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Política Pública de Assistência Social como Direito

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POLÍTICA DE SEGURIDADE 
SOCIAL – ASSISTÊNCIA SOCIAL 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Neiva Silvana Hack 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, nosso foco será compreender o que significa reconhecer a 
assistência como uma política pública. Tal reconhecimento perpassa a 
legislação, mas envolve também aspectos estruturais, de gestão e políticos. 
Para compreender tais dimensões, abordaremos as implicações de 
reconhecer a assistência social como direito, bem como o papel do Estado em 
tal contexto. 
Serão abordadas as exigências técnicas e de gestão envolvidas na 
operacionalização da política pública de assistência social, bem como serão 
trabalhados os direitos socioassistenciais, que expressam uma nova visão da 
assistência social, principalmente a partir do ano 2005, bem como sintetizam 
lutas políticas fundamentais na defesa dessa política pública. 
TEMA 1 – ASSISTÊNCIA SOCIAL ENTENDIDA COMO DIREITO 
Tendo clarificada nossa compreensão sobre os conceitos fundamentais 
relacionados à política pública de assistência social, vale, nesse momento, 
destacar a importância de se entender e reconhecer essa política pública como 
um direito. 
O histórico das ações do Estado e da sociedade civil voltados às 
populações fragilizadas no Brasil conduz a uma compreensão da assistência 
social como um favor. Ainda, são presentes os casos de utilização de recursos 
dessa política de forma clientelista. 
A afirmação da política de assistência enquanto direito leva ao 
reconhecimento da responsabilidade estatal em prover os chamados “mínimos 
sociais”. Na luta pela igualdade de direitos, pretende-se que o Estado assegure 
não somente os mínimos, mas as condições básicas para o desenvolvimento da 
pessoa, da vivência em sociedade e do exercício da cidadania (Pereira, 2011). 
TEMA 2 – DIREITO DO CIDADÃO E DEVER DO ESTADO 
Se reconhecermos que a assistência social é direito do cidadão, a mesma 
lógica conduz a identificar um responsável pela efetivação de tal direitos, que é 
o Estado. Superando-se as lógicas do favor e do clientelismo, parte-se para a 
compreensão de que o Estado deve ofertar serviços qualificados e 
comprometidos. 
 
 
3 
Supera-se aqui uma visão que ficou conhecida como “políticas pobres 
para os pobres”. Abre-se espaço para a exigibilidade de ações efetivas de 
superação das vulnerabilidades sociais e prevenção e atendimento aos riscos 
sociais. 
A Constituição Federal prevê que a assistência social seja não 
contributiva e que sejam previstos recursos no orçamento público para sua 
efetivação. 
Contudo, ainda persistem práticas eleitoreiras que reproduzem o 
clientelismo, utilizando-se de recursos dessa política pública para fomentar troca 
por votos. Há, também, o desafio da visão neoliberal de Estado, que defende um 
Estado mínimo e com ações sociais residuais. 
TEMA 3 – ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA 
Vejamos o que nos diz Potyara Pereira sobre o nosso tema: 
Falar da assistência social como política, e não como ação guiada pela 
improvisação, pela intuição e pelo sentimentalismo (por mais bem-
intencionados que sejam), é falar de um processo complexo que, 
embora não descarte o sentimento (de cooperação, de solidariedade e 
até de indignação diante das iniquidades sociais), é ao mesmo tempo 
racional, ético e cívico."(Pereira, 2012, p. 224). 
Reconhecer a assistência social como política pública exige encará-la 
com responsabilidade e considerar que sejam asseguradas as condições para 
sua efetividade como tal. Implica a exigência de leis e outras normativas que a 
regulem; a disponibilização de recursos (físicos, humanos, financeiros, 
tecnológicos) para sua operacionalização e investimento em gestão. Tais 
aspectos não são providenciados de forma natural, mas envolvem negociações, 
lutas e conquistas políticas. 
TEMA 4 – DIREITOS SOCIOASSISTENCIAIS (PARTE I) 
Na V Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em 2005, 
foram delineados e aprovados os “10 direitos socioassistenciais”. 
1. Todos os direitos de proteção social de assistência social consagrados 
em Lei para todos. 
2. Direito de equidade rural-urbana na proteção social não contributiva. 
3. Direito de equidade social e de manifestação pública. 
 
 
4 
4. Direito à igualdade do cidadão e cidadã de acesso à rede 
socioassistencial. 
5. Direito do usuário à acessibilidade, qualidade e continuidade. 
6. Direito em ter garantida a convivência familiar, comunitária e social. 
7. Direito à proteção social por meio da intersetorialidade das políticas 
públicas. 
8. Direito à renda. 
9. Direito ao cofinanciamento da proteção social não contributiva. 
10. Direito ao controle social e defesa dos direitos socioassistenciais. 
Tais direitos compõem a base de lutas pela assistência social enquanto 
política pública (CNAS, 2005). 
TEMA 5 – DIREITOS SOCIOASSISTENCIAIS (PARTE II) 
A lógica do reconhecimento da assistência social como direito, e da luta 
pela efetivação dos direitos socioassistenciais implica importantes mudanças na 
perspectiva da gestão e operacionalização da política pública no Brasil. 
Podemos pontuar os seguintes aspectos de destaque: 
 regulamentação e exigibilidade; 
 serviços continuados e de qualidade; 
 defesa da equidade; 
 acessibilidade; 
 superação da lógica da segregação/reclusão; 
 indicação do necessário trabalho em rede; 
 política social não contributiva e o cofinanciamento estatal (CNAS, 2005). 
NA PRÁTICA 
Para fixar a aprendizagem desta aula, faça o seguinte exercício: 
1. Retome a videoaula do tema 04, que apresenta os 10 direitos 
socioassistenciais. 
2. Pense na situação social do seu município e escolha um direito 
socioassistencial que você acredita ter sido respeitado e que tem 
avançado em conquistas para a população. 
 
 
5 
3. Para encerrar, pense novamente no seu município e escolha um direito 
socioassistencial que tem sido negligenciado e que precisa de maiores 
investimentos. 
FINALIZANDO 
Na aula de hoje, vimos os aspectos fundamentais que caracterizam a 
assistência social como política pública. Podemos estabelecer a seguinte ordem 
lógica. 
1. A assistência social é um direito reconhecido por lei, que assegura os 
mínimos sociais. 
2. Se a assistência social é direito do cidadão, é dever do Estado torná-la 
efetiva por meio de uma política social. 
3. Ao reconhecer a assistência social como política pública, devem ser 
superadas as lógicas do improviso e assumidos compromissos com a 
gestão, a estrutura, a ética e os resultados de suas ações. 
4. Para a efetividade e o avanço dessa política pública, não bastam 
reconhecimentos legais ou normas administrativas, mas são necessárias 
defesas políticas pautadas em sua melhoria. 
5. Podemos sintetizar parte das lutas na defesa da assistência social no 
conteúdo expresso no decálogo dos direitos socioassistenciais, elaborado 
e aprovado na V Conferência Nacional de Assistência Social. 
 
 
 
6 
REFERÊNCIAS 
BONETI, L. W. Políticas públicas por dentro. Ijuí: Unijuí, 2011. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do 
Brasil. Brasília-DF, 5 out. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> 
Acesso em: 4 set. 2017. 
CNAS – CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Deliberações da 
V Conferência de Assistência Social. Brasília: CNAS, 2005. 
PEREIRA, P. A. P. Necessidades humanas: subsídios à crítica dos mínimos 
sociais. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2011. 
_____. Sobre a política de assistência social no Brasil. In: BRAVO, M. I. S.; 
PEREIRA, P. A. P. (Org.). Política social e democracia. 5. ed. São Paulo: 
Cortez, 2012. 
QUEIROZ, R. B. Formação e gestão de políticas públicas. Curitiba: 
Intersaberes, 2013. 
SPOSATI, A. et al. A assistência na trajetória das políticas sociais 
brasileiras. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1992.

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