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ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 1 Aula 06 Direito Constitucional Oficial de Inteligência da ABIN 4 Poder Executivo. Professor: Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 2 Aula 06 4 Poder Executivo. I. PODER EXECUTIVO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 4 II. DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA (PR) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 5 III. DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA (VP) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 17 IV. DOS MINISTROS DE ESTADO (MinE) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 18 V. DO PODER REGULAMENTAR ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 21 VI. RESPONSABILIZAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 25 VII. GOVERNADORES (Gov) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 35 VIII. QUESTÕES DA AULA ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 67 IX. GABARITO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 77 X. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 78 Olá futuros Oficiais de Inteligência da ABIN! Prontos para o SEU salário de até R$ 23.595,39 e para uma vida cheia de aventuras? (Remuneração do final de carreira ) Na aula de hoje, estudaremos o Poder Executivo. De todos os três poderes, sem dúvida, é o assunto de mais fácil assimilação e de menor conteúdo. Além disso, o conteúdo da aula de hoje é bastante palpável, teremos até alguns vídeos para demonstrar como a teoria funciona na prática. Como sempre, faremos muitos exercícios para que você treine muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 80 questões comentadas! Começaremos com a parte teórica e os exercícios virão na medida em que a matéria for explicada. Ao responder as questões, leia todos os comentários, pois foram feitas várias observações além da mera resolução da questão. Na aula de hoje, teremos APENAS 24 páginas de conteúdo (teoria). O restante das páginas é dividido entre exercícios comentados, MUITOS esquemas e uma lista com as questões da aula. Dessa forma, apesar de o número de páginas ser elevado, a leitura do material é bastante rápida e agradável! ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 3 Você notará que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente repetidos nos comentários das questões. Isso não é por acaso! Sugiro que você os revise várias vezes, para internalizar o conhecimento. Vamos então à nossa aula! ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 4 I. PODER EXECUTIVO Meu caro aluno e futuro Oficial de Inteligência da ABIN, é importante que você tenha uma visão do todo antes de estudar cada detalhe da matéria. Assim, observe o esquema a seguir e veja a estrutura do conteúdo que iremos estudar na aula de hoje. 1 - Funções do Poder Executivo - Típicas - Atípicas 2 - Presidente da República 2.1 - Funções do PR 2.2 - Investidura 2.3 - Impedimentos e vacância 2.4 - Atribuições do PR 3 - Vice-Presidente da República 4 - Ministros de Estado 5 - Poder Regulamentar 6 - Responsabilização do PR 6.1 - Crimes de responsabilidade 6.2 - Crimes comuns 7 - Governadores de Estado e do DF Você se lembra que cada um dos poderes possui funções típicas e também atípicas? Pois bem, o Poder Executivo possui como função típica a de administrar e como funções atípicas a de legislar (ex. quando o Presidente da República elabora uma lei delegada ou uma Medida Provisória) e a de julgar (ex. quando a Administração Pública julga os processos administrativos). Veja: a) Função Típica - Administração b) Função Atípica - Legislar (Leis Delegadas, MPs...) - Julgar (decisões nos processos adm) 1. F u n çõ es d o P od er E xe cu ti vo P od er E xe cu ti vo ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 5 II. DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA (PR) 2.1 FUNÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA O Presidente da República é o chefe do Poder Executivo Federal e exerce duas funções: a de Chefe de Estado, quando representa o Brasil em suas relações internacionais e a de Chefe de Governo, quando exerce a direção superior da Administração Federal. Assim, quem exerce o Poder Executivo é o Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. 2.2 INVESTIDURA Sistema eleitoral: O Presidente da República é eleito pelo sistema majoritário de dois turnos. Explicando melhor: existem dois sistemas eleitorais. O primeiro é o sistema proporcional, onde cada partido obtém um número de vagas proporcionais à soma dos votos em todos os seus candidatos, e estas vagas são distribuídas, pela ordem, aos candidatos mais votados daquele partido. O segundo é o sistema majoritário, onde o candidato eleito será aquele que conseguir a maioria dos votos. Este último sistema pode ainda ser subdividido em dois: o sistema majoritário simples (ou puro) e o sistema majoritário de dois turnos. O sistema majoritário simples ou puro é aquele onde o candidato vencedor da eleição será aquele que obtiver mais votos em um só turno, independentemente da diferença de votos. Esse sistema é usado para a eleição de senadores e de prefeitos de municípios com menos de 200 mil eleitores. Já o sistema majoritário de dois turnos é aquele onde o vencedor das eleições será o candidato que obtiver a MAIORIA ABSOLUTA dos votos, não computados os brancos e os nulos. Caso ninguém consiga esse número no primeiro turno, haverá segundo turno em 20 dias, concorrendo os dois candidatos mais votados. Em caso de morte, desistência ou impedimento legal de candidato antes do segundo turno, convoca-se o de maior votação dentre os remanescentes. Caso haja empate, em qualquer caso, terá preferência o mais idoso. Esse sistema é utilizado nas eleições de Presidente da República, Governador e prefeitos de municípios com mais de 200 mil eleitores. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 6 Data das eleições: As eleições para Presidente da República ocorrerão, em 1º turno, no 1º domingo do mês de outubro do ano anterior ao término do mandato presidencial vigente e, em 2º turno, no último domingo de outubro. Mandato: O mandato presidencial terá duração de 4 anos, com início em 1º de janeiro do ano seguinte à eleição. Reeleição: O Presidente da República pode ser reeleito UMA ÚNICA VEZ. Assim, ao final de dois mandatos consecutivos, o Presidente não pode se candidatar a um terceiro mandato. Observe que nada impede que alguém seja eleito Presidente da República três, quatro, cinco, dez vezes ao longo da vida. Isso pode ocorrer. O que é proibido é que alguém tenha mais de dois mandatos consecutivos. Requisitos de elegibilidade do Presidente da República (PR) e do Vice- Presidente da República (VP): A CF estabelece como requisitos para que alguém seja Presidente da República e Vice-Presidente da República: - Ser brasileiro nato (não pode ser estrangeiro ou brasileiro naturalizado); - Idade mínima: 35 anos - Estar no pleno gozo dos direitos políticos; - Alistamento eleitoral; - Filiação partidária: Não pode haver candidatura avulsa ou autônoma, ou seja, ninguém pode registrar sua candidatura se não for por meio de um partido político. Além disso, a CF não estabelece prazomínimo de filiação para que alguém se candidate a Presidente. - Não ser inelegível. Posse: A Constituição estabelece que a posse do Presidente e do Vice- Presidente da República se dará em sessão conjunta do Congresso Nacional (não é da Câmara dos Deputados e nem do Senado Federal) no dia 1º de janeiro. Salvo motivo de força maior, o cargo será declarado vago se o Presidente ou o Vice não assumirem em 10 dias. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 7 Esquematizando: 2. Presidente da República 2.1. Funções do PR a) Chefe de Estado: representar o Brasil nas suas relações internacionais b) Chefe de Governo: Exerce a direção superior da Administração Federal - Exerce o Poder Executivo, auxiliado pelos MinE Sistema - Puro/simples - Ganha quem tiver mais votos em um só turno majoritário ‐ Independentemente da diferença de votos - Eleição de - Senadores - Prefeitos de mun com menos de 200 mil eleitores - De 2 turnos - Ganha quem tiver a MAIORIA ABSOLUTA dos votos - Não computados os em branco e os nulos - Se ninguém conseguir a MA no 1º turno, concorrem em 2º turno os dois mais votados - Prazo: 20 dias - Empate: o mais idoso - Morte, desistência ou impedimento legal de candidato antes do 2º turno: convoca-se o de maior votação dentre os remanescentes - Empate: o mais idoso - Eleição de - Presidente da República - Governador - Prefeitos de mun com mais de 200 mil eleitores Data da eleição 1º turno: 1º domingo do mês de outubro do ano anterior ao término do mandato presidencial vigente 2º turno: último domingo de outubro Mandato - Duração: 4 anos - Início: 1º de janeiro do ano seguinte à eleição Reeleição - PR pode ser reeleito UMA ÚNICA VEZ - Pode ser PR + de 2 vezes, o que não pode é ter + d 2 mandatos consecutivos - Para garantir a alternância de poder Requisitos de elegibilidade - Ser brasileiro nato do PR e do VP - Idade mín: 35 anos - Estar no pleno gozo dos direitos políticos - Alistamento eleitoral - Filiação partidária (Vedado candidatura avulsa / autônoma) - Não ser inelegível Posse - Em sessão conjunta do CN - No dia 1º de janeiro - Cargo será declarado vago se o PR/VP não assumirem em 10d salvo força maior 2. 2. I n ve st id u ra ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 8 2.3 IMPEDIMENTO E VACÂNCIA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Os impedimentos são os afastamentos temporários do Presidente. Nesse caso, o Vice o substitui. Já a vacância é o afastamento definitivo do chefe do Poder Executivo devido à morte, renúncia ou perda do cargo. Já nesse caso, ele será sucedido pelo Vice, que assumirá o mandato pelo tempo restante. Assim, por exemplo, se o Presidente da República morre, o vice assumirá a presidência pelo tempo restante do seu mandato sem Vice-Presidente. Roberto, o que ocorrerá caso haja vacância nos cargos de Presidente E Vice- Presidente? Ou seja, se os dois cargos vagarem? Nesse caso, dependerá de quando os dois cargos ficarem vagos. Se as vagas ocorrerem nos dois primeiros anos do mandato, haverá eleição DIRETA em até 90 dias depois de aberta a última vaga. Eleição direta significa que o povo vai às urnas novamente para eleger o novo Presidente e Vice-Presidente da República. Por outro lado, caso as vagas surjam nos dois últimos anos do mandato, ocorrerá eleição INDIRETA pelo Congresso Nacional em até 30 dias depois de aberta a última vaga. Na eleição indireta, não é o povo que vai às urnas para votar, mas sim os representantes do povo (Congresso Nacional) que elegem o Presidente da República. Nos dois casos, o novo Presidente e Vice exercerão o mandato somente pelo tempo restante do mandato original (mandato tampão). Observe o desenho: Vaga nos 2 primeiros anos: Eleição direta pelo povo Novo mandato (mandato‐tampão) 1º ano ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 9 Como visto, quem substitui o Presidente nos casos de impedimento ou o sucede nos casos de vacância é o Vice-Presidente da República. Na falta dos dois, serão sucessivamente chamados para ocupar, temporariamente, a Presidência da República (nessa ordem): 1. Presidente da Câmara dos Deputados 2. Presidente do Senado Federal 3. Presidente do STF Observe que esses três somente ocuparão o cargo de Presidente da República temporariamente. A Constituição Federal ainda estabelece que o Presidente da República e o Vice não poderão se ausentar do país por mais de 15 dias sem licença do Congresso Nacional, sob pena de perda do cargo. Pelo princípio da simetria, essa regra é de observância obrigatória pelos estados membros, relativamente aos governadores e às respectivas assembleias legislativas, não podendo as constituições estaduais ampliar ou reduzir esse período. Essa proibição se aplica a ambos os cargos: Presidente da República e Vice- Presidente da República, independentemente de esse último estar ou não substituindo. Esquematizando: Vaga nos 2 últimos anos: Eleição indireta pelo CN Novo mandato (mandato‐tampão) 1º ano ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 10 a) Impedimento - É o afastamento temporário do PR - Vice-Presidente SUBSTITUI o PR - O PR e o VP não poderão, sem licença do CN, ausentar-se do país por mais de 15 dias, sob pena de perda do cargo ● Regra de observância obrigatória pelos estados membros, relativamente aos gov e as respectivas assembleias legislativas ● Princípio da simetria b) Vacância - É o afastamento definitivo do PR - Decorre de i. Morte ii. Renúncia iii. Perda do cargo - VP SUCEDE o PR e termina seu mandato pelo tempo restante c) Vacância dos i. Nos 2 primeiros - Eleição direta cargos de PR e VP anos do mandato - Em 90 dias depois de aberta a última vaga ii. Nos 2 últimos - Eleição indireta pelo CN anos do mandato - 30 dias depois de aberta a última vaga - Nos dois casos, o mandato é somente pelo tempo restante: (mandato- tampão) d) Linha sucessória: Nos casos de impedimento/vacância do PR e do VP, serão sucessivamente chamados para a Presidência 1. Presidente da CD 2. Presidente do SF 3. Presidente do STF 2. 3. I m p ed im en to e V ac ân ci a ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 11 2.4 ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA As atribuições do Presidente da República estão previstas no artigo 84 da Constituição Federal, que traz uma lista exemplificativa. Dessa forma, pode haver outras atribuições presidenciais não elencadas nesse dispositivo. Para fins de prova, marcarei em negrito e comentarei as mais importantes, o que não significa que você pode esquecer as demais, combinado? Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; Observe que o Congresso Nacional não possui qualquer interferência na escolha ou exoneração dos Ministros de Estado. No entanto, o Legislativo tem participação em casos especiais: (não são Ministros de Estado!) Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central, os chefes de missão diplomática de caráter permanente (embaixadores) e outros servidores, quando determinado em lei: são escolhidos pelo Presidente da República, mas devem ser aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal. PGR: Embora nomeado pelo presidente da República para um mandato de dois anos, a destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. Cuidado para não confundir o Procurador-Geral da República(PGR) com o Advogado-Geral da União (AGU). Este último não precisa de aprovação do Senado Federal. XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 12 XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI – dispor, mediante decreto, sobre: (decreto autônomo) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; Observe que o Presidente não está autorizado a dispor sobre ÓRGÃOS públicos, que somente podem ser criados ou extintos por lei (art. 48, XI). VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Observe que o Presidente da República celebra os tratados internacionais e o Congresso Nacional os referenda. Dessa forma, cuidado para não confundir a atribuição do Presidente (celebrar o tratado) com a do Congresso (referendá-lo). Confira o texto da CF: Art. 49. “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre (referendar) tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.” ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 13 IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; A CF confere ao Presidente da República a competência para DECRETAR (e não aprovar) o estado de defesa e o estado de sítio. No entanto, o Congresso Nacional pode SUSPENDER essas medidas. Observe o art. 49: “Compete ao Congresso Nacional IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas.” X - decretar e executar a intervenção federal; A intervenção federal é a limitação temporária da autonomia de um ente da federação (estado, DF ou município localizado em território) e existem vários motivos que podem levar à decretação da intervenção (confira o art. 34). Saiba que quem decreta e executa a intervenção federal é o Presidente da República, sem precisar de autorização prévia do Poder Legislativo. No entanto, o decreto de intervenção deve ser apreciado pelo Congresso Nacional em até 24 horas (art. 36, § 1º). Resumindo: Estado de Defesa: PR decreta e CN aprecia depois Intervenção Federal: PR decreta e CN aprecia depois Estado de Sítio: CN autoriza e PR decreta depois o O CN pode sustar qualquer uma dessas medidas XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; Observe que a audiência dos órgãos instituídos em lei não é obrigatória. XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 14 XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; Observe que a declaração de guerra e a mobilização nacional devem, em regra, ser AUTORIZADAS pelo Congresso Nacional. No entanto, caso o Parlamento esteja em recesso, o Presidente primeiro as declara e, depois, o Congresso as REFERENDA (aprova). XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; Essa norma é de reprodução obrigatória nos demais entes da federação. Assim, é inconstitucional norma estadual que altere esses prazos. XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; Somente o Presidente da República pode editar as medidas provisórias, não podendo delegar essa atribuição a mais ninguém. Os Governadores e Prefeitos também podem editar MPs, desde que elas estejam previstas na Constituição Estadual e na Lei Orgânica Municipal. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 15 XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. (A lista é exemplificativa, lembra?) Uma informação bastante cobrada em provas é que, em regra, as atribuições acima são indelegáveis, no entanto, o Presidente da República pode delegar aos Ministros de Estado, Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União as seguintes: VI – dispor, mediante decreto, sobre: (decreto autônomo) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XXV - prover ou desprover (demitir) os cargos públicos federais, na forma da lei; (ARE-AgR 680.964/GO + RE 633.009) Apesar de a CF permitir, expressamente, somente a delegação do provimento dos cargos públicos, o STF já decidiu que o desprovimento (demissão) também pode ser delegado. Por fim, por conta do princípio da simetria, os governadores também podem delegar essas atribuições, no que for cabível, aos secretários estaduais. Esquematizando: ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 16 Art. 84 Lista exemplificativa São extensíveis aos governadores e prefeitos Regra: indelegáveis - Pode delegar VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Dec Aut) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; Exceção b) extinção de funções ou cargos (órgãos não) públicos, quando vagos; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XXV - prover ou desprover (demitir) os cargos públicos federais, na forma da lei; (ARE-AgR 680.964 + RE 633.009) - Delegar ao- MinE - AGU - PGR - Princípio da simetria: Governadores e Prefeitos também podem delegar. Tratados Internacionais: o PR celebra os tratados internacionais e o CN os referenda Estado de Defesa: PR decreta e CN aprecia depois Intervenção Federal: PR decreta e CN aprecia depois Estado de Sítio: CN autoriza e PR decreta depois o O CN pode sustar qualquer uma dessas medidas OBS: PR escolhe, mas devem - Min STF aprovados pela MA do SF - Min Tribunais Superiores - Gov Territ - Presidente e diretores do BACEN - Chefes de missão dipl. de caráter permanente - PGR 2. 4. A tr ib u iç õe s d o P R - Nomeado pelo PR para um mandato de 2 anos, mas a destituição do PGR por iniciativa do PR, deverá ser precedida de autorização da MA do SF - Não confundir PGR com AGU (que não precisa de aprovação do SF) ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 17 III. DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA (VP) Quanto ao Vice-Presidente da República, somente duas informações são importantes para fins de prova. A primeira é que a eleição do Presidente importará a do Vice-Presidente. Assim, os cidadãos não podem escolher o vice separadamente. A segunda informação necessária se refere às atribuições do Vice-Presidente da República. Observe o esquema: a) Atribuições i. Substituição do Presidente nos casos de impedimento (temporário) ii. Sucessão do Presidente nos casos de vacância (definitivo) iii. Participação no - Conselho da República - Conselho de Defesa Nacional iv. Auxiliar o Presidente quando convocado para missões especiais v. Outras atribuições conferidas por Lei Complementar b) Investidura: A eleição do Presidente importará a do Vice-Presidente 3. V ic e- P re si d en te d a R e p ú b li ca ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 18 IV. DOS MINISTROS DE ESTADO (MinE) Os Ministros de Estado são auxiliares do Presidente da República, que os escolhe e os exonera (exonerar = tirar do cargo) livremente, sem necessidade de motivação. São requisitos para que alguém seja nomeado Ministro de Estado: - Ser brasileiro (nato ou naturalizado); Importante ressaltar que o único ministro que deve ser brasileiro NATO é o ministro da DEFESA. - Ser maior de 21 anos; - Estar no exercício dos direitos políticos. Além de auxiliar o Presidente da República, são atribuições dos Ministros de Estado: i. Auxiliar o PR no exercício da direção superior da administração federal; ii. Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência; iii. Referendar os atos e decretos assinados pelo PR; iv. Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; v. Apresentar ao Presidente relatório anual de sua gestão no Ministério; vi. Praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente. Observe que os Ministros podem exercer inclusive atribuições privativas do PR, caso tenha havido delegação. Os Ministros de Estado possuem foro privilegiado e são julgados pelas infrações penais comuns no Supremo Tribunal Federal. Já nos crimes de responsabilidade, deve-se saber se estes possuem ou não conexão com crimes de mesma natureza (de responsabilidade) praticados pelo Presidente ou Vice- Presidente da República. Caso possuam conexão, os Ministros de Estado ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 19 serão julgados pelo Senado Federal e, caso não possuam, serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Além dos casos previstos em lei, são crimes de responsabilidade dos Ministros de Estado: Quando convocados pela Câmara ou Senado ou suas comissões, para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições, deixarem de comparecer injustificadamente; ou Quando não atenderem ou se recusarem a fornecer pedidos escritos de informações das Mesas da Câmara e do Senado; Demais casos previstos na Lei. Por fim, a criação e extinção de ministérios e órgãos da administração pública é da competência do Congresso Nacional e deve ser feita por meio de lei de iniciativa privativa do Presidente da República e COM sanção presidencial (art. 48, XI + 61, § 1º, II, “e”). Esquematizando: ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 20 a) Investidura - Requisitos - Ser brasileiro (nato ou naturalizado) O único ministro que deve ser brasileiro NATO é o ministro da DEFESA - Maior de 21 anos - No exercício dos direitos políticos - Escolha e exoneração: livre do Presidente, sem necessidade de motivação b) Atribuições i. Auxiliar o PR no exercício da direção superior da administração federal ii. Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência iii. Referendar os atos e decretos assinados pelo PR iv. Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos v. Apresentar ao Presidente relatório anual de sua gestão no Ministério vi. Praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente ● Podem exercer inclusive atribuições privativas do PR, caso tenha havido delegação c) Responsabilização i. Crime de 1) Conexos com crimes de mesma natureza responsabilidade (resp) cometidos pelo PR ou VP 2) Não conexos com PR ou VP ii. Infrações penais comuns d) Outras hipóteses de crimes de responsabilidade - Quando convocados pela Câmara ou Senado ou suas comissões, para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições, deixarem de comparecer injustificadamente - Quando não atenderem ou se recusarem a fornecer pedidos escritos de informações das Mesas da Câmara e do Senado - Casos previstos na Lei e) Criação ou extinção de ministérios e órgãos - Competencia do CN - Lei de iniciativa do PR - Com sanção do PR 4. M in is tr os d e E st ad o SF STF STF ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 21 V. DO PODER REGULAMENTAR O poder regulamentar é a prerrogativa concedida exclusivamente ao Chefe do Poder Executivo para editar DECRETOS E REGULAMENTOS, destinados a dar fiel execução às leis. Uma das formas de externalização desse poder é através do Decreto Regulamentar. Observe que existem três tipos de decreto: 1) Decreto Regulamentar ou de Execução: É o ato normativo secundário, de conteúdo geral, impessoal e abstrato, expedido para possibilitar a fiel execução de determinada lei. (é sobre esse tipo de decreto que nós estamos falando!) Ato normativo secundário ou derivado é aquele que não deriva diretamente da CF e sim de uma lei. Assim, ele depende da existência de uma lei, não podendo existir sem ela e sendo hierarquicamente inferior. Ter conteúdo geral, impessoal e abstrato significa dizer que o decreto não se refere a nenhum caso concreto e não possui destinatário certo, sendo aplicado a todos aqueles que se encaixarem nas situações previstas no decreto. Esse tipo de decreto tem por base o art. 84, IV da CF, não é passível de delegação pelo Presidente da República e deriva do poder regulamentar a ele conferido. 2) Decreto autônomo: é o ato através do qual o Presidente da República dispõe sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos ou sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Ele foi inserido no ordenamento pátrio pela Emenda Constitucional nº 32/2001. O decreto autônomo é um ato normativo primário, ou seja, deriva da própria Constituição (art. 84, VI) e tem força de lei. Além disso, esta competência pode ser delegada aos Ministrosde Estado, PGR e AGU. Portanto, atenção! O decreto autônomo não pode regulamentar leis, para isso, existe o decreto regulamentar! ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 22 3) Decreto Específico/Individual: é um ato de efeito concreto que possui destinatário certo e provê situações individuais, particulares, tais como nomeação, exoneração, desapropriação etc. Este não é um ato normativo e não é derivado do poder regulamentar. Roberto, ainda estou meio confuso... Dá pra deixar mais claro? Lógico! Quando uma lei é editada, é praticamente impossível prever todas as situações englobadas nela. Além disso, uma lei, geralmente, também não prevê a forma como os seus comandos serão executados. Assim, para que a lei seja cumprida da melhor forma possível (e com menos margem de interpretações divergentes), existe o poder regulamentar. Esse poder não cria direitos ou obrigações, mas apenas explica melhor como os comandos da lei serão executados. Exemplo (em palavras muuuuito simples e sem a devida técnica, mas apenas para que você entenda melhor): Uma LEI falaria assim: "os servidores públicos terão 30 dias de férias". Ela não explicou como as férias devem ser tiradas e nem as condições ou o procedimento para tal. Já um DECRETO EMANADO DO PODER REGULAMENTAR falaria o seguinte: "para que um servidor tire férias, ele deverá I - preencher um pedido; II - autuar um processo; III - ter autorização por escrito do chefe imediato; IV - não poderão gozar férias, simultaneamente, mais de 25% de cada setor. Percebeu que o decreto não criou e nem modificou o direito de tirar férias? Ele apenas explicou melhor como esse direito deve ser exercido. É para isso que serve o poder regulamentar. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 23 Leis Delegadas e o poder do Congresso Nacional de sustar atos do Poder Executivo Além dos atos normativos vistos acima, o Presidente da República pode elaborar Leis Delegadas. Funciona assim: 1. Em regra, quem elabora as leis é o Poder Legislativo. Até aqui, sem novidades. 2. O Presidente pode solicitar (pedir) autorização ao Congresso Nacional para que ele (o Presidente) elabore uma lei. 3. O Poder Legislativo pode ou não autorizar que o Presidente elabore a lei, mas, caso o faça, essa autorização deve ser limitada e específica, ou seja, não pode ser uma carta em branco para que o PR elabore a lei do jeito que quiser. 4. Caso seja autorizado pelo CN, o Presidente da República elabora uma lei, chamada de Lei Delegada. O procedimento de elaboração e demais características da Lei Delegada são estudados em processo legislativo. Não se preocupe com isso agora. O que você deve saber, por enquanto, é que o Congresso Nacional pode sustar a LEI DELEGADA, caso o Presidente da República a elabore fora dos limites da delegação do Congresso. O Congresso pode ainda sustar os demais ATOS NORMATIVOS (atos administrativos não!) do Poder Executivo que extrapolem do poder regulamentar (estamos falando aqui dos decretos regulamentares e demais regulamentos expedidos utilizando-se o poder regulamentar). Confira o texto do art. 49: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.” Esquematizando: ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 24 a) Conceito: É a prerrogativa concedida exclusivamente ao Chefe do Poder Executivo para editar decretos e regulamentos, destinados a dar fiel execução às leis i. Regulamentar - CF, art. 84, IV (de execução) - É ato normativo secundário, de conteúdo geral, impessoal e abstrato, expedido para possibilitar a fiel execução de determinada lei - Depende da existência de lei: é ato normativo derivado - Competência não passível de delegação - Expedido no exercício do Poder Regulamentar b) Decreto ii. Autônomo - É ato normativo primário, (deriva da CF) - Art. 84, VI - Competência passível de delegação - Pode dispor sobre: I) Organização e funcionamento da administração federal desde que não implique em aumento de despesa ou na criação/extinção de órgãos públicos II) Extinção de funções/cargos públicos, quando vagos iii - Decreto Específico - Ato de efeito concreto, provê situações particulares (individual) - Ex: Nomeação e exoneração, desapropriação etc - Não é ato normativo c) O CN pode sustar - Lei delegada, caso extrapole os limites da delegação - Demais atos normativos, caso extrapolem o poder regulamentar Não pode sustar atos administrativos do Executivo 5. P od er R eg u la m en ta r ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 25 VI. RESPONSABILIZAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA O Presidente da República pode ser responsabilizado tanto por crimes comuns quanto pelos crimes de responsabilidade. No entanto, a depender da natureza do crime, alguns detalhes devem ser observados: 6.1 CRIMES DE RESPONSABILIDADE Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas, definidas em lei especial federal. A Constituição traz uma lista exemplificativa dos crimes de responsabilidade do Presidente da República: Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento (Súmula Vinculante 46 STF). Assim, as constituições estaduais não podem estabelecer crimes de responsabilidade. Caso o Presidente da República cometa algum crime de responsabilidade, ele será processado e julgado pelo Senado Federal. No entanto, para que o Senado o julgue, deve haver, primeiro, a autorização da Câmara dos Deputados. Dessa forma, o procedimento funciona em dois passos: 1) autorização da CD e 2) julgamento pelo SF. 1- Autorização da Câmara dos Deputados: Qualquer cidadão pode oferecer acusação contra o Presidente da República à Câmara. Primeiramente, as denúncias passam por um “filtro” do Presidente da Câmara dos Deputados. Caso este entenda que a ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 26 denúncia tem um mínimo de embasamento, ele recebe (sozinho) a denúncia por crime de responsabilidade, dando início ao procedimento na Câmara dos Deputados. A CD faz um juízo de admissibilidade de natureza política, portanto, com forte grau de discricionariedade. Além disso, após o recebimento da denúncia pelo Presidente da CD, o Presidente da República já terá direito ao contraditório e a ampla defesa na Câmara dos Deputados (MS 21.564). Por fim, a Câmara dos Deputados decidirá pela autorização ou não para que o Senado Federal processe e julgue o Presidente da República por crime de responsabilidade por 2/3 de seus membros em votação nominal e aberta. 2- Julgamento pelo Senado Federal: Após autorização da Câmara dos Deputados, o Presidente da República será processado e julgado pelo Senado Federal. A autorização da Câmara NÃO obriga o Senado a julgar o Presidente da República. Dessa forma, a Câmara Alta (o Senado) possui discricionariedade se julga ou não o Presidente. Portanto, o Senado Federal faz dois juízos: 1) Se instaura ou nãoo processo de impeachment; e 2) Julgamento. O juízo de instauração do processo de impeachment no Senado Federal (após autorizado pela CD) ocorre por maioria simples em votação nominal aberta. No momento em que é instaurado o processo de julgamento pelo SF, o PR ficará suspenso de suas funções. Já o julgamento terá votação nominal e aberta e, assim como o quórum da Câmara para autorização do processo, o quórum para a condenação no Senado é de 2/3 dos membros. Apesar de o julgamento possuir natureza política (assim como a autorização da Câmara), o Senado atuará como órgão judicial e não como órgão legislativo, sendo que a sessão deve ser presidida pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. Dessa forma, o Senado ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 27 Federal atua como órgão judicial híbrido (composto por membros do Poder Legislativo e presidido pelo Presidente do STF). O Judiciário não pode reformar o mérito decisão do Senado Federal. Dessa forma, se o Presidente for julgado “culpado” pelo Senado, nem mesmo o Supremo Tribunal Federal pode mudar o resultado do julgamento para “inocente”. No entanto, o Tribunal Maior pode intervir para que o processo seja feito corretamente, por exemplo, para garantir o contraditório e a ampla defesa ao Presidente da República. A sentença será externalizada por uma Resolução do Senado Federal e, caso o Presidente seja condenado, a pena será da perda do cargo E inabilitação, por exatamente 8 anos, para o exercício de qualquer função pública (mandato eletivo, concurso público, cargo de confiança etc), sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. Aqui, temos uma observação importante: o texto da Constituição Federal é bastante claro ao dizer que as duas penas são aplicadas em conjunto e que a inabilitação não é de “até 8 anos” e sim de “exatamente 8 anos”. Dessa forma, o Senado Federal não pode aplicar somente uma dessas penas ou aplicar a inabilitação por tempo inferior aos 8 anos. Confira o texto da CF: Texto da CF, art. 52, Parágrafo único: Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. Entretanto, no processo de julgamento da Ex-Presidente Dilma Roussef, houve a realização de duas votações distintas: 1 - Quanto à ocorrência do crime de responsabilidade e à perda do mandato; 2 - Para a aplicação, ou não, da inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública. Como resultado, a Ex-Presidente foi condenada na primeira votação e absolvida na segunda. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 28 Por fim, caso o Presidente renuncie ao mandato depois de iniciado o julgamento no Senado Federal, este não será paralisado e prosseguirá até o fim. A pena da perda do cargo não terá mais efeitos (uma vez que o Presidente renunciou ao mandato). No entanto, ainda poderá ser aplicada a inabilitação para o exercício de funções públicas por 8 anos, por isso, o julgamento continua. Somente a título de curiosidade e para que você veja como o processo ocorre na prática, separei alguns vídeos no youtube. Portanto, caro aluno, perceba que ao estudarmos o Direito Constitucional, estamos estudando um conteúdo altamente prático, e não somente teorias sem valor em uma folha de papel. (coloquei mais vídeos do impeachment do ex-Presidente Collor, porque os vídeos do impeachment da ex-Presidente Dilma são bem mais fáceis de achar... eu apareço no último vídeo, no momento em que o quórum para a autorização da Câmara dos Deputados foi alcançado ) Vídeo 1: http://youtu.be/MKxUdBIiehs Vídeo 2: http://youtu.be/S7cqhhnL53E Vídeo 3: http://youtu.be/7Bh7iIGDAzc Video 4: https://www.youtube.com/watch?v=u0fI0ZD-5ok Esquematizando: 4. Responsabilização do Presidente da República - Crimes de responsabilidade - Crimes comuns 4.1) Crimes de Responsabilidade Conceito: Infrações político-administrativas, definidas em lei especial federal Hipóteses: Atos que atentem contra a CF e, especialmente, contra: (lista exemplificativa) i. A existência da União ii. O livre exercício dos demais Poderes, do MP e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação iii. O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais iv. A segurança interna do País v. A probidade na administração vi. A lei orçamentária ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 29 vii. O cumprimento das leis e das decisões judiciais o São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento (Súmula Vinculante 46) 1. Autorização - Juízo de admissibilidade da CD - Natureza política (discricionário) - Qualquer cidadão pode oferecer acusação contra o PR à CD - 2 momentos distintos na CD: 1 – O Presidente da CD (sozinho) recebe ou não a denúncia por crime de responsabilidade - Após recebida a denúncia pelo Presidente da CD, o PR passa a ser considerado ACUSADO e tem direito a contraditório e ampla defesa (MS 21.564/DF) 2 – A CD decide pela autorização ou não para que o SF julgue o PR: 2/3 dos membros, em votação nominal aberta 2. Julgamento - Julgamento de natureza política pelo SF - Presidido pelo Presidente do STF - O SF atua enquanto órgão judicial e não como órgão legislativo (órgão judicial híbrido: composto de senadores e presidido pelo Presidente do STF - Admissão da CD NÃO obriga o SF a julgar o PR - 2 momentos distintos no SF: 1 – Juízo de instauração do processo de impeachment: maioria simples em votação nominal aberta No momento em que é instaurado o processo de julgamento pelo SF, o PR ficará suspenso de suas funções 2 – Julgamento: 2/3 dos membros, em votação nominal aberta - O Judiciário não pode reformar o mérito da decisão do SF, mas pode intervir para que o processo seja feito corretamente ● Ex: para garantir o contraditório e a ampla defesa P ro ce ss o ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 30 Condenação - Perda do cargo - Inabilitação, por 8 anos, para o exercício de função pública (impeachment) ● Não é até 8 anos. É exatamente 8 anos ● QUALQUER função pública: mandato eletivo, concurso público, cargo de confiança etc - Sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis - Sentença externalizada por uma Resolução do SF - OBS a) Texto da CF, art. 52, Parágrafo único: Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. b) Entretanto, no processo da Ex-Presidente Dilma Roussef, houve a realização de duas votações distintas 1 - Quanto à ocorrência do crime de responsabilidade e à perda do mandato; 2 - Para a aplicação, ou não, da inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública. Renúncia: se for apresentada quando o julgamento já tiver sido iniciado, não paralisa o processo de impeachment (MS 21.689-1) ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 31 6.2 CRIMES COMUNS Diferentemente dos parlamentares federais, o Presidente da República não possui imunidades materiais. Dessa forma, o chefe do Executivo pode ser responsabilizado por suas opiniões e palavras, ainda que no exercício da função presidencial.Por outro lado, o Presidente possui as seguintes imunidades processuais (formais): 1. Imunidade a prisões temporárias: a Constituição estabelece que o Presidente da República somente poderá ser preso por sentença condenatória do STF. Assim, ele não poderá ser preso por prisões cautelares, como as prisões preventivas, provisórias, etc. 2. Atos estranhos ao mandato: os “atos estranhos ao mandato” aqui referidos são os crimes comuns que não guardem pertinência com o exercício da presidência. Assim, NA VIGÊNCIA DO MANDATO, o Presidente da República não responderá pela prática de atos estranhos ao exercício de suas funções. Não é que a pessoa do Presidente jamais poderá ser processada pelos crimes que cometeu. No entanto, ele responderá por eventual crime que não tenha conexão com o exercício da presidência somente após o término do mandato, perante a Justiça Comum. Trata-se de uma irresponsabilidade temporária. Obviamente, enquanto durar o mandato, a prescrição também será suspensa. Explicando: em razão da segurança jurídica, o Estado possui um certo tempo para processar e julgar alguém que cometeu um crime. Imagine só alguém que cometeu o crime de furto com 19 anos de idade e nunca foi processado por isso. Não pode o Estado querer fazê-lo quando o sujeito tiver 99 anos de idade. Existe um tempo (que, aliás, é bastante razoável) para que o Estado possa processar e julgar o criminoso. A prescrição ocorre não para beneficiar os bandidos, mas sim para estimular o Estado a não ficar inerte e a tomar, desde logo, todas as providências necessárias ao cumprimento da lei. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 32 Dessa forma, como não há a possibilidade jurídica de se processar a pessoa do Presidente por atos estranhos ao mandato durante o mesmo, não seria razoável que o prazo prescricional continuasse correndo, uma vez que não há inércia por parte do Estado, mas sim uma impossibilidade jurídica de se continuar com o processo. Portanto, o prazo de prescrição fica suspenso enquanto durar o mandato. Observe que essa imunidade formal somente é válida para atos de natureza penal: o Presidente pode responder durante o mandato por atos de natureza civil, administrativa, fiscal ou tributária. 3. Necessidade de autorização da Câmara dos Deputados para instauração do processo por crime comum que guarde pertinência com o exercício da presidência: Nós já vimos que o Presidente, durante seu mandato, somente pode ser processado por crimes comuns se estes guardarem pertinência com o exercício da presidência. Nesse caso, assim como nos crimes de responsabilidade, para que o processo seja instaurado, há a necessidade da autorização de 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados. Igualmente, esse juízo de admissibilidade possui natureza política e fortemente discricionária. Caso seja aprovado pela Câmara, o julgamento do Presidente pelos crimes comuns (e que guardem pertinência com o exercício do mandato) será realizado pelo STF. O Supremo não é obrigado a instaurar o processo contra o Presidente. Outra observação importante é que a autorização da Câmara não é necessária para instauração de inquéritos policiais contra o Presidente da República. Lembre-se de que o inquérito policial é um procedimento de instrução penal anterior à instauração do processo. A necessidade de licença não impede o inquérito policial (procedimento anterior ao processo), nem tampouco o oferecimento da denúncia (feita pelo Ministério Público), porém, apenas impede o seu recebimento, que é o primeiro ato de prosseguimento praticado pelo STF (Alexandre de Moraes). ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 33 Afastamento do cargo do Presidente da República A Constituição Federal estabelece que o Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nos crimes de responsabilidade, após a INSTAURAÇÃO do processo pelo Senado Federal. II - nas infrações penais comuns (que guardem pertinência com o mandato), SE RECEBIDA a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal. A denúncia é o ato no qual o representante do Ministério Público apresenta sua acusação perante o Judiciário para que este julgue o crime. Ela é a peça inicial dos processos criminais que envolvam crimes de ação pública, ou seja, naqueles em que a iniciativa do processo judicial é do Ministério Público. Já a queixa-crime é o equivalente à denúncia nos crimes de ação penal privada. Assim, nada acontece se o Ministério Público oferecer a denúncia, mas, caso o Supremo a receba (primeiro ato de prosseguimento do processo praticado pelo STF), aí sim o Presidente será afastado. Dessa mesma forma, não é a autorização da Câmara dos Deputados que promove a suspensão do Presidente, mas sim o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF ou a instauração do processo pelo Senado Federal. O prazo máximo de afastamento é de 180 dias. Caso esse período seja esgotado sem o julgamento, o Presidente da República retornará ao cargo, mas isso não impede que o processo continue normalmente. Caso seja condenado por crime comum, o Presidente da República perderá seus direitos políticos e, consequentemente, o cargo. Caso o mandato acabe e o Supremo Tribunal Federal ainda não tenha julgado o processo, este seguirá para a justiça comum competente, uma vez que o foro privilegiado somente dura enquanto durar o mandato. Esquematizando: Foro de julgamento - crimes comuns: STF do Presidente - crimes de responsabilidade: Senado ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 34 Imunidades materiais: Não possui: O PR não é inviolável por opiniões e palavras, ainda que no exercício da função presidencial Imunidades 1) Prisões temporárias - O PR não será preso enquanto não sobrevier processuais sentença condenatória do STF (formais) - O PR não pode ser preso por prisões cautelares 2) Atos estranhos - Crimes comuns que não guardem pertinência com o ao exercício do exercício da presidência mandato - Irresponsabilidade temporária: Na vigência do mandato, o PR não responderá pela prática de atos estranhos ao exercício de suas funções - PR responderá por eventual crime que não tenha conexão com o exercício da presidência somente após o término do mandato, perante a Justiça Comum ● Suspende a prescrição enquanto durar o mandato ● Somente vale para atos de natureza penal: o PR pode responder durante o mandato por atos de natureza civil, administrativa, fiscal ou tributária 3) Formação - Crimes comuns que guardem pertinência com o mandato do processo - Necessidade de autorização da CD (2/3 dos membros) - Juízo de admissibilidade (Natureza política) - Julgamento perante o STF - O STF NÃO é obrigado a instaurar o processo - Não precisa de autorização da CD para instaurar inquérito policial (sempre no STF) ou para o MP OFERECER a denúncia – mas precisa da autorização para o STF RECEBER a denúncia (1º ato praticado pelo STF) Afastamento ● O PR ficará suspenso de suas funções: do Presidente I - nos crimes de resp, após a instauração do processo pelo SF II - nas infrações penais comuns (que guardem pertinência com o mandato), se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF; ● Prazo máximo de afastamento: 180 dias ● Caso esgote o prazo sem julgamento: o PR retorna ao cargo, mas o processo continua normalmente ● Se condenado por crime comum: perde direitos políticos e o cargo de PR ● Se o mandato acabar e o processo ainda não tiver sido julgado pelo STF: o processo vai para a justiça competente 6. 2) C ri m es C om u n s ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 35 VII. GOVERNADORES (Gov) Os governadores dos estados e do Distrito Federal, por sua vez, somente possuem uma imunidadeformal: autorização de instauração do processo por 2/3 da Assembleia Legislativa. Dessa forma, as Constituições Estaduais não podem conferir aos governadores as imunidades para as prisões temporárias e nem as imunidades para que somente sejam processados por atos que guardem pertinência com o exercício da função (ADI 1.021/SP). Esquematizando: Única imunidade formal: autorização de instauração do processo por 2/3 da Assembleia Legislativa CEs NÃO podem estender aos gov - imunidades para as prisões temporárias - imunidades para que somente sejam processados por atos que guardem pertinência com o exercício da função - ADI 1.021/SP 7) G ov er n ad or es ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 36 EXERCÍCIOS 1. (CESPE - AGE/SEDF/2017) Na hipótese de o presidente da República, antes da vigência do seu mandato, praticar um homicídio, a acusação terá de ser admitida por dois terços da Câmara de Deputados para, posteriormente, poder ser submetida a julgamento perante o Senado Federal. Negativo! O Presidente da República somente será processado por atos pertinentes ao mandato. No caso trazido pela questão, o processo ficará suspenso enquanto ele for Presidente da República e responderá por eventual crime que não tenha conexão com o exercício da presidência somente após o término do mandato, perante a Justiça Comum. Gabarito: Errado. 2. (CESPE - Aud CE/TCE-PA/2016) O presidente da República poderá, mediante decreto — independentemente de autorização do Congresso Nacional —, extinguir cargos públicos vagos. Isso mesmo. Vamos revisar o decreto autônomo: Decreto Autônomo - É ato normativo primário, (deriva da CF) - Art. 84, VI - Competência passível de delegação - Pode dispor sobre: I) Organização e funcionamento da administração federal desde que não implique em aumento de despesa ou na criação/extinção de órgãos públicos II) Extinção de funções/cargos públicos, quando vagos Gabarito: Certo. 3. (CESPE - TA/ANVISA/2016) O presidente da República possui competência constitucional para dispor, mediante decreto, acerca de aumento de despesa na administração federal. Vamos conferir o art. 84, VI, “a”, que fala sobre o decreto autônomo: Compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 37 Gabarito: Errado. 4. (CESPE - Aux Tec CE/TCE-PA/2016) A concessão de indulto e a comutação de penas são competências indelegáveis do presidente da República. Uma informação bastante cobrada em provas é que, em regra, as atribuições do Presidente da República são indelegáveis, no entanto, ele pode delegar aos Ministros de Estado, Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União as seguintes: VI – dispor, mediante decreto, sobre: (decreto autônomo) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XXV - prover ou desprover (demitir) os cargos públicos federais, na forma da lei; (ARE-AgR 680.964/GO + RE 633.009) Apesar de a CF permitir, expressamente, somente a delegação do provimento dos cargos públicos, o STF já decidiu que o desprovimento (demissão) também pode ser delegado. Gabarito: Errado. 5. (CESPE – Esp. FUNPRESP/2016) Leis que tratem da criação de órgãos da administração pública federal são de iniciativa privativa do presidente da República. A criação e extinção de ministérios e órgãos da administração pública é da competência do Congresso Nacional e deve ser feita por meio de lei de iniciativa privativa do Presidente da República e COM sanção presidencial (art. 48, XI + 61, § 1º, II, “e”). Gabarito: Certo. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 38 6. (CESPE - AJ/TRE PI/Administrativa/2016) A competência do presidente da República para conferir condecorações e distinções honoríficas não se insere entre aquelas passíveis de delegação a ministro de Estado. Questão bem decorebinha... mas vamos lá: Art. 84 Lista exemplificativa São extensíveis aos governadores e prefeitos Regra: indelegáveis - Pode delegar VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Dec Aut) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; Exceção b) extinção de funções ou cargos (órgãos não) públicos, quando vagos; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XXV - prover ou desprover (demitir) os cargos públicos federais, na forma da lei; (ARE-AgR 680.964/GO) - Delegar ao - MinE - AGU - PGR Gabarito: Certo. 7. (CESPE - AJ/TRE PI/Administrativa/2016) Compete privativamente ao presidente da República conceder anistia e indulto. A concessão de anistia é uma competência do Congresso Nacional (art. 48, VIII). Já o Presidente da República é competente para conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei (art. 84, XII). Gabarito: Errado. 8. (CESPE - TJ/TRE PI/2016) O ministro da Defesa, que exerce o comando supremo das Forças Armadas, deve nomear os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. 2. 4. A tr ib u iç õe s d o P R ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 39 Quem exerce o comando supremo das forças armadas e nomeia seus comandantes é o Presidente da República (art. 84, XIII). Gabarito: Errado. 9. (CESPE - TJ/TRE PI/2016) As atribuições dos ministros de Estado incluem o dever de orientar, coordenar e supervisionar os órgãos e as entidades da administração federal na área de sua competência. Isso aí! Conforme o art. 87, parágrafo único, I. Vamos revisar as atribuições dos ministros de Estado: Atribuições i. Auxiliar o PR no exercício da direção superior da administração federal ii. Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência iii. Referendar os atos e decretos assinados pelo PR iv. Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos v. Apresentar ao Presidente relatório anual de sua gestão no Ministério vi. Praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente ● Podem exercer inclusive atribuições privativas do PR, caso tenha havido delegação Gabarito: Certo. 10. (CESPE – Juiz Estadual/TJ AM/2016) No texto constitucional, a afirmação de que o Poder Executivo é exercido pelo presidente da República, auxiliado pelos ministros de Estado, indica que a função é compartilhada, caracterizando-se o Poder Executivo como colegial, dependendo o seu chefe da confiança do Congresso Nacional para permanecer no cargo. Negativo! A questão descreveu uma parte do sistema parlamentarista. No caso brasileiro, o Presidente da República exerce “sozinho” a função de chefe do executivo (ele não tem funções compartilhadas, mas tem “auxiliares”). Gabarito: Errado. 11. (CESPE - TJ/TRE PI/2016) Os cargos de ministro de Estado, de livre nomeação pelo presidente da República, devem ser ocupados por brasileiros natos, maiores de vinte e um anos de idade, no pleno exercício de seus direitos políticos. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 40 Negativo! O erro está em “brasileiros natos”. Vamos revisar os requisitospara que alguém seja ministro de estado: Investidura - Requisitos - Ser brasileiro (nato ou naturalizado) O único ministro que deve ser brasileiro NATO é o ministro da DEFESA - Maior de 21 anos - No exercício dos direitos políticos - Escolha e exoneração: livre do Presidente, sem necessidade de motivação Gabarito: Errado. 12. (CESPE – Juiz Estadual/TJ AM/2016) Os atos do presidente da República que atentem especialmente contra a probidade na administração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais são crimes de responsabilidade classificados como crimes funcionais. Exato. Vamos conferir a lista (exemplificativa) que a Constituição Federal trouxe de crimes de responsabilidade do Presidente da República: Hipóteses: Atos que atentem contra a CF e, especialmente, contra: (lista exemplificativa) i. A existência da União ii. O livre exercício dos demais Poderes, do MP e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação iii. O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais iv. A segurança interna do País v. A probidade na administração vi. A lei orçamentária vii. O cumprimento das leis e das decisões judiciais Gabarito: Certo. 13. (CESPE – Juiz Estadual/TJ AM/2016) Admitida a acusação contra o presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele suspenso de suas funções e submetido a julgamento perante o Senado Federal, nos casos de crimes de responsabilidade. O Presidente da República é afastado de suas funções quando o processo é instaurado no Senado Federal ou no Supremo Tribunal Federal. Vamos revisar: ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 41 Afastamento ● O PR ficará suspenso de suas funções: do Presidente I - nos crimes de resp, após a instauração do processo pelo SF II - nas infrações penais comuns (que guardem pertinência com o mandato), se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF; ● Prazo máximo de afastamento: 180 dias ● Caso esgote o prazo sem julgamento: o PR retorna ao cargo, mas o processo continua normalmente ● Se condenado por crime comum: perde direitos políticos e o cargo de PR ● Se o mandato acabar e o processo ainda não tiver sido julgado pelo STF: o processo vai para a justiça competente Gabarito: Errado. 14. (CESPE - AJ/TRT 8/2016) A CF admite excepcionalmente a edição, pelo presidente da República, de decreto como fonte normativa primária, o chamado decreto autônomo. Isso aí! O decreto autônomo é um ato normativo primário e é o ato através do qual o Presidente da República dispõe sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos ou sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Ele foi inserido no ordenamento pátrio pela Emenda Constitucional nº 32/2001. Gabarito: Certo. 15. (CESPE - AJ/TRT 8/2016) Em processo de impeachment por crime de responsabilidade, o contraditório e a ampla defesa somente são exercidos pelo presidente da República perante o Senado Federal, na fase de processo e julgamento. Após o recebimento da denúncia pelo Presidente da CD, o Presidente da República já terá direito ao contraditório e a ampla defesa na Câmara dos Deputados (MS 21.564). Gabarito: Errado. 16. (CESPE - Ag Adm (DPU)/DPU/2016) Cargos públicos vagos podem ser extintos por meio de decreto presidencial, sendo dispensável a edição de lei em sentido estrito. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 42 Isso mesmo. Vamos revisar o decreto autônomo: Decreto Autônomo - É ato normativo primário, (deriva da CF) - Art. 84, VI - Competência passível de delegação - Pode dispor sobre: I) Organização e funcionamento da administração federal desde que não implique em aumento de despesa ou na criação/extinção de órgãos públicos II) Extinção de funções/cargos públicos, quando vagos Gabarito: Certo. 17. (CESPE - AJ/TRT 8/2016) A renúncia ao mandado pelo presidente da República prejudica, por perda de objeto, o processo de impeachment eventualmente em curso, acarretando a sua extinção automática. Caso o Presidente renuncie ao mandato depois de iniciado o julgamento no Senado Federal, este não será paralisado e prosseguirá até o fim. A pena da perda do cargo não terá mais efeitos (uma vez que o Presidente renunciou ao mandato). No entanto, ainda poderá ser aplicada a inabilitação para o exercício de funções públicas por 8 anos, por isso, o julgamento continua (MS 21.689-1). Gabarito: Errado. 18. (CESPE - AJ/TRT 8/2016) Por força do princípio da inafastabilidade jurisdicional, eventual decisão condenatória proferida pelo Senado Federal em julgamento por crime de responsabilidade estará sujeita a controle judicial posterior. O Judiciário não pode reformar o mérito decisão do Senado Federal. Dessa forma, se o Presidente for julgado “culpado” pelo Senado, nem mesmo o Supremo Tribunal Federal pode mudar o resultado do julgamento para “inocente”. O Tribunal Maior pode intervir para que o processo seja feito corretamente, por exemplo, para garantir o contraditório e a ampla defesa ao Presidente da República (mas isso no decorrer do processo e não após ele concluído, como afirma a questão). Gabarito: Errado. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 43 19. (CESPE - AJ/TRT 8/2016) Por ser norma punitiva, o rol de crimes de responsabilidade previsto na CF é taxativo, nele não podendo ser inseridos novos tipos. Bastante tranquilo! Vamos revisar as hipóteses (EXEMPLIFICATIVAS) de crime de responsabilidade: Hipóteses: Atos que atentem contra a CF e, especialmente, contra: (lista exemplificativa) i. A existência da União ii. O livre exercício dos demais Poderes, do MP e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação iii. O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais iv. A segurança interna do País v. A probidade na administração vi. A lei orçamentária vii. O cumprimento das leis e das decisões judiciais Gabarito: Errado. 20. (CESPE – Agente de Polícia/PC PE/2016) Acusado da prática de crime comum estranho ao exercício de suas funções, cometido na vigência do mandato, o presidente da República será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após deixar a função. NA VIGÊNCIA DO MANDATO, o Presidente da República não responderá pela prática de atos estranhos ao exercício de suas funções. Não é que a pessoa do Presidente jamais poderá ser processada pelos crimes que cometeu. No entanto, ele responderá por eventual crime que não tenha conexão com o exercício da presidência somente após o término do mandato, perante a Justiça Comum. Trata- se de uma irresponsabilidade temporária. Gabarito: Errado. 21. (CESPE – Agente de Polícia/PC PE/2016) O afastamento do presidente da República cessará se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o Senado Federal não tiver concluído o julgamento do processo pela prática de crime de responsabilidade aberto contra ele; nesse caso, o processo será arquivado. Foi quase rsrsrsrs. De fato, decorridos 180 dias, o Presidente da República voltará ao exercício das funções. No entanto, o processo continua normalmente. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 44 Gabarito: Errado. 22. (CESPE – Agente de Polícia/PC PE/2016) A única possibilidade de responsabilização do presidente da República investido em suas funções se refere ao cometimento de infração político-administrativa, não respondendo o chefe do Poder Executivo por infração penal comum na vigência do mandato. Passou longe! Caso a infração penal comum tenha conexão com a função presidencial, o Presidente da República pode sim ser julgado por crime cometido na vigência do mandato. Nesse caso, o julgadorserá o STF. Gabarito: Errado. 23. (CESPE – Agente de Polícia/PC PE/2016) O presidente da República dispõe de imunidade material, sendo inviolável por suas palavras e opiniões no estrito exercício das funções presidenciais. Diferentemente dos parlamentares federais, o Presidente da República não possui imunidades materiais. Dessa forma, o chefe do Executivo pode ser responsabilizado por suas opiniões e palavras, ainda que no exercício da função presidencial. Gabarito: Errado. 24. (CESPE - ATA/DPU/2016) No caso de o presidente da República, na vigência do mandato, praticar crime comum não relacionado às funções do cargo, sua responsabilização perante o Supremo Tribunal Federal estará condicionada à admissibilidade da acusação por dois terços dos membros da Câmara dos Deputados. O Presidente da República somente será processado por atos pertinentes ao mandato. No caso trazido pela questão, o processo ficará suspenso enquanto ele for Presidente da República e responderá por eventual crime que não tenha conexão com o exercício da presidência somente após o término do mandato, perante a Justiça Comum. Gabarito: Errado. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 45 25. (CESPE – Agente de Polícia/PC PE/2016) A decisão do Senado Federal que absolve ou condena o presidente da República em processo pela prática de crime de responsabilidade não pode ser reformada pelo Poder Judiciário. Isso aí! O Judiciário não pode reformar o mérito decisão do Senado Federal. Dessa forma, se o Presidente for julgado “culpado” pelo Senado, nem mesmo o Supremo Tribunal Federal pode mudar o resultado do julgamento para “inocente”. O Tribunal Maior pode intervir para que o processo seja feito corretamente, por exemplo, para garantir o contraditório e a ampla defesa ao Presidente da República (mas isso no decorrer do processo e não após ele concluído, como afirma a questão). Gabarito: Certo. 26. (CESPE - Tec NS/MPOG/"ENAP"/2015) O presidente da República poderá ausentar-se do país por qualquer tempo, independentemente da obtenção de licença junto ao Congresso Nacional. Segundo a Constituição Federal, o Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar- se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo (art. 83). Gabarito: Errado. 27. (CESPE - Tec NS/MPOG/"ENAP"/2015) No caso de vacância do cargo de presidente da República ocorrida nos últimos dois anos do período presidencial, deverão ser feitas eleições noventa dias após a abertura da vaga. Vamos revisar o que ocorre caso fiquem vagos os cargos de Presidente da República e de Vice-Presidente da República: Vacância dos i. Nos 2 primeiros - Eleição direta cargos de PR e VP anos do mandato - Em 90 dias depois de aberta a última vaga ii. Nos 2 últimos - Eleição indireta pelo CN anos do mandato - 30 dias depois de aberta a última vaga - Nos dois casos, o mandato é somente pelo tempo restante: (mandato- tampão) Gabarito: Errado. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 46 28. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) O presidente da República, mediante decreto, delegou aos ministros de Estado e ao advogado-geral da União a competência para, após processo administrativo disciplinar, aplicar a penalidade de demissão a servidor público federal. O referido decreto está de acordo com a CF, pois a possibilidade de delegação da competência para prover cargos públicos federais abrange também a competência para demitir o servidor público. Isso mesmo! Apesar de a CF permitir, expressamente, somente a delegação do provimento dos cargos públicos, o STF já decidiu que o desprovimento (demissão) também pode ser delegado (RE 633.009). Gabarito: Certo. 29. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário) O presidente da República está sujeito à prisão quando comete infração comum. Negativo! A Constituição Federal nos diz que o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, § 4º). Se o Presidente cometer uma infração comum que não tenha conexão com o exercício da presidência, ele responderá somente após o término do mandato, perante a Justiça Comum. Gabarito: Errado. 30. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Agente de Polícia Legislativa) Afrontaria a CF dispositivo de Constituição estadual que previsse que a ausência do país do governador e do vice-governador, por qualquer prazo, dependeria de prévia licença da assembleia legislativa. Essa limitação à liberdade do governador deve seguir o modelo federal pelo princípio da simetria. Dessa forma, a ausência somente pode ser autorizada quando for superior a 15 dias. Gabarito: Certo. 31. (CESPE - 2014 - ANTAQ - Técnico Administrativo) É de competência privativa do presidente da República a celebração de tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 47 Isso mesmo. Quem celebra os acordos internacionais é o Poder Executivo. No entanto, os tratados devem ser referendados pelo Congresso Nacional. Confira o art. 84, VIII da CF. Gabarito: Certo. 32. (CESPE - 2014 - ANTAQ - Cargos 1 a 4) Cabe ao Congresso Nacional autorizar por lei complementar a criação de ministérios e órgãos da administração pública, podendo o chefe do Executivo dispor, mediante decreto, sobre a extinção desses órgãos, desde que estejam vagos. A banca misturou tudo! A criação de ministérios e órgãos da administração pública é feita por lei ordinária de iniciativa do Presidente da República e que deve ser aprovada pelo Congresso Nacional (arts. 61, § 1º, II, “e” c/c 48, XI). A banca também tentou te confundir com o decreto autônomo, previsto no art. 84, VI: VI – dispor, mediante decreto, sobre: (decreto autônomo) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; Observe que o Presidente não está autorizado a dispor sobre ÓRGÃOS públicos, que somente podem ser criados ou extintos por lei (art. 48, XI). Gabarito: Errado. 33. (CESPE - 2014 - ANATEL - Cargos 13, 14 e 15) Considere que o presidente da República, na presença de policiais que o escoltavam, tenha cometido uma tentativa de homicídio contra um servidor. Nessa situação, mesmo tendo presenciado o delito, os policiais não poderão efetuar a prisão em flagrante do presidente da República. O Presidente da República somente pode ser preso por uma sentença condenatória do STF, não podendo ser responsabilizado durante o mandato por atos estranhos ao exercício de suas funções, nem mesmo ABIN Aula 06 Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 48 em flagrante delito. Assim, como não foi falado na questão que a tentativa de homicídio tem fins políticos ou relacionados ao mandato, devemos considerar que é um ato estranho ao mandato de Presidente da República (ok, concordo que a banca pisou na bola...). Vamos relembrar: Imunidades 1) Prisões temporárias - O PR não será preso enquanto não sobrevier processuais sentença condenatória do STF (formais) - O PR não pode ser preso por prisões cautelares 2) Atos estranhos - Crimes comuns que não guardem pertinência com o ao exercício do exercício da presidência mandato - Irresponsabilidade temporária: Na vigência do mandato, o PR não responderá pela prática de atos estranhos ao exercício de suas funções - PR responderá por eventual crime que não tenha conexão com o exercício da presidência somente após o término do mandato, perante a Justiça Comum ● Suspende a prescrição enquanto
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