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Imunologia – Medicina Veterinária – ANCLIVEPA - @cyndigstudy 1 | P á g i n a Imunidade Adaptativa É um mecanismo de defesa específico, produzido pelo corpo na exposição de agentes mais específicos, diferente da imunidade inata. DEFINIÇÃO A imunidade adaptativa também é denominada como imunidade específica ou adquirida, pelo fato desta ser desenvolvida em respostas às infecções a se adaptar a elas – e por isso tem um tempo ação mais demorado, de 1 a 7 dias. O sistema imune adaptativo é estimulado pela exposição a agentes infecciosos ou moléculas estranhas e consegue reconhecer e reagir a muitas substâncias, sejam elas microbianas ou não. Isso é possível pois o organismo tem uma habilidade de distinguir as diferentes substâncias, chamada especificidade – auxiliando com que o corpo responda rapidamente quando for infectado por microrganismos, processo denominado memoria imunológica. A principal célula que atua na imunidade adaptativa são os linfócitos, e as substâncias produzidas são os anticorpos. Imagem: material de aula No desenvolvimento das respostas imunes adaptativas, é necessário a apresentação dos antígenos capturado para os linfócitos específicos, por células denominadas células apresentadoras de antígenos (APC’s) sendo que as mais especializadas são as células dendríticas – capturam os antígenos microbianos originados do ambiente externo, transportam seus antígenos aos órgãos linfoides, onde apresentam os antígenos aos linfócitos T imaturos, iniciando suas respostas imunes. A ativação dos linfócitos pelos antígenos gera mecanismos que funcionam para eliminar os antígenos, no qual necessitam do auxiliam de células efetoras, no qual mediam o efeito final da resposta imune (eliminar o microrganismo). Células do sistema imune interagem entre si e com outras células do hospedeiro - essas interações são mediadas por citocinas. A imunidade adaptativa pode ser ativa ou passiva. IMUNIDADE ATIVA É a forma de como a imunidade é induzida pela exposição a um antígeno estranho, pois o indivíduo imunizado tem papel ativo na resposta ao antígeno. Linfócitos jovens que ainda não tiveram contato com um antígeno são chamados de inativos (ou imaturos), o que significa que eles não imunologicamente inexperientes. Indivíduos que respondem a um antígeno e são protegidos de exposição aos mesmos microrganismos são chamados de imunes. Pode ser desenvolvida de forma: o Artificial – obtida após administrar patógenos vivos ou mortos, ou seus componentes (como as vacinas). o Natural - a exposição a diferentes patógenos que leva as infecções subclínicas ou clínicas. IMUNIDADE PASSIVA É uma imunidade adquirida através da transferência de soro ou linfócitos de um indivíduo imunizado, tornando o recebedor imune a determinados antígenos em particular, sem ter sido exposto ou ter uma resposta ao antígeno. É um método útil para conferir resistência (de forma rápida) sem precisar esperar o desenvolvimento da resposta imune. Um exemplo de imunidade passiva é a transferência de anticorpos maternos através da placenta para o feto – permite aos recém-nascidos o combate a infecções antes destes desenvolverem a habilidade de produzirem seus anticorpos. Pode ser desenvolvida de forma: o Artificial – é transferido de um anticorpo pré- formado de outro individuo (soro). o Natural – é transferido da mãe para a prole (através da transferência placentária ou colostro) Imagem: livro imunologia celular e molecular Além disso, o sistema imune adaptativo possui algumas estratégias especificas: o Anticorpos – quando secretados, se unem aos microrganismos extracelulares, bloqueando sua habilidade de infectar outras possíveis células do hospedeiro. o Fagocitose – ingerem o microrganismo (matando-os). Tem sua habilidade aumentada microbicida pelos anticorpos e células t auxiliares. o Morte celular – os linfócitos t citotóxicos (CTL’s) destroem células infectadas pelos microrganismos, que não são acessíveis pelos anticorpos e fagócitos. CARACTERISTICAS Todas as respostas imunes a antígenos estranhos possuem uma quantia de propriedades fundamentais que refletem diretamente nos linfócitos que agem nessas propriedades: • Especificidade e Diversidade – Respostas imunes são especificas para antígenos distintos. As partes destes antígenos que são reconhecidas por linfócitos individuais, são chamadas de determinantes ou epítopos. Os linfócitos individuais conseguem, através de receptores de membrana, distinguir diferenças sutis na estrutura entre epítopos distintos. O número de especificidade antigênica dos linfócitos de um indivíduo é chamado de repertorio dos linfócitos – é consideravelmente grande. Existem muitos clones de linfócitos que diferem nas estruturas de seus receptores de antígenos (o mesmo para sua especificidade de antígenos) contribuindo para o diverso repertorio, conhecido como diversidade. • Memória – Ocorre em decorrência da repetição de exposição ao mesmo antígeno. As exposições subsequentes costumam ser mais rápidas e mais frequentes em quantidade, diferente do primeiro contato com o antígeno. A cada exposição a um diferente antígeno, Imunologia – Medicina Veterinária – ANCLIVEPA - @cyndigstudy 3 | P á g i n a uma célula de memória (de vida longa) é gerada, sendo especificas para aquele antígeno. As células de memória têm características especiais, que as tornam mais eficientes em responder e eliminar antígenos do que linfócitos imaturos, que não foram expostos ao antígeno. • Expansão Clonal – linfócitos que são específicos para um antígeno, se proliferam após a exposição deste antígeno (expansão clonal se refere ao aumento no número de células que expressam receptores idênticos para o antígeno). Permite a adaptação da resposta imune, mantem o ritmo com os patógenos infecciosos em rápida divisão. • Especialização – o sistema imune responde de diferentes maneiras a diferentes microrganismos – maximiza efetividade dos mecanismos de defesa, e cada tipo de resposta imune protege o hospedeiro contra a classe de microrganismos. • Contração e Homeostasia – todas as respostas imunes normais diminuem com o tempo, após a estimulação pelo antígeno, retornando a um estado de repouso basal, chamado de homeostasia. A contração ocorre porque as respostas que são disparadas por antígenos funcionam para eliminar antígenos e eliminam o estímulo essencial para a sobrevivência e ativação dos linfócitos, e exceto as células de memória, os linfócitos provados de receber o estímulo morrem por apoptose. • Não reatividade ao próprio – o sistema imune dos indivíduos normais consegue reconhecer, responder e eliminar muitos antígenos estranhos (não próprios), enquanto não reagem negativamente as suas próprias substâncias antigênicas - essa irresponsividade é denominada tolerância ou auto tolerância. É mantida pelos mecanismos de eliminação de linfócitos que expressam receptores específicos (para alguns autoantígenos) inativando linfócito auto reativo/ suprindo essas células por ação de outras células também regulatórias. Essas características são necessárias nos casos em que o sistema imune precise realizar a função de defesa do hospedeiro. Especificidade e Memoria permite que o sistema imune tenha intensas respostas as exposições decorrentes e persistentes do mesmo antígeno. Diversidade é essencial para defender o organismo de potenciais patógenos do meio ambiente Especialização permite que o hospedeiro projete as respostas imunes no combate contra diferentes microrganismos. Contração da resposta faz com que o sistema retorne ao estado de repouso aos a eliminação de cada antígeno, e esteja preparado para responder a outrosantígenos Autotolerância essencial para prevenir reações que prejudiquem suas próprias células. Há também muitos mecanismos de controle que permanecem ativos nas respostas imunes com objetivo de prevenir a ativação excessiva de linfócitos, que podem causar dano aos tecidos normais. Tipos de Respostas IMUNIDADE HUMORAL Ocorre nos fluidos corporais, como sangue (podem recircular através dos tecidos linfoides e voltar aos tecidos periféricos - pele), linfa e saliva – produzida por anticorpos presentes no linfócito B. Os anticorpos são os mediadores principais da resposta humoral, pois reconhecem o antígeno como corpo estranho antes dele se ligar, atraindo outras células do sistema imune para destruir o antígeno identificado. Alguns anticorpos podem: o Fagocitar o antígeno; o Fazer liberação de mediadores inflamatórios o Ser transportados para o lúmen de órgãos mucosos o Ser transportados pela placenta. MEDIADA POR CÉLULA Também chamada de imunidade celular, são feitas pelos linfócitos T e tem mais eficiência contra antígenos intracelulares. Quando os microrganismos fazem reprodução dentro dos macrófagos ou células do hospedeiro, a imunidade celular tem como função identificar e eliminar estas células infectadas. Os linfócitos T promovem recrutamento de leucócitos (presentes na imunidade inata) para agir em microrganismo extracelulares. Imagem: livro imunologia celular e molecular Linfócitos Linfócitos são as células que atuam na imunidade adaptativa. Devido a recombinação de segmentos de DNA durante a fase de maturação dos linfócitos, os genes codificam receptores de antígenos e isso resulta nas várias combinações de receptores – tornando a célula tão eficaz em sua ação. Os linfócitos estão presentes no sangue, na medula óssea, na pele, presente nos tecidos linfoides mucosos do trato GI e respiratório – 65% encontram-se nos linfonodos e baço. Linfócitos e APC’s (células apresentadoras de antígenos) estão concentrados em órgãos linfoides (discretos anatomicamente). Interagem uns com os outros para iniciar as respostas imunes. DESENVOLVIMENTO Os linfócitos originam-se de células tronco da medula óssea. Quando são formados, são denominados linfócitos imaturos, precisando ser “ensinados”, assim sendo encaminhados para os órgãos linfoides periféricos, passando a ser sensibilizados por um antígeno - gerando modificações na sua forma, tornando-se aptos a reconhecem antígenos. Imagem: livro imunologia celular e molecular - Abbas e Lichtman Quando se tornam ativos, começam a sintetizar novas proteínas e receptores de citocinas. Esse processo de multiplicação é denominado expansão clonal, e juntamente com isso, há a Imunologia – Medicina Veterinária – ANCLIVEPA - @cyndigstudy 5 | P á g i n a diferenciação dos linfócitos em células efetoras, com função de eliminar os antígenos, enquanto outros linfócitos diferenciam-se em células de memória, com função de mediar respostas secundarias. CLASSIFICAÇÃO Linfócitos B − Originam-se da medula óssea. Pertencem a imunidade humoral – produzem anticorpos quando ativados, e se diferenciam em células efetoras – plasmócitos, do qual produzem o anticorpo – ou células de Memória. Os subtipos de linfócitos B são: • Foliculares – com função de produzir anticorpos na imunidade humoral • B-1 – Respondem a toxinas microbianas que passam pelas cavidades mucosas e peritoneal do intestino, produzindo imunoglobulina M, conhecidos como anticorpos naturais. • Zona Marginal – produzem anticorpos da imunidade humoral, presentes no baço. Imagem: pt.slideshare.net/labimuno/linfcitos-b Imagem: pt.slideshare.net/labimuno/linfcitos-b Linfócitos T – Originam-se na medula óssea e posteriormente se deslocam ao timo, para serem amadurecidos. • Pertencem a imunidade celular e auxiliam na imunidade humoral. Os subtipos de linfócitos T são: • Auxiliares CD4+ - possuem uma proteína na membrana, chamada CD4 que tem melhor desempenho na imunidade humoral. Divide- se em Th1 – quando ativado, auxilia CD8 na resposta humoral e Th2. • CTL’s Citotóxicos CD8+ - atua contra outras células (por ser toxico); seu método de reconhecimento ocorre por meio do MHC (Complexo Maior de Histocompatibilidade). • Regulatórios CD4+ • Natural Killer – fazem reconhecimento de células infectadas e induzem apoptose (morte celular). AS proteínas presentes nas membranas dos linfócitos auxiliam a diferenciar-se uns dos outros. Imagem:black-smoker.com/2020/05/10/os-linfocitos-t/ Imagem: medite.com.br/imunoterapia-contra-o-cancer/ Linfócitos Efetores – assim que se tornam ativos, ficam maiores e passam a se multiplicarem e a se diferenciar. Alguns linfócitos efetores são: • Linfócitos T auxiliares • Citotóxicos • Linfócitos B REFERÊNCIAS Livro: Abul K. Abbas; Andrew H. Lichtman; Shiv Pillai. Imunologia celular e molecular. 8ª ed.: Elsevier, 2015. Material utilizado em aula.
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