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RELATÓRIO VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E INFLUÊNCIA DO PH DO MEIO NA ABSORÇÃO DE FÁRMACOS

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA APLICADA A NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E INFLUÊNCIA DO pH DO MEIO NA ABSORÇÃO 
DE FÁRMACOS 
HELLEN SOARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA – PI 
SETEMBRO/ 2021 
HELLEN SOARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E INFLUÊNCIA DO pH DO MEIO NA ABSORÇÃO 
DE FÁRMACOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA – PI 
SETEMBRO/ 2021 
1 INTRODUÇÃO 
Os fármacos são substâncias químicas de estrutura conhecida que em contato 
com o organismo acarreta alterações das funções biológicas dos seres vivos, ao ligar-se 
com os receptores. Ademais, alguns fármacos são designados como xenobióticos, 
caracterizados por serem sintetizados internamente, uma vez que não existem 
naturalmente no organismo humano, sendo reconhecidos por receptores das 
membranas celulares ou interior das células (SIMÕES, 2013). 
Em relação a obtenção, os fármacos podem ser de origem natural (mineral, 
vegetal e animal) ou de síntese. Quanto a natureza física, à temperatura ambiente podem 
ser encontrados no estado sólido, líquido ou gasoso, podendo influenciar quanto as vias 
de administração (SIMÕES, 2013). Sendo estas vias fundamentada pelas suas 
propriedades e grau de ionização, pelos objetivos terapêuticos desejados (início rápido 
ou lento da ação), pela estrutura química dos fármacos e seus radicais, pela ação restrita 
a determinado local do organismo, pela idade do paciente e pela adesão ao tratamento 
programado (LARINI, 2009). 
As vias de administração podem ser divididas em via enteral (oral, sublingual, 
retal), via vaginal, via parenteral (intravascular: intravenosa e intra-arterial, intramuscular; 
subcutânea, intradérmica, intracardíaca), via tópica (dérmica, trandérmica, intraocular), 
via nasal, via inalatória, via auricular, via intratecal (peridural e subaracnóidea); via 
intraperitônea e via intra-articular. A via oral apresenta como vantagens facilidade para 
administração, baixo custo e método não invasivo; a via sublingual tem como vantagem 
a facilidade de administração, rapidez na absorção, método não invasivo e baixo custo; 
a via retal tem rápida absorção; a via intravenosa tem absorção rápida, obtenção de 
resultados mais seguros, aceita grandes volumes de soluções na sua administração e 
maior precisão em determinar a dose desejada; a via intramuscular tem a ação mais 
rápida da droga, facilidade de visualização e acesso ao músculo e menor custo 
comparada a via endovenosa e a via subcutânea tem absorção lenta e uniforme, efeito 
constante do medicamento, fácil aplicação e permite autoaplicação (SILVA; SVALDI, 
2012). 
Outrora, na absorção as drogas passam da via de administração até a corrente 
sanguínea, sendo distribuída por todo o organismo utilizando sistemas de distribuição 
como vasos sanguíneos e linfáticos, até chegar ao local de ação. Dessa forma, à medida 
que o fármaco vai sendo absorvido existe um aumento da sua concentração na corrente 
sanguínea e outros locais do organismo e diminuição da sua concentração com a sua 
eliminação por metabolização ou excreção (SIMÕES, 2013). 
Em relação aos efeitos do pH na absorção dos fármacos, é importante destacar 
que a maioria deles são ácidos ou bases fracas e têm um ou mais grupos funcionais 
capazes de se ionizarem. Diante disso, os ácidos fracos liberam próton H+, 
proporcionando a formação de ânion, enquanto as bases fracas liberam H+, 
proporcionando a formação de cátion. As formas não ionizadas dos ácidos e bases 
fracas são lipossolúveis e capazes de permear as membranas por difusão passiva, no 
entanto, a carga eletrostática da molécula ionizada leva a um complexo polar, sendo 
incapaz de atravessar a membrana por difusão passiva (LARINI, 2009). 
Diante disso, a concentração da forma permeante de cada fármaco em seu local 
de absorção é determinada pelas concentrações relativas protonadas e não-protonadas, 
sendo determinada pelo pH do local e pela força do ácido ou base representada pelo 
valor pKa. Ademais, este valor pKa corresponde ao valor do pH quando 50% das 
moléculas estão protonadas (LARINI, 2009). 
Mediante o exposto, o objetivo das práticas de via de administração dos fármacos 
foi demonstrar os efeitos sobre tônus postural, respiração e reflexos do coelho de 
midazolam administrado por diferentes vias no vídeo 1 e relacionar as vias de 
administração e suas características de absorção com início, intensidade e duração do 
efeito de um fármaco utilizando mesma dose e espécie no vídeo 2. Enquanto, o objetivo 
da prática de influência do pH do meio na absorção de fármacos foi demonstrar que o 
pH ácido do estômago dificulta a absorção de drogas básicas, além de apresentar que a 
alcalinização do suco gástrico com bicarbonato de sódio facilita a absorção de fármacos 
básicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 METODOLOGIA 
A prática de vias de administração e influência do pH na absorção dos fármacos 
foi realizada por meio de 3 vídeos. No vídeo 1 sobre vias de administração utilizou-se 
seis coelhos e a administração de Midazolam (2 mg/ kg), sendo no coelho 1 por via 
intravenosa (veia lateral na orelha), no coelho 2 por via intramuscular (músculo da pata 
traseira), no coelho 3 por via intraperitoneal, no coelho 4 por via subcutânea, no coelho 
5 por via oral e no coelho 6 por via retal, e após dois e quinze minutos observou-se os 
efeitos provocados em cada animal. 
No segundo vídeo sobre vias de administração utilizou-se quatro ratos machos e 
a administração de Tiopental (30 mg/ mL). O fármaco foi administrado por quatro vias 
diferentes, no rato 1 por via oral, no rato 2 por via subcutânea, no rato 3 por via 
intramuscular e no rato 4 por via intraperitoneal. Sendo importante destacar que cada 
animal tinha uma marcação na cauda correspondente a via de administração do fármaco. 
Após 2, 5 ou até 10 minutos de aplicação da droga observou-se os ratos de acordo com 
a escala de depressão: Grau 00 (comportamento normal), Grau 01 (perda de 
coordenação motora ao caminhar), Grau 02 (perda da postura, mas com reflexo de 
endireitamento bem sucedido), Grau 03 (reflexo de endireitamento presente, mas sem 
sucesso), Grau 04 (anestesia, perda de reflexo de endireitamento), Grau 05 (não reage 
a compressão na cauda). 
No terceiro vídeo sobre a influência do pH na absorção dos fármacos foram 
utilizados dois ratos. O rato 1 foi anestesiado com éter etílico e levado para um 
procedimento cirúrgico. O animal foi preso à mesa cirúrgica e a anestesia foi 
suplementada, então cortou-se os pêlos do abdômen e realizou-se uma incisão na 
parede abdominal, abriu-se a cavidade peritoneal, o estômago foi localizado, introduziu-
se uma sonda oral até o estômago, separou-se o piloro com um fio, o estômago foi 
reposicionado na cavidade e a parede abdominal foi suturada. No rato 1 foi administrada 
Estricnina (50 mg/ kg) por sonda oral e depois bicarbonato de sódio (2%). O rato 2 foi 
anestesiado também com éter etílico e administrou-se Estricnina (50 mg/ kg) por sonda 
oral. Minutos depois observou-se os efeitos desses fármacos nos animais. 
 
 
 
 
 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 Os resultados da prática sobre vias de administração realizada no vídeo 1 estão 
apresentados na Tabela 1 e na Tabela 2. 
Tabela 1 – Efeitos da Midazolam (2 mg/ kg) em coelhos por diferentes vias de 
administração, após 2 minutos. 
Coelho Via de administração Efeitos observados 
1 Intravenosa Redução de reflexo e de respiração 
2 Intramuscular Perda de tônus postural 
3 Intraperitoneal Redução de movimento e de respiração 
4 Subcutânea Aumento da respiração 
5 Oral Perda de tônus postural 
6 Retal Sonolência 
Fonte: Dados de pesquisa. Teresina. 2021. 
 
Tabela 2 – Efeitos da Midazolam (2 mg/ kg) emcoelhos por diferentes vias de 
administração, após 15 minutos. 
Coelho Via de administração Efeitos observados 
1 Intravenosa Sonolência 
2 Intramuscular Redução de reflexo 
3 Intraperitoneal Perda de tônus postural 
4 Subcutânea Permanece respiração acelerada 
5 Oral Mantém o tônus postural 
6 Retal Sonolência 
Fonte: Dados de pesquisa. Teresina. 2021. 
Os efeitos provocados pela Midazolam nos coelhos considerando as diferentes 
vias de administração foram sonolência, redução de reflexo, perda de tônus postural, 
redução de respiração observada por via intravenosa e aceleração da respiração por via 
subcutânea. Tais sinais de sedação são explicados pela ação dos benzodiazepínicos, 
que reduzem a atividade funcional do hipotálamo e córtex, com ação sobre o GABA, 
inibindo o sistema nervoso central e promovendo ação tranquilizante, hipnótica, 
ansiolítica e miorrelaxante (MARQUES; PEREIRA; MARQUES, 2009). 
Duque e Abreu-e-Lima (2005) confirmam o efeito ansiolítico e sedativo do 
midazolam em seus estudos ao utilizarem 0,2 mg/ kg ou 0,3 mg/ kg, além de concluírem 
que o uso oral produz uma rápida e adequada sedação. O estudo desenvolvido por 
Bitencourt et al. (2013) também corroboram com os efeitos ansiolíticos e anestésicos 
dessa droga, tanto por via intranasal como por via intramuscular. No estudo desenvolvido 
por Beier et al. (2013) esse fármaco apresentou anestesia por tempo mais prolongado 
no grupo intramuscular quando comparado ao grupo intranasal. 
O midazolam promove seus efeitos sedativos por agir em receptores GABA, o que 
potencializa os efeitos inibitórios do neurotransmissor GABA no sistema nervoso central. 
Dentre as vantagens deste benzodiazepínico, o mesmo apresenta características 
hidrossolúveis, pode ser aplicado pela via intramuscular, promove mínimos efeitos 
cardiovasculares e possui maior potência e duração de ação mais curta em relação ao 
Diazepam (BEIER et al., 2013). 
A Tabela 3 apresenta os resultados observados no vídeo 2 sobre vias de 
administração, analisando os graus da escala de depressão de cada animal após a 
administração do fármaco. 
Tabela 3 – Efeito do Tiopental (30 mg/ mL) em ratos por diferentes vias de administração, 
de acordo com a escala de depressão. 
Rato Via de 
administração 
Tempo Escala de depressão 
1 Oral 10 minutos Grau 00 
2 Subcutânea 05 minutos Grau 01 
3 Intramuscular 05 minutos Grau 02 
4 Intraperitoneal 02 a 05 minutos Evolui do Grau 01 até 
Grau 05 
Fonte: Dados de pesquisa. Teresina. 2021. 
De acordo com o exposto na Tabela 3, verifica-se efeitos divergentes de acordo 
com a via de administração, assim como em relação ao tempo de reação que foram 
diferentes. É observado que por via oral a reação ocorre de forma mais lenta, o animal 
apresentou Grau 00 na escala de depressão com 10 minutos após administração do 
fármaco. As demais vias apresentaram reação em menos tempo, geralmente 05 minutos, 
exceto na via intraperitoneal, em que podem ser observados efeitos distintos nos ratos a 
partir de 02 minutos após a administração do tiopental. 
O tiopental é bastante utilizado em experimentos animais com o objetivo de induzir 
e manter a anestesia geral (SILVA et al., 2010). Na maioria dos estudos a via de 
administração mais utilizada desse fármaco é a intravenosa e intraperitoneal, com uma 
dose de 40 mg/ kg, valor utilizado no estudo de Dos Santos, com a duração da anestesia 
variando de 5 a 10 minutos. Com uso do tiopental é comum observar a redução dos 
parâmetros clínicos, como ocorreu na presente prática. 
Entre as alterações fisiológicas verificadas na prática, o rato 1 após 10 minutos de 
administrado tiopental apresentou um comportamento normal, o rato 2 após 05 minutos 
apresentou perda da coordenação motora, o rato 3 após 05 minutos teve perda da 
postura e o rato 4 com 02 minutos apresentou redução da movimentação, com 03 
minutos teve perda da coordenação motora, segundos depois perda da postura, nos 
instantes seguintes o reflexo de endireitamento estava presente, mas sem sucesso, 
instantaneamente ocorreu a perda desse reflexo de endireitamento e em 05 minutos 
após a administração do tiopental o rato entrou em total anestesia. Logo, é importante 
destacar que as vias intramuscular e intraperitoneal tiveram efeitos mais rápido porque 
costumam apresentar ação mais rápida da droga (SILVA; SVALDI, 2012). 
Dessa forma, cabe mencionar que o tiopental causa depressão do sistema 
nervoso central, causando efeitos sedativos, hipnóticos e anestésicos gerais. Além disso, 
a utilização desse fármaco dependendo da dose administrada pode induzir a morte por 
depressão bulbar, parada respiratória e colapso cardiovascular (SILVA et al., 2010). 
A Tabela 4 apresenta os efeitos observados em ratos após a aplicação de 
estricnina com ou sem posterior aplicação de bicarbonato de sódio, diretamente 
relacionado com a influência do pH do meio na absorção desses fármacos. 
Tabela 4 – Efeitos da Estricnina (50 mg/kg) e Bicarbonato de sódio (2%) em ratos, após 
anestesia geral com éter etílico 
Rato Administração de Bicarbonato de sódio 
(2%) 
Efeitos observados 
1 Sim Convulsiona 30 minutos 
após receber Bicarbonato 
de sódio (2%) 
2 Não Convulsiona ao receber 
Estricnina e recebe 
Diazepam por via 
intraperitoneal. 
Fonte: Dados de pesquisa. Teresina. 2021. 
 
É verificado na Tabela 4 que os ratos apresentaram respostas diferentes após 
administração da estricnina, sendo importante destacar que isso está relacionado as 
diferentes formas de aplicação dessa droga, assim como referente a influência do pH do 
meio, uma vez que nota-se alteração também referente a aplicação de bicarbonato de 
sódio em apenas um dos ratos. O rato 1 após receber a estricnina não teve alterações 
fisiológicas, diferentemente do rato 2 que convulsionou, fato que pode estar relacionado 
com a separação do piloro no primeiro rato. Assim que convulsiona o rato 2 recebe 
administração de Diazepam por via intraperitoneal, este que é um fármaco 
anticonvulsivante. Em relação ao rato 1, ao receber bicarbonato de sódio (2%) 
convulsiona após 30 minutos. 
A estricnina é um alcalóide tóxico convulsionante como pode ser percebido na 
presente prática. Esse fármaco antagoniza a inibição pós-sináptica no cérebro, mediada 
pelo GABA ou outro tipo de neurotransmissor, ocasiona efeitos agudos e os sinais 
clínicos podem ser observados após um período de 30 minutos a 2 horas, podendo 
também ser letal dependendo da dose administrada. Ademais, as convulsões, dose-
dependentes são cada vez mais frequentes e graves à medida que mais estricnina é 
absorvida pelo animal, causando apneia, anóxia cerebral, perda de consciência e morte 
(MELO; OLIVEIRA; LAGO, 2002). 
A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas, sendo um fator importante 
para a permeabilização das membranas aos fármacos e consequente absorção. Os 
vários compartimentos fisiológicos onde o fármaco poderá ser absorvido têm, entre si, 
valores diferentes de pH, que condicionam o grau de ionização do fármaco e 
consequentemente a sua absorção, no estômago esse valor varia de 1 a 3 (CALHEIROS, 
2013). 
Na presente prática apresentada no vídeo 3, a utilização do bicarbonato de sódio 
alcalinizou o suco gástrico contribuindo para facilitar a absorção do fármaco. Nesse 
sentido, para combater o meio excessivamente ácido do estômago, causado pela 
presença de HCl e pepsina, os antiácidos, que são bases fracas, vão aumentar o pH do 
meio, para tentar neutralizar o HCl gástrico, podendo mesmo ativar o feedback negativo 
e aumentar a secreção, como o que ocorre ao utilizar o bicarbonato de sódio. No entanto, 
o uso de antiácidos deverá ser controlado porque o aumento do valor de pH no estômago 
vai influenciar a absorção de outros fármacos quando ingeridos simultaneamente. Sendo 
importante destacar que o pH não afeta apenas a absorção gástrica, mas também 
interfere a nível renal (CALHEIROS, 2013).4 CONCLUSÃO 
Mediante o exposto, conclui-se que um mesmo fármaco pode apresentar 
respostas diferentes nos animais, de acordo com via de administração da droga, 
podendo ocorrer devido ao fato da ação dos fármacos variarem conforme tipo de 
administração. Além disso, verificou-se que o pH ácido do estômago dificulta a absorção 
de drogas básicas, enquanto a alcalinização do suco gástrico com o bicarbonato de sódio 
facilita o processo de absorção de fármacos básicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BEIER, Suzane L. et al. Efeitos anestésicos da administração intranasal ou 
intramuscular de cetamina S+ e midazolam em pomba-rola (Streptotelia sp.). Pesquisa 
Veterinária Brasileira, v. 33, p. 517-522, 2013. 
 
BITENCOURT, Eduarda H. et al. Efeitos sedativos da associação de Cetamina e 
Midazolam administrados pela via intranasal ou intramuscular em papagaio (Amazona 
aestiva e Amazona vinacea). Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 33, p. 1125-1129, 
2013. 
 
CALHEIROS, Ana Manuel Casanova de Girão. Relação ácido-base na absorção de 
fármacos.Tese de Doutorado. 2013. 
 
DOS SANTOS, Belmira Ferreira. FÁRMACOS USADOS EM AMINAIS DE 
LABORATÓRIO ANESTÉSICOS E ANALGÉSICOS. Dissertação. 
 
DUQUE, Cristiane et al. Midazolam–uma nova alternativa para sedação em 
odontopediatria. Revista Odonto Ciência, v. 20, n. 48, p. 177-186, 2005. 
LARINI, Lourival. Farmacocinética. Fármacos e medicamentos. Cap. 2. p. 36-57. 
Artmed Editora, 2009. 
 
MARQUES, José Antonio; PEREIRA, D. A.; MARQUES, I. C. S. Associação entre 
midazolam e detomidina na medicação pré-anestésica para indução da anestesia geral 
com cetamina em potros. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 
61, p. 1290-1296, 2009. 
 
MELO, Marília Martins; DE OLIVEIRA, Neide Judith Faria; LAGO, Luiz Alberto. 
Intoxicações causadas por pesticidas em cães e gatos. Parte II: amitraz, estricnina, 
fluoracetado de sódio e fluoracetamida, rodenticidas anticoagulantes e 
avermectinas. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e 
Zootecnia do CRMV-SP, v. 5, n. 3, p. 259-267, 2002. 
 
SILVA, Bárbara Tarouco da; SVALDI, Jacqueline Sallete Dei. Administração de 
medicamentos. 2012. 
 
SILVA, Thiago V. et al. Anestesia intraperitoneal com tiopental em gatos Intraperitoneal 
anesthesia with thiopental in cats. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias. 
Cap.109. p.71-75. 2010. 
 
SIMÕES, Ana Cláudia Esgueira. Bases morfológicas e fisiológicas das vias de 
administração, absorção, metabolização e excreção de fármacos. Tese de 
Doutorado. 2013.

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