Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSAMENTO RADIOLÓGICO - 2 - Processamento Radiológico A Câmara escura A Câmara escura é um local vedado à entrada de luz externa (quando fechado), onde o filme radiológico è manipulado, onde se desenvolvem os processos de revelação, fixação e lavagem das películas radiográficas e se carrega e descarregam-se os chassis. Tem este nome porque todos estes processos só podem ser realizados sob luz de segurança e de baixa intensidade. È o lugar no qual se desenvolvem os processos de revelação do filme. A câmara é dividida em duas partes: Parte Seca: Balcão, luz de segurança, caixa de filmes, etc. Parte Úmida: Tanque de revelação, tanque de lavagem, etc. CÂMARA CLARA É uma sala bem iluminada que se comunica com a câmara escura. É nesta câmara que se faz o controle de qualidade dos exames. Processamento Radiológico Procedimento que visa transformar a imagem latente em imagem visível, através da ação de substâncias químicas sobre a emulsão do filme. Em geral, o processamento radiográfico pode ser dividido nas seguintes etapas: 1- Revelação 2- Lavagem intermediária 3- Fixação 4- Lavagem final 5- Secagem - 3 - Processamento Radiológico Revelação É a etapa na qual se estabelece a diferença entre as áreas do filme que foram expostas á luz e as quais não foram. Os ingredientes básicos de um revelador de raios-X, são: Solventes Agentes reveladores Aceleradores ou ativadores Preservativos Retardadores Solvente: o solvente básico em um revelador é a água que dissolve e ioniza as substâncias químicas do revelador. Agentes reveladores: é um composto químico, capaz de converter os grãos expostos de haleto de prata em prata metálica. Aceleradores: os aceleradores (ex. carbonato de potássio ou sódio) são usados com ativadores. Preservativos: retarda a oxidação, mantém a proporção de revelação e ajuda a evitar manchas na camada de emulsão do filme. Retardadores: os íons que são usados como retardadores, protegem os grãos não expostos contra a ação do revelador. Fixação Para completar a revelação, é necessário eliminar os cristais, não revelados no filme, desta forma o filme não irá descolorir ou escurecer com o tempo. A fixação é importante para manter a qualidade de uma radiografia. Os ingredientes básicos para um banho de fixação são: Solvente: dissolve os outros ingredientes difundindo na emulsão. Agente fixador: é um agente clarificante ou fixador. Conservador: evita a decomposição do agente clarificante ou fixador. Endurecedor: em geral, é um sal de alumínio que evita que a gelatina da emulsão se dilate excessivamente. Acidificante: neutraliza todo o revelador alcalino que possa ser trazido pelo filme. Amortecedor: podem ser adicionados à solução para manter a desejada acidez, ajudando a reação a obter melhores resultados. Lavagem Uma radiografia deve ser devidamente lavada para se remover as substâncias químicas da revelação. Os filmes devem ser lavados em água corrente que circula de maneiras que ambas as superfícies do filme recebam água fresca continuadamente. - 4 - Processamento Radiológico Secagem A rápida secagem de radiografia depende do adequado condicionamento do filme. A temperatura do secador deve ser a mais baixa possível, e não deve exceder o nível de temperatura recomendado. Métodos de Processamento É a forma como pode ser realizado o processamento radiográfico de um filme podendo ser manual, automático, computadorizado ou digital. Processamento Manual Câmara escura Molhada: No processamento manual do filme radiográfico, que é realizado dentro da câmara escura. Câmara Escura para processamento manual: O processo de revelação pode influenciar acentuadamente na qualidade das imagens radiográficas. A câmara escura não é, portanto um quarto anexo ao serviço de radiologia, mas é sim uma importante sala de trabalho e será nela que serão processados os filmes sensibilizados (imagem latente). Sendo a câmara escura uma sala importante é necessário que tenha acesso fácil e para isso ela deve estar centralizada no serviço de imaginologia a fim de diminuir o percurso agilizando, com isso o trabalho. No planejamento da câmara escura deve ser considerado que: O tamanho da sala deve ser planejado e construída de modo que sua dimensão seja de acordo com o fluxo de atividades previstas no serviço. Deve haver garantia de total vedação contra luz do dia ou artificial, com instalação de portas com trincos de segurança, passagens à prova de luz, porta-chassi com proteção à prova de luz. A proteção contra os raios X é obrigatoriamente necessária, tanto para a proteção de radiação contra pessoas ativas na câmara de revelação como para os filmes virgens estocados. Paredes normais não são suficientes. Nunca deve-se dirigir o feixe de radiação útil diretamente sobre a parede de separação entre a câmara de revelação e a sala de raios X. A guarda de filmes não-expostos (virgens) exige, de qualquer modo, uma proteção adicional. Na câmara escura é óbvio que um ambiente escuro e adequado para o manuseio dos filmes é imprescindível. A falta de atenção com aspectos importantes da câmara escura com certeza se traduzirá em radiografias de qualidade ruim. A ventilação deve ser adequada, sendo necessária a colocação de exaustores de forma a manter a pressão positiva no ambiente para a retirada dos gases que evaporam dos químicos e também para controlar a umidade do ar no seu interior tornando também mais adequado o armazenamento de filmes virgens. Não é obrigatório que se pinte as paredes de preto, porém tons foscos com revestimento resistente a ação das substâncias químicas utilizadas, ajudar a prevenir contra reflexos indesejados de luz. Piso anticorrosivo, impermeável e antiderrapante. Periodicamente deve ser feito uma verificação se existe vazamento de luz para dentro da câmara escura, para isso fecha-se a porta e espera- se por alguns minutos para que ocorra adaptação dos olhos ao escuro logo a seguir observa-se a existência de réstias de luz e tomam-se as providências de vedá-las. Na câmara escura deve haver uma lanterna de segurança que ira filtrar a luz da lâmpada branca comum de 15W ( no máximo) nela existente, a mesma devera ficar a uma distancia não inferior a 1,2 m do local de manipulação. Para o trabalho de limpeza e organização da câmara escura deve existir uma luz branca normal, o interruptor desta deve estar em ponto mais alto de forma que não seja possível o acionamento acidental desta lâmpada o que poderia velar os filmes. Na câmara escura também deverá existir um conjunto de aparatos para o processamento manual, além da processadora automática, isto porque no caso de uma manutenção prolongada da processadora o serviço de revelação não seja totalmente interrompido. A processadora também pode estar dentro da câmara escura e dentre os modelos de processadora existem aqueles que só a bandeja de alimentação está dentro da câmara escura - 5 - Processamento Radiológico No nosso estudo, nos reportaremos à técnica de processamento manual que é a que existe maiores conhecimentos práticos e teóricos do operador. Os principais utensílios utilizados na Câmara escura manual são: Colgaduras, filmes, chassis, negatoscópio - de luz branca e vermelha, termômetro, cronômetro, tanques para revelação, e um sistema de água corrente. Funções do Operador na Câmara Escura Manual São funções do operador na Câmara Escura, verificar o nível e a temperatura das soluções químicas nos tanques de revelação, preparar as soluções químicas, ligar as luzes de segurança e verificar todos os utensílio usados na câmara escura. É realizado manualmente pelo operador dentro da câmara escura, sendo os tempos do processodependentes do operador. No processamento manual, o filme radiográfico é colocado em uma colgadura proporcional ao seu tamanho. A colgadura é um suporte metálico que mantém o filme radiográfico preso pelos cantos por presilhas. Tanques de Processamento Devem possuir tamanho adequado ao tipo de filme a ser processado, possuir tampa que deverá estar sempre fechada quando os tanques não estiverem sendo utilizados para o processamento. É preconizado que nos tanques de processamento o revelador seja colocado sempre à esquerda e o fixador à direita. Isso evita acidentes durante o processamento, principalmente em locais onde mais de uma pessoa utiliza o mesmo tanque ou caixa de processamento, já que as soluções processadoras estão sempre nessa posição não havendo, portanto, o risco da introdução acidental da radiografia no líquido errado. Ocorre em cinco etapas, na seguinte ordem: Revelação; lavagem intermediária ; fixação; lavagem final; secagem, conforme mostrado no esquema abaixo: MÉTODO MANUAL REVELAÇAO LAVAGEM INTERMEDIÁRIA FIXAÇÃO LAVAGEM FINAL SECAGEM - 6 - Processamento Radiológico Existem dois métodos de processamento manual: Método Temperatura/Tempo Ao aferir a temperatura da solução reveladora com um termômetro de imersão, verificamos na tabela do fabricante do filme o tempo de revelação e o tempo de fixação. Durante o processamento controlamos o tempo com um cronômetro. Vantagens: Apresenta excelentes resultados, padronização das radiografias, melhor qualidade Desvantagem: Controlar a temperatura e o tempo, necessidade da tabela, termômetro de imersão e do cronômetro Método Inspecional Nesse método, o filme é colocado na solução reveladora e de tempos em tempos o filme é examinado contra a luz de segurança, avaliando o aparecimento da imagem e seu grau de densidade. Vantagens: Exames rápidos, não é necessário controlar a temperatura das soluções Desvantagens: Falta de padronização dos resultados, depende do tipo de filtro e distância da luz de segurança, sucesso estritamente relacionado à acuidade visual do operador. Etapas para a execução do processamento manual Revelação È a primeira etapa do processamento radiográfico e tem como função converter a imagem latente em imagem visível, ou seja, converter os íons de prata iônica sensibilizados pela radiação em prata metálica negra. É o responsável pelo enegrecimento da película radiográfica nas porções que foram sensibilizadas pelos raios-X. Lavagem Intermediária “banho de parada” Após a revelação, a lavagem intermediária é realizada com o objetivo principal de se remover o excesso da solução reveladora , para não diminuir a ação do fixador . O excesso pode ser facilmente removido pela imersão cerca de 30 segundos em água. Ao invés da água, pode-se também utilizar uma solução de ácido acético em água com a vantagem de modo que, além da remoção do excesso, haverá a neutralização da ação da solução reveladora. Fixação Sua função principal é remover os haletos de prata (íons não sensibilizados) sem danificar a imagem formada pela prata metálica. È nesta etapa, que o filme muda sua imagem nas partes claras de leitosa para clara e onde ocorre o endurecimento (coagulação) da gelatina. Um filme não fixado completamente tem uma aparência “leitosa”. Lavagem Final Depois de fixado, o filme deve ser bem lavado com água para remover os agentes químicos ainda presentes. - 7 - Processamento Radiológico Secagem Último passo para a execução do processamento. Pode ser realizado ao ar, com o auxílio de ventiladores ou em secadoras de ar quente. PREPARO DE SOLUÇÕES PARA PROCESSAMENTO. Os fabricantes de soluções para processamento manual e automático fornecem as soluções para a mistura (soluções diferentes para manual e automático), geralmente vindo em uma única embalagem de papelão as partes em bombonas e garrafas plásticas para o preparo da mistura. As partes são identificadas com letras como A, B e C. Não se trata de norma, porém uma praxe comercial, para facilitar identificação e manuseio das mesmas. Dentro da embalagem de papelão vem um folheto de instruções passo a passo de como preparar a mistura . A está mistura chamamos de solução de trabalho ou simplesmente REVELADOR ou FIXADOR para serem utilizadas no processo manual ou no processo automático. São soluções distintas para um processo e outro um passo muito importante para obter resultado adequado no processo radiográfico está no preparo correto das soluções conforme orientado pelo fabricante do produto . Se por exemplo a quantidade de água está incorreta a atividade química da solução será afetada e as radiografias produzidas serão insatisfatória. Para um melhor resultado leia e siga corretamente as instruções contidas nos rótulos dos produtos. Algumas precauções de extrema importância é evitar a contaminação química das soluções de processo, pois minúsculas quantidades de impurezas podem produzir largo e indesejável efeito, portanto: - Limpe as bombonas de suprimento de solução e suas tampas antes de iniciar a mistura de soluções frescas. - Esteja seguro de que nenhum respingo de uma solução caia dentro da outra. Por exemplo: Uma pequena quantidade de fixador causará no revelador mudanças significativas, perdendo todo o conjunto de solução. - Faça a mistura e armazene sempre em “conteiners” feitos de materiais não corrosivos: polipropileno, polietileno, vidro, fibras etc. Nunca use materiais reativos como metais em geral, estanho, cobre, zinco, alumínio, ferro galvanizado. - Não use tanques ou outros “conteiners” que tenham sido soldados porque a reação dos metais soldados causa “fog”(nevoa) no filme. - Tampas nos tanques de solução são importantes para evitar que caia impurezas. Além da referida tampa no revelador, em contato com a superfície da solução torna-se obrigatória o uso da tampa flutuadora antioxidante. - Para maior segurança use dois bastões um para o revelador, outro para o fixador para preparar as soluções. Após o uso lavá-los, colocando em local adequado para secar. - Cuidado a superdiluição ou subdiluição causam danos alterações nas soluções alterando todo o processamento afetando diretamente na qualidade das imagens radiográficas podendo ainda comprometer o sistema mecânico da processadora. - No local de preparo das soluções devemos ter um ponto de água filtrada com registro e mangueira dedicados a isto. - 8 - Processamento Radiológico BOMBONAS DE DEPÓSITO PARA SOLUÇÕES DE TRABALHO Chamamos a atenção para alguns pontos de grande importância: Material de que é feito marcações de limites mínimos, marcas de 38 litros marca 76 litros, contaminação, oxidação. As bombonas tem que ser de material não reativo: vidro, polietileno, polipropileno, etc. Alguns fabricantes de químicos ou de processadoras fornecem algumas fitas graduadas. Muito cuidado com estas fitas, pois em nenhuma delas está marcado qual o diâmetro da bombona; como existem bombonas de diâmetros diversos, deveríamos ter diversas fitas graduadas, cada fita corresponderia a um determinado diâmetro para o qual a mesma foi graduada. A fim de não incorrermos em erros instalando fitas incompatíveis com a bombona, recomendamos seja feita a marcação para os 38 litros e 76 litros, utilizando uma medida já conhecida em litros. CONTROLE DE QUALIDADE Todos os cuidados com relação ao manuseio do filme, preparo das soluções, uso correto da processadora, assistência técnica adequada, câmara escura, teremos sem sombra de dúvida, contribuído enormemente para resultados de exames de qualidade, possibilitando ao radiologista laudar de forma mais clara e segura a respeito do assunto de interesse. Tudo isto encerando em uma missão fundamental, honrosa: a valorização e respeito ao ser humano: O PACIENTE!!! ProcessamentoAutomático ou Seco Método de processamento onde um sistema mecânico próprio, que transporta o filme pelos químicos, produz radiografias padronizadas e com todas as características exigidas para o diagnóstico. O filme é levado por meio de rolos do revelador diretamente para o fixador e daí para a lavagem final e secagem, - 9 - Processamento Radiológico Como pode ser observado, diferente do processamento manual, não existe a lavagem intermediária, uma vez que os rolos da processadora comprimem o filme retirando dele todo e qualquer excesso de solução reveladora. O processamento automático é bem mais rápido que o processamento manual. O sistema de transporte tem início ao se inserir o filme na bandeja de alimentação da processadora. A partir daí, um conjunto de rolos conduzem o filme através dos tanques da processadora. Um sensor na entrada controla a taxa de reposição do revelador e fixador em função da área do filme ou da quantidade de filmes inseridos. O sistema de transporte afeta diretamente o processamento do filme através do tempo em que o filme passa mergulhado em cada tanque. Vantagens: Rapidez de operação; Uniformidade de resultados (qualidade padronizada); Pequeno espaço requerido; Leitura de filmes secos. Desvantagens:Custo elevado; Necessidade de limpeza e manutenção constante. Processadora Automática As processadoras automáticas incorporam vários sistemas que são responsáveis pelo seu funcionamento. Sistemas da processadora → Sistema eletrônico e sistema mecânico: sistema eletrônico é aquele que mantêm a processadora ligada. Já o mecânico, é aquele que processa a revelação dos filmes funcionando em stand-by, ou seja, quando filmes não estão sendo revelados, o sistema entra em módulo stand-by. → Sistema de transporte: É o sistema que transporta o filme, desde a bandeja da alimentação passando pelas soluções reveladoras, fixadoras, pela lavagem final e pela secagem. Este sistema tem ainda duas outras funções importantes: devido ao movimento dos rolos, produz uma agitação vigorosa e uniforme das soluções na superfície dos filmes, e, ainda, uma ação compressora dos rolos sobre o filme em cada sessão, removendo eficientemente a maioria das substâncias químicas em excesso, facilitando a lavagem e a secagem final das radiografias. → Sistema de água: Funciona na lavagem dos filmes e ajuda a estabilizar a temperatura das soluções em alguns modelos de processadora. → Sistema de recirculação: A função dele é misturar uniformemente as soluções e manter a temperatura adequada e atividade química das soluções. → Sistema de reforço: É essencial para revelação e fixação dos filmes, prolongando o tempo de vida útil das soluções químicas. O sistema de reforço é feito através de duas bombas de recirculação existentes na processadora. → Sistema de lavagem: as radiografias passam pela sessão de lavagem através dos rolos da processadora, sendo comprimidas para a retirada do excesso de água, chegando a sessão de secagem praticamente secas. → Sistema de Secagem: é o sistema que funciona com ar quente, e com vários rolos, por onde passam as radiografias que recebem ar quente de forma homogênea. Detecção de filme: quando o filme é introduzido na processadora logo após a bandeja de alimentação, ele aciona um sensor, seja eletromecânico, magnético ou eletrônico. Este dispositivo tem dupla finalidade: 1. Durante o tempo que o filme está em contato com este sensor de entrada, será acionada a bomba de reposição de químico, fazendo com que entre e misture nos dois tanques dentro da processadora o revelador e o fixador. 2. Quando o filme sai do sensor, penetrando totalmente dentro do tanque do revelador a processadora emitirá um sinal, seja visual ou sonoro. Isto é importante visando o não velamento do filme ocasionado pela luz do ambiente ou abertura da porta da câmara escura. Observação: Se o sinal sonoro ou visual não estiver ocorrendo, deverá ser chamada a assistência técnica para corrigir a falha, antes que os químicos dentro da processadora entrem em saturação, não permitindo resultados satisfatórios das radiografias. O filme é transportado ponto a ponto por meio de rolos de tração com movimentos devidamente sincronizados, desde sua entrada na bandeja de alimentação até cair no cesto de saída. - 10 - Processamento Radiológico Câmara Escura seca para processamento automático. Essa câmara tem quase todas as características da câmara manual. Contudo, exige um espaço menor. Nesta câmara, deve haver um local destinado para colocação dos tanques de reserva que alimentam a processadora, um tanque com sistema de água (para a limpeza dos raques da processadora e preparação dos químicos), uma mesa- armário (para manusear e guardar os filmes em uso), chassis, luz de segurança e luz clara (para a limpeza do local). A processadora é divida em duas partes: uma delas, onde se encontra a bandeja de alimentação, é colocada dentro da câmara escura. A outra parte, onde se encontram os tanques internos da processadora, os raques, a secadora e a cesta (de onde saem as radiografias prontas para o exame final), fica na câmara clara. A câmara clara é o local destinado à interpretação final dos exames. Cuidados Diários Antes de iniciar a produção diária, os dois pares de roletes que trabalham apoiados sobre os raques revelador/fixador, fixador/água, devem ser lavados com dupla finalidade. 1) Para evitar manchas nas radiografias, pois os mesmos estarão úmidos de condensação ocorrida durante o resfriamento da máquina quando houver um período de algumas horas desligada. 2) Para remover os cristais, vindo da evaporação e condensação das soluções, que ao impregnar dentro das buchas dos roletes, chega a um momento de travar, não permitindo a tração livre e conseqüentemente, saltando da engrenagem do eixo mestre, causando o enrosco do filme ao passar por esta área. Para que os gases não condensem e retomem aos tanques, prejudicando a vida e o poder de ação das soluções, ao final do expediente, a tampa superior deverá ser removida ou levantada no mínimo de cinco cm para possibilitar a saída dos gases oriundos das soluções que ficariam retidos entre os tanques e a tampa superior. Se a água estiver fechada não sendo renovada durante o processamento, haverá um excesso de gelatina fazendo com que o filme enrosque no conjunto de tração da água e/ou secagem. Algumas processadoras possuem uma torneira elétrica que permite o abastecimento de água no tanque, somente quando a processadora está ligada. - 11 - Processamento Radiológico GERAÇÃO DA IMAGEM DIGITAL Introdução A aquisição e análise de imagens digitais de raios-X formam a base do campo chamado radiologia digital. A representação de imagens na forma digital nos permite capturar, armazenar e processar imagens na forma eletrônica assim como processamos um texto em um computador. A imagem digital pode ser considerada como sendo uma matriz cujos índices de linhas e colunas identificam um ponto na imagem e o correspondente valor do elemento da matriz identifica o nível de cor naquele ponto. Para fazer a conversão de imagem em números, a imagem é subdividida em uma grade, contendo milhões de quadrados de igual tamanho, sendo cada um destes quadrados associado a um valor numérico da intensidade luminosa naquele ponto. A essa grade de quadrados chamamos de "imagem matriz", e cada quadrado na imagem é chamado de pixel. O pixel é a abreviatura para “picture element” ou elemento de uma imagem. É a menor parte de uma imagem digital e cada um destes pontos contém informações que determinam suas características. O pixel é usado como unidade de medida para descrever a dimensão geométrica de uma imagem. Quanto mais pixels por polegada tiver uma imagem melhor será a qualidade ou resolução. Cada pixel carrega a informação sobre o nível de cinza oucor que ele representa representação dos detalhes de uma imagem é geralmente medida em DPI ("dots per inch" ou "pontos por polegada") que é expressa no formato largura x altura ou pelo número total de pixel verticais e horizontais existentes na imagem, como por exemplo: 800 x 600 ou 3000 x 2000. Por outro lado, a imagem médica produzida por equipamentos que realizam cortes seccionais traz consigo uma informação de profundidade. A imagem bidimensional que se vê na tela ou filme radiográfico, quando carrega consigo este tipo de informação recebe o nome de voxel. Enquanto que o pixel representa a menor quantidade de informação por unidade de medida quadrada o voxel é a menor quantidade de informação que uma imagem pode ter por unidade de medida cúbica em um espaço tridimensional. Após geração da imagem digital, ela deve ser gerenciada (exibição, transmissão, armazenamento e gravação) por meio de sistemas informatizados. - 12 - Processamento Radiológico Com o surgimento da Tomografia Computadorizada no inicio dos anos 70 iniciou-se o uso de imagens digitais no diagnóstico e, com o desenvolvimento tecnológico diversas modalidades diagnósticas passaram a se utilizar de imagens digitais. Um Sistema de Informação Hospitalar (SIH) contém um grande conjunto de informações digitais, as quais incluem dados financeiros, gerenciais, informações de paciente (PEP – Prontuário Eletrônico de Paciente e RIS– Radiology Information System). Devido ao tipo de tecnologia empregada, as imagens médicas são consideradas como um sistema à parte, e são organizadas em um sistema de transmissão e arquivamento de imagens médicas chamado PACS. O PACS é um sistema que proporciona o armazenamento e comunicação de imagens geradas por equipamentos médicos que trabalham com imagens originadas em equipamento de TC, RNM, US, RX, MN, PET, etc., de uma forma normalizada possibilitando que as informações dos pacientes e suas respectivas imagens digitalizadas e, armazenadas em mídia eletrônica sejam compartilhadas e visualizadas em monitores de alta resolução, distribuídos em locais fisicamente distintos. Os principais elementos a serem observados na estrutura do PACS são: Dispositivos de entrada (RX, RNM, TC, US, MN, PET, etc.) Rede de computadores Servidor de DICOM Integração com o RIS e HIS Dispositivos de saída (monitores, impressoras, gravadoras) Figura 1 - Equipamentos que compõem o PACS - 13 - Processamento Radiológico Os equipamentos de aquisição de imagem, TC, RNM, CR, US, MN, PET, em sua maioria já produzem imagens em formato digital. O Raio-X convencional ou simplesmente radiografia, continua sendo o principal método de imagem utilizado para o diagnóstico e, no Brasil, quase que em sua totalidade ainda são adquiridos em equipamento que produzem imagem analógica (filme). É imperativa a inserção da imagem radiológica simples no universo digital. Inicialmente de qualidade questionável (particularmente nos exames de mamografia) hoje apresentam grande evolução em sua qualidade diagnóstica, e estudos demonstram que a imagem digital permite acurácia semelhante e em alguns casos superiores às imagens analógicas convencionais. As formas de aquisição de uma imagem radiográfica digital são duas: Radiografia Digital – DR (do inglês: Digital Radiology) - Imagens adquiridas por aparelhos de raios-X que, ao invés de utilizar filmes radiográficos, possuem uma placa de circuitos sensíveis aos raios X que gera uma imagem digital e a envia diretamente para o computador na forma de sinais elétricos. Radiografia Computadorizada – CR (do inglês Computerized Radiology) - Neste processo, utilizam-se os aparelhos de radiologia convencional (os mesmo utilizados para produzir filmes radiográficos), porém substituem-se os “chassis” com filmes radiológicos em seu interior por “chassis” com placas de fósforo Figura 2 - Chassis com placas de fósforo (Fonte: NDT - FUJI). Figura 3 - Equipamento para leitura de placas de fósforo e produção de imagem digital - 14 - Processamento Radiológico Os sistemas de imagem radiográfica convencionais registram e mostram seus dados numa forma analógica. Têm freqüentemente exigências de exposição muito rígidas devido à gama estreita de profundidade de brilho dos filmes e hipóteses muito reduzidas de processamento de imagem. Os sistemas de radiografias digitais oferecem a possibilidade de obtenção de imagens com exigências de exposição muitas menos rigorosas do que os sistemas analógicos. No sistema de aquisição convencional as imprecisões em termos de exposição provocam normalmente o aparecimento de radiografias demasiado escuras, demasiado claras ou com pouco contraste, são facilmente melhoradas com técnicas digitais de processamento e exibição de imagem. As vantagens dos sistemas de radiografia digitais, que são também extensíveis às demais modalidades diagnósticas, podem ser divididas em quatro classes: 1º) Facilidade de exibição da imagem – Na radiografia digital a imagem vai ser mostrada em um monitor de vídeo, em vez do processo tradicional de expor o filme contra a luz. 2º) Redução da dose de raios-X – Ajustando-se a dose para que a imagem tenha uma relação sinal ruído conveniente, consegue-se uma diminuição real da radiação absorvida pelo paciente. 3º) Facilidade de processamento de imagem – O aumento do contraste ou a equalização por histograma são técnicas digitais que podem ser usadas. A técnica de subtração de imagens pode remover grande parte da arquitetura de fundo não desejado, melhorando assim a visualização das características importantes da radiografia. 4º) Facilidade de aquisição, armazenamento e recuperação da imagem – Armazenamento em bases de dados eletrônicas, facilitando a pesquisa de dados e a transmissão para longas distâncias, usando redes de comunicações de dados. PADRONIZAÇÃO DE IMAGENS MÉDICAS Para a comunicação de dados computacionais entre diferentes sistemas é necessária a padronização da linguagem utilizada. O uso crescente dos computadores em aplicações clínicas por fabricantes de equipamentos, gerou a necessidade de um método padrão para arquivamento e transferência de imagens e informações entre os dispositivos com origem de fabricantes diferentes. Inicialmente os equipamentos produziam formatos diferentes de imagem digital (gif, jpeg, bmp, entre outros). ·O American College Of Radiology (ACR) e a National Eletrical Manufacturers Association (NEMA), sediados nos EUA, deram origem a um comitê comum em 1983 para desenvolver um padrão de imagem cujos principais objetivos são: promover a comunicação de informações de imagens digitais; padronização dos diversos fabricantes de aparelhos que geram imagens médicas; facilitar o desenvolvimento e expansão dos sistemas PACS e permitir a criação de uma base de dados de informações de diagnósticos que possam ser examinadas por uma grande variedade de aparelhos distribuídos em uma rede em um ou em vários estabelecimentos de saúde (NEMA, 2005). - 15 - Processamento Radiológico O DICOM - Digital Imaging and Communications in Medicene é o padrão desenvolvido por este comitê que publicou a primeira versão em 1985, chamada de ACR-NEMA 300-1985 ou (ACR-NEMA Version 1.0) e a segunda versão em 1988, chamada de ACR-NEMA 300-1988 ou (ACR-NEMA Version 2.0). A terceira versão do padrão, que recebeu então o nome de DICOM 3.0 foi apresentado em 1993. O padrão de DICOM é um padrão em permanente desenvolvimento e mantêm-se de acordo com os procedimentos do comitê de padrões de DICOM. As sugestões para atualizações são propostas pelos membros do comitê de DICOM, estas propostas são consideradas para inclusão nas edições futuras do padrão. Uma exigência para que a proposta deatualização seja considerada é de que o padrão deve manter a compatibilidade eficaz com edições precedentes. Atualmente o DICOM é gerido por um comitê composto por praticamente todos os grandes fabricantes de equipamentos para imagem diagnóstica e, por grandes instituições médico-cientificas em todo o mundo, totalizando aproximadamente 50 membros, entre eles: Agfa, Kodak, Toshiba, Philips, Siemens, American College of Radiology, Societe Fraçaise de Radiolgie, Societa Italiana di Radiologia Medica, Korean PACS Standard Committee, entre outros (NEMA, 2005). Referências Bibliográficas: WWW.tecnologiaradiologica.com.br Conceitos básicos de física e proteção radiológicas/João de Vianey Augusto – São Paulo: Atheneu Editora, 2009. http://www.tecnologiaradiologica.com.br/
Compartilhar