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Teoria da Argumentação Jurídica - Comunicação e Discurso

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TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
U2 – TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
U2S1 – Comunicação e discurso jurídico
ÉTTORE DE LIMA
DIÁLOGO ABERTO
Compreender a importância do Direito como 
mediador de conflitos na sociedade.
Conhecer a noção de dissenso e compreender 
de que maneira ela desencadeia pontos de vista 
conflitantes sobre um mesmo problema.
Conhecer o modo como a retórica trata a 
argumentação conhecer e saber manipular os 
três elementos que envolvem o ato retórico 
(lógos, éthos e páthos).
TÓPICOS
Tópicos 
importantes para 
que você aprenda a 
construir discursos 
argumentativos 
consistentes.
Os três elementos 
essenciais da 
retórica (orador, 
auditório e 
argumentação).
As condições para 
a adesão de um 
argumento.
Os conceitos de 
lógos, éthos e 
páthos.
A argumentação 
objetiva e 
subjetiva.
COMUNICAÇÃO E MODUS OPERANDI
O homem se comunica, pois essa é 
uma atividade intrínseca a ele, que 
lhe permite interagir com o outro e 
com a sociedade da qual ele faz parte, 
e é nessa relação de alteridade que 
ele se constitui como sujeito.
Essa comunicação ocorre através de 
uma estrutura específica, ou seja, ela 
tem um modus operandi. Essa 
expressão latina significa o modo ou a 
forma de se operar ou realizar alguma 
coisa.
COMUNICAÇÃO E MODUS OPERANDI
Emissor (locutor, 
enunciador): aquele que 
estabelece o contato com o 
outro, que produz o 
enunciado.
Receptor (alocutário, 
enunciatário): aquele que 
participa do ato 
comunicativo, aceitando ou 
rejeitando o contato.
Mensagem: é o conteúdo, 
aquilo que o emissor deseja 
comunicar ao receptor.
Canal: é o meio pelo qual 
se estabelece a 
comunicação, bem como o 
código utilizado para isso 
(que pode ser verbal ou 
não).
Ruído: todo e qualquer 
obstáculo que pode 
impedir a comunicação. Ele 
pode estar ligado a 
qualquer um dos 
elementos do modus 
operandi: emissor, receptor, 
mensagem e canal.
COMUNICAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO
O Direito se coloca como o 
mediador de conflitos, a 
ferramenta por meio da 
qual os homens 
estabelecem certas regras 
para promover uma 
convivência relativamente 
harmoniosa na sociedade.
Não significa que o dissenso 
simplesmente desapareça 
com as normas jurídicas, 
mas apenas que um 
posicionamento é tomado 
como regra e os cidadãos, 
concordando ou não com 
essa regra, devem obedecê-
la, pois caso não o façam, 
podem estar sujeitos às 
penas da lei.
Na luta por regulamentação 
dos princípios e valores que 
devem guiar a vida em 
sociedade, a argumentação, 
ou mais precisamente a 
retórica, é a arma 
fundamental. Argumentar é 
“construir um discurso que 
tem a finalidade de 
persuadir”.
ORADOR
Uma pessoa pode afirmar que tem determinadas qualidades, mas a 
imagem que se fará sobre ela é determinada não pelo que ela diz 
sobre si mesma, mas sim pelo que ela diz sobre o mundo e pelo modo 
como ela faz isso. É essa imagem que, na retórica, é chamada de éthos 
e que, na argumentação, caracteriza o orador.
Aristóteles afirma que há três razões que inspiram a confiança no 
orador e que, portanto, o descrevem: a phrónesis (que corresponde ao 
bom senso, à prudência, à ponderação), a areté (que corresponde à 
posse de virtudes, como: coragem, justiça, sinceridade), e a eúnoia 
(que corresponde à benevolência, à solidariedade).
AUDITÓRIO
Corresponde ao alvo do discurso, as pessoas que receberão o discurso e que 
devem ser persuadidas por ele.
Ao contrário do que poderia se pensar, esse elemento é determinante para a 
produção da argumentação, já que o discurso produzido pelo orador é 
limitado por uma série de fatores que caracterizam um auditório.
Para a argumentação seja eficaz, para que, convença, é preciso que o orador 
conheça bem o páthos do seu auditório, o estado de espírito ou a disposição dos 
sujeitos para ser/fazer isto ou aquilo.
ARGUMENTAÇÃO
Envolve a necessidade de adesão ao que foi comunicado, o que 
nem sempre ocorre, já que os sujeitos têm crenças, valores e 
princípios distintos, assim, comunicar é também persuadir, e 
persuadir é levar o outro a aderir ao que se diz.
Legitimidade: quem argumenta deve estar revestido de autoridade 
ou responsabilidade, predicado mais relacionado ao lógos. 
Credibilidade: o orador/falante deve ser levado a sério, o que está 
mais relacionado com o éthos. Persuasão: o auditório deve aderir à 
proposta que lhe é endereçada.
CINCO OPERAÇÕES DA RETÓRICA CLÁSSICA
• a escolha do que dizer e a busca pelos 
argumentos.Inventio:
• o modo como se organiza o discurso, ou seja, 
a sua disposição interna.Dispositio:
• a escolha do estilo que será usado no 
discurso.Elocutio:
• o modo como o discurso será enunciado 
(entonação, ritmo, pausas etc.).Actio:
• guardar o discurso na memória, memorizar.Memória:
ARGUMENTAÇÃO OBJETIVA E SUBJETIVA
ARGUMENTAÇÃO OBJETIVA
• Está sustentada no lógos, sendo 
realizada a partir de técnicas que 
utilizam a lógica formal, bem como 
a quase lógica. Nela, são usados 
argumentos que podem ser mais 
facilmente provados e a partir dos 
quais podem ser estabelecidas 
relações lógicas, difíceis de serem 
contestadas.
ARGUMENTAÇÃO SUBJETIVA
• Pode estar sustentada no éthos ou 
no páthos. Seus argumentos não 
estão fundamentados por relações 
lógicas, mas sim por meios que 
despertam a comoção e a emoção 
tanto do orador quanto do 
auditório (principalmente).

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