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Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit A hipófise, também chamada glândula pituitária, é uma glândula pequena, situada na sela túrcica, cavidade óssea localizada na base do cérebro e que se liga ao hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário. A hipófise está localizada em uma região do esfenóide (base do crânio) chamada de sela túrcica (depressão), próximo a região central do encéfalo. Juntos, o sistema nervoso (hipotálamo) e o sistema endócrino (hipófise) regulam e coordenam as atividades de todas as estruturas essenciais do corpo para conseguir manter a homeostase. Assim, cada hormônio vai ser responsável por uma informação, para garantir o equilíbrio corpóreo. Fisiologicamente, a hipófise é divisível em duas porções distintas: a hipófise anterior, conhecida como adeno-hipófise, e a hipófise posterior, também conhecida como neuro- hipófise. Infundibulum= região de comunicação/ ligação em formato de tubo entre o hipotálamo e a hipófise. Eminência mediana= é o ponto de transição hipotálamo e infundibulum. Cinco hormônios peptídeos importantes e diversos outros hormônios, de menor importância, são secretados pela hipófise anterior, e dois hormônios peptídeos importantes são secretados pela hipófise posterior. Os hormônios da região anterior da hipófise desempenham papéis importantes no controle das funções metabólicas do organismo. → Adeno- hipófise 1. Hormônio do crescimento (GH): promove o crescimento de todo o organismo. 2. Adenocorticotrópico (ACTH): controla a secração de alguns dos hormônios adrenocorticais. 3. Tireotrópico (TSH): controla a secreção da tiroxina e da tri-iodotironina pela glândula tireóide, e esses hormônios controlam a velocidade da maioria das reações químicas intracelulares no organismo. Fisiologia do hipotálamo e glândula hipófise Etapa 1- Módulo 3- Aula 3 // Tratado de Fisiologia Médica- Guyton e Hall// Fisiologia Humana- Vander hipófise Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit 4. Gonadotrópicos: dois hormônios distintos, o FSH e o LH, controlam o crescimento dos ovários e dos testículos, bem como suas atividades hormonais e reprodutivas. 5. Prolactina: promove o desenvolvimento da glândula mamária e a produção do leite. Em geral a hipófise anterior contém vários tipos diferentes de células que sintetizam hormônios. Normalmente existe apenas um tipo celular para cada hormônio principal formado na adeno- hipófise. → Neuro- hipófise 1. ADH ou hormônio antidiurético (também chamado vasopressina): controla a excreção da água na urina, ajudando, assim, a controlar a quantidade da água nos líquidos do organismo. 2. Ocitocina: auxilia na ejeção de leite pelas glândulas mamárias para o mamilo, durante a sucção, e, possivelmente, desempenha papel de auxílio durante o parto e no final da gestação. Os hormônios da hipófise posterior são sintetizados por corpos celulares no hipotálamo. Os corpos das células que secretam os hormônios da hipófise posterior não estão localizados na hipófise propriamente dita, mas em neurônios grandes, chamados neurônios magnocelulares, localizados no hipotálamo. Os hormônios são então transportados no axoplasma das fibras nervosas dos neurônios que seguem do hipotálamo para a hipófise posterior. Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit O diencéfalo é parte do encéfalo que possui uma estrutura responsável pela comunicação com a hipófise, o hipotálamo. Essa estrutura é triangular e fica na região inferior do diencéfalo. O hipotálamo é repleto de núcleos, que são corpos celulares de neurônios, que possuem a capacidade de produção de proteínas, mensageiros, etc. Eles irão atuar como neurotransmissores e neurohormônios. Cada núcleo do hipotálamo vai ser responsável pela produção de um hormônio. O hipotálamo recebe sinais vindos de diversas fontes do sistema nervoso. Assim, quando a pessoa é exposta à dor, parte da sinalização da dor é transmitida para o hipotálamo. Até mesmo as concentrações de nutrientes, eletrólitos, água e diversos hormônios no sangue excitam ou inibem diversas regiões do hipotálamo. Sendo assim, ele é um centro coletor de informações relativas ao bem-estar interno do organismo, e grande parte dessa informação é utilizada para controlar as secreções dos vários hormônios hipofisários globalmente importantes. Quase toda a secreção hipofisária é controlada por sinais hormonais e nervosos, vindos do hipotálamo. A comunicação do hipotálamo com a hipófise pode ser feita de 2 formas: » Sinais mediados por mensageiros hormonais (mecanismo de feedback negativo ou homeostático)- por meio de outros hormônios que vão regular a produção ou não. Ou seja, são estruturas para regular os limites da produção. Essa comunicação pode ser via: Alça curta- Feita entre a hipófise e o hipotálamo, ou seja, estruturas que são próximas. Alça longa- Feita entre outros hormônios mais distantes, atingindo a hipófise e o hipotálamo. A ação do hipotálamo Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit » Inputs neuronais provenientes de várias fontes: são as sinapses nervosas. Por exemplo: a percepção se é dia ou noite interfere na liberação hormonal. A secreção efetuada pela região posterior da hipófise é controlada por sinais neurais que têm origem no hipotálamo e terminam na região hipofisária posterior. Entre os núcleos (corpos celulares) que essa região possui, estão o Supraópico e o Paraventricular, que estarão produzindo os hormônios da neuro- hipófise. Por outro lado, a secreção da região anterior da hipófise é controlada por hormônios, chamados hormônios liberadores e hormônios (ou fatores) hipotalâmicos inibidores, secretados pelo próprio hipotálamo e então levados para a região anterior da hipófise por minúsculos vasos sanguíneos chamados vasos portais hipotalâmico- hipofisários. Na hipófise anterior, esses hormônios liberadores e inibidores agem nas células glandulares, de modo a controlar sua secreção. A hipófise anterior é uma glândula muito vascularizada, com capilares sinusoides em grande número, entre as células glandulares. O sangue então flui pelos pequenos vasos sanguíneos portais hipotalâmico-hipofisários para os sinusoides da região anterior da hipófise. A porção mais inferior do hipotálamo, chamada eminência mediana, se liga, inferiormente, ao pedúnculo hipofisário. Pequenas artérias penetram a eminência mediana, e, então, pequenos vasos adicionais retornam para sua superfície, unindo-se para formar os vasos sanguíneos portais hipotalâmico-hipofisários. Esses vasos seguem para baixo, ao longo do pedúnculo hipofisário, para acabar desembocando nos sinusoides da hipófise anterior. Como os hormônios não conseguem descer todo o infundíbulo, eles liberam o seus hormônios nesses capilares (não é um capilar sistêmico, ou seja, para o corpo), que posteriormente vão servir de mensageiros na adeno- hipófise. Ela vai liberar seus hormônios na circulação sistêmica. ✓ Local de produção Neurônios especiais no hipotálamo sintetizam e secretam os hormônios liberadores e os hormônios inibidores que controlam a secreção dos hormônios Vasos portais hipotalâmicos- hipofisários Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit da hipófise anterior, eles são secretados na eminência mediana. Esses neurônios têm origem em diversas áreas do hipotálamo e enviam suas fibras nervosas para a eminência mediana e para o tuber cinereum, a extensão do tecido hipotalâmico no pedúnculo hipofisário. Esses hormônios são, imediatamente, captados pelo sistema portal hipotalâmico-hipofisário e levados, diretamente, para os sinusoides da hipófiseanterior. ✓ Funções A função dos hormônios de liberação e inibição é controlar a secreção dos hormônios da hipófise anterior. Os principais hormônios liberadores e inibidores hipotalâmicos são: 1. Hormônio liberador de tireotropina (TRH), que provoca a liberação do hormônio estimulante da tireóide. 2. Hormônio liberador de corticotropina (CRH), que provoca a liberação do hormônio adrenocorticotrófico. 3. Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH), que provoca a liberação do hormônio do crescimento e do hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH), também chamado somatostatina, que inibe a liberação do hormônio do crescimento. 4. Hormônio liberador da gonadotropina (GnRH), que leva à liberação de dois hormônios gonadotrópicos, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio foliculoestimulante (FSH). 5. Hormônio inibidor da prolactina (PIH), que causa a inibição da secreção da prolactina. ✓ Mecanismo de controle Áreas específicas no hipotálamo controlam a secreção de hormônios liberadores e inibidores hipotalâmicos específicos. Todos ou a maioria dos hormônios hipotalâmicos são secretados pelas terminações nervosas da eminência mediana, antes de serem transportados para a hipófise anterior. A estimulação elétrica dessa região excita essas terminações nervosas e, consequentemente, causa a liberação, essencialmente, de todos os hormônios hipotalâmicos. No entanto, os corpos celulares neuronais, que dão origem a essas terminações nervosas na eminência mediana, estão localizados em áreas distintas do hipotálamo. Esses neurônios hipotalâmicos secretam hormônios de maneira idêntica àquela anteriormente descrita para os neurônios hipotalâmicos cujos axônios terminam na neuro-hipófise. Em ambos os casos, os hormônios são sintetizados nos corpos celulares dos neurônios hipotalâmicos, passam pelos axônios até os terminais neuronais e são liberados em resposta a potenciais de ação nos neurônios. Entretanto, os dois sistemas distinguem-se por duas diferenças cruciais. Em primeiro lugar, os axônios dos neurônios hipotalâmicos que secretam os hormônios da neuro- hipófise deixam o hipotálamo e terminam na neuro- hipófise, enquanto os que secretam os hormônios hipofisiotrópicos permanecem no hipotálamo, terminando em capilares na eminência mediana. Em segundo lugar, os capilares nos quais são secretados os hormônios da neuro-hipófise drenam, em sua maioria, imediatamente para a circulação geral, que transporta os hormônios até o coração para a sua distribuição por todo o corpo. Por outro lado, os hormônios hipofisiotrópicos entram em capilares da eminência mediana do hipotálamo, que não se unem diretamente à corrente sanguínea principal, mas que deságuam nos vasos do sistema porta hipotálamo-hipofisário, que os transportam até as células da adeno-hipófise. Hormônios liberadores e inibidores hipotalâmicos Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit A hipófise posterior, também chamada neuro- hipófise, é composta, principalmente, por células semelhantes às células gliais, chamadas pituícitos. Os pituícitos não secretam hormônios; eles agem, simplesmente, como estrutura de suporte para grande número de fibras nervosas terminais e terminações nervosas de tratos nervosos que se originam nos núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo. Esses tratos chegam à neuro- hipófise pelo pedúnculo hipofisário. As terminações localizam-se na superfície dos capilares, onde secretam dois hormônios hipofisários posteriores: (1) hormônio antidiurético (ADH), também chamado vasopressina; e (2) ocitocina. Os hormônios são, inicialmente, sintetizados nos corpos celulares dos núcleos supraóptico e paraventricular e depois transportados em associação às proteínas “transportadoras”, chamadas neurofisinas, para as terminações nervosas na hipófise posterior, sendo necessários diversos dias para atingir a glândula. Hormônio produzido no hipotálamo fica armazenado em vesículas e descem nas vesículas. Posteriormente eles ficam guardados no terminal axônico, sendo liberado quando há necessidade. Quando os impulsos nervosos são transmitidos para baixo, ao longo das fibras dos núcleos supraóptico ou paraventricular, o hormônio é, imediatamente, liberado dos grânulos secretores nas terminações nervosas por meio do mecanismo secretor usual da exocitose e captado pelos capilares adjacentes. OBS: Os hormônios que são produzidos no hipotálamo ou vão ser liberados pela neurohipófise ou vão entrar no sistema porta , circulação que é projetada para 2 redes capilares, para que se possa fazer uma comunicação local. Relação hipófise posterior- hipotálamo Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit » Neuro- hipófise Os hormônios não são sintetizados na própria neuro-hipófise, mas no hipotálamo – especificamente, nos corpos celulares dos núcleos supraópticos e paraventriculares, cujos axônios passam pelo infundíbulo e terminam na neuro- hipófise. O hormônio, contido em pequenas vesículas, é transportado ao longo dos axônios e acumula-se nos terminais axônicos da neuro- hipófise. Vários estímulos ativam impulsos para esses neurônios, gerando potenciais de ação que se propagam até os terminais axônicos e desencadeiam a liberação, por exocitose, do hormônio armazenado nos terminais. Em seguida, o hormônio entra nos capilares para ser transportado pelo sangue que retorna ao coração. Ao liberar seus hormônios na circulação geral, a neuro-hipófise pode modificar as funções de órgãos distantes. OCITOCINA A ocitocina está envolvida em dois reflexos relacionados com a reprodução: Em um dos casos, a ocitocina estimula a contração das células musculares lisas das mamas, resultando em ejeção do leite durante a lactação. Isso ocorre em resposta à estimulação dos mamilos durante o aleitamento do lactente. Os mamilos possuem células sensoriais que enviam sinais neurais estimuladores ao encéfalo, os quais alcançam as células hipotalâmicas envolvidas na síntese de ocitocina, causando a sua ativação e, portanto, a liberação do hormônio. No segundo reflexo, que ocorre durante o trabalho de parto (mecanismo de feedback positivo), receptores de estiramento existentes no colo do útero emitem sinais neurais de volta ao hipotálamo, que em resposta libera a ocitocina. Em seguida, a ocitocina estimula a contração das células musculares lisas do útero até finalmente ocorrer o nascimento do lactente. ADH A vasopressina, o outro hormônio da neuro-hipófise, atua sobre as células musculares lisas ao redor dos vasos sanguíneos, causando sua contração e consequente constrição dos vasos, e, portanto, elevando pressão arterial. Isso pode ocorrer, por exemplo, em resposta a uma redução da pressão arterial em decorrência de perda de sangue por lesão. A vasopressina também atua dentro dos rins para diminuir a excreção de água na urina, retendo, assim, líquido no corpo e ajudando a manter o volume sanguíneo. Isso poderia ocorrer quando um indivíduo sofresse desidratação. Em virtude de sua função sobre os rins, a vasopressina é também conhecida como hormônio antidiurético (ADH). » Adeno- hipófise Outros núcleos de neurônios hipotalâmicos secretam hormônios que controlam a secreção de todos os hormônios da adeno-hipófise. Com uma exceção (a dopamina), cada um dos hormônios hipofisiotrópicos (hormônios liberadores ou inibidores) é o primeiro de uma sequência de três hormônios: (1) um hormônio hipofisiotrópico controla a secreção de (2) um hormônio da adeno-hipófise, Hormônios hipofisários Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit que controla a secreção de (3) um hormônio de alguma outra glândula endócrina. Em seguida, esse último hormônio atuasobre suas células-alvo. O valor adaptativo dessas sequências é que elas possibilitam uma variedade de tipos de retroalimentação hormonal importante. GH O hormônio do crescimento estimula o fígado a secretar um hormônio peptídico de promoção do crescimento conhecido como fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) e, além disso, exerce efeitos diretos sobre o osso e o metabolismo. TIREOTRÓFICO (TSH) O hormônio tireoestimulante induz a tireoide a secretar tiroxina e tri-iodotironina. ADENOCORTICOTRÓFICO (ACTH) O hormônio adrenocorticotrófico estimula o córtex suprarrenal a secretar cortisol. GONADOTRÓFICOS (FSH e LH) O hormônio foliculoestimulante e o hormônio luteinizante estimulam a secreção dos hormônios sexuais pelas gônadas – o estrogênio e a progesterona pelos ovários ou a testosterona pelos testículos; todavia, além disso, esses hormônios regulam o crescimento e o desenvolvimento dos óvulos e dos espermatozóides. PROLACTINA A prolactina é singular entre os seis hormônios clássicos da adeno-hipófise, visto que a sua principal função não consiste em exercer controle sobre a secreção de um hormônio por outra glândula endócrina. Sua função mais importante é estimular o desenvolvimento das glândulas mamárias durante a gestação e a produção de leite durante a lactação, o que ocorre por meio de efeitos diretos sobre as células glandulares das mamas. Durante a lactação, a prolactina exerce uma ação secundária para inibir a secreção de gonadotropinas, diminuindo, assim, a fertilidade quando a mulher está amamentando.
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