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tarefa 1 Ambientes de computação emergentes - 2016_02- VF

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Ambientes de computação emergentes: SaaS e SOA 
Material adaptado de: TURBAN, Efraim. LEIDNER, Dorothy. MCLEAN, Ephraim. WETHERBE, James. Tecnologia da 
informação para gestão. Porto Alegre: Bookman, 2010. P. 76-77 
Na década passada, surgiram novos ambientes de computação, alguns dos quais estão baseados na tecnologia da Web. 
Alguns sistemas estão nos primeiros estágios de uso ou de em desenvolvimento outros já em uso em grande escala, mas 
eles podem remodelar o campo da TI. 
Um modelo cada vez mais popular de empresa em que recursos de computação são disponibilizados aos usuários, 
quando eles são necessários, é o modelo de software como serviço (Software-as-a-Service - SaaS). Sejam eles referidos 
como SaaS, computação por demanda, utility computing ou serviços hospedados, a ideia é basicamente a mesma: Em 
vez de comprar e instalar incômodas e caras aplicações corporativas empacotadas, os usuários podem acessar aplicativos 
por uma rede, com um navegador Internet sendo a única necessidade. Normalmente não há nenhum hardware ou 
software para comprar, uma vez que os aplicativos são utilizados na Internet e pagos por meio de uma taxa fixa de 
assinatura ou pagáveis de acordo com uma taxa real de uso individual. 
Há diferentes variações desse conceito. Mas todos oferecem serviços de software componentizados, padronizados e de 
custo mais baixo contratados à vontade a partir de algum tipo de provedor de serviços. 
O modelo SaaS, ou por demanda, foi desenvolvido para superar o desafio comum para que uma empresa seja capaz de 
atender demandas flutuantes com eficiência, o que é um requisito da empresa adaptativa. Como os recursos da 
computação por demanda de uma empresa podem variar drasticamente de um momento para outro, manter um 
número suficiente de recursos para atender os requisitos de pico pode ter um custo elevado. Inversamente, se a empresa 
reduz custos mantendo apenas os recursos mínimos de computação, poderão faltar recursos para atender requisitos de 
pico. 
Uma analogia simples é o uso de um eletrodoméstico. O usuário não negocia diretamente com a empresa de eletricidade 
o uso da energia para um eletrodoméstico específico. Há padrões e controles, mas eles são suficientemente amplos para 
que seja possível conectar um aparelho elétrico ao serviço sem que o usuário precise notificar a companhia de 
eletricidade. Em uma das pontas, a companhia de eletricidade cuida da complexidade da geração da energia elétrica, 
incluindo compatibilizar a capacidade com a demanda, e pode alterar quais geradores e circuitos que fornecem a energia 
elétrica - tudo sem coordenar esses eventos com os milhões de usuários que contam com o serviço. Em inglês, o termo 
utility ompanies refere-se às empresas fornecedoras de serviços de utilidade pública (energia elétrica, gás, água, telefone 
etc.). Daí deriva o termo utility computing, que costuma ser traduzido em português como computação por demanda. 
Uma questão importante na computação por demanda é quem deve ser o provedor. Um provedor natural pode ser um 
desenvolvedor/hospedeiro de software como a IBM e a Oracle. Outra escolha poderia ser um intermediário 
independente, como um provedor de serviços de aplicativos (application services provider - ASP). 
O quadro abaixo mostra a comparação de características entre os modelos de pacotes de software tradicional e de 
software como serviço. 
Pacotes de software tradicional Software como Serviço 
Projetado para os clientes instalarem, 
gerenciarem e manterem. 
Projetado para ser distribuído como 
serviço pela Internet. 
A solução é arquitetada para ser executada por uma 
companhia individual em uma infra-estrutura 
dedicada. 
Projetado para executar em milhares de clientes 
diferentes em um único código. 
Pouco frequente, atualizações principais a cada 18-24 
meses, vendido individualmente para cada base de 
cliente instalada. 
Frequente, atualizações "digeríveis" a cada 3-6 meses 
para minimizar o impacto no cliente e melhorar a 
satisfação. 
Controle de Versão Taxa de Upgrade 
 
Ao corrigir um problema para um cliente, é corrigido para 
todos. 
Funcionalidade repetível via Web services, APIs abertas 
e conectores padrões. 
 
Pode usar APIs abertas e Web services para facilitar a 
integração, mas cada cliente tipicamente tem que pagar 
pelo trabalho de integração. 
Fonte: Melo et. Al. Software como Serviço: Um Modelo de Negócio Emergente. Centro de Informática – Universidade 
Federal de Pernambuco (UFPE) (?2010) 
 
A adequabilidade do SaaS. O sucesso crescente do serviço por demanda da Salesforce.com para o software de gestão 
do relacionamento com o cliente (customer relationship management - CRM) coloca a questão de se o modelo de software 
como serviço é adequado para outras aplicações. De acordo com Jakovljevic (2005b), o modelo pode ser adaptado para 
outras aplicações que costumam ser terceirizadas. Isso inclui RH/folha de pagamento; gestão financeira e gestão da 
aquisição de matérias-primas; e comércio de empresa para consumidor (business-to-customer - B2e) comércio 
eletrônico/catálogos de produtos, incluindo modelos dinâmicos de determinação de preços, fidelização do cliente, 
promoções direcionadas e outras táticas sofisticadas de vendas. O modelo também poderia ser integrado com 
aplicativos da cadeia de suprimentos que não exigem uma grande equipe interna de suporte a vendas. O mesmo pode 
ser dito das empresas que contam com a globalização e a colaboração baseada na Web. 
SaaS e SOA. Um fator importante na mudança para o SaaS poderia ser uma modificação na maneira como o próprio 
software é criado atualmente. Em vez de componentes de software sendo desenvolvidos e empacotados para formar 
uma solução rígida e monolítica, os sistemas são cada vez mais desenvolvidos como uma "federação", "combinação" de 
serviços, ou aplicativos compostos, que são agrupados apenas no ponto de execução. Com o tempo, isso possibilitará 
que componentes alternativos de software sejam substituídos entre cada uso de um sistema, permitindo uma 
flexibilidade muito maior. Essa é basicamente a ideia da arquitetura orientada a serviços. Portanto, de acordo com 
Jakovljevic (2006), o SaaS, no nível mais alto, deve ser fornecido como uma abordagem da arquitetura orientada a 
serviços (service-oriented architecture - SOA) e precisam incorporar Web Services. Esses dois tópicos são apresentados 
mais adiante nesta seção. Um outro tópico relacionado ao fornecimento da computação por 
demanda é a computação em grade. Alguns até mesmo equiparam os dois conceitos (por exemplo, Jakovljevic, 2005a), 
considerando a computação em grade como um tipo de provedor de serviços de utilidade pública como água, luz e 
telefone. 
Implementando o SaaS: O conceito da computação por demanda. De acordo com Bill Gates, a computação por 
demanda é uma computação disponível, confiável e tão segura quanto os serviços de fornecimento de eletricidade, 
água/esgoto e telefonia (informado por Ebringer, 2003). A visão por trás da computação por demanda é ter recursos de 
computação disponíveis sob demanda a partir de ativos virtuais em todo o globo - sempre disponíveis, seguros, medidos 
com eficiência, tarifados de acordo com o uso individual, dinamicamente dimensionados, auto restaurados e fáceis de 
gerenciar. Nesse cenário, as empresas se conectariam, ligariam o computador e (supostamente) economizariam uma 
grande quantidade de dinheiro. A IBM (projeto On-Demand), HP, Microsoft, Oracle, Sun Microsystems, SAP e outras 
grandes empresas de software apoiam essa ideia. 
Se (ou quando) ela se tornar bem-sucedida, a computação por demanda modificará a maneira como produtos de 
software são vendidos, fornecidos e utilizados no mundo. Alguns especialistas acreditam que todos os produtos de 
software irão se tornar um serviço e, algum dia, serão vendidos como um serviço de utilidade pública como água, luz e 
telefone. Preparando-se para esse dia,a IBM está migrando agressivamente para a área de ASP. Os ASPs irão operar os 
canais de fornecimento da computação por demanda. Um exemplo do uso da computação por demanda é o caso da 
Mobil Travel Guide, que avalia mais de 25.000 restaurantes e hotéis nos Estados Unidos e publica guias de viagem para 
várias regiões. Para acomodar o tráfego sempre crescente dos servidores Web que procuram avaliações, a empresa 
utiliza os serviços de hospedagem por demanda da IBM. Com esse serviço, a empresa não apenas resolveu todos os 
problemas de capacidade, mas também aprimorou a segurança - tudo com uma redução de custos de 
30% se comparado ao uso de servidores próprios (Greenmeier, 2003). 
Limitações da computação por demanda. Apesar das promessas brilhantes e dos esforços dos principais fornecedores, 
o progresso é lento. Ainda faltam partes fundamentais dessa tecnologia. Por exemplo, é difícil fazer a computação por 
demanda em centros heterogêneos de dados. Além disso, o conceito da computação por demanda funciona melhor 
para alguns aplicativos do que para outros. A computação por demanda também precisa de segurança extra. Por fim, a 
distribuição do software difere da distribuição de serviços de utilidade pública. De acordo com uma pesquisa recente, 
55,6% dos 310 pesquisados citaram como a principal preocupação falhas na segurança e na privacidade para que adotem 
a computação por demanda. Outras preocupações incluíam a dependência para com o fornecedor e a inalterabilidade 
de desempenho (50,8%), confiabilidade (45,9%), dados comerciais muito importantes para que possam ser confiados a 
estranhos (41,6%) e perda de controle sobre recursos-chave (38,3%). Essas desvantagens precisam ser superadas pelos 
fornecedores para que eles possam oferecer uma computação por demanda de uma maneira que seja atraente aos 
clientes. 
Computação em grade: Redes convencionais, incluindo a Internet, são projetadas para fornecer comunicação entre 
dispositivos. As mesmas redes podem ser utilizadas para dar suporte ao conceito da computação em grade, em que os 
ciclos de processamento não utilizados de todos os computadores em uma dada rede podem ser reunidos para criar 
capacidades poderosas de computação. A computação em grade coordena o uso de um grande número de servidores e 
um grande volume de armazenamento, atuando como um único computador. Dessa forma, problemas de picos na 
demanda são resolvidos sem o custo de manter uma capacidade de reserva (consulte oracle.com/grid). A computação 
em grade já está sendo utilizada de uma maneira limitada e muitos dos atuais aplicativos de grade estão em áreas que 
anteriormente exigiam supercomputadores. Mason (2004) afirma que as empresas que fazem trabalhos de 
processamento que duram muitas horas, realizando cálculos científicos e matemáticos complexos, e processando 
grandes conjuntos de dados para a inteligência do negócio, seriam boas candidatas a tirar proveito da velocidade mais 
rápida do processamento da computação em grade. Um projeto famoso da computação em grade é o projeto SETI 
(Search for Extraterrestrial Intelligence) @ Home. Nesse projeto, usuários de PC no mundo todo doam tempos não 
utilizados do ciclo de processador para ajudar a procurar sinais de vida extraterrestre analisando sinais provenientes do 
espaço sideral. Ele conta com voluntários individuais para permitir que o projeto possa utilizar o poder de processamento 
não utilizado dos computadores dos usuários. Esse método economiza dinheiro e recursos ao projeto. Uma importante 
aplicação comercial da computação em grade no mercado consumidor é a tentativa da Sony de vincular online milhares 
de consoles de videogames dessa empresa. 
Conceitos e benefícios do SOA. Um número cada vez maior de empresas está enfrentando esses e outros desafios 
migrando para uma arquitetura orientada a serviços (service-oriented architecture - SOA). SOA é um conceito 
arquitetônico que define o uso de serviços para dar suporte a diferentes necessidades dos negócios. A ideia básica do 
SOA é reutilizar e reconectar os recursos de TI existentes (chamados serviços) em vez do desenvolvimento mais 
demorado e caro de novos sistemas. Em um ambiente orientado a serviços, as organizações disponibilizam recursos aos 
participantes via uma rede (na computação distribuída), como serviços independentes que podem ser acessados de uma 
maneira padronizada utilizando Web Services. A empresa de pesquisa Gartner, Inc., previu em um relatório especial de 
junho de 2005 que 80% dos projetos de desenvolvimento de software serão, em 2008, baseados no SOA, citando-o 
como um dos cinco tópicos mais quentes da tecnologia em 2005 (Clearly et aI., 2005). D'Agostino (2006) fornece um 
exemplo de um aplicativo bem-sucedido nos hotéis Starwood e citou uma previsão da IDC (International Data 
Corporation) de que investimentos no SOA passarão de US$ 3,6 bilhões, em 2006 para US$ 33 bilhões, em 2010. 
O SOA surge como uma maneira de as organizações agruparem objetivos de negócio e TI. Organizações que começam a 
introduzir o SOA alcançam bons resultados imediatos. De fato, muitos especialistas concordam que a adoção do SOA 
pode levar a benefícios significativos, como: 
• Redução do custo de integração 
• Melhoria do alinhamento entre negócios/TI 
• Extensão e aproveitamento dos investimentos em TI existentes 
• Tempo mais rápido para desenvolver novos aplicativos 
• Custo de manutenção de TI mais baixo 
 
A maioria dos SOAs é implementada em Web Services. 
Web Services. Web Services são aplicativos de negócios autocontidos, auto descritivos e modulares para consumo 
popular, disponibilizados pela Internet que os usuários podem selecionar e combinar por meio de praticamente qualquer 
dispositivo, variando desde computadores pessoais até celulares. Utilizando um conjunto de protocolos e padrões 
compartilhados, esses aplicativos permitem que diferentes sistemas "conversem" entre si - isto é, compartilhem dados 
e serviços - sem exigir que seres humanos traduzam essa conversa. O resultado promete ser links instantâneos e em 
tempo real entre os processos online de diferentes sistemas e empresas. Esses links poderiam diminuir o tamanho dos 
departamentos de TI das empresas, promover novas interações entre empresas e criar uma Web mais amigável aos 
consumidores. Web Services oferecem soluções baratas e rápidas para integração de aplicativos, acesso às informações 
e desenvolvimento de aplicativos. Em setembro de 2003, a Microsoft e a IBM demonstraram como a tecnologia dos Web 
Services pode permitir que seus softwares interajam e prometeram cooperar no estabelecimento de padrões.

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