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1 Prof. Dr. Marcus Vinicius de Oliveira Brasil EM0031 – Fundamentos da Economia Engenharia de Materiais-04 créditos Com contribuições do Prof. Dr. Mateus Ferreira 2 Questões econômicas vistas no cotidiano: • aumentos de preços • períodos de crise econômica ou de crescimento • desemprego • setores que crescem mais do que outros • crises no balanço de pagamentos • valorização ou desvalorização da taxa de câmbio • ociosidade em alguns setores de atividade • diferenças de renda entre as várias regiões do país • taxas de juros • déficit governamental • elevação de impostos e tarifas públicas 3 Conceito de Economia Deriva do grego oikosnomos: “aquele que administra o lar”. • A ciência que estuda a escassez. • A ciência que estuda o uso dos recursos escassos na produção de bens alternativos. • O Estudo da forma pela qual a sociedade administra seus recursos escassos. Economia é uma ciência social que estuda como os indivíduos e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre os grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas (consumo). 4 Conceitos de Microeconomia e Macroeconomia •A microeconomia é o ramo da economia que analisa a economia em menor escala e lida com entidades específicas, como empresas, famílias e indivíduos. •Já a macroeconomia analisa a economia em um sentido amplo, lidando com fatores que afetam a economia nacional, regional ou global como um todo. 5 Problemas econômicos fundamentais Necessidades Humanas: Ilimitadas / Infinitas. Recursos ou fatores produtivos: elementos necessários à produção de todos os bens e serviços existentes. Podem ser divididos em três grandes categorias: (a) Recursos Naturais ou Terra; (b) Trabalho ou mão-de-obra (corresponde à força física e mental das pessoas); (c) Capital (todos os equipamentos e instalações produzidos pelo homem para a produção de outros bens e serviços). Limitados/Finitos Problema: gerenciar produtos escassos e necessidades ilimitadas. Objetivo: analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida. Versus 6 O QUE e QUANTO produzir? A sociedade deve produzir mais bens de consumo ou bens de capital, e quanto? COMO produzir? Questão de eficiência produtiva, que pode incluir o ‘onde produzir’. Com bens de capital ou mão-de-obra intensiva? PARA QUEM produzir? Como será a distribuição de renda gerada pela atividade econômica. Quais os setores beneficiados. Problemas econômicos fundamentais Introdução Início da teoria econômica de forma sistematizada a partir da publicação de “A riqueza das nações” de Adam Smith (1776). 1. Precursores da teoria econômica 1.1 Antiguidade: Grécia Antiga: Administração privada e sobre finanças públicas Aristóteles, Platão e Xenofonte (oikosnomos). Roma: Não deixou nenhum escrito notável na área de economia. Até o século XV: não houveram outros trabalhos relevantes e a maioria discutia aspectos de justiça e moral (lei da usura). 7 Evolução do Pensamento Econômico: Breve Retrospecto 1.2. Mercantilismo: No séc. XVI nasce primeira escola econômica voltada para a acumulação de riquezas de uma nação. Continha alguns princípios de como fomentar o comércio exterior e entesourar riquezas. Estimulou guerras, exacerbou o nacionalismo e manteve a presença do Estado em assuntos econômicos. 8 1.3. Fisiocracia: No séc. XVIII nasce a escola de pensamento francesa que coloca que a terra é a única fonte de riqueza. Contexto: mundo constantemente ameaçado pela falta de alimentos, com excesso de regulamentação e intervenção governamental. Só a terra tinha capacidade de multiplicar a riqueza. Há uma ordem natural que faz o universo ser regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens (François Quesnay). Fisiocracia surgiu como reação ao mercantilismo: a regulamentação governamental era desnecessária, pois a lei da natureza era suprema, e tudo o que fosse contra ela seria derrotado. 9 2. Os clássicos Ciência positiva e defendia o liberalismo econômico. Adam Smith: O mercado é como que guiado por uma “mão invisível”. A defesa do mercado como regulador das decisões econômicas de uma nação traria muitos benefícios para a coletividade, independente da ação do Estado (princípio do liberalismo). Suas ideias baseavam-se no laissez-faire (“deixa fazer”): o Estado deve "deixar o mercado fazer", sem interferir no funcionamento deste. Papel do Estado deveria estar limitada a garantir a lei e a ordem, a defesa nacional e a oferta de alguns bens públicos que não seriam de interesse do setor privado, como a saúde, a educação, o saneamento básico, etc. 10 David Ricardo: todos os custos se reduzem a custos de trabalho (Teoria valor-trabalho); desenvolve estudos sobre comércio internacional e teoria das vantagens comparativas, dando origem às correntes neoclássica e marxista. John Stuart Mill: sintetizador do pensamento neoclássico, consolidando o exposto anteriormente e avançando ao incorporar elementos institucionais e ao definir melhor restrições, vantagens e funcionamento de uma economia de mercado. Jean-Baptiste Say: subordina o problema das trocas de mercadorias a sua produção e populariza a lei de Say (a oferta cria sua própria procura): o aumento da produção transformar-se-ia em renda dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras mercadorias e serviços. 11 Thomas Malthus: sistematiza uma teoria geral sobre a população, assinalando que o crescimento da população dependia da oferta de alimentos, dando apoio à teoria dos salários de subsistência e levantando o problema do excesso populacional. 3. A teoria neoclássica (1870) Foco na microeconomia; problemas macros estavam resolvidos pela economia de mercado; foco no raciocínio matemático isoladamente. Alfred Marshall: publica “Princípios da economia” e levanta questões do comportamento do consumidor (maximizar utilidade), teoria marginalista (deduz o equilíbrio do mercado) e teoria quantitativa da moeda (efeito nos preços, emprego e produção). 12 4. A teoria keynesiana: “Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda” (1936), o teórico vive na época da Grande Depressão e constrói uma teoria que acredita na crise como problema temporário, mostrando que as políticas econômicas adotadas não funcionavam e apontava soluções para a recessão. • nível de produção nacional; • demanda agregada ou efetiva; • fim do laissez-faire; • da origem a 3 grupos: o Monetaristas: privilegiam o controle da moeda e baixa intervenção do Estado na economia. o Fiscalistas: uso de políticas fiscais e acentuado grau de intervenção; o Pós-keynesianos: seguem Keynes e consideram que ele não negligenciou o papel da política monetária. Defendem um papel ativo do Estado na economia. 13 } Inverte lei de Say 14 RESUMO 1. Precursores da teoria econômica 1.1. Antiguidade: 1.2. Mercantilismo: 1.3. Fisiocracia: 2. Os clássicos (Adam Smith, Ricardo, Stuart Mill, Say, Malthus) 3. A Teoria Neoclássica (Marshall) 4. Teoria Keynesiana Grécia, Roma, Sec XV, justiça/moral. Riqueza = metais, estado forte, guerras. Riqueza = terra (falta alimento), lei natureza x intervenção estatal. Microeconomia, problemas macros estão resolvidos. Comp. consumidor (max. utilidade), teoria qtt. da moeda 5. Período recente: A partir de 1970, a teoria econômica passa por diversas transformações, principalmente, após duas crises dopetróleo. Características que marcaram o período: • existe uma consciência maior das limitações e possibilidades de aplicações da teoria; • avanço do conteúdo empírico da economia; e • consolidação das contribuições anteriores. Informática revoluciona o processamento de informações. A Teoria Econômica caminha em muitas direções (exemplo: Finanças empresariais, mercados futuros e de derivativos). 15 6. Abordagens alternativas Marxistas e institucionalistas: criticam a abordagem pragmática da economia e propõe enfoque analítico. • marxista: surge com a obra “O Capital” de Marx (1867). O capital surge com a burguesia, que se apropria dos meios de produção; enquanto o proletário é obrigado a vender sua força de trabalho para sobreviver. Ênfase nos aspectos políticos (luta de classes). Influenciado pela Teoria do Valor-Trabalho de Ricardo. Conceito do mais-valia: diferença do valor das mercadorias em dado período e o valor da força de trabalho (lucro, juros e aluguéis representam o mais-valia). 16 6. Abordagens alternativas • institucionalistas: Veblen e Galbraith, dirigem críticas ao alto grau de abstração da teoria econômica e ao fato de ela não incorporar em sua análise as instituições sociais. Questionam o comportamento humano racional (baseado em cálculos de ganhos e perdas marginais). As instituições dominantes tem maior poder sobre o comportamento humano que o desenvolvimento tecnológico. ___________________________________________________________ 1969 – 1º Prêmio Nobel da Economia: teoria econômica como corpo científico, seus primeiros ganhadores foram Ragnar Frisch e Jan Tinbergen. 17 18 Sistema Econômico É a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas. Sistema de organização das atividades de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. 19 Sistema Econômico Principais formas: Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista) 20 Economias de Mercado - Sistema de concorrência pura (sem interferências do governo) - Sistema de concorrência mista (com interferência governamental) 21 Sistema de concorrência pura Laissez-faire: O mercado resolve os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir) guiados por uma mão invisível (apenas para regulamentação), sem a intervenção do governo. Mão invisível: mecanismo de preço que promove o equilíbrio dos mercados. 22 Sistema de concorrência pura Excesso de oferta (escassez de demanda) Formam-se estoques Redução de preços Existirá concorrência entre empresas para vender os bens aos escassos consumidores. Até o equilíbrio 23 Sistema de concorrência pura Excesso de demanda (escassez de oferta) Formam-se filas Tendência ao aumento de preços Existirá concorrência entre consumidores para compra. Até o equilíbrio 24 Sistema de concorrência pura O QUE e QUANTO produzir ? (o que) Decidido pelos consumidores (soberania do consumidor). (quanto) Determinado pelo encontro da oferta e demanda de mercado. COMO produzir ? Questão de eficiência produtiva Resolvido no âmbito das empresas. PARA QUEM produzir ? Decidido no mercado de fatores de produção (demanda e oferta de fatores de produção). Questão distributiva. 25 Sistema de concorrência pura Base da filosofia do liberalismo econômico. Advoga a soberania do mercado, sem interferência do Estado nas questões econômicas. O Estado deve se ocupar mais com justiça, paz, segurança, e deixar o mercado resolver as questões econômicas fundamentais. 26 Empresas Famílias Mercado de Bens e Serviços Mercado de Fatores de Produção Demanda de bens e serviços Sistema de concorrência pura Oferta de bens e serviços Oferta de serviços dos fatores de produção Demanda de serviços dos fatores de produção. (mão-de-obra, terra, capital) 27 Sistema de concorrência pura Críticas: Grande simplificação da realidade; Os preços podem variar não devido ao mercado mas, em função de: • força de sindicatos (através dos salários que remuneram os serviços de mão-de-obra); • poder de monopólios e oligopólios na formação de preços no mercado; • intervenção do governo (impostos, subsídios, tarifas, política salarial, fixação de preços mínimos, política cambial); 28 Sistema de concorrência pura Críticas: • O mercado sozinho não promove perfeita alocação de recursos. A produção ou consumo de uns determinados bens ou serviços pode produzir efeitos colaterais (externalidades); além disso, existem bens públicos, disponibilizados pelo Governo. • O mercado sozinho não promove perfeita distribuição de renda, pois as empresas estão procurando a obtenção do máximo lucro, e não com questões distributivas. 29 Sistema de concorrência pura Essas críticas justificam a atuação governamental para complementar a iniciativa privada e regular alguns mercados. Há alguns mercados, entretanto, que comportam-se como um sistema de concorrência pura. Ex: hortifrutigranjeiro 30 O papel econômico do governo no Sistema de mercado misto Séc. XVIII - XIX Por 100 anos houve a predominância do Sistema de mercado, próximo ao da concorrência pura. Início do Séc. XX O mercado sozinho não garante que a economia opere sempre com pleno emprego dos seus recursos. Necessitando de maior atuação do Setor Público na economia. 31 Sistema de mercado misto Atuação do setor público com o objetivo de evitar distorções alocativas e distributivas: • sobre a formação de preços (impostos, subsídios, tabelas, juros...); • complemento da iniciativa privada (infraestrutura, etc.); • fornecimento de serviços públicos; • fornecimento de bens públicos (não vendidos no mercado) Exemplo: educação, segurança, justiça, etc.); • compra de bens e serviços do setor privado. 32 Preços Preço de liberação de estoques Preço mínimo Tempo Preço normal 33 Economia Centralizada Agência ou Órgão Central de Planejamento decide a forma como resolver os problemas econômicos fundamentais. Meios de produção Estado Matéria-prima, imóveis capital. Meios de sobrevivência Indivíduos Carros, roupas, televisores, etc. 34 Processo Produtivo: os preços representam apenas recursos contábeis que permitem o controle da eficiência das empresas (não há desembolso onerário); Distribuição do Produto: os preços dos bens de consumo e sua distribuição são determinados pelo governo (subsidia essenciais, sobretaxa supérfluos); Repartição do lucro: Governo, investimento da empresa e o restante dividido entre os administradores e os trabalhadores. Economia Centralizada 35 Críticas: • Elevado índice de burocratização; • Formação de classe dominante atrelada ao Estado; • Baixa eficiência alocativa. Economia Centralizada 36 Sistemas Econômicos - Síntese Propriedade Privada Problemas econômicos fundamentais resolvidos pelo mercado pelo orgão central Mercado Centralizada Maior eficiência alocativa Maior eficiência distributiva X Propriedade Pública 37 Gráfico que mostra as várias combinações de produto que a economia pode produzir potencialmente, dados os fatores de produção e a tecnologia disponíveis. É a fronteira máxima que a economia pode produzir, dados os recursos produtivos limitados. Mostra as alternativas de produção da sociedade, supondo os recursos plenamente empregados. A CPP mostra o trade off da sociedade, ou seja, a obtenção de alguma coisa, está sujeita a abrir mão de outra. “Nada é de graça”! Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção 38 Modelo:2 bens utilizando em conjunto todos os Fatores de Produção Quantidade Produzida (bem )x Quantidade Produzida (bem )y max 0 x y max 0 y x Custo de Oportunidade: custo de algo, em termos de uma oportunidade renunciada. Razão da Concavidade: lei dos custos de oportunidade crescentes, devido à inflexibilidade dos custos de produção. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção 39 Lei dos custos de oportunidade crescentes: Estando o sistema a operar a níveis de pleno emprego, dadas como inalteradas as capacidades tecnológicas e de produção, a obtenção de quantidades adicionais de determinada classe de produto implica necessariamente a redução das quantidades de outra classe. Em resposta a constantes reduções impostas à classe que estará sendo sacrificada, serão obtidas quantidades adicionais cada vez menos expressivas da classe cuja produção estará sendo aumentada, devido à progressiva inflexibilidade dos recursos de produção disponíveis e em uso. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção 40 Os pontos da CPP representam as possíveis combinações dos fatores de produção na obtenção dos bens x e y. A: capacidade ociosa (ineficiência). Neste ponto o custo de oportunidade é zero, pois não é necessário sacrifício de recursos produtivos para aumentar a produção de um bem, ou mesmo, dois bens. B e C: Não há como produzir mais, sem reduzir a produção do outro. Combinações de produto; (Nível de produto Eficiente /Pleno Emprego). D: Nível impossível de produção. Posição inalcançável no período imediato. Depende de fatores como inovação tecnológica. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Quantidade Produzida (bem )x Quantidade Produzida (bem )y max 0 x y max 0 y x A D B C 41 Os pontos da CPP representam as possíveis combinações dos fatores de produção na obtenção dos bens x e y. Deslocamentos positivos: decorrem da expansão ou melhoria dos fatores de produção disponíveis (Crescimento Econômico). Inovações tecnológicas: com a mesma quantidade de insumos obtém-se maior quantidade de produtos Deslocamentos negativos: decorrem da redução, sucateamento ou progressiva desqualificação do fatores de produção disponíveis. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Quantidade Produzida (bem )x Quantidade Produzida (bem )y max 0 x y max 0 y x A D B C Deslocamentos Positivos Deslocamentos Negativos 42 É o grau de sacrifício que se faz ao optar pela produção de um bem, em termos da produção alternativa sacrificada. O custo de alguma coisa é o que você desiste para obtê-la. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção: Custo de Oportunidade / Custo alternativo / Custo implícito Trade off B C + Produto x - Produto y Custo de Oportunidade C B custo de oportunidade de 200 unidades de y é 50 de x. Quantidade Produzida (bem )x Quantidade Produzida (bem )y max 0 x y max 0 y x A D B 150;450 C 200;250 150 450 200 250 43 Análise positiva e normativa da economia Declarações Positivas: os economistas tentam descrever (Descritivas) o mundo como ele é. Ex.: Uma redução na taxa de crescimento da quantidade de moeda reduziria a Taxa de Inflação. (Cientistas econômicos) Declarações Normativas: os economistas prescrevem (Prescritivas) como o mundo deveria ser. Ex.: O Banco Central deveria reduzir a quantidade de moeda emitida. (envolve juízo de valor) (formuladores de políticas) 44 Autonomia e Inter-relação da economia: Com o passar do tempo: Concepção Humanística A Economia repousa sobre os atos humanos, objetivando a satisfação das necessidades humanas (Ciência Social). 45 Aspecto Econômico Realidade Aspecto Material do Objeto Aspecto Social Aspecto Político Aspecto Histórico Aspecto Geográfico Aspecto Demográfico 46 Dificuldade de separar os fatores essencialmente econômicos dos extra econômicos. A Autonomia de cada um dos ramos das Ciências Sociais não deve ser confundida com um total isolamento, mas sim observada sob diferentes óticas e investigada em termos não unilaterais. As manifestações das modernas sociedades encontram-se interligadas. Autonomia e Inter-relação: 47 Política é a arte de governar. O exercício do poder. É natural que este poder tente exercer o domínio sobre a coisa econômica. Uso da política do Estado para concessão de vantagens econômicas pelos grandes grupos econômicos. Ex.: Agricultores na época da política do café com leite. Crédito subsidiado e tarifas protecionistas para grandes industrias. Autonomia e Inter-relação: Economia e Política 48 Os próprios sistemas econômicos estão condicionados à evolução histórica da civilização. As ideias que constroem as teorias são formuladas num contexto histórico onde se desenvolvem as atividades e as instituições econômicas. Ex.: escritos de Adam Smith e Keynes estiveram intimamente relacionados ao momento histórico. Autonomia e Inter-relação: Economia e História 49 Os acidentes geográficos interferem no desempenho das atividades econômicas e, inúmeras vezes, as divisões regionais são utilizadas para se estudar as questões ligadas aos diferenciais de distribuição de renda, de recursos produtivos, de localização de empresas, dos efeitos da poluição, das aglomerações urbanas, etc. Ex.: clima, vegetação, posição geográfica, etc. Autonomia e Inter-relação: Economia e Geografia 50 Quando a política econômica atinge os indivíduos de certas classes sociais, interfere diretamente no objeto da sociologia, isto é, a dinâmica da mobilidade social entre as diversas classes de renda. Ex.: políticas salariais e gastos sociais (educação, saúde, transporte, alimentação etc.), que direta ou indiretamente influenciam essa mobilidade. Autonomia e Inter-relação:Economia e Sociologia 51 Autonomia e Inter-relação: Economia e Direito Leis Antitruste: atuam sobre as estruturas de mercado, assim como o comportamento das empresas. Agências de Regulamentação: ditam as regras de atuação em determinadas áreas (ex.: petróleo, telecomunicações, etc). Constituição Federal: Determina a competência para execução de política econômica. Estabelece os direitos e deveres dos agentes econômicos. 52 A Economia faz uso da lógica matemática e das probabilidades estatísticas. Muitas relações do comportamento econômico podem ser expressas através de funções matemáticas. Econometria: a estratégia de se estimar as relações econômicas, matematicamente formuladas, a partir da minimização dos desvios aleatórios. Autonomia e Inter-relação: Economia, Matemática e Estatística 53 Divisão do Estudo Econômico Microeconomia: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores (consumidores) e vendedores (produtores) de tais bens. Estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados específicos. Ex.: Evolução dos preços internacionais do café brasileiro; nível de vendas no varejo numa capital; etc. 54 Macroeconomia: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento como um todo, procurando identificar e medir as variáveis (agregadas) que determinam o volume da produção total (crescimento econômico), o nível de emprego e o nível geral de preços (inflação) do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial. Divisão do Estudo Econômico 55 Diferença entre Microeconomia e Macroeconomia Microeconomia Macroeconomia SignificadoO ramo da economia que estuda o comportamento de um consumidor individual, empresa ou família. O ramo da economia que estuda o comportamento de toda a economia, nacional e internacional. Lida com Variáveis econômicas individuais. Variáveis econômicas agregadas. Aplicação Aplicada em questões operacionais ou internas. Aplicada em questões ambientais e externas. Escopo Abrange questões como produto individual, demanda, oferta, preços de produtos, preços de fatores, salários, etc. Abrange questões como renda nacional, nível geral de preços, distribuição, produção nacional, etc. Importância Útil na determinação dos preços de um produto, juntamente com os preços dos fatores de produção (terra, mão-de-obra, capital, etc.) dentro da economia. Mantém a estabilidade no nível geral de preços e resolve os principais problemas da economia como inflação, deflação, reflação, desemprego e pobreza como um todo. Preços A microeconomia que determina o preço de uma determinada mercadoria, juntamente com os preços dos bens complementares e substitutos. A macroeconomia é útil para manter o nível geral de preços. Analise de economia Feita de baixo para cima. De cima para baixo. Exemplo de questões abordadas "Como o preço de uma determinada mercadoria afetará sua quantidade demandada?" "Como o PIB poderia ser afetado pela taxa de desemprego?" 56 Prós e contras da microeconomia Prós Ajuda na determinação dos preços de um determinado produto e também nos preços de vários fatores de produção; Baseia-se numa economia de livre empresa, o que significa que a empresa é independente para tomar decisões. Contras: A suposição de pleno emprego é irrealista. Ela analisa apenas uma pequena parte de uma economia, enquanto uma parte maior não é estudada.. 57 Prós e contras da macroeconomia . Prós e contras da macroeconomia Prós: É útil para determinar a balança de pagamentos, juntamente com as causas do deficit e excedentes; Toma decisões em relação às políticas econômicas e fiscais e resolve as questões das finanças públicas. Contra: Abrange apenas as variáveis agregadas. 58 Divisão do Estudo Econômico Desenvolvimento Econômico: estuda modelos de desenvolvimento que levem à elevação do padrão de vida (bem estar) da coletividade. Questões estruturais, de longo prazo (crescimento da renda per capita, distribuição de renda, evolução tecnológica). Economia Internacional: estuda as relações de troca entre países (transações de bens e serviços e transações monetárias). Trata-se da determinação da taxa de câmbio, do comércio exterior e das relações financeiras internacionais. 59 O período entre 1968 e 1973, conhecido como Milagre Econômico, foi marcado pelas maiores taxas de crescimento do PIB da história brasileira recente, cuja média superou os 10% ao ano com relativa estabilidade dos preços. Analisando as taxas de crescimento por setor, percebe-se que a expansão mais expressiva se deu na indústria e nos serviços, ficando a agricultura com taxas menos robustas. O crescimento “milagroso” foi possível em decorrência de uma série de reformas institucionais e de uma recessão no período anterior que permitiu a existência de uma grande capacidade ociosa para a retomada do crescimento. O grande crescimento econômico da época elevou a demanda por importações, mas também foi acompanhado de um aumento das exportações, o que garantiu uma balança comercial equilibrada. A grande entrada de capitais estrangeiros permitiu uma forte acumulação de reservas, o que colocou o país em uma situação cambial bastante tranquila. Apesar do grande crescimento da renda para toda a população, o milagre brasileiro resultou em maior desigualdade. Uma explicação para isso estaria no fato de o crescimento econômico ter demandado maior mão de obra qualificada e, uma vez que esta era escassa, esses trabalhadores passaram a receber salários maiores, o que não ocorreu à mão de obra menos qualificada e abundante. Milagre Econômico dos anos 70 60 A década de 1980, marcada pela abertura política e pelo fim do regime militar, ficou conhecida como década perdida em razão dos resultados ruins da economia brasileira. Entre os anos de 1980 e 1990, a taxa média de crescimento do PIB foi de 1,5% ao ano, valor tímido se comparado aos valores da década anterior, em que foram verificadas taxas de até 14% (ver milagre econômico dos anos 70). Além disso, a década de 80 foi marcada pelo avanço da taxa de inflação – que atingiu 1.782,9% em 1989 – e por dificuldades no setor externo. No início dos anos 80, momento em que o endividamento brasileiro no exterior era elevado e crescente, as altas das taxas de juros e do preço do petróleo se apresentaram como as grandes dificuldades da economia. No cenário interno, a desaceleração do crescimento provocou uma queda na arrecadação tributária, o que piorou a situação fiscal do governo. O desequilíbrio externo somado aos déficits do setor público gerou uma pressão inflacionária que, em um momento de maior liberdade sindical e indexação da economia, resultou em fortes aumentos dos níveis de preços nos anos seguintes. O ajuste promovido pelo governo brasileiro teve caráter recessivo, o que gerou superávit no balanço de pagamentos (em razão da queda das importações), porém, o endividamento interno aumentou consideravelmente, já que o governo recorreu à emissão de títulos da dívida para se financiar. Em razão da difícil situação fiscal, o aumento da dívida interna resultou, na prática, em maiores juros para o setor público, o que deteriorou ainda mais as contas públicas e contribuiu para a aceleração das taxas de inflação. Década Perdida 61 Alguns dados interessantes da Economia Mundial 62 Renda per capita em Paridade de Poder de Compra (PPC) americano Cingapura, a pérola da Ásia, é o quarto país mais rico do mundo, apenas superado por Qatar, Luxemburgo e Macau, de acordo com o poder de compra de seus habitantes (BBC News, 2019) PIB per capita O PIB per capita representa a divisão do valor do PIB de um país pelo total de seus habitantes (VALOR ECONÔMICO, 2016). 63 Renda per capita China vs. Brasil 64 O Produto Interno Bruto (PIB) é o valor total da produção de bens e serviços finais de um país em determinado período de tempo. Por bens e serviços finais entende-se aquilo que não será destruído para a produção de outros bens e serviços (como os insumos). Essa distinção é importante para evitar a dupla contagem, isto é, para que o valor dos insumos não entre duas vezes no cômputo do PIB, uma vez como valor produzido do próprio setor do insumo e outra no valor do bem final, já que o valor do insumo também estará embutido neste. O PIB pode ser calculado segundo três óticas: •A ótica do produto considera o valor adicionado à produção por cada setor da economia. Nesse caso, o PIB equivale à soma dos valores adicionados. •A ótica da despesa busca computar o PIB por meio dos gastos dos agentes econômicos. Nesse caso, o PIB equivale à soma da demanda de consumo, investimento, gastos do governo e exportações líquidas. • A ótica da renda considera a remuneração dos fatores de produção, ou seja, os salários, os alugueis e os lucros. Nesse caso, o PIB equivale à soma dessas remunerações (SIMONSEN; CYSNE, 2007, p. 146 – 149). PIB 65 Comércio exterior de país em desenvolvimento 66 Nível de Investimento uma comparação 67 Gasto com Pesquisa e Desenvolvimento 68 Fatia do Brasil no PIB Mundial 69 Bibliografia Básica CARVALHO, Luiz Carlos P. de. Microeconomia Introdutória: Para cursos de Administração e Contabilidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2000. PINHO, Diva Benevides e VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval (orgs.). Manual de economia. 5. ed.São Paulo: Saraiva, 2006. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 20 ed. São Paulo: Atlas, 2006. SOUZA, Nali de Jesus de. Curso de Economia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: Micro e Macro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. WONNACOTT, Paul e WONNACOTT, Ronald. Economia. Trad. Celso SeijiGondo, Antonio Martins Cortada e Jayme Fonseca Francisco Júnior. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2004. 70 Bibliografia Complementar PINDYCK, Robert S e RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. Trad. Eleutério Prado. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. SAMUELSON, Paul A. Introdução à análise econômica. Trad. Luiz Carlos do Nascimento Silva. Vol. I. 8. ed. Rio de Janeiro Agir, 1975. WESSELS, Walter J. Economia. Trad. Fernando Cardoso Cotelo e Daniel Puglia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. (Série Essencial). 71 Bibliografia para Aprofundamento ALBUQUERQUE, M.C.C. de, 1945. Microeconomia. São Paulo: McGraw-Hill, 1986. GENNARI, A. M. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Saraiva, 2009. GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A. S.; TONETO JÚNIOR, R. Economia brasileira contemporânea. São Paulo: Atlas, 2007.
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