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Aula 12 - 20 Processo de execução 20 1 Execução em geral 20 2 Diversas espécies de execução 20 2 1 Execução para entrega de coisa 20 2 2 Execução das obrigações de fazer e de não fazer

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Livro Eletrônico
Aula 12
Direito Processual Civil p/ TJDFT (AJAJ e Oficial de Justiça) Com
Videoaulas - 2019
Ricardo Torques
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
1 - Considerações Iniciais ...................................................................................................................................... 2 
2 - Teoria Geral da Execução ................................................................................................................................. 2 
2.1 - Introdução .......................................................................................................................................................... 2 
2.2 - Princípios ............................................................................................................................................................ 3 
2.3 - Disposições Gerais do NCPC ................................................................................................................................ 7 
2.4 - Legitimidade ..................................................................................................................................................... 11 
2.5 - Competência ..................................................................................................................................................... 17 
2.6 - Requisitos ......................................................................................................................................................... 18 
2.7 - Características do título executivo .................................................................................................................... 28 
2.8 - Responsabilidade patrimonial .......................................................................................................................... 30 
3 - Espécies de Execução ..................................................................................................................................... 37 
3.1 - Disposições Gerais ............................................................................................................................................ 37 
4 - Execução para a entrega de coisa ................................................................................................................... 42 
4.1 - Entrega de Coisa Certa ..................................................................................................................................... 43 
4.2 - Entrega de Coisa Incerta ................................................................................................................................... 45 
5 - Execução das obrigações de fazer ou de não fazer .......................................................................................... 46 
5.1 - Obrigação de Fazer ........................................................................................................................................... 46 
5.2 - Obrigação de Não Fazer ................................................................................................................................... 48 
6 - Execução por Quantia Certa ........................................................................................................................... 48 
6.1 - Introdução ........................................................................................................................................................ 48 
6.2 - Disposições Gerais ............................................................................................................................................ 49 
6.3 - Citação do Devedor e do Arresto ...................................................................................................................... 51 
6.4 - Penhora, Depósito e Avaliação ......................................................................................................................... 54 
6.5 - Expropriação de Bens ....................................................................................................................................... 77 
6.6 - Satisfação do Crédito ........................................................................................................................................ 93 
7 - Execução contra a Fazenda Pública ................................................................................................................ 95 
8 - Embargos à Execução .................................................................................................................................... 98 
8.1 - Introdução ........................................................................................................................................................ 98 
8.2 - Ajuizamento ...................................................................................................................................................... 99 
8.3 に Contagem do prazo ........................................................................................................................................ 100 
8.4 - Parcelamento da execução ............................................................................................................................. 102 
8.5 - Matérias arguíveis .......................................................................................................................................... 103 
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8.6 - Rejeição liminar dos embargos ....................................................................................................................... 106 
8.7 - Efeitos dos embargos recebidos...................................................................................................................... 107 
8.8 - Contraditório, instrução e julgamento ............................................................................................................ 108 
9 - Suspensão e Extinção da Execução ............................................................................................................... 109 
9.1 - Suspensão da Execução .................................................................................................................................. 109 
9.2 - Extinção do processo de execução .................................................................................................................. 111 
10 に Lista de Questões ...................................................................................................................................... 111 
10.1 に Lista de Questão sem Comentários .............................................................................................................. 111 
10.2 に Gabarito ....................................................................................................................................................... 160 
10.3 に Lista de Questão com Comentários .............................................................................................................. 161 
11 - Destaques da Legislação ............................................................................................................................ 267 
12 - Súmulas e Jurisprudência correlatas ........................................................................................................... 274 
13 - Resumo ..................................................................................................................................................... 278 
14 - Considerações Finais .................................................................................................................................. 294 
 
EXECUÇÃO 
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Essa aula constitui um desafio, pois se trata deaula imbricada e extensa. Desse modo, sugere-se, 
inclusive, a leitura em forma parcelada, a fim de facilitar a compreensão de todos os pontos que 
analisamos. 
Sem mais delongas, vamos ao conteúdo! 
2 - TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO 
2.1 - INTRODUÇÃO 
Vamos iniciar o estudo da execução de títulos extrajudiciais. 
Contudo, antes de começarmos a análise dos dispositivos do NCPC, é importante uma observação: 
as regras que estudaremos aqui podem ser aplicadas ao cumprimento de sentença, o que torna 
ainda mais importante esse assunto. 
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2.2 - PRINCÍPIOS 
Os princípios, como sabemos, possuem dupla finalidade: normatizar determinadas situações e 
constituir um parâmetro ou vetor interpretativo dentro da legislação como um todo. 
Dito isso, são vários os princípios da execução. Vamos destacar os principais para fins de prova. 
2.2.1 - Princípio da nulla executio sine título 
Esse princípio vem expressamente mencionado no NCPC, nos seguintes dispositivos: 
 art. 783, do NCPC: 
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e 
exigível. 
 art. 803, I, do NCPC: 
Art. 803. É nula a execução se: 
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível; (...) 
Esses dispositivos explicitam uma regra clara: 
 
 
Além disso, alguns conceitos são importantes (que adiante serão melhor desenvolvidos): 
 A obrigação é certa quando é existente, não havendo dúvida de que há um título. 
 A obrigação é líquida quando possui objeto determinado. 
 A obrigação é exigível (ou atual) quando pode ser imediatamente imposta. 
 
Importante registrar que não se discute mais a inexistência de título na execução de tutela 
provisória. No CPC73, tínhamos um dispositivo que dava a entender que a execução de tutela 
provisória antecipada era execução sem título (art. 475-N, do NCPC). Segundo a normativa anterior, 
apenas a sentença era considerada título. Decisões interlocutórias, segundo alguns, não seria um 
título executivo. No NCPC, em face do art. 515, I, ficou claro que a execução de tutelas provisórias 
antecipadas é fundada em decisão, considerada também como título executivo. Hoje, tal dúvida não 
mais subsiste. 
NÃO EXISTE EXECUÇÃO SEM TÍTULO EXECUTIVO
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2.2.2 - Princípio da máxima efetividade da execução 
Esse princípio está descrito no art. 797, caput, do NCPC, e prevê: 
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a 
execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens 
penhorados. 
A execução se realiza em favor (ou no interesse) do credor. 
Assim, a ideia por trás da execução é que os atos sejam praticados em favor do credor e para 
satisfação do seu crédito. Isso fica patente no NCPC, a partir de vários exemplos, tais como: 
 o art. 774, do NCPC, ao tratar dos atos considerados atentatórios à dignidade da justiça na execução, prevê 
que apenas o executado poderá incorrer nas hipóteses descritas nos incisos. 
 o art. 840, §1º, do NCPC, ao falar da figura do depositário, prescreve que os bens não poderão ser 
depositados em benefício do executado (salvo nas hipóteses de difícil remoção do bem). Ao passo que o credor 
poderá ser nomeado depositário. 
Confira uma questão de prova: 
 
(TRE-PI/2016/adaptada) Relativamente ao cumprimento de sentença e ao processo de 
execução de título executivo extrajudicial, julgue: 
Em ação de execução por quantia certa, caso o devedor não cumpra a obrigação, o juiz poderá 
mandar intimar o executado para, caso existam bens disponíveis, indicar quais são e onde se 
encontram, sob pena de se caracterizar ato atentatório à dignidade da justiça e sujeitar o 
executado ao pagamento de multa que será revertida em favor do exequente. 
Comentários 
A assertiva está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 774, V, da referida 
Lei. 
Sigamos! 
2.2.3 - Princípio do menor sacrifício para o devedor 
Esse princípio está previsto no art. 805, do NCPC: 
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo 
modo menos gravoso para o executado. 
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios 
mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados. 
Esse princípio constitui uma contraposição ao princípio da máxima efetividade, mas está 
subordinado a esse. Prevê o princípio em comento que, quando, por mais de um meio igualmente 
vantajoso para o credor, for possível efetuar a execução, essa deverá ser feita pelo meio menos 
gravoso ao executado. 
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Além disso, caso o executado alegue existir meio menos oneroso, mas igualmente efetivo de 
cumprimento da execução, deverá indicar expressamente esse meio, sob pena não ser considerado 
o requerimento. Assim... 
 
2.2.4 - Princípio da atipicidade dos meios executivos 
Veja o art. 536, §1º, e o art. 139, IV, do NCPC: 
 art. 536, §1º, do NCPC: 
§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, 
a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade 
nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. 
 art. 139, IV, do NCPC: 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...) 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para 
assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
(...) 
Esses dois dispositivos fundamentam o princípio da atipicidade dos meios executivos. 
Esse princípio implica a afirmação de que o juiz poderá adotar as medidas que estão previstas no 
NCPC e também outras que possam ser necessárias para o bom cumprimento da obrigação. 
Por exemplo, o devedor foi condenado a entregar o veículo ao credor em razão do não pagamento 
dos valores acordados. Não obstante a condenação, o devedor não efetua a entrega do veículo e não 
possui outros bens a fim de compensar o valor devido pelo carro. Nesse caso, esgotadas as medidas 
típicas, nada impede que o magistrado determine a suspensão da CNH do devedor até a entrega do 
veículo. 
2.2.5 - Princípio da especificidade da execução 
Esse princípio se aplica às obrigações de fazer, de não fazer e às obrigações de dar. 
Em relação às obrigações de pagar quantia, a obrigação é naturalmente específica, pois a regra é o 
devedor pagar em dinheiro e, caso não tenha dinheiro, serão alienados os seus bens, justamente 
com a pretensão de transformá-los em dinheiro. 
No caso das obrigações de fazer, de não fazer e de dar, a especificidade se aplica, pois o interesse 
do credor é exatamente a prestação pretendida. A ideia é que o juiz utilize os meios indutivos, 
coercitivos, mandamentais ou sub-rogatórios a fim de cumpri-la efetivamente. 
PARA TROCAR O ATO 
EXECUTIVO
O BEM INDICADO FOR
igualmente vantajoso
causar menor 
onerosidade
o juiz irá autorizar, se
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É o que ocorre, por exemplo, na obrigação de entregar algum bem específico. A parte não pretende 
outro bem sucedâneo, nem mesmo a conversão em perdase danos, mas o bem específico que lhe 
fora pretendido. Com fundamento no princípio da especificidade da execução, o juiz deverá impor 
todos os meios necessários a fim de que seja cumprida especificamente a obrigação. 
Somente se despendido todos os esforços e mesmo assim não for possível a prestação da obrigação 
específica, deixa-se de aplicar o princípio da especificidade, abrindo espaço para a conversão da 
obrigação em perdas e danos. 
É o que se extrai dos arts. 499 e 500, do NCPC: 
Art. 499. A obrigação SOMENTE será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a 
tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. 
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para compelir 
o réu ao cumprimento específico da obrigação. 
Além disso, temos o art. 809, caput, do NCPC, que fala da obrigação de entrega de título extrajudicial: 
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se 
deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente. 
Temos, ainda, o art. 814 e seguintes do NCPC, em relação à obrigação de fazer ou de não fazer. 
2.2.6 - Princípio da responsabilidade objetiva 
Esse princípio tem previsão nos arts. 776 e 520, I, do NCPC: 
 art. 776, do NCPC: 
Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença, transitada em 
julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução. 
 art. 520, I, do NCPC: 
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será 
realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: 
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os 
danos que o executado haja sofrido; (...) 
O exequente, independentemente de ser execução definitiva ou provisória, tem o dever de reparar 
todos os danos que, por ventura, causar ao executado em razão do processo de execução. 
Essa responsabilização é objetiva, de forma que independe de culpa ou de dolo do exequente. Basta 
ao executado provar os danos que sofreu e o nexo de causalidade para que seja ressarcido. 
Confira uma questão de prova: 
 
(TJ-MG/2015/adaptada) Durante a execução judicial de título extrajudicial o julgador defere, 
mediante iniciativa do exequente, a adjudicação do bem que se encontra penhorado. Sobre 
esse assunto, julgue: 
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Contra a decisão que defere a adjudicação de um bem, por determinação expressa do Código 
de Processo Civil, não cabem embargos de declaração. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. No NCPC, não há qualquer vedação a que sejam opostos embargos 
de declaração em face de decisão judicial que defere a adjudicação de um bem. 
2.3 - DISPOSIÇÕES GERAIS DO NCPC 
Após a análise dos princípios que informam o processo de execução, vamos iniciar os dispositivos do 
NCPC. A matéria é regulada legislativamente a partir do art. 771, do NCPC, sob a rubrica de 
さSキゲヮラゲキNロWゲàェWヴ;キゲざくà“?ラàヴWェヴ;ゲàキミデヴラS┌デルヴキ;ゲがà;àゲWヴWマàWゲデ┌S;S;ゲàSWミデヴラàS;àデWラヴキ;àェWヴ;ノàSラàヮヴラIWゲゲラà
de execução. 
Toda a execução está topologicamente organizada no Livro II (Processo de Execução), que 
compreende a seguinte estrutura: 
 
É uma disciplina bastante complexa e estruturada! Vamos iniciar: 
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, e suas disposições 
aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados 
Execução em Geral
Disposições 
Gerais
Partes
Competência
Requisitos 
Necessários para 
a Realização de 
Qualquer 
Execução
Responsabilidade 
Patrimonial
Diversas Espécies de 
Execução
Disposições 
Gerais
Execução para 
Entrega de Coisa
Execução das 
Obrigações de 
Fazer e Não Fazer
Execução por 
Quantia Certa
Execução contra 
a Fazenda Pública
Execução de 
Alimentos
Embargos à Execução
Suspensão e Extinção 
do Processo de 
Execução
Suspensão do 
Processo de 
Execução
Extinção do 
Processo de 
Execução
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no procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei 
atribuir força executiva. 
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do Livro I da Parte Especial. 
Note que o dispositivo acima prevê que as regras se aplicam: 
 ao processo de execução de título extrajudicial; 
 aos procedimentos especiais em execução; e 
 aos procedimentos de cumprimento de sentença. 
O art. 772, na sequência do NCPC, prevê que, no curso do procedimento de execução, o juiz poderá 
determinar o comparecimento das partes para eventual diligência ou esclarecimento, poderá 
também advertir o executado caso ele esteja praticando alguma ilegalidade que possa configurar 
ato atentatório à dignidade da justiça e poderá, ainda, requisitar informações necessárias à 
execução. 
Veja: 
Art. 772. O juiz pode, em QUALQUER MOMENTO do processo: 
I - ordenar o comparecimento das partes; 
II - advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça; 
III - determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações em geral relacionadas ao objeto 
da execução, tais como documentos e dados que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo razoável. 
Esse dispositivo evidencia, portanto, os poderes do juiz na administração da execução ao determinar 
o comparecimento e advertir eventuais pretensões e práticas ilícitas, bem como o poder de exigir a 
cooperação das partes no fornecimento de informações. 
Assim... 
 
 
No exercício do dever de colaborar com a execução, o art. 773, do NCPC, estabelece regra de entrega 
de documentos e dados sigilosos, os quais devem ser mantidos de forma confidencial pelo Juízo. 
Art. 773. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias ao cumprimento da 
ordem de entrega de documentos e dados. 
Parágrafo único. Quando, em decorrência do disposto neste artigo, o juízo receber dados sigilosos para os fins 
da execução, o juiz adotará as medidas necessárias para assegurar a confidencialidade. 
PODERES DO JUIZ NA 
EXECUÇÃO
ordenar o comparecimento
advertir a prática de ato 
atentatório à dignidade da 
justiça
ordenar a colaboração com a 
execução
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Ainda tratando do art. 772, do NCPC, vimos no inc. II que o juiz advertirá a prática de ato atentatório 
à dignidade da Justiça. Primeiramente, cumpre observar que essa modalidade de ilícito não se 
confunde com as hipóteses que estudamos em deveres das partes (art. 77, do NCPC). As situações 
que veremos aqui aplicam-se exclusivamente ao processo de execução, ao passo que aquelas 
aplicam-se a todos os procedimentos e fases, indistintamente. 
 
Essas hipóteses estão previstas no art. 774, do NCPC: 
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que: 
I - frauda a execução; 
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; 
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; 
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais; 
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem 
exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. 
A grande diferença que temosdo ato atentatório à dignidade da justiça da fase de conhecimento 
para o que estudamos aqui é o direcionamento da multa. Quem pratica as ilicitudes acima está 
desafiando a soberania estatal e está prejudicando fortemente o credor, que necessitou exigir 
judicialmente o que lhe é devido e, ainda assim, encontra dificuldades para obtenção do seu crédito. 
Em face disso, prevê o parágrafo único que o valor da multa será revertido em benefício do credor 
e será executada no próprio processo de execução. Essa multa será calculada em percentual não 
superior a 20% sobre o valor atualizado do débito. 
Veja: 
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará MULTA em montante não superior a vinte por 
cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos 
próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material. 
Para a prova... 
 
ひFraude à execução.
ひOposição maliciosa à execução, empregando ardis e meios artificiosos.
ひDificultar ou embaraçar a realização da penhora.
ひResistência injustificada às ordens judiciais.
ひNão indicar os bens passíveis de penhora, valores ou não exigir prova de propriedade, quando
intimado pelo Juiz para fazê-lo.
ATOS ATENTATÓRIOS À DIGNIDADE DA JUSTIÇA
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O art. 775, do NCPC, trata do direito de desistir da execução. Esse direito não significa desistência 
do direito de executar, mas do procedimento de execução desenvolvido. 
A desistência da execução, contudo, opera um efeito importante: eventuais impugnações ou 
embargos decorrentes do processo de execução poderão ser extintos: 
 Haverá extinção automática da impugnação e dos embargos quando envolver questões processuais. 
 Quando a impugnação ou embargos envolverem outros assuntos, que não aspectos processuais, será 
necessária a concordância da parte impugnante ou embargante. 
De todo modo, em um ou em outro caso, o exequente será responsável por pagar as custas 
processuais e os honorários advocatícios da parte contrária. 
Além disso, essa extinção se opera de forma automática, de forma que não depende de 
concordância do impugnante ou do embargante. 
Essas regras estão previstas no art. 775, do NCPC: 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva. 
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: 
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o 
exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; 
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante. 
Já estudamos o art. 776 na parte dos princípios, portanto, para finalizar a parte relativa às 
さSキゲヮラゲキNロWゲàェWヴ;キゲざがà┗Wテ;マラゲàラà;ヴデくàΑΑΑぎ 
Art. 777. A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes de litigância de má-fé ou de prática de ato 
atentatório à dignidade da justiça será promovida nos próprios autos do processo. 
A
TO
 A
TE
N
TA
TÓ
R
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A
 
EX
EC
U
Ç
Ã
O
Hipóteses
Fraude à execução
Oposição maliciosa à execução, empregando ardis e meios 
artificiosos
Dificultar ou embaraçar a realização da penhora
Resistência injustificada às ordens judiciais
Não indicar os bens passíveis de penhora, valores ou não exigir 
prova de propriedade quando intimado pelo Juiz para fazê-lo
Consequência
Multa revertida para o exequente não superior a 20% calculado 
sobre o valor atualizado o débito
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O dispositivo acima repete, em parte, a norma do art. 774, do NCPC, ao explicitar que a condenação 
por ato atentatório à dignidade da justiça ou litigância de má-fé na execução serão executadas nos 
próprios autos. 
Confira uma questão de prova: 
 
(TRT-8ªR-PA/AP/2016/adaptada) Acerca da liquidação de sentença e da execução no processo 
civil. 
Os atos executórios tratados pelo CPC não possuem natureza jurisdicional, motivo pelo qual 
não há necessidade de observância ao princípio do contraditório no processo de execução. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. Há, sim, a necessidade de observância ao princípio do contraditório, 
não só no processo de execução, como em todas as etapas do processo. 
Vejamos mais uma questão sobre esse assunto: 
(TJ-AM/2016/adaptada) Acerca da execução, julgue: 
Tratando-se de execução de título extrajudicial, a fixação de multa para cumprimento de 
obrigação específica pelo devedor e a sua conversão em perdas e danos dependem de 
requerimento do credor. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. O juiz pode fixar de ofício as multas para cumprimento. 
Mais uma questãozinha: 
(TJ-AM/2016/adaptada) Acerca da execução, julgue: 
A citação por hora certa, por ser incompatível com o rito, é vedada no processo de execução, 
consoante entendimento sumulado pelo STJ. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. Segundo a súmula nº 196, do STJ, ao executado que, citado por 
edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade 
para apresentação de embargos. 
2.4 - LEGITIMIDADE 
As partes no processo de execução são aquelas que constam do título executivo. Se o título informa 
duas pessoas como credor e devedor, elas serão o exequente e o executado, respectivamente, no 
processo de execução. 
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Isso não ocorre em relação ao processo de conhecimento, pois, muitas vezes, quando ainda pairam 
dúvidas sobre as situações jurídicas discutidas, não se sabe ao certo quem são os autores e os réus. 
Não obstante, temos legitimados ativos e passivos na execução, cuja disciplina, no NCPC, abrange 
os arts. 778 a 780. 
De acordo com a doutrina1: 
Partes na execução é quem pede e contra quem se pede a tutela jurisdicional executiva. Credor e devedor são 
conceitos de direito material e, como tais, devem ser evitados para designar exequente e executado, na medida 
em que a incerteza é inerente ao direito litigioso に ainda que essa sua característica apareça de maneira mais 
atenuada na execução, haja vista a presunção de certeza da obrigação consubstanciada no título executivo. 
2.4.1 - Legitimidade Ativa 
Os legitimados ativos são classificados em: 
 ordinários; 
 ordinários derivada ou supervenientemente; e 
 extraordinários. 
Esses três legitimados estão disciplinados no art. 778, do NCPC: 
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo [legitimado 
ordinário]. 
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário [legitimado 
derivado ou superveniente]: 
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito 
resultante do título executivo; 
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; 
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. 
§ 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado. 
O legitimado ativo ordinário é o CREDOR. 
 
A legitimidade ativa do credor atinge, também, o credor solidário que não participou da relação 
processual. De acordo com a doutrina2, se a sentença é fundada em questões comuns a todos os 
 
1 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª 
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo:Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 846. 
2 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª 
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 848. 
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credores solidários e não disser respeito a questões específicas ou pessoais daquele que promoveu 
a ação, admite-se a execução pelo credor solidário. 
Sigamos! 
O legitimado ordinário derivado ou superveniente é aquele que RECEBEU O CRÉDITO POR 
SUCESSÃO, causa mortis ou inter vivos. 
É o caso dos filhos que herdam o crédito do pai falecido. 
Outro exemplo é o endosso do título em favor de terceiro, que o torna credor superveniente ou 
derivado e, portanto, legitimado a requerer a execução. 
Cumpre registrar que, de acordo com a legislação civil, o devedor não poderá discordar ou se 
contrapor à cessão do crédito a terceiros. O que se exige nos arts. 286 e seguintes do CC é que o 
devedor seja informado da cessão, até mesmo para que ele possa efetuar o pagamento de forma 
correta. 
O legitimado extraordinário é aquele que, em NOME PRÓPRIO, COBRA CRÉDITO ALHEIO, tal como 
ocorre em relação ao Ministério Público, expressamente autorizado pelo art. 18, do NCPC. Isso 
ocorre, por exemplo, no caso de Lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.437/1985) que concede 
legitimidade ao Ministério Público para que promova a execução de direitos concedidos em sede de 
ação civil pública, quando o autor não promover a execução do prazo de 60 dias (art. 15, a Lei nº 
7.347/1985). 
Sintetizando... 
 
 
2.4.2 - Legitimidade Passiva 
Tanto quanto a legitimidade ativa, temos três modelos de legitimidade passiva descritos no NCPC. 
 ordinária; 
 derivada ou superveniente; e 
 responsável tributário. 
Vamos analisar cada uma dessas hipóteses: 
LEGITIMIDADE ATIVA NA EXECUÇÃO
legitimado ordinário
credor
legitimado derivado ou 
superveniente
recebeu o crédito por cessão
legitimado extraordinário
em nome próprio cobra crédito 
alheio
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A legitimidade passiva ordinária está prevista no art. 779, I, do NCPC: 
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: 
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; (...). 
Aquele que constar no título executivo como DEVEDOR será considerado legitimado passivo 
ordinário. 
Os legitimados passivos derivados ou supervenientes são aqueles que receberam o débito por 
sucessão (inter vivos ou causa mortis). 
Essas hipóteses estão descritas nos incs. II a V, do art. 779, do NCPC: 
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: (...) 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; 
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; 
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; 
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; (...). 
Portanto, o ESPÓLIO, os HERDEIROS ou os SUCESSORES poderão ser considerados réus, 
respondendo pela dívida do devedor originário. 
Aqui é importante trazer uma observação: a responsabilidade dos herdeiros e dos sucessores está 
limitada ao quinhão da herança. Vejamos um exemplo: 
Determinada pessoa possuía o equivalente a R$ 50.000,00 e R$ 100.000,00 em dívidas. Com o 
falecimento dessa pessoa, os seus filhos responderão com os bens herdados pela dívida. Os bens 
pessoais dos filhos herdeiros não podem ser utilizados para pagar o restante da dívida da pessoa que 
faleceu (que, no exemplo, é de R$ 50.000,00), pois os débitos passam dos bens deixados pela pessoa 
que faleceu. 
A outra hipótese é a figura da CESSÃO DE DÉBITO (ou assunção de débito). 
Na parte referente à legitimidade ativa, vimos a cessão de crédito e, lá, estudamos que a cessão 
independe da concordância da pessoa devedora, desde que seja notificado o devedor. 
Na cessão de débito, temos um tratamento diferenciado. De acordo com o art. 299 a 303, todos do 
CC, a cessão de débito depende da concordância do credor. 
No inc. IV, temos a legitimidade passiva derivada do FIADOR, que constitui a pessoa que garante a 
satisfação ao credor de uma obrigação assumida pelo devedor, caso ele não a cumpra. 
 
Em relação ao fiador, cumpre um esclarecimento: a responsabilidade direta e objetiva do fiador 
somente é possível nos casos em que ele foi constituído judicialmente. O fiador convencional ou 
legal somente poderá ser responsabilizado se tiver sido réu na ação, hipótese em que, contra ele, 
será formado também o título executivo, tal como consta expressamente do art. 515, §3º, do NCPC, 
e da Súmula STJ 268. 
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Súmula STJ 268 
O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado. 
Sigamos! 
No inc. V temos a responsabilidade derivada da CONCESSÃO DE BEM DE TERCEIRO COMO 
GARANTIA REAL do pagamento da dívida do devedor. Se o devedor não quitar a dívida, o bem do 
garantidor poderá ser utilizado para quitar o montante. 
Por fim, podemos ter a legitimação passiva do responsável tributário nos termos do inc. VI. 
Em regra, temos dois institutos que tratam da responsabilidade patrimonial. O primeiro deles é o 
débito, o outro é a responsabilidade. Geralmente, o débito e a responsabilidade são acumulados na 
mesma pessoa. Dito de forma simples: quem deve paga. Contudo, existem alguns casos em que 
esses institutos não estão concentrados na mesma pessoa. Nesses casos: quem deve não é 
necessariamente quem paga. 
Entre as hipóteses previstas temos os arts. 134 e 135, do CTN, que disciplinam o responsável 
tributário. Nesses casos, há o débito conferido a uma pessoa, mas a responsabilidade pelo 
pagamento é atribuída a outra. Isso ocorre em relação a pessoas jurídicas que são as devedoras, 
contudo, como o administrador agiu com excesso de poder e com violação da lei, o responsável pelo 
pagamento será o sócio. É a mesma situação aplicada às hipóteses de desconsideração da 
personalidade jurídica. 
 
 
2.4.3 - Cumulação subjetiva na execução 
A cumulação subjetiva nada mais é do que o litisconsórcio, ou seja, a reunião de mais de uma pessoa 
em um dos polos da execução. 
Não há qualquer impedimento para que legitimados ativos ou passivos se reúnam em um dos polos 
da execução. Desse modo, as regras estudadas no art. 113 e seguintes do NCPC podem ser aplicadas 
à execução. 
Assim... 
LEGITIMIDADE PASSIVA
ordinária: devedor, 
que consta do título
derivado ou 
superveniente:
a) espólio, herdeiro 
ou sucessores
b) cessão de débito c) fiador
d) concessão de bem 
de terceiro com 
garantia real
responsável 
tributário
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2.4.4 - Cumulação objetiva na execução 
A cumulação objetiva, como o nome indica, constitui o acúmulo de um ou mais objetos na mesma 
ação de execução. Questiona-se: pode o exequente promover a execução de dois ou mais títulos 
executivos contra o mesmo réu, no mesmo procedimento de execução? 
Segundo a doutrina3, admite-se a cumulação de execuções desde que observada a tríplice identidade 
de partes, juízo e forma do processo. O art. 780, do NCPC, estabelece que, se o exequente pretender 
ingressar com execução de mais um título, deverá observar as seguintes condições: 
1ª CONDIÇÃO: mesmo executado; 
2º CONDIÇÃO: competência do juiz para todas as execuções; e 
3º CONDIÇÃO: igualdade de procedimento. 
Essas condiçõessão extraídas do art. 780, do NCPC: 
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, AINDA QUE fundadas em títulos diferentes, quando o 
executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento. 
Por exemplo, poderá o exequente promover um único procedimento de execução para cobrar 5 
cheques contra o mesmo réu, pois se trata do mesmo executado, execuções com identifica 
competência e mesmo procedimento. O que não se admite, por exemplo, é a execução de um cheque 
cumulada objetivamente com uma execução de obrigação de fazer, cujos procedimentos são 
distintos. 
 
Atente-se que a cumulação de execuções já era um entendimento encampado pelo STJ: 
Súmula STJ 27 
Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio. 
 
3 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª 
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 849. 
Admite-se a formação de litisconsórcio no 
procedimento de execução.
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2.4.5 - Intervenção de terceiros 
Como a intervenção de terceiros não convém para a formação de título executivo, no regime do 
CPC73, havia regra prevendo a impossibilidade de utilização do instituto no procedimento de 
execução. 
Com o NCPC temos uma regra diferente: 
Com o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, mais especificament, o art. 134, do 
NCPC, há regra expressa no sentido de que essa modalidade de intervenção de terceiros é admissível 
em TODAS as fases do processo, incluída a execução. 
2.5 - COMPETÊNCIA 
O NCPC traz regras objetivas que definem quem será o juízo competente para promover a execução 
de títulos executivos extrajudiciais. 
O art. 781, do NCPC, estabelece as regras referentes à competência para a execução: 
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-
se o seguinte: 
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, 
de situação dos bens a ela sujeitos; 
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; 
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for 
encontrado ou no foro de domicílio do exequente; 
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer 
deles, à escolha do exequente; 
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que 
deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. 
Note que temos três possibilidades gerais de ajuizamento da ação de execução: 
1 に domicílio do executado; 
2 に domicílio de eleição conforme constar do título; 
3 に situação dos bens executados. 
Esses três domicílios ficam à escolha do exequente, segundo prevê o inc. I acima. 
Há, entretanto, algumas regras específicas: a primeira delas se aplica ao foro do domicílio do 
executado e à segurança para a prática de atos ou fatos que deram origem à execução. 
 Caso escolhido o foro do domicílio do executado e esse tiver mais de um domicílio, o exequente poderá 
optar por qualquer um deles. 
No caso de o domicílio ser incerto ou desconhecido, o exequente poderá ingressar com a execução no lugar 
onde for encontrado o executado ou no próprio domicílio (ou seja, domicílio do próprio exequente). 
Se houver vários devedores e eles possuírem domicílios diferentes, o exequente poderá escolher, entre esses 
domicílios, em qual deles pretende manejar a execução. 
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 Na hipótese em que a prática de determinado ato ou fato deu origem ao título executivo extrajudicial, a 
ação poderá ser proposta no local de origem do ato ou fato, ainda que não mais seja o domicílio do executado. 
Não obstante as regras acima, entende-se que o exequente poderá optar pelos foros descritos no 
inc. I. 
Para a prova... 
 
Para encerrar as regras de competência, confira o art. 782, do NCPC: 
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os 
cumprirá. 
§ 1o O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas comarcas 
contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana. 
§ 2o Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a requisitará. 
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de 
inadimplentes. 
§ 4o A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se 
a execução for extinta por qualquer outro motivo. 
§ 5o O disposto nos §§ 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de título judicial. 
Desse dispositivo, duas informações são importantes: 
1ª REGRA: o oficial, responsável pelo cumprimento dos atos executivos, poderá praticá-los sob determinação 
do juiz, não apenas na comarca sob jurisdição do juiz a que está vinculado, mas também em comarcas 
contíguas e de fácil comunicação. 
2ª REGRA: o juiz poderá determinar a inclusão do executado no cadastro de inadimplentes, que será 
imediatamente cancelado no caso de pagamento e de garantia da execução ou extinção. 
2.6 - REQUISITOS 
Vamos analisar aqui os requisitos para realização da execução, que vale tanto para a execução de 
título extrajudicial quanto para a execução de títulos judiciais (tecnicamente, o cumprimento de 
sentença). De acordo com o NCPC, são dois os requisitos: 
1º REQUISITO: inadimplemento (situação de fato) 
2º REQUISITO: título executivo (situação de direito) 
O inadimplemento será aferido a partir do caso concreto, razão pela qual constitui uma situação de 
fato. Sobre esse primeiro requisito devemos conhecer os arts. 786 e 787, do NCPC: 
JUÍZO COMPETENTE PARA 
A EXECUÇÃO
foro do domicílio do 
executado
foro de eleição foro dos bens executados
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Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor NÃO satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível 
consubstanciada em título executivo. 
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a 
liquidez da obrigação constante do título. 
Assim, se não for satisfeita a obrigação que é certa, líquida e exigível, configura-se a inadimplência 
que autoriza a execução. 
Esse requisito, contudo, poderá não se verificar nas situações em que não obstante a existência da 
dívida, faltar contraprestação do credor. Se isso ocorrer na prática, a execução somente se torna 
exigível quando o credor provar que adimpliu a contraprestação. É isso que temos disciplinado no 
art. 786, do NCPC: 
Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do 
credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo. 
Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso 
em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar. 
De acordo com a doutrina, esse dispositivo traz a disciplina contratual da exceção do contrato não 
cumprido. Quando houver obrigação bilateral, o credor somente poderá exigir do devedor quando 
já tiver cumprido com a sua parte. 
Porexemplo, em um contrato de compra e venda, o adquirente do veículo não poderá executar o 
contrato requerendo a entrega do veículo se ainda não efetuou o pagamento da forma acordada. 
Somente haverá inadimplemento se o credor comprovar que cumpriu com a sua parte. 
Além disso, de acordo com o parágrafo único acima, o devedor poderá se eximir do devido com 
depósito judicial do valor. Contudo, para levantamento do valor, o credor deverá provar nos autos 
que cumpriu o que devia. 
O título executivo, que constitui situação de direito, está disciplinado nos art. 783 e 784, ambos do 
NCPC. Veja, inicialmente, o art. 783: 
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e 
exigível. 
Temos títulos executivos judiciais, ou seja, que decorrem de processo judicial ou de juízo arbitral, e 
títulos executivos extrajudiciais, que representam relações jurídicas que se formam 
independentemente da atuação do poder judiciário, mas que a lei confere o poder de títulos 
executivos. 
 
O título executivo constitui um ato ou fato documentado ao qual a lei atribui eficácia executiva. Dito 
de forma simples, o título executivo é o documento (em papel!) ao qual a lei confere poder de ser 
exigido judicialmente por intermédio de um procedimento de execução. 
Adotamos, no direito brasileiro, a teoria segundo a qual o título é, ao mesmo tempo, um documento 
e um ato. 
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É um documento capaz de demonstrar a existência de um crédito para que seja executado e, 
também, um ato, na medida em que constitui manifestação concreta da pretensão sancionatória do 
estado. Desse modo, o título indica a legitimidade, o objetivo e os limites da execução. 
Ao considerarmos o título um ato, ele valerá o que estiver representado no título, o seu conteúdo. 
Ao passo que se considerarmos o título um documento, o que interessa é a forma do título. 
Na prática, temos alguns títulos que a natureza do documento fica mais aparente, em outros, a 
natureza do ato se sobressai. 
A relevância dessa distinção está na possibilidade de execução de títulos com base em cópias (xerox). 
Se o título for pautado preferencialmente para o conteúdo, pelo ato, podemos executá-lo por cópia. 
Ao passo que, quando o título estiver relacionado com o documento, ligado ao seu aspecto formal, 
não é admissível a execução com cópia. 
Por exemplo, notas promissórias, cheques, duplicadas (inc. I, do art. 784, do NCPC) somente podem 
ser executados por intermédio do documento original, de forma que o título vale pelo que ele é. Por 
outro lado, um contrato ou uma sentença podem ser executados por cópia, pois, nesse caso, 
prepondera o conteúdo do documento. 
Vamos em frente! 
 Veja, na sequência, quais são as espécies de títulos executivos: 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia 
Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por 
caução; 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos 
acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na 
respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais 
despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de 
promover-lhe a execução. 
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Antes de analisarmos cada uma das hipóteses acima, é importante deixar claro que esse rol é 
exemplificativo, embora somente possa ser fixado por lei. Desse modo, outros títulos executivos não 
podem ser criados por uma interpretação extensiva do aplicador do direito, contudo, o legislador 
poderá criar outras hipóteses de títulos executivos extrajudiciais. 
Nesse contexto, cuidado com afirmações rasas no sentido de que o rol é taxativo ou números 
clausus. Na realidade, o rol é fixado por lei, porém, não imutável. Assim, o mais correto é afirmar 
que o rol do art. 784 é aberto. 
Isso ocorre porque a possibilidade de diretamente ingressar com a execução em face de um ato ou 
de um documento revela o exercício da soberania e também da possibilidade de se invadir a esfera 
jurídica patrimonial de outra pessoa sem uma ação de conhecimento prévio. Portanto, somente são 
considerados títulos executivos extrajudiciais aqueles que constarem em lei, entre os quais estão os 
previstos no art. 784, do NCPC. 
Antes de analisarmos os incisos dos dispositivos acima, é importante um aprofundamento: 
 
Há doutrina sustentando que as partes podem fixar títulos executivos extrajudiciais. A partir da 
prerrogativa conferida às partes de formulação de negócios jurídicos processuais (art. 190, do NCPC), 
desde que as partes sejam capazes e tratem de direitos disponíveis (ou que admitam 
autocomposição). 
Isso evidenciaria uma forma de neoliberalismo no direito processual brasileiro. 
Essa posição, contudo, não possui muita relevância, pois entre as hipóteses de títulos executivos 
extrajudiciais está o contrato formulado pelas partes e assinado por duas testemunhas. Isso nada 
mais é do que uma espécie de negócio jurídico processual firmado pelas partes, em uma relação 
privada, sem interferência do Estado. 
Vamos às hipóteses legais?! 
1) Letra de câmbio, nota promissória, duplicata, debênture e cheque. 
O rol acima traz os denominados títulos de crédito. Para a prova em Direito Processual Civil é 
suficiente que você saiba o conceito de cada um deles: 
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Vamos aprofundar um pouco?! 
 
A Súmula STF 387 estabelece que, quando a nota promissória for assinada em branco, poderá o 
credor finalizar o preenchimento antes da execução. 
Súmula STF 387 
A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da 
cobrança ou do protesto. 
Em determinadas situações, a nota promissória pode ser emitida como garantia do cumprimento de 
outro contrato. Em razão disso, foi editada a Súmula STJ 258 para vedar a utilização da nota 
promissória em branco como garantia de cumprimento de contrato de abertura de crédito. 
Súmula STJ 258 
A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do 
título que a originou. 
Além disso, as Súmulas STJ 233 e 247 afirmam que o contrato de abertura de conta corrente, ainda 
que acompanhado do extrato, não é título executivo extrajudicial. Em decorrênciadisso, o cheque 
especial também não é título executivo extrajudicial. Esse valor apontado pelo banco como devido 
em cheque especial é unilateral, o que retira a liquidez do título, uma vez que os valores estarão 
simplesmente apontados em extratos bancários. 
Súmula STJ 233 
O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta corrente, não é título executivo. 
Súmula STJ 247 
TÍ
TU
LO
 D
E 
C
R
ÉD
IT
O
letra de câmbio
documento emitido pelo credor com ordem de 
pagamento, à vista ou a prazo, para o devedor pagar 
quantia certa.
nota promissória
promessa de pagamento de quantia certa emitida pelo 
devedor a determinada pessoa.
duplicata
documento pelo qual o comprador se vincula ao 
pagamento do valor descrito na fatura em determinado 
prazo.
debêntures
título de crédito de longo prazo no qual o emitente faz 
empréstimo de valores.
cheque
ordem dirigida à instituição financeira para pagamento à 
vista de determinado valor ao portador.
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O contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui 
documento hábil para o ajuizamento da ação monitória. 
A Súmula STJ 504 fixa o tempo para cobrança do débito a partir da prescrição da nota promissória. 
Embora não seja possível efetuar a execução com fundamento no título de crédito, porque já 
prescrito, nada impede que a pessoa se valha do título como prova documental da dívida. Nesse 
contexto, o STJ fixou prazo de 5 anos para ajuizamento da ação de conhecimento (no caso, a ação 
monitória) a contar do vencimento do título. 
Súmula STJ 504 
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é 
quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título. 
Em relação à duplicata, é importante destacar que, ao recebê-la, o devedor poderá: 
1 に receber e devolver a duplicata aceita. Nesse caso, teremos constituído o título executivo. 
2 e 3 に receber a duplicata e não aceitar ou receber e não devolver. Nesses casos, o credor poderá fazer o 
protesto por indicação, apresentando cópia da mercadoria ou do serviço. A partir do protesto, há formação do 
título executivo extrajudicial. 
Em relação ao cheque, vamos tecer algumas observações: 
O devedor do cheque é o subscritor, independentemente de a conta de origem do cheque ser 
conjunta. A solidariedade entre os titulares da conta conjunta não admite que ambos sejam 
executados. A solidariedade é em relação ao banco, não em face do cheque expedido. 
O cheque é ordem de pagamento à vista. Contudo, é corriqueira a utilização do que chefe pós-
datado. Não obstante, um cheque pós-datado não tira a exigibilidade do título de crédito. Ademais, 
a Súmula STJ 370 estabelece que o descumprimento do pós-datamento (entendido como uma 
cláusula adicional do cheque) pode implicar indenização por dano moral. 
Súmula STJ 370 
Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
O cheque poderá ser cobrado se não prescrito, observando o prazo de 6 meses. Passado o prazo, o 
cheque deixa de ser título executivo extrajudicial, contudo, poderá ser usado, por exemplo, para 
utilização do cheque para ação de cobrança, a exemplo da ação de cobrança. Nesse contexto, veja a 
Súmula STJ 299: 
Súmula STJ 299 
É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. 
Além disso, de acordo com a Súmula STJ 503, por se tratar de documento escrito sem eficácia de 
título executivo, porque prescrito o cheque, o prazo prescricional da dívida é de 5 anos, a contar do 
dia seguinte da data da emissão do cheque. Veja: 
Súmula STJ 503 
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, 
a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula 
Sigamos! 
2) Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor. 
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A escritura pública constitui modalidade especial de negócio que exige a lavratura em cartório por 
agente público (tabelião), como condição para lhe conferir validade. 
Além disso, por documento público assinado pelo devedor devemos compreender o documento 
produzido por autoridade, ou em sua presença, com a respectiva chancela, desde que tenha 
competência para tanto4. 
3) Documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas. 
Note que o documento exige a assinatura de duas pessoas que, evidentemente, não podem ter 
interesse no negócio jurídico, ainda que tenham assinado o documento posteriormente a sua 
confecção. 
 
No rol dos documentos particulares está o instrumento de confissão de dívida, conforme explicita a 
Súmula STJ 300: 
Súmula STJ 300 
O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito, constitui título 
executivo extrajudicial. 
Esse documento nada mais é do que uma declaração expressa, definitiva e irretratável do devedor 
que reconhece que deve determinado valor a outrem. 
Sigamos! 
4) Instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela 
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado 
por tribunal. 
Trata-se de novidade no NCPC, decorrente da importância que se concede às 
formas autocompositivas de solução de conflitos. 
Trata-se do instrumento de acordo referendado. Será considerado título executivo desde que seja 
referendado pela autoridade habilitada: 
 MP; 
 Defensoria Pública; 
 advogado público; 
 advogados; e 
 conciliadores ou mediadores. 
5) Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele 
garantido por caução. 
 
4 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª 
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 853. 
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São contratos assegurados por direitos reais de garantia que permitem diretamente a execução para 
satisfação da obrigação pactuada. 
6) Contrato de seguro de vida em caso de morte. 
Com falecimento da pessoa que instituiu o seguro de vida, admite-se a execução direta do prêmio 
constante do seguro. A morte é o evento que confere certeza, exigibilidade e liquidez à obrigação. 
7) Crédito decorrente de foro e laudêmio. 
O foro é uma taxa exigida pelo domínio útil de terras pertencentes à marinha, ao passo que o 
laudêmio é a taxa paga em razão da transferência desses imóveis pertencentes à marinha. 
8) Crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de 
encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio. 
O contrato de locação constitui título executivo extrajudicial. 
9) Certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei. 
As denominadas CDAs (Certidões de Título da Dívida) de qualquer dos entes da federação 
constituem título executivos extrajudiciais. 
10) Crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, 
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que 
documentalmente comprovadas. 
Se documentalmente comprovadas, as despesas condominiais podem ser executadas diretamente, 
contra quem estiver ocupando o imóvel (proprietário, locatário, comodatário ou qualquer outro tipo 
de possuidor). 
11) Certidão expedida por serventia notarial ou deregistro relativa a valores de emolumentos e 
demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei. 
Os atos praticados pelos notários são dotados de presunção de veracidade e legitimidade de modo 
que a certidão decorrente dos atos por eles praticados podem ser executados diretamente. 
12) Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 
Com base nessa última hipótese, permite-se que a lei crie outras proposições de títulos executivos 
extrajudiciais. Cita-se, como exemplo, o contrato de honorários advocatícios (art. 24, da Lei nº 
8.906/1994) ou termo de ajustamento de conduta do ECA (art. 211). 
Analisadas as hipóteses de título executivo extrajudicial, cumpre finalizar com o estudo dos §§ 2º e 
3º que tratam dos títulos executivos extrajudiciais estrangeiros. 
Uma sentença estrangeira, para que tenha validade em nosso território e, portanto, possa ser 
executada na qualidade de título executivo judicial, depende de homologação do STJ. Isso não ocorre 
em relação aos títulos executivos extrajudiciais estrangeiros. Veja: 
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro NÃO dependem de homologação para 
serem executados. 
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§ 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei 
do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. 
Em relação a um título executivo extrajudicial estrangeiro, para a execução, exige-se a presença dos 
requisitos de formação exigidos pela lei do local em que fora celebrado o título e a referência de que 
será executado no Brasil. 
Portanto: 
 
Por exemplo, o contrato alemão deve seguir as regras do direito alemão e constar que aqui será 
cumprido. 
Importante registrar que, para execução interna perante o Poder Judiciário, faz-se necessária a 
tradução juramentada. 
Confira uma questão de prova: 
 
(CRAISA de Santo André-SP/2016) Assinale a alternativa incorreta. 
São títulos executivos extrajudiciais: 
a) a sentença arbitral e o acordo extrajudicial de qualquer natureza, homologado 
judicialmente. 
b) a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque. 
c) a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento 
particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação 
referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos 
transatores. 
d) o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e 
aquele garantido por caução. 
Comentários 
O art. 784, do NCPC, elenca quais são os títulos executivos extrajudiciais. 
A sentença arbitral é título executivo judicial, conforme prevê o 515, VII, da Lei nº 13.105/15. 
Portanto, a alternativa A é a incorreta e, portanto, gabarito da questão. 
Vamos em frente! 
ひobedeça aos requisitos do local de sua formação.
ひBrasil indicado como local de cumprimento
NÃO HÁ NECESSIDADE DE HOMOLOGAÇÃO de título executivo
extrajudicial estrangeiro no Brasil, podendo aqui ser executado, DESDE
QUE:
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O art. 785, do NCPC, é muito relevante. Ele prevê que, embora a parte tenha a posse de algum os 
títulos executivos extrajudiciais acima elencados, nada impede que ela ingresse com uma ação de 
conhecimento. 
Confira: 
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial NÃO impede a parte de optar pelo processo de 
conhecimento, a fim de obter título executivo judicial. 
Isso ocorre porque, no curso do cumprimento da sentença, as possibilidades de defesa do executado 
são menores. Ao chegar na fase de cumprimento de sentença, o executado somente poderá 
impugnar na forma do art. 525, §1º, do NCPC. Além disso, será intimado o executado a efetuar o 
pagamento sob pena de multa e de acréscimo dos valores referentes aos honorários advocatícios. 
Já nos embargos à execução, as possibilidades de alegações do executado são maiores. Embora 
menos célere, poderá a parte optar por manejar ação de conhecimento ainda que tenha título 
executivo extrajudicial em mãos. 
Por exemplo, a parte que possui um cheque poderá promover diretamente a execução desse cheque, 
espécie de título extrajudicial. Por outro lado, poderá ajuizar uma ação de conhecimento, no qual o 
cheque será utilizado como prova escrita em um procedimento especial tal como uma ação de 
cobrança ou ação monitória. Nesses casos, o interesse processual da parte se revela no fato de que 
o cumprimento de sentença é mais efetivo que a execução de título executivo extrajudicial. 
Sigamos! 
Ainda em relação a esse tópico, cumpre analisar o art. 788, do NCPC: 
Art. 788. O credor NÃO poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas 
poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no 
título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-
la. 
O dispositivo acima estabelece que, uma vez paga a obrigação, não faz sentido iniciar ou prosseguir 
com a execução. De todo modo, a parte exequente poderá recursar o recebimento dos valores pagos 
caso não corresponda ao estabelecido na execução. 
Para encerrar, os REQUISITOS PARA QUALQUER EXECUÇÃO: 
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2.7 - CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO EXECUTIVO 
Vimos acima os requisitos da execução. Nesse ponto, vamos estudar as características do próprio 
título executivo. Tecnicamente falando, trataremos das características da obrigação que devem 
estar representadas no título para que possamos promover a execução. 
Mas, quais são essas características? 
 
A CERTEZA constitui o atributo da obrigação em que há a indicação precisa do sujeito e do objeto da 
obrigação. 
Para saber se o título é certo devemos efetuar alguns questionamentos: 
ひnão satisfação de obrigação certa, líquida e exigível.
ひem obrigações bilaterais, o credor somente poderá exigir do devedor quando cumprir com a sua
parte.
INADIMPLEMENTO (situação de fato)
ひ1) Letra de câmbio, nota promissória, duplicata, debênture e cheque.
ひ2) Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor.
ひ3) Documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas.
ひ4) Instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado
por tribunal.
ひ5) Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele
garantido por caução.
ひ6) Contrato de seguro de vida em caso de morte.
ひ7) Crédito decorrente de foro e laudêmio.
ひ8) Crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de
encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio.
ひ9) Certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei.
ひ10) Crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas.
ひ11) Certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e
demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei.
ひ12) Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa,a lei atribuir força executiva.
TÍTULO EXECUTIVO (situação de direito) - ato ou fato a quem a lei atribui
eficácia executiva.
CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO EXECUTIVO
certeza liquidez exigibilidade
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Se essas quatro perguntas forem passíveis de resposta, o título será certo! 
Se não for possível responder aos questionamentos acima a partir do título, ainda que ele esteja 
previsto no rol do art. 784, do NCPC, será necessário ajuizar uma ação de conhecimento que fixe 
esses pontos. 
A LIQUIDEZ se revela nas obrigações de pagar quantia. 
 
Cuidado para não confundir com a entrega de obrigação de entregar coisa certa. Quando a parte 
postula execução para entrega de determinado bem específico, não temos liquidez, mas 
determinação da prestação. Tanto é assim que, quando estamos diante de obrigação de entregar 
coisa incerta, não há liquidação, mas temos o incidente de concentração, que está disciplinado no 
art. 498, parágrafo único do NCPC. 
Sigamos! 
A liquidez envolve o seguinte questionamento: 
 
Na prática, é possível que tenhamos títulos executivos extrajudiciais cuja liquidez não é aparente. 
Embora seja determinável, pode ser necessária a realização de cálculos aritméticos para a fixação 
precisa do valor devido. 
Por exemplo, podemos estar diante de um título em que consta a afirmação de que o valor devido 
levará em consideração o valor dos orçamentos, atualizado segundo algum índice inflacionário. Esse 
título é líquido, embora não determinado. Assim, faz-se necessário efetuar alguns cálculos 
matemáticos para que saibamos に em reais に o valor devido. 
É isso que temos previsto no art. 786, parágrafo único, em relação ao processo de execução, e no 
art. 509, §2º, do NCPC, referente à parte de liquidação de sentença. No caso do art. 509, §2º, temos 
um procedimento simplificado para determinação do valor devido: 
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira 
a liquidez da obrigação constante do título. 
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde 
logo, o cumprimento da sentença. 
Aqui cabe um aprofundamento... 
Quem deve? Para quem deve? Como deve? O que deve?
Quanto deve?
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Se o título for ilíquido, ele não poderá ser executado e, portanto, não será considerado título 
executivo, ainda que conste do rol do art. 784, do NCPC. 
Desse modo, não temos no processo de execução o incidente de liquidação. Somente títulos líquidos 
podem ser executados. 
Há, entretanto, uma exceção. Nas obrigações de fazer ou dar que não forem adimplidas, há 
possibilidade de incidente de liquidação na execução, a fim de apurar eventuais perdas e danos. 
Em frente! 
A EXIGIBILIDADE se relaciona com o interesse processual. De todo modo, o questionamento a se 
fazer é o seguinte: 
 
Há uma observação importante! Temos títulos executivos que são ordens de pagamento à vista (por 
exemplo, cheque), outros, entretanto, constituem ordem de pagamento a prazo (por exemplo, nota 
promissória). 
Desse modo, essas condições que possam eventualmente constar do título devem ser consideradas. 
NWゲゲWàIラミデW┝デラがàラゲà;ヴデゲくàΑΓΒがàIがàさIざàWàヵヱヴがà;マHラゲàSラàNCPCがàtratam das obrigações sujeitas a condição 
ou termo. 
Nesses casos, o vencimento depende da ocorrência da condição, ou do termo, fixado no título. A 
partir desse momento, caracteriza-se a exigibilidade da obrigação, passível, portanto, de execução. 
2.8 - RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL 
Para começar o estudo de responsabilidade patrimonial, é importante que você saiba que esse 
assunto se aplica também ao cumprimento de sentença. 
Veja o dispositivo inicial da matéria: 
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas 
obrigações, SALVO as restrições estabelecidas em lei. 
A partir desse dispositivo, vamos estabelecer duas premissas básicas para falar de responsabilidade 
patrimonial: 
1ª premissa: a regra geral é que a responsabilidade seja do devedor. É a situação na qual o responsável é o 
próprio devedor. 
2ª premissa: a responsabilidade é patrimonial (presente e futuro), embora ainda existam alguns resquícios da 
responsabilização pessoal do devedor. 
Já venceu?
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Um dos exemplos de responsabilização pessoal ainda existente é a possibilidade da prisão civil do devedor de 
alimentos. 
A partir dessas premissas, vamos analisar os bens que poderão ser chamados a responder pela 
execução. 
2.8.1 - Bens passíveis de execução 
Nem todos os bens podem ser utilizados como pagamento em uma execução. Temos várias 
limitações e flexibilizações que devem ser bem estudadas. 
A primeira limitação que temos é de natureza lógica e está disciplinada no art. 836, do NCPC: 
Art. 836. NÃO se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens 
encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução. 
§ 1º Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de determinação judicial expressa, o oficial 
de justiça descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, 
quando este for pessoa jurídica. 
§ 2º Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado depositário provisório de tais bens 
até ulterior determinação do juiz. 
Trata-se da execução ou penhora frustradas. De acordo com o dispositivo, não se levará a efeito a 
penhora quando ficar evidente que os valores dos bens do executado não são suficientes para pagar 
nem mesmo as custas da execução. 
A segunda limitação é denominada de limitação política e envolve as impenhorabilidades. 
No art. 833, do NCPC, temos a relação das impenhorabilidades absolutas, ao passo que, no art. 834, 
há fixado o rol das impenhorabilidades relativas. Temos, ainda, a Lei do Bem de Família (Lei nº 
8.009/90) e o art. 100, do CC. 
A terceira limitação é a possibilidade de renúncia voluntária, embora esse assunto ainda não esteja 
bem definido na jurisprudência. À luz do art. 190, do NCPC, há que afirme que é possível, por 
exemplo, abrir mão de um bem de família para realizar um empréstimo. 
Fora as limitações acima, todos os bens do devedor podem ser executados. 
Como sabemos, a execução tem cunho patrimonial, assim, a pessoa não responde pela execução, 
mas pelos seus bens. Esses bens passíveis de execução estão disciplinados no art. 790, do NCPC. 
Vejamos: 
Art. 790. São sujeitos à execução os bens: 
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; 
II - do sócio, nos termos da lei; 
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; 
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; 
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; 
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação 
autônoma, de fraude contra credores; 
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VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica. 
Façamos, inicialmente, um aprofundamento doutrinário: 
 
De acordo com a doutrina, o estudo da responsabilidade remete à compreensão da dualidade entre 
shuld e haltung5: 
Os bens de terceiros, por vezes, sujeitam-se à execução por dívida

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