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Design efemero

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Prévia do material em texto

DESIGN EFÊMERO
PROFESSORES
Esp. Simone Reis Roque Gallette 
Bruno Augusto de Oliveira
DESIGN EFÊMERO 
2 
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
GALLETTE, Simone Reis Roque; OLIVEIRA, Bruno Augusto de.
 Design Efêmero. Bruno Augusto de Oliveira; Simone Reis Roque Gallette.
 Maringá - PR.:UniCesumar, 2017. Reimpressão - 2020
 174 p.
 “Graduação em Design - EaD”.
 1. Design. 2. Projeto 3. Efêmero EaD. I. Título.
 ISBN 978-85-459-0827-2
CDD - 745.4
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD 
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD 
William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação Kátia 
Coelho, Diretoria de Pós-Graduação Bruno do Val Jorge, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, 
Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima, Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria 
Carolina Abdalla Normann de Freitas, Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva, 
Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki 
Hey, Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel
 
Coordenador(a) de Conteúdo Larissa Camargo, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Arthur 
Cantarelli Silva, Designer Educacional Yasminn Talyta Tavares Zagonel, Qualidade Textual Hellyery Agda, 
Revisão Textual Helen Braga do Prado, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não somente 
para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima 
de tudo, para gerar uma conversão integral das 
pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: 
intelectual, profissional, emocional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e 
Londrina) e em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, também, 
no exterior, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. 
Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de 
excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos 
entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
boas-vindas
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
Débora do Nascimento Leite
Diretoria de Design Educacional
Janes Fidélis Tomelin
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Kátia Solange Coelho
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Leonardo Spaine
Diretoria de Permanência
autores
Professora Esp. Simone Reis Roque Gallette
Em andamento a especialização em Master Arquitetura e Light Design pela ins-
tituição IPOG. Especialista em Projeto de Interiores na instituição Unicesumar 
(2016). Arquiteta e Urbanista, graduada pela instituição Unicesumar (2013).
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e 
publicações, acesse seu currículo, disponível no endereçoa seguir:
 <http://lattes.cnpq.br/7850255295846116>.
Professor Bruno Augusto de Oliveira
Arquiteto e Urbanista, graduado pela instituição Unicesumar (2012).
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e 
publicações, acesse seu currículo, disponível no endereço a seguir:
<http://lattes.cnpq.br/2008804729240268>
apresentação
DESIGN EFÊMERO
Caro(a) aluno(a), você iniciará, agora, o estudo sobre design efêmero, que será de grande 
importância em seus conhecimentos profissionais e pessoais. Tal aprendizado abrirá 
campos para o emprego do design, sendo, também, uma possibilidade a mais de atuação. 
Esse material foi pensado para que você exerça sua criatividade e aprenda 
os processos de execução dos projetos efêmeros. Tendo isso em vista, iniciare-
mos fazendo um gancho sobre o que é design efêmero e sobre como a história 
influenciou na chegada ao conceito que conhecemos hoje. Conceituado o tema, 
apresentaremos sua pluralidade, mostrando que o design efêmero é importante 
em várias áreas, sejam elas de lazer ou trabalho, referenciando as possibilidades 
de aplicação do conhecimento.
Conhecendo as áreas, explicaremos a você sobre a relação com o homem e, 
para isso, falaremos sobre a motivação cognitiva em se fazer o design efêmero e 
sobre os sentimentos que ele transmite. A seguir, apresentaremos a importância 
da sustentabilidade e o design social, ferramentas que estão atreladas ao uso do 
design.
Depois, demonstraremos como a efemeridade está presente no meio urba-
no, nas áreas corporativas, no âmbito artístico e, até mesmo, na publicidade. Por 
fim, você analisará como o design efêmero é usado diante de grandes eventos ou 
festivais. Fecharemos o estudo da unidade analisando a tecnologia, ajudando na 
produção e desenvolvimentos dos projetos efêmeros.
Na última etapa, procuramos demonstrar exemplos, retomando os assuntos 
estudados no decorrer deste material, por isso, faremos a mistura entre arte, en-
tretenimento, urbanismo e vitrinismo, trazendo, novamente, a pluralidade, fri-
sando que a área do design efêmero é muito abrangente.
Esperamos que você possa continuar com o trabalho que foi iniciado neste livro; 
nosso intuito é que compreenda que um projeto de design efêmero deve levar em 
conta vários aspectos em seu momento de criação, dentre eles os principais: sustenta-
bilidade, geração de emoções, design social e inovação. Tenha um bom estudo e que 
seus projetos se realizem.
sumário
______________
UNIDADE I
FUNDAMENTOS DO DESIGN EFÊMERO
14 Conceitos e Fundamentos do que é Efêmero
16 Breve Histórico da Relação do Design com o 
Efêmero
19 Design Efêmero na Contemporaneidade
21 Pluralidade Efêmera nos Espaços 
24 A Relação da Efemeridade com a Arquitetura
38 Referências
40 Gabarito
_______________
UNIDADE II 
RESPOSTAS COGNITIVAS NO DESIGN EFÊMERO
46 A Relação do Homem com o Design Efêmero
48 Estímulo Psicosensorial no Design Efêmero
51 Design Social
54 Sustentabilidade 
58 Acessibilidade Atribuída no Design Efêmero
73 Referências
76 Gabarito
_______________
UNIDADE III 
TIPOS DE DESIGN EFÊMERO
82 Intervenção e Requalificação Urbana
85 Cenário e Arte
89 Instalação Expográfica
93 Vitrinismo
97 Stands Corporativos e Arquitetura Promocional
111 Referências
113 Gabarito
_______________
UNIDADE IV 
OUTRAS POSSIBILIDADES DO EMPREGO DO DESIGN 
EFÊMERO
120 Eventos Festivos e Eventos Culturais Étnicos
123 Shows e Festivais de Música
126 Tecnologias na Produção e Divulgação do Efêmero
129 Equipamentos Urbanos Efêmeros
132 Urbanização Efêmera
141 Referências
143 Gabarito
_______________
UNIDADE V 
CORRELATOS DO DESIGN EFÊMERO
150 Obras de Christo e Jeanne Claude
153 Arte Urbana, Os Gêmeos
155 As Vitrines da Louis Vuitton
158 Feira Livre da Av. Mauá na Cidade de Maringá
160 Burning Man Festival
170 Referências
171 Gabarito
173 Conclusão Geral
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Conceitos e fundamentos do que é efêmero
• Breve histórico da relação do design com o efêmero
• Design efêmero na contemporaneidade
• Pluralidade efêmera nos espaços
• A relação da efemeridade com a arquitetura
Objetivos de Aprendizagem
• Discorrer sobre o que é Efêmero em seus aspectos gerais, 
explicando a expressão e contextualizando em relação ao 
design.
• Demonstrar acontecimentos históricos que reforçam a 
importância entre design e efemeridade, até chegar à 
definição do design efêmero.
• Contextualizar a época atual com os diferentes tipos de 
design efêmero. 
• Exemplificar aplicações de design efêmero relacionadas 
aos espaços.
• Apresentar os modelos de arquitetura efêmera e sua 
contribuição.
FUNDAMENTOS DO 
DESIGN EFÊMERO
Professora Esp. Simone Reis Roque Gallette 
Professor Bruno Augusto de Oliveira
I
unidade
INTRODUÇÃO
Olá aluno(a), seja bem-vindo(a) à primeira unidade do livro da disciplina de 
Design Efêmero. Mergulharemos nesse conceito, aprimorando seu conheci-
mento acerca deste tema tão atual. Primeiro, queremos lhe perguntar: você 
sabe o que é efêmero e o que significa esta expressão? Fazendo um gancho no 
campo do design, explicaremos os dois termos e esclareceremos sua junção.
Começaremos conceituando o design, referenciando estudiosos que 
discorrem sobre o tema, em épocas diferentes. É importante lembrar que 
a expressão design é tão atual quanto o seu conceito humano, sendo assim, 
uma prática multidisciplinar. Logo depois, o significado do efêmero, com 
seu caráter passageiro, tomará conta da sua atenção, e apresentaremos seu 
significado literal, fazendo uma análise do conceito. Exemplificadas e com-
binadas, as palavras Design e Efêmero se unem para formar o objeto de 
estudo deste livro.
A seguir, mostraremos a importância de contextualizar a história do 
design, trazendo as transformações que levaram até o entendimento do 
design efêmero. A maneira como vivemos hoje foi influenciada pelo pas-
sado, seja nos provocando a quebrar paradigmas ou dando base aos con-
ceitos atuais que poderão ser explicados a seguir, na reflexão do tema 
junto à contemporaneidade.
Após, situaremos você na pluralidade dos espaços efêmeros, vale lem-
brar que passearemos por uma área que engloba o design gráfico, design de 
produtos, arquitetura e urbanismo, comunicação visual, arte, moda, even-
tos, intervenção urbana, promoções sociais, publicidade, corporativismo 
dentre outros, que, funcionando juntos ou separados, podem mudar a ma-
neira com que o espectador faz a leitura dos locais.
Por fim, falaremos, nesta unidade, sobre o contexto da arquitetura re-
lacionada à efemeridade. Várias formas de usar as estruturas temporárias a 
fim de criar novos espaços ou mudar os espaços atuais. Daremos, também, 
ênfase a aplicação da arquitetura emergencial, que possui ligação direta aos 
conceitos da efemeridade. Pronto(a) para começar esse estudo? Boa leitura!
DESIGN EFÊMERO 
14 
Anteriormente, conhecemos as ocorrências efême-
ras como temporário e transitório, sendo assim, pre-
sente em nossas relações desde sempre. Porém, hoje 
em dia, o termo “design efêmero” é mais utilizado, 
devido ao fato da sociedade contemporânea produ-
zir, de forma muito rápida, informações, produtos, 
consumo, ou seja, toda a vida é mais rápida na atua-
lidade, exigindo, assim, uma valorização do conceito 
do design efêmero.
Ao contextualizar o que é design efêmero, preci-
samos expor o significado das expressões “design” e 
“efêmera”.
O design é, para Miller (1988), o processo de 
pensamento da criação de algo, seja um produto, 
uma fala, uma escrita, um desenho, uma mode-
lagem, uma construção e etc. Esse processo pode 
acontecer de diversas maneiras, por meio das nos-
sas vivências, das experiências emocionais, visuais e 
CONCEITOS E FUNDAMENTOS 
DO QUE É EFÊMERO
Figura 1 - Expografia de arte urbana efê-
mera, na semana do Design em Milão
 DESIGN 
 15
efetivas. E são multifacetados, tendo, como ideia, a 
solução de aspectos problemáticos.Então, é preciso 
uma compreensão sobre o objeto, por meio de me-
todologias variadas. 
Ozio (2011, p. 8) determina o design como sen-
do uma ideia ou um plano, que soluciona uma de-
terminada problemática. Para a concretização, são 
necessários alguns elementos, como projetos, cro-
quis, amostras, modelos e outros, para tornar, visu-
almente, perceptível. 
A utilização da palavra design é tão atual quanto 
o seu conceito, abrangendo diversos conhecimentos 
humanos, sendo assim, uma prática multidiscipli-
nar. Igualmente, a manifestação efêmera é, usual-
mente, da sociedade contemporânea, sendo tudo o 
que é transitório e temporário. Anexando a maneira 
como a sociedade vive e se organiza, um exemplo 
disso são os produtos de tempo de vida programado.
Como você pôde observar, a palavra efêmera 
é compreendida como um adjetivo, a qual origina 
do latim ephemeron e deriva do grego, que possui 
outros adjetivos, sendo o significado o novo, lança-
mento e moderno (OZIO, 2011).
 Portanto, o design efêmero é expresso por meio 
de manifestações transitórias apresentadas às pesso-
as em forma de produto, de intervenção, de crenças, 
de política e de cultura. São tantas as informações 
por nós absorvidas com rapidez que podemos ver 
que a efemeridade é mais comum em nossas vidas 
do que imaginamos. Como profissionais, devemos 
ter esse olhar para acompanhar o mercado e intera-
gir o processo de criação com o meio.
Figura 2 - Intervenção de arte urbana efêmera, 
“Flying Umbrellas”, Grécia
DESIGN EFÊMERO 
16 
Convido você a voltar um pouco no tempo e ter a 
oportunidade de observar que ocorreram mudanças 
significativas em nossas vidas, como expectador e 
criador. É importante falar sobre alguns momentos 
que antecedem o surgimento do design e, conse-
quentemente, da efemeridade.
Dando início aos dados históricos, apresentare-
mos o surgimento do design na Revolução Indus-
trial. Segundo Silva et al. (2012), ocorreram mudan-
ças no meio de produção, substituindo o trabalho 
humano pelo trabalho mecânico. Com o surgimento 
das novas fontes energéticas de combustíveis fósseis, 
BREVE HISTÓRICO DA RELAÇÃO 
DO DESIGN COM O EFÊMERO
Figura 3 - Releitura Cadeira 
Eames, criada 1943
 DESIGN 
 17
ocorreram transformações importantes no rumo da 
humanidade, contribuindo para o aparecimento do 
design.
Dessa maneira, houve um crescimento das in-
dústrias, muito rápido, com aumento na produção e, 
consequentemente, com a baixa qualidade dos pro-
dutos, pois o criador não tinha acesso a todas as fases 
de produção. Pensando nisso, William Morris (1834-
1896) desenvolve um movimento chamado Artes e 
ofícios, que defendia a qualidade artística dos produ-
tos, como retrata Malpas (2001 apud SILVA 2012, p. 
14). O trabalho passa a ter um cuidado melhor com 
a criação, tornando inviável o custo da manufatura. 
Figura 4 - Escola Bauhaus em Dessau, na Alemanha, 
por Walter Gropius
Figura 5 - Releitura poltrona “The Swan”, realizado 
por Arne Jacobsen, na escola Bauhaus
Fundamentado nesse pressuposto, surgiu uma escola 
para desenvolver produtos com baixo custo e de qua-
lidade, chamada Bauhaus, em 12 de abril de 1919, na 
Alemanha. A Bauhaus foi uma escola cujo objetivo 
era unir a funcionalidade com aspectos sociais, apli-
cando produções em massa e lançando a arte junto 
com a técnica. Ainda, após o fim, esta escola influiu 
espalhando o design para o mundo e suas criações são 
importantes até hoje; para Heskett (2008 apud SILVA 
2012, p. 17), os produtos criados existentes não são 
substituídos pelos novos, mas, sim, transformados.
Assim foi fundada a Bauhaus. Seu escopo 
científico era concretizar uma arquitetura mo-
derna que, como a natureza humana, abran-
gesse a vida em sua totalidade. Seu trabalho 
se concentrava, principalmente, naquilo que, 
hoje, tornou-se uma necessidade imperativa, 
ou seja, impedir a escravização do homem 
pela máquina, preservando da anarquia me-
cânica o produto de massa e o lar, insuflan-
do-lhes, novamente, sentido prático e vida. 
Isto significa o desenvolvimento de objetos e 
construções projetados expressamente para 
a produção industrial. Nosso alvo era o de 
eliminar as desvantagens da máquina, sem 
sacrificar nenhuma de suas vantagens reais.
Fonte: adaptado de Gropius (2001).
SAIBA MAIS
DESIGN EFÊMERO 
18 
P
odemos observar que os dados históricos do passado implicam, até 
hoje, na contemporaneidade, então, perguntaremos a você quando a 
expressão do design se fundiu com o efêmero?
Foi após o fim da guerra, em que houve um crescimento das peque-
nas empresas, auxiliando na produção em grande escala e tornando estes produ-
tos acessíveis a toda a população, com isso, a publicidade surgiu para singularizar 
os produtos e incentivar o consumo.
Desse modo, a vida das pessoas se tornou mais dinâmica, aumentando, por 
consequência, o consumo. Como diz Zacarias e Takada (2015), vivemos uma era 
de consumismo, no qual perdemos nossa identidade e buscamos mais o reflexo 
da efemeridade.
No século XX, o crescimento da população, bens capitais e império tecnoló-
gico geraram uma mudança importante que reflete, até os dias atuais, o consumo 
individualizado. O produto que, antes, era construído para obter durabilidade, 
agora, passou a ser elaborado com rapidez e ter a vida programada, ou seja, são 
renováveis e efêmeros. A partir daí, surgiu a junção do design com o efêmero e, 
consequentemente, que reflete na identidade e na vida das pessoas.
O consumidor é atraído pelo o que é novo, belo e luxuoso, valorizando a 
estética como uma necessidade que traz a felicidade e prazer. Isto não implica na 
falta de personalidade, e, sim, em uma projeção de um modelo que você quer ser. 
O presente se torna desinteressante, e o novo sendo algo desejável. 
 DESIGN 
 19
Neste conteúdo, queremos dar sequência e relacio-
nartudo que vimos nos estudos anteriores com a 
atualidade. Fazer você compreender que aconteci-
mentos importantes resultam no modo em que vi-
vemos e evoluímos, nos âmbitos da sociedade e de 
comportamento.
Para melhor entendimento, é necessário a com-
preensão sobre a história do consumismo pós-guerra. 
No ocidente isto é bem implícito, por exemplo, nos 
Estados Unidos, os produtos têm influência sobre as 
grandes produções em massa, pois o objetivo é ter 
vida útil programada e renovação, fazendo com que a 
necessidade seja “ter mais”, ser efêmero. Como diz Sil-
va (2012), esta abordagem é chamada styling. Na Su-
íça, o objetivo tem um apelo mais social, valorizando 
o produto, sendo algo durável e com qualidade maior.
DESIGN EFÊMERO 
NA CONTEMPORANEIDADE
Figura 6 - Videomapping no 
festival das luzes, Bratislava
DESIGN EFÊMERO 
20 
Atualmente, o consumo acelerado e efême-
ro causa grandes quantidades de lixo; desse modo, 
o mesmo pensamento de consumo, também, deve 
atrelar o pensamento de consciência e cuidados com 
o meio externo, ou seja, a sustentabilidade. Criar 
uma relação positiva para com o meio, preocupan-
do-nos com as futuras gerações, preservando o meio 
ambiente em que vivemos.
Além da sustentabilidade, outro fato importante 
para atualidade é a tecnologia. Hoje, com a globa-
lização, não há barreiras, quem domina são as cul-
turas com poder maior de representatividade e de 
economia. Vemos que não há limites, e, sim, ade-
quações, como a máquina de lavar criada pela em-
presa Whirpool na Inglaterra, teve que ser adequada 
ao Brasil, acrescentando a função molho, segundo 
Heskett (2008 apud SILVA, 2012, p. 27). Segundo Dormer (1995 apud SILVA, 2012, p. 26), a 
geração atual nasce e cresce sujeita a restrições im-
postas pela geração mais velha. Isso gera uma asso-
ciação do existente ao conceito de restrição ou ao 
antiquado e sua consequente rejeição. No entanto a 
geração mais nova passa à condição de atual, e sur-
gem os seus descendentes, que passarão a rejeitar 
seus status e redescobrir as qualidades de seus avós. 
Este pensamento reforça a ideia de renovar e 
modificar o meio, visto que a dinâmica da vida é 
expressano design, tornando-o efêmero, e pode ser 
exemplificada nas manifestações em várias escalas 
de nosso cotidiano e convívio, tal como as manifes-
tações artísticas urbanas, o grafite; até mesmo, na 
publicidade, na constante troca de propagandas nas 
mídias sociais ou em uma determinada marca que 
reformula sua logo; também, uma releitura de um 
produto, seja um mobiliário ou uma roupa.
Neste conceito, estamos em uma busca inces-
sante de melhorar e aprimorar, contribuindo para o 
futuro e refletindo sobre o nosso presente. 
Figura 7 - Máquina de Lavar
Figura 8 - Cafeteira Italiana Vintage
Este intercâmbio globalizado faz com que se mistu-
rem as culturas e diminuam as distâncias, melho-
rando os âmbitos sociais e políticos. A tecnologia, 
além dessa universalização, também nos permite, 
como profissionais, expandir nossa maneira de re-
presentar e de se comunicar com as pessoas, tornan-
do flexível, dinâmico e efêmero o trabalho.
 DESIGN 
 21
Segundo Carlos (2007), o lugar pode ser descrito 
como a base do desenvolvimento da vida com a lei-
tura da identidade criada na relação dos usos dos es-
paços. No decorrer do dia, você passa ou permanece 
em vários locais, pare e pense: quantos deles pos-
suem composições temporárias? Queremos ampliar 
sua visão sobre o que é passageiro e explicar quanto 
diversificado pode ser.
Para isso, observe que o efêmero, nos espaços, é 
relacionado a elementos como: design gráfico, de-
sign de produtos, arquitetura e urbanismo, comuni-
cação visual, arte, moda, eventos, intervenção urba-
na, promoções sociais, publicidade, corporativismo 
dentre outros. Esses conhecimentos podem funcio-
nar juntos ou separados, interferindo na maneira 
em que lemos os lugares ou criando novos espaços. 
PLURALIDADE EFÊMERA 
NOS ESPAÇOS 
Figura 9 - Festival Mundial de Cine-
ma, ao ar livre, Amsterdã, Holanda
DESIGN EFÊMERO 
22 
Obras de arte temporárias e intervenções urbanas 
podem mudar a maneira como você enxerga o espaço 
em um determinado momento, durando pouco tempo 
ou permanecendo. Segundo Cartaxo (2009), as poéti-
cas contemporâneas voltadas para as intervenções nos 
espaços públicos inscrevem a cidade na obra.
Outro exemplo é a arquitetura para habitações 
emergenciais, que deve ser ágil, com produto final 
eficaz e transitório, que acomode populações afeta-
das por catástrofes e razões diversas, que necessitam 
de abrigo temporário. “Uma obra efêmera é aquela 
que tem já em seu início a anuência que precisa ser 
desmontada, os caminhos que se abrem diante des-
ta condicionante de projeto são diversos” (SCÓZ, 
2009. p. 53).
Uma rua, uma praça ou um vazio urbano, tam-
bém, pode ser modificado por meio do uso, criando 
espaços temporários. A Feira Livre, por exemplo, 
formada pelas barracas, caminhões e pessoas intera-
gindo, gera novas qualidades para o espaço ocupado 
por atividades diferentes das cotidianas.
A maneira como compramos e consumimos é 
influenciada pelo uso do design efêmero. Você pode 
ser surpreendido com elementos que chamem sua 
Figura 10 - Exposição de arte
Figura 11 - Food Trucks no Centro Cívico de 
Denver, Estados Unidos da América
 DESIGN 
 23
atenção em primeiro plano, para mais tarde dire-
cionar a um produto. Grandes redes de lojas usam 
o efêmero com a finalidade de fortalecer a marca e 
gerar interações com os públicos. Para consumir o 
objeto novo apresentado, seja ele uma tendência de 
moda ou de comportamento, é necessário que o in-
divíduo localize o novo.
Caro(a) aluno(a), concluímos que a pluralidade 
efêmera pode interagir em espaços estabelecidos, 
modificando seu uso e transferindo um caráter visu-
al momentâneo, ou pode criar novos espaços, inde-
pendentes do local que estará inserida. 
Temos, como exemplo, as instalações efême-
ras, produzidas no Brasil, dos artistas Marcelo 
Terça-Nada e Brígida Campbell. Eles formam 
o grupo Poro, existente desde o ano de 2002, 
e fazem o trabalho de produção da arte efê-
mera, em forma de adesivo, inserida no co-
tidiano urbano. 
Fonte: adaptado de Salles (ÉPOCA, 2015, on-line)1.
SAIBA MAIS
Figura 12 - Vitrine da marca de luxo Louis 
Vuitton, em Londres, Inglaterra
http://poro.redezero.org/
DESIGN EFÊMERO 
24 
É fato que a arquitetura efêmera tem data antiga e 
sempre esteve presente por meio do mundo, porém 
consolidada de forma independente, por meio de téc-
nicas primitivas herdadas. Os povos precisavam se lo-
comover em busca de alimento e melhores condições; 
assim, surgiam, como exemplo de efemeridade às ha-
bitações nômades, os iglus ou as tendas no deserto.
Hoje, as necessidades de arquiteturas que se desmon-
tam vão além de abrigar o homem, criando, assim, para 
o profissional, um amplo campo de trabalho, exigindo 
interação com outros profissionais, investigadores e, até 
mesmo, conhecimento de novas tecnologias. Assim, é 
importante salientar que devemos traçar estratégias com 
desempenho econômico e social, tendo em vista adequar 
a função e valorizar a vida comunitária em seus vários as-
pectos, citados por Duarte (2007, on-line)2, a Arquitetura 
de emergência, a de representação, a de acontecimentos 
sociais, a de espetáculo ou de festa, dentre outros.
A RELAÇÃO DA EFEMERIDADE 
COM A ARQUITETURA
Figura 13 - Concerto na 
Marina Bay, Singapura
 DESIGN 
 25
Na arquitetura do espetáculo, temos um forte 
exemplo com a música. Os shows saíram das salas 
de concerto tomando as praças, as ruas, os estádios 
e os parques. Ao assimilar a escala da cidade e do 
território, os espetáculos tiveram a preocupação em 
demarcar espaços e criar identidade pessoal, usando 
estruturas temporárias variadas.
Outro fator, é a maneira de viver de alguns povos, 
que querem distanciamento das cidades ou criar um 
novo modelo de sociedade; a arquitetura efêmera 
vem de maneira espontânea, começando, mais tar-
de, a ser estudada e aprimorada. Exemplo disso são 
os circos com suas tendas e moradias itinerantes. É 
nítido um sistema estrutural pensado na resistência 
perene e na facilidade de montagem e transporte, as 
lonas tensionadas, agora, são mais aprimoradas por 
meio da tecnologia. 
Os acontecimentos comemorativos, como casamen-
tos e aniversários, carregam, por vezes, um imaginá-
rio lúdico que é montado pela arquitetura efêmera.
Ao tratar um evento como um espaço de entrete-
nimento, onde é necessária a criação de atrações e 
a capacidade de seduzir diversos públicos, se abre 
espaço para exercer a criatividade, desta forma 
aqueles que criam e gerenciam eventos acabam 
por romper as barreiras já conhecidas e fazem 
que os eventos conhecidos pelo público se tornem 
mega eventos que proporcionam entretenimento, 
lazer e diversão para os mais diversos públicos 
(NETO, 2012 apud SANT’ANA, 2016, p. 27).
Figura 14 - Festival do teatro de rua “Ana De-
setnica”, em Ljubljana, Eslovênia
Figura 15 - Circo Du Soleil, em 
Montreal, Canadá
Fora os conceitos físicos, outro fator importante é 
como organizam suas moradias, criando espécies de 
pequenos vilarejos que devem conversar com o ter-
ritório local. Para Kuhlhoff (2012), a manutenção de 
um objeto arquitetônico nômade, como o circo, só é 
possível devido a um rígido sistema baseado nas rela-
ções familiares, e, desta forma, existe um padrão que se 
repete e é aprimorado ao longo das gerações circenses.
Além dos fatores citados anteriormente, trare-
mos, agora, para você a relação do efêmero com ar-
quitetura emergencial.
DESIGN EFÊMERO 
26 
Ocorridos espontaneamente, os fenômenos naturais 
transformam o cotidiano de muitas pessoas. O termo 
“fenômeno natural” refere-se a qualquer manifesta-
ção proveniente da natureza que se relaciona com a 
dinâmica da Terra: tempestades, tornados, enchentes, 
secas ou, ainda, terremotos, tsunamis, erupções vul-
cânicas etc. Além desses fenômenos, populações que 
convivem com conflitos constantes ou que sobrevive-
ram a guerras necessitam de apoio emergencial. 
Anders (2007, p. 58) diz que o abrigo deve ser aces-
sível, ter uma fonte de água, sistema sanitário,siste-
ma de alimentação e médico. Todas as necessidades 
são imediatas, mas devem ser lidas como provisó-
rias, apenas, até a reconstrução das casas afetadas. 
Para resolver com agilidade, pode-se fazer o uso de 
materiais locais para a construção de abrigos ou é 
indicado modelos já existentes como: habitações 
modulares que não exigem montagem no local e são 
configuradas conforme as necessidades. O contê-
iner metálico é uma boa alternativa, recebendo tra-
tamento adequado, pode ser dividido e acomodar 
mais famílias. Também, temos estruturas pré-fabri-
cadas que misturam materiais, como a lona plástica 
e estruturas metálicas.
Figura 16 - Tendas para os desabrigados do terremoto 
em Portoviejo, Equador 
Figura 17 - Cidade temporária feita de containers para 
refugiados, Alemanha
Empresas que trabalham com container na 
Europa trabalham de maneira crescente, de-
vido à grande necessidade de abrigos tem-
porários para os refugiados da Síria e outros 
países que vivem em conflito atual. Algumas 
cidades já consumiram a capacidade de alojar 
os refugiados.
Fonte: adaptado de Kimmig (2015, on-line)3.
SAIBA MAIS
As estruturas tênsil são formadas por membranas 
esticadas, de lona ou tecido impermeável que, ge-
 DESIGN 
 27
ralmente, possuem estrutura rígida de alumínio 
ou aço que servem de tirantes. Esses modelos são 
interessantes, pois permitem cobrir desde peque-
nas estruturas até grandes espaços, construindo 
ambientes que possam ser divididos internamente, 
gerando flexibilidade.
Outra possibilidade são as estruturas pneumá-
ticas, de fácil transporte e com pouco peso. Elas ne-
cessitam da força do ar pressionado entre as mem-
branas de lona para gerarem as habitações; suas 
desvantagens são a fragilidade do esvaziamento e a 
constante necessidade de energia elétrica.
Para escolher a solução de abrigos temporários é 
importante fazer a análise do local referente ao clima 
e ao modo de morar das pessoas. Vale lembrar que, 
em locais quentes, é indicado estruturas que ofere-
çam sombreamento e que possibilitem circulação 
de ar, prevenindo doenças; já, no frio, a retenção do 
calor é o principal elemento a ser observado. Outro 
fator é que, por muitas vezes, as estruturas tempo-
rárias acabam permanecendo por tempo maior do 
que o planejado, arriscando a gerar assentamentos 
urbanos irregulares. 
Percebemos que a alternativa adequada de abri-
gos temporários permeia o estudo do custo e facili-
dade de transporte, da agilidade na construção, da 
aceitabilidade cultural, da adequação ao clima, da 
observação do local a ser implantado e os efeitos fu-
turos da permanência estendida ou a sua transfor-
mação em outras estruturas.
Figura 18 - Acampamento dos refugiados de 
Kabertoo, Iraque 
Os “Containers City” são as cidades e cons-
truções, por meio do uso dos containers. 
Geralmente, são utilizados em necessidades 
emergenciais de catástrofes ou conflitos. São 
adequados conforme fatores importantes, 
como o local, o uso, a temperatura, o tempo 
de uso e outros.
Fonte: adaptado de Portal Metálica, ([2017], on-line)4.
SAIBA MAIS
É importante lembrar que o design efêmero 
não está, somente, ligado ao estético, mas 
também à funcionalidade e que, por ser de 
consumo rápido, não precisa perder o caráter 
da qualidade. 
REFLITA
28 
considerações finais
Querido(a) aluno(a), encerramos a primeira unidade do livro sobre Design Efê-
mero — etapa importante para o crescimento do profissional da área do design —, 
na qual levantamos pontos sobre curiosidades do modo de vida atual relacionada 
com a efemeridade, ampliando o seu conhecimento, para a compreensão das 
próximas unidades.
Primeiramente, você pode compreender que a efemeridade é uma expressão 
muito mais presente em nossas vidas do que imaginamos. Sua definição, junto 
ao design, é representada nas manifestações transitórias, podendo ser de formas 
culturais, políticas, artísticas e de intervenção.
Discorremos de dados históricos importantes para a contribuição de relacionar 
o design com efêmero, e termos a percepção da maneira como o passado influencia 
nos dias atuais. Concluímos a ideia de que o consumo não é a falta da identidade 
das pessoas, e, sim, a projeção de algo que elas desejam ser.
Desse modo, percebemos que a efemeridade não está, somente, no consumo 
e no cotidiano, mas também nos diversos espaços à nossa volta, possibilitando a 
mudança do uso ou do visual destes ou criando novos espaços.
Falando em espaços, aprendemos que o efêmero se manifesta em diversas 
estruturas, fechamos a ideia que devemos traçar estratégias econômicas e sociais, 
adequando a função e valorizando a vida comunitária.
 29
atividades de estudo
1. (Enade design 2015) A imagem a seguir representa um dos objetos que 
consolidaram a reputação da escola Bauhaus como uma força de lideran-
ça do design industrial no século XX. A cadeira B3, De Marcel Breuer, mais 
tarde conhecida como cadeira Wassily, produzida em 1925, foi um dos pri-
meiros desenhos a explorar o aço tubular cujos aspectos como aparência 
rígida e elegante, força estrutural e leveza permitiram a criação de móveis 
em novas e surpreendentes formas.
A cadeira ilustrada anteriormente representa um dos princípios adota-
dos pela escola Bauhaus, pois:
a. Evidencia os processos de produção artesanais que valorizam o produto 
e o trabalhador.
b. Simboliza a personalidade do designer, contrapondo o funcionalismo à 
ideia da boa forma.
c. Representa o gosto estético disseminado pela burguesia das primeiras dé-
cadas do século XX.
d. Explicita a ideia de simplificação da forma do móvel para uma produção 
industrial de qualidade.
e. Sintetiza a ideia de customização, na qual o consumidor pode determinar 
características estético-formais.
2. (Enade design 2015) Os objetos não morrem; sobrevivem, nem que seja 
como lixo ou resíduos. É claro que os artefatos podem ser destruídos, no 
sentido de serem desagregados a ponto de perderem as especificidades 
formais que os caracterizam. Surpreende, porém, o quanto são resistentes 
a isso. Nos últimos cinquenta anos, a humanidade produziu maior quan-
tidade de artefatos do que em toda a sua história pregressa. Como resul-
tado, estamos em processo de sermos soterrados pelo acúmulo de coisas 
que descartamos. O que o design pode fazer nesse sentido? Os designers 
Fonte: DESIGN MUSEUM. Cinquenta cadeiras que mudaram o 
mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
30 
atividades de estudo
não controlam políticas públicas, não comandam as redes de fabricação 
nem são responsáveis pelo desenvolvimento de novos materiais e tecno-
logias (CARDOSO, 2012).
Considerando esse tema, avalie as asserções a seguir e a relação proposta 
entre elas.
I. Em relação ao ciclo de vida de um produto, é necessário que os designers 
se apropriem de uma visão linear do processo como um todo, não se limi-
tando a pensar o início (a concepção) e o final (o descarte), mas prevendo, 
também, as instâncias de reciclagem, recuperação e de ressignificação.
II. O pensamento linear contribui para os desafios projetuais dos designers 
no mundo atual e futuro, o que torna os objetos resistentes ao esvazia-
mento de sentido e, consequentemente, ao descarte.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa 
correta da I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justifi-
cativa correta da I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
e. As asserções I e II são proposições falsas. 
3. (Enade design 2015)
Disponível em: <http://www.subssoloart.com>. Acesso em: 17 jul. 2015.
 31
atividades de estudo
Assim como o break, o grafite é uma forma de apropriação da cidade. Os 
muros cinzentos e sujos das cidades são cobertos por uma explosão de co-
res, personagens, linhas, traços, texturas e mensagens diferentes. O sujo e 
o monótonodão lugar ao colorido, à criatividade e ao protesto. No entanto 
a arte de grafitar foi, por muito tempo, duramente, combatida, pois era 
vista como ato de vandalismo e crime contra o patrimônio público ou pri-
vado, sofrendo, por causa disso, forte repressão policial. Hoje, essa situa-
ção encontra-se bastante amenizada, pois o grafite conseguiu legitimidade 
como arte e, como tal, tem sido reconhecido tanto por governantes quanto 
por proprietários de imóveis (SOUZA; RODRIGUES, 2004).
Considerando a figura apresentada e a temática abordada no texto, avalie 
as afirmações a seguir.
I. O grafite pode ser considerado uma manifestação artística pautada pelo 
engajamento social, porque promove a sensibilização da população por 
meio não só de gravuras e grandes imagens, mas também de letras e men-
sagens de luta e resistência.
II. Durante muito tempo, o grafite foi marginalizado como arte, por ser uma 
manifestação associada a grupos minoritários.
III. Cada vez mais, reconhecido como ação de mudança social nas cidades, o 
grafite humaniza a paisagem urbana ao transformá-la.
É correto o que se afirma em:
a. II, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. I e III, apenas.
e. I, II e III. 
4. (Enade artes visuais 2014) A intervenção urbana é uma forma de arte inte-
racional, criativa e poética, voltada para o espaço público, o cotidiano e as 
pessoas.
Em 23 de abril de 2014, dia de São Jorge, o “Coletivo PI”, um coletivo de mu-
lheres, encerrou seu projeto intitulado “Entre Saltos”, em Salvador, Bahia, 
depois de passar por São Paulo, Campinas, Porto Alegre. Mais de trinta 
mulheres vestidas de vermelho ou rosa, calçadas com sapatos de salto 
alto, saíram caminhando do Espaço Xisto, no bairro Barris, às quatro horas 
da tarde. Seguiram pela Sete de Setembro até chegar ao Pelourinho. Elas 
32 
atividades de estudo
encerraram o projeto, uma hora e meia depois, seguidas por homens e 
mulheres, no Dique do Tororó, Lago que possui estátuas dos orixás, inclu-
sive de Ogum, representação de São Jorge na crença matriz africana.
Fonte: Coletivo PI. Projeto Entre Saltos. Disponível em: <http//www.cpletivopi.com>.
Considerando as duas informações citadas anteriormente, avalie as afir-
mações a seguir.
I. Intervenção urbana é um processo comunicativo que reinventa, mesmo 
que temporariamente, novos sentidos ao espaço.
II. A intervenção do “Coletivo PI” aborda a construção da feminilidade, bem 
como a imagem do feminino em relação à esfera pública.
III. A intervenção do “Coletivo PI” questiona poderes e representações de gê-
nero instituídas.
É correto o que se afirma em:
a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III. 
5. Neste exato momento, ao redor do mundo, acontecem milhares de ca-
tástrofes. Elas são silenciosas para a maioria, mas impactantes para a so-
brevivência de muitos. Estas zonas de pós-catástrofes ou de degradação, 
abandono, com perda de valores ambientais, culturais e patrimoniais, são 
carentes de quase tudo. As condições são extremas, e os governos são len-
tos, mas as soluções precisam ser imediatas. Diante dessas emergências, 
pergunta-se: qual o papel dos arquitetos e urbanistas ao lidar com as 
construções efêmeras ?
 33
LEITURA
COMPLEMENTAR
Como um sistema de montagem eficaz ajuda na situação de desastre?
A situação de emergência geralmente demanda uma quantidade de habitação, equipamento e 
instrumento muito grande e em curto prazo, às vezes, o acesso também é dificultado devido a 
obstruções nas vias. Portanto, o que se retirou da pesquisa inicial foi um dado essencial para todos 
os projetos a serem procurados: o de fácil montagem. Tal solução pode ser rapidamente cons-
truída, não detém uma grande quantidade de pessoas e em pouco tempo é possível ter várias 
habitações prontas para serem utilizadas.
Com esse conceito pôde-se localizar as soluções mais eficazes em situações de emergência, pre-
ferindo-as ao invés de soluções que fossem construídas no próprio lugar, com materiais como ci-
mento ou tijolos, que acabam sendo mais complicadas e exigindo um tempo de construção maior.
O grupo NOAH realizou seminários para o debate e a divulgação das pesquisas individuais, o que 
posteriormente ajudaria na seleção dos projetos mais significantes e no melhor entendimento do 
assunto dos desastres causados por enchentes.
Com conceitos básicos do que se necessita em uma situação de emergência e junto às pesquisas 
iniciais foi possível levantar uma série de projetos significativos, que no futuro servirão de referên-
cia para construir uma solução eficaz para a cidade de Eldorado, SP.
Por que a produção modular é conveniente para situações de desastres?
Ian Davis, em seu livro Arquitectura de emergência , afirma: “As primeiras coisas que aqueles que 
ficaram sem casa e abrigo precisam são: comida, medicamentos e primeiros auxílios, mas também 
seguramente os arquitetos estão em importante posição de poder para aconselhar com autorida-
de e fazer pressão para que a ONU (Organização das Nações Unidas) ou [...] UNRRA (United Nations 
Relief and Rehabilitation Administration) [...] proporcionem casas imediatas que cheguem o quan-
to antes às zonas de catástrofe.” (DAVIS, 1980, p.63, tradução livre) Uma vez conhecido o conceito 
“produção modular”, é possível entender a razão de sua utilidade para desastres.
Nessas situações, geralmente um grande grupo de pessoas fica sem teto, sem alimento, sem os 
seus pertences que facilitam as atividades cotidianas. Aquele que necessita de refúgio precisa de 
soluções rápidas. Segundo Kronenburg, autor do livro Houses in motion, os edifícios móveis, por-
táteis, relocáveis ou desmontáveis mostram grandes vantagens no socorro às vítimas de desastres. 
Podemos considerar as várias vertentes dos edifícios portáteis como resultados diretos ou indire-
tos do pensamento modular.
Produção modular é, grosso modo, sinônimo de produção rápida, pois ela foi projetada com o 
intuito de agilizar e convencionar todas, ou quase todas as etapas da construção do produto. Ela 
34 
LEITURA
COMPLEMENTAR
é o oposto da produção in loco, que necessita de todos os esforços de construção no local. Em si-
tuações de desastres, uma população desabrigada não consegue imediatamente reconstruir tudo 
o que perdeu com seus próprios esforços, pois ela é frágil. E é por isso que uma resolução “pré-
-pronta”, já solucionada e facilmente construída parece ser a mais adequada. A questão temporal 
é bastante relevante.
Fonte: Mendes, Aibe e Barbosa (2012, p. 11 e 15).
O futuro do design no Brasil
Danilo Corrêa Silva et al.
Editora: Cultura Acadêmica
Ano: 2012
Sinopse: neste livro, os autores retratam o design 
no Brasil e no mundo. Suas origens históricas nos 
dias atuais e do que se espera da área para o fu-
turo. Eles analisam como o design foi sendo mol-
dado ao longo do tempo, suas aplicações e impli-
cações nos campos econômico, tecnológico, social 
e ambiental, além do papel do designer enquanto 
profissional criativo e científico.
Comentário: este é um livro sucinto, que fala a 
respeito do contexto atual e o que se espera do 
futuro sobre o design. É interessante pois os auto-
res abordam desde o início do surgimento do design e como se transformou no Brasil e no 
mundo, nos âmbitos sociais e profissionais.
Seriado Black Mirror; 3 Temporada; 1 Episódio 
“Perdedor”
Ano: 2016
Sinopse: o primeiro episódio, terceira temporada, do seria-
do americano “Black Mirror”, escrito por Renato Hermsdor-
ff e dirigido por Joe Wright, retrata a forma que nos compor-
tamos nas redes sociais e as projeções de identidade.
Comentário: é uma abordagem simples e sarcástica, que 
reflete sobre a maneira como nós vivemos na atualidade, 
como comportamento efêmero.
Bauhaus: The Face the 20th Century, Bauhaus: a 
face do século XX.
Ano: 1994
Sinopse: o documentário analisa como surgiu a escola 
Bauhaus, nos âmbitos históricos e artísticos, retratando os 
ilustres profissionais como Walter Gropius,Josef Albers, Mies 
Van Der Rohe e Lasló Moholy-Nagy.
Comentário: indicamos a você, aluno(a), este incrível docu-
mentário, que retrata a escola Bauhaus, a qual fundou o de-
sign e marcou a arquitetura moderna cujas influências e im-
portância se estendem aos dias atuais. O vídeo pode ser visto 
no YouTube, site de compartilhamentos audiovisuais.
Poro: intervenções urbanas e ações efêmeras
Ano: 2010
Sinopse: o documentário "Poro: intervenções urbanas e 
ações efêmeras" foi produzido pela Rede Jovem de Cidadania 
em parceria pelo grupo Poro, que são integrados pela dupla 
de artistas Brígida Campbell e Marcelo Terça-Nada. Eles abor-
dam as principais intervenções urbanas realizadas entre os 
anos de 2002 e 2009. Convido você a ampliar o seu olhar para 
as possibilidades poéticas urbanas e perceber a importância 
da efemeridade nos dias atuais.
Comentário: é um ótimo documentário, pois retrata bem a 
relação das manifestações efêmeras no cotidiano urbano e 
como podemos observá-las.
http://www.rede.aic.org.br/
http://www.rede.aic.org.br/
http://www.rede.aic.org.br/
http://www.rede.aic.org.br/
http://www.rede.aic.org.br/
http://www.rede.aic.org.br/
http://www.rede.aic.org.br/
http://www.rede.aic.org.br/
Left Out
Aluno(a), o que você faria se olhasse uma forma enrolada em um saco de lixo na rua? Apre-
sentamos a você este projeto fantástico de uma escultura urbana temporária, em Londres, 
chamada “Left Out”. Projeto realizado pelos artistas Maxwell Rushton e Liam Thomson. Ele 
retrata o questionamento do nosso olhar para com os sem teto e abandonados. 
Para saber mais acesse: http://maxwellrushton.com/projects/left-out/.
Intervalo, respiro, pequenos deslocamentos
Indicamos a você este livro online sobre as intervenções efêmeras na cidade. Com ações do 
grupo Poro, que misturam arte e intervenções, nos espaços públicos.
Para saber mais acesse: http://poro.redezero.org/publicacoes/ebook/.
Narrativas Visuais
O congresso internacional de comunicação e consumo disponibiliza o seguinte artigo: "Nar-
rativas visuais: imagens dispositivos e o visual merchandising como narrativa comunicacional 
no ambiente de loja". Esse artigo é interessante para ampliar a sua visão como profissional 
de design com as relação do consumidor. Para saber mais acesse:
http://anais-comunicon2015.espm.br/GTs/GT10/16_GT10_Heloisa_Omine.pdf.
http://maxwellrushton.com/projects/left-out/
http://poro.redezero.org/publicacoes/ebook/
http://anais-comunicon2015.espm.br/GTs/GT10/16_GT10_Heloisa_Omine.pdf
38 
referências
ANDERS, Gustavo Caminati. Abrigos temporários de caráter emergencial. 
2007. 119 f. Tese de Mestrado - Design e Arquitetura. Universidade de São Paulo, 
São Paulo, 2007.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O Espaço urbano: Novos escritos sobre a cidade. 
São Paulo: Labur Edições, 2007.
CARTAXO, Zalinda. 1. Arte nos Espaços Públicos: a cidade como realidade. O 
Percevejo Online, v. 1, n. 1, 2009.
GROPIUS, Walter. Bauhaus, nova arquitetura. 6 ed. São Paulo: editora Perspec-
tiva. 2001.
KUHLHOFF, Ivan Ribeiro. Contemporâneo: O circo como objeto de arquitetura. 
Seminário de História da Arte, Pelotas, n. 2, 2012.
MILLER, Willian Richard. A Definição do Design. 1988. Disponível em: <http://
feiramoderna.net/ufes/projeto1/MILLER-A-definicao-de-Design.pdf>. Acesso 
em: 09 jun. 2017.
MENDES, Raísa Coelho; AIBE, Yukari Benedetti; BARBOSA, Lara Leite. De-
sign Emergencial. São Paulo, 21 de agosto de 2012. NOAH- Núcleo Habitat sem 
Fronteiras. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
OZIO, Bianca Rei Freitas. Design do efêmero: o corpo feminino da moda na so-
ciedade contemporânea. e-Com, v. 4, n. 1, 2011. Disponível em: <http://revistas.
unibh.br/index.php/ecom/article/view/616>. Acesso em: 30 maio. 2017.
SANT’ANA, Gisele Barbosa. Gestão de casamentos: as funções do processo ge-
rencial em empresas organizadoras de eventos. 74 f. Trabalho de Curso apresen-
tado à disciplina CAD 7305 como requisito parcial para a obtenção do grau de 
Bacharel em Administração (TCC em Administração) - Universidade Federal de 
Santa Catarina, Florianópolis, 2016. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/
bitstream/handle/123456789/166440/TC%20-%20Gisele%20Barbosa%20San-
t%27Ana.pdf?sequence=1&isAllowed=y.>. Acesso em: 09 jun. 2017.
 39
referências
SCÓZ, Eduardo. Arquitetura efêmera: o repertório do arquiteto revelado em 
obras temporárias. 2009. 161 f. Tese de Mestrado (Design e Arquitetura) - Uni-
versidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Didponível em: <www.teses.usp.br/te-
ses/disponiveis/16/16134/tde-10032010.../Dissertacao_1.pdf>.
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Referências On-Line
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-simples-e-surpreendentes.html>. Acesso em: 31 maio. 2017.
2 Em: <https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/1792/1/FAUTL_13_D_
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3 Em: <http://www.dw.com/pt-br/alojamento-emergencial-para-refugiados/av-
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4 Em: <http://wwwo.metalica.com.br/container-city-um-novo-conceito-em-ar-
quitetura-sustentavel>. Acesso em: 31 maio 2017.
40 
gabarito
1. D) Explicita a ideia de simplificação da forma do móvel para uma produção industrial 
de qualidade.
2. E) As asserções I e II são proposições falsas. 
3. E) I, II e III. 
4. E) I, II e III. 
5. Resposta: o planejamento arquitetônico possui um papel fundamental na busca de 
boas soluções para o atendimento imediato às famílias, ao restauro e à reconstrução 
de suas comunidades devastadas. Deve-se projetar pensando na saúde, no bem-es-
tar, na recuperação emocional e no resgate da dignidade dessas pessoas, dando a 
elas uma perspectiva de vida por meio de construções efêmeras seguras, confor-
táveis, acessíveis, sustentáveis, com design bem pensado, a fim de solucionar, com 
urgência e qualidade, os problemas enfrentados.
UNIDADE II
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• A relação do homem com o design efêmero
• Estímulo psicosensorial no design efêmero
• Design Social
• Sustentabilidade
• Acessibilidade atribuída no design efêmero
Objetivos de Aprendizagem
• Explicar a percepção do homem e os efeitos emocionais gerados a 
partir de exemplos do design efêmero.
• Mostrar as formas de interação do design efêmero com o sistema 
sensorial do homem (olfato, paladar, visão, audição, tato).
• Identificar as mudanças positivas sociais com o uso do design efêmero.
• Analisar e apresentar a sustentabilidade no design efêmero.
• Mostrar a importância da acessibilidade no design efêmero.
RESPOSTAS COGNITIVAS 
NO DESIGN EFÊMERO
Professora Esp. Simone Reis Roque Gallette 
Professor Bruno Augusto de Oliveira
II
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, querido(a) aluno(a), é um prazer apresentar a você esta segunda unida-
de do livro da disciplina de Design Efêmero. Abordaremos sobre as respos-
tas cognitivas no design efêmero e os sentidos em vários aspectos. Temáticas 
importantes para nós, profissionais e formadores de ideias, pois atribuímos 
a você ações sociais, artísticas, culturais e educacionais.
Analisaremos, inicialmente, a relação do design efêmero com o homem 
e as mudanças e sentimentos que podem trazer a cada indivíduo, por meio 
das experiências. Consequentemente, isso pode gerar questionamentos, 
provocações, mas também levar à reflexão do espaço e à relaçãodo homem.
Dando sequência, apresentaremos de que maneira o efêmero se relacio-
nará ao homem, exemplificando situações que demonstrem essa junção. É 
importante lembrar que a efemeridade é uma manifestação usual da con-
temporaneidade e, atrelada ao homem, pode relacionar vivências que pro-
movem diversos sentimentos. Estes sentimentos e sensações influenciam 
nas atitudes de cada um. Diante disso, também, estudaremos o papel social 
que o design, junto com a efemeridade, pode promover. 
O reflexo da maneira que vivemos e consumimos nos faz pensar em ques-
tionamentos importantes, um deles é a sustentabilidade. O consumo efêmero, 
os objetos não permanentes, a maneira acelerada que vivemos e produzimos 
submetem-nos a considerar como amenizar os impactos para as gerações fu-
turas e a buscar soluções para diminuir os efeitos negativos e não sustentáveis 
criados por estas ações efêmeras. Nesta aula, mostraremos a importância do 
pensamento sustentável e quais alternativas que podemos realizar.
Logo após, situaremos você, além do pensamento sustentável, a ter a 
consciência de ações para a inclusão social; da importância e de como im-
plantar a acessibilidade nos espaços, por meio de exemplos, mas, principal-
mente, de incumbir a você, designer, a responsabilidade de inclusão. Espe-
ramos contribuir com você não, somente, como profissional, mas também 
como cidadão(ã) que vive no coletivo. Tenha uma ótima leitura!
DESIGN EFÊMERO 
46 
A RELAÇÃO DO HOMEM COM 
O DESIGN EFÊMERO
O mundo, diante dos nossos sentidos, a cada dia, 
torna-se mais complexo, com relações que estão se 
intensificando e se diversificando. Estas relações vão 
moldando a realidade e, dentro delas, nós nos posicio-
namos. Estamos imersos neste sistema, por meio da 
percepção e de outros contatos com o mundo a nos-
sa volta e vamos tomando parte dele, compondo-o ao 
mesmo tempo em que ele vai se tornando parte de nós.
Quando você vê uma paisagem temporária, ou 
quando assiste uma performance que comove, ou 
quando olha a arte de um grafite, de certa forma, sen-
te um tipo de emoção ou estranhamento, porém, em 
primeiro momento, temos o automático de analisar 
os aspectos técnicos e visuais. Talvez, não paramos 
para refletir as sensações, só, mais tarde, experien-
ciando-as. Para Merleau-Ponty (1974), a percepção 
Figura 1 - Pintura da “Times 
Square”, Nova York
 DESIGN 
 47
do espaço não é uma classe particular de “estados da 
consciência” ou de atos, suas modalidades exprimem 
sempre a vida total do sujeito, a energia com a qual 
ele tende para um futuro por meio de seu corpo e de 
seu mundo.
ganhando significado de acordo com o contexto 
urbano e as características locais, que, juntos, irão 
determinar os usos.
Para Labaki (2012, et al.), a dimensão da vida 
cotidiana pode ser avaliada mediante o uso de seus 
espaços públicos. A rua, por exemplo, é projetada 
para mobilidade, passagem e interação entre pesso-
as e representa a espacialidade das relações sociais, 
porém é por meio de suas funções e o que acontece 
ali, que gerará sua tipologia.
Para alguns, a rua é só um espaço de passagem, 
de uso temporário, já para outros, ela pode signifi-
car mais que um caminhamento itinerário, poden-
do ser espaços de convívio e descanso. Porém, para 
que isso aconteça, deve-se receber estruturas, equi-
pamentos, segurança, criando qualidade ambiental. 
Como é o caso dos Parklets, que são áreas contíguas 
às calçadas, onde são construídas estruturas a fim de 
criar espaços de lazer e convívio, onde, anteriormen-
te, havia vagas de estacionamento de carros. Neste 
caso, as estruturas efêmeras vão trazer conforto, 
tranquilidade, segurança e proporcionar ao homem 
viver momentos mais prazerosos no seu cotidiano. 
Figura 2 - Street Art, grafite do artista Kobra, mural do 
High Line, Nova York
Figura 3 - Parklet no bairro da Liberdade, São Paulo
O design efêmero é um campo que revela mudanças 
temporárias, isso afeta os hábitos e estilo de vida do 
homem, influenciando a produção cultural e social 
de cada um. Portanto, mesmo sem intenção, o efê-
mero traz a valorização do sensível, da poética e da 
diversidade presente nas relações do nosso tempo. 
Muitas vezes, a efemeridade gera desestabilizações, 
incômodos, questionamentos, provocações, mas 
também leva à reflexão do espaço e da relação do 
homem com ele.
Além dos aspectos visuais de percepção emo-
cional, temos, também, a efemeridade relacionada 
às características ambientais nos espaços públi-
cos, sendo agente transformador. O efêmero pode 
tornar os espaços mais atrativos à convivência, 
DESIGN EFÊMERO 
48 
ESTÍMULO 
PSICOSENSORIAL 
NO DESIGN 
EFÊMERO
Figura 4 - Ilustração dos 
sentidos sensoriais
 DESIGN 
 49
Caro(a) aluno(a), neste momento do estudo, falare-
os sobre como o efêmero pode se relacionar ao ho-
mem, por meio dos diversos sentidos: visão, audi-
ção, olfato, paladar e tato, citando alguns exemplos 
no decorrer desta unidade.
O encontro entre o efêmero e o público é uma 
das características principais na contemporanei-
dade. Seja em qualquer linguagem, seu propósito 
pode ser promover uma aproximação que produza 
significados. Por outro lado, também, temos o con-
ceito que não, necessariamente, o efêmero necessita 
comunicar algo premeditado. Assim, ao se deparar, 
por exemplo, com uma obra de arte, cada um pode 
se relacionar de uma maneira, gerando diferentes 
pontos de vista e simbologias. Para Farias (1994), 
precisamos garantir a existência daquilo que não 
entendemos. Nesse sentido, vemos que as interações 
do espectador com o design efêmero podem ser pre-
meditadas por meio de estímulos sensoriais, visu-
ais e perceptivos, porém o individualismo de como 
cada um encara os padrões é muito importante, não 
sendo, assim, um fator controlável.
Grandes exemplos desta interação, homem e 
arte, aconteceram na Exposição "Marina Abramović: 
O artista está presente", no ano de 2010 em 14 de 
março a 31 de maio, no MOMA (Museu de Arte Mo-
derna), em Nova York. A artista expôs cerca de cin-
quenta obras, abrangendo mais de quatro décadas de 
suas intervenções e peças sonoras, vídeo-obras, ins-
talações, fotografias e performances. Em um esforço 
para transmitir sua presença, trouxe suas primeiras 
performances recriadas por outras pessoas. Além 
disso, uma nova e original obra foi executada por ela 
mesma, durante todos os dias, no decorrer da expo-
sição, e é, nessa performance pessoal, que vemos ní-
tida a relação dos sentidos, aflorando os sentimentos. 
Abramović permaneceu, durante toda a expo-
sição, estabelecendo contato visual com os espec-
tadores, um por vez, com sua total dedicação. Ela 
esteve sentada em uma sala aberta, onde, apenas, 
uma mesa a separava do visitante. Com seu corpo 
parado, ela dava total atenção, àquela que estivesse 
sentada à sua frente.
Participaram milhares de homens, mulheres, 
crianças, idosos, os quais apresentaram as mais di-
versas reações. Esse contato visual tornou-se uma 
experiência sensorial para ambos. Para Oliveira et al. 
(2017), independente das diferenças dos espectadores, 
a transcendência espaço-temporal, atingida por meio 
da vivência e do diálogo silencioso de escuta sensível 
ao outro, proposto pela performance, criou um espaço 
para emissão de diferentes discursos e resultados reve-
lados em sorrisos, espantos e/ou lágrimas.
Figura 5 - Obra da artista Marina Abramović
Fonte: Visualhunt ([2017], on-line)1.
http://artetodahoraprofval.blogspot.com.br/2013/03/relacao-arte-publico.html
DESIGN EFÊMERO 
50 
Falando em arte, pois é um dos temas contempo-
râneos que mais trabalham com os sentidos, o que 
interessa são as mudanças na relação entre espaço, 
objeto e público, principalmente, no uso dos sen-
tidos gerando resultados finais. Tomaremos, como 
exemplo, o Instituto Inhotim. São mais de 500 
obras de arte contemporânea expostas a céu aberto 
e em galerias temporárias ou permanentes. A arte 
de Inhotim mexe com todos os sentidos. As obras 
que emitem sons criam visões, sensações,cheiros e 
aguçam até o paladar, atraem visitantes do mundo 
inteiro. Por exemplo, a obra de Janet Cardiff, “The 
Forty Part Motet”, fica em uma sala com 40 caixas 
de som, e cada uma delas emite a voz do integrante 
de um coral; em cada canto da galeria, é possível ter 
uma sensação diferente e, no meio da sala, a oportu-
nidade de perceber o conjunto das vozes e apreciar. 
O expectar passeia pela obra, e seu sentido de visão 
é bagunçado e seu olfato aguçado.
Os artistas querem explorar as sensações e, para isso, 
usam de artifícios, como música, projeção, brinca-
deiras numa sala de espumas ou de balões e des-
canso em redes. Diferentes galerias, onde vemos a 
possibilidade de uma infinidade de obras que, num 
primeiro momento, são impensadas como formas 
artísticas, mas que criam um sentimento com quem 
interage.
O efêmero é importante ferramenta na criação 
de sentimentos no homem, sejam eles pensados ou 
não. A percepção com que cada um tem, em relação 
ao passageiro, pode ser experimentada de formas di-
versas, criando resultados finais pessoais e diversos.
Figura 6 - “Marina Abramović: O artista está presente”
Fonte: Visualhunt ([2017], on-line)2.
Figura 7 - Instalação sonora Aros, Inhotim
Fonte: Visualhunt ([2017], on-line)3.
Figura 8 - O jardim de Narciso, de Yayoi Kusama, 
em Inhotim 
http://www.cardiffmiller.com/artworks/inst/motet.html
http://www.cardiffmiller.com/artworks/inst/motet.html
http://www.cardiffmiller.com/artworks/inst/motet.html
http://www.cardiffmiller.com/artworks/inst/motet.html
http://www.cardiffmiller.com/artworks/inst/motet.html
http://www.cardiffmiller.com/artworks/inst/motet.html
http://www.cardiffmiller.com/artworks/inst/motet.html
http://www.cardiffmiller.com/artworks/inst/motet.html
 DESIGN 
 51
Aluno(a), em relação à visão popular geral, o design 
está ligado à criação de produtos ou serviços de luxo 
e beleza, pois é relacionado à aparência dos produ-
tos, unindo o belo e a arte. Erro comum, porém, in-
desejado, pois esconde a função primeira do estudo 
do design, que é facilitar o trabalho e suprir as ne-
cessidades básicas do homem por meio da criação 
de produtos, mensagens ou serviços.
A necessidade da maior parte da população 
mundial é a básica, problemas com saúde, educação 
e desenvolvimento. Você, como futuro(a) profissio-
nal, deve usar o design para fazer a diferença ao criar 
objetos ou serviços que atendam com eficácia e eco-
nomia, trazendo a melhoria da qualidade de vida.
O objeto produzido pelo design soma a seu cará-
ter funcional, que revela as necessidades de seus 
usuários e da época em que é produzido, o resul-
tado das concepções e dos valores sobre a cultura 
e a sociedade de quem o produz -o designer (MI-
RANDA, 2002, p. 199). 
Sendo uma atividade da ciência social, o design tem, 
na sua formação, o caráter social e, portanto, direta-
mente, ligado ao homem. Para Fornasier, Martins e 
Merino (2012), Design Social é a materialização de 
uma ideia por meio de análise, planejamento, exe-
cução e avaliação, que resultam em um conceito e 
na difusão de um conhecimento para influenciar o 
comportamento voluntário do público-alvo (benefi-
ciários), promovendo mudanças sociais.
DESIGN 
SOCIAL
Figura 9 - “Hippo Roller’’, suporte para carregar água
Fonte: Visualhunt ([2017], on-line)4.
DESIGN EFÊMERO 
52 
Quando aplicado o design social, deve ser estu-
dado o local, as necessidades reais da população que 
o projeto atingirá e fazer uma imersão, nesse modo 
de viver, para, assim, conseguir um resultado final sa-
tisfatório à população. Para Oliveira (2004), a função 
social do design está pautada na consciência coleti-
va, no comprometimento de descobrir alternativas 
que contemplem o ser humano, pois, fazendo isto, 
ter-se-á sucesso em mudar a motivação da invenção 
humana, direcionando-a para a realidade dos con-
ceitos, verdadeiramente, significativos da existência.
O modelo de desenvolvimento econômico, 
como se apresenta hoje, já nos provou que não é 
sustentável, não, apenas, pela questão ambiental, 
que sempre nos preocupa, mas porque não poderá 
ser mantido para sempre. O Design, socialmente, 
responsável cuida das necessidades das pessoas de 
uma forma diferente do que o design comercial, vol-
tado para o mercado. Enquanto este último tipo se 
preocupa, principalmente, com a venda e o lucro, o 
chamado Design Social cuida de outros problemas, 
como a falta de acesso à água, à desnutrição, à gera-
ção de energia etc. São projetos que se preocupam, 
essencialmente, em contribuir para o aumento da 
qualidade de vida de determinada comunidade.
Pensando nisso, lançamos mão, também, da efe-
meridade que, neste caso, não é analisada, apenas, 
como algo passageiro. Porém é tida como uma solução 
rápida, que, ligada ao design social, pode favorecer a 
vida das pessoas. Um forte exemplo é uma iniciativa 
criada na Cidade do Cabo, que já está difundida pelo 
mundo, inclusive, no Brasil, as Street Store. Estas são 
Figura 10 - Ação social em São Petersburgo, donativos 
aos moradores de rua
 DESIGN 
 53
tado e montado em outros terrenos ociosos.
A efemeridade é importante no Design Social, 
porém projetos de design ligados a produtos e so-
luções perenes carregam grande relevância. Como 
exemplo, temos a criação do Eliodomestico, um 
forno capaz de transformar a água salgada em doce. 
Essa tecnologia foi desenvolvida pelo designer ita-
liano Gabrielle Diamanti, a intenção é dar suporte 
às comunidades que costumam sofrer pela falta de 
água. O designer alega que o equipamento é capaz 
de produzir até cinco litros de água potável por dia.
Existem desafios, e estamos numa época da so-
ciedade do espetáculo, do efêmero, da fluidez. A rea-
lidade é: quanto mais consumo, melhor. Logo, temos 
que pensar em uma saída para mudar e incluir o so-
cial dentro dos modos de produção e pensamento.
lojas criadas na rua, com roupas e acessório arreca-
dados, que são doados. O diferencial é que a pessoa 
pode escolher o que quer levar, devolvendo sua dig-
nidade. De forma simples e intuitiva, desenvolveram 
um material gráfico de comunicação, que pode ser 
baixado e usado em todas estas lojas de ruas. Cabides 
de papelão são pendurados em pontos estratégicos da 
cidade, como grandes araras, assim, quem estiver pre-
cisando pode chegar e escolher sua peça, realmente, 
como uma loja, porém, totalmente, gratuito.
Outro exemplo de design efêmero social é uma 
horta comunitária criada em um terreno abandona-
do no bairro do Cosme Velho, no Rio de janeiro. O 
local que servia de esconderijo e depósito de entu-
lhos se transformou em uma horta comunitária, mó-
vel, graças à utilização de caixas em madeira criadas 
pela arquiteta Bel Lobo. Este projeto contemplou to-
dos os elementos soltos, visto que pode ser desmon-
Conheça mais a Street Store, um lugar onde 
as doações de roupas viram uma loja, e quem 
precisa pode escolher e levar gratuitamente. 
Para conhecer esse espaço, visite o website: 
<http://www.thestreetstore.org/>.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
Figura 11 - Exemplo de horta comunitária, Nova York
DESIGN EFÊMERO 
54 
Atualmente, a cultura de consumo traz reflexões 
importantes, como a sustentabilidade. O con-
sumo efêmero, os objetos não permanentes, a 
maneira acelerada que vivemos e produzimos, 
submetem-nos a pensar em soluções que ameni-
zem os impactos gerados por estas ações. Podemos 
dizer que uma delas é a grande quantidade de lixo 
que a população gera. Isto se deve à superpopula-
ção e às diversidades de materiais, como o plástico, 
que é um grande vilão para o meio ambiente; sua 
degradação pode demorar cerca de 200 a 500 anos; 
outro exemplo é uma fralda que demora 600 anos 
para decompor totalmente, como diz a pesquisa da 
UNICAMP ([2017] on-line)5.
SUSTENTABILIDADE 
Figura 12 - Vaso Biodegradável
 DESIGN 
 55
Primeiramente, é interessante definirmos o concei-
to de sustentabilidade, que é, segundo a Comissão 
Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
preservar os recursos naturais e omeio ambiente, 
atendendo às necessidades do presente, sem com-
prometer as possibilidades das gerações futuras a 
atenderem às suas próprias necessidades (PAULIS-
TA et al., 2008, p. 186). Ou seja, relacionar a socie-
dade com a natureza, mantendo o cuidado com o 
meio em que vivemos, sem prejudicar o planeta, 
sustentando o equilíbrio social, econômico e ecoló-
gico. É importante esse pensamento para a sobrevi-
vência humana de maneira ampla e globalizada.
do o consumo exagerado e valorizando o meio am-
biente. Outro termo bastante utilizado como solução 
de comportamento efêmero é o “Zero Waste”, meto-
dologia que auxilia nas ações efêmeras de consumo 
e tem como objetivo diminuir o lixo; consumindo 
produtos funcionais e duráveis, evitando-se produzir 
o que não pode ser reciclado com custos elevados, se-
gundo Anicet e Ruthschilling (2013, p. 5). 
Sabemos que a reciclagem é um caminho que 
tem merecido destaque em nossa sociedade, com 
retorno rápido e prático, mas que, ainda, sofre com 
falta de investimentos diretos de nossos governan-
tes e, até mesmo, descaso da população, como diz 
Carvalho (2011). Esta é uma ferramenta importante 
para a diminuição dos impactos gerados pela cul-
tura do consumo. As instalações de arte, por exem-
plo, podem ser uma maneira efêmera de expressar 
este conceito. Artistas, como Kurt Schwitters (1887-
1948), Henrique Oliveira, Frans Krajcberg, Renata 
Uma curiosidade para você refletir: há 40 
anos, a quantidade de lixo gerada era menor 
à atual, o lixo produzido, nas residências, era 
composto, basicamente, de matéria orgânica, 
dessa forma, era fácil eliminá-los. Hoje, com 
o aumento da população e da globalização, 
as inovações tecnológicas, no segmento dos 
meios de comunicação (rádio, televisão, inter-
net, celular etc.), facilitaram o consumismo de 
mercadorias em escala mundial. “Atualmente 
quando compramos algo no supermercado, 
o lixo não é apenas gerado pelo produto em 
si, existe a etapa de produção e do consumo 
final: a sacola e o cupom fiscal.”
Fonte: adaptado de Carvalho, Tânia de Goes 
Vieira (2011).
SAIBA MAIS
 Figura 13 - Zero Waste, óculos de sol reciclado de skates
Como profissional de design, você deve considerar 
este termo com o ciclo de vida do objeto, o ACV 
(Avaliação do Ciclo de Vida). Segundo Anicet e Ru-
thschilling (2013), o ACV mede o impacto causado 
durante pré-produção, distribuição, uso e descarte 
do produto, levando em consideração critérios liga-
dos à preservação dos recursos naturais, à qualidade 
do meio ambiente e à saúde humana.
Pensando nisso, temos, como exemplo, a expres-
são “Slow Design”, que pode ser definida como um 
projeto que promove bem-estar da sociedade e da na-
tureza, por meio de produtos artesanais, abandonan-
DESIGN EFÊMERO 
56 
de Andrade, expressam, por meios de objetos des-
cartados, os problemas contemporâneos, de manei-
ras estéticas e simbólicas, para a sustentabilidade. 
Outro caso que você pode observar são os eventos 
de política sustentável, nos quais a educação ambien-
tal e os cuidados de preservação do meio ambiente 
são promovidos. Segundo Trigo e Senna (2016), es-
ses eventos utilizam de algumas normativas, como 
a ABNT NBR ISO 20121/ 2012 (Sistemas de ges-
tão para a sustentabilidade de eventos), a qual tem 
como objetivos a orientação e estímulos para buscar Também, com a ideia de reciclagem e reuso, temos 
a arquitetura efêmera, que, em alguns casos, como 
a arquitetura emergencial, utiliza materiais de usos 
distintos, sendo container, alumínio, plástico, tubos 
de papel, bambu, tecidos, lonas, madeira de reflo-
restamento, paletes, vinil reciclado, pvc e outros. 
Para a concepção do projeto de arquitetura efêmera, 
deve-se considerar a sustentabilidade na criação, no 
projeto, nas escolhas dos materiais, na construção e 
no destino dos objetos, diminuindo os impactos ne-
gativos sobre o meio ambiente em relação ao consu-
mo de água, energia e produção de resíduos.
Figura 14 - Frans Krajcberg, Expo. “Grito! Ano 
Mundial da Árvore “- Palácio das Artes
Fonte: Visualhunt ([2017], on-line)6.
Figura 15 - Tapetes de materiais recicláveis, para 
a celebração do Corpus Christi
É como resíduo que a arte neste século, em 
muitos casos, tem encontrado o seu sentido, 
seu único espaço de transcendência.
(Juliana Cardoso)
REFLITA
Existe um documento do Rio+20 que apre-
senta diretrizes para as edificações efêmeras 
serem projetadas, montadas ou construídas, 
atribuindo a sustentabilidade. Promovendo 
mudanças nas tecnologias e de comporta-
mento, disseminando as boas práticas sus-
tentáveis, conforme prevê a Lei Nº 12.187, 
de 29 de dezembro de 2009, a qual estabe-
lece a Política Nacional sobre Mudança do 
Clima (PNM), e a Lei Nº 5690, de 14 de abril de 
2010 do Rio de Janeiro, que institui a Política 
Estadual sobre Mudança Global do Clima e 
Desenvolvimento Sustentável.
Para saber mais sobre o assunto, acesse: 
<http://www.rio20.gov.br>.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
 DESIGN 
 57
a sustentabilidade nos eventos. Os eventos Live Ear-
th, Starts With You (SWU), Olimpíadas, Árvore de 
Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas e Rock in Rio são 
alguns exemplos. Os eventos festivos, culturais e reli-
giosos, como Natal, Carnaval, Festas Juninas, tapete 
de Corpus Christi, podem utilizar a reciclagem como 
elemento importante nas decorações e fantasias. 
zável, há um processo muito mais nocivo ao planeta 
do que, simplesmente, descartá-lo, como os cabos de 
panela, botões de rádio, pratos, canetas, bijuterias, es-
puma, embalagens a vácuo, fraldas descartáveis.
Portanto, nós, profissionais designers, temos 
a responsabilidade de atribuir, em nosso trabalho, 
este pensamento de preservação e cuidado. Buscar 
alternativas que, realmente, façam diferença. Com 
isso, os estímulos de proteção se expandirão e, con-
sequentemente, a promoção da educação ambiental 
também. O maior desafio é aliar a sustentabilidade 
com o social, o econômico e o ecológico, mas, como 
vimos nos exemplos anteriores, é possível alcançar.
Figura 16 - luminárias de Bambu, criada pelo 
designer David Trubridge
Uma curiosidade importante é que, atual-
mente, no Brasil, muitos materiais não são 
recicláveis, por não haver a tecnologia para 
o tipo específico de material. Fique atento ao 
comprar uma embalagem que é reciclável. Os 
materiais não recicláveis mais conhecidos são:
- Papéis não recicláveis: adesivos, etiquetas, 
fita crepe, papel carbono, fotografias, papel 
toalha, papel higiênico, papéis e guardanapos 
engordurados, papéis metalizados, parafina-
dos ou plastificados.
- Metais não recicláveis: clipes, grampos, es-
ponjas de aço, latas de tintas, latas de com-
bustível e pilhas. 
Plásticos não recicláveis: cabos de panela, 
tomadas, isopor, adesivos, espuma, teclados 
de computador, acrílicos.
- Vidros não recicláveis: espelhos, cristal, am-
polas de medicamentos, cerâmicas e louças, 
lâmpadas, vidros temperados planos. 
Fonte: adaptado da USP (2016, on-line)7.
SAIBA MAIS
Os mobiliários efêmeros, associados à questão am-
biental, utilizam materiais reutilizados, como ma-
deira de reflorestamento, paletes, insumos metálicos 
de reaproveitamento e de fibras orgânicas. Cuida-
dos, como a utilização de tintas e adesivos a base de 
água, também, são importantes. 
Nós, como indivíduos e profissionais, temos a 
responsabilidade de ter esta consciência de preser-
var e cuidar do meio em que vivemos. Buscar pensar 
desde o consumo à criação e concepção dos objetos. 
Sempre procurar alternativas que amenizarão os im-
pactos degradantes. Ao comprar um produto, analise 
se a embalagem tem a possibilidade de reuso, para 
não estimular o consumo de alguns determinados 
produtos que não são recicláveis; ao criar, pense nos 
materiais, seu ciclo de vida e destino. A maior difi-
culdade, hoje, além de ter estes atributos citados, é a 
relação do processo de reciclagem com o seu destino 
final. Muitas vezes, para tornar um material reutili-
DESIGN EFÊMERO 
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Atualmente, as condições oferecidas

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