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ANATOMIA - I

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ANATOMIA
Introdução ao Estudo da Anatomia (Aulas da ECMAL + Gardner)
1 – Considerações Gerais
	A anatomia é a ciência que estuda micro e macroscopicamente as estruturas dos seres organizados. Quanto ao tamanho das partes estudadas, a anatomia é habitualmente dividida em anatomia macroscópica e anatomia microscópica ou histologia.
	Um ponto freqüentemente esquecido é o de que o estudo da anatomia introduz o estudante de medicina à maior parte da terminologia médica.
	Formas de estudo em anatomia: 
Descritiva – por inteiro;
Segmentada ou sistemática – por partes, baseando-se nos vários sistemas do corpo, como o esquelético, muscular, digestivo etc;
Regional ou topográfica – de acordo com as subdivisões naturais principais. Ex: cabeça e pescoço, membro superior, tórax etc.
Obs: O critério regional é o adotado pelo livro.
2 – Terminologia Anatômica
	A Nomenclatura Anatômica (NA) é latinizada: CADÁVER = CARO + DATTA + VERMIBUS – CARNE DADA AOS VERMES
	O sufixo “mente” é, às vezes, acrescentado a um t ermo de posição, para indicar idéia de movimento. Assim, por exemplo, cefalicamente significa seguir na direção da cabeça .
3 – História da Medicina
	Veremos apenas alguns acontecimentos em esquema cronológico.
- Anatomia da Grécia a.C.: A anatomia da Grécia teve origem no Egito. Aristóteles (384-322 a.C.) foi o fundador da anatomia comparativa.
- Anatomia no Império Romano A.D.: Galeno de Pérgamo (ca. A.D. 130-200), o “príncipe dos médicos”, demonstrou e escreveu sobre anatomia.
- Século XV: A anatomia foi estudada por artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519). Ilustrações anatômicas começaram a ser impressas na última década do século XV (o primeiro atlas de anatomia foi feito por Leonardo da Vinci).
- Século XVI: A anatomia foi reformada por André Vesálio, de Bruxelas (1514- 1564), no seu De humani corporis fabrica – Dos Trabalhos do Corpo Humano (1543).
- Século XVII: Uma orientação fisiológica foi introduzida na anatomia por William Harvey (1578-1657). Os vasos linfáticos foram descobertos nesse século e a primeira dissecação humana registrada na América teve lugar em Massachusetts, em 1638. A Anatomia Microscópica foi fundada por Marcelo Malpighi (1628-1694). O álcool foi usado para conservação em 1660.
 - Século XVIII: A Anatomia Patológica foi fundada por Giovanni Battista Morgagni (1682-1771).
- Século XIX: A dissecação por estudantes de medicina era feita compulsoriamente e vários “scópios” foram inventados entre 1819 e 1899, como o estetoscópio, o otoscópio, o oftalmoscópio, o laringoscópio, o gastroscópio, o citoscópio e o broncoscópio, facilitando o estudo da anatomia in vivo. Foram fundadas sociedades anatômicas. Os raios X foram descobertos em 1895 por Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923). A neuro-histologia foi firmemente estabelecida por Ramón y Cajal (1852-1934).
4 – Termos de Posição e Direção
	Todas as descrições, em anatomia humana, são expressas em relação à posição anatômica, uma convenção pela qual o corpo está ereto, com a cabeça, os olhos, os dedos dos pés dirigidos para a frente e os membros superiores pendentes, ao lado do corpo, de modo que as palmas das mãos fiquem voltadas para a frente. Isto não implica que a posição anatômica seja a de repouso. Muitas vezes porém, é necessário descrever as posições das vísceras também em decúbito dorsal, por ser essa a posição na qual os paciente são freqüentemente examinados em clínica.
4.1 – Plano mediano 
	
	Plano vertical que secciona o corpo humano (CH) longitudinalmente, dividindo-o em metades direita e esquerda. Ele passa pelas superfícies ventral e dorsal do corpo, nas chamadas linhas medianas anterior e posterior. É um erro comum referir-se à “linha mediana” do corpo quando se trata de plano mediano.
4.2 – Plano sagital
	Todo plano vertical paralelo ao mediano. É assim denominado devido à sutura sagital do crânio, à qual são paralelos.
4.3 – Plano frontal ou coronal
	Plano vertical que intercepta o mediano em ângulo reto e divide o CH em partes ventral e dorsal.
4.4 – Plano horizontal
	É perpendicular à ambos os planos mediano e coronal, dividindo o CH em partes superior e inferior.
NOTA: O termo “transverso” geralmente tem o significado de “estar através”, isto é, simplesmente em ângulo reto com o eixo longitudinal de uma formação. Assim, a secção transversa de uma artéria não é necessariamente longitudinal. Uma secção transversa da mão é horizontal, ao passo que a do pé é coronal.
4.5 – Medial e lateral
	Mais próximo do plano mediano e mais afastado dele (ao lado do plano sagital), respectivamente. Intermédio, significa situação entre duas formações das quais uma é lateral e a outra é medial.
4.6 – Anterior ou ventral
	Significa mais próximo da frente do corpo. Posterior ou dorsal, significa mais próximo do dorso. No caso de certas partes como a língua, o pé, o pênis, o termo dorsal toma especial significado. No membro superior, o termo palmar significa anterior . No pé, o termo plantar significa inferior .
4.7 – Cranial e Caudal / Proximal e distal 
	No tronco, cranial ou cefálico é, ás vezes, usado em vez de superior, e caudal em vez de inferior; rostral significa mais próximo da “extremidade da frente”.
	Nos membros, proximal e distal são usados para indicar maior proximidade e distância da extremidade ou raiz de conexão do membro, respectivamente.
4.8 – Interno e externo / Superficial e profundo
	Interno e externo significam, respectivamente, mais próximo e mais distante do centro de um órgão ou de uma cavidade.
	Superficial e profundo indicam mais próximo e mais afastado da superfície do corpo, respectivamente. 
4.9 – Médio
	É usada para uma formação situada entre duas outras que são posterior e anterior, ou superior e inferior, ou ainda externa e interna.
5 – Princípios Gerais na Arquitetura do Organismo Humano
5.1 – Princípio da segmentação ou metameria
	Este princípio predomina no tronco, onde a coluna vertebral e o tórax consistem de elementos relativamente iguais, segmentarmente arranjados.
5.2 – Princípio da simetria bilateral ou antimeria
	Ambos os lados do corpo são separados por um plano sagital mediano e parecem um com outro, como imagem especular. São quase homólogos.
5.3 – Princípio da polaridade
	 Refere-se à polaridade entre a cabeça, em um extremo do corpo, e os membros inferiores no outro.
Sistema Esquelético e Osteologia (Aulas da ECMAL, Gardner, Histologia – Junqueira e Yokochi)
1 – Definição e conceito
	Conjunto de peças rígidas, ligamentos, cartilagens que, organizados, definem o arcabouço do ser vivo.
	O esqueleto compreende o esqueleto axial (ossos da cabeça, pescoço e tronco) e o esqueleto apendular (ossos dos membros).
	O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células e material intercelular calcificado, a matriz óssea, as células são: os osteócitos, que se situam em cavidades ou lacunas no interior da matriz; os osteoblastos, produtores da parte orgânica da matriz (colágeno tipo I, proteoglicanas e glicoproteínas); os osteoclastos, células gigantes, móveis e multinucleadas, formadas a partir da fusão de monócitos, que reabsorvem o tecido ósseo, participando dos processos de remodelação dos ossos (como o que ocorre após fraturas). Uma vez aprisionado pela matriz recém-sintetizada, o osteoblasto passa a ser chamado de osteócito. A matriz se deposita ao redor do corpo da célula e de seus prolongamentos, formando assim as lacunas e os canalículos.
2 – Funções
Proteger estruturas nobres (encéfalo, medula espinhal, pulmões, coração vísceras pélvicas).
Sustentação do corpo (os ossos formam um arcabouço de alavancas).
Reserva de nutrientes (gordura, proteínas) e depósito de cálcio, fosfatos e outros íons, armazenando-os ou liberando-os de forma controlada para manter constante a concentração desses importantes íons nos líquidos corporais, que são o líquido intersticial, sangue e linfa (manutenção da homeostase) .
Produção de células sanguíneas.
OBSERVAÇÕES:
A clavícula não possui canalmedular.
O número de ossos do esqueleto adulto é 206.
A criança tem mais ossos e o idoso tem menos devido a consolidação.
O osso pode estar presente em outros lugares que não no esqueleto ósseo. Muitas vezes substitui a cartilagem hialina em porções da laringe. Além disso é às vezes formado em tecido mole tal como ocorre nas cicatrizes. O osso que se forma onde normalmente não existiria é chamado osso heterotópico.
3 – Tipos de ossos
3.1 – Ossos longos
Possuem extremidades articulares (epífises), lisas e comumente mais largas que o corpo ou diáfise.
Possuem canal medular.
Formam as alavancas.
Ex: clavícula, úmero, rádio e ulna ou cúbito (MS), fêmur, tíbia e fíbula ou perônio (MI), metacárpicos, metatársicos e falanges.
 As epífises de um osso em crescimento são inteiramente cartilagíneas ou, caso já tenha começado a ossificação epifisial, estão separadas do corpo por discos epifisiais cartilagíneos. Clinicamente, o termo epífise indica, em geral, a epífise óssea. A parte do corpo adjacente a um disco epifisial é quase sempre mais larga do que o resto do corpo. Essas partes mais largas, que contém a zona de crescimento e osso recém formado, são chamadas metáfase. No adulto, o tecido ósseo da metáfase é contínuo com o da epífise.
	O corpo de um osso longo é um tubo de osso compacto (“compacta”), cuja cavidade é conhecida como cavidade medular. A cavidade contém medula óssea rubra ou medula óssea flava , ou ainda a combinação de ambas. A epífise e a metáfise consistem em anastomoses irregulares das traves ou trabéculas, que formam o que se conhece por osso esponjoso ou reticular. O espaço entre as trabéculas é preenchido com medula óssea. As porções externas da epífise e da metáfise consistem em uma fina camada de osso compacto, e o osso sobre a superfície articular das extremidades é recoberto por cartilagem, que geralmente é hialina.
	A diáfise de um osso longo é recoberta, externa e internamente, por células osteogênicas e tecido conjuntivo que formam o periósteo e o endósteo. O periósteo é uma lâmina constituída por uma resistente camada fibrosa mais externa, que age como uma membrana limitante, e uma camada interna, mais celular e mais rica em vasos sanguíneos, dita osteogênica e que fica junto ao tecido ósseo compacto. Internamente, na diáfise, mais precisamente forrando a superfície interna do osso compacto, revestindo o canal medular, há o endósteo, uma fina camada celular, geralmente constituída por células osteogênicas e achatadas. O endósteo reveste, além do canal medular, as cavidades do osso esponjoso, os canais de Havers e os de Volkmann.
	O periósteo é contínuo, nas extremidades do osso, com a cápsula articular, mas não reveste a cartilagem articular. Ele serve também para inserções de músculos, tendões e ligamentos. Os feixes de fibras colágenas de um tendão se espraiam no periósteo; algumas continuam para dentro e penetram no osso. Muitas vezes, a zona de inserção de um tendão não é claramente óssea nem tendínea. Onde os tendões estão em contato com o osso, passando para suas inserções, o periósteo adjacente é com freqüência fibrocartilagíneo. Algumas fibras colágenas do tecido ósseo são contínuas com as fibras do periósteo e recebem o nome de fibras de Sharpey. Essas fibras unem firmemente o periósteo ao tecido ósseo ou osso compacto.
	As células do periósteo têm morfologia semelhante à dos fibroblastos, transformam-se muito facilmente em osteoblastos e têm importante papel no crescimento, modelação e na reparação de fraturas. Os vasos sanguíneos do periósteo se ramificam e penetram nos ossos através dos canais da matriz.
OBSERVAÇÃO: O revestimento das superfícies ósseas, como vimos, é essencial para manutenção do tecido, pois áreas de reabsorção óssea aparecem em locais que perderam o revestimento. Por isso, nas cirurgias do osso, dar-se uma atenção especial ao endósteo e ao periósteo.
3.2 – Ossos curtos
São mais articulares e intermediários.
Possuem dimensões equivalentes e medula óssea.
Possuem um tipo classificado de sesamóides – ossos encontrados principalmente nas mãos e nos pés, alojando-se na intimidade de tendões ou de cápsulas articulares onde servem claramente para alterar o ângulo de tração do tendão.
Ossos acessórios ou supernumerários. São os que não estão presentes regularmente.
São, em geral, do tipo curto ou plano, sendo encontrados principalmente nas mãos e nos pés. Incluem-se, no adulto, alguns ossos sesamóides e certas epífises não soldadas. Têm importância médico-legal pelo fato de, quando vistos em radiografias, poderem ser confundidos com fraturas. O calo ósseo, contudo, está ausente e os ossos são lisos e em geral estão presentes bilateralmente.
	
3.3 – Ossos planos
	São, geralmente, de proteção, acomodação e arrumação, constituídos por duas camadas de osso compacto com uma intermediária de osso esponjoso e medula óssea. A camada esponjosa interposta nos ossos da calvária é chamada díploe; ela contem numerosos canais venosos. Alguns ossos, como o osso lacrimal e porções da escápula, são tão finos que constituem em apenas uma fina camada de osso compacto.
	As superfícies articulares dos ossos planos são envoltas por cartilagens ou, como no caso de certos ossos do crânio, por tecido fibroso.
	Exemplos: costelas, esterno, escápula e muitos ossos do crânio.
3.4 – Ossos irregulares
	Compreendem muitos ossos do crânio, as vértebras e os ossos do quadril. São constituídos, em sua maior parte, de osso esponjoso envolto por uma delgada lâmina de osso compacto. As porções muito delgadas dos ossos irregulares são inteiramente constituídas por osso compacto. Não se enquadram em outras classificações.
	OBSERVAÇÃO: Os ossos pneumáticos, são aqueles que contém cavidades ou seios cheios de ar. 
4 – Contornos e acidentes ósseos
	As proeminências recebem várias denominações a depender de seu grau de elevação ou até o osso em que se localiza. Um processo articular proeminente é, ás vezes, mencionado como uma cabeça e sua conexão estreitada com o resto do osso é referida como o colo (fêmur). Um côndilo (saliência) é uma massa protuberante com superfície articular e que também é encontrada no fêmur. Um ramo é um largo braço ou processo que se projeta da porção principal do osso (mandíbula, p. ex.). A tróclea é uma proeminência (tubérculo) que fixa tendões, presente no úmero, por exemplo.
	Outras proeminências, mais ou menos em ordem decrescente de tamanho, são chamadas processos, trocânteres, tuberosidades (tíbia, p. ex.), protuberâncias, tubérculo e espinhas. As proeminências lineares são as rugas, cristas ou linhas, e as depressões lineares são os sulcos. Outras depressões são as fossas ou fóveas (pequenas covas). Uma ampla cavidade no osso é denominada seio, célula ou antro. Um buraco ou orifício no osso é um forame. Se tiver comprimento, é um canal, hiato ou aqueduto. Muitos destes termos, contudo, não são exclusivos dos ossos (antro pilórico, por ex.).
	 As extremidades dos ossos, exceção feita para as superfícies articulares, contêm muitos forames para os vasos sanguíneos. São mais numerosos próximos às margens das superfícies articulares. Os mais calibrosos são geralmente para as veias.
	As bordas nas quais as cápsulas articulares se inserem, são muitas vezes, marcadas nos ossos desenvolvidos por uma fina crista ou lábio ósseo. Tal “labiamento” é aparentemente causado por tensão sobre o periósteo que se une à cápsula na borda articular. Essa tração e também a tração onde as inserções fibrosas são concentradas, aparentemente estimulam a camada osteogênica do periósteo a formar osso. O periósteo é especialmente sensível à tração ou à pressão.
	OBSERVAÇÃO: O osso longo, em geral, apresenta sua diáfise constituída de três faces separadas entre si por três bordas.
5 – Vascularização e inervação do osso
	Usando como padrão o dos ossos longos, estes são nutridos pelos seguintes tipos de vasos sanguíneos: (1) Uma artéria (ou artérias) nutrícia perfura o osso compacto do corpo e se divide em ramos longitudinalmente orientados,que nutrem a medula óssea e o osso compacto, até as metáfises; (2) Muitos ramúsculos dos vasos do periósteo também vascularizam o osso compacto do corpo; (3) Os vasos da metáfise e da epífise, que nascem principalmente das artérias que nutrem a articulação, perfuram a compacta e suprem o osso esponjoso e a medula das extremidades do osso. Ambos são importantes para a nutrição da zona de crescimento. Quando o crescimento termina e a lâmina epifisial desaparece, os vasos metafisiais e epifisiais se anastomosam.
	Muitas fibras nervosas acompanham os vasos sanguíneos do osso. A maioria dessas fibras é vasomotora, porém algumas são sensitivas e terminam no periósteo e na adventícia dos vasos sanguíneos. Algumas das fibras sensitivas são fibras dolorosas. A perfuração do osso compacto sem anestesia pode gerar a dor vaga ou sensação dolorosa; a perfuração do osso esponjoso pode ser muito mais dolorosa. A dor originada no osso pode ser percebida no local, contudo, muitas vezes ela se difunde ou é referida. Por exemplo, a dor originada no corpo do fêmur pode ser sentida, de modo difuso, na porção mais baixa da coxa ou pode ser sentida no joelho.
6 – Forma e arquitetura do osso
	Os ossos são admiravelmente construídos combinando força, elasticidade e escassez de peso. Essas propriedades são modificáveis por várias condições mecânicas: forças de tensão e de compressão podem estimular o crescimento ósseo. Durante o pós-natal a função é o primeiro fator de estímulo ao crescimento ósseo e determinação da estrutura.
	O osso esponjoso está altamente adaptado às forças que atuam no esqueleto devido à postura ereta e movimentos, enquanto o osso compacto não está. Para tanto as trabéculas do osso esponjoso revelam (contrastando com o osso compacto) uma estrutura trajetorial que reflete a trajetória das forças mecânicas a ela aplicadas. (Yokochi)
	Algumas trabéculas são resistentes a forças de tenção, enquanto outras o são às forças de compressão.
	A teoria trajetorial (severamente criticada sob diversos aspectos, é aceita com reservas): ... as trabéculas ósseas seguem as linhas de máxima tensão interna (trajetórias) no osso, sendo, por isso, adaptadas para suportar as tenções e trações que o osso está sujeito; outras trabéculas são resistentes à compressão...
	
7 – Medula óssea
	Apresenta-se semilíquida ou líquida.
	a) MO rubra ou vermelha – forma hemáceas e glóbulos brancos (do tipo granulócitos); da infância em diante, há uma diminuição progressiva onde no adulto a MOR está presente nas costelas, vértebras, esterno e ossos do quadril (o fêmur e o úmero, em geral, possuem pouca MOR).
	b) MO flava ou amarela – formada de gordura e nutrientes; aumenta progressivamente com a idade onde no adulto é encontrada no rádio, na ulna, tíbia e fíbula.
	Os ossos do tarso e do carpo contêm, geralmente, apenas medula gordurosa.
	O acúmulo relativo de medula óssea rubra e flava pode ser alterado por moléstia. A perda de sangue, por exemplo, pode ser seguida de um aumento no acúmulo da medula óssea rubra à medida que se formam mais células sanguíneas.
8 – Crescimento ósseo
	O osso cresce apenas por aposição, isto é, pela deposição de novo osso em superfícies livres. 
	Os ossos, no entanto, em sua maioria se desenvolvem como ossos cartilagíneos . As proliferações mesenquimais se condrificam , enquanto as células depositam matriz cartilagínea e formam cartilagens hialinas que têm a conformação dos futuros ossos. Essas cartilagens são, então substituídas por osso.
9 – Aspectos médico-legais e antropológicos
	Pode ser muito difícil ou até impossível determinar se um osso é humano, a menos que o osso encontrado seja característico e esteja relativamente intacto. São de maior valia na determinação do sexo, na ordem de importância: (1) A pelve e o osso sacro (o sacro masculino é mais alongado). (2) O crânio (o osso frontal feminino é mais verticalizado, por exemplo). (3) O atlas. (4) O esterno (no homem é mais longo). (5) os ossos longos. Com um material razoavelmente completo pode-se determinar a idade, a raça, a estatura (pode ser melhor determinada quando se dispõe de um osso longo, especialmente do fêmur).
	De uma forma em geral, o osso masculino é mais marcado por acidentes e contornos (por herança de atividades no processo evolutivo).
10 – Cartilagem
	É um tecido conectivo, elástico e resistente composto de células chamadas condrócitos, presentes em lacunas, e de fibras implantadas numa matriz intercelular firme e gelatinosa. Suas propriedades, relacionadas ao seu papel fisiológico, dependem da estrutura da matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno mais elastina, em associação com macromoléculas de proteoglicanas (proteínas + glicosaminoglicanas). A função das células é produzir a matriz e mantê-la em estado normal. Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se deve às ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicanas das proteoglicanas e o colágeno, e à grande quantidade de moléculas de água presas a estas glicosaminoglicanas (água de solvatação) que conferem turgidez à matriz.
	O tecido cartilaginoso não possui vasos sanguíneos sendo nutrido pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) e líquido sinovial das cavidades articulares. Os nutrientes portanto, difundem-se pela matriz para alcançar as células. Ao contrário dos ossos, a difusão é muito precária nas cartilagens calcificadas.
	Um elemento esquelético, que seja principal ou inteiramente cartilagíneo, acha-se rodeado por uma membrana de tecido conectivo, o, pericôndrio, cuja estrutura é similar a do periósteo.
	A cartilagem cresce por aposição, isto é, por deposição de cartilagem nova sobre a superfície da velha. A nova cartilagem é formada por condroblastos derivados das células mais profundas do pericôndrio. A cartilagem também cresce intersticialmente, ou seja, por aumento do tamanho e número das células existentes (mitose dos condrócitos) e por aumento da quantidade de matriz extracelular. A cartilagem adulta cresce vagarosamente e o reparo ou regeneração é inadequado após uma lesão grave.
	A natureza e a disposição das fibras componentes da matriz cartilaginosa são, parcialmente, a base da classificação da cartilagem em três tipos: hialina, fibrosa e elástica.
	Cartilagem hialina. Este tipo, o mais comum e característico, é assim chamado porque possui uma aparência cristalina, translúcida devida ao caráter de sua matriz. Forma o primeiro esqueleto do embrião, que posteriormente será substituído por um esqueleto ósseo; forma a maioria dos ossos e cartilagens, encontra-se nos discos epifisiais, nas cartilagens costais; a cartilagem hialina não articular tende a se calcificar (na idade senil, por exemplo, reduzindo a expansão torácica). Na parte central da cartilagem, os condrócitos são arredondados e em geral aparecem em grupos de até oito células, todas originadas por mitose de um único condroblasto, formando assim os chamados grupos isógenos.
	Fibrocartilagem . A cartilagem fibrosa é resistente a tensões e constituída principalmente de fibras colágenas cujos feixes são bem visíveis ao microscópio (ao contrário da hialina). É encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se inserem nos ossos, em meniscos e na sínfise pubiana. Forma cartilagem articular em poucas junturas (temporomandibular, p.ex.) e está sempre associada a conjuntivo denso, sendo imprecisos os limites entre os dois. Na fibrocartilagem não existe pericôndrio.
	Cartilagem elástica. Basicamente, é semelhante à cartilagem hialina, porém inclui, além das fibras de colágeno, uma abundante rede de fibras elásticas finas (elastina), contínuas com o pericôndrio. Pode estar presente isoladamente ou formar uma peça cartilaginosa junto com a cartilagem hialina. Possui pericôndrio, é menos sujeita a processos degenerativos do que a hialina e raramente se calcifica com a idade avançada. Encontra-se na orelha, na tuba auditiva, forma algumas das cartilagens da laringe.
	A cartilagem que sofrelesão regenera-se com dificuldade e, freqüentemente, de modo incompleto, salvo em crianças de pouca idade. No adulto a regeneração se dá pela atividade do pericôndrio. Quando a área destruída é extensa, ou mesmo, algumas vezes, em lesões pequenas, o pericôndrio, ao invés de formar novo tecido cartilaginoso, forma uma cicatriz de tecido conjuntivo denso.
	Localizado entre os corpos vertebrais e unido a elas por ligamentos, o disco intervertebral é formado por dois componentes: o anel fibroso e uma parte central, derivada da notocorda, o núcleo pulposo. O núcleo pulposo fica na região central do anel fibroso e suas células sob um líquido viscoso rico em ácido hialurônico. No jovem, o núcleo pulposo é relativamente maior, sendo gradual e parcialmente substituído por fibrocartilagem com o avançar da idade. O núcleo pulposo, por ser rico em proteoglicanas muito hidratadas, absorve as pressões como se fosse uma almofada, protegendo as vértebras contra os impactos. A ruptura do anel fibroso, mais freqüente na sua parte posterior, onde os feixes colágenos são menos densos, resulta na expulsão do núcleo pulposo e no achatamento concomitante do disco.Frequentemente este se desloca de sua posição normal entre os corpos vertebrais. Quando o disco se movimenta na direção da medula espinhal, pode comprimir nervos, produzindo fortes dores e distúrbios neurológicos. Na maioria dos casos a dor se estende pela parte inferior da região lombar.
11 – Formação do tecido ósseo (ossificação)
	O tecido ósseo é formado ou por um processo chamado ossificação intramembranosa, que ocorre no interior de uma membrana conjuntiva, ou pelo processo de ossificação endocondral, que se inicia sobre um molde cartilaginoso, o qual é substituído por tecido ósseo que se forma a partir de células vindas do conjuntivo adjacente. Tanto em uma como na outra, o, primeiro tecido do osso a ser formado é o primário. Este é pouco a pouco substituído pelo secundário ou lamelar. Portanto, durante o crescimento dos ossos podem-se ver, lado a lado, áreas de tecido primário, áreas de reabsorção e áreas de tecido secundário. Uma combinação de formação e remoção de tecido ósseo persiste durante o crescimento do osso: no adulto isto também acontece, embora em ritmo muito mais lento.
	Em cada peça óssea, tanto na vida intra-uterina como durante os processos de neoformação, o tecido ósseo primário é o primeiro a ser formado, sendo substituído gradativamente por tecido ósseo secundário. No adulto, ele é pouco freqüente, persistindo apenas próximo às suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões. Apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções sem organização definida, tem menor quantidade de minerais (maior permeabilidade aos raios X) e maior porcentagem de osteócitos do que o tecido ósseo secundário. Já o tecido ósseo secundário é altamente organizado, apresentando lamelas que podem formar sistemas de Havers.
 	A ossificação intramembranosa é o processo formador dos ossos frontal, parietal e de partes do occipital, do temporal e dos maxilares superior e inferior. Contribui também para o crescimento dos ossos curtos e para o crescimento em espessura dos ossos longos.
	O processo tem início pela diferenciação de células mesenquimatosas que se transformam em grupos de osteoblastos. Estes sintetizam o osteóide (matriz ainda não mineralizada) que logo se mineraliza englobando alguns osteoblastos que se transformam em osteócitos. A parte da membrana conjuntiva que não sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo.
	A ossificação endocondral tem início sobre uma peça de cartilagem hialina, de forma parecida à do osso que se vai formar, porém de tamanho menor. Consiste em dois processos. Primeiro: a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a finos tabiques, sua mineralização e a morte dos condrócitos. Segundo: as cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente. Essas células diferenciam-se em osteoblastos, que depositam matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada. Desse modo, aparece tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso sem que ocorra a transformação deste tecido naquele; os tabiques de matriz calcificada da cartilagem servem apenas de ponto de apoio à ossificação.
	O molde cartilaginoso possui uma parte média estreitada e as extremidades dilatadas, correspondendo, respectivamente, à diáfise e epífises do osso. O primeiro tecido ósseo a aparecer no osso longo é formado por ossificação intramembranosa do pericôndrio que recobre a parte média da diáfise. Forma-se, dessa maneira, um cilindro ósseo, oco. O pericôndrio pré-existente passa então a ser chamado de periósteo, por recobrir o tecido ósseo neoformado.
	Desde o início surgem osteoclastos e ocorre absorção do tecido ósseo formado no centro da cartilagem, aparecendo, assim, o canal medular, o qual também cresce longitudinalmente à medida que a ossificação progride. À medida que se forma o canal medular, células sanguíneas originadas de células hematogênicas multipotentes, são trazidas pelo sangue e se fixam no microambiente do interior dos ossos onde vão produzir todos os tipos de células do sangue, tanto na vida intra-uterina como após o nascimento.
	Quando o tecido ósseo formado ocupa a epífise, o tecido cartilaginoso fica reduzido a dois locais: (1) cartilagem articular, que persistirá por toda a vida do indivíduo e não contribui para a formação do tecido ósseo, e (2) a cartilagem epifisária ou de conjugação. Esta é constituída por um disco cartilaginoso que não foi penetrado pelo osso em expansão e que, será responsável, de agora em diante, pelo crescimento longitudinal do osso. A cartilagem de conjugação fica entre o tecido ósseo das epífises e o da diáfise: seu desaparecimento por ossificação, aproximadamente aos 20 anos de idade, determina a parada do crescimento longitudinal dos ossos.

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