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PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO INTRODUÇÃO Atualmente, a radiografia convencional pode ser considerada quase como um tipo de fotografia, já que utiliza um material sensível à luz para fazer o registro da imagem. Assim, a radiografia e a fotografia caminharam juntas desde o início do século 20. Isto inclui o início de tudo, com as placas fotográficas úmidas que foram substituídas pelas placas secas. Porém, no início da utilização da radiologia como meio de diagnóstico médico, o filme foi pouco utilizado, pois não era eficiente na captura da imagem radiográfica. Na realidade, o que mais se praticou durante os primeiros anos da radiologia médica foi a fluoroscopia — visualização instantânea da anatomia humana. O filme radiográfico era apenas uma forma de preservar a imagem para que pudesse ser avaliado mais tarde, o próprio Roentgen via nas placas fotográficas secas um meio interessante para o registro das imagens mais significativas geradas com a radiação X durante o exame fluoroscópico. Em 1896, no entanto, as placas fotográficas secas que eram fabricadas não conseguiam absorver o feixe de raios X. Assim, qualquer imagem só era obtida a partir de uma hora de exposição à radiação. Apesar disso, a imagem possuía pouca densidade ótica e baixo contraste. Por isso, era comum na época a realização de uma fotografia da imagem radiográfica, já que o papel fotográfico possuía maior contraste. Assim, a imagem ficava invertida em termos de tons de cinza (os ossos eram negros e as partes moles, brancas). CÂMARA CLARA E ESCURA A jornada de trabalho dos auxiliares de radiologia que trabalham com câmara escura é de 24 horas semanais. É o que determina a Lei nº 7.394/85, que regulamenta a profissão do técnico em radiologia, sendo também aplicável aos auxiliares que trabalham com câmara clara e escura, por força do parágrafo 2º do seu artigo 11. CÂMARA CLARA É o local, conhecido como aquele onde o técnico transita e onde fica localizado o negatoscópio (equipamento luminoso utilizado para avaliação das radiografias). É na câmara clara onde os profissionais médicos visualizam e laudam os exames (no caso dos Radiologistas) onde os procedimentos que não estão relacionados à revelação da película ocorrem. CÂMARA ESCURA É o local onde trabalham os Auxiliares de Radiologia, onde é processado o filme radiográfico em suas diferentes fases de revelação. É na câmara escura onde se realiza o carregamento dos http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/110494/lei-7394-85 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/110494/lei-7394-85 chassis radiográficos. Deve possuir, além da lâmpada comum (no teto), uma "iluminação de segurança", distante no mínimo 1,2m do local de manuseio do filme radiográfico. O objetivo desse tipo de iluminação é prover uma luz de determinada intensidade e comprimento de onda fora da faixa de sensibilidade do filme radiográfico, para que não cause velamentos ao mesmo. A iluminação de segurança para filmes radiográficos pode ser obtida mediante uma lâmpada incandescente de 15W. As paredes Câmara escura devem ser revestidas com tinta lavável de tom claro e sem brilho, para evitar o reflexo da iluminação de segurança. A umidade relativa do ar no seu interior deve ser de 40 a 60%, e a temperatura na faixa de 18 a 24°C. Deve possuir ainda um sistema de ventilação e exaustão eficientes. As caixas de filmes radiográficos, quando abertas (em uso), devem ser colocadas em uma determinada ordem. O local de manuseio do filme radiográfico na câmara escura deve estar limpo, livre de resíduos de pó ou líquido. Para evitar perda de qualidade da imagem radiográfica, o manuseio do filme deve ser feito com cuidado, sempre pelas bordas, com o menor contato possível dos dedos com o filme. Principais causas de velamento dentro da câmara escura: Filtro da luz de segurança com rachadura numa C.E; Buraco da Fechadura; Excesso de tempo sob a ação da luz de segurança; Fresta de portas; Túnel passador de chassis aberto; Celular TIPOS DE CÂMARA ESCURA Dependendo do tipo de processamento, a câmara escura pode ser basicamente de três tipos: Molhada (úmida) - No processamento manual do filme radiográfico, que é realizado dentro da câmara escura. Seca - No processamento automático do filme radiográfico, que é realizado dentro da processadora. Mista – nos dois processamentos. PARTES DA CÂMARA ESCURA 1. Parte úmida (elementos): Tanques de revelação; Fixação; Lavagem; Torneira. 2. Parte seca (elementos): Filmes virgens; Colgaduras; Chassis; Processadora; Luz de segurança. Filme de RX – refere-se especificamente ao pedaço físico de material sobre o qual a imagem radiográfica é exposta. Radiografia – é a produção de imagens radiográficas. Inclui o filme de Raios X e a imagem nele contida. FILME RADIOGRÁFICO O filme radiográfico é um elemento fotossensível que sofre alteração física quando exposto aos seguintes efeitos: 1. Radiação eletromagnética; 2. Luz; 3. Calor; 4. Umidade; 5. Produtos químicos; 6. Manuseio inadequado. COMPOSIÇÃO DO FILME RADIOGRÁFICO É composto por uma ou duas camadas de emulsão fotográfica unida a uma base. Base do filme: É de poliéster, de cor azulada, homogeneamente transparente, flexível, com espessura uniforme. Emulsão fotográfica: É composta por uma mistura de gelatina fotográfica com uma suspensão de cristais de haleto de prata. A gelatina fotográfica tem como funções distribuir uniformemente (sem acúmulo na base) e fixar os microcristais de haleto de prata na base, permitindo, pela sua permeabilidade, a penetração e atuação dos agentes químicos do processo de revelação. Os cristais de haleto de prata são produtos químicos fotograficamente ativos, sensíveis à luz, composto por 90% de brometo de prata (base cristalina), 8% de iodeto de prata (sensibilidade a luminescência) e 2% de sulfeto de prata. Pode ser de revestimento simples ou duplo, sendo que o duplo possui as seguintes características: ‑ Maior sensibilidade; ‑ Maior interação com menor intensidade de radiação; ‑ Menor nitidez (resolução espacial). Camada protetora: Consiste em uma camada de gelatina transparente muito fina, aderida à superfície da emulsão fotográfica, cuja função é proteger os cristais da emulsão contra desgaste e o atrito, proteger a emulsão do contato com as forças mecânicas durante a manipulação do filme, evita que um filme cole no outro e possui boa permeabilidade aos componentes químicos do processo de revelação. Camada adesiva: Meio de adesão entre a emulsão e a base, contribui para a boa distribuição da emulsão sobre a superfície da base, boa adesão para manuseio e transportes automáticos. CLASSIFICAÇÃO DOS FILMES Quanto à sensibilidade aos fótons: o filme pode ser classificado quanto à sensibilidade a luz. ‑ Não cromatizados: filme sensível ao espectro azul e podem também ser chamados de monocromáticos. ‑ Cromatizados: Sensível ao espectro verde e outras cores e podem ser chamados policromáticos. Quanto ao tamanho dos cristais: a velocidade do filme depende do dos cristais. ‑ Filmes rápidos ou de alta velocidade: possuem cristais maiores, requer menos tempo de exposição, mais sensíveis, menos nitidez. ‑ Filmes de baixa velocidade: possuem cristais menores, o uso é mais comum em estruturas finas, menos sensíveis, melhor nitidez e tem que ser aplicada maior dose de radiação. A câmara escura para revelação manual deve ser provida de cronômetro, termômetro e tabela de revelação para garantir o processamento nas condições especificadas pelo fabricante dos produtos de revelação. Deve ser previsto local adequado para o armazenamento de filmes radiográficos, de forma que estes filmes sejam mantidos: a) em posição vertical. b) afastados de fontes deradiação. c) em condições de temperatura e umidade compatíveis com as especificações do fabricante. As caixas de filmes devem ser abertas e manuseadas somente sob luz especial com um filtro de segurança e lâmpada vermelha de 15 watts à uma distância maior do que 1,2 metros. Atenção: O calor pode danificar a camada de gelatina dos filmes e propiciar ações físicas, químicas e a sensibilidade das moléculas de prata, o que ocasionaria a perda de qualidade da imagem, e, até mesmo a formação de maior número de gazes tóxico para o profissional. FORMATOS BÁSICOS Caixa com 100 películas (em centímetros): 13x18 / 18 x 24 / 24 x 30 / 30 x 40 / 35 x 35/ 35 x 43 Como os filmes verdes são mais sensíveis às condições de iluminação de segurança das câmaras escuras (pela proximidade do verde e do vermelho no espectro de cores), os filtros de segurança das luminárias devem ser do tipo adequado (vermelho / âmbar). Além disso, a manipulação dos filmes deve ser rápida, uma vez que a iluminação de segurança pode aumentar rapidamente o véu desses filmes. FORMAÇÃO DA IMAGEM LATENTE A interação da radiação eletromagnética com os cristais provoca uma mudança física nos haletos com grau variável de densidade, denominada Imagem Latente. O cuidado na manipulação: Importante lembrar que a imagem já está formada, só não pode ser visualizada. A visualização somente será possível após o processo de revelação do filme. ÉCRANS (TELAS INTENSIFICADORAS) Os écrans, também denominados telas intensificadoras, foram desenvolvidos a partir da propriedade dos raios X de fazer fluorescer certos sais metálicos. Essa luminescência é o resultado da transformação da energia dos raios X em energia luminosa. COMPOSIÇÃO DE UM ÉCRAN As telas intensificadoras no interior do chassi são devido à propriedade das telas de transformar os fótons de raios X em fótons de luz, que sensibilizarão mais eficientemente o filme, proporcionando uma redução no tempo de exposição do paciente à radiação. O écran é uma placa flexível, composta por uma base e duas ou três camadas. Base: é de cartolina ou poliéster e serve apenas como suporte do material fluorescente. Camada fluorescente (fosfórica): é flexível e consiste em uma camada de cristais de um composto fluorescente, suspensos em um material de ligação. Camada refletora: pode ou não fazer parte da composição de um écran. Consiste em uma camada de dióxido de titânio (Ti02) ou dióxido de magnésio (Mg02), colocada sob a camada fluorescente, tendo como função aumentar o rendimento luminoso do écran por meio da reflexão da luz emitida pelos cristais. Quando presente, essa camada está localizada entre a base e a camada fluorescente. Camada absorvente: tal como a camada refletora, pode ou não fazer parte da composição de um écran. Sua função é absorver a luz difusa emitida pelos cristais, aumentando a nitidez da imagem formada. Possui a mesma localização da camada refletora, visto que apenas uma dessas duas camadas (refletora ou absorvente), ou nenhuma das duas pode estar presente na composição de um écran. Camada protetora: é uma película transparente e muito fina, com 5 a 10 mm de espessura, cuja função é proteger os cristais da camada fluorescente e permitir a limpeza do écran. TIPOS DE ÉCRANS Écran "azul" Com a camada fluorescente composta por cristais de tungstato de cálcio e possui um espectro de emissão contínua, com intensidade máxima no azul. É bem adaptado aos filmes radiográficos não cromatizados, sensíveis ao azul. Écran de "terras raras" Com a camada fluorescente composta por cristais da família das terras raras como o óxido sulfito de gadolínio e o óxido sulfito de lantânio, possui um espectro de emissão não contínuo, que se apresenta sob a forma de um espectro de raias com intensidade máxima no verde- amarelo. O seu fator de conversão cresce com o aumento da tensão (kV), e é muito superior ao do tungstato de cálcio. É bem adaptado aos filmes radiográficos. CUIDADOS COM O ÉCRAN É importante inspecionar e limpar regularmente os écrans para mantê-los livres de sujeira. A limpeza deve seguir as especificações do fabricante e ser feita com muito cuidado para evitar danos na sua superfície. Diariamente abrir os chassis e proceder à limpeza dos écrans retirando impurezas e resíduos. Não toque na superfície do écran, principalmente com os dedos úmidos de químico ou suor. Jamais tente tirar impurezas assoprando. Utilize pincel macio ou algodão seco. Eventualmente os écrans poderão ser lavados com algodão com um químico especial ou com água e sabão neutro. Após a lavagem, secar com mecha de algodão seco. CHASSI Para a execução de um exame radiográfico, é necessário que o filme radiográfico esteja dentro de um recipiente completamente vedado à entrada de luz. Esse recipiente é chamado de chassi radiográfico, também denominado cassete (Radiologia digital). O chassi radiográfico é fabricado em alumínio, com cantos em nylon alto impacto, possui travas plásticas com sistema push e espuma flexível especial garantindo perfeito contato entre filme e écran, com acabamento em pintura eletrostática. TAMANHOS DOS CHASSIS Os tamanhos dos chassis correspondem ao tamanho do filme radiográfico correspondente. ‑ 13x18 ‑ 18x24 ‑ 24x30 ‑ 30x40 ‑ 35x35 ‑ 35x43 Os chassis podem se apresentar da seguinte maneira: Sem grade: Corresponde ao tipo mais comum, mais utilizado. Com grade: Possui uma grade antidifusora fixada na face externa do lado anterior do chassi. Esse tipo de chassi é usado para exames no leito ou no ato operatório. Uma grade antidifusora é um filtro que garante a claridade da imagem do raio X. Quando a máquina envia radiação para um objeto, mais especificamente, para um corpo, este absorve ou deflete a maioria dos raios. Apenas cerca de 1 % dos raios X passam através do corpo em linha reta e gravam a imagem ao filme. Os raios desviadoss podem atingir o filme por ângulos aleatórios, obscurecendo a imagem. A grade filtra estes raios aleatórios. TIPOS DE REVELAÇÃO: Manual Automática PROCESSAMENTO DO FILME RADIOGRÁFICO O processamento de um filme radiográfico, mais comumente chamado apenas de revelação, obedece a quatro etapas distintas de um processo físico-químico complexo. Em cada etapa há a atuação de um conjunto de produtos químicos sobre o filme sensibilizado de forma a tornar visíveis e permanentes as alterações produzidas nos cristais de haletos de prata presentes na emulsão. As quatro etapas são: revelação, fixação, lavagem e secagem. E independem se o processamento será realizado de forma manual ou automática. É o processo que permite aos agentes químicos do revelador, interagir com os cristais de haleto de prata, transformando a imagem latente em imagem visível. O processo de revelação somente irá atingir os cristais de prata que sofreram alguma alteração física, durante a interação com a radiação. Revelação: Colocação do filme em solução química composta por várias substâncias, para que a prata fique enegrecida e visível, deixando que venha à tona a imagem ainda escondida na película do filme. Mesmo com a presença do elemento restritor, deve-se cumprir exatamente o tempo necessário para o processo de revelação. Se o tempo for excedido, mesmos que em poucos segundos, os microcristais não expostos serão também atingidos pelos agentes redutores. Neste caso, a imagem começará a ser tornar mais escura do que deveria, com mais borramento e menor nitidez. Redutor: Responsável pela conversão dos grãos de brometo ou iodeto de prata em prata metálica visível, composta pela fenidona, responsável pela metade ou menor porção de cinza na imagem, e pela hidroquinona, encarregada da produção da porção mais densa (mais escura) da imagem. Ativador: Esse elemento, o Carbonatode Cálcio, possui a função de suavizar e inchar a emulsão, para que o redutor possa ter acesso aos grãos de prata que absorveram radiação. Restritor: O elemento restritor, responsável pela moderação na taxa de revelação é o Brometo de Potássio. Preservativo: Este componente, sulfato de sódio, tem a função de proteger os agentes redutores contra a oxidação, resultante de seu contato com o ar e reduzir a ação dos agentes de oxidação. Endurecedor: O endurecedor, o gluteraldeído, retarda o inchaço da emulsão de forma a não prejudicar o transporte do filme pelos rolamentos da processadora automática durante o processo de revelação. Água: É o elemento solvente da solução, ou seja, aquele que ajuda a diluir a concentração dos produtos e ajuda no transporte dos elementos químicos até o contato com os microcristais. Fixação: segunda etapa do processamento do filme, em sequência à revelação. Sua função é a de criar uma barreira protetora sobre a imagem para que não sofra desgaste pela ação do tempo e não necessite de cuidados de manuseio. Composto por uma mistura de cinco produtos: Neutralizador: O ácido acético é o responsável pela interrupção da ação do revelador que fica em atividade na emulsão após o filme abandonar o recipiente que contém esse produto (revelador). Isto é fundamental para que o filme não se torne superrevelado e ocorra o seu velamento. Produto de limpeza: A retirada dos grãos não sensibilizados da emulsão deve ser feita por um elemento que não reaja com os grãos enegrecidos. Esse elemento é o Triossulfato de Amônia ou de Sódio. A prata se acumula na solução fixadora e pode ser recuperada por um processo de eletrodeposição em uma superfície metálica. Preservativo: Possui a mesma função do preservativo da solução reveladora, agindo, agora, sobre o fixador para evitar sua oxidação e reduzir sua atividade. Endurecedor: Tem a função de contrair e endurecer a emulsão e é composto de Cloreto de Alumínio. Água: É o elemento solvente da solução, ou seja, aquele que ajuda a diluir a concentração dos produtos, transporta os elementos químicos até o contato com os microcristais e depois ajuda a carregar os microcristais não expostos para fora da região da imagem. O tempo destinado a etapa de fixação também deve ser controlado. Ele não é tão crítico como o tempo de revelação, mas não deve ser muito ultrapassado, para que o agente fixador não acabe atacando a prata enegrecida, destruindo a imagem. Lavagem: Consiste na retirada da solução fixadora e é muito importante, pois o tiossulfato de amônia não pode permanecer sobre o filme. No processamento manual existem duas etapas de lavagem do filme, a 1a após a revelação (lavagem primária) e a 2a após a fixação (lavagem secundária). No processamento automático existe um único estágio de lavagem do filme realizado após a fixação. Obs.: Falta de lavagem: com o tempo, ocorre reação do nitrato de prata com o ar causando alteração na coloração e qualidade da imagem. Secagem: etapa final onde o filme é submetido à circulação de ar quente sobre sua superfície. Na falta de ar quente, deixá-lo escorrer pendurado em uma colgadura. Colgaduras: São suportes de aço inoxidável com a função de prender as películas radiográficas para a revelação manual. Tempo de secagem sem limite. Cuidado com a temperatura do ar quente para não danificar a gelatina e a camada protetora do filme. No processamento manual, o filme radiográfico é colocado em uma colgadura proporcional ao seu tamanho. A colgadura é um suporte metálico que mantém o filme radiográfico preso pelos cantos por presilhas. No processamento manual do filme, é muito importante a identificação da colgadura, para evitar a troca de exames. O processamento manual é conhecido como molhado, sendo iniciado com a imersão do conjunto filme/colgadura no tanque com solução reveladora, denominado tanque do revelador. Daí é passado para o primeiro tanque com água corrente, denominado tanque do interruptor, sendo em seguida passado para o tanque com solução fixadora, denominado tanque do fixador. Finalmente é passado para a lavagem com água corrente no tanque de lavagem, e é finalizado com a secagem. Deve ser tomado o cuidado de evitar a formação de bolhas de ar na superfície do filme radiográfico durante as imersões nos tanques, pois são responsáveis pelo aparecimento de artefatos na imagem. PROCESSAMENTO MANUAL É realizado manualmente pelo operador dentro da câmara escura, sendo os tempos do processo dependentes do operador. Ocorre em cinco etapas, na seguinte ordem: revelação, interrupção (lavagem primária), fixação, lavagem secundária, secagem. PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO É realizado através de processadoras automáticas (máquinas de revelar) e ocorre em quatro etapas, na seguinte ordem: revelação; fixação; lavagem; secagem. A processadora automática (máquina de revelar) de filmes radiográficos é uma máquina completamente vedada à entrada de luz, que possui no seu interior três tanques e uma secadora. O primeiro tanque, localizado próximo à entrada do filme radiográfico (bandeja), é denominado tanque de revelação, e possui solução reveladora (revelador). O segundo tanque, localizado a seguir desse, é denominado tanque de fixação, e possui solução fixadora (fixador). E o terceiro tanque, localizado a seguir do tanque de fixação e antes da secadora, é denominado tanque de lavagem, e possui água. Dentro de cada tanque é colocado um conjunto de rolos e engrenagens denominado rack, ou seja, cada tanque possui o seu rack. Dois racks denominados racks de passagem, cada um posicionado por cima, e entre dois racks de tanques adjacentes, ou seja, um entre o do tanque de revelação e o de fixação, e outro entre o de fixação e o de lavagem, permitem a passagem do filme radiográfico de um tanque a outro. Algumas processadoras automáticas possuem um terceiro rack de passagem, entre o rack do tanque de lavagem e a secadora. As processadoras automáticas possuem sistemas para controle da temperatura das soluções químicas e da secadora e mecanismos para a reposição e recirculação das soluções químicas. A reposição das soluções químicas é feita por dois tanques externos de abastecimento, um contendo solução reveladora (revelador) e outro contendo solução fixadora (fixador). O processamento automático é conhecido como seco, e é iniciado com a colocação do filme radiográfico na bandeja da processadora, terminando com a saída desse filme processado e seco. O filme radiográfico é transportado mecanicamente por um sistema de rolos através dos tanques do revelador, do fixador e da água (lavagem), e do compartimento de secagem. Vantagens do processo automático: das muitas vantagens que o processamento automático acarreta, justificando seu uso generalizado nos Serviços de Radiodiagnóstico, podemos destacar: 1. significativa melhora na qualidade das radiografias; 2. maior rapidez na obtenção dos filmes processados, economizando tempo precioso na espera dos resultados; 3. diminuição das possibilidades de contaminação por soluções químicas na câmara escura, bem como diminuição de erros devidos a manipulações inadequadas, muito comuns nos processo manual; 4. Treinamento dos operados mais simples PREPARO DOS PRODUTOS QUÍMICOS As soluções químicas são fornecidas em kits contendo frascos de soluções concentradas que devem ser misturadas apenas quando forem utilizados. Existem duas formas de preparação das soluções químicas: 1. De forma manual utilizando tanques, onde o próprio técnico faz a dosagem e a agitação das soluções. 2. Automática através de “mixer-automático”, que são tanque com dispositivos que regulam a quantidade de água que deve ser adicionada e faz a própria agitação das soluções. MODO MANUAL A água é o solvente das soluções químicas, revelador efixador. A quantidade de água que deve ser adicionada no preparo das soluções é especificada pelos fabricantes. Essa quantidade não deve ser inferior ou superior a 3% do exigido. Caso isso aconteça pode ocorrer efeitos adversos nas propriedades da solução prejudicando a qualidade de revelação dos filmes. A temperatura da água deve ser consistente com a instrução do fabricante. Se as circunstâncias não permitirem uma temperatura adequada, como no caso da água estar mais fria do que o recomendado, um tempo mais longo de agitação será necessário. Entretanto, a agitação e a temperatura são fatores críticos na contribuição da oxidação, produzindo filmes com pouco contraste. A agitação manual para misturar os compostos das soluções deve ser forte bastante para fornecer uma mistura adequada (homogênea), mas não excessivo bastante para causar à oxidação, evitando a formação de bolhas durante a agitação. É importante seguir a ordem pré-estabelecida de adição de cada solução concentrada. Por exemplo, a “parte A” deve sempre ser adicionada primeiramente. Se a ordem da mistura não for seguida corretamente alguns componentes não dissolverão corretamente ou reações químicas não desejadas podem ocorrer, isso seria prejudiciais à solução. O tempo de agitação deve ser adequado para cada etapa para que os componentes estejam completamente dissolvidos antes que a parte seguinte seja adicionada. É recomendado usar tampas de flutuação nos tanques de químicos para evitar o contato das soluções com o ar diminuindo assim a oxidação. As soluções de revelador e fixador devem ser preparadas em uma quantidade máxima para serem consumidas dentro de 2 semanas. LIMPEZA DOS TANQUES Nas processadoras automáticas, os racks dos três tanques devem ser lavados com bucha áspera de material sintético e sabão em pedra neutro, pelo menos uma vez por semana. Com uma periodicidade de três a seis meses, deve ser executado um sistema de limpeza químico nos racks e tanques da processadora com substituição das soluções químicas por soluções novas. Os tanques do processamento manual devem ser esvaziados e limpos com uma periodicidade de três a seis meses, com suas soluções químicas substituídas por soluções novas. Deve ser observado com rigorosa atenção que tanto os tanques de revelação manual como os racks da processadora automática não podem ser mudados de posição. O revelador é altamente sensível, sendo facilmente contaminado pelo fixador. Para evitar a contaminação, em nenhuma hipótese pode haver troca dos racks na processadora automática e dos tanques no processamento manual. Na processadora automática, as soluções devem ser colocadas com cuidado antes dos racks para evitar respingos e conseqüente contaminação. Deve sempre seguir a seguinte ordem: primeiramente, encher o tanque de lavagem (com água), colocando a seguir o respectivo rack; depois encher o tanque de fixação (com a solução do fixador), colocando a seguir o respectivo rack; e por último, encher o tanque de revelação (com a solução do revelador), colocando a seguir o respectivo rack. Os racks devem ser colocados nos tanques lentamente, para evitar o transbordamento das soluções. TROCA DAS SOLUÇÕES QUÍMICAS As soluções químicas (revelador e fixador) responsáveis pelo processamento do filme radiográfico ficam saturadas (perdem atividade) em função do tempo e do número de reações. Para evitar perda acentuada da atividade das soluções químicas, que acarretaria uma redução na qualidade da imagem formada no filme radiográfico, as soluções devem ser trocadas periodicamente por soluções novas. O fixador saturado devido à prata suspensa na solução não deve ser descartado sem que antes a prata seja retirada por um processo de eletrólise (processo que separa os elementos químicos de um composto através do uso da eletricidade). CONTAMINAÇÃO DOS COMPONENTES QUÍMICOS Em caso de contaminação, o tanque de revelação do processamento manual ou do automático deve ser totalmente esvaziado e a solução química deve ser desprezada. Feito isso, o tanque de revelação, nos dois tipos de processamento e o respectivo rack no processamento automático devem ser lavados. No processamento automático, o tanque do revelador deve ser preenchido com água, e a máquina deve ser colocada em funcionamento por aproximadamente cinco minutos para a limpeza das mangueiras da bomba de recirculação e do filtro. Em seguida, o tanque deve ser esvaziado e limpo com água. Após a lavagem, é colocada uma nova solução química. IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS (REVELADOR E FIXADOR) REVELADOR Parte A Nocivo se ingerido. Pode causar irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. Pode causar reação alérgica na pele. Contém Hidroquinona. Parte B Atenção! corrosivo Nocivo se ingerido. Pode causar irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. Parte C Nocivo se ingerido. Pode causar irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. FIXADOR Parte A Atenção Pode causar irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. Pode causar reação alérgica na pele. http://pt.wikipedia.org/wiki/Elemento_qu%C3%ADmico http://pt.wikipedia.org/wiki/Composto_qu%C3%ADmico http://pt.wikipedia.org/wiki/Electricidade Parte B (Endurecedor) Cuidado, Corrosivo Pode causar queimadura / irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS Inalação: Transferir para ambiente arejado. Procure auxílio médico se os sintomas persistirem. Contato com a pele: Enxaguar abundantemente com água. Remova toda a roupa contaminada. Contato com os olhos: Enxaguar abundantemente com água, mantendo a pálpebra aberta. Ingestão: Se ingerido, não induza ao vômito, siga as orientações da equipe médica. Após os primeiros socorros encaminhe urgentemente ao médico. Informações ao médico: Os riscos deste material devem-se às características irritantes à pele, aos olhos e nocivo quando ingerido. MEDIDAS DE COMBATE A INCÊNDIO Produto não é inflamável (sistema aquoso). Após evaporação da água pode queimar, formando gases tóxicos (dióxido de carbono, monóxido de carbono, óxido de enxofre). Meios de extinção é água, espuma ou pó químico. RADIOLOGIA DIGITAL A radiologia digital é o ramo do diagnóstico médico que emprega sistemas computacionais nos diversos métodos para a aquisição, transferência, armazenamento, ou simplesmente tratamento das imagens digitais adquiridas. A evolução da computação, especialmente na área médica, permitiu um enorme avanço no diagnóstico por imagem. A partir de modernos sistemas computacionais desenvolvidos em plataforma apropriadas de tratamento gráfico tornou-se possível uma gama de aplicações que vão, desde uma simples medida linear, até um complexo modelo de apresentação tridimensional. Os mecanismos de comunicação, transferência de arquivos e armazenamento de informações, possibilitou ainda o estabelecimento do trabalho em rede onde, equipamentos conectados entre si, passaram a trocar informações do paciente, de exames, de protocolos, ou simplesmente passaram a fazer armazenamento de imagens e documentação radiográfica em impressoras laser. O ambiente de rede comum nos serviços de diagnóstico por imagem é conhecido pela sigla “RIS” (Radiology Information System). A rede RIS apresenta melhor eficiência, quando conectada ao Sistema de Informações do Hospital – “HIS” (Hospital Information System). Com o auxilio de redes de transmissão de alta velocidade ou mesmo via INTERNET, tornou-se possível o envio de imagens para equipamentos localizados em pontos distantes do serviço de origem. Este tratamento da imagem digital constitui a base da Teleradiologia. A comunicação entre os equipamentos de diagnóstico por imagem e estações remotas, tornou-se possível graças ao desenvolvimento de redes de computação de longa distância (WAN– Wide Área Network) e de softwares modernos de transmissão de dados. A partir do uso da teleradiologia, hospitais, clínicas ou mesmo residências particulares localizadas em pontos distantes passaram a receber arquivos de imagens permitindo a seus usuários um tratamento interativo à distância, abrindo novas perspectivas para o tratamento das imagens com fins diagnósticos. Imagem Digital As imagens geradas nos diferentes equipamentos de diagnóstico por imagem podem ser reconstruídas a partir da transformação de um número muito grande de correntes elétricas em dígitos de computador formando uma imagem digital. A imagem digital é apresentada em uma tela de computador ou filme radiográfico na forma de uma matriz formada pelo arranjo de linhas e colunas. Na intersecção das linhas com as colunas forma-se a unidade básica da imagem digital, o Pixel (picture element). Para que a imagem digital possa interpretada como a imagem de um objeto ou de uma estrutura anatômica os dígitos de cada pixel da imagem são convertidos em tons de cinza numa escala proporcional a seus valores. A imagem digital final será o resultado do arranjo de uma grande quantidade de pixels apresentando tonalidades diferentes de cinza e formando no conjunto uma imagem apreciável. Processamento das imagens digitais A grande vantagem da imagem digital está na possibilidade do seu processamento, alterando-se, com técnicas simples de computação, o realce dos contornos, a suavização das imagens, magnificação, inversão de cores, etc... Distinguimos 2 tipos básicos de filtros digitais que influenciam a qualidade das imagens digitais; o filtro Low Pass e o filtro High Pass. ‑ Low pass (Smoothing filter ): Suavisa a imagem reduzindo o ruído aparente. ‑ High pass (Enhancing filter): Aumenta o detalhe da imagem através do realce dos contornos. Também aumenta o ruído aparente. O processo de filtragem digital associa uma escala maior ou menor de tons cinzas que representarão os dígitos nos dados brutos da imagem. Sistema DICOM 3.0 Com objetivos de unificar os arquivos de imagens e facilitar a manipulação e transferência desses arquivos entre os diversos equipamentos e setores de um hospital, o American College of Radiology – ACR, em conjunto com o National Electronics Manufacters Association – NEMA - criou no ano de 1993 um protocolo de imagens médicas denominado DICOM. O sitema DICOM – Digital Image and Communications in Medicine, é um protocolo que permite a manipulação e transferência de imagens usadas em medicina, entre diferentes equipamentos. Uma imagem arquivada em modo Dicom pode ser manipulada, modificada, ou mesmo transferida, para qualquer estação de trabalho compatível com este protocolo. As plataformas usuais de manipulação de imagens digitais são: Silicon Graphics, Digital Graphics, Sun Systems, Windows e Linux. Workstation Worskstation (estação de trabalho) é o posto onde se processam as imagens digitais com diversas finalidades, destacando-se: ‑ Reformatações multiplanares ‑ Reconstruções 3D (Tridimensionais) ‑ Reconstruções vasculares ‑ Medidas lineares, de ângulos, e de volumes. ‑ Análise de densidades. ‑ Adição ou subtração de imagens ‑ Análises funcionais. ‑ Outras. Comparando-se o sistema CR com o écran-filme pode-se dizer: ‑ A resolução de contraste pode ser manipulada e tornar-se melhor, uma vez que é adequada ao observador; ‑ Possui uma eficiência de detecção quântica maior, o que significa que maior habilidade em converter os raios X que saem dos pacientes em dados úteis para a formação da imagem diagnóstica.