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APOSTILA 3 - FUNDAMENTOS DO DESIGN

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- -1
FUNDAMENTOS DO DESIGN
CAPÍTULO 2 - COMO O SURGIU E DESIGN
EVOLUIU?
Nadja Maria Mourão
- -2
Introdução
O , em conceito simplificado, refere-se à elaboração e desenvolvimento de um projeto capaz de atender àsdesign
necessidades do usuário, em domínio físico, sensorial e múltiplo. “No senso comum, o termo estádesign 
fortemente associado às atividadesestético-formais. Isso ocorreu em diversos países, mas assumiu conotações
peculiares no Brasil” (BONSIEPE, 2011, p. 13). Ou seja, conforme o país e a ocasião, o adquiriu aspectos dedesign
função, forma, estética e, principalmente, usabilidade, que lhe condicionou interpretações variadas.
O nobre e elegante foi associado aos atributos de extravagante, efêmero, emotivo, social, de serviços,design
entre outros. Dessa forma, procura-se conhecer como o surgiu? Como é a sua história? O que é hojedesign design
e para o futuro?
Nesse capítulo será apresentado um estudo resumido sobre fatores que conduziram ao surgimento do ,design
especificamente o pré- e seu vínculo com a arte. Veremos o como atividade independente, seudesign design
contexto a partir dos sistemas de produção em diferentes épocas e um sucinto estudo do no Brasil. Vocêdesign
também irá conhecer exemplos do contemporâneo e quais as referências atuais. Para finalizar, visualiza-design
se o de hoje e para o amanhã.design
Interessante, não é? Vamos estudar a partir de agora, acompanhe!
2.1 O antes do Design Design
Muito antes da existência do termo , suas atribuições eram empregadas conforme as necessidades para odesign
desenvolvimento de produtos. O propósito de elaborar uma técnica para atender a uma finalidade fez do ser
humano um criador de objetos. 
Leroi-Gourhan (1993) relata quea técnica, nesse contexto, se refere a um conceito abstrato voltado a entender os
resultados da ação do ser humano sobre a natureza ao seu redor, especificamente sobre a matéria. Essa ação
teria um caráter previsível e retilíneo, simplesmente para atender a um desígnio.
Considerando os trabalhos egípcios e de outros povos da antiguidade, pode-se dizer que os primeiros traços do 
 estão contidos nas pirâmides, na simbologia das pinturas, nos adornos reais, nos objetos em ouro, entredesign
outros. A fundição de metais para produção de adornos e joias, por exemplo, pode ser uma das origens que
envolvem o desenvolvimento do , segundo Bürdek (2010).design
Na imagem a seguir, observam-se os registros da escrita egípcia. Nota-se o uso de símbolos e da forma humana
como recurso de comunicação e de expressão dos desejos daquela civilização.
- -3
Figura 1 - Os Egípcios deixaram um legado de registros em escrita, pinturas, esculturas e objetos, enriquecidos 
com símbolos e signos para o futuro da humanidade.
Fonte: In Green, Shutterstock, 2019.
Assim, a criação dos objetos, o desenvolvimento da agricultura e a construção de moradias, são resultantes da
evolução humana. Atribuí-se aos primórdios do os procedimentos que atendem, além da função, aosdesign
anseios de estética e forma, elementos estruturais da concepção do .design
Alguns teóricos consideram o surgimento do desde os tempos antigos. Bürdek (2010) diz que design foram
encontrados registros do artista, engenheiro e construtor Vitruvius (80 a 10 a.C), com a denominação de“Dez
livros sobre a arte da construção”. No entanto, segundo Bomfim (2002, p. 7) “o termo teria surgido nadesign
Inglaterra como tradução da palavra italiana , no século XVII. Mas, foi a Revolução Industrial, a criaçãodisegno
das e o progresso que abriram caminhos para o no mundo.Schools of Design design
- -4
2.1.1 O Pré-Design
Considera-se o pré- como a intenção de atender a um determinado propósito a partir de técnicas edesign
métodos que resultem no desenvolvimento de um projeto. Clique na interação a seguir para saber mais.
Ou seja, “uma sempre maior eficácia técnica não seria alcançada apenas a partir de lógicas de produção, mas a
partir principalmente de necessidades e modalidades de uso dos elementos almejados” (MURA, 2011, p. 119).
Cada objeto era confeccionado individualmente pelas mãos hábeis de artesãos, que muitas vezes, passava as
técnicas e seus conhecimentos aos seus filhos, que também se tornavam artesãos. Assim, os objetos de adornos,
utensílios, construções entre outros, seguiram os séculos refletindo a cultura dos homens que os produziam.
Para compreender melhor os caminhos percorridos para a concepção do , aconselha-se retornar aodesign
período medieval. Objetos e utensílios, dotados de elevado valor artístico e qualidades produtivas, serviam para
atender as exigências da corte, do clero e dos ricos comerciantes. Os artefatos eram desenvolvidos em
laboratórios artesanais, com número limitado de produção, segundo Moraes (1999).
A valorização dos objetos adornados, em tempos passados, ocorre tal qual a valorização das artes. Assim, não
faltaram elementos que envolviam as artes aos ofícios de criadores e inventores, apesar da distinção de ambos,
nos processos precursores do .design
Historicamente, o trabalho de confeccionar rendas, feito pelas mãos das mulheres árabes se tornaram símbolo
de luxo e foram exportadas para Portugal e Europa no período das cruzadas. A renda passou a ser produzida
especialmente para “enfeitar os parlamentos, a vestimenta dos oficiais e os altares da Igreja Romana” (GOMES;
ARAÚJO, 2013, p. 1).
Pode-se observar na imagem a seguir o detalhe do pequeno banquinho aos pés da dama e seus adornos, que o
configura como um objeto utilitário, confortável e estético.
- -5
Figura 2 - Imagem de uma dama da nobreza, sentada com os pés sobre um banquinho, revestido em tecido e 
adornado com fitas rendadas.
Fonte: lynea, Shutterstock,2019.
As etapas evolutivas da produção dos objetos possibilitaram o surgimento do , inclusive como área dedesign
atuação profissional para aqueles que criavam produtos diferenciados.
- -6
2.1.2 A arte e o design
Para entender as origens do é preciso compreender as relações com as artes. Segundo design Fischer (1983, p.
21), arte é a “prática de uma ideia aplicada pelo ser humano”, por meio da matéria. Dessa forma, na história da
humanidade a arte se faz presente nos elementos da religiosidade, costumes, tradições, estabelecendo vínculos
com o território.
A beleza é um dos atributos concedido à arte para a contemplação. No entanto, os gregos e os romanos do século
44 a.C - 17 a.C, não separavam os princípios entre a arte e a técnica. Eles estabeleceram uma estreita relação com
as artes,valorizando o ofício (pela funcionalidade) e a estética (pela técnica empregada para a beleza). “As obras
de arte, comooutros produtos da indústria humana, eram apreciadas pelo nível de trabalho que revelavam”
(OSBORNE, 1970, p. 32). Assim, seus mitos e fatos do cotidiano foram relatados por meio das imagens
produzidas nos vasos, nas construções e nos templos.
Na Europa, durante o século XIII, nasceu o movimento renascentista, evocando a tridimensionalidade que dá
prestígio e reconhecimento aos artistas, escultores e pintores. Nesse contexto, destaca-se Leonardo da Vinci, que
em paralelo a criação de suas pinturas e esculturas, desenvolveu estudos científicos de anatomia, ótica e
mecânica. Ele é considerado o precursor do conhecimento de máquinas, pela edição do Manual de Elementos de
Máquinas. “Como os artefatos práticos, máquinas e mecanismos têm mais um significado técnico do que uma
orientação de conformação abrangida pelo termo ” (Design BÜRDEK, 2010, p. 13). O autor complementa que o
modelo, como representação técnica, influenciou o surgimento do : o er como criador/inventor.design design
Aliás, no século XVII, Giorgio Vasari – arquiteto, pintor e autor de textos sobre a arte –, foi um dos primeiros a
defender a arte por seus aspectos únicos como “obra de arte”. Havia uma diferença entre os termos de “disegno
interno e externo” como conceitos do esboço para a obra plástica. Vasari tratou a tradução de “ ” mais dodisegno
que um simples desenho ou esboço, mais com a representação das três artes: pintura,plástica e arquitetura
(BÜRDEK, 2010, p. 13).
2.2 O como atividade independentedesign
Os primeiros registros do como elemento histórico da vida humana, no período modernista, condicionamdesign
determinadas normas e algumas restrições sobre o que poderia ser chamado de ou não. Na verdade, maisdesign
do que uma intercessão, há uma mistura do com a arquitetura e a engenharia, conforme Cardoso (2008).design
Os s, em sua formação e ocupação, adquirem e usam conhecimentos assumidos para resolução dasdesigner
“necessidades” dos usuários. Essa afirmação simplesmente quer dizer que “os s, parcialmentedesigner
reproduzem a materialidade e os valores da cultura da qual eles são um produto, assumindo-a, incluindo suas
VOCÊ O CONHECE?
Leonardo di Ser Piero da Vinci (1452 – 1519) foi um cientista, matemático, engenheiro,
inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico, durante o
Renascimento na Itália.Seus cadernos formam um imenso laboratório de pensamento. “São
desenhos, ilustrações, estudos e notas que Leonardo escreve entre os anos 1478 - 1518. Trata-
se de um conjunto de muitas páginas manuscritas, mais de 5000, de difícil leitura, pois
Leonardo é canhoto e escreve do lado direito da página para o lado esquerdo” (FONSECA,
1997, p.4)
- -7
reproduzem a materialidade e os valores da cultura da qual eles são um produto, assumindo-a, incluindo suas
configurações de necessidade, como fundamento para a ação do ” (FRY, 2005, p. 63).design
O hoje está em tudo, envolve cada momento da vida urbana em todos os sentidos. A seguir, vamosdesign
entender como o surgiu e se desenvolveu, conhecendo um pouco da sua história.design
2.2.1 Breve história do Design no mundo
Segundo Cardoso (2008), falar sobre a história dos artefatos em produção em grande escala é também a história
do , pela revolução técnica que mudou significativamente a produção em massa de mercadorias, gerandodesign
o aumento do consumo.
A seguir, iremos recordar algumas partes da história mundial que se relacionam diretamente à história do design
.
• Primeira Etapa da Revolução Industrial (1760 – 1860)
Inicia-se um resumido relato a partir da revolução industrial, que constituiu em um conjunto de mudanças
tecnológicas com profundo impacto nos processos de produção, na Inglaterra, em meados do século XVIII, de
acordo com Proni (1997), expandindo pelo mundo nos tempos seguintes.
Em1754, William Shipley funda a (que se tornou a – FRSA em 1908) com o Society of Arts Royal Society of Arts 
objetivo de unir e desenvolver a ciência, a arte, a manufatura e o comércio na Inglaterra. Em 1760 promoveu a
primeira exposição pública de arte. Mas, depois, seus esforços se concentraram no desenho industrial. No ano de
1762, a FRSA já possuía 2500 membros. Pode-se dizer que a revitalização do trabalho manual abriu caminhos
para a produção de produtos do cotidiano mais estético, característica do de hoje.design
Observa-se o ambiente de um fábrica e os processos de produção pelas máquinas, na figura, diferente dos
processos de produção artesanal.
Figura 3 - Imagem do novo sistema de produção, em que as funções se fragmentam entre os operários, 
•
- -8
Figura 3 - Imagem do novo sistema de produção, em que as funções se fragmentam entre os operários, 
possibilitando maior índice de produtos em menor tempo.
Fonte: Marzolino, Shutterstock, 2019.
• A fotografia
A fotografia surgiu em 1826, resultado das primeiras experiências com imagens, por meio da ação da luz em
processo químico em chapas (BENJAMIN, 2010). Contudo, não houve um impacto imediato. Somente com novas
tecnologias que o registro de imagens como comunicação visual tornou-se mais conhecido e barato.
• As Grandes Exposições e inovações
Cardoso (2008) relata que em 1851 foi inaugurada a “Grande Exposição dos Trabalhos de Indústria de Todas as
Nações” em Londres. As exposições de inovações modernas do mundo também influenciaram para a codificação
de normas e técnicas da sociedade, ao mesmo tempo em que ocorria uma conscientização do novo mundo
industrial.
Um fato comum era a produção de peças especiais, exclusivamente para uma exposição. O objetivo era mostrar a
capacidade e qualidade técnica das indústrias. Os Estados Unidos e a Alemanha tiveram grandes avanços em
seus processos industriais, mas o consumo dos produtos semelhante aos da Inglaterra só começaram no final do
século XIX e no início do século XX, respectivamente. Pessoas do meio cultural e os artistas do século XIX
buscavam por um estilo que evidenciasse a efervescência do potencial criativo que a modernidade transbordava
na época.
• Segunda Etapa da Revolução Industrial (1860 – 1950)
A indústria passou por um período de transformações entre as décadas de 1920 e 1940, intensificando o
trabalho de . Os impressos, popularizados, demandaram intensa criatividade em produtos de comunicaçãodesign
em massa, além da expansão do rádio e do cinema.
O de Nova York foi um dos oito locais para as exposições itinerantes dedicadas àsMetropolitan Museum of Art
artes decorativas e industriais modernas que ocorreram na década de 1920. Eles estimularam o interesse do
público e comercial em projetos inovadores em busca da sofisticação. As lojas de departamento de Nova York
exibiam peças do mobiliário interior de Jean Dunand e outros s franceses.designer
• Movimento Neoplasticismo
A publicação de manifesto “De Stijl”, em 1917, deu início ao neoplasticismo no . O objetivo dessedesign
movimento era reduzir e simplificar as formas, com traços retos e puros, cores primárias, valorizando o abstrato.
O preto e branco deram destaque a neoplástica (destaque para o pintor holandês Mondrian).
• Art Nouveau e Art Déco
O surgiu em 1900, em Paris, com efeitos do refletindo delicadamente as contradiçõesArt Nouveau Arts and Craft,
da era moderna, apresentando um estilo definido e bem característico. O se apresenta com formasArt Nouveau
geométricas e angulares, linhas de contorno definidas, planos retos e delgados. Produtos de vidro, estampas com
arabescos ou formas como flores, plantas e animais. Em alguns modelos, o se confunde com o seuArt Nouveau
sucessor, o em 1925. Esse com produtos inspirados em asas de aviões, proas de barcos, entre outrosArt Déco, 
(LEMME, 1997). De qualquer forma, tanto em adornos quanto em produtos utilitários, os estilos deixaram suas
marcas. Alguns d s de destaque do foram Emilie Flögue (Áustria), Emile Gallé (França), e oesigner Art Nouveau
arquiteto espanhol Antoni Gaudí.
• Ensino do Design
Vale ressaltar a união entre a arquitetura, as artes plásticas e desenho industrial que se fortaleceram pela
importância da escola de arte Bauhaus, criada em 1919, pela pelo arquiteto Walter Gropius, na cidade de
Weimar, na Alemanha. Em 1925, por discordar do governo alemão, a escola foi transferida para Dessau. A
Bauhaus foi perseguida pelos nazistas sete anos depois. Durante a guerra e no pós-guerra, a Europa vivia um
período de escassez e austeridade. A Bauhaus teve um papel fundamental no desenvolvimento do ,design
proporcionando aos alunos um método de ensino totalmente diferente de qualquer outra escola. Os alunos
participavam de canteiros de obras, conheciam novos materiais, e ainda estudavam disciplinas técnicas da
engenharia. Dessa forma, se tornavam mestre da Bauhaus. Ficou conhecida no restante do mundo, onde se
fundaram escolas, com a participação de seus grandes mestres, gerando cursos inspirados na metodologia de
•
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fundaram escolas, com a participação de seus grandes mestres, gerando cursos inspirados na metodologia de
ensino (BUDEK, 2010).
Assista ao vídeo abaixo e aprenda mais sobre a influência de alguns movimentos artísticos para o .design
https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id
/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1549641500&entry_id=0_1ginbmyd
Outras escolas com o mesmo princípio da Bauhaus surgiram após a segunda guerra mundial. Em 1954, foi
fundada a Schule Für Gestaltung, na cidade de Ulm,na Alemanha. Denominada Ulm, essa escola tinha como
propósito continuar o trabalho de sua antecessora. Em 1956, o professor, pintor, e teórico Tomasdesigner
Maldonado redirecionou os métodos de ensino da Ulm, levando à reflexão de bases tecnológicas. 
O império das grandes empresas multinacionais foi um dos mais significativos fenômenos do pós-guerra. Surge a
determinação para uma política econômica internacionalizada entre nações parceiras, iniciada na década de
desenvolvida 1940, destinada à recuperação e expansão das indústrias, além das fronteiras.
Havia uma tendência para a criação de formas universais, ou seja, o Estilo Internacional, que foi adquirindo
forças aos poucos, principalmente no pós-guerra e expandindo em todo mundo, inclusive no Brasil.
• Automóveis
Dentro do campo do , destaca-se o automóvel como produto emblemático na história dos objetos,design
evoluindo tanto como veículo de transporte como produto de consumo. O Fusca, ou melhor, (besouro) dabeetle
Volkswagen, foi criado por Ferdinand Porsche e lançado oficialmente em 1935, sob o comando de Hitler. Era um
veículo inovador por seu motor refrigerado a ar, sistema elétrico de seis volts, câmbio seco de quatro marchas
(até o momento os carros eram de três marchas). O do fusca sofreu poucas mudanças por toda década dedesign
1950,só ocorreram inovações estéticas e mecânicas a partir de 1957, mas manteve a sua identidade se tornando
o veículo mais amado por todos (BRANDÃO, 2011).
VOCÊ QUER LER?
O legado da Bauhaus ao ensino do é bastante discutido. Tudo que a Bauhaus evoluiu emdesign
processos do desenvolvimento do tornou-se paradigma ao ensino do no séculodesign design
XX. No artigo “Bauhaus: métodos de ensino em Weimar, Dessau e Berlim”, de Paschoarelli e
Silva, os autores discorrem sobre os métodos de ensino nas diversas fases da vigência da
Bauhaus e sua influência nos dias atuais. Disponível em:
< >.https://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/6138/1/Bauhaus.pdf
•
https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1549641500&entry_id=0_1ginbmyd
https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1549641500&entry_id=0_1ginbmyd
https://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/6138/1/Bauhaus.pdf
- -10
Figura 4 - Além de serem conservados por colecionadores, os fusca também são encontrados no trânsito urbano 
em vários países.
Fonte: tratong, Shutterstock, 2019.
• Terceira Etapa da Revolução Industrial (1950 – atualidade)
O valor artístico retorna aos novos produtos na década de 1970, a funcionalidade passa para o segundo plano.
Stephan Wewerka é um dos s representante dessa época. Suas cadeiras possuem formas marcantes,designer
com elementos , símbolo dessa mudança (Bürdek, 2010).kitch
No final dos anos de 1980, o termo em inglês para denominar o que chamamos de , passou a serdesign
amplamente usado. O uso do termo seguiu uma lógica dominante em todo o mundo urbano, sendodesign
inicialmente utilizada na Europa e, posteriormente pelos países asiáticos.
De acordo com Bürdek (2010), na década de 1990 o se apresenta pela diversidade estilística, com objetosdesign
que representam mais os s e seus projetos individuais. A internet e os meios de comunicaçãodesigner
apresentam novos aspectos que mudam o comportamento humano. Os usos de novos materiais sintéticos
permitiram uma variedade de cores e efeitos. O plástico assume amplo uso de pequenos objetos aos grandes
equipamentos. O MDF oferece novos modelos aos móveis, ainda das formas angulosas e rígidas.
Há uma pluralidade dos segmentos do no início dos anos 2000 (MOURA, 2015). Há denominações paradesign
setores, antes unificados, para que possam ser mais bem compreendidos. Clique nos itens a seguir para conhecê-
los.
• 
Design industrial, design de produto.
• 
•
•
•
- -11
Design industrial, design de produto.
• 
Design visual, design gráfico, design comunicação.
• 
Design de ambientes ou de interiores.
• 
Design de moda, design de joias.
• 
Design de superfície, design têxtil.
• 
Design de informação, design de hipermídia, design digital, design de games, design de animação.
• 
Design sustentável e ecodesign.
Contudo, o design permanece nas bases conceituais dos procedimentos: a criação, o projeto e o desenvolvimento
de produto ou serviço. O design se expande em denominações influenciando e sendo influenciado pela busca de
respostas ao que foi proposto. São questões mais abrangentes levadas aos profissionais do design, que
incorporam “atitudes e desafios políticos e sociais, deixando de lado a fragmentação das áreas e subáreas
divisórias em busca de um pensamento projetual mais amplo e consistente” (MOURA, 2015, p. 71).
Finalizando essa etapa, busca-se uma retrospectiva dos fatos da revolução industrial que, por suas invenções
estão contidas na história do . Veja no quadro o resumo dos períodos da Revolução Industrial.design
•
•
•
•
•
•
VOCÊ QUER VER?
A Invenção de Hugo Cabret, deMartin Scorsese. O filme, baseado no livro The Invention of
, de Brian Selznick, narra a história de Hugo Cabret, uma criança que viveHugo Cabret
escondida na estação de trem em Paris na década de 1930 após a morte de seu pai. A única
coisa que ele guarda de seu pai é um robô quebrado. O mais interessante são as constantes
referências ao início do cinema, que coincide com a época da história.
- -12
Quadro 1 - Quadro síntese da história da revolução industrial, dividida em três etapas.
Fonte: Elaborado pela autora, baseada em DUARTE, 1999.
O ganha destaque com as mudanças e com o fortalecimento das empresas e das indústrias em tododesign
mundo. Contudo, há uma dificuldade de estabelecer a identidade nacional, seguindo os padrões internacionais.
Nesse aspecto a globalização afeta aos produtos que incorporam o conceito da marca, independente da região
que é concebido.
2.2.2 Design no Brasil a partir do Modernismo
O modernismo tem como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo em 1922, e
considerada um divisor de águas na história da cultura brasileira. O evento, organizado por um grupo de
intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência, declara o rompimento com o tradicionalismo
cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolismo e a arte
acadêmica. Mas, para incorporação deste novo estilo, levaram-se alguns anos (COELHO, 1990).
De acordo com Landim (2010), no processo de industrialização, o modernismo contribuiu com a simplificação
das formas e funções, como no caso da indústria automotiva, pois havia uma necessidade de qualificar a mão de
obra para atender ao desenvolvimento do setor.
A seguir, iremos apresentar o desenvolvimento do por áreas.design
• Arquitetura
Houve uma grande expansão da arquitetura moderna brasileira a partir da década de 50, atendendo a clientes
públicos e privados. A casa construída pelo arquiteto Gregori Warchavchik, em São Paulo, no ano 1927, é
considerada a primeira casa modernista do Brasil. Mas foi o Edifício do Ministério da Educação, construído em
1936, no Rio de Janeiro, projeto do arquiteto Lúcio Costa, considerado o marco do Modernismo.
Deve-se registrar a construção do Museu de Arte de São Paulo, projeto de Lina Bo Bardi em 1957 e inaugurado
em 1968. Como também, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1954, projetado por Afonso Eduardo
Reidy (CARVALHO, 2005).
Oscar Niemayer (1907 -2012) foi um dos líderes modernistas na arquitetura e contribuiu efetivamente com seus
•
- -13
Oscar Niemayer (1907 -2012) foi um dos líderes modernistas na arquitetura e contribuiu efetivamente com seus
inúmeros projetos. Carvalho (2005) completa que, entre tantas obras, a cidade de Brasília foi um dos grandes
desafios. A capital brasileira foi construída na velocidade de um mandato do presidente Juscelino Kubitschek de
Oliveira (1956-1961) e Niemeyerplanejou uma série de edifícios, para configurá-los em poucos meses.
• Mobiliário - Artistas e Designers
Com objetivo de atender à demanda por criações modernas das classes médias cultas que buscavam atualizar-se,
surgem as organizações de arquitetos e artistas em pequenos grupos.
Cardoso (2008) apresenta alguns exemplos que merecem destaque como: Joaquim Tenreiro; Estúdio Palma -
Lina Bo Bardi e G. Palanti; Móveis Z - Zanine Caldas; Forma; Unilabor; Oca - Sérgio Rodrigues; Mobília
Contemporânea - Michel Arnoult; L’atelier - Jorge Zalszutin; Mobilínea - Ernesto Hauner.
A aproximação de desenho do móvel moderno com certos objetos da cultura brasileira e a não preocupação com
modismos, acentuam o espírito de brasilidade. O Sérgio Rodrigues foi premiado com a poltrona Sheriff,designer
durante a IV Bienal do Móvel, na cidade de Cantu - Itália, em 1961, conforme Cals (2000).
Os conceitos de móveis em série, modulados e mais acessíveis, ganharam dimensões, segundo Cardoso (2008).
Clique nos itens a seguir para ver eventos de destaque do período.
• 
Geraldo de Barros, Zanine Caldas, Sergio Rodrigues, entre outros, projetam de acordo com a
racionalização do processo produtivo, desde o início até a embalagem.
• 
Machel Arnould é um dos grandes representantes desta forma de criação.
• 
José Carlos Bornancini teve fortes vínculos com o uso de novas tecnologias industriais.
• 
José Carlos Bornancini, em parceria com Nelson Ivan Petzold, desenvolveu mais de duzentos
produtos, para diversos segmentos da indústria: computadores, maquinário agrícola, móveis,
brinquedos, armas, interiores de elevadores e utensílios domésticos.
• O desenvolvimento do Design Gráfico
O início da década de 1970 foi um período ainda conturbado pelos problemas políticos. A situação havia
mudado, e com o progresso desta atividade, os recursos gráficos passaram a ser usados para atender aos novos
padrões de criação e propagandas de produtos diversificados.
A simbologia ganha espaço, sendo este, o momento de criação de diversas instituições financeiras e industriais.
Cardoso (2008) relata o surgimento do tropicalismo, um novo estilo de música na voz de Caetano Veloso cuja
capa do disco LP despertou muito interesse. São variados acontecimentos que ampliam as formas de atuação
para o gráfico.designer
As contribuições de Aluísio Magalhães foram muito importantes como defensor do . Ele foi sucesso nadesign
Bienal de Veneza, desenvolveu várias marcas para instituições bancárias, industriais, datas comemorativas.
Criou o padrão monetário do cruzeiro, em 1967, e desenhou as notas do cruzeiro novo, em 1976.
•
•
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- -14
Assim, o gráfico no Brasil se destaca nos cartazes, marcas, na indústria fonográfica (com as capas dedesign
discos de vinil), nos projetos editoriais (capas de livro, revistas e jornais), na televisão, propagandas, entre
outros (CARDOSO, 2008).
• Início das instituições de Ensino do Design
A primeira escola de ensino do no Brasil foi a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), no Rio dedesign
Janeiro. A constituição da escola ocorreu no período de transição de governos em 1960 e o golpe militar de 1964,
o que afetou os métodos de ensino e a estrutura pedagógica da instituição. No início, a escola buscou seguir os
métodos da Bauhaus, entre as ciências humanas e o conhecimento tecnológico. Mas, em 1968 houve mudanças
no seu foco pelas restrições da ditadura e foi pressionada a ter um direcionamento de ensino tecnológico
(SOUZA, 1996).
Em 1956, em Belo Horizonte, a Escola de Artes Plásticas (oriunda da U.M.A. - Universidade Mineira de Arte -
Fundação Educacional), realizou o primeiro vestibular para os cursos de 1957. Em 1964 ela passou a ser a
Fundação Mineira de Arte - FUMA, hoje Escola de da Universidade do Estado de Minas Gerais (OZANAN,Design
2005).
• Tendência de um novo tempo
O brasileiro, em concordância ao modelo pós-moderno na década 1980, produziu pouco. Mas é nesta fasedesign
que se inicia um novo processo para o reconhecimento de uma estética multicultural brasileira. O fechamento de
grandes empresas, no final dos anos 80, coincidiu com a falta de investimentos e de obras públicas, uma das mais
graves crises vividas no Brasil. A globalização acelerada na década de 90 modificou o quadro de atuação,
contribuindo para a formação de grupos de profissionais (LANDIM, 2010).
Uma nova perspectiva para o por meio da decodificação do próprio pluralismo étnico e estético local, cujodesign
exemplo, de forma mais segura, apresenta como uma nova cultura projetual, evidenciada a partir dos anos 1990.
A história do se integra à história dos objetos e da humanidade. Na imagem a seguir, é possíveldesign
acompanhar alguns fatos pela síntese da linha do tempo.
VOCÊ SABIA?
Em 1998, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, assinou um decreto
instituindo o dia 5 de Novembro como o Dia Nacional do , data de nascimento de AluísioDesign
Magalhães. O artigo “O design diferencial de Aloísio Magalhães” apresenta algumas definições
sobre os conceitos de e faz um paralelo com a atuação do brasileiro Aloísiodesign designer
Magalhães, considerado um dos mais influentes s do século 20 (NASCIMENTO, 2010).designer
•
•
- -15
Figura 5 - Imagem da resumida da linha do tempo do design, considerando eventos do século XVIII, outros 
eventos de 1900 a 2000, somente como divisão esquemática.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
O adquire reconhecimento internamente e internacionalmente, os aspectos do multiculturalismodesign
brasileiro se agregam aos elementos culturais e ao potencial criativo e despojado do brasileiro.design
2.3 contemporâneoDesign
A vida urbana em todo o mundo contemporâneo está integrada aos elementos que sistemicamente, atuam em
todas as áreas. Observa-se a expansão tecnológica, como o processo de miniaturização dos componentes
eletrônicos, que tornaram possíveis o uso de objetos e recursos de comunicação universais.
O mundo mergulhou no excesso de informações e bombardeios de recursos visuais incentivadores do consumo.
É um resultado programado pelo capitalismo e por uma estratégia estatal de geração de capital. O ritmo da vida
cotidiana é marcado pelas táticas da reprodução das relações sociais - pela compra e venda, pela reflexão no
espaço. “Numa sociedade de consumidores - um mundo que avalia qualquer pessoa e qualquer coisa por seu
valor como mercadoria -, são (subclasses) pessoas sem valor de mercado” (BAUMAN, 2008, p. 157).
Ao mesmo tempo há também correntes contrárias, que usam os recursos do para preservação ambiental.design
Há uma necessidade de mudanças em diversas áreas no mundo, no não é diferente. Nesse mundodesign
contemporâneo o tem seu papel a cumprir. Acompanhe a seguir.design
2.3.1 O que é o design contemporâneo?
Clique na interação a seguir para ler!
Atualmente, percebe-se uma popularização do uso do termo e dos conceitos que surgiram associados adesign
valores estéticos, globalizados e de domínio. Esses novos conceitos incidem sob a expansão do paradesign
outros aspectos, buscando qualificá-lo como processo criativo, inovador e provedor de soluções em quaisquer
áreas que no possa ser agregado.design
Por isso, o transita nas reflexões contemporâneas sobre as questões sociais e políticas, questionando adesign
- -16
Por isso, o transita nas reflexões contemporâneas sobre as questões sociais e políticas, questionando adesign
vida do homem (do óbvio ao absurdo) e nas angústias (éticas) da sociedade. As possibilidades são inúmeras,
lembrando, porém, que as limitações também são. Uma pesquisa realizada pela Brand ID mostra que o
consumidor brasileiro contemporâneo busca valores humanos nas marcas e tem a expectativa de construir um
relacionamento pautado pela transparência, honestidade, confiança, integridade, respeito e ética.
Nas últimas décadas, muitos s têm dialogado com as artes plásticas, principalmente ao transformar odesigner
ato de projetar numa operação. Os irmãos Campana, por exemplo, trabalham com refugos industriais, criandoum "estilo brasileiro”. São reconhecidos internacionalmente por seus trabalhos de -Arte. Elementos doDesign
cotidiano ou simplesmente produtos sem nenhum valor, são transformados em peças de caráter extremamente
artístico, com linguagem única e de possível uso. 
Dessa forma, os processos produtivos também são norteadores do conceito do nacional contemporâneo.design
As tecnologias modernas de industrialização convivem lado a lado com as artesanais, conceituando os produtos
produzidos como objetos-arte (MOURA, 2011).
Há muitos avanços que chegam até o público, como o Prêmio MCB - Museu da Casa Brasileira. EsteDesign
evento, desde 1986, vem gerando incentivo aos novos s. Contudo, muitos ficam somente no protótipo edesigner
outros são tendências que aos poucos se agregam aos produtos nacionais.
2.3.2 Quem são os designers da atualidade?
Relatam-se novos produtos dos s Carlos Motta, Rodrigo Almeida, Maurício Arruda e dos irmãosdesigner
Campana. Estes produtos premiados demonstram elementos de inovações e a qualidade técnica do , quedesign
compõem diretrizes para o brasileiro (MOURA, 2011).design
Nesta geração, de acordo com Leon (2005), surgem os produtos brasileiros fabricados por indústrias europeias.
Além dos s citados anteriormente, deve-se ainda destacar a participação de outros como: Guto Índio dadesigner
Costa, Freddy Van Camp, André Cruz, Gerson de Oliveira, Luciano Martins, Jacqueline Terpins, Camila Fix, Angela
Carvalho e Alex Neumeister.
Neste contexto, os s também utilizam a arte para propor a reflexão sobre os problemasdesigner
contemporâneos, questões sociais e políticas, criando oportunidades para que o usuário possa questionar sobre
as escolhas que a sociedade faz atualmente.
CASO
A partir do vidro e do metal, Matthias Megyeri, alemão, trouxe a reflexão sobre osdesigner
problemas contemporâneos como a insegurança e a crueldade. O atribuiu um novodesigner
conceito ao que se considera “normal” na atualidade: as grades de segurança e os recursos
utilizados para a proteção. Dessa forma, explorou e relacionou as sensações e percepções
humanas com a ingenuidade. Utilizou figuras de coelhos e pinguins, sequências de pequenas
borboletas que lembram flores e o perfil de imagens de cidade que lembram o clima natalino:
pinheiros, casas com chaminé, igrejas, fábrica e um pássaro que parece ter pousado em um
muro para observar o silêncio e a singela paisagem. Porém, essa cena é montada com objetos
cortantes, de forma a assustar. Traz a fragilidade e crueldade juntas, pelo propósito de
segurança urbana. Megyeri diz que “ s devem oferecer soluções para as necessidades edesigner
problemas reais contemporâneos [...] uso os produtos como veículo para explorar questões
sociais relevantes com abordagens críticas” (CATÁLOGO DA I MOSTRA INTERNACIONAL DE 
, 2006, p. 7 apud MOURA, 2005, p. 76).DESIGN
- -17
as escolhas que a sociedade faz atualmente.
2.4 Design e futuro
Atualmente, praticamente todos vivem no sistema, no qual quase tudo que se consome é produzido por
indústrias. Elementos e princípios do ainda passam por um processo de solidez. Assim, alguns sedesign
destacam como base para o futuro como a territoriedade, empreendedorismo e inovação. Clique nos cards a
seguir para saber mais sobre o futuro do no Brasil e no Mundo.design
Mundo
Em diversas partes do planeta, observam-se pessoas protagonistas, engajadas em soluções de problemas
socioambientais cujos métodos do contribuem com outras áreas. Médicos, engenheiros, sociólogos,design
contadores, entre outros, utilizam ferramentas do compartilhando resultados em sistemas integradosdesign
pelos recursos digitais.
Brasil
Em “O futuro dodesignno Brasil”, SILVA et al. (2012, p. 53) relata que existe “a necessidade de se desenvolver um
modelo para um novo tipo dedesigner, munido de uma compreensão mais aprofundada e bem mais complexa da
questão de valores, e da sua responsabilidade com o mercado, com a sociedade e com o meio ambiente”.
Reconhecido pela capacidade de agregar valores e oferecer melhor qualidade de vida, o design busca oferecer
contribuições para o artesanato popular e provavelmente esse será um dos caminhos para o design do futuro.
Investimentos atuais, com assessoria de institutos de fomento, estabelecem novos caminhos para a economia
nacional. Percebe-se a ascensão pela aceitação do gosto popular e dos produtos artesanais, com melhoria no
processo de produção e acabamento dos artefatos, adornos e produções experimentais.
Os exemplos de profissionais e fatos apresentados esclarecem a diversidade e expansão da nação brasileira, cujo
povo busca constante soluções harmoniosas, uma empatia pela diversidade cultural. A analogia da evolução do 
 brasileiro às diretrizes que aos poucos adquire a nitidez é um fator possível em busca de um futurodesign
identitário e promissor. Busca-se uma conscientização da realidade para conduzir o futuro do .design
2.4.1 O design nos próximos anos
Segundo Le Breton (2009, p. 112) “o homem não se insere no mundo como um objeto atravessado de
sentimentos passageiros”, ele está inserido em suas ações, nas relações com os outros, com os objetos que o
entornam. Ou seja, ele está permanentemente sob a influência dos acontecimentos e sendo por eles tocados.
A partir do paradigma da hipermídia, acima das afirmações estabelecidas sobre a relação do objeto e a sua
função, encontra-se a sistematização da acoplagem do ao corpo humano. Trata-se do vínculo entre odesign
inteligível-sensível, de forma a expandir os significados em contextos diversos.
Acredita-se na possibilidade da influência da tecnologia sobre a vontade humana. Por vezes, na
VOCÊ QUER VER?
O documentário , de Kevin Macdonald (2010) é composto por vários vídeos A Vida em um Dia
que foram selecionados dentre aproximadamente 80 mil vídeos enviados por Ayoutubers.
ideia é mostrar o que acontece em vários lugares do mundo em um único dia, 24 de julho de
2010, na vida de pessoas comuns. Disponível em:
< >.https://www.youtube.com/watch?v=JaFVr_cJJIY
https://www.youtube.com/watch?v=JaFVr_cJJIY
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Acredita-se na possibilidade da influência da tecnologia sobre a vontade humana. Por vezes, na
contemporaneidade, já existem fatos reais da sobreposição do uso de dados digitais sem a percepção ou
consentimento do usuário. É preciso considerar a relevância da tecnologia e ponderar sobre a extensão de
domínio dos produtos, que nem sempre na história foi um resultado de progresso.
Figura 6 - É preciso saber onde o ser humano se encontra e o que ele quer para visualizar o papel do design no 
futuro.
Fonte: nopporn, Shutterstock, 2019.
Certamente, há inúmeras vantagens para o ser humano em desenvolver, cada vez mais, as possibilidades
tecnológicas. Alerta-se para as aplicações do em face às subjetividades que sinalizem aspectosdesign
socioculturais e políticos.
- -19
O , no entanto, acordado aos objetivos propostos e valores destacados no desenvolvimento do projeto,design
amplia as possibilidades de sucesso quando acordado ao potencial tecnológico, em expansão pela era da
informática.
Sabe-se que o está, na atualidade, no ambiente que se conquistou, e, portanto, o que será feio a seguir,design
depende de uma infinidade de fatos que representam sua história. Sem um passado não há expectativa de
presente ou de futuro.
Síntese
Chegamos ao fim do capítulo. Conhecemos melhor como o surgiu e evoluiu. Vimos um pouco da históriadesign
do e também o que é o na atualidade. Conhecemos um pouco do no mundo e no Brasil pordesign design design
meio dos fatos históricos. Esses conteúdos auxiliaram a compreender a função do e possibilidades do design
 para o futuro.design
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• identificar elementos estruturais da disciplina;
• identificar aspectos históricos importantes para a conformação do como disciplina e área de Design
atuação profissional;
• relacionar aspectos históricos e conceitos fundamentais do ;Design
• identificar os aspectos que diferenciam o de outras atividades de configuração deobjetos de uso;design
• relacionar aspectos culturais, tecnológicos, modos de produção e sistemas econômicos com os diferentes 
momentos da história do ;design
• relacionar aspectos históricos e conceitos fundamentais do ;Design
• relacionar aspectos culturais, tecnológicos, modos de produção e sistemas econômicos com os diferentes 
momentos da história do ;design
• identificar o contemporâneo e seus expoentes;design
• visualizar e projetar o do futuro;design
• construir possibilidades futuras para o .design
VOCÊ SABIA?
Mais da metade da população mundial vive em ambiente urbano. O pesquisador Volker Minks
(2013), busca soluções para o futuro do planeta. No artigo “A Rede de Design Verde Urbano –
uma alternativa sustentável para megacidades?”, Minks destaca o trabalho da rede que
promove a proteção, criação e conexão de espaços verdes em áreas urbanas, incentivando a
biodiversidade, a segurança alimentar. Também realizam projetos em telhados verdes,
horticultura urbanas, hidroponia e aeroponia, entre outros. Saiba mais em:
< >.http://www.revistas.usp.br/revistalabverde/article/view/81089/84732
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http://www.revistas.usp.br/revistalabverde/article/view/81089/84732
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Design no Futuro x Design do Futuro
O futuro não acontece sozinho, inclusive, quando falamos de eventos naturais
como deslizamentos de terra, acontecem através dos esforços das pessoas e é
determinado, em grande parte, pela forma como as pessoas agem no meio
ambiente.
Podemos desempenhar um papel importante na formação do mundo de
amanhã, fazendo a si mesmo perguntas como: "que tipo de mundo eu quero
viver?”.
O fato é que podemos reorganizar toda a civilização para fazer o que
consideramos  melhor, tendo em mente que qualquer necessidade não
atendida a uma fatia da população impacta no padrão de vida de todos. Isso
pode incluir não apenas a proteção ambiental, mas também o projeto da
cidade, transporte, relações interpessoais e reestruturação de educação, etc.
As opções são inúmeras:
Teríamos nações separadas? Iríamos instituir um conselho consultivo
internacional? Como gerenciaríamos e distribuiríamos os recursos do mundo
para acomodar as necessidades de todos?
O DESIGN DO FUTUROO DESIGN DO FUTURO
Usaríamos o método cientí�co para tomar decisões ou con�aríamos na
política? Ou misticismo? Como lidaríamos com as diferenças nas crenças
religiosas? Consideraríamos a existência de outro sistema de distribuição que
não usa dinheirocomo meio de troca? Como evitaríamos a corrupção política?
Declararíamos leis e tratados universais?
Para projetar esse futuro é preciso estar livre de parcialidade e nacionalismo e
re�etir essas qualidades no desenho de políticas, utilizando a
multidisciplinaridade e sempre tendo em mente para quem esta sociedade
deve ser projetada.
O design é responsável por moldar o ambiente construído, o mundo digital e
os produtos e serviços que usamos. É um design que cria melhores lugares,
melhores produtos, melhores processos e melhor desempenho. No entanto,
pouquíssimos lugares, pessoas e empresas se bene�ciam do pleno potencial
do design.
O uso do design no mundo está cada vez ganhando mais espaço e ajudando
as pessoas a inovar, melhorar sua produtividade e resolver problemas
complexos. No entanto, esse potencial permanece inexplorado em muitos
lugares.  Existe um enorme potencial subutilizado que é capaz de impulsionar
a melhora de vida de muitas pessoas.
Vamos Praticar
Suponha que você, designer, foi chamado/a para redesenhar a civilização
planetária sem quaisquer limitações baseadas em como as coisas são feitas
hoje. O objetivo é ajudar a livrar o mundo da guerra, pobreza, fome,
degradação ambiental e criar o melhor mundo para todos habitantes, dados
os recursos disponíveis, pelo maior período de tempo. Lembre-se, você é livre
para reorganizar a sociedade de qualquer maneira que você ache sustentável.
A única limitação é que seu design social deve levar em consideração a
capacidade de carga do planeta, o que signi�ca que os recursos devem ser
su�cientes para suportar a vida no planeta. Como você projetaria essa
civilização? Se preferir, pode focar em uma área: política, meio ambiente,
pobreza, fome, etc. Não esqueça de aplicar o design na sua perspectiva de
futuro. Sinta-se livre para transcender o presente e buscar novas ideias
criativas. Ao �nal disponibilize seu trabalho no fórum da seção.
 
 
 
- -1
FUNDAMENTOS DO DESIGN
CAPÍTULO 3 - QUAL O IMPACTO DO DESIGN 
NA SOCIEDADE E VICE E VERSA?
Luciana da Silva Bertoso
- -2
Introdução
A sociedade atual é pautada no consumo de bens tangíveis, como roupas, móveis, videogames, carros, e
intangíveis, como serviços de turismo, eventos, entretenimento, que possuem relações profundas com o nosso
modo de ser e na organização econômica, ambiental, política, sociocultural. Entender como a sociedade funciona
nos esclarece como podemos da melhor forma trabalhar com o , bem como entender as necessidades edesign
desejos dos usuários e inovar.
As oportunidades para inovação mudam ao longo do tempo, como por exemplo, a concepção da câmera
fotográfica, que transformou-se e consequentemente a forma como tiramos, armazenamos e disponibilizamos as
fotografias mudou, principalmente com o advento da fotografia digital.
Mas porque o consumo orienta a sociedade atualmente? Será que a necessidade e desejos são voluntárias ou
criadas pelo sistema econômico? Como podemos encontrar a oportunidade de inovação? E quais os impactos do
consumo na sociedade e no planeta?
Nesse capítulo vamos entender primeiramente como os entrelaces da sociedade e os padrões de consumo têm
impactado na vida das pessoas e quais as relações dos sujeitos com a cultura material. Em seguida, vamos
entender como a ética se envolve com o consumo e consequentemente com o em suas especificidades,design
tanto dos aspectos éticos e profissional, quanto dos relacionados ao fruto do trabalho. Em seguida, vamos
abordar o campo da sustentabilidade que está em evidência e precisa ser discutido e implementado pelo .design
E, por último, vamos entender as relações entre e inovação, algo intrínseco do campo, mas que precisa serdesign
entendido para que as inovações sejam efetivas, colaborem com o bem estar social, econômico e ambiental.
Vamos estudar esse conteúdo a partir de agora, acompanhe!
3.1 e culturaDesign 
Consumimos artefatos desde uma simples colher até um complexo sistema operacional em um computador.
Nesse sentido, a cultura material sempre esteve presente na sociedade, desde os tempos da pré-história, quando
o homem começou a fabricar seus utensílios e ferramentas.
Neste tópico iremos abordas as relações entre o cultura e sociedade, por meio de estudos sobre adesign, 
sociedade de consumo e a cultura material nas relações simbólicas com o consumo. As teorias sobre a sociedade
de consumo analisam a natureza da realidade social em relação ao porquê do consumo desempenhar um papel
tão importante na sociedade contemporânea. Já as teorias sobre o consumo estudam o fenômeno em si, os
processos sociais e subjetivos que estão na raiz da escolha de bens e serviços (BARBOSA, 2010). Vamos conhecer
mais a seguir!
3.1.1 Sociedade Industrial e Sociedade de consumo
O consumo já existe há muito tempo. Entretanto, o consumo moderno é diferente do simples uso de bens
anterior, se relaciona com aspectos da sociedade industrial e da sociedade de consumo.
A sociedade Industrial surge com o advento da burguesia, após a Revolução Francesa, com a lógica de produção
mecanizada e racional, com a segmentação do trabalho nas linhas de produção. O modelo industrial era
orientado pelo produto e para a produção em massa, no qual a organização industrial permeava todas as esferas
de atividades (WACHOWICZ; SILVA, 2011).
Já sociedade de consumo para alguns autores parece ter se iniciado antes da Revolução Industrial. Barbosa
(2010) destaca de que os debates sobre seu início ficam entre os séculos XVI e XVIII. O termo sociedade de
consumo é utilizado pelos pesquisadores para denominar a sociedade contemporânea. A autora argumenta que
- -3
consumo é utilizado pelos pesquisadores para denominar a sociedade contemporânea. A autora argumenta que
nesse entendimento, o consumo está sendo utilizado para entender a compra de artefatos para além de
satisfação das necessidades materiais e de reprodução social.
Deste modo, a autora destaca algumas mudanças que ocorreram e fizeram com que se evidenciasse o consumo a
partir do século XVI. Clique nos itens para saber quais foram estas mudanças.
• 
Quantidade e modalidade de itens disponíveis, tais como, alfinetes, rendas, cosméticos, bebidas,
plantas ornamentais, dentre outros que surgiram não para suprir uma necessidade.
• 
A construção da subjetividade, expansão da ideologia individualista.
• 
Desenvolvimento de novas práticas e modalidades de consumo.
Nas sociedades tradicionais as famílias produziam para seu próprio consumo e a sociedade era definida por
grupos de – grupos tinham seu estilo de vida previamente definidos pelas roupas, atividades de lazer,status
padrões alimentares, bens de consumo e comportamento. Isso era definido em parte pelas leis suntuárias que
determinavam o que podia e não podiam para uma determinada classe, que tinham como principal objetivo
impedir a mobilidade social e os gastos exagerados com o luxo nas classes mais altas. Reforçavam a
diferenciação social e de sexo a partir das vestes. Também tinham o caráter discriminatório em relação a
minorias marginalizadas (VIEIRA, 2017; BARBOSA, 2010).
Deste modo, o estilo de vida não estava atrelado tanto a renda, e sim a um . Muitos burgueses queriam serstatus
nobres e não conseguiam, porque isso era impedido pelas leis suntuárias. O consumo de bens materiais começou
a crescer com o surgimento da moda, principalmente no vestuário. A aristocracia buscando diferenciação
trocava seu vestuário, que era copiado. Fazendo um paralelo com os dias de hoje, a pluralidade tomou conta da
sociedade, não existe uma moda, mas uma multiplicidade de grupos e indivíduos criando as suas modas
(BARBOSA, 2010).
Sendo assim, segundo Barbosa (2010) os elementos que marcariam a transição de uma sociedade de corte para
uma sociedade de consumo são: a liberdade de escolha, mudança do consumo de (pertences recebidospatma
por herança – tradição produtos com ciclos de vida mais longos) para o consumo de moda, valorização do novo e
do individual, marcada por mudanças menores, movida pela novidade.Ela se evidenciou primeiramente pelo
vestuário entre a aristocracia e depois se espalha pelos demais setores, com o efeito .trickle down
No século XIX em países como os Estado Unidos, França e Inglaterra, já existiam uma sociedade de consumo
claramente definida, e uma nova modalidade de comercialização orientada para o marketing: lojas com vitrines
voltadas paras ruas, manequins. Nesse sentido, as lojas de departamento começaram a surgir em meados do
século XIX, como a , que tinha todas as mercadorias que uma pessoa precisaria do lar e vestuário,Bon Marché
inaugurando padrões de consumo que existem até hoje, como o autosserviço e o preço fixo. Obtinham lucro pela
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•
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VOCÊ SABIA?
A teoria do efeito (gotejamento) é uma lógica de massificação de gostos vertical,Trickle down
que parte das camadas sociais mais altas para a classe baixa, que procuram imitar o estilo dos
setores abastardos em busca de prestígio e reconhecimento. Em contrapartida, o efeito Bubble
(borbulha) indica uma massificação reversa e horizontal, podendo emergir nas subculturas,up 
tribos urbanas, periferias (BRUM, SCHERER, 2006).
- -4
inaugurando padrões de consumo que existem até hoje, como o autosserviço e o preço fixo. Obtinham lucro pela
rápida circulação e barateavam o estoque, e no início do século XX os supermercados consolidaram essas
características de consumo (BARBOSA, 2010).
Barbosa (2010) apresenta os estudos de Don Slater sobre as relações entre sociedade, cultura do consumidor e
modernidade. Slater (2001 apud BARBOSA, 2010) analisa as relações em que as nossas necessidades e desejos
se organizam e descreve os pontos apresentados a seguir. Clique nos números para ler.
1
,A cultura do consumidor é uma cultura da sociedade de mercado ou seja, consumimos
mercadorias sejam produtos, serviços experiências, que foram produzidos para serem
vendidos.
2
As necessidades das pessoas são ilimitadas e insaciáveis, pela própria sobrevivência do 
sistema capitalista, pela necessidade do crescimento permanente.
3 A identidade do consumidor é mantida por suas escolhas pessoais.
4
A cultura do consumidor reforça a cultura do exercício do poder, muito se tem discutido
sobre a real liberdade de escolha dos indivíduos ou submissão a interesses econômicos. 
Nesse sentido, muitos estudiosos apontam que o que se passa por cultura nos dias de hoje é estruturado por
interesses econômicos da sociedade capitalista. Para outros, esses valores também se relacionam com aspectos
culturais, apontando que o valor dos bens está mais atrelado aos aspectos simbólicos (valor de uso), do que com
o valor financeiro (valor de troca). Sendo assim, há uma desmaterialização da mercadoria que assume valor de
símbolo (BARBOSA, 2010).
Já para Featherstone (1995 apud BARBOSA, 2010) a cultura do consumidor se resume na nossa cultura atual,
baseada em três aspectos: a produção de consumo, os modos de consumo e o consumo de sonhos, imagens e
prazeres. Na sociedade capitalista a necessidade de consumo, como consequência da necessidade de produção
em massa oriunda da Revolução Industrial cria uma falsa sensação de necessidade que nos faz consumir, por
meio do marketing e da publicidade. E embora seja exaltada por muitos como libertadora, por outro lado, é vista
como um afastamento dos valores autênticos.
Entretanto Miller (2007) traz outra perspectiva sobre a sociedade de consumo, pelas suas relações com a cultura
material. O autor aborda as especificidades do consumo e como ele se relaciona com a construção dos sujeitos,
como por exemplo, os grupos sociais. Outro aspecto relevante para o que o autor fala é sobre os processosdesign
de transformação dos sujeitos pelo consumo e de como as pessoas se apropriam dele, estendendo essa análise
para o ciclo de vida do produto no uso. O autor defende estudos sobre as especificardes dos artefatos e suas
relações sociais, por meio da cultura material e de seu consumo.
Essa especificidade não se resume a classe social e sexo, mas em relações mais profundas O ponto central que. 
Miller (2007) descreve são os das ligações humanas construídas pelo consumo. Um exemplo é a relação que as
pessoas têm com os artefatos que guardam de pessoas que já faleceram, como uma forma de ter a pessoa
VOCÊ SABIA?
O ciclo de vida de um produto não se refere apenas à evolução das vendas de um artefato
durante o seu tempo de permanência no mercado, mas à cadeia de processos que interferem
na vida de um produto, desde a extração de matéria-prima, até a sua decomposição. E a vida
útil de um produto é o tempo que este será consumido antes de ser descartado (SALCEDO,
2014).
- -5
pessoas têm com os artefatos que guardam de pessoas que já faleceram, como uma forma de ter a pessoa
presente. E, em uma fase de aceitação do luto, doam essas peças. Por isso, as mercadorias têm valor simbólico,
tanto o , quando o marketing e publicidade estudam esses valores para entender o consumo.design
Lipovetsky e Serroy (2015) descrevem que vivemos em um período de sedução das marcas que utilizam a
estética para conquistar os consumidores. Para os autores, o capitalismo se encontra em uma fase de intersecção
com a estética, e falam sobre a estetização da vida cotidiana, com a integração estético-emocional no consumo.
Isso se tornou o principal fator de concorrência das marcas. Denominado pelos autores de capitalismo artista
embasado nos ideais transestéticos.
A transestética é a nova estética do consumo, tendo a arte como protagonista. Sua dinâmica é regida por meio de
experiências de consumo. Apresenta momentos lúdicos e emocionais – com objetivo de aumentar as metas de
venda. Nesse sentido, o contemporâneo deve buscar maneiras de criar interfaces entre usuários edesigner
produtos, bens e serviços (LIPOVETSKY; SERROY, 2015).
Figura 1 - A complexidade da sociedade e os recursos tecnológicos apontam uma nova perspectiva de enxergar 
as pessoas envolvidas com o projeto.
Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
Por fim, Barbosa (2010) aponta que é difícil delimitar as fronteiras entre sociedade de consumo e cultura de
consumo. Sendo assim, apresenta uma tabela com as principais características de cada uma delas de acordo com
a revisão de literatura.
VOCÊ QUER VER?
Criança a alma do negócio, de Maria Farinha Produções (2018), é um documentário que
aborda como a publicidade e a mídia de massa impactam e a criam relações estético-
emocionais nas crianças e adolescentes. O documentário apresenta entrevistas com
especialistas, pais e os jovens consumidores e ressalta o quão influente os filhos são dentro de
casa. Assista o trailer em:
< >.http://mff.com.br/filmes/crianca-a-alma-do-negocio/
http://mff.com.br/filmes/crianca-a-alma-do-negocio/
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Quadro 1 - A sociedade de consumo descreve as relações entre sociedade e consumo, enquanto a cultura de 
consumo descreve aspectos específicos desse modelo econômico.
Fonte: BARBOSA, 2010, p. 44.
Portanto, a construção da sociedade de consumo reflete na sociedade contemporânea e consequentemente no 
. Sendo assim, ao se desenvolver produtos e serviços é preciso entender as relações entre usuário, culturadesign
e sociedade para que os resultados do projeto sejam coerentes, satisfatórios e éticos em relação às necessidades
e desejos das pessoas. No próximo tópico vamos entender melhor as relações entre ética e e como o design
pode atuar de maneira ética nos projetos.designer 
3.2 Ética no Design
A ética se relaciona com a responsabilidade perante a sociedade, conduta e caráter do indivíduo. Algumas
questões éticas já estão solucionadas por leis e regulamentações governamentais, como o plágio e a quebra de
confidencialidade e podem ser sujeitas a punição. Entretanto, algumas questões ainda estão abertas ao debate e
na prática ainda se tem muitos desafios sobre cópia e direito autoral (ELVINS; GOULDER, 2014).
Nesse sentido, o deve preocupar-se com as questões que afetam apenas os serem humanos? Adesigner
promoção dos fins éticos é justificada mesmo quando os meios exigem alguns sacrifícios éticos? (ELVINS;GOULDER, 2014).
Quais os valores éticos devem ser considerados? Por exemplo, o utilitarismo que propaga que deve-se produzir
ao maior número de pessoas possíveis. Por outro lado, será que há outras abordagens éticas a se considerar no 
? Neste tópico vamos entender um pouco sobre as relações entre ética e .design design
3.2.1 O que envolve a ética no design?
De acordo com o dicionário Michaelis (2018) a ética é um conjunto de princípios e valores que abordam a
conduta moral em relação aos valores, com base em normas consideradas universalmente válidas.
Segundo Vásquez (1995) a ética é uma ciência que lida com problemas que são caracterizados pela sua
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Segundo Vásquez (1995) a ética é uma ciência que lida com problemas que são caracterizados pela sua
generalidade, tem caráter teórico de investigar e explicar um tipo de experiência humana ou forma de
comportamento dos homens. A ética parte da consideração da história da moral ao longo dos tempos, porém não
considera nenhuma moral em particular, mas busca pela compreensão de suas diferenças. Estuda uma forma de
comportamento humano valiosa para a sociedade.
Vale ressaltar que a ética não cria moral, ela lida com as experiências histórico-sociais no campo da moral, é uma
abordagem científica dos problemas morais. A ética visa a objetividade e racionalidade. Deste modo, vale
esclarecer que a palavra moral vem do latim, e significa costume, trata de um conjunto de normas adquiridos
pelo homem. Já ética vem do grego e significa modo de ser, caráter (VÁSQUEZ, 1995).
Elvins e Goulder (2014) destacam quatro pontos relevantes para se pensar sobre ética no . O primeirodesign
aspecto é sobre a ética pessoal, visto que ela influencia as nossas decisões políticas, profissionais, e morais. O
segundo ponto é sobre pra quem trabalhamos, seja uma empresa, ou cliente, quando , até que ponto se freelances
pode rejeitar um trabalho por questões éticas? E qual o posicionamento dos seus projetos em relação à sua ética
pessoal?
Já o terceiro aspecto trata dos materiais utilizados no projeto, se têm efeitos nocivos em longo prazo, sua
procedência e os processos pelos quais é feito. O último aspecto é sobre as relações do com as suasdesigner
criações em relação ao propósito, os produtos e serviços desenvolvidos, além de atenderem os requisitos básicos
do projeto de forma e função, eles têm relevância social? Qual área da sociedade será beneficiada com suas
criações?
CASO
Elvins e Goulder (2014) descrevem o caso do desenvolvimento do personagem do cereal da
Kelloggs, que foi realizado pela agência de publicidade Leo Burnett, em 1951. A agência
contratou o ilustrador de livros infantis Martin Provensen para criar um personagem para
ilustrar a caixa. Foi escolhido o tigre Tony, que se mostrou mais popular do que os outros
personagens.
O gráfico do personagem se modificou ao longo dos anos de acordo com os interessesdesign
do público, e hoje o tigre é representado como um animal alto e forte que anda sobre duas
patas. Dentre o período de 1952 e 1995, estima-se que a Kelloggs tenha gerado US$ 5,3 bilhões
de vendas brutas no EUA. Além da embalagem, o personagem apareceu em tigelas e até em
pijamas.
Entretanto, a marca foi analisada por empresas de proteção ao direito do consumidor, e em
relação ao Sucrilhos, foi descoberto que o cereal continha um terço de açúcar e mais sal do que
o recomendado pela . Pesquisas indicam que o uso de personagens emFood Standards Agency
produtos infantis torna mais difícil de os pais dizerem não às crianças. A marca, em
contrapartida, se defende dizendo ser transparente na sua comunicação com os consumidores,
deixando suas escolhas de consumo livres.
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A ética no design envolve diversos aspectos e pessoas tais como usuários, fornecedores, meio ambiente e
sociedade. A atuação do nos projetos deve levar em consideração todos os aspectos de maneira que osdesigner 
resultados sejam eticamente coerentes, não discriminando e desrespeitando a sociedade. Nesse sentido,
Florentino et al (s/d) descrevem algumas recomendações para os s sobre éticas em seus trabalhos,designer
descritos a seguir.
Quadro 2 - Em um projeto é importante considerar os aspectos éticos, para que esse não seja ofensivo com seu 
público e não gerar controvérsias no produto ou serviço.
Fonte: FLORENTINO et al (s/d).
Quando falamos em ética no outro aspecto relevante de se abordar é sobre a propriedade intelectual. Asdesign,
VOCÊ QUER LER?
O livro “Design Inclusivo”, de Jorge Falcato Simões e Renato Bispo (2006), é um material 
utilizado por profissionais de diversas áreas do projeto que tem o objetivo de disseminar o 
 inclusivo, que é o desenvolvimento de produtos e ambientes que sejam acessíveis paradesign
diversas pessoas. Tem como objetivo contribuir através da construção do meio (produtos,
serviços, arquitetura, dentre outros) para não discriminação e inclusão social de todas as
pessoas.
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Quando falamos em ética no outro aspecto relevante de se abordar é sobre a propriedade intelectual. Asdesign,
relações entre e propriedade intelectual se dão pela inovação. Esse é um aspecto que gera muitas dúvidasdesign
e precisa ser debatido com maior frequência.
De acordo com Poli (2008) o direito autoral faz parte do gênero Propriedade Intelectual que também engloba a
Propriedade Industrial. A Propriedade Intelectual é um ramo do direito que estuda o direito exclusivo dos
autores e inventores sobre suas obras. O direito intelectual incide sobre as criações intelectuais humanas, tanto
voltadas à transmissão de conhecimentos, quanto voltadas à satisfação dos interesses materiais da sociedade.
O direito autoral entendido como um direito de propriedade gera alguns questionamentos: o direito de
propriedade seria um bem material e o direito autoral um bem imaterial, o direito autoral não extingue
plenamente o vínculo existente entre o autor e a obra, já o direito de propriedade é a transferência que rompe o
vínculo entre autor e obra (POLI, 2008).
Sendo assim, o direito autoral tem natureza jurídica dúplice: tem um aspecto pessoal, que vincula o autor a obra
e outro material, que permite sua exploração econômica (POLI, 2008).
De acordo com a Lei 9.610 (BRASIL, 1998, art. 7), “são obras intelectuais protegidas as criações do espírito,
expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se
invente no futuro. O autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica”.
O direito autoral pode ser divido em: direito moral e direito patrimonial, pertencem ao autor os direitos morais e
patrimoniais sobre a obra que criou. Tanto as obras de um autor, quanto obras de coautores exercerão seus
direitos perante uma convenção contratual. O direito moral refere-se ao criador da obra. Dá os direitos de
autoria e inserção no portfólio, bem como exploração comercial. E os direitos patrimoniais dependem de
autorização prévia e expressa do autor à utilização da obra, por quaisquer modalidades como tais como:
reprodução, edição, distribuição com contrato firmado com o autor com terceiros para uso ou exploração da
obra. Os direitos de autor podem ser totais ou parcialmente transferidos a terceiros, por meio de licenciamento,
concessão, dentro outros meios (BRASIL, 1998).
Para compreender em quais modalidades de proteção as inovações no se enquadram, apresentamos asdesign
descrições do Manual de Oslo (OCDE, 2005). Veja a seguir, algumas das formas legais. Clique nas abas.
Métodos formais
Patentes
Registros de design
Marcas registradas
Direitos autorais
Acordos confidenciais e segredos comerciais
Métodos informais
Segredos não cobertos por acordos legais
Complexidade do do produtodesign
Vantagens de tempo sobre os concorrentes
As patentes são o direito exclusivo de uma inovação por um certo período, elas dão o direito de proteção a
pesquisa e desenvolvimento, assim como os acordos confidenciais. O registro de é o principal método dedesign
proteção de desenho de um produto, bem como uma linha de produtos e marcasrelacionadas ao mesmo, os
direitos se relacionam ao uso final do produto (OCDE, 2005).
No Brasil, ocorrem alguns entraves em relação ao direito autoral e a evolução tecnológica. Tanto a proteção da
propriedade intelectual, quanto o ainda não tem amplo reconhecimento. Por outro lado, o país vemdesign
produzindo inúmeras pesquisas. Nesse sentido, a propriedade intelectual se mantém presente, porém muitas
pesquisas ainda não são implementadas em inovação por haver uma descontinuidade nesse processo (BACKX,
2013).
Já a regulamentação da profissão no Brasil divide opiniões entre pessoas que veem como positiva adesigner
obrigatoriedade do diploma, com outras que acreditam que isso desvalorizaria bons profissionais que não
possuem a formação acadêmica .
O existe no Brasil há mais de 40 anos e só agora está em vias de regulamentação. Desde a década de 1960,Design
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O existe no Brasil há mais de 40 anos e só agora está em vias de regulamentação. Desde a década de 1960,Design
período de criação da ABDI (Associação Brasileira de Desenho Industrial) vêm sendo concentrados esforços para
o reconhecimento e regulamentação da profissão e a regulamentação previa assegurar a inserção dos recém-
formados no mercado (DESIGN BRASIL, 2012).
Entretanto o Projeto de Lei 1.391 (BRASIL, 2011), que previa a regulamentação da profissão aos titulares do
curso ou pessoas com experiência mínima de três anos foi vetado por inconstitucionalidade, ou seja, por
inadequação ao artigo 5º, o qual “assegura o livre exercício de qualquer trabalho, admitindo a imposição de
restrições apenas quando houver a possibilidade de ocorrer dano à sociedade” (BRASIL, 2011).
Sendo assim, ainda há muitos desafios quando pensamos em ética no . Outro campo que está em evidênciadesign
e gera discussões é o sustentável, vamos entender mais no próximo tópico.design
3.3 e sustentabilidadeDesign
Estamos vivenciando as consequências do excesso de consumo do século anterior. No século ocorreu XX um alto
desenvolvimento econômico e tecnológico, ocasionado pelo aumento do consumo, e consequentemente pela
Revolução Industrial. Entretanto, a perspectiva que vivemos é insustentável e não poderá ser mantida por muito
tempo. Em contrapartida ao desenvolvimento econômico, temos a devastação ambiental ocasionada pelos
padrões de consumo, a desigualdade social e o aumento populacional, sobrecarregando os recursos naturais
(SALCEDO, 2014).
Nesse sentido, existem duas causas principais para a insustentabilidade que vivemos atualmente: temos um
problema de conceito em relação à economia, sociedade e meio ambiente. E também temos um problema de
comportamento em relação ao consumo de recursos naturais sem a preocupação com as consequências
(SALCEDO, 2014).
Por isso, o desenvolvimento sustentável está em evidência atualmente. Na perspectiva sustentável a economia
deixa de ser um fim em si mesma para ser uma forma de alcançar o bem estar ambiental e social. Neste tópico
iremos abordar as concepções de sustentabilidade e suas relações com o .design
3.3.1 A sustentabilidade como uma mudança de perspectiva
De acordo com Dias (2015) os impactos ambientais já existiam desde os tempos mais remotos na Pré-História
com o descobrimento do fogo, com o desenvolvimento de materiais e a queima de madeira, com a emissão de
dióxido de carbono. Entretanto, durante milhares de anos o meio ambiente não sofreu danos significativos em
nível global e os recursos por um tempo se renovavam, além da produção dos bens serem mais duráveis. A partir
da Revolução Industrial ocorreram mudanças que tiveram efeito profundo sobre as condições sociais,
econômicas e ambientais.
As cidades cresceram, com isso as pessoas foram perdendo o vínculo com o ambiente rural e consumindo cada
vez mais produtos industrializados. Nesse período já ocorria a escassez de recursos, com a falta de madeira que
era utilizada abusivamente como combustível. Desenvolveu- se a dependência de combustíveis fosseis não
renováveis: carvão petróleo e gás natural. Tiveram início a produção em larga escala, as longas jornadas de
trabalho e a massificação dos produtos (DIAS, 2015).
O ciclo de vida dos produtos foi cada vez mais reduzido, tornando os produtos obsoletos, com isso os impactos
ambientais foram se tornando cada vez mais intensos. A sociedade de consumo foi se aprimorando e produtos
que eram inacessíveis foram se popularizando. A obsolescência programada fruto da sociedade de consumo é
uma estratégia da indústria para encurtar o ciclo de vida dos produtos, visando a substituição por novos. A
satisfação das necessidade e desejos nunca é saciada e há uma desvalorização da durabilidade. A obsolescência
se consolidou com a crise de 1929, como estratégia da indústria para retomar o crescimento (DIAS, 2015; SILVA,
2012).
- -11
O desequilíbrio ecológico já tem se manifestado de forma intensa em vários lugares e impacta no nosso modo de
vida, como também dos animais. Esses problemas vêm de processos ao longo prazo e tendemos a ignorá-los por
não ter a proximidade da relação causa-efeito.
Diante dessa situação, a escolha do desenvolvimento sustentável torna-se a única opção possível, atuando em
um plano individual e coletivo. Tanto com a participação do governo, quanto de cada indivíduo (DIAS, 2015).
A transição para uma perspectiva sustentável requer a reconstrução de um modelo a partir dessa visão. O
Desenvolvimento Sustentável:
se refere à integração de questões econômicas, sociais e ambientais, de tal modo que as atividades de
produção de bens e serviços devem preservar a diversidade, respeitar a integridade dos
ecossistemas, diminuindo sua vulnerabilidade, e procurar compatibilizar os ritmos de renovação dos
recursos naturais com os de extração necessários para o funcionamento do sistema econômico
(DIAS, 2015, p. 21).
O desenvolvimento sustentável foi criado a partir do Relatório Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CMMAD), em 1987. Sua implementação é centrada nos aspectos ambientais, sociais, culturais,
políticos e econômicos. Essa perspectiva traz uma nova ética de desenvolvimento, que implica em novas formas
de pensar na utilização dos recursos de tal modo que não afete a capacidade de recuperação dos recursos
naturais. Dias (2015) aponta alguns parâmetros de crescimentos decorrentes dessa forma de atuar, listados a
seguir. Clique nos itens.
• 
Utilização de fontes de energia renováveis.
• 
Utilização e desenvolvimento de novas tecnologias que contribuam para a redução da poluição
atmosférica, do solo e dos recursos hídricos.
• 
Adoção de normas de consumo para a redução de uso de recursos.
Para isso, é necessário mudar drasticamente os padrões de vida. O Desenvolvimento Sustentável deve ser
entendido como um processo que é pautado em três pilares de acordo com a comissão da Organização das
Nações Unidas (ONU) “crescimento econômico, equidade social e conservação ambiental” (DIAS, 2015, p. 34) Na
intersecção desses três pilares ocorre o desenvolvimento sustentável.
VOCÊ QUER VER?
O filme , de Cosima Dannoritzer e Steve Michelson, conta a históriaA conspiração da lâmpada
da obsolescência programada a partir do emblemático caso da lâmpada de Livermore (cidade
da Califórnia), que funciona desde 1901. O filme traz a reflexão dessa estratégia industrial da
obsolescência e dos impactos ambientais com a produção de lixo (SILVA, 2012).
•
•
•
- -12
Figura 2 - Os três pilares da sustentabilidade, para o Desenvolvimento Sustentável ocorrer deve-se priorizar 
cada área em interdependência recíproca.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em DIAS, 2015.
Clique nas abas a seguir para entender cada uma dessas dimensões.
A trata da produção, distribuição e do consumo de bens e serviços, com objetivosustentabilidade econômica
de atender às necessidades das pessoas. Temos os problemas de desigualdade em que milhares de pessoas não
tem renda suficiente para as necessidades básicas. Para o desenvolvimento sustentável é preciso repensar esse
modelo econômico, com distribuição de

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