats.pdf TABELA 1: critérios para o escore de condição muscular. Massa muscular normal Massa muscular normal Perda moderada de massa muscular Perda moderada de massa muscular Perda discreta de massa muscular Perda de massa muscular Perda importante de massa muscular Perda intensa de massa muscular PeleTecido gorduroso ESCORE 3 A B ESCORE 1 C ESCORE 2 ESCORE 0 D Músculo Osso • Perturbação ou mudança súbita no ambiente que o gato alimenta-se: modificação do local de alimentação, mudança súbita de dieta, local com muitos gatos e/ou ruídos • Novos gatos ou humanos em casa • Novas dietas e aversão ao alimento • Modificação na rotina do proprietárioou na interação social durante alimentação • Modificação na textura e/ou formato do alimento: gatos habituam-se em demasia ao tipo/formato e odor da dieta. Evite mudanças súbitas! Gatos são particularmente sensíveis aos fatores estressores ambientais e mudança de rotina, exigindo atenção especial aos dados obtidos no histórico. FATORES QUE AFETAM O APETITE NÃO LIGADOS A DOENÇAS O FENÔMENO DE AVERSÃO AO ALIMENTO O fenômeno de aversão ao alimento ocorre quando o paciente associa náusea, dor ou outra sensação desprazerosa da doença de base com o ato de comer, ou com o odor do alimento usado na ocasião. TABELA 2: pontos importantes que podem alterar o apetite dos gatos. Pode ocorrer durante a doença causadora da anorexia, bem como resultar da alimentação forçada. Mesmo após a correção da doença de base, a aversão mantém-se por curto prazo, e em alguns casos, permanentemente. Visto isso, é de vital importância não oferecer alimentos para gatos nauseados e/ou com desconforto, particularmente em ambientes hospitalares, visando minimizar a ocorrência da aversão. O tratamento da náusea e dor, antes de iniciar a alimentação ou oferecer um novo alimento, também são fundamentais nesse contexto1,4,5. CONSIDERAÇÕES PARA PACIENTES HOSPITALIZADOS O medo e o estresse podem inibir o apetite em gatos hospitalizados. Uma ambientação calma e uso de cuidados de enfermagem e técnicas de contenção amigáveis são essenciais no manejo do gato com anorexia. Com o desenvolvimento de programas de impacto global na melhoria de saúde e bem-estar felinos, como o Cat Friendly Practice, da associação americana de veterinários de felinos, o acesso à informação ficou muito mais acessível a todo o público veterinário. Para mais informações sobre o programa Cat Friendly Practice: www.catvets.com Em animais hospitalizados e inapetentes há menos de 48 - 72 horas, possibilitados em ingerir espontaneamente alimento, sem evidência de doença sistêmica grave que exija intervenção nutricional imediata, algumas técnicas e melhorias do ambiente de internação devem ser aplicadas, conforme o quadro 3. QUADRO 3: dicas e cuidados com o felino hospitalizado. • NÃO OFEREÇA alimentos a gatos nauseados ou com dor. • Ofereça pequenas porções de alimento, diversas vezes ao dia. Ofereça o alimento por curtos períodos, e após a ingestão, retire-a da gaiola (preferencialmente após medicações para náusea e dor, quando necessárias, terem sido realizadas). • Reduza os ruídos externos (barulhos de portas de gaiolas, cães, conversas em tom alto etc.). • Mantenha a vasilha de comida o mais distante possível da caixa de areia. • Não realize mudanças súbitas de dieta. Se possível, use a mesma dieta que o animal está habituado a comer em casa. • Mantenha uma rotina consistente na internação. Minimize o manuseio do paciente nos atos de alimentar, pesar, medicar e realizar a limpeza da gaiola. • Permita que o gato sinta o gosto da dieta. Passar uma diminuta quantidade de dieta úmida próximo ao canto da boca ou na face plantar dos membros anteriores, fazendo com que o paciente lamba a dieta, pode estimular uma continuidade na ingestão do alimento. • Aumente a palatabilidade do alimento: amorne o alimento, ou use caldos ricos em proteína/gordura para palatabilizar o alimento, quando a doença de base permite tal intervenção (caldo de galinha, caldo de carne, uma diminuta quantidade de azeite de oliva). • Alguns gatos aumentam a ingestão alimentar com interação social, melhorando o apetite ao comer diretamente da mão do proprietário ou veterinário responsável pela internação, bem como aumentam a ingestão quando acariciados. Aproveite isso! • Crie um ambiente reservado para que o gato não se sinta exposto enquanto come; isso pode ser feito com o auxílio de uma toalha ou caixa de papelão. • Evite o uso de colares elisabetanos ou outros tipos de proteção de cabeça e pescoço. MANEJO DA ANOREXIA: UMA ABORDAGEM MULTIMODAL Manejo farmacológico da náusea Manejo e controle da dor Estímulo farmacológico - OREXÍGENOS Corrigir a hidratação e possíveis desequilíbrios eletrolíticos associados à anorexia são importantes, mas frequentemente superestimados, e não deve constituir a única intervenção (ou a mais rapidamente praticada) na abordagem ao paciente anorético. Especial atenção aos níveis de potássio e cálcio é recomendada. Hidratação e correção eletrolítica A analgesia é um importante ponto a ser pensado, visto que a manifestação de dor na espécie felina é subestimada. Enquanto a causa da anorexia ainda é desconhecida, implementação de analgesia é recomendada. Os opioides constituem a classe mais importante de fármacos a se implementar, com a metadona, butorfanol e o tramadol (dose máxima de tramadol utilizada pelo autor é de 2 mg/kg/BID) sendo as opções mais comumente utilizadas no mercado nacional. O uso de fármacos estimulantes de apetite é uma das bases das intervenções terapêuticas em gatos anoréticos. A ciproeptadina foi utilizada por muito tempo em gatos, com eficácia variável, mas sem nenhum estudo científico validando seu uso na espécie. É um antagonista serotoninérgico (5-HT) e anti-histamínico, com dosagem variável de 1 a 2 mg/gato uma a duas vezes ao dia. O efeito orexígeno ocorre do antagonismo de receptores 5-HT2 no hipotálamo ventromedial, com efeitos colaterais variáveis incluindo sedação, hiperexcitação paradoxal ou efeitos anticolinérgicos. A ciproeptadina pode levar alguns dias para alcançar níveis plasmáticos aceitáveis, tendo metabolismo hepático e excreção renal (sendo necessário o ajuste de doses em disfunções hepatobiliares ou renais)11. A náusea é uma causa comum de disorexia e anorexia no paciente felino. Doenças gastrintestinais, como enterites, colangites e pancreatite, bem como doença renal crônica e neoplasias intestinais são comuns causadores de náusea e consequente anorexia em gatos7. A metoclopramida (um antagonista dopaminérgico) foi por muito tempo utilizada como antiemético em gatos. No entanto, gatos não possuem receptores dopaminérgico na zona deflagradora de quimiorreceptores, tornando essa molécula pouco aplicável no controle da náusea e vômito em gatos7. A ondansetrona Emedron® (antagonista serotoninérgico) é um potente antiemético com boa aplicabilidade na espécie felina. Estudos recentes mostram um tempo de meia vida curto (cerca de 1 hora), fazendo com que esse fármaco seja utilizado pelo menos 3 vezes ao dia (1mg/kg PO ou IV, a cada 8 horas)8. O maropitant é outra opção de antiemético com excelente aplicabilidade e eficáca. O fármaco possui estudos de segurança e eficácia demonstrando efeitos na dose de 1mg/kg uma vez ao dia9. Quando administrado em gatos com doença renal crônica diariamente, por duas semanas, comprovadamente reduziu os quadros de vômitos, mas sem alterar o peso ou melhorar o apetite10. Em animais sabidamente hepatopatas, a dose recomendada é de 2 mg/gato a cada 72 horas15. MIRTAZAPINA QUADRO 4: quando considerar os estimulantes do apetite? • Por curto período, durante o período de avaliação diagnóstica. • Para inapetência moderada, sem nenhum impedimento físico de preensão, mastigação e ingestão. • Quando causas ambientais ou comportamentais de anorexia forem as suspeitas. • Quando tentar minimizar a aversão ao alimento após a causa de base ter sido resolvida. • No suporte nutricional ao gato com enfermidade crônica (doença renal crônica, FIV/FeLV) ou com neoplasias, recebendo tratamento paliativo. O estimulante mais utilizado para a espécie, na atualidade, é a mirtazapina. Trata-se de um antidepressivo com antagonismo serotoninérgico e antagonismo pré-sináptico de receptores2. O antagonismo pré-sináptico aumenta a concentração de norepinefrina, que age em outros receptores gerando o estímulo do apetite. Por antagonizar receptores 5-HT2, resulta em estímulo do apetite via núcleo hipotalâmico. Além do estímulo doapetite, o antagonismo de receptores 5-HT3 adiciona o benefício de combater a náusea e gerar propriedade antiemética (sendo mais um benefício associado à essa molécula). No entanto, isso NÃO EXIME o uso de medicações antieméticas quando o quadro de base exigir11. Estudos de farmacocinética e farmacodinâmica na espécie felina já mostraram excelente efeito orexígeno, com doses mais altas (muito usadas no início da aplicação da molécula na medicina felina) sendo associadas a efeitos colaterais (excitação, tremores, sedação, vocalização)12,13. Possui metabolização hepática e eliminação renal, com dose preconizada de 2 mg/gato a cada 24-48 horas13. A mirtazapina foi extensamente estudada em animais com doença renal crônica, sendo um excelente estimulante de apetite para gatos com essa enfermidade, mas com aumento no tempo de meia vida da molécula, trazendo a dose de 2 mg/gato a cada 48 horas como a recomendada para essa situação14. Fonte: Adaptado de Agnew & Korman, 2014 MÉTODOS DE ALIMENTAÇÃO ENTERAL - QUANDO INTERVIR? O suporte nutricional deve ser planejado e instituído se a anorexia tiver mais de 3 a 5 dias de ocorrência, mesmo com as medidas de suporte realizadas (tratamento da náusea e dor, correção da hidratação e equilíbrio eletrolítico) e o manejo da causa de base estiver corretamente instituído. Também deve-se planejar e instituir um método de alimentação enteral em pacientes que se encaixem nos seguintes critérios: Entre os métodos de alimentação enteral, a alimentação forçada possui aplicabilidade limitada, visto que a maioria dos gatos reluta o ato, além de ser bastante estressor, não atingir os requerimentos calóricos diários e aumentar a chance de ocorrência de aversão ao alimento. • Perda de mais de 10% do peso corpóreo nas últimas duas semanas. • Pacientes caquéticos, com inabilidade em consumir a quantidade adequada de calorias diárias. • Pacientes com enfermidades associadas à perda proteica (peritonite, piotórax). • Pacientes com condições crônicas (doença renal crônica, FIV/FeLV) ou com neoplasias, em fase avançada, recebendo cuidados paliativos. • Pacientes que não possuem previsão de ingerir adequada quantidade de calorias nos próximos 3 a 5 dias. QUADRO 6: calculando o montante dietético. • REB (kcal/d) = 30 X Peso (kg) + 70 [em gatos < 2 kg] ou REB (kcal/d) = 70 X (Peso kg)0,75 [gatos > 2 kg] • Necessidade hídrica: 50 mL / kg/dia (volume água contido na dieta) • Iniciar com 50% do volume no dia 1; 70% do volume no dia 2; 90% no dia 3 • Dividir o montante total em, no mínimo, 4 a 6 refeições diárias • Não exceder 20-25 mL/kg/refeição (cerca de 50% da capacidade gástrica do gato adulto) Os demais métodos de nutrição enteral, pontuando-se suas vantagens e desvantagens, podem ser visualizados na tabela abaixo. Método de nutrição enteral Indicações/ vantagens Contraindicações/ Desvantagens Sonda nasoesofágica • Indicado para uso em curto prazo (até 3 dias) • Colocação rápida e fácil • Não exige anestesia geral • Baixo custo • Contraindicado em pacientes com trauma ou lesões nasais, comatosos, com doença esofágica ou com inabilidade em deglutir • Exige alimentações liquefeitas • Desconfortável Sonda esofagostomia • Fácil colocação, com rápido período anestésico necessário • Confortável para o paciente • Permite uso de alimentos mais concentrados, e em maior quantidade • Remoção precoce gera mínimo risco ao paciente • Uso por longo período • Menor custo (comparado à sonda de gastrostomia) • Contraindicado em animais com doença esofágica, trauma/lesão cervical Sonda gastrostomia (colocação por endoscopia ou laparotomia) • Oferece uma modalidade de nutrição por longos períodos • Permite uso de alimentos mais concentrados, e em maior quantidade • Necessita equipamento específico e maior período anestésico • Contraindicado em animais com doença gástrica • Remoção precoce gera risco ao paciente • Maior custo SOLUÇÕES AGENER PARA GATOS LINHA ANTIMICROBIANOS LINHA INJETÁVEIS PROTETOR ESTOMACAL LINHA DOR SUPLEMENTO PARA ARTICULAÇÃO Saiba mais Saiba mais Dica: os protetores gástricos são muito prescritos na rotina clínica com o objetivo de prevenir e tratar desordens ulcerativas. EXCLUSIVOS PARA GATOS Lançamento 40 mg ® Cloridrato de Tramadol ® Cloridrato de Tramadol ® Cloridrato de Tramadol 12 mg Saiba maisSaiba mais Saiba mais Saiba mais A 1a MIRTAZAPINA ORAL PARA GATOS Estimula o apetite e o ganho de peso do paciente felino com anorexia e hiporexia. Benefícios Segurança e eficácia: dosagem precisa em 1 único comprimido Conveniência: comprimidos pequenos e palatáveis Posologia e modo de usar 1 comprimido, por via oral, a cada 48 horas, por até 3 semanas consecutivas* *ou a critério do médico veterinário (segundo estudos de segurança e eficácia realizados pela Agener União Saúde Animal) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 www.agener.com.br SAC: 0800 701 1799 Material dirigido unicamente aos profissionais médicos veterinários e equipe de vendas. QR CODE para acesso ao vídeo de Mirtz® REFERÊNCIAS: 1. Forman MA; Anorexia. In: Ettinger SJ, Feldman EC, Côté E: Textbook of veterinary internal medicine, Elsevier 8th ed., 2017; p. 97 – 100. 2. Zoran DL. The carnivore connection to nutrition in cats. JAVMA v. 221, n.11, 2002; p.1559 – 1567. 3. Chan D. The innapetent hospitalized cat. J Feline Med Surg 2009; 11, 925-933. 4. Wexler-MitchellE. Anorexia. In: Norsworthy G. Feline Patient, Wiley-Blackwell 5th ed., 2018; p. 166-170. 5. Michel KE. Management of anorexia in the cat. J Feline Med Surg. 2001; 3:3–8. 6. Freeman L, et al. WSAVA nutritional assessment guidelines; J Feline Med Surg 2011. 13, 516 – 525. 7. Batchelor DJ, et al. Mechanisms, causes, investigation and management of vomiting disorders in cats: a literature review. J feline Med Surg 2014; 15(4) 237-265. 8. Quimby JM, et al. Oral, subcutaneous, and intravenous pharmacokinetics of ondasetronin healthy cats. J Vet Pharmacol Ther. 2014; 37:348–353. 9. Hickman MA, et al. Safety, pharmacokinetics and use of the novel NK-1 receptor antagonist maropitant (Cerenia) for the prevention of emesis and motion sickness in cats. J Vet Pharmacol Ther. 2008; 31:220–229. 10. 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