Buscar

Introdução ao estudo da Semiologia Veterinária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 86 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 86 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 86 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução ao estudo da Semiologia Veterinária
A semiologia veterinária é o estudo introdutório par as clínicas, através da investigação, pesquisa de sintomas e sinais, interpretação dos mesmos para estabelecer diagnóstico e prognóstico. 
A semiologia veterinária é dividida em três:
1. Semiotécnica: a arte de examinar o paciente. A semiotécnica pode ser dividida em: física, funcional e experimental. 
2. Clínica propedêutica: usamos todo raciocínio, reunimos as informações da semiotécnica e interpretamos para chegar a um diagnóstico. 
3. Semiogênese: queremos entender/explicar o mecanismo que leva a tal sintoma, como aquele sintoma ou sinais se desenvolveram.
Saúde: animal apresenta as funções orgânicas, físicas e mentais em situação normal. 
Doença: alterações anatômicas, fisiológicas ou bioquímicas que podem ocorrer isoladas ou associadas. 
Sintoma: são fenômenos anormais (orgânico ou funcional) na qual é uma manifestação que revela a doença, geralmente esse sintoma é relatado pelo proprietário.
Sinal: não é só a observação da manifestação mas usamos junto algum método de avaliação clínica, como um exame e por meio do raciocínio conseguimos identificar que algo está alterado, chegamos a uma conclusão.
Classificação dos sintomas/sinais:
· Locais: acometem determinado local especificamente.
· Gerais: acometem um sistema, são abrangente. Pode acometer um órgão que compromete um sistema e pode inclusive comprometer outros órgãos ou sistemas. 
· Principais: fornece subsídio a um sistema envolvido. Ex: tosse geralmente indica sistema respiratório afetado. 
· Patognomônicos: sintomas/sinais que só acontecem em determinada enfermidade. Ex: cavalo com tétano apresenta protusão da terceira pálpebra. 
 
· Iniciais: primeiros sintomas/sinais que o animal apresenta e que revelam a doença.
· Tardios: se apresentam quando a doença já está estabilizada ou em declínio.
· Residuais: se apresentam quando o animal já está se recuperando e esses novos sintomas se apresentam.
· Anatômico: vemos alterações da morfologia daquele determinado órgão ou estrutura. Ex: aumento de volume do coração, fígado, articular. 
· Funcionais: tem alteração de função, o animal pode não ter alteração anatômica mas sim uma alteração funcional. Como também pode haver alteração tanto anatômicas quanto funcionais. 
· Reflexos: são sintomas/sinais que surgem longe do local onde está o foco. Ex: síndrome cólica em equinos que o foco é no sistema digestório pode haver sintomas/sinais reflexos. 
Síndrome
É um conjunto de sintomas que afetam diversos sistemas. Em conjunto eles caracterizam uma enfermidade. Geralmente esses sintomas/sinais não revelam a doença, pois os mesmos podem aparecer em diversas enfermidades. 
Diagnóstico: reconhecimento da enfermidade
· Nosológico (clínico): quando caracterizamos a doença. 
· Anatômico: caracterizamos qual a região afetada e qual tipo de lesão o animal apresenta.
· Etiológico: quando estabelecemos a causa da enfermidade. 
· Terapêutico: conclui o diagnóstico com base em uma terapia, fornecemos um fármaco e o animal melhora, podemos concluir o diagnóstico. 
· Provável (provisório, presuntivo): seria a suspeita diagnóstica mais provável, mas ainda confirmamos com exames. 
· Diferencial: seria a lista de possibilidades de diagnóstico. 
· Histopatológico, anatomopatológico, radiográfico, laboratorial, ultrassonográfico etc. 
Diagnóstico
· Anamnese: 50%
· Exame físico: 35%
· Exames complementares: 15%
Prognóstico: prever a evolução das doenças
Há três diferentes categorias de prognóstico
· Vida
· Função
· Valor econômico
Pode ser bom, reservado ou mau.
Devemos observar algumas características
Animal: espécie, idade, raça e valor econômico.
Proprietário: poder aquisitivo, condições de manejo. 
Tratamento: meio para combater a doença. 
Em teoria é após o diagnóstico. Com exceção das emergências que precisamos tratar para que o paciente não venha a óbito. 
· Tratamento causal: queremos combater o agente causador da doença. 
· Tratamento sintomático: queremos tratar os sintomas. 
· Os tratamentos podemos usar causal e sintomático juntos dependendo do caso. 
· Tratamento patogênico: vamos intervir na patogenia daquela enfermidade. Para prevenir que aquela patogenia piore os sintomas/sinais. 
· Tratamento vital: usado para manter e estabilizar o animal para que ele não perca a vida. 
Técnicas de contenção dos animais domésticos
Contenção química: utiliza algum fármaco, sedativo ou anestésico. É utilizado como último recurso pois pode causar complicações quando exposto a esses fármacos. 
Contenção física: fazemos a contenção física onde restringimos a atividade física do animal para facilitar o exame, garantir maior segurança ao paciente e o médico veterinário (sempre estar atento ao animal e condições do ambiente), a contenção ajuda a evitar fugas e acidentes, sempre que possível fazemos tudo no menor tempo possível para que o animal não fique muito tempo contido, a fim de evitar estresse do animal. 
Abordagem inicial
· Socialização com o animal
· Conhecer o comportamento do animal para saber se ele está calma, estressado, agressivo. 
· Manter as condições do ambiente adequadas para não estressar esse animal.
· Evitar movimentos bruscos, falar alto. 
· Iniciar a contenção mais simples possível, se realmente o animal não cooperar aí vamos para a contenção mais radical. 
Cães
1ª) é perguntar o temperamento do animal. 
2ª) colocamos o cão na mesa ou chão para examinar, fazendo contenção se necessário. 
Em cães muito agitados fazemos imobilização manual. 
Às vezes é necessário fazer abordagem no animal em decúbito lateral, para isso fazemos uma imobilização manual em decúbito, feito isso devemos segurar os membros que estão em contato com a mesa pois seria com eles que o animal apoiaria para se levantar. Um braço deixamos apoiado na região cervical do animal e o outro braço na região pélvica. 
Quando há risco de morder podemos utilizar a mordaça. 
Podemos colocar a coleira e focinheira. 
Em cães muito feroz podemos usar o cambão. 
Podemos usar a luva de couro para manipular os animais que já estão nas gaiolas, deixa uma parte da luva solta. 
Gatos
Fechar todas as portas e janelas do consultório.
Manter na caixa de transporte até que chegue a hora de examinar. 
Enriquecimento ambiental com feromônio, música.
Usar o manejo cat friendly prática.
Iniciar o manejo com a mínima contenção.
Contenção manual em gatos tranquilos, colocar na mesa uma toalha, coberta para que o gato não fique no gelado. 
Podemos por eles numa caixinha para minimizar o estresse. 
OBS: os materiais usamos não pode ter odor de outros animais. 
Se for necessário podemos fazer a contenção manual.
Grandes animais: equinos e bovinos
Cabresto simples, alguns estão acostumados com cabresto outros animais não. 
Equídeos: devemos observar o comportamento desses animais. Geralmente é melhor aquele que tem mais contato com o animal fazer as primeiras contenções, mas se for nós chegamos no animal tranquilamente, deixamos ele cheirar e logo já jogamos o cabo do cabresto no animal. 
A contenção manual pode ser feita com cabresto e segurando uma orelha do animal bem na base fazendo um ponto de pressão, pode também fazer uma prega na pele fazendo ponto de pressão, isso ajuda o animal ficar focado nesse ponto e não no exame que está sendo feito. 
Quando o potro está perto da égua não separamos eles completamente, fazemos uma contenção manual onde uma mão nossa fica na região de pescoço e a outra mão na região da cauda. Potro não aceita cabresto. 
Há equídeos que gostam de morder e podemos usar nesses casos o buçal, lembra a focinheira dos cães. 
O método do cachimbo ou pito puxamos o lábio superior do cavalo e passamos a corda do pito, depois gira até ficar bem preso no lábio do animal. Usamos esse método quando vamos fazer uma abordagem mais demorada e sofrer um desconforto mais intenso, depois de soltar o pito massageamos o local para reestabelecer a circulação. 
Método mão ou pé de amigos, seguramos/elevamos um membro pélvico ou torácico para evitarque o animal fique sapateando.
Tronco de contenção: colocamos o animal no tronco, fechamos a porta de trás e na frente colocamos uma barra para evitar que o animal caminhe para frente. Devemos cuidar e continuar atentos pois o animal pode querer pular essa barra e ficar preso, animal pode cair. 
Contenção por cordas: utilizamos uma peiteira/peitoral e arrematamos com cordas que vão até os membros pélvicos onde terá cintas para segurar a corda. Isso evita que o animal de coice para trás. 
Derrubamento: é melhor fazer quando tem a contenção química primeiro. Para fazer derrubamento é geralmente quando vai fazer algum procedimento cirúrgico. 
Ovinos e caprinos
Os caprinos são mais curiosos e sociais, já os ovinos são mais medrosos. Portanto, tem comportamentos bem diferentes. 
Contenção manual: seguramos pela região do pescoço e abdômen próximo a virilha. Podemos também montar no animal e pressionar com os joelhos os membros torácicos do animal, assim ele fica quietinho. 
Posição sentada: ajuda a fazer ultrassom. 
Tronco de contenção
Maca adaptada
Decúbito lateral: semelhante ao que fizemos nos cães.
Bovinos
Comportamento: dão coice lateral, cabeçada. 
Vocalizar por trás do animal para estimular o animal a caminhar ou se levantar, se ele não quiser caminhar a gente estimula a região posterior. 
Pode torcer a cauda para o animal caminhar ou levantar, se nada funcionar pode utilizar o aparelho que emitem choque. Tenha bom senso!
Canzil: um aparato que prende o pescoço do animal. 
Cabresto, contenção manual: abraçamos a cabeça do animal e seguramos na base da orelha ou base do corno, podemos pinçar a região do septo nasal para causar um desconforto e o animal ficar focado naquilo. 
Quando a contenção precisar ser mais prolongada usamos a formiga para pinçar o septo nasal. 
Peia: usado para abordar região de abdômen, glândula mamaria, nela amarramos os membros pélvicos para evitar os coices laterais. 
Tronco de contenção: é mais fechado e possui o canzil para evitar que o animal vá para frente e para trás. 
Derrubamento por método italiano.
Em bovino e equinos devemos cuidar quando o decúbito for prolongado, pode causar uma depressão nos músculos, nervos, podem até haver necrose em alguns casos muito prolongado. 
O bovino em decúbito não consegue soltar gases e como ele produz muitos gases em períodos prolongados fazemos trocarte emergencial para a liberação dos gases. 
Levantador de vaca: serve para levantar o animal após decúbito muito prolongado. 
Maca, talha ou guincho: serve para suspender o animal e por ele de pé. 
Métodos Gerais de Exploração Clínica
Exame físico: fazemos a pesquisa dos sinais do paciente, se o animal tem manifestação de doenças ou características que indicam saúde. 
Reunir as informação sobre a saúde do paciente.
Identificar, analisar e sintetizar o conhecimento. 
Somatório de técnicas
Chegar ao diagnóstico das enfermidades. 
Métodos de exploração clínica
Usamos 4 dos nossos 5 sentidos, sendo eles: visão, tato, audição, olfato. 
· Com visão fazemos inspeção.
· Tato fazemos palpação.
· Audição fazemos auscultação e percussão.
· Olfato realizamos olfação. 
Esses métodos podem ser diretos ou indiretos, na forma direta não usamos nenhum equipamento ou instrumento, nos métodos indiretos usamos algum instrumento ou equipamento para melhorar os nossos sentidos.
3 P's
· P: paciência
· P: perseverança 
· P: prática
Inspeção
· Início do exame físico, método menos estressante ao animal.
· Avaliamos toda superfície corporal e algumas partes acessíveis. 
· Local para inspeção deve ser bem iluminado.
· É de fácil realização, mas é de difícil descrição. 
A inspeção pode ser feita a distância, nessa avaliamos o animal no seu ambiente de origem, assim conseguimos avaliar sua relação com o ambiente e com outros animais. 
A inspeção panorâmica vem na sequência da inspeção a distância, avaliamos toda a superfície do corpo do animal. Feito isso, podemos fazer uma inspeção localizada para observar melhor uma área corporal que esteja alterada. 
Palpação
· Utilizamos o tato e força muscular.
· Avaliamos textura, espessura, consistência, sensibilidade, temperatura e volume.
A palpação propriamente dita só usamos o tato, a palpação por pressão é quando pressionamos algum local e avaliamos. A palpação por tato (cega) não vemos a estrutura que estamos palpando, só usamos o tato para avaliar.
Pode acontecer de forma direta ou indireta, direta não tem equipamento ou instrumento para auxiliar. Em palpação indireta usamos algum instrumento ou equipamento que irá nos auxiliar na palpação. 
Avaliação das consistências na palpação
· Mole: pouco resistente a pressão. Deforme mais facilmente, mas quando solta volta ao estado original.
· Firme: mais resistente a pressão. É mais resistente para deformar.
· Dura: não cede a pressão. 
· Pastosa: cede a pressão, deforma facilmente mas quando solta a deformidade permanece. 
· Flutuante: movimentação de líquido. 
· Crepitante: movimentação de gás. 
· Frêmito: é um ruído palpável, um órgão ou estrutura produz um frêmito tão alto que conseguimos palpar. Ex: frêmito cardíaco, brônquico. 
Auscultação
· Utilizamos a nossa audição para capitar ruídos que os órgãos produzem. 
· Pulmões, coração, órgãos abdominais. 
Pode ser direta ou indireta. Direta utilizamos um pedaço de pano que colocamos na superfície do corpo do animal e auscultamos (não muito eficaz), na indireta utilizamos o estetoscópio. 
O local de exame deve ser silencioso
Evitar ruídos acessórios, exemplo disso é o roçar dos pelos dos animais, vento que está na rua, cães que estão ofegantes tem o ruído respiratório nesse caso deve fechar a boca do animal e em gatos cuidar com o ronronar que causa um ruído acessório. 
Devemos conter o animal bem adequadamente e nos posicionar com nosso corpo de forma adequada. 
Ter atenção ao ruído que estamos auscultando. 
A auscultação deve ser demorada.
Classificação dos ruídos
· Aéreos: causado por movimentação de massa gasosa. Ex: pulmões.
· Hidroaéreos: causado por movimentação de massa gasosa e líquidos. Ex: rúmen.
· Líquidos: só tem líquidos se movimentando. Ex: sopro cardíaco. 
· Sólidos: só possui sólidos se movimentando. Ex: pleurite (atrito das pleuras). 
Percussão
O examinador produz o som, aplica golpes em determinados órgãos que causam vibrações e essas vibrações causam sons.
Só atingimos 7 cm de profundidade, lesões maiores que 5cm. Órgãos muito internos não atingimos e lesões muito pequenas também não conseguimos captar. 
· Direta: percussão digital. 
· Indireta: percussão digito digital (pequenos) ou martelo-plessímetro (grandes).
O plessímetro posicionamos no espaço intercostal.
Em pequenos deixamos um digito médio nosso como o plessímetro, colado ao tórax no espaço intercostal e fazemos a percussão num ângulo de 90 graus com o dedo da outra mão, na altura da segunda falange.
Em grandes ficamos posicionados com nosso corpo ao lado que vamos examinar, em pequenos animais nos posicionamos nosso corpo no lado contrário de onde iremos examinar. 
O local deve ser silencioso.
Animal deve estar em posição quadrupedal. 
Contenção adequada do animal.
Realizamos dois golpes com ritmo constante, um golpe fraco geralmente e o segundo mais forte. O mais fraco penetra pouco e avaliamos mais superficial, o forte já penetra mais e avaliamos mais profundamente. 
Sentido craniocaudal e dorsoventral é como avaliamos. 
Classificação dos sons da percussão
· Timpânico: som grave e prolongado, obtido de órgão que tem gás no interior e as paredes estão semidistendidas. Ex: rúmen porção dorsal, abdômen porção dorsal. Lembra um tambor.
· Maciço: obtido de órgão compacto e desprovido de ar. Ex: fígado, baço. Esse som é curto e agudo.
· Claro: obtido de órgão que contém ar ou gás com parede distendida. Ex: pulmão. Som não ecoa. 
Entre o som timpânico e claro temos o som hipersonoro que encontramos em condições de pneumotórax. 
Entre o som claro e maciço temos o submaciço, encontramos em órgão que tem ar e líquido.
Olfação
· É um método de menor interesse.
· Poucas avaliaçõessão feitas por olfação.
· Pode orientar o diagnóstico.
· Desviar o ar com a mão em forma de concha. 
Ex: acetonemia, uremia
Métodos complementares
· Usamos como auxílio no diagnóstico (após exame físico)
· Fazemos conforme a necessidade, risco e custo. 
· Deve ajudar a confirmar a presença ou causa da doença. 
· Esses métodos nos ajuda a avaliar a gravidade e evolução das doenças.
· Auxilia a ver a eficácia do tratamento. 
· Ex: biópsia, punção, exames laboratoriais, de imagem, de função etc. 
Plano geral do exame clínico
Devemos seguir várias etapas sequenciais. 
Começa com a identificação do paciente, seguimos com anamnese, logo após realizamos o exame físico bem abrangente e se algum dado chamar atenção a gente direciona o exame físico, fazendo um exame físico especial. Se for necessário fazemos exames complementares para assim estabelecer diagnóstico, prognóstico e estabelecer tratamento. 
1. Identificação
· Nome do animal ou número
· Espécie
· Raça, pelagem, marcas, tatuagens
· Sexo
· Idade (data de nascimento)
· Peso
· Dados do proprietário e procedência do animal
Para equinos temos a resenha gráfica que ajuda na identificação.
2. Anamnese
· Conjunto de informações de interesse médico
· Fornecem subsídios para o diagnóstico (50%)
· Coletiva ou individual
· Entrevistador e entrevistado
· Abordagem cuidadosa, linguagem adequada
· Ouvir atentamente o informante
· Relatar as etapas de atendimento para o proprietário
Queixa principal
· O que? Quais sintomas
· Quando? Início, duração e frequência
· Como? Gravidade, evolução
· Tratou? Medicamento, dose, intervalo, quanto tempo, consequências.
Comportamento dos órgãos
· Sistema digestório: se está se alimentando normal, houve vômito, fezes como está, se teve diarreia. 
· Sistema respiratório: dificuldade para respirar, tosse, espirro.
· Sistema circulatório: tosse, cansaço, edema, mucosa cianótica.
· Sistema genital
· Sistema urinário: se está bebendo água normal, como está a urina.
· Sistema locomotor
· Sistema nervoso
· Pele e anexos
· Glândula mamária
Antecedentes
· Como o animal foi adquirido, saúde dos pais e irmãos, doenças anteriores. 
· Imunização, vermifugação e ectoparasiticida.
· Qual manejo alimentar do animal, qual tipo, preparo do alimento, onde é armazenado. 
· Ambiente que o animal vive e como é manejado. 
· Contactantes, quais pessoas e animais que o animal teve ou tem contato. 
Exame físico geral 
Primeiro avaliamos nível de consciência do animal, depois sua postura, estado nutricional e pelame, essa é a inspeção inicial. 
Feito essa inspeção inicial, avaliamos agora os parâmetros vitais, depois avaliamos as mucosas, TPC, hidratação e linfonodos por último.
1. Nível de consciência
Pode fazer por inspeção mas pode associar a estímulos, como bater palma, estalar os dedos. 
· Normal: animal alerta. 
· Diminuído: animal apático, deprimido. 
· Ausente: animal comatoso. 
· Aumentado: animal excitado. 
2. Postura
Postura X Posição: postura é o posicionamento que o animal adota quando está na posição quadrupedal ou decúbito e assim nas outras posições. 
Devemos conhecer o que é normal de cada espécie para depois ver se a postura e posição está normal. 
A postura anormal pode indicar dor, problema motor, neurológico. Devemos primeiro conhecer o que é normal para depois avaliar se a postura está alterada. 
3. Estado nutricional
· Normal: todas as partes proeminentes do esqueleto está coberto por gordura ou musculatura. Conseguimos facilmente palpar as costelas.
· Magro: todas as proeminências ósseas ficam evidentes, observamos as costelas e até mesmo a pelve. 
· Caquético: grau máximo de perca de peso, todas as proeminências óssea estão bem evidentes. 
· Gordo: aspecto arredondado, abdômen protuso, não é possível palpar as costelas. 
· Obeso: abdômen bem protuso, observamos depósitos de gordura pelo corpo, principalmente na região próximo a inserção da cauda. 
4. Pelame
· Pelagem: coloração.
· Pelame: pele e pelo.
· Normal: brilhante e assentado. 
· Anormal: arrepiado, sem brilho, alopecia em algumas áreas ou generalizada, parasitas. 
5. Parâmetros vitais
· Frequência respiratória: observar por 1 minuto.
· Frequência cardíaca: auscultar por 1 minuto e vai contando.
· Temperatura retal
· Frequência ruminal: observa só em animais ruminantes, no flanco esquerdo auscultamos na fossa paralombar esquerda por 5 minutos, podemos prolongar a auscultação por até 10 minutos. 
· Frequência cecal: auscultamos nos equídeos, na base do ceco na fossa paralombar direita do lado direito vamos auscultar a válvula ceco cólica. Contamos em 2 minutos, caso não auscultemos nada em 2 minutos podemos ficar até 10 minutos auscultando, se mesmo assim não auscultar podemos classificar como atonia (perca de motilidade). 
Avaliação da temperatura corporal
Contenção adequada nos animais para aferir a temperatura, antes de introduzir o termômetro devemos lubrificar com gel a base de água, vaselina, óleo mineral, devemos fazer um ângulo de 45 graus para assegurar que o termômetro está em contato com a mucosa. 
Fatos que podem aumentar ou diminuir a temperatura corporal do animal, enganar a aferição. 
· Defecação ou enema recentes
· Introdução pouco profunda
· Pouco contato com a mucosa
· Entrada de ar no reto
· Tempo de permanência inadequado
· Processo inflamatório do reto (proctite)
Variação da temperatura, motivos:
· Variação circadiana
· Ingestão de alimentos
· Ingestão de água fria
· Idade, sexo (fêmeas no cio ou no parto tende a ter aumento na temperatura, mas 1 dia antes do cio ou parto tende a abaixar a temperatura)
· Estado nutricional
· Temperatura ambiente
· Exercício físico + ambiente
6. Mucosas
Pode indicar o estado de saúde
Boa iluminação
Região despigmentada
Oculopalpebrais, nasal, bucal, vulvar, prepucial
Coloração: sangue circulante, local x sistêmico 
· Normal: rósea clara
· Mucosa pálida: pode ser por anemia, vasoconstricção periférica.
· Mucosa congesta: bem vermelha
· Mucosa: cianótica: azulado, acinzentado, indica pouca oxigenação, baixa perfusão. 
· Mucosa ictérica: tem infiltração de bilirrubina nos tecidos, pode ser por doença hepática, pós hepática, hemolítica. 
7. Tempo de preenchimento capilar (TPC)
Pressionamos a mucosa da gengiva e observamos o tempo que a cor retorna ao seu normal. 
Normal: até 2 segundos
8. Hidratação
Tempo de tugor de pele (até 2 segundos)
Grandes animais: avaliamos na pálpebra superior ou região cervical. 
Pequenos animais: avaliamos na região dorsal. 
Atenção: animais idosos perdem fisiologicamente a elasticidade de pele. Animais gordos dificulta fazer o pregamento de pele, já em animais magros por ter menor teor de gordura facilita o pinçamento de pele e pode ser que demore para retornar já que a elasticidade fica comprometida. 
Há raças, exemplo disso é o sharpei que já tem dobras, pug e bulldog também. 
Graus de desidratação
· Não aparente: 5%, não é tão visível clinicamente. 
· Leve: 6% a 8%
· Moderada: 8% a 10%
· Grave: 10% a 12%
· Gravíssima: acima de 12%, risco de óbito.
9. Linfonodos
Sistema linfático: via acessória para remoção de líquido e partículas.
Linfa: líquido intersticial que é drenada dos tecidos.
Linfonodos: filtro da linfa, órgãos encapsulados compostos por tecido linfoide.
Participam dos processos patológicos nas áreas por onde drenam. 
Alterações primárias ou secundárias. 
Quando vemos um linfonodo afetado provavelmente a estrutura que ele drena está afetada, assim esse linfonodo está afetado secundariamente. 
Linfoma é um exemplo de doença que afeta de forma primária os linfonodos. 
Hipertrofia dos linfonodos pode comprometer estruturas vizinhas. 
Exame 
· Inspeção: avaliamos tamanho e limitações
· Palpação: avaliamos tamanho, sensibilidade, consistência, mobilidade e temperatura. Avaliamos bilateralmente. 
· Biópsia: aspiração (citologia) ou excisão (Histopatologia). 
Quais linfonodos vamos palpar?
· Mandibulares: próximo dos ângulos na mandíbula. Tem formato esférico, geralmente em cães e gatos palpamos primeiro a glândula salivar mandibular, o linfonodo está mais rostrale é esférico. 
Em equinos é mais profundo e mais rostral. 
Esses linfonodos drenam cavidade nasal, lábios, língua e glândulas salivares. 
· Retrofaríngeos: ficam na região lateral cervical, entre o atlas e a parede da faringe, causal em relação aos ramos na mandíbula. Só palpamos se tiver aumentado. 
Drenam esôfago proximal, palato e faringe. 
· Pré-escapulares (cervicais superficiais)
Palpa em todas as espécies, ficam na fossa cranial a escapula, tem formato fusiforme.
Drenam região de pavilhão auricular, pescoço, ombro, membros torácicos e terço proximal do tórax. 
· Pré-crurais (subilíacos)
Palpamos a meia distância entre a tuberosidade ilíaca e prega do flanco, só palpamos em ruminantes e equídeos, é fusiforme. 
Ausente em cães e gatos.
Drena região posterior e região crânio lateral da coxa.
· Mamários
Palpamos na região de inserção do úbere com a parede abdominal. Só é palpável em femeas ruminantes em condições normais, nas outras espécies só se tiver aumentado. 
Drena úbere e região posterior da coxa. 
· Poplíteos
Formato esférico, drena pele, musculo, tendões e articulações dos membros pélvicos. Só palpamos em cães e gatos. 
· Inguinais superficiais (escrotais)
Fica na região medial e lateral do corpo do pênis nos machos. 
Drena os órgãos genitais externos, só é palpável dos cães machos. 
Semiologia do sistema digestório de cães e gatos
Relembrando a anatomia: esse sistema é formado por um conjunto de vários órgãos, que captam, fazem digestão e absorção dos alimentos para manter homeostase do corpo do animal. Esse sistema não atua sozinha, precisa do sistema musculo esquelético e neuroendócrino. 
É dividido em tubo digestivo (cavidade oral, faringe, esôfago, estomago, intestino delgado e grosso, termina no reto e canal anal). As glândulas salivares, fígado, pâncreas são órgãos anexos que participam da digestão dos alimentos. 
Exame clínico 
Começamos pela identificação do animal, seguimos com anamnese e vamos para o exame físico geral, depois para o exame físico especial, se necessário solicitamos exames complementares, após reunir todas as informações podemos definir um diagnóstico, estimar prognóstico e estabelecer um tratamento. 
Identificação
· Nome 
· Espécie
· Raça, pelagem 
· Sexo
· Idade
· Peso
· Proprietário e procedência
Anamnese: queixa principal 
· O que? Quando? Como? Medicou?
Sintomas
Apetite
Semiologicamente apetite refere-se ao desejo por algum alimento, tem relação com paladar e qualidade. Fome é uma sensação desagradável de vazio no estomago, aí o animal tem a necessidade de comer algo pela quantidade e não qualidade. 
Quando o animal tem ausência de apetite chamamos de anorexia. 
Diminuição de apetite chamamos de hiporexia ou inapetência. 
Apetite quando está normal, chamamos de normorexia.
Apetite aumentado chamamos de polifagia. 
Alguns animais apresentam desvio de apetite, um apetite depravado que chamamos de parorexia, é uma compulsão por alguma substância que não faz parte da alimentação normal. Ex: apetite por fezes, terra, plantas. 
Ingestão de água
Adipsia: animal não bebe água.
Hipodipsia ou oligodipsia: diminuição no consumo ou ingestão de água
Normodipsia: ingestão normal de água. 
Polidipsia: aumento no consumo de água. 
Outros sintomas
· Halitose
· Disfagia: dificuldade na deglutição. 
· Odinofagia: dor para deglutir.
· Dor abdominal: pode não estar relacionada precisamente com sistema digestório. 
· Distensão abdominal
Regurgitação: é a eliminação passiva de conteúdo esofágico, sem fazer esforço, não há sinais prodrômicos. 
Vômito (êmese): é a ejeção forçada de conteúdo gástrico ou duodenal, há esforço. É controlado pelo centro emético e há sinais prodrômicos. 
Perguntas a se fazer ao proprietário
· Qual o aspecto?
· Tem sangue ou material estranho?
· Relação com alimentação?
· Mímica do vômito? Tem os sinais prodrômicos?
Aspecto do material 
Vômito: variável.
Regurgitação: não digerido.
Formato
Vômito: variável.
Regurgitação: tubular.
Presença de sangue
Vômito: pode haver.
Regurgitação: raro.
Bile
Vômito: pode haver quando o conteúdo for duodenal.
Regurgitação: ausente.
Relação com ingestão
Vômito: variável.
Regurgitação: variável, geralmente tem.
Sinais prodrômicos: ansiedade, náusea, taquipneia, contrações abdominais, extensão do pescoço e expulsão do conteúdo. 
Vômito: presente.
Regurgitação: ausentes.
Alterações na defecação 
· Disquezia: dificuldade para defecar. 
· Tenesmo: adota postura de defecação, apresenta esforço improdutivo e dor para defecar.
· Constipação: retenção de fezes ressecadas e endurecidas. 
· Obstipação: retenção fecal intratável. 
· Incontinência fecal: controle involuntário na eliminação de fezes, ou seja, animal está eliminando fezes sem perceber. 
Perguntamos nessa hora ao proprietário a frequência de defecação e as características macro das fezes como a cor, odor, volume, consistência e se há sangue.
Fezes esteatorreia: fezes que indicam insuficiência pancreática, tem presença de gordura nas fezes que dá aspecto gorduroso. 
Fezes hematoquezia: presença de sangue vivo nas fezes, pois a hemoglobina ainda não oxidou. 
Fezes melena: presença de sangue mais escuro nas fezes, fezes ficam enegrecidas.
Diarreia
Conceito de diarreia é o aumento anormal do volume fecal, frequência fecal e ou do conteúdo líquido nas fezes. 
· Perda de peso
Intestino delgado: comum
Intestino grosso: incomum
· Poligafia 
Intestino delgado: comum
Intestino grosso: incomum
· Volume fecal
Intestino delgado: aumentado
Intestino grosso: normal ou diminuído
· Desidratação
Intestino delgado: comum
Intestino grosso: incomum
· Vômito
Intestino delgado: comum
Intestino grosso: incomum
· Frequência fecal
Intestino delgado: normal ou aumentada
Intestino grosso: aumentada
· Urgência em defecar: o animal precisa defecar naquele momento e não dá tempo de chegar no lugar adequado
Intestino delgado: incomum
Intestino grosso: comum
· Presença de sangue
Intestino delgado: melena, pois dá tempo da hemoglobina ser oxidada. Isso não é uma regra.
Intestino grosso: hematoquezia
Anamnese 
Devemos perguntar os antecedentes do animal após o proprietário relatar a queixa principal, tipo onde o animal foi adquirido, historio de saúde e familiar, perguntar sobre imunização, vermifugação e prevenção de ectoparasitas.
Manejo alimentar
Devemos saber qual tipo de alimento o animal come, a frequência, como é fornecido, se houve mudanças alimentares, perguntar sobre o fornecimento de água também. 
Ambiente e manejo
Tipo de moradia do animal, se tem acesso a rua, qual a higienização, se há plantas por perto e perguntar se houve mudanças no ambiente onde o animal vive. 
Contactantes
Quais animais ou pessoas tiveram contato com esse animal.
Exame físico geral
· Postura
· Mucosas
· TPC
· Linfonodos
· Nível de consciência 
· Etc
Exame físico especial 
Começamos avaliando seguindo o trajeto no conteúdo alimentar. 
1. Inspeção da alimentação: observamos se o animal tem apetite, preensão adequada do alimento, mastigação e deglutição normal. 
Nesse momento já avaliamos cavidade oral, faringe e esôfago. 
Verifica nesse momento se tem dificuldade na alimentação, sialorreia (aumento da salivação que escorre da boca), ptialismo (deglute a saliva excessiva) e se deixa o alimento cair. 
1ª Inspeção externa da cavidade oral
2ª Inspeção interna da cavidade oral, antes mesmo de abrir a boca já conseguimos avaliar internamente levantando os lábios do animal. 
Dentição dos cães
Superiores: 3 pares de incisivos, 1 par de canino, 4 pares de pré-molar e 2 pares de molar.
Inferior: 3 pares de incisivos, 1 par de caninos, 4 pares de pré-molar e 3 pares de molar. 
Dentição de gatos
Superiores: 3 pares de incisivos, 1 par de caninos, 3 pares de pré-molar e 1 par de molar.
Inferiores: 3 pares de incisivos, 1 par de caninos, 2 pares de pré-molar e 1 par de molar.
Ao abrir a boca pressionamos o palato após os dentes caninos superior da boca do cão e puxamos para baixo os incisivos inferiores. Podemos baixar a língua com aquele palito. Outra técnica para abrir a boca é usar um cordão macioem cima e embaixo. 
Em gatos observamos as espículas queratinizadas na língua. 
Faringe: fazemos inspeção e palpação externamente.
Para avaliação completa e mais profunda de faringe internamente deve ser feito sedação e anestesia. 
Glândulas salivares
Cães e gatos possuem 4 pares, ajuda na lubrificação do alimento para facilitar a deglutição. 
· Temos um par de glândulas parótida que fica ventral a cartilagem auricular. 
· Temos um par de glândula mandibular, em condições normais é a única palpável e fica ventral a parótida. 
· Gandula sublingual é um par e está rostral a mandibular.
· A glândula zigomática está ventral a orbita do animal. 
A mandibular é a única glândula palpável em condições normais, se houver aumento de volume nas demais iremos conseguir palpar. 
Na palpação iremos observar a consistência da glândula, a mandibular não é mole e nem firme. 
Quando está em consistência flutuante pode ser sialocele (obstrução no ducto salivar que causa acúmulo de saliva próximo da glândula mandibular), rânula (sialocele da glândula sublingual) e abscesso (presença de pus)
Se a consistência for dura pode indicar uma neoplasia. 
Sensibilidade: em casos de sialocele o animal não sente dor, se for processo inflamatório ou neoplasia pode causar dor. 
Esôfago
Dividido em três seções: cervical, torácica e abdominal. 
Distúrbios encontrados: alterações de motilidade, obstrução, distúrbios inflamatórios ou degenerativos. 
Normalmente não fazemos inspeção e palpação, a não ser que tenha aumento de volume. 
Dependendo das suspeita, tipo megaesôfago por exemplo fazemos o animal ingerir água e fazemos auscultação na hora, iremos ouvir um ruído bem alto. 
Abdômen 
Regiões: mais cranial é epigástrio, intermediaria é mesogástrio e a mais caudal é hipogástrio. 
Temos três porções: dorsal, média e ventral. 
Faces: direita e esquerda. 
Limite do epigástrio: vai do diafragma até última costela. 
Limite do mesogástrio: bordo da última costela que segue até a crista ilíaca.
Limite do hipogástrio: da crista ilíaca e vai até a região mais caudal, incluindo região intra pélvica. 
Inspeção do abdômen
Abdômen abaloado: hepatomegalia, dilatação gástrica (gás), obstrução intestinal, retenção de fezes, efusão abdominal. 
Sinais de que não tem relação com sistema digestivo: pode ser também por gestação, esplenomegalia, cistos, peritonite, obesidade. 
Palpação: sentimos consistência, sensibilidade. Utiliza apenas uma mão em formato de pinça em cães de pequeno porte e gatos. 
Em grandes e médios cães fazemos a palpação com as duas mãos. 
Deve começar superficial a palpação, assim identificamos a sensibilidade, tônus muscular e conteúdo abdominal. 
Após isso aprofundamos a palpação para ver a forma, volume, consistência, dor, em condições normais não conseguimos avaliar fígado, pâncreas e estomago, somente em casos de aumento que conseguimos palpar fígado. Os intestino são facilmente palpável na região de mesogástrio, palpamos as alças e espessura da parede, o conteúdo também. Em condições inflamatórias podemos encontrar aumento dos linfonodos mesentéricos. 
Na região hipogástrica fica difícil de palpar externamente, o que ajuda é a palpação retal. 
A percussão podemos fazer para nos auxiliar. 
Quando animal tem presença de líquido livre no abdômen podemos fazer a prova do baloteamento, posiciona atras do animal, uma mão palpa o abdômen e a outra mão faz percussão com os dedos. Quando há líquido livre sentimos na mão que palpa uma ondulação pelo movimento do líquido. 
Auscultação de abdômen
Avaliamos a motilidade
Normal tem ruido borborigmo, tem movimento de gás e líquido. São ruídos baixos e pouco intenso normalmente. Quando é forte, frequente e variáveis os borborigmos é porque tem muita motilidade. 
Quando os borborigmo está ausente indica que não tem motilidade ou trato gastrointestinal está vazio.
Região perianal - Inspeção 
Avaliamos se tem alguma alteração na região anal, nos sacos anais e se há inflamação ou formação tumoral. 
Se houver a inflamação dos sacos anais, fazemos a manobra para esvaziar e drenar. Após o esvaziamento que vamos conseguir palpar melhor a glândula para ver se está inflamada ou não. 
Palpação retal 
Animal em posição quadrupedal. 
Cães médios e grande o toque com dedo indicador
Cães pequenos usamos dedo mínimo. 
Observamos o tônus do esfíncter anal, se há estenosa, corpo estranho, massas e como está parede retal. 
Avaliamos o material fecal, como está o aspecto, coloração, se há material estranho e sangue. 
Exames complementares
· Hemograma
· Bioquímica sérica
· Exame de fezes 
· Exame de líquido peritoneal 
· Radiografia, ultrassonografia
· Endoscopia 
· Laparotomia exploratória
Semiologia do sistema digestório de ruminantes
Devemos lembrar da sequência do exame clínico. 
Identificação
· Nome ou número do animal
· Espécie
· Raça e pelagem 
· Sexo
· Idade
· Peso
· Proprietário e procedência
Anamnese: queixa principal do proprietário
· Sintomas
· Apetite
· Fezes
· Distensão abdominal
· Disfagia
· Perda de peso
· Parorexia
Manejo sanitário
· Imunização/vacinação
· Vermifugação
· Controle de ectoparasitas
Alimentação
· Tipo de alimento e a qualidade
· Quantidade na relação volumoso X concentrado
· Frequência diária
· Suplementação mineral
· Mudança recente ou antiga no manejo
Ambiente e Manejo
· Extensivo (solto) ou intensivo (preso)
· Plantas tóxicas
· Pasto ou água contaminada
· Contactantes
1º Exame físico geral
2º Exame físico especial 
Animais lactente ao ingerir o leite ou água esse conteúdo líquido fará fechamento da faringe terá o reflexo de fechamento da goteira reticulo omasal, o conteúdo líquido já vai direto para o abomaso, não indo para o rúmen. 
O rúmen desses animais só é desenvolvido quando os animais começam a mastigar conteúdos sólidos. 
Inspeção da alimentação
Apetite, preensão do alimento, mastigação e deglutição.
Uma folha verde (melaço, sal), leite (neonatos) são alimentos atraentes para os ruminantes. 
Os bovinos fazem preensão com a língua, os pequenos ruminantes fazem preensão com lábios e os dentes incisivos. 
Avaliamos a cavidade oral, faringe e esôfago. 
Verificar se há dificuldade alimentação, sialorreia ou queda de alimento. 
Cavidade oral e faringe
Indícios de anormalidade:
· Sialorreia
· Retenção de alimentos na cavidade oral 
· Protusão de língua (inflamação)
· Dificuldade de preensão, mastigação e deglutição
· Emagrecimento progressivo
· Halitose
Inspeção e palpação externa dos lábios e região da face. 
Dentição dos ruminantes: 4 pares de incisivos inferiores, não possuem caninos, 3 pares de pré-molar superior e inferior e 3 pares de molar superior e inferior.
Inspeção interna da cavidade oral: 
Elevando os lábios já conseguimos avaliar as gengivas, os dentes, mucosas dos ruminantes. Técnica de abertura manual da cavidade oral: uma pessoa faz a contenção manual bem adequada da cabeça do ruminante, com uma mão fechada vamos introduzir lateralmente a cavidade oral e faz um "joinha" e na outra mão tracionamos a língua lateralmente, conseguimos avaliar mais internamente. 
Outra técnica: utilizamos o abridor de boca com formato de lira. Introduzimos horizontalmente na cavidade oral e elevamos na vertical para o animal abrir a boca. 
Faringe fazemos inspeção externa, palpa para ver se tem aumento de volume. 
Esôfago fazemos a inspeção externa e palpação externa. Do lado esquerdo (cervical) podemos observar a passagem do bolo alimentar ou se houver aumento de volume na região. A palpação externa podemos fazer da faringe até a entrada do tórax, para avaliar o aumento de volume e se o animal tem dor. 
Palpação interna do esôfago por sonda:
· Guia de sonda + sonda 
· Obstruções parciais ou totais
· Estenoses
· Examinar a sonda (sangue, pus, tecido, odor fétido)
Rúmen 
Ocupa quase todo lado esquerdo do abdômen. Vai do sétimo espaço intercostal até a entrada da cavidade pélvica. É dividido em saco dorsal e ventral, cranialmente está o reticulo. 
Atividade ruminorreticular:
A primeira mastigação é deficiente e logo o animal deglute. No rúmen conforme ascontrações ruminais há a maceração do alimento e estratificação do conteúdo. No rúmen temos na porção dorsal gás livre nesse espaço, na porção intermediária temos material fibroso e na porção ventral é ocupada por líquido. 
Ruminação: retorno do conteúdo para que haja uma nova mastigação, insalivação e deglutição. 
Inspeção do flanco esquerdo - Grau de preenchimento
Normal: moderadamente mais distendido e tenso quando comparado com o flanco direito. 
Hipo/anorexia: afundamento dessa região.
Distensão exagerada
Timpanismo: gás.
Sobrecarga: conteúdo em excesso.
Cicatrizes
· Linear: laparotomia ou laparorruminotomia 
· Pontual/estrela: trocarte
Inspeção do abdômen - avaliando o rúmen
Abdômen maça pera: lado esquerdo maça e lado direito pera, normalmente isso acontece em distensão muito intensa por gás ou conteúdo. 
Abdômen em formado de pero bilateral pode ser líquido na cavidade abdominal.
Palpação do rúmen
Superficial: mão espalmada ou ponta dos dedos no caso de pequenos animais. Avaliamos as contrações ruminais. 
Profunda: mão em punho e avaliamos o conteúdo ruminal. 
Normal
· Dorsal: discreta distensão por presença de gás. 
· Média: pastosa pela presença de fibra
· Ventral: flutuante por presença de líquido e percebe-se maior resistencia pois há conteúdo solido nessa região. 
Alterado
· Timpanismo: tensão elástica
· Sobrecarga: firme/dura
Outras formas de avaliar o rúmen 
· Palpação retal para avaliar o rúmen 
· Percussão para avaliar o rúmen
· Auscultação para avaliar o rúmen
· Crepitação: gás
· Rolamento: sólido
· Contração: aéreo e sólido, indica o ciclo de mistura e eructação
Dependendo do tipo de alimento e intervalo da última alimentação irá influenciar no som. 
Intensidade da auscultação ruminal 
· Ausente marcamos -
· Diminuída +
· Normal ++
· Aumentada +++
Aumento da crepitação: timpanismo
Ausência de rolamento: atonia 
Hipermotilidade: início de lesão do vago e processos fermentativos.
Reticulo
Acesso difícil, mucosa laminar que lembra favos de mel. 
Cranialmente ao rúmen, do quinto ao sétimo espaço intercostal, se projeta para os dois lados mas fica mais presente no lado esquerdo. 
Verificamos a sensibilidade. 
Reticulite/reticuloperitonite/pericardite traumática
Podemos realizar inspeção da atitude para avaliar o retículo, quando o animal adota a postura anti álgica para aliviar a pressão sobre o reticulo.
Postura de arquear o dorso também é anti álgica que indica dor no reticulo. 
Em palpação não conseguimos palpar o reticulo, mas podemos fazer palpação profunda na região de cartilagem xifoide para ver se tem dor. 
Outro tipo de palpação é a prova do bastão, uma pessoa de cada lado segurando um bastão bem firme embaixo do animal, elevam o bastão para pressionar a região xifoide que é onde o reticulo repousa, quando para de elevar podemos verificar a manifestação de dor pelo animal. 
Percussão do tipo dolorosa: com a mão fechada ou martelo com ponta de borracha, fazemos essa percussão mais pronunciada para avaliar o retículo. 
Quando o animal tem sensibilidade no reticulo ele responde a mais de um teste. 
Prova dos planos inclinados para avaliar reticulo: submeter o animal a descer uma rampa, assim o peso das vísceras abdominais ficará sobre o reticulo o que piora a dor. Animal irá relutar. Se fosse para subir a rampa o animal coopera pois alivia a dor. 
Omaso
Localizado no lado direito, do sétimo a nono espaço intercostal. Órgão folhoso o que aumenta a área de absorção. 
Esse órgão raramente é afetado. No exame físico é muito difícil de avaliar, o mais indicado é fazer laparotomia. 
Abomaso
Ventralmente ao ômaso, se localiza do sétimo ao decimo primeiro espaço intercostal. Responsável pela digestão química. É um órgão de fácil distensão.
Inspeção: pode estar distendido em vários graus, chega até na região do flanco. O que percebemos na dilatação analisando e inspecionando o animal. 
Deslocamento do abomaso a esquerda: comum logo após o parto em bovinos de leite. 
Abomaso não conseguimos fazer uma palpação, então fazemos uma palpação auscultatória, chamamos de sucussão. Com a mão fechada empurramos a parede abdominal auscultamos na região. Em condições normais não encontramos grandes mudanças, em caso de dilatação por líquido e gás auscultamos um ruido que lembra chuveirinho. 
Percussão auscultatória: para diferenciar timpanismo gasoso ou distensão do abomaso fazemos essa técnica. Da um peteleco na região e ausculta. Ouvimos um som de tilintar metálico quando o órgão está repleto de gás e distendido, esse som não aparece no timpanismo. 
Fígado
Localizado tangenciando o diafragma, normalmente não conseguimos palpar o fígado, exceto quando está aumentando palpamos o bordo mais caudal. 
Avaliamos o fígado examinando as mucosas para ver se tem icterícia. 
Inspeção e palpação é quase impossível para avaliar um fígado normal. 
A percussão ajuda a avaliar o fígado, por ser um órgão parenquimatoso ouvimos um som maciço. 
Intestino
Localizado nos dois terços mais caudais da região abdominal. Avaliamos inicialmente por inspeção e também por palpação, a palpação retal permite avaliar as alças intestinais mais caudais. 
Percussão
· Dorsal: timpânico
· Média e ventral: submaciço.
· Inversão: alteração do posicionamento, repleção de alças. 
Se houve inversão do som pode indicar torção da alça. 
Auscultação
· Borborigmos
· Sobreposição dos ruídos ruminais
· Aumentados: enterites
· Diminuídos ou ausentes: obstrução e diarreias. 
Inspeção da região anal e perianal
· Edema
· Massa
· Prolapso retal
· Fissuras lesões
· Atresia anal
Exames complementares
· Exames de fezes, parasitológicos ou microbiológicos.
· Exame do líquido ruminal
· Função hepática, biopsia hepática e exame histopatológico
· Paracentese e análise do líquido
· Laparotomia, laparorruminotomia exploratória.
· Ferroscopia
Semiologia do sistema digestório de equinos
Peculiaridades anatômicas
· Predisposição a síndrome cólica 
· Volume do estômago: 8 a 20 L
· Incapacidade de vômito, tem no máximo um refluxo pelas narinas. 
· Longo mesentério no jejuno (25m)
· Locais com diminuição do diâmetro do lúmen
· Mucosa retal frágil
Exame do sistema digestório de equinos
· Identificação, anamnese
· Exame físico geral e especial 
· Exames complementares
· Diagnóstico e prognóstico
· Tratamento
Dependendo do estado em que o animal se encontra podemos alterar essa sequência, iniciando por tratamento ou algo do tipo, depois do animal estabilizado fazemos todas as outras etapas que faltaram. 
Identificação
· Nome
· Espécie
· Raça, pelagem
· Sexo
· Idade
· Peso
· Proprietário e procedência
Anamnese
Queixa principal (o que? quando? como? tratou?)
Sintomas: dor, distensão abdominal, alteração na alimentação ou defecação, emagrecimento.
Crises anteriores: qual medicação foi usada, houve cirurgia, foi realizado palpação retal.
Saber se há gestação em éguas
Anamnese - manejo alimentar
· Sistema de criação: intensivo (na baia), extensivo (solto) ou semi-intensivo.
· Tipo de alimento: quantidade, qualidade, frequência, relação concentrado:volumoso.
· Areia e corpos estranhos
· Mudanças bruscas no manejo, funcionários que tratam o animal.
· Exercício após a alimentação
· Ingestão de água
Anamnese - manejo e controle parasitário
· Uso do animal
· Transporte, exposição, provas
· Vermifugação, vacinação, anti-helmatozoário, carrapaticidas.
Exame físico geral
· Postura
· Mucosa
· TPC
· Linfonodos
· Nível de consciência
· Parâmetros vitais
· Estado nutricional
· Pelame
· Hidratação
Exame físico geral - dor abdominal
· Olhar, morder, escoicear o abdômen
· Tenta escavar o chão
· Rolar, sentar-se
· Excitação ou depressão
· "Brincar" com a água
· Bruxismo
Exame físico geral - cólica
Dor abdominal - tipos: intermitente, continua
Dor abdominal - grau: leve, moderada ou grave
O alívio repentino de dor grave pode indicar um mal prognostico, pode ser uma ruptura de algum segmento do trato gastrointestinal. Momentaneamente traz alívio, depois o animal entra em choque e pode vir a óbito. 
Exame físico especial 
Inspeção da alimentação
Avaliamos cavidadeoral, faringe e esôfago. Para avaliar essas áreas devemos permitir que o animal pasteje, assim conseguimos avaliar os seguintes aspectos:
Como está o apetite do animal.
A preensão como está sendo feita.
O animal está mastigando de forma correta.
Verificamos se está deglutindo corretamente o alimento.
Cavidade oral - inspeção externa
Como estão os lábios do equino, avalia a região da face.
Dentição dos equinos: 
· 3 pares de incisivos superiores e inferiores, o primeiro par é as pinças, depois os médios e os dentes do canto. 
· Os machos possuem um par de caninos, as fêmeas na maioria não apresenta canino. 
· Três pares de pré-molar e três pares de molar superior e inferior. Alguns animais podem apresentar o dente do lobo que não tem muita função, ele vem antes dos três pares de pré-molar superiores, o dente do lobo inferior é mais raro ainda. 
· Animais que exercem algum tipo de trabalho que usa equipamento é indicado a extração desse dente do lobo. 
Os cavalos fazem umas mastigação bem completa, essa mastigação lateralizada faz com que haja um desgaste completo da superfície dos dentes. Quando recebe um concentrado pode fazer com que a mastigação fique incompleta e isso causa um desgaste incompleto da superfície dos dentes, portanto, surge as pontas dentárias, em casos muito grave causa a boca inclinada. 
Cavidade oral - inspeção interna
Avaliamos os lábios, mucosa, dentes, hálito. 
Braquignatismo: arcada maxilar mais para frente.
Prognatismo: arcada mandibular mais para frente.
Na sequência abrimos a boca do cavalo, na região inter dentária que é onde não tem dente posicionamos o polegar e pressiona o palato. Com a mão direita com auxílio de um pano tracionamos o língua lateralmente. 
Para uma abordagem bem completa, para exame detalhado usamos um abridor de boca que lembra um cabresto na qual o mecanismo trava. Muitos animais são resistentes a esse abridor, portanto, faz-se uma leve sedação para que o animal não ofereça tanta resistência. Não conseguimos avaliar internamente a faringe, só observamos palato, os dentes, mucosas, língua. 
Faringe e esôfago - inspeção e palpação 
Faringe é raro de ter alteração nos equinos. 
Esôfago só avaliamos por exame físico externo a porção cervical, normalmente não conseguimos fazer inspeção e palpação a não ser que tenha aumento de volume nessa região. Pode ser abcesso, corpo estranho, alguma massa. Podemos realizar abordagem pela narina a sonda nasoesofagica, se for obstrução não conseguiremos adentrar com a sonda, ao retirá-la podemos avaliar a sonda na ponta para ver o que pode estar obstruindo. 
Abdômen - Inspeção
Abdômen normal mantem proporção com o resto do corpo, quando há aumento de volume pode ocorrer só na porção dorsal, ventral ou em tudo, sendo a distensão bilateral ou unilateral. 
Palpação de abdômen de equinos o animal mostrará resistencia, ele não gosta, além do abdômen ser mais rígido nessa espécie. Na prática não realizamos palpação externa, a palpação retal é mais indicado. 
A percussão é mais indicado para avaliar o que está causando a distensão abdominal. 
Somente ceco ou colón maior que pode promover a distensão abdominal.
Abdômen- percussão
Normal: 
· Timpânico na região dorsal (gás)
· Submaciço na região intermediaria (líquido/gás)
· Submaciço a maciço na região ventral (sólido)
Alterações: som maciço ou timpânica em área ampla, pode ser causada pela presença de fezes ou sobrecarga. 
Abdômen - auscultação
Auscultamos em quatro quadrantes, o dorsal e ventral esquerdo, dorsal e ventral direito. 
Lado direito
· Na região dorsal auscultamos a base do ceco, temos a válvula ileocecal e ceco cólica. 
· Na região ventral auscultamos o colón ventral direito e corpo e ápice do ceco. 
Lado esquerdo
· Auscultamos o colón dorsal e ventral esquerdo, próximo ao bordo das últimas três costelas auscultamos intestino delgado. 
Ruídos
· Crepitação: desprendimento de gás do líquido.
· Borborigmos: movimentação de gás e líquido.
· Rolamento: contato do material sólido com a parede intestinal. 
Auscultamos esses três ruídos de forma alternada. 
Intensidade
· Ausente -
· Diminuída + 
· Normal ++
· Aumentada +++
Quadrantes
_ 1 mov./2 min
+ ++
Alimento 
· Tipo, quantidade, última alimentação
Sondagem nasogástrica - cólica
Procedimento de emergência para os animais que estão com quadro de cólica. Às vezes é o primeiro procedimento que realizamos quando atendemos um animal com cólica. 
1) Faz descompressão gástrica
· Alivia da dor
· Prevenção de ruptura gástrica
2) Serve como meio de diagnóstico
· Gás: tentar identificar a quantidade e odor
· Líquido (refluxo): volume, cor e pH
3) Via de tratamento
· Lavagem gástrica
· Medicação, alimentação enteral
Abdômen - palpação retal
Precisamos conhecer anatomia topográfica
Deve-se fazer a contenção adequada, geralmente o tronco de contenção é melhor opção.
Lubrificar mão e braço, usando luva de palpação. 
Cuidadosa (mucosa sensível)
Retirar se houver fezes para avaliarmos as características da mesma. 
Normalmente as fezes formam sibalas arredondadas que quando aperta desmancha facilmente.
Palpação retal - cólon menor
Tem uma tênia palpável, é um estrutura que lembra uma fita, nos ajuda a identificar a orientação da alça e o grau de distensão da alça. 
Depois giramos a mão para palpar a artéria aorta abdominal que reconhecemos pelo pulso bem forte, cranialmente temos a raiz mesentérica dorsal que é a prega de mesentério se fixando dorsalmente. A artéria mesentérica cranial fica mais cranial ainda e é mais difícil de localizar. Se palparmos e não identificar alteração tudo bem, se houver alteração podemos verificar aumento de volume na região por conta de aneurisma nerminótico que causa cólica, atinge 
geralmente a artéria mesentérica cranial. 
Palpação retal - ceco
Verificamos o grau de distensão do ceco, conseguimos palpar duas tênias, a ventral e medial. Ajuda a identificar a orientação e grau de repleção da alça. 
Só palpamos a base do ceco, o corpo e colón fica fora do alcance. 
Palpação retal - cólon esquerdo
Direcionamos a mão para o lado esquerdo para palpar, nem sempre conseguimos identificar a flexura pélvica pois ela tem maior mobilidade. 
Geralmente está vazia quando palpamos, não pode ter nada obstruindo. 
Do lado esquerdo conseguimos palpar a borda caudal do baço e rim esquerdo, entre eles tem o ligamento nefro esplênico. Se tiver deslocamento de alça, ela pode ficar presa nessa região. 
Palpação retal - anéis inguinais.
Nos garanhões avaliamos os anéis inguinais, na região ventral, não pode ter alça intestinal presa nessa região. Em cavalos castrados o anel fecha e não temos esse problema.
Região anal/perianal - inspeção
Avaliamos se há diarreia, algo que suje a região posterior. 
Verificar se há massas nessa região ou na cauda. 
Exames complementares
· VG, PPT, desidratação
· Bioquímica sérica: função, lesão hepática
· Exame de fezes
· Exame de líquido peritoneal
· Ultrassonografia só vimos estruturas mais superficiais
· Radiografia não conseguimos fazer do abdômen
· Endoscopia
· Laparotomia exploratória é mais limitada. 
Semiologia do sistema respiratório
Exame clínico 
Identificação: Nome, espécie, raça, sexo, idade, peso, proprietário e procedência. 
Anamnese
Sintomas respiratórios: 
· Secreção nasal
· Espirro (reflexo manifestado pela liberação forçada de ar dos pulmões pelas vias anteriores que visa remover ar, secreção ou muco)
· Tosse (reflexo protetor, deflagrado pelo centro da tosse, tem a saída explosiva de ar dos pulmões que vai através da cavidade oral).
· Tosse produtiva parece úmida, quando há presença de muco ou alguma secreção. 
· Tosse sem secreção é não produtiva, quando tem hemoptise na tosse é porque tem presença de sangue.
· Intolerância ao exercício
· Sons da respiração
· Som estridor é bem agudo e indica alguma obstrução ou estreitamento das vias aéreas superiores. 
· Som de ronco é um som grave e alto, relacionada com alterações de faringe. 
· Taquipneia
· Dispneia
Vamos perguntar o comportamento dos outros sistemas do paciente.
· Saber osantecedentes médicos.
· Imunização, controle parasitário.
· Manejo alimento (tipo, qualidade)
· Ambiente e manejo
· Contactantes
Exame físico geral
Mecânica da respiração
Ciclo respiratório: 1 movimento de inspiração e expiração. 
Inspiração: movimento ativo, observamos contração de músculos inspiratórios que é diafragma e intercostais externos. Isso resulta na dilatação da cavidade torácica e os pulmões conseguem inflar para que o ar adentre nas vias respiratórias. Com a contração do diafragma os órgãos abdominais se deslocam caudalmente o que causa uma dilatação no abdômen. A inspiração dos animais normal é tida como costo abdominal.
Expiração: movimento passivo, relaxa o diafragma e intercostais externas, agora contraem os intercostais internos e musculatura abdominal, assim a cavidade torácica diminui de tamanho, com essa retração e pressão caindo o ar tende a sair. 
Inspeção dos movimentos respiratórios
Em pequenos avaliamos por cima ou pelo lado do animal. Em grandes avaliamos por trás do animal. Temos que em ambos avaliar tórax e abdômen. 
Observamos um movimento respiratório = 1 inspiração e 1 expiração. 
Avaliamos a frequência: quantos movimentos respiratórios teve em 1 minuto. 
Amplitude, ritmo e tipo avaliamos também na inspiração. 
Frequência respiratória: número de movimentos respiratórios teve em 1 minuto. 
· Apneia: ausência
· Bradipneia: valores abaixo do limite inferior. 
· Normal
· Taquipneia: valores acima do limite superior. 
Variações que observamos na frequência respiratória: idade, ambiente.
	Espécie: mpm
	Bovinos 10 a 30
	Equinos 8 a 16
	Pequenos ruminantes 20 a 30
	Cães 18 a 36
	Gatos 20 a 40
Amplitude respiratória: profundidade da respiração
· Diminuída: observamos respiração superficial, dor no tórax, polipneia.
· Normal
· Aumentada: observamos respiração profunda (hiperpneia), comum após exercício, em condições alteradas pode ser indicativo de estenose. 
Ritmo respiratório
Inspiração pequena pausa expiração pausa maior = ritmo que consideramos normal.
Qualquer alteração desse ritmo chamamos de arritmia respiratória. 
Ex: cheyne-stokes animal desenvolve aumento da frequência respiratória, num determinado ponto vai diminuindo aos poucos e depois tem uma pausa prolongada. Associado a alteração encefálica.
Ex: kussmaul: animal inspira, faz uma pausa longa, expira, pausa, inspira, pausa, expira. Indica lesão encefálica, intoxicação. 
Tipo respiratório
· Normal: Costoabdominal 
· Alterado: tipo costal, só movimenta o tórax, deixa de movimentar ou movimenta pouco o abdômen. Encontramos: dor no abdomens, compressão no diafragma. 
· Alterado: tipo abdominal, só movimenta o abdômen, deixando de movimentar ou movimenta pouco o tórax. Encontramos: dor no tórax, 
Relação entre inspiração e expiração: expiração geralmente é maior. 
· Movimentos do tórax 
· Movimentos do abdômen
· Postura
Com a avaliação desses três quesitos podemos ver se o animal está com eupneia ou dispneia. 
Tipos de dispneia
Inspiratória
· Entrada de ar
· Inspirações forçadas
· Vias respiratórias anteriores
· Extratorácica
Expiratória
· Saída de ar
· Elasticidade de retorno pulmonar
· Obstrução de pequenas vias respiratórias
· Intratorácica
Mista
· Dificuldade na expansão pulmonar
· Dificuldade na saída de ar
· Edema, broncopneumonia
Vias respiratórias
Anteriores (mais cranial) e posteriores (mais caudal)
Na altura da cartilagem cricoide na laringe temos a divisão. 
Vias respiratórias Anteriores: Narinas, fossa ou cavidade nasal, tem as conchas nasais que dividem as cavidades em vários meatos nasais, o epitélio da mucosa das conchas é rico em vascularização e cílios para aquecer e umidificar o ar, além de capturar impurezas. Temos caudal o epitélio olfatório. Temos a faringe que é comum a dois sistemas, a laringe está mais caudal e controla a passagem de ar, esse é um órgão de fonação que permite a vocalização. 
Vias respiratórias posteriores: a traqueia é um órgão tubular, está constantemente rígido, possui anéis cartilaginosos. Na região da Carina da traqueia temos divisão dos brônquios, após temos os bronquíolos que não possuem cartilagem. 
Plano nasal - inspeção
Simétricas, com boa abertura, úmidas e brilhantes (exceção: cavalo).
Cavalo consegue dilatar mais as narinas, não conseguindo respirar pela boca.
Plano nasal - secreção 
Localização da secreção: bilateral ou unilateral. 
Unilateral indica processo de fossa nasal, bilateral pode ser fossa nasal bilateral, faringe, laringe etc. 
Tipo de secreção: serosa (fluida), mucosa (secreção viscosa), purulenta (muco mais amarelado), hemorrágica.
Eventualmente os animais podem ter conteúdo alimentar na secreção nasal. 
Plano nasal - palpação e olfação do ar exalado 
Essa avaliação é importante pois conseguimos observar se há alguma obstrução, pois teria uma diferença no fluxo de ar. Utilizamos o dorso na nossa mão, pois se em algum lado tiver mais quente pode ser indicativo de inflamação. 
Em pequenos animais usamos um pedaço de algodão para avaliar. 
Fossas nasais e seios paranasais
Inspeção para ver se tem lesão, assimetria ou aumento de volume na região. 
Palpação para ver a consistência, temperatura. 
Percussão pode ser com a ponta do dedo médio ou ponta do martelo. Obtemos som claro. 
Quando o animal está com a boca fechada podemos encontrar som maciço pois não há ressonância adequada. 
O som maciço pode indicar uma massa, tumor, secreção, rinite, sinusite. 
Laringe e traqueia - inspeção e palpação 
Para uma abordagem mais completa pode ser feita a endoscopia. 
Palpamos e fazemos inspeção na região de traqueia cervical externamente para observar se há alguma fratura de anel traqueal, aumento de volume
No momento da consulta os animais conseguem reprimir alguns sintomas, exemplo disso é a tosse, estimulamos então o reflexo da tosse onde friccionamos a traqueia que a tendencia é o animal tossir. 
Bolsas Guturais - inspeção e palpação 
Somente em equinos
São divertículos da tuba auditiva direito e esquerdo, são compartimentos isolados. 
Localizadas ventralmente a região do atlas e dorsalmente a faringe.
Cada bolsa se comunica com a faringe através do orifício guturofaríngeo.
A sua utilidade é para resfriar o sangue que vem da carótida para o cérebro.
Tórax - palpação
Bilateral 
Mão espalmada por todo tórax: pode-se identificar frêmito brônquico, roce pleural.
Palpamos com a ponta dos dedos: verifica se há fratura de costelas ou dor torácica. 
Dorso da mão: avalia temperatura. 
Tórax - técnica de percussão 
Pequenos animais: digito digital se posicionando do outro lado. 
Em grandes usamos o plessímetro e martelo. 
Se faz na região intercostal.
Percussão da área pulmonar 
Tórax - sons de percussão
· Claro: pulmão sadio
· Submaciço/maciço
· Ausência de ar
· Tecido
· Líquido
· Linha horizontal: abaixo dela tem som maciço.
Hiper sonoro/timpânico
· Pneumotórax
· Enfisema
Metálico
· Excesso de ar ou gás
· Pneumotórax
· Hérnia diafragmática
Tórax - auscultação
Meio semiológico mais importante
Posição quadrupedal, bilateral 
Dois movimentos respiratórios por ponto
Ruído normal: turbulência do fluxo de ar
Variações: local, espessura da parede, padrão, velocidade do ar. 
Auscultação - ruídos normais 
Laringotraqueal
· Laringe e traqueia 
· Traqueia cervical 
Traqueobrônquico
· Porção final da traqueia e grandes brônquios
· 1/3 cranial do tórax
· Inspiração e expiração 
· Em equinos normalmente esse ruido não é audível. Só em cavalos muito magro ou quando há líquido dos brônquios. 
Broncobronquiolar
· Brônquios menores e bronquíolos 
· 2/3 caudais do tórax
· Inspiração
Aumento da intensidade
Aumento da quantidade de ar
· Taquipneia
· Hiperpneia
· Dispneia
Aumento na transmissão dos ruídos
· animais magros 
· líquido no interstício 
Saco respiratório em cavalos quando a respiração tiver difícil de auscultar.
Diminuição da intensidade
Diminuição da velocidade· bradipneia
· obstrução
· superficial (dor)
Interferência na transmissão dos ruídos 
· animais gordos, pelo longo
· líquido ou ar na cavidade pleural 
Diminuição da elasticidade pulmonar
Silencio pulmonar (abscesso, massa, atelectasia)
Auscultação - ruídos adventícios 
Crepitação grossa
· Líquido em brônquios
· Pneumonia, edema pulmonar
Crepitação fina
· Deslocamento de paredes das vias respiratórias pequenas. 
· Edema, pneumonia, bronquiolite, enfisema, ORVA
Ronco
· Ruído grave
· Secreção viscosa
· Laringite, traqueite, pneumonia.
Sibilo
· Ruído agudo
· Estreitamento de vias respiratórias 
· Estenose de laringe, compressão de traqueia, bronquite, bronquiolite, ORVA. 
Roce pleural
· Atrito das pleuras
· Pleurite
Exames complementares
· Hemograma
· Hemogasometria 
· Lavado traqueobronquico, broncoalveolar 
· Líquido pleural (toracocentese)
· Radiografia, ultrassonografia, endoscopia
Semiologia do sistema circulatório
Anatomia
Coração: órgão muscular, oco, funciona como se fosse uma bomba. Ele garante a circulação sanguinea e linfática. 
Artérias: vasos que saem do coração e conduz o sangue para os diversos tecidos. O sistema arterial é distribuidor e de alta pressão. 
A artéria pulmonar carrega sangue venoso para o pulmão, todas as demais carregam sangue arterial. 
Nos tecidos os vasos sanguíneos diminuem o calibre e forma os capilares que são micro vasos, é nesses capilares que há as trocas com o tecido. 
Após os capilares temos vênulas, veias, elas compoem sistema venoso. Carregam sangue de todo corpo para voltar ao coração, o sistema venoso é coletor, transporta resíduos de metabolismo lá dos tecidos até o coração novamente. 
As veias pulmonares carregam sangue arterial, todas as demais carregam sangue venoso. O sistema venoso é um sistema que tem alta capacitância, acomoda grande volume de sangue. 
Passagem do sangue dentro do coração:
Sangue venoso chega ao átrio direito através das veias cavas cranial e caudal, na diástole temos a valva tricúspide que deixa o ventrículo direito ser preenchido de sangue, depois na sístole a valva pulmonar se abre e vai para o pulmão pelas artérias pulmonares direita e esquerda, o sangue venoso faz troca gasosa com os capilares pulmonares e passa a ser sangue arterial. Esse sangue arterial retorna por veias pulmonares no átrio esquerdo, na diástole a valva mitral se abre e o sangue vai para o ventrículo esquerdo. Na sístole o sangue passa pela valva aórtica e vai para aorta ser distribuído por todo organismo. 
A parede ventricular esquerda é mais espessa quando comparada com a parede ventricular direita. Isso para garantir pressão na sístole para a passagem do sangue pela valva aórtica até chegar na aorta. 
Principais sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
A insuficiência cardíaca pode ser esquerda ou direita. Sendo que o animal pode ter as duas de forma conjunta. 
Se o lado esquerdo estiver insuficiente o sangue que está ali não consegue ser impulsionado para a aorta e ir ao sistema arterial, isso causa uma congestão retrograda para os segmentos. Pode causar um edema pulmonar. 
Já quando tem a insuficiência cardíaca for direita o sangue não consegue ser impulsionado para a valva pulmonar para alcançar a artéria pulmonar, de forma retrograda terá congestão venosa, podendo haver efusão torácica, efusão pericárdica, congestão hepática, congestão do baço e pode formar ascite. 
Exame clínico
· Identificação
· Anamnese
· Exame físico
· Em bovinos é comum encontrar reticulo pericardite. 
· Em felinos a doença cardíaca mais comum é a cardiomiopatia hipertrófica. 
· Em cães de grande porte a doença mais comum é a cardiomiopatia dilatada. 
· Em cães no geral a cardiopatia mais comum é a doença valvar degenerativa, atinge muito os cães de pequeno porte. 
· Cães jovens podem nascer com doenças cardíacas de má formação, são as doenças congênitas mas nem sempre apresentam sintomas. 
Anamnese - Sintomas:
São bem inespecíficos
· Tosse
· Dispneia
· Cianose
· Síncope
· Cansaço
· Ascite
· Perda de peso
Outros órgãos:
· Apetite
· Fezes
· Urina
· Febre
· Relutância ao movimento
· Claudicação
Antecedentes
· Histórico familiar
· Doenças anteriores
Alimentação
· Tipo
· Quantidade
· Qualidade
· Frequência
· Ingestão de água
· Ionóforos (substâncias usadas em animais de produção para melhorar o ganho de peso)
Ambiente
· Viagens
· Mudanças 
· Plantas
· Produto de limpeza
· Higiene do pasto
Manejo sanitário
· Vacina
· Vermífugo (Dirofilaria immitis)
· Prevenção contra ectoparasitas
Exame físico geral 
· Parâmetros que podemos encontrar:
· Postura do animal
· Alterações estruturais (ascite, edema)
· Mucosas
Exame físico especial do sistema circulatório
Palpação de artérias - pulso arterial 
Equinos: 
· palpamos a artéria facial, na porção mais ventral da cabeça. 
· Palpamos artéria facial transversa, que está caudal ao olho. 
Bovinos:
· Palpamos artéria facial ou coccígea que está na cauda. 
Pequenos ruminantes, cães e gatos:
· palpamos a artéria femoral na região medial da coxa, palpa bilateralmente. 
Podemos palpar só com o dedo indicador e médio. 
Avaliamos os seguintes parâmetros:
· Frequência
· Ritmo
· Intensidade
OBS: cuidar com os gatos, neles pode ser mais difícil de palpar o pulso arterial. 
Animais muito gordos fica difícil de palpar a artéria femoral. 
Pulso arterial - frequência
Número de pulsações por minuto. 
· Normosfigmia: frequência normal
· Taquisfimia: frequência aumentada 
· Bradisfigmia: frequência diminuída
Avaliar simultaneamente com batimentos cardíacos 
FP = FC (relação 1:1)
FP < FC (déficit)
· FP: frequência pulmonar
· FC: frequência cardíaca
Déficit de pulso pode ser visto quando há diferenças entre batimentos cardíacos e números de pulsos.
Pulso arterial - Ritmo
· Regular: é cíclico, depende dos batimentos cardíacos também de forma regular.
· Irregular: os batimentos cardíacos podem estar irregulares ou há déficit de pulso. 
Pulso arterial - intensidade
Força= PAS - PAD
PAS: pressão arterial sistólica
PAD: pressão arterial diastólica
É a diferença entre essas pressões que define a intensidade. 
Quando a diferença está aumentada temos um pulso forte (hipercinético).
Quando a diferença diminui temos um pulso fraco (hipocinético).
Para aferir pressão com precisão deve ter exame complementar, não só a palpação do pulso arterial.
Veias - inspeção
Veia mamária em vacas é normal estar distendida. 
Veias - palpação 
Teste de estase venosa: quando fazemos um garrote na veia jugular causamos intencionalmente obstrução da veia jugular, isso causa distensão anterior a esse ponto de garrote, no posterior do garrote a veia irá esvaziar. 
Assim chamamos de teste de estase venosa negativo. 
Se o teste der positivo é porque ela se distendeu anterior e posterior a veia não se esvaziou, indica dificuldade no retorno venoso, pode ser ICC direita. 
Veias - pulso venoso negativo 
Não coincide com a sístole ventricular, mas sim com a fase de diástole. A pressão de enchimento do ventrículo esta alta e quando tem contração do átrio direito pode retornar o sangue excedente. 
O sangue estará retrogrado e volta para a veia jugular. Para saber se é negativo ou positivo associamos com palpação ou auscultamos o coração, se o pulso venoso não ocorre junto com pulso arterial ou primeira bulha cardíaca, isso indica que é negativo. 
Observamos de forma fisiológica em grandes animais quando eles abaixam a cabeça para se alimentar ou beber água. 
Veias - pulso venoso positivo 
Quando a valva tricúspide está insuficiente e não se fecha totalmente, aí o sangue é regurgitado para o átrio direito novamente e esse sangue acaba indo de novo para veia jugular. É síncrono com a sístole, ela que da pressão para o sangue passar por essa falha patológica da tricúspide. 
No pulso venoso positivo o sangue tende a ir em direção da cabeça , percorre todo pescoço do animal, já no negativo o sangue não ultrapassa um terço do pescoço do animal. 
O pulso positivo pode ser observado em qualquer espécie de forma patológica, já o negativo é normal em grandes e em pequenosaparece de forma patológica. 
As vezes podemos encontrar um pulso venoso mas pode ser falso, sendo causado por reflexo da artéria carótida, pela proximidade com a veia jugular pode transmitir seu pulso para veia jugular. Não é verdadeiro pois não é sangue retornando e sim a transmissão da carótida. 
No verdadeiro observamos após o garrote da veia jugular a parte posterior fica distendida, no falso após o garrote esvazia pois não há retorno de sangue retrogrado é um falso pulso venoso pela transmissão da carótida. 
Resumo do pulso venoso 
Inspeção da veia jugular sem pulso normal 
Inspeção da veia jugular pulso venoso auscultação da bulha, se for assíncrona pulso venoso negativo fisiológico em grandes animais e patológico em pequenos. 
Inspeção da veia jugular pulso venoso auscultação da bulha, se for síncrona pulso venoso positivo teste de estase pode ser falso (sem sangue na parte posterior ao garrote) ou verdadeiro (com sangue na parte posterior ao garrote).
Coração - choque cardíaco 
Parede do ventrículo encosta na parede torácica. 
Auscultação cardíaca 
P: pulmonar
A: aórtico
M: mitral 
T: tricúspide
· Cães e equinos
Lado esquerdo tem 3 focos
Lado direito 1 foco 
· Gato 
Tem coração mais deitado em relação ao esterno e seus focos se modificam 
· Bovino
Ciclo cardíaco
Inicia na fase de contração isovolumétrica, aumenta a pressão no interior dos ventrículos, é isovolumétrica pois não há alteração no volume de sangue nos ventrículos. Quando aumenta a pressão dos ventrículos as valvas atrioventriculares se fecham e forma a primeira bulha cardíaca. 
Após isso tem relaxamento isovolumétrico, a pressão dos ventrículos diminuem e as valvas semilunares tende a se fechar, o sangue das grandes artérias tende a retornar e ele repercute nas valvas fechadas. Aqui temos a segunda bulha, ela marca o início da diástole. 
Equinos e bovinos o enchimento ventricular eventualmente podemos escutar na auscultação, chamamos de S3, é uma bulha baixa e de ruido pouco intenso. 
Grandes consideramos normal, em pequenos indica dilatação ventricular. 
Na fase final de diástole tem uma pequena bulha.
Auscultação cardíaca
· Frequência
· Intensidade
· Ritmo
· Sopros
Frequência
· bpm
· FC = FP
· dentro da referência
· Mais elevada taquicardia
· Mais diminuída bradicardia
Intensidade
· Normofonese: normal 
· Hiperfonese: bulhas muito intensa e alta. Acontece em casos de hiperatividade, tem maior transmissão.
· Hipofonese: bulhas menos intensas e mais baixas. Ocorre em diminuição do inotropismo e tem menor transmissão. 
Ritmo
· Regular ou irregular 
Auscultação cardíaca - sopros
Sopro fisiológico pode ser ocasionada por alteração de viscosidade no sangue. São de baixa intensidade 
Sopro grau 5 é alto e tem um frêmito: ruido palpável 
Grau 4 é alto mas não tem frêmito. 
Grau 6 é o máximo, muito alto, com frêmito e mesmo afastando o estetoscópio conseguimos escutar. 
Insuficiência: não se fechou como deveria. 
Estenose: não está aberta como deveria estar.
Exames complementares 
· Pressão arterial 
· Radiografia torácica
· Eletrocardiograma
· Ecocardiografia
· Pericardiocentese e análise do líquido 
· Marcadores cardíacos (troponina, peptídeos natriuréticos)
 
Semiologia do sistema genital feminino
Anatomia e fisiologia
É composto por dois ovários, cada ovário ligado ao seu oviduto que vai para os cornos uterinos, chegamos então ao corpo uterino e a cérvix. Sendo o útero composto de cornos, corpo e cérvix uterino. Temos após isso a vagina e a vulva. 
Ovários
Tamanho e forma são bem variáveis. 
· Ruminantes: azeitona
· Égua: rim
· Gata: grão de arroz
· Cadela: alongado
Funções:
Maturação e liberação de oócitos
Promove a esteroidogênese
Tubas ou ovidutos
É o local onde ocorre a condução dos oócitos e espermatozoides. É onde haverá a fertilização, sendo aqui o lugar que tem as primeiras clivagens, após isso faz condução dos embriões. 
Útero
É formado por dois corpos, um corpo geralmente curto e a cérvix que é o colo uterino. 
Tem capacidade de ampla distensão durante a gestação, no momento do parto possui grande capacidade de contração. 
Após o parto tem involução rápida (puerpério).
Cérvix
Estrutura bem firme, espessa parede e liga o fundo vaginal ao corpo do útero. 
Normalmente permanece bem fechada, exceto no cio. Existe um tampão cervical mucoso. 
Vagina
Estrutura tubular, é o órgão copulatório das fêmeas. 
Via fetal mole durante o parto. 
Porção ventral: possui o meato urinário externo (abertura da uretra).
Genital feminino externo
· Vulva (comissuras)
· Glândulas vestibulares
· Clitóris
Região perineal
Exame clínico do sistema genital 
Exame ginecológico: fêmea não está gestando.
· Avalia qual fase do ciclo estral a fêmea está. 
· Procurar causas de enfermidades e causas de infertilidade.
· Auxilia na avaliação de distúrbios puerperais.
Se há suspeita de gestação:
Diagnostico de gestação 
Assistência obstétrica 
Identificação
· Nome ou número
· Espécie
· Raça
· Idade
· Peso
· Proprietário e procedência
Anamnese - sintomas
· Ciclos irregulares
· Secreção vaginal
· Ninfomania
· Comportamento masculinizado
· Aumento de volume do períneo, laceração
· Projeções exteriorizadas pela vulva, tumores
· Distensão abdominal
Anamnese - individual
· Alterações no sistema genital 
· Ciclos estrais
· Alterações de comportamento. Ex: pseudociese (gravidez psicológica).
· Anticoncepcionais ou tratamentos hormonais
· Gestação
· Partos (nulípara, primípara, plurípara, normal ou distócico)
· Antecedentes médicos: cirurgias, procedimentos.
Anamnese - coletiva
· Sistema de criação
· Índices de fertilidade do rebanho
· Inseminação artificial ou monta natural 
· Transferência de embriões
· Manejo alimentar
· Manejo sanitário
Exame físico geral 
Identificação de anormalidades extragenitais: elas podem interferir no desempenho reprodutivo. 
Lesões locomotoras ou neurológicas: dificuldade durante a monta.
Caquexia, desnutrição, distúrbios endócrinos, estresse: anestro prolongado. 
Condição geral, parâmetros vitais, mucosas, TPC, hidratação e linfonodos. 
Exame físico especial - externo
Observa se há distensão abdominal.
Assimetria abdominal
Cauda erguida
Exame físico externo - vulva
Tamanho
· Aumentado: edema (cio, periparto), processo inflamatório.
· Diminuído: hipoplasia
Freemartin: fêmea bovino que está gestando gêmeos macho e fêmea. Começa a desenvolver característica de macho a femea por causa do hormônios masculinos do irmão, são inférteis, apresentam hipoplasia vulvar, apresenta tufo de pelos próximo a vulva, seu útero não se desenvolve completamente, acabam desenvolvendo estruturas masculinizadas. 
Posição
· Vertical
· Horizontal: é ruim pois pode haver a urovagina, que é acúmulo de urina, pode também acumular fezes. 
Desvios da comissura: ocorre quando o animal tem cicatriz de alguma lesão anterior, torção uterina muito intensa pode causar torção de todo o resto do trato genital.
Deficiência na oclusão: a vulva é para ficar fechada, mas pode ficar aberta nesses casos de deficiência e isso é propicio para a entrada de microrganismos.
Exame físico externo
Afastamento dos lábios vulvares: observamos o vestíbulo vaginal. Verifica se há vesículas, nódulos, massa, contusão, laceração. 
Secreção: no vestíbulo vaginal, períneo, cauda.
· Quantidade
· Aspecto
· Muco: transparente, viscoso
· Purulento
· Sanguinolento
Exame físico interno - finalidades
Exame ginecológico: fêmeas não gestante.
· Vacas e éguas: palpação retal e vaginoscopia.
· Cadelas e gatas: palpação abdominal e vaginoscopia.
· Cabras e ovelhas: vaginoscopia. 
Em animais gestantes fazemos o seguinte:
· Diagnostico de gestação
· Assistência obstétrica
Palpação retal (vaca)
Esvaziamos o reto de todas as fezes. 
Iniciamos o exame interno por palpação retal, usamos luva, lubrifica bem e introduz a mão no anus.
A primeira estrutura que identificamos é a cérvix uterina, ela é bem rígida que lembra "pescoço/traqueia" por causa dos anéis cervicais. 
Cérvix é o ponto de referência. 
Depois conseguimos localizar os cornos uterinos, são curvados.

Continue navegando