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Hipertensão intracraniana Transtorno neurológico caracterizado por uma pressão intracraniana (PIC) maior que 15 mmHg em adulto no repouso. Mecanismos de hipertensão 1. Crescimento de lesões que ocupam espaço na caixa craniana. 2. Obstrução da circulação liqüórica (hidrocefalia). 3. Aumento de líquido nos espaços intersticial e/ou intracelular encéfalo (edema cerebral). 4. Ingurgitamento da microcirculação (aumento do volume sangüíneo intracraniano). Doutrina de Monro Kellie: quando um determinado volume é acrescido ao conteúdo normal da cavidade intracraniana há, de início, diminuição do espaço subaracnóideo periencefálico seguida de redução das cavidades ventriculares por diminuição do LCR. Posteriormente, caso essa medida não seja suficiente, há uma diminuição do volume sanguíneo e, finalmente, se não for suficiente, há redução do parênquima encefálico por compressão e atrofia. A elevação da PIC é progressiva e ex- potencial, seguindo a curva de Langfitt, constituída de 4 fases. 1. Fase compensatória Aumento do volume sanguíneo cerebral não é capaz de aumentar a PIC acentuadamente, não há vasodilatação isquêmica, mantendo a pressão de perfusão cerebral. Uma reação do organismo é aumentar a PAM para que haja uma maior pressão de perfusão cerebral, caracterizando o mecanismo chamado de reflexo de Cushing (bradipneia, bradicardia e hipertensão). 2. Fase de descompensação Início da curva exponencial ascendente positiva. Nesse momento, pequenas elevações de volume implicam em elevações acentuadas na PIC, o que, por sua vez, diminui a pressão de perfusão cerebral e desencadeia isquemia e vasodilatação, manifestando-se clinicamente como sinais de HIC. 3. PIC aumenta exponencialmente A elevação da PIC é de forma exponencial, através do mecanismo da cascata de vasodilatação. A isquemia gera uma vasodilatação isquêmica que causa aumento hipervolêmico da PIC e que gera mais isquemia e vasodilatação, entrando em um ciclo. Nesse período, o reflexo de Cushing não é mais capaz de reverter o processo e a autorregulação está gradualmente parética. 4. Parada circulatória Têm-se um estado hipervolêmico da PIC, com ela se igualando a PAM, podendo levar a uma pressão de perfusão cerebral igual a zero. Representa a morte encefálica. Índice de Zumkeller É igual ao desvio da linha média, menos a espessura da lesão que causa este desvio no mesmo corte tomográfico em milímetros. Traduzindo: o desvio da linha média medido em milímetros deve ter o mesmo tamanho que a lesão, se tiver mais tem um inchaço cerebral. Calcular: desvio de linha média em milímetros - tamanho da lesão = > 3mm deve-se indicar craniectomia descompressiva. Edema vasogênico: Resulta da quebra da barreira hematoencefálica que provoca aumento da permeabilidade do endotélio capilar e permite a passagem de água e proteínas do plasma para o espaço intersticial. Resolve-se com reabsorção para dentro do sistema vascular por diminuição da pressão oncótica do líquido do edema devida à redução da quantidade de proteínas deste líquido. Outro mecanismo de reabsorção é a transudação transependimária para dentro dos ventrículos, causada por um gradiente de pressão entre a área edemaciada e o espaço intraventricular. Respondendo aos corticoides. Edema citotóxico: É o acúmulo de líquido no espaço intracelular, caracterizado por um aumento do volume intracelular e redução do volume extracelular. O mecanismo ultra-estrutural do edema celular é a alteração da permeabilidade celular, que entra muito líquido na célula. Principalmente: isquemia > diminuição energética > falência da bomba > acúmulo de água e Na+ dentro da célula e de K + no líquido. Não respondendo aos corticoides.. Neste momento não há quebra da barreira hematoencefálica, porém, durante a evolução do edema celular por isquemia ocorre a sua transformação para edema vasogênico. A reversão do edema intracelular pode ocorrer quando os mecanismos de troca iônica ativa na membrana celular são restabelecidos. Manifestações clínicas ● Cefaleia- distensão de estruturas com inervação sensitiva. Holocraniana ou bifrontal e surge com frequência pela manhã, provavelmente devido ao aumento do volume sangüíneo que ocorre pela retenção normal de CO2 durante a fase do sono. ● Alterações visuais- embaçamento da visão, diminuição da acuidade visual ou diplopia. O edema de papila é causado provavelmente pela transmissão da PIC aumentada para o nervo óptico, o que dificulta o retorno de sangue pela veia central da retina, que corre parcialmente no interior do nervo óptico. ● Náuseas e vômitos- “em jato” e ocorrem por estiramento ou distorção do assoalho do quarto ventrículo. ● Tonturas e alterações de marcha- edema do labirinto e as alterações da marcha, geralmente alargamento da base e instabilidade, são causadas por distensão do verme cerebelar por dilatação do quarto ventrículo. Nas crianças que não fecharam as suturas pode haver abaulamento da fontanela, irritabilidade e outras alterações, como choro fácil e recusa da alimentação, além de macrocrania. Diagnóstico O diagnóstico é feito através da monitorização da PIC, que pode ser feita por meio de exames clínico, radiológico, parâmetros hemodinâmicos, metabólicos e medidas de PIC. Exame clínico: Glasgow e Jouvet. Exame de imagem: TC de crânio. Tendo como base a tomografia de crânio, é possível definir a melhor conduta para esses pacientes através da classificação de Marshall. Diante da classe em que o paciente se encontra, ocorrerá a definição da melhor terapêutica. A PIC pode ser mensurada por meio de cateter (intraparenquimatoso, ventricular, subdural, epidural e subaracnóideo). O método com maior acurácia é a ventriculostomia e apresenta outras vantagens, como a drenagem do LCR e a possibilidade de diagnóstico de infecção. Tratamento Não usar esteróides.
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