Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O que são princípios? 1. São preceitos inspiradores ou reitores que presidem e alicerçam um dado conhecimento ou determinada decisão. Em outra perspectiva, os princípios são uma espécie de norma. Nesse caso, convivem com as regras. Assim, a norma é gênero que comporta duas espécies: princípios e regras. 2. Princípios são frutos da história e da tradição da comunidade. O reconhecimento – e a normatividade – de um princípio se dá a partir de sua integração na prática social. 3. No Direito, há princípios que são gerais, abrangendo toda essa ciência (ex.: dignidade da pessoa humana) e outros que dizem respeito a apenas uma disciplina jurídica (ex.: princípio da não culpabilidade no Direito Penal). Quais são os princípios do Direito Eleitoral? 1. No Direito Eleitoral não há consenso doutrinário acerca de um catálogo mínimo de princípios. 2. No entanto, partindo-se da Constituição Federal pode-se indicar os seguintes princípios: Soberania popular (CF, arts. 1º, I, e 14, caput); Republicano (CF, art. 1º, caput); Sufrágio universal (CF, arts. 1º, parágrafo único, e 14, caput); Legitimidade das eleições (CF, art. 14, § 9º); Moralidade para o exercício de mandato (CF, art. 14, § 9º); Probidade administrativa (CF, art. 14, § 9º); Igualdade ou isonomia (CF, arts. 5º, I, e 14, caput); Pluralismo político (CF, art. 1º, V); Liberdades de expressão e informação (CF, art. 5º, IV). Soberania Popular 6. Soberania popular: diz-se soberano o poder que não está sujeito a nenhum outro. Realmente, o poder soberano emana do povo: todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente (CF, art. 1o, parágrafo único). A soberania popular é concretizada pelo sufrágio universal, pelo voto direto e secreto, plebiscito, referendo e iniciativa popular (CF, art. 14, caput). Princípio republicano 1. há dois sentidos atribuídos a esse princípio: o primeiro está ligado às formas de governo, em que tanto o chefe do Poder Executivo quanto os membros do Legislativo cumprem mandato popular (periódico); o segundo sentido se refere à tomada de decisões com base na racionalidade, objetividade e impessoalidade, sendo repudiados quaisquer privilégios ou distinções de pessoas, classes, grupos ou instituições sociais. Impõe, ainda, haja transparência e publicidade nos atos estatais. Veda, ademais, que o Estado seja gerido tal qual o patrimônio privado da autoridade pública (= patrimonialismo) – que o usa de forma discricionária e em proveito próprio para atingir fins meramente pessoais e não coletivos. Aqui, portanto, o princípio enfocado não tolera o abuso de poder político, em que recursos públicos são empregados em prol de determinada candidatura, partido ou grupo político, de modo a carrear ao beneficiário vantagens indevidas na disputa eleitoral frente aos demais concorrentes. Sufrágio universal 1. sufrágio é o direito de votar e de ser votado. Importante dizer, porém, que tal direito não é a todos indistintamente atribuído, mas somente às pessoas que preencherem determinados requisitos. Nos termos do art. 14, §§ 1° e 2°, da Constituição, ele só é reconhecido: (a) a brasileiros natos ou naturalizados; (b) maiores de 16 anos; (c)q̊ue não estejam no período de regime militar obrigatório (conscritos). O sufrágio pode ser universal ou restrito, igual ou desigual: Sufrágio universal é aquele em que o direito de votar é atribuído ao maior número possível de nacionais. Sufrágio restrito: pode ser de três espécies: Censitário: voto por renda. Cultural ou capacitário: fundado na capacidade intelectual dos indivíduos. Masculino Sufrágio igual – é o que observa o princípio da isonomia ou igualdade, sendo os cidadãos equiparados, igualados, colocados no mesmo plano. Sufrágio desigual – é o que admite a superioridade de determinados eleitores. Ocorre, por exemplo, quando um eleitor pode votar mais de uma vez em razão de suas qualidades pessoais. Legitimidade e normalidade das eleições 1. A legitimidade das eleições é princípio inscrito no art. 14, § 9°, da Constituição Federal. Legítimas e normais são as eleições em que houve a observância do arcabouço jurídico-normativo inerente ao processo eleitoral. Moralidade: 1. Ser probo, honesto, integro. 2. Ressalte-se que não é qualquer desvio moral que autoriza a criação de hipótese de inelegibilidade. Por se tratar de direito fundamental, a cidadania passiva não pode ser limitada com base em fatos de pouca importância, tampouco por apreciações demasiado moralistas e subjetivas. Ao contrário, há mister que a transgressão seja relevante, que afete um padrão ético-moral objetivo e importante para a vida da comunidade. Igualdade ou isonomia 1. A todos os residentes no território brasileiro deve ser deferido o mesmo tratamento jurídico – a menos que o tratamento diferenciado reste plena e racionalmente justificado. Pluralismo político 1. Se refere pluralismo partidário; pluralismo econômico (é “assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica”); pluralismo de ideias; pluralismo cultural, etc. Liberdade de expressão 1. É vedada a censura. 2. Também abarca a abstenção, ou melhor, a faculdade de não se manifestar ou não se expressar (as pessoas tem o direito de se abster).
Compartilhar