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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Gestao da Demanda e dos Estoques Gestão da Demanda Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Rogério Monteiro Prof. Esp. Clovis Cabrera Revisão Textual: Prof.ª Me. Luciene Santos Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução à Gestão de Demanda; • Tipos de Demanda; • Técnicas de Previsão da Demanda; • Influência da Demanda na Cadeia de Suprimentos. Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Entender o processo de previsão da demanda nas empresas; • Compreender como a demanda influencia nas decisões ao longo da cadeia de suprimentos. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Gestão da Demanda UNIDADE Gestão da Demanda Contextualização Empresas vêm desenvolvendo esforços para adequar suas previsões de demanda às reais necessidades de mercado. Esse processo é denominado gestão da demanda. É fundamental conhecer as principais características da demanda e as técnicas para previsão, de modo a evitar decisões equivocadas em termos de capacidade produtiva, aquisição, estoques, entre outros aspectos. Assim, esta unidade traz uma visão ampla da gestão da demanda, sua importância e os principais procedimentos para o devido cálculo. Finalmente, apresenta-se ainda uma análise da influência da gestão da demanda nas cadeias de suprimentos. 6 7 Introdução à Gestão de Demanda Esta unidade apresenta aspectos da gestão da demanda. Começaremos definindo demanda, gestão e gestão da demanda: • Demanda: refere-se à quantidade de bens e serviços requeridos por uma coletividade ao longo de um determinado período de tempo. Nesse sentido, demanda pode ser representada pelas seguintes unidades: peças por mês, litros por ano, pacientes por dia, entre outras formas de mensuração; • Gestão: ato de gerenciar recursos, atividades ou alguma entidade. A gestão prevê a utilização de técnica para se obter resultados favoráveis em relação ao objeto gerenciado; • Gestão da demanda: refere-se ao ato de gerenciar as atividades relacionadas à demanda. Tem por objetivo desenvolver estimativas capazes de antecipar as de- mandas futuras, de maneira a auxiliar os gestores em suas tomadas de decisão. A gestão da demanda pode ser dividida em duas partes: pedidos firmes e previsão. Historicamente, técnicas de gerenciamento da demanda são aplicadas tanto no ambiente governamental, quanto no empresarial. Em termos governamentais, faz-se necessário realizar a gestão da demanda visando atender a população em seus anseios quanto a programas sociais, infraestrutura, saúde, habitação, entre outros. Em termos empresariais, a prática da gestão da demanda permite que inúmeras atividades sejam bem-sucedidas e, consequentemente, tragam benefícios à empresa, como pode ser visto no Quadro 1: Quadro 1 – Atividades que se beneficiam da gestão da demanda • Planejamento de compras; • Gestão de estoques; • Planejamento da produção; • Planejamento da equipe de vendas; • Alocação de mão de obra; • Subcontratação de mão de obra e serviços; • Planejamento da necessidade de parcerias; • Planejamento da descontinuidade de produtos; • Outras atividades. Como se vê, a sociedade se beneficia, direta ou indiretamente, da previsão de deman- da. Essa constatação aumenta a importância de se estudar e entender os aspectos que compõem a gestão da demanda. O vídeo disponível a seguir apresenta a influência da gestão da demanda nas atividades empresariais. Jornal da Globo (edição do dia 05/05/2015): Indústria automobilística sofre com crescente queda na venda de veículos. http://goo.gl/0ZOB3o 7 UNIDADE Gestão da Demanda Gestão da Demanda e Horizonte de Planejamento Outro aspecto importante que se encontra relacionado à gestão da demanda é o horizonte de planejamento, o qual pode ser definido como o intervalo entre uma tomada de decisão e o efeito dela. O horizonte de planejamento pode ser caracterizado como de curto, médio ou de longo prazo. Assim, a Figura 1 apresenta os prazos de cada horizonte. Curto prazo Até três meses Médio prazo Acima de três e até dezoito meses Longo prazo Acima de dezoito meses Figura 1 – Horizontes de planejamento Fonte: Acervo do conteudista Perceba que o planejamento de curto prazo requer estudos de gestão da demanda de curto prazo. Em ambiente empresarial são considerados aspectos como quanto produzir, quem deve produzir e quanto comprar de matéria-prima. Assim, as decisões de curto prazo estão fortemente relacionadas às questões operacionais da empresa. Por sua vez, planejamento de médio prazo requer estudos de gestão da demanda de médio prazo. Nesse caso, são observadas as decisões de importação de insumos, desenvolvimento de equipes de trabalho e expansão de marketing share – ampliação do mercado. Desse modo, as decisões de médio prazo estão fortemente relacionadas às questões táticas e gerenciais da empresa. Finalmente, planejamento de longo prazo requer estudos de gestão da demanda de longo prazo. Nesse sentido, estudos como ampliação da capacidade produtiva, desenvolvimento de produtos e de novos fornecedores são tratados a partir de decisões de longo prazo, as quais estão fortemente relacionadas às questões estratégicas da empresa. 8 9 Cabe ainda observar que uma decisão tomada, seja de curto, médio ou longo prazo, influencia nas demais decisões da empresa, como pode ser visto na Figura 2: Decisões estratégicas In�uência Bottom-up In�uência Top-down Decisões táticas Decisões operacionais Figura 2 – Influência das decisões nos diversos níveis hierárquicos. Fonte: Acervo do conteudista Tradicionalmente, a influência das decisões no sentido top-down – de cima para baixo – é a mais propagada. Ela nos apresenta uma visão hierárquica da empresa. A seguir, são apresentados exemplos dessas duas situações: • Influência top-down: Considere que, ao identificar uma tendência de compra de seus produtos em um novo segmento de mercado, a alta administração de determinada empresa decida remodelar seus produtos para atender a esse novo nicho de mercado – decisão estratégica. As consequências imediatas de tal decisão correspondem à revisão do projeto dos produtos envolvidos e elaboração de novas campanhas de marketing – decisão tática. Por conseguinte, as consequências das decisões táticas estão relacionas à produção do produto remodelado e à definição de novos canais de divulgação desse produto – decisão operacional. • Influência Bottom-up: Considere que o processo de melhoria contínua para a fabricação de um produto resultou em redução significativa no custo de produção de um determinado produto – decisão operacional. A consequência da decisão ope- racional será a padronização do novo processo, bem como a redefinição do novo custo de produção para tal produto – decisão tática. Finalmente, diante do novo patamar de custo, a alta administração poderá decidir por reduzir o preço de venda do produto e atender a uma camada maior de consumidores – decisão estratégica. Demanda Independente e Dependente Neste item, pretendemosdiferenciar a demanda independente da demanda dependente. Primeiramente, precisamos entender que uma empresa somente existe – e se mantém – se produzir algo que satisfaça às necessidades humanas. Com essa condição, se aceita, pode- mos inferir que a referida empresa encontrará mercado – demanda – para seus produtos. 9 UNIDADE Gestão da Demanda Empresa Atende às necessidades humanas Mercado Figura 3 – Relação entre empresa e mercado Fonte: Acervo do conteudista Para atender às necessidades do mercado, é necessário que a empresa utilize técnicas de gestão da demanda, visando prever a quantidade de produtos produzidos em deter- minado instante. Essa relação entre o mercado e a empresa, essa que utiliza a técnica de gestão da demanda, é denominada demanda independente. É igualmente válido observar que a empresa se relaciona com inúmeras outras empresas – fornecedores – para adquirir matérias-primas, insumos e serviços necessários à produção de seus produtos. Necessidade de matéria-prima, insumos e serviços EmpresaFornecedores Figura 4 – Relação entre empresa e fornecedores Fonte: Acervo do conteudista Uma vez definida a quantidade de produtos a ser produzida, a empresa necessita adquirir matérias-primas, insumos e serviços de seus fornecedores. Essa relação entre a empresa e seus fornecedores, no sentido de adquirir materiais para a fabricação de produtos, é denominada demanda dependente. Tipos de Demanda O estudo da demanda permite identificar determinados padrões ao longo do tempo. Nesse sentido, Ballou (2011, p. 243) apresenta três padrões típicos de demanda: deman- da nivelada; demanda com tendência – crescente ou decrescente –; demanda sazonal. 10 11 0 50 100 150 200 250 0 5 10 15 25 Tempo (a) Um padrão de demanda aleatório, ou nivelado, sem tendência nem elementos sazonais Ve nd as Vendas reais Vendas médias 20 0 50 100 150 200 250 0 5 10 15 25 Tempo (b) Um padrão de demanda aleatório com tendência crescente mas sem elementos sazonais Ve nd as Vendas reais Vendas médias 20 0 100 200 300 500 400 600 700 800 0 10 Vendas atuais 20 30 40 Tendências das vendas Vendas de tendência e sazonais continuadas Tempo (c) Um padrão de demanda aleatório com tendência e elementos sazonais Ve nd as Figura 5 – Padrões típicos de demanda Fonte: Adaptado Ballou (2011, p. 243) 11 UNIDADE Gestão da Demanda Cabe observar que o padrão de demanda com tendência pode apresentar diversas características. Por sua vez, tais características podem ser modeladas por funções mate- máticas, as quais: • Tendência linear – quando a demanda se aproxima de uma função de primeiro grau (y = a + bx); • Tendência polinomial – quando a demanda se aproxima da função polinomial (y = axn + bx(n-1) + cx(n-2) + ... + zx0); • Tendência exponencial – quando a demanda se aproxima da função exponencial (y = ax + b); • Tendência logarítmica – quando a demanda se aproxima da função logarítmica (y = a ∙ lnx + b). Resumidamente, observa-se que uma demanda histórica pode ser analisada a partir de ferramentas matemáticas capazes de modelar – e prever – demandas futuras. Técnicas de Previsão da Demanda Conforme anunciado nos tópicos iniciais desta unidade, a gestão da demanda pode ser dividida em duas partes: pedidos firmes e previsão. Como o próprio termo diz, pedidos firmes se refere à manifestação formal de inte- resse dos clientes pelos produtos da empresa. Essa formalização pode ser realizada por telefone, e-mail, Eletronic Data Interchange (EDI), entre outros meios. Já a previsão da demanda – do inglês forecasting – se refere à expectativa do em- presário em relação à demanda futura de seus produtos por parte dos clientes. Nesse sentido, técnicas de previsão da demanda são utilizadas para tentar minimizar o erro entre a previsão e a demanda futura. A Figura 6 apresenta um conjunto de técnicas utilizadas para a previsão da demanda: Técnicas de previsão Quantitativas Qualitativas Intrínsecas Médias móveis Extrínsecas Regressão simples Regressão múltipla Método Delphi Juri de executivos Força de vendas Pesquisa de mercado Analogia histórica Suavizamento exponencial Proteção de tendências Decomposição Figura 6 – Técnicas de previsão da demanda Fonte: Adaptado de Corrêa e Corrêa (2017) 12 13 Inicialmente, esses autores dividem as técnicas de previsão de demanda em qualitativas e quantitativas. Especificamente entre as técnicas qualitativas, temos: • Método Delphi – método interativo que busca alcançar o consenso entre os parti- cipantes nas várias opiniões sobre as previsões de demanda; • Júri de executivos – previsão de demanda com base na opinião do grupo de exe- cutivos da empresa; • Força de vendas – considera a experiência dos vendedores para auxiliar no pro- cesso de previsão; • Pesquisa de mercado – elabora análise com os clientes para identificar suas inten- ções de compra; • Analogia histórica – utiliza dados de produtos similares para auxiliar na previsão de demanda. Em seguida, Corrêa e Corrêa (2017) descrevem os métodos quantitativos de previsão e demanda, os quais se dividem em intrínsecos e extrínsecos, conforme se segue: • Intrínsecos – têm como base os dados históricos do produto. Sofrem pouca influ- ência de dados externos, podendo, assim, tornarem-se projetáveis para o futuro com elevados índices de assertividade; • Extrínsecos – utilizam os dados históricos do produto, entretanto, sofrem forte in- fluência de dados externos, como, por exemplo, fatores econômicos e/ou setoriais. A seguir, são descritas algumas técnicas quantitativas de previsão de demanda: Média Móvel Simples (MMS) Trata-se de uma média aritmética das demandas dos últimos meses. Os dados mais antigos são substituídos com o passar do tempo. A expressão que representa a MMS é: MMS D n n=∑ Onde: D = demanda n = número de períodos Exemplo 1: calcule a previsão da demanda pela MMS dos últimos 4 períodos para o mês de junho do ano corrente. Quadro 2 Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Demanda (Peças/mês) 100 110 112 111 110 - - - Fonte: elaborado pelo professor conteudista 13 UNIDADE Gestão da Demanda MMS MMS 6 6 110 112 111 110 4 110 75 = + + + = , Arredondando, temos: MMS6 = 111 peças. Exemplo 1.1: considerando que, ao término do mês de junho, a demanda real constatada foi de 115 unidades, calcule a previsão de demanda pela MMS dos últimos 4 períodos para o mês de julho do ano corrente. MMS MMS peças 7 7 112 111 110 115 4 112 = + + + = Observe que, para o cálculo do mês 7, a demanda de fevereiro foi descartada. Além disso, acrescentou-se a demanda do mês 6. Essa prática de substituição de valores justi- fica o termo média móvel. Média Móvel Ponderada (MMP) Trata-se de uma média ponderada das demandas dos últimos meses. Os dados mais antigos são substituídos com o passar do tempo. A expressão que representa a MMP é: MMP W D W = ( )∑ ∑ . Onde: D = demanda W = peso de cada demanda Exemplo 2: calcule a previsão da demanda pela MMP dos últimos 4 períodos para o mês de junho do ano corrente, atribuindo os pesos 5, 4, 3, 2, de modo a valorizar a importância do mês imediatamente anterior ao estudado. Quadro 3 Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Demanda (Peças/mês) 100 110 112 111 110 - - - Fonte: elaborado pelo professor conteudista MMP MMP 6 6 2 110 3 112 4 111 5 110 2 3 4 5 110 71 = ⋅( ) + ⋅( ) + ⋅( ) + ⋅( ) + + +( ) = , Arredondando, temos: MMP6 = 111 peças. 14 15 Exemplo 2.1: considerando que, ao término do mês de junho, a demanda real constatada foi de 115 unidades, calcule a previsão de demanda pela MMP dos últimos 4 períodos para o mês de julho do ano corrente, atribuindo os pesos 5, 4, 3, 2, de modo a valorizar a importância do mês imediatamente anterior ao estudado. MMP MMP 7 7 2 112 3 111 4 110 5 115 2 3 4 5 112 29 = ⋅( ) + ⋅( ) + ⋅( ) + ⋅( ) + + +( ) = , Arredondando, temos: MMP7 = 112 peças. Suavização Exponencial Esta técnica utilizaum coeficiente (α – alpha) para corrigir eventual erro de previsão constatado em período anterior. Seguem as expressões utilizadas no cálculo: P P D Pt t t t= + ⋅ −−( ) −( ) −( )1 1 1α ( ) Onde: Pt = previsão no instante t. P(t – 1) = previsão no instante t – 1. α = coeficiente de ajustamento (varia de 0 a 1). D(t – 1) = Demanda real no instante t – 1. O em função do número de períodos considerados. Podendo variar de 0 a 1, valores mais próximos a um aumentam o erro de previsão, enquanto que valores próximos a zero minimizam o referido erro. Segue a expressão para calcular o coeficiente α: α = + 2 1n Onde: α = coeficiente de ajustamento (varia de 0 a 1). n = número de período considerados. Exemplo 3: calcule a previsão da demanda pelo método da suavização exponencial para o mês de julho, tendo como base a demanda e a previsão anteriormente realizada para o mês de junho (ver exemplo 2.1). Para o cálculo de α, considere 4 períodos anteriores. Quadro 4 Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Demanda (Peças/mês) 100 110 112 111 110 115 - - Previsão - - - - - 112 - - Fonte: elaborado pelo professor conteudista 15 UNIDADE Gestão da Demanda Cálculo de α: α α α = + = + = 2 1 2 4 1 0 4 n , Cálculo da previsão do mês 7: P P D P P P 7 7 1 7 1 7 1 7 7 0 4 112 0 4 115 112 112 0 = + ⋅ −( ) = + ⋅ −( ) = + −( ) −( ) −( ), , ,44 3 112 1 2 113 2 7 7 ⋅ = + = P P , , Arredondando, temos: P7 = 113 peças. Exemplo 3.1: terminado o mês de julho, constatou-se uma demanda real de 110 peças. Assim, calcule a previsão da demanda pelo método da suavização exponencial para o mês de agosto, tendo como base a demanda e a previsão anteriormente realizada para o mês de julho (ver exemplo 3). Para o cálculo de α, considere 4 períodos anteriores. Quadro 5 Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Demanda (Peças/mês) 100 110 112 111 110 115 110 - Previsão - - - - - 112 113 - Fonte: elaborado pelo professor conteudista Cálculo de α: α = 0,4 Cálculo da previsão do mês 8: P P D P P P 8 8 1 8 1 8 1 8 8 0 4 113 0 4 110 113 113 0 = + ⋅ −( ) = + ⋅ −( ) = + −( ) −( ) −( ), , ,44 3 113 1 2 111 8 8 8 ⋅ −( ) = − = P P , , Arredondando, temos: P8 = 112 peças. Método dos Mínimos Quadrados (MMQ) Este método permite construir uma linha de tendência com base nas demandas históricas da empresa e, então, projetá-la para períodos futuros – previsão da demanda. Nesse sentido, o MMQ considera que o futuro é consequência do passado. 16 17 Segue o procedimento de cálculo do MMQ 1. Dado um conjunto de demandas, deve-se calcular os termos das seguintes equações: y na b x xy a x b x ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ = + = + 2 2. Em seguida, são calculados os fatores a e b a partir de técnicas de sistemas de equações. 3. Os fatores a e b são inseridos na equação da demanda y = a + bx. 4. De posse da equação da demanda, é possível projetar a previsão para diferentes períodos no futuro. Cabe observar que quanto maior o horizonte de planejamento, maior será a probabilidade de erro de previsão. Exemplo 4: dadas as demandas dos últimos 5 meses, utilize o MMQ para calcular a previsão de demanda para o mês de dezembro do ano corrente. Quadro 6 Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Demanda (Peças/mês) 104 108 105 111 114 - - - Fonte: elaborado pelo professor conteudista Montaremos uma tabela com os dados de demanda, de modo que os meses serão denominados X, enquanto as respectivas demandas Y. Quadro 7 X (período) Y XY (X)2 1 104 104 1 2 108 216 4 3 105 315 9 4 111 444 16 5 114 570 25 15 542 1.649 55 ΣX ΣY ΣXY ΣX2 Fonte: elaborado pelo professor conteudista Observe que duas colunas foram criadas, XY e X2. A soma de cada uma dessas colunas servirá para construirmos o sistema de equações. Com o auxílio do quadro acima, tem-se: 542 5 15 1 649 15 55 = + = + a b a b. Resolvendo o sistema de equações, há: 17 UNIDADE Gestão da Demanda a b Y a bX Y X = = = + ⇒ = + 101 5 2 3 101 5 2 3 , , , , Projetando para o mês 12, temos: Y X Y Y Arredondando Y = + = + ⋅ ( ) = = 101 5 2 3 101 5 2 3 12 129 1 129 , , , , , , peças. Portanto, a previsão de demanda para o mês 12 é de 129 peças. O seguinte gráfico apresenta tal solução: 114 111 105 108 104 5 4 3 2 1 0 20 40 60 80 100 120 140 20 4 6 8 10 12 14 Figura 7 Fonte: Acervo do Conteudista Finalmente, podemos observar que as técnicas de previsão de demanda auxiliam os tomadores de decisão nas empresas a identificarem as quantidades de produtos a serem produzidas e, consequentemente, definir lotes de compras de materiais, organizar a mão de obra necessária, reservar recursos financeiros, entre outras atividades da empresa. Influência da Demanda na Cadeia de Suprimentos No último tópico desta unidade, abordaremos a importância da gestão da demanda no gerenciamento da cadeia de suprimentos – Supply Chain Management (SCM). Tomando como base uma empresa líder da cadeia de suprimentos, podemos constatar a relevância da gestão da demanda para a cadeia de suprimentos pelas seguintes razões: 18 19 • Identificar as necessidades de produção interna; • Identificar as necessidades de aumento ou redução da capacidade produtiva; • Alocar produtos nos diversos pontos de venda – próprios ou de terceiros; • Identificar a necessidade de aumento ou diminuição do número de pontos de venda; • Identificar a necessidade de infraestrutura de distribuição/armazenagem; • Definir lotes de compras de matérias-primas e insumos necessários à produção; • Definir prazos para as entregas de matérias-primas e insumos, evitando excesso ou falta de materiais; • Identificar a necessidade de novos fornecedores. Observamos que a empresa líder da cadeia de suprimentos é a principal interessada pela venda de seus produtos – dado que é detentora do projeto do produto – e, portanto, responsável pela gestão da demanda e pela disseminação dessa informação para seus parceiros de negócio – cadeia de suprimentos. Quando trabalhada de maneira criteriosa, a gestão da demanda pode trazer benefí- cios à cadeia de suprimentos (Figura 8), como redução dos estoques nos diversos elos da cadeia, maior agilidade nos processos e suprimentos e redução dos custos totais da cadeia de suprimentos. Mercado DemandaGestão da demanda Empresa líder da cadeia de suprimentos Benefícios para a cadeia de suprimentos: • Redução dos estoques; • Maior agilidade; • Redução dos custos totais. Figura 8 – Influência da gestão da demanda na cadeia de suprimentos. Fonte: Elaborada pelo professor conteudista 19 UNIDADE Gestão da Demanda Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Gestão logística de cadeias de suprimentos BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. [S.l.]: Bookman, 2014. Gestão de Redes de Suprimento: Integrando Cadeias de Suprimento no Mundo Globalizado CORREA, H. L. Gestão de Redes de Suprimento: Integrando Cadeias de Suprimento no Mundo Globalizado. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Leitura Gerenciamento da demanda CAMPOS, L. H. A. Gerenciamento da demanda. [20--]. https://goo.gl/4TvtAh Um estudo sobre o gerenciamento da demanda nos sistemas de planejamento e controle da engenharia de produção BARBOSA, C. M. Um estudo sobre o gerenciamento da demanda nos sistemas de planejamento e controle da engenharia de produção. In: Congresso Nacional de Excelência em Gestão, 8-9 jun. 2012. http://goo.gl/qCuXNw 20 21 Referências BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos – logística empresa- rial. 5. ed. [S.l.]: Bookman, 2011. BARROS, M. Indústria automobilística sofre com crescente queda na venda de veículos. Jornal da Globo. 5 maio 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/ jornal-da-globo/noticia/2015/05/industria-automobilistica-sofre-com-crescente- queda-na-venda-de-veiculos.html Acesso em: 1 jun. 2015. CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção eoperações. Manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 21
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