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ANOREXIA EM GATOS

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Alexandre G. T. Daniel, MV, Msc., DipABVP (Feline Practice)
ABVS® - American Board Certified Feline Specialist
Consultoria e atendimento especializado em medicina felina
Proprietário da Gattos Medicina Felina® e da plataforma CatExpert®
Cat Friendly Practice Committee - American Association of Feline Practitioners
Membro da Academy of Feline Practitioners - International Society of Feline Medicine
ABORDAGEM DIFERENCIAL 
E TERAPÊUT ICA
ANOREXIA EM GATOS
ANOREXIA
É uma das queixas mais comuns dos proprietários, sendo 
frequentemente um dos primeiros sintomas que levam 
os gatos ao atendimento veterinário. 
É uma manifestação inespecífica, com uma miríade 
de diferentes e possíveis causas. Visto isso, além de 
minuciosa anamnese e exame físico, uma avaliação 
laboratorial completa e exame de imagem usualmente 
são necessários. 
O controle da causa base, bem como de fatores 
perpetuadores, é de vital importância. 
O uso de estimulantes de apetite e escolha do momento/ 
tipo de suporte enteral são fundamentais.
Anorexia primária: 
Situações onde o animal é incapaz 
de sentir o odor do alimento 
(anosmia), com alterações 
primárias no sistema nervoso 
central, diretamente localizadas 
no centro da fome (neoplasias, 
lesões traumáticas etc.) ou causas 
comportamentais (mudança 
súbita de dieta, elevado nível de 
estresse no ambiente, mudança 
de ambiente, ansiedade, espaço 
inadequado, medo etc.).
Pseudoanorexia: 
Situações onde o animal tenha 
fome, mas seja incapaz de realizar 
a preensão do alimento ou esteja 
relutante em se alimentar. 
Causas de pseudoanorexia incluem 
doença oral grave (com odinofagia 
associada, como neoplasias, 
fraturas de mandíbula e maxila, 
luxações), alterações neurológicas 
que impossibilitem a preensão do 
alimento (luxação de mandíbula, 
paralisia de hipoglosso, paralisia 
trigeminal), doença retrobulbar etc.
Anorexia secundária: 
Doenças primárias (usualmente 
sistêmicas) que gerem, entre seus 
sintomas, a anorexia. Sendo assim, 
a anorexia ocorre secundariamente 
a uma doença de base. É a causa 
mais comum de anorexia na espécie 
felina, tendo entre as principais (mas 
não únicas) causas: gastrintestinais 
(gastrites/enterites, neoplasias, 
hepatopatias e pancreatopatias), 
doença renal crônica, dor, doenças 
infecciosas (retroviroses, entre 
outras), distrição respiratória 
(doenças pulmonares e/ou 
cardíaca), anorexia secundária ao 
uso de fármacos, endocrinopatias, 
anemias, intoxicações etc.
DEFINIÇÃO DA ANOREXIA 
E CARACTERÍSTICAS 
NUTRICIONAIS DOS FELINOS
A anorexia é definida pela completa falta de interesse pelo alimento. 
O termo disorexia (ou hiporexia) é usado para descrever a redução do apetite1.
Os tipos de anorexia podem ser divididos em três grandes grupos:
Gatos possuem características nutricionais ímpares derivadas do carnivorismo estrito, com maior 
requerimento proteico/aminoácidos que qualquer outra espécie doméstica, além de inabilidade 
em regular o ciclo da ureia de acordo com a demanda proteica e limitada habilidade em conservar 
proteína corpórea. Em situações onde a nutrição seja inadequada, existe mobilização primariamente 
de proteína para produção de energia2.
Em gatos idosos também encontram-se particularidades únicas dentro da espécie felina, com aumento 
do nível de metabolismo e redução da capacidade de digerir e absorver proteínas e gorduras, quando 
comparados a animais jovens/adultos, além de apresentarem perda fisiológica de massa muscular (sarcopenia).
• Alterações metabólicas: 
hiper/hipoglicemia, 
hiperlactatemia, 
hipercortisolemia, aumento 
na proteólise e na 
produção de norepinefrina
• Impacto negativo 
na curva de sobrevida
• Lipidose hepática
• Alteração no 
metabolismo 
de fármacos
• Balanço proteico 
negativo e má-nutrição 
calórico-proteica
• Alteração na função 
intestinal, disbiose 
e maior risco de 
translocação bacteriana
• Aumento de creatina 
quinase (CK)
• Hipocalemia
• Redução na 
capacidade 
de cicatrização
• Alterações imunológicas/ 
imunossupressão, 
linfopenia, neutrofilia, 
anemia
QUADRO 1: efeitos resultantes da anorexia3
ANOREXIA
Anamnese
Uma anamnese completa e detalhada deve ser realizada, a fim de levantar alterações 
associadas com o histórico de anorexia (vômito, diarreia, PU/PD), curso de ocorrência 
(agudo x crônico), histórico prévio de acesso à rua e alterações ambientais, bem como 
vacinação, uso recente de medicações e doenças sabidamente existentes no prontuário 
médico do paciente. Avaliação na mudança de rotina do gato, seja de rotina ou dietética, 
e uso prévio de medicações (prescritas ou não) são dados importantes em serem 
perguntados, visto que fatores como esse podem estressar o paciente e gerar quadros 
de anorexia1,4.
Exame físico
Os dados de anamnese aliados a um exame físico minucioso irão determinar a extensão 
dos exames complementares necessários, bem como delinear a terapêutica mais adequada.
Avaliação hematológica e bioquímica
Avaliação hematológica completa, além de avaliação bioquímica (incluindo glicemia, 
avaliação renal e hepática completas), eletrolítica e teste para detecção de retroviroses 
(FIV/FeLV) devem ser solicitados.
Exames de imagem 
Naqueles animais nos quais os exames laboratoriais não indiquem um fator causal para 
a anorexia, exames de imagem devem ser solicitados. Exame ultrassonográfico em gatos 
com manifestações gastrintestinais (vômito, diarreia, perda de peso), além de exame 
radiográfico de tórax em gatos com alterações respiratórias avaliadas no exame físico 
ou obtenção de histórico são indicados.
• Antibióticos (penicilinas, sulfas/trimetoprim, doxiciclina, eritromicina, cefalexina)
• Metimazol
• Metronidazol
• Uso errôneo de AINEs
• Opioides (em especial a morfina, por causar náusea)
• Quimioterápicos (vincristina, ciclofosfamida)
• Diuréticos
• Antifúngicos
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA 
DO PACIENTE COM ANOREXIA
A anorexia é uma manifestação bastante comum e, por ser inespecífica, 
exige uma abordagem ampla.
QUADRO 2: medicações que podem causar anorexia em gatos5.
A avaliação nutricional, incluindo o peso corpóreo, escore de condição corporal (ECC), 
escore de condição muscular (ECM) e histórico dietético, deve ser realizada. O manejo 
nutricional só pode ser corretamente planejado após a obtenção dessas informações6.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
– O 5º SINAL VITAL
FIGURA 1: escore de condição muscular. 
Fonte: https://wsava.org/wp-content/uploads/2020/08/Body-Condition-Score-cat-updated-August-2020.pdf
CLASSIFICAÇÃO DA CONDIÇÃO CORPORAL
ACIMA DO IDEALABAIXO DO IDEAL
7 95
IDEAL
1 3
Para mais informações e ferramentas para o planejamento nutricional, consulte o comitê global de nutrição da WSAVA 
(https://wsava.org/global-guidelines/global-nutrition-guidelines/ )
Escore Avaliação da condição muscular
0 Na palpação da coluna, escápula, crânio e asa do íleo, existe acentuada perda muscular.
1 Na palpação da coluna, escápula, crânio e asa do íleo, existe moderada perda muscular.
2 Na palpação da coluna, escápula, crânio e asa do íleo, existe discreta perda muscular.
3 Na palpação da coluna, escápula, crânio e asa do íleo, a musculatura é normal.
FIGURA 2: escore de condição muscular.
Fonte: https://wsava.org/wp-content/uploads/2020/01/Muscle-Condition-Score-Chart-for-Cats.pdf
TABELA 1: critérios para o escore de condição muscular.
Massa muscular normal
Massa muscular 
normal
Perda moderada de massa muscular
Perda moderada 
de massa muscular
Perda discreta de massa muscular
Perda de massa 
muscular
Perda importante de massa muscular
Perda intensa 
de massa muscular
PeleTecido gorduroso
ESCORE 3
A B
ESCORE 1
C
ESCORE 2
ESCORE 0
D
Músculo
Osso
• Perturbação ou mudança súbita no ambiente que o gato alimenta-se: modificação do local 
de alimentação, mudança súbita de dieta, local com muitos gatos e/ou ruídos
• Novos gatos ou humanos em casa
• Novas dietas e aversão ao alimento
• Modificação na rotina do proprietárioou na interação social durante alimentação
• Modificação na textura e/ou formato do alimento: gatos habituam-se em demasia 
ao tipo/formato e odor da dieta. Evite mudanças súbitas!
Gatos são particularmente sensíveis aos fatores estressores ambientais e 
mudança de rotina, exigindo atenção especial aos dados obtidos no histórico.
FATORES QUE AFETAM O APETITE 
NÃO LIGADOS A DOENÇAS
O FENÔMENO DE AVERSÃO 
AO ALIMENTO
O fenômeno de aversão ao alimento ocorre quando o paciente associa náusea, 
dor ou outra sensação desprazerosa da doença de base com o ato de comer, 
ou com o odor do alimento usado na ocasião.
TABELA 2: pontos importantes que podem alterar o apetite dos gatos. 
Pode ocorrer durante a doença causadora da anorexia, bem como resultar da alimentação forçada. Mesmo após 
a correção da doença de base, a aversão mantém-se por curto prazo, e em alguns casos, permanentemente.
Visto isso, é de vital importância não oferecer alimentos para gatos nauseados e/ou com desconforto, 
particularmente em ambientes hospitalares, visando minimizar a ocorrência da aversão. 
O tratamento da náusea e dor, antes de iniciar a alimentação ou oferecer um novo alimento, 
também são fundamentais nesse contexto1,4,5.
CONSIDERAÇÕES PARA 
PACIENTES HOSPITALIZADOS
O medo e o estresse podem inibir o apetite em gatos hospitalizados.
Uma ambientação calma e uso de cuidados de enfermagem e técnicas de contenção amigáveis são essenciais 
no manejo do gato com anorexia. Com o desenvolvimento de programas de impacto global na melhoria de saúde 
e bem-estar felinos, como o Cat Friendly Practice, da associação americana de veterinários de felinos, o acesso 
à informação ficou muito mais acessível a todo o público veterinário. Para mais informações sobre o programa 
Cat Friendly Practice: www.catvets.com
Em animais hospitalizados e inapetentes há menos de 48 - 72 horas, possibilitados em ingerir espontaneamente 
alimento, sem evidência de doença sistêmica grave que exija intervenção nutricional imediata, algumas técnicas 
e melhorias do ambiente de internação devem ser aplicadas, conforme o quadro 3.
QUADRO 3: dicas e cuidados com o felino hospitalizado.
• NÃO OFEREÇA alimentos a gatos nauseados ou com dor.
• Ofereça pequenas porções de alimento, diversas vezes ao dia. Ofereça o alimento por curtos períodos, 
 e após a ingestão, retire-a da gaiola (preferencialmente após medicações para náusea e dor, quando 
 necessárias, terem sido realizadas).
• Reduza os ruídos externos (barulhos de portas de gaiolas, cães, conversas em tom alto etc.).
• Mantenha a vasilha de comida o mais distante possível da caixa de areia.
• Não realize mudanças súbitas de dieta. Se possível, use a mesma dieta que o animal está habituado 
 a comer em casa.
• Mantenha uma rotina consistente na internação. Minimize o manuseio do paciente nos atos de alimentar, 
 pesar, medicar e realizar a limpeza da gaiola.
• Permita que o gato sinta o gosto da dieta. Passar uma diminuta quantidade de dieta úmida próximo 
 ao canto da boca ou na face plantar dos membros anteriores, fazendo com que o paciente lamba 
 a dieta, pode estimular uma continuidade na ingestão do alimento.
• Aumente a palatabilidade do alimento: amorne o alimento, ou use caldos ricos em proteína/gordura 
 para palatabilizar o alimento, quando a doença de base permite tal intervenção (caldo de galinha, 
 caldo de carne, uma diminuta quantidade de azeite de oliva).
• Alguns gatos aumentam a ingestão alimentar com interação social, melhorando o apetite ao comer 
 diretamente da mão do proprietário ou veterinário responsável pela internação, bem como aumentam 
 a ingestão quando acariciados. Aproveite isso!
• Crie um ambiente reservado para que o gato não se sinta exposto enquanto come; isso pode ser feito 
 com o auxílio de uma toalha ou caixa de papelão.
• Evite o uso de colares elisabetanos ou outros tipos de proteção de cabeça e pescoço.
MANEJO DA ANOREXIA: 
UMA ABORDAGEM MULTIMODAL
Manejo farmacológico da náusea
Manejo e controle da dor
Estímulo farmacológico - OREXÍGENOS
Corrigir a hidratação e possíveis desequilíbrios eletrolíticos associados à anorexia são importantes, mas frequentemente 
superestimados, e não deve constituir a única intervenção (ou a mais rapidamente praticada) na abordagem ao paciente 
anorético. Especial atenção aos níveis de potássio e cálcio é recomendada.
Hidratação e correção eletrolítica
A analgesia é um importante ponto a ser pensado, visto que a manifestação de dor na espécie felina é subestimada. 
Enquanto a causa da anorexia ainda é desconhecida, implementação de analgesia é recomendada. Os opioides 
constituem a classe mais importante de fármacos a se implementar, com a metadona, butorfanol e o tramadol 
(dose máxima de tramadol utilizada pelo autor é de 2 mg/kg/BID) sendo as opções mais comumente utilizadas no mercado nacional.
O uso de fármacos estimulantes de apetite é uma das bases das intervenções terapêuticas em gatos anoréticos.
A ciproeptadina foi utilizada por muito tempo em gatos, com eficácia 
variável, mas sem nenhum estudo científico validando seu uso 
na espécie. É um antagonista serotoninérgico (5-HT) 
e anti-histamínico, com dosagem variável de 1 a 2 mg/gato 
uma a duas vezes ao dia. O efeito orexígeno ocorre 
do antagonismo de receptores 5-HT2 no hipotálamo 
ventromedial, com efeitos colaterais variáveis incluindo 
sedação, hiperexcitação paradoxal ou efeitos 
anticolinérgicos.
A ciproeptadina pode levar alguns dias para 
alcançar níveis plasmáticos aceitáveis, tendo 
metabolismo hepático e excreção renal (sendo 
necessário o ajuste de doses em disfunções 
hepatobiliares ou renais)11.
A náusea é uma causa comum de disorexia e anorexia no paciente felino. Doenças gastrintestinais, como enterites, 
colangites e pancreatite, bem como doença renal crônica e neoplasias intestinais são comuns causadores de náusea 
e consequente anorexia em gatos7.
A metoclopramida (um antagonista dopaminérgico) foi por muito tempo utilizada como antiemético em gatos. 
No entanto, gatos não possuem receptores dopaminérgico na zona deflagradora de quimiorreceptores, tornando 
essa molécula pouco aplicável no controle da náusea e vômito em gatos7.
A ondansetrona Emedron® (antagonista serotoninérgico) é um potente antiemético com boa aplicabilidade 
na espécie felina. Estudos recentes mostram um tempo de meia vida curto (cerca de 1 hora), fazendo com que esse 
fármaco seja utilizado pelo menos 3 vezes ao dia (1mg/kg PO ou IV, a cada 8 horas)8.
O maropitant é outra opção de antiemético com excelente aplicabilidade e eficáca. O fármaco possui estudos 
de segurança e eficácia demonstrando efeitos na dose de 1mg/kg uma vez ao dia9. Quando administrado em gatos 
com doença renal crônica diariamente, por duas semanas, comprovadamente reduziu os quadros de vômitos, mas 
sem alterar o peso ou melhorar o apetite10.
Em animais sabidamente hepatopatas, a dose recomendada é de 2 mg/gato 
a cada 72 horas15.
MIRTAZAPINA
QUADRO 4: quando considerar os estimulantes do apetite?
• Por curto período, durante o período de avaliação diagnóstica.
• Para inapetência moderada, sem nenhum impedimento físico de preensão, mastigação e ingestão.
• Quando causas ambientais ou comportamentais de anorexia forem as suspeitas.
• Quando tentar minimizar a aversão ao alimento após a causa de base ter sido resolvida.
• No suporte nutricional ao gato com enfermidade crônica (doença renal crônica, FIV/FeLV) ou com neoplasias, 
 recebendo tratamento paliativo.
O estimulante mais utilizado para a espécie, 
na atualidade, é a mirtazapina. 
Trata-se de um antidepressivo com antagonismo serotoninérgico 
e antagonismo pré-sináptico de receptores2. O antagonismo pré-sináptico 
aumenta a concentração de norepinefrina, que age em outros receptores 
gerando o estímulo do apetite. Por antagonizar receptores 5-HT2, resulta 
em estímulo do apetite via núcleo hipotalâmico. 
Além do estímulo doapetite, o antagonismo de receptores 5-HT3 adiciona 
o benefício de combater a náusea e gerar propriedade antiemética (sendo 
mais um benefício associado à essa molécula). No entanto, isso NÃO EXIME 
o uso de medicações antieméticas quando o quadro de base exigir11.
Estudos de farmacocinética e farmacodinâmica na espécie felina já mostraram 
excelente efeito orexígeno, com doses mais altas (muito usadas no início da aplicação 
da molécula na medicina felina) sendo associadas a efeitos colaterais (excitação, tremores, 
sedação, vocalização)12,13. Possui metabolização hepática e eliminação renal, com dose 
preconizada de 2 mg/gato a cada 24-48 horas13.
A mirtazapina foi extensamente estudada em animais com doença renal crônica, sendo um excelente estimulante 
de apetite para gatos com essa enfermidade, mas com aumento no tempo de meia vida da molécula, trazendo 
a dose de 2 mg/gato a cada 48 horas como a recomendada para essa situação14.
Fonte: Adaptado de Agnew & Korman, 2014
MÉTODOS DE ALIMENTAÇÃO 
ENTERAL - QUANDO INTERVIR?
O suporte nutricional deve ser planejado e instituído se a anorexia tiver mais de 3 a 5 dias 
de ocorrência, mesmo com as medidas de suporte realizadas (tratamento da náusea e dor, 
correção da hidratação e equilíbrio eletrolítico) e o manejo da causa de base estiver 
corretamente instituído. 
Também deve-se planejar e instituir um método de alimentação enteral em pacientes 
que se encaixem nos seguintes critérios:
Entre os métodos de alimentação enteral, a alimentação forçada possui aplicabilidade limitada, visto que a maioria 
dos gatos reluta o ato, além de ser bastante estressor, não atingir os requerimentos calóricos diários e aumentar 
a chance de ocorrência de aversão ao alimento.
• Perda de mais de 10% do peso corpóreo nas últimas duas semanas.
• Pacientes caquéticos, com inabilidade em consumir a quantidade adequada de calorias diárias.
• Pacientes com enfermidades associadas à perda proteica (peritonite, piotórax).
• Pacientes com condições crônicas (doença renal crônica, FIV/FeLV) ou com neoplasias, em fase avançada, 
 recebendo cuidados paliativos.
• Pacientes que não possuem previsão de ingerir adequada quantidade de calorias nos próximos 3 a 5 dias.
QUADRO 6: calculando o montante dietético.
• REB (kcal/d) = 30 X Peso (kg) + 70 [em gatos < 2 kg] ou REB (kcal/d) = 70 X (Peso kg)0,75 [gatos > 2 kg]
• Necessidade hídrica: 50 mL / kg/dia (volume água contido na dieta)
• Iniciar com 50% do volume no dia 1; 70% do volume no dia 2; 90% no dia 3
• Dividir o montante total em, no mínimo, 4 a 6 refeições diárias
• Não exceder 20-25 mL/kg/refeição (cerca de 50% da capacidade gástrica do gato adulto)
Os demais métodos de nutrição enteral, pontuando-se suas vantagens 
e desvantagens, podem ser visualizados na tabela abaixo.
Método de 
nutrição enteral
Indicações/ 
vantagens
Contraindicações/ 
Desvantagens
Sonda 
nasoesofágica
• Indicado para uso em 
 curto prazo (até 3 dias)
• Colocação rápida e fácil
• Não exige anestesia geral
• Baixo custo
• Contraindicado em pacientes 
com trauma ou lesões nasais, 
comatosos, com doença esofágica 
ou com inabilidade em deglutir
• Exige alimentações liquefeitas
• Desconfortável
Sonda 
esofagostomia
• Fácil colocação, com rápido período 
anestésico necessário
• Confortável para o paciente
• Permite uso de alimentos 
mais concentrados, 
e em maior quantidade
• Remoção precoce gera 
mínimo risco ao paciente
• Uso por longo período
• Menor custo (comparado 
à sonda de gastrostomia)
• Contraindicado em animais 
com doença esofágica, 
trauma/lesão cervical
Sonda gastrostomia 
(colocação por 
endoscopia 
ou laparotomia)
• Oferece uma modalidade 
de nutrição por longos 
períodos
• Permite uso de alimentos 
mais concentrados, 
e em maior quantidade
• Necessita equipamento específico 
e maior período anestésico 
• Contraindicado em animais 
com doença gástrica
• Remoção precoce gera risco 
ao paciente
• Maior custo
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LINHA INJETÁVEIS
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prescritos na rotina clínica com o objetivo 
de prevenir e tratar desordens ulcerativas.
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Estimula o apetite e o ganho 
de peso do paciente felino 
com anorexia e hiporexia. 
Benefícios
Segurança e eficácia: 
dosagem precisa em 
1 único comprimido 
Conveniência: 
comprimidos pequenos 
e palatáveis
Posologia e modo de usar
1 comprimido, por via oral, 
a cada 48 horas, por até 
3 semanas consecutivas*
*ou a critério do médico veterinário 
(segundo estudos de segurança e eficácia 
realizados pela Agener União Saúde Animal)
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SAC: 0800 701 1799
Material dirigido unicamente aos profissionais 
médicos veterinários e equipe de vendas.
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REFERÊNCIAS:
1. Forman MA; Anorexia. In: Ettinger SJ, Feldman EC, Côté E: Textbook of veterinary internal medicine, Elsevier 8th ed., 2017; p. 97 – 100. 2. Zoran DL. The 
carnivore connection to nutrition in cats. JAVMA v. 221, n.11, 2002; p.1559 – 1567. 3. Chan D. The innapetent hospitalized cat. J Feline Med Surg 2009; 11, 
925-933. 4. Wexler-MitchellE. Anorexia. In: Norsworthy G. Feline Patient, Wiley-Blackwell 5th ed., 2018; p. 166-170. 5. Michel KE. Management of anorexia in 
the cat. J Feline Med Surg. 2001; 3:3–8. 6. Freeman L, et al. WSAVA nutritional assessment guidelines; J Feline Med Surg 2011. 13, 516 – 525. 7. Batchelor DJ, 
et al. Mechanisms, causes, investigation and management of vomiting disorders in cats: a literature review. J feline Med Surg 2014; 15(4) 237-265. 8. Quimby 
JM, et al. Oral, subcutaneous, and intravenous pharmacokinetics of ondasetronin healthy cats. J Vet Pharmacol Ther. 2014; 37:348–353. 9. Hickman MA, et al. 
Safety, pharmacokinetics and use of the novel NK-1 receptor antagonist maropitant (Cerenia) for the prevention of emesis and motion sickness in cats. J Vet 
Pharmacol Ther. 2008; 31:220–229. 10. Quimby JM, et al. Chronic use of maropitant for the management of vomiting and inappetence in cats with chronic 
kidney disease: a blinded, placebo-controlled clinical trial. J Feline Med Surg 2015; 17(8) 692-697. 11. Agnew W & Korman R. Pharmacological appetite stimu-
lation: rational choices in the inappetent cat. J Feline Med Surg 2014; 6:749-756. 12. Fergurson LE et al. Mirtazapine toxicity study in cats: retrospective study of 
84 cases (2006-2011). J Feline Med Surg 2016; 18(11)868-874. 13. Quimby JM, et al. Studies on the pharmacokinetics and pharmacodynamics of mirtazapine 
in healthy young cats. J Vet Pharmacol Ther. 2011; 34:388–396. 14. Quimby JM & Lunn KF. Mirtazapine as an appetite stimulant and anti-emetic in cats with 
chronic kidney disease: a masked placebo-controlled crossover clinical trial. Vet J. 2013; 197(3) 651-655. 15. Fitzpatrick RL et al. In vivo and in vitro assessment 
of mirtazapine pharmacokinetics in cats with liver disease. J Vet Intern Med 2018; 32(6):1951-1957.

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