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Fungos filamentosos

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Fungos filamentosos de importância médica
Mais comuns são dermatófitos, que causam dermafotisoes. Acometem nosso tecido e possuem queratina. Pele, pelos e unhas. Quase 40 espécies, dentro de 3 gêneros: Epidermophyton, Miscrosporum e Trichophyton. São hialinos, anamorfos, só se reproduzem de forma assexuada (várias mitoses). Há produção de esporo mas não há fusão entre hifas. São queratinofílicos. São apenas superficiais. Condições epidemiológicas e fatores populacionais que os tornam mais prevalentes. Epidemiologia: adaptadas ao nosso organismo são antropofílicas (presentes na nossa microbiota), adaptadas aos animais são zoofílicas, presentes no solo/vegetação são geofílicas. Tendência de espécie zoofílicas e geofílicas gerarem infecções mais intensas/agudas. Já as antropofílicas geram infecções mais brandas por já estarem mais adaptadas. Fatores populacionais: idade, sexo, ocupação, sistema imunológico, condições de higiene. Localização: Epidermophyton acometem nossa pele, Miscrosporum acomete pele e pelos, Trichophyton acomete pele, pelos e unhas. 
Idade: dermatofitoses do couro cabeludo, mais comum na pré-puberdade, nos pés, mãos e unhas são mais comuns em adultos. Virilha: mais comum nos homens (sexo). E pessoas em contato com os animais. Popularmente são conhecidas como tinea (tinha). Cada região do corpo que é afetada damos uma determinação. Tinea corporis: caracterizamos a lesão clássica da dermatofitose, que é uma mancha escamosa, com borda avermelhada, crescimento circular (radial)- melhora no centro, ou há confluência dessas manchas (se unem), na margem das lesões pode ter vesículas que podem estourar, gerando a liberação de fluido purulento contaminante. Afeta tronco e abdome ou MMSS. Tinea cruris: na virilha, ‘’coceira de joquei’’ – lesões semelhantes, mas em local diferente. Tinea barbae: forma clássica com confluência das manchas ou alguns casos que se assemelha com foliculite bacteriana pustulosa, tendo uma tendência de evolução para Kerions (inflamações exacerbadas onde está a infecção do fungo). Pode ocorrer infecções secundárias por bactérias e há alopecia (perda de pelo que pode ser definitiva). Tinea capitis: duas formas devido ao crescimento de fungos no cabelo; crescem só na cutícula (parte externa) e é Ectothrix ou outras crescem por dentro do pelo no córtex ou medula, gerando Endothrix. O primeiro se manifesta pela Tinea Tonsurante Tricotífica e o segundo Tinha Miscrospórica. Ambas são Tonsurante porque geram quebra de cabelo, mas a forma que pelo quebra que modifica. Na ecto, se indivíduo coça o cabelo vai esfarelando e gerando mancha cinzenta no couro. Tende a ter lesões múltiplas. Endo, quebra do pelo é bem rente ao poro, formando pontos pretos, são lesões únicas. Ambos casos pode evoluir para foliculite e Kerions. Tinha pedis: ’’pé de atleta’’ lesões semelhantes, ou formação de vesículas que liberam fluidos purulentos ou escamações interdigitais ou produz muita queratina (hiperqueratose). Tinea manuum e tinea das unhas- onicomicose. Unhas escamadas, quebradiças, coloração esbranquiçadas na superfície. 
Diagnóstico laboratorial: microscopia direta (exame direto) e cultura micológica. Feito pelo raspado das lesões ou do pelo. Precisamos respeitar o crescimento fúngico, que é de forma radial, sendo que a borda das lesões é a região com hinfas mais jovens, com maior potencial de crescimento, já que no meio tem potencial de cura. Ou seja, raspagem é feita na borda. Se colocar na lâmina e tratar com hidróxido de potássio KOH (degrada queratina para deixar fungo exposto) achamos hifas septadas, fragmentadas, hialinas e artroconídios (dentro das hifas que produzem esporos). Com diagnóstico direto da pra ter ideia que tem infecção, junto da clínica. Pedido de cultura micológica demora mais tempo 15 dias em média devido ao crescimento lento dos fungos. Só a partir da cultura que se tem diagnóstico diferencial. Há crescimento da colônia, faz raspado e observa estrutura formadora dos esporos, que são conídeos. Macroconídios: em forma de raquete, que são Epidermophyton; forma fusiforme, elíptica, bem alongada com extremidades curtas são Miscrosporum. Microconídios: minúsculos, do gênero Trichophyton. Teria que fazer comparativo com atlas. Spp do lado é quando identificou o gênero, mas não a espécie. Morfologia ajuda a identificar o gênero. Dermatófitos se tratam com tópicos: pomadas de cetoconazol. Em casos mais esporádicos de difícil evolução um antifúngico oral.
Hialo-hifomicoses: fungos septados e hialinos. Ceratomicose (córnea ocular), lesão no palato duro, meningite atípica, artrite, doenças pulmonares, micetoma, osteomielite. Podem provocar alergia, o Aspergillus. 
Feo-hifomicoses: fungos septados demáceos: produzem melanina. Múltiplas infecções e processos alérgicos. Locais superficiais, cutâneos e sistêmicos. Um que é septado e demáceo mas não é feo: Hortaea werneckii, sua manifestação é tinea nigra. Raspa, olha no microscópio e há hifa septada demácea. 
Fungo PIEDRAIA HORTAE – PIEDRA NEGRA: fungo filamentoso, que acomete exclusivamente os pelos, provocando a tricomicose nodular. Comum na zona tropical, endêmico na Amazônia. Vegetação contaminada, depois passa no cabelo, além de águas. Ambos os sexos podem ser acometidos, de todas as idades. Malásia e Paranamá têm o cabelo mais bonito se infectadas, porque não gera complicações e sim questões estéticas. Aderentes aos pelos firmementes, bem duros, faz barulho quando passa pente fino. Vê também de forma macroscópica, a olho nu. Diagnóstico: micológica direto ou por cultura, buscando hifas septadas demáceas com essas características. 
Mucoses subcutâneas: 
CROMOBLASTOMICOSE: Conhecida como cromomicose, dermatite verrucosa, doença de Fonseca ou doença de Pedroso. Fonsecae – Principal gênero causador, Phialophora, Cladosporium, Rhinocladiella. Têm nos vegetais seu reservatório natural, normalmente indivíduo se infecta após lesão na pele onde foi inoculada o fungo (esterco de madeira, espinho de planta). Inicialmente começam em forma de pápula, mas a evolução leva a formas verrugosas. Tem capacidade de encontrar um vaso linfático e fazer disseminação, as lesões aparecerão em outros locais, se espalham por um membro inteiro praticamente. Diagnóstico diferencial e laboratorial. Extravasamento de linfas para os tecidos, sendo a elefantíase atípica, causando aumento exagerado do membro. Sendo diagnosticado e tratado há regressão das lesões. Faz punção do líquido da lesão verrucosa e observa na microscopia. Sendo a presença de hifas septadas, demáceas, escuras, com presença de conídeos. Laboratorial + lesão.
MICETOMA: Actinomicetoma provocada por bactérias. Eumicetoma: micetoma verdadeiro, provocado pelos fungos madurella e pirenoqueta. Caracterizada por tríade: edema (tumefação); fístulas múltiplas (podem virar pus); grãos (aglomerados visualizados em biópsias) – pode ser fúngico ou aglomerado de bactérias, sendo um actinomicetoma. Normalmente acometem MMII e não se espalha. 
Menos comuns: dependem da condição imunológica do indivíduo (Diabetes mais que HIV). São zigomicoses. Fazem reprodução sexuada, formando zigósporos. 
MURCOMICOSE: provocada por Rhizopus, Absidia e Mucor. Pode ocorrer quando indivíduo inala os esporos fúngicos, ou ingere, ou tem lesões na pele. Parte digestiva indivíduo tem diarreia sanguinolenta, pois fungos são muito invasivos e têm preferência de habitar a luz dos vasos sanguíneas. Quando é por via aérea e mucocutânea a área mais afetada é a nasal, fazendo necrose. Rinocerebral: a partir do nariz atinge cérebro e leva a óbito. Diagnóstico: esporângios na forma assexuada. 
ENTOMOFTORMICOSE: fungos foram descobertos em insetos, mas eles não nos transmitem. Provocam lesões subcutâneas com aspectos nodulares, mas que não comprometem vasos. Após biópsia observamos conídios globosos.

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