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Sistema Esquelético - Estrutura Óssea

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–
Yasmin Azevedo Neves 
– 
 
Introdução: O sistema esquelético é composto de 
ossos, cartilagens e articulações que formam a 
estrutura interna de suporte do corpo. Os ossos 
são os responsáveis por dar suporte e formato ao 
corpo, são pontos de fixação para os músculos e 
também funcionam como um depósito para 
armazenamento de minerais essenciais. A 
cartilagem, um componente de muitas 
articulações, ajuda no suporte e no movimento, à 
medida que funciona como um apoio para as 
extremidades ósseas. A cartilagem e o osso estão 
ligados ao longo de todo o seu desenvolvimento, 
e a maioria dos ossos tem origem em um tecido 
cartilagíneo que, posteriormente, é substituído por 
um tecido ósseo durante o crescimento pré-natal 
e ao longo da infância. O sistema esquelético 
também contém informações da nossa história 
pessoal. Os ossos dentro de nós não são como os 
ossos sem vida, ossos secos que examinamos em 
um laboratório; ao contrário, eles são órgãos vivos, 
dinâmicos, que refletem muitos aspectos da nossa 
vida. O esqueleto humano é dividido em duas 
regiões descritivas: 
1- Axial 
2- Apendicular 
1- AXIAL: O esqueleto axial possui 80 ossos 
- Crânio e os ossos associados (ossículos da 
audição e o osso hioide) são responsáveis 
por 29 ossos. 
– Caixa torácica (esterno e costelas) é 
responsável por 25 ossos. 
– Coluna vertebral é responsável por 26 
ossos. 
2- APENDICULAR: O esqueleto apendicular 
possui 134 ossos 
- Cíngulo do membro superior (clavícula e 
espácula) é responsável por 4 ossos. 
– Membros superiores são responsáveis 
por 64 ossos. 
– Cíngulo do membro inferior (osso 
quadril) é responsável por 2 ossos. 
– Membros inferiores são responsáveis por 
64 ossos. 
O esqueleto possui 214 ossos (incluindo os 8 ossos 
sesamoides das mãos e dos pés), contundo, na 
prática esse número pode variar de pessoa para 
pessoa. Os ossos e cartilagens do sistema 
esquelético humano são constituídos de um 
tecido conjuntivo vivo, dinâmico e rígido. A 
cartilagem está unida à alguns ossos, 
especialmente onde a flexibilidade é importante e 
recobre muitas faces articulares dos ossos. 
Aproximadamente 99% do cálcio do corpo estão 
armazenados nos ossos e muitos, possuem uma 
cavidade central que contém a medula óssea 
(conjunto de células hematopoiéticas que formam 
as células do sangue). 
A maioria dos ossos pode ser classificado em uma 
das cinco formas seguintes: 
1- Plano - os ossos são finos, achatados e, 
normalmente, ligeiramente curvados. A maioria 
dos ossos do crânio é plana, assim como as 
costelas, o esterno (osso peitoral) e a escápula 
(omoplata). 
2- Irregular - os ossos irregulares têm várias formas 
que não se enquadram nas categorias anteriores. 
Exemplos são as vértebras e os ossos do quadril. 
3- Curto - os ossos curtos têm uma forma 
ligeiramente cúbica. Eles aparecem no carpo e no 
tarso. 
4- Longo - como o próprio nome sugere, são ossos 
consideravelmente mais longos do que largos. Um 
osso longo tem uma barra com duas extremidades 
distintas. A maioria dos ossos dos membros são 
ossos longos e eles são nomeados por sua forma 
alongada e não pelo seu tamanho global: os ossos 
dos dedos das mãos e dos pés são ossos longos, 
embora sejam pequenos. 
5- Sesamoide - os ossos sesamoides (“em formato 
de semente de gergelim”) são um tipo especial de 
osso curto que se forma dentro de um tendão. Um 
bom exemplo é a patela (ou rótula). Eles variam 
em tamanho e em número, dependendo do 
indivíduo. Alguns ossos sesamoides atuam para 
claramente alterar a direção da tração de um 
tendão. 
 
As funções do sistema esquelético e dos ossos são: 
* Sustentação 
* Proteção dos tecidos ou dos órgãos vitais 
* Proporcionar mecanismo de movimento 
* Armazenar cálcio 
* Fornecimento de células sanguíneas 
Cartilagem: A cartilagem é o tecido precursor fetal 
no desenvolvimento de muitos ossos; ela também 
dá suporte a estruturas não esqueléticas, como na 
orelha, laringe e árvore traqueobrônquica. A 
maioria das faces articulares dos ossos são 
revestidas de cartilagem hialina que é o tipo mais 
comum. O segundo tipo de cartilagem é a 
fibrocartilagem que é encontrada em locais que é 
necessária mais sustentação. O terceiro tipo de 
cartilagem é elástica que é encontrada em locais 
onde é necessária maior flexibilidade. Durante o 
começo da vida fetal, o esqueleto humano é 
predominantemente cartilaginoso, mas 
subsequentemente é em grande parte substituído 
por osso. Em adultos, a cartilagem persiste nas 
superfícies das articulações sinoviais, nas paredes 
da laringe e epiglote, traqueia, brônquios, nariz e 
orelhas externas. A substituição por osso durante o 
desenvolvimento é um processo complexo: as 
células nas placas de crescimento cartilaginosas — 
que estão situadas entre as epífises e as diáfises 
em ossificação dos ossos longos (e em outros 
locais) — continuam a proliferar, aumentando o 
comprimento dos ossos envolvidos até que 
eventualmente se ossificam, quando cessa o 
crescimento. As estruturas cartilagíneas são 
encontradas por todo o corpo humano. Essas 
cartilagens incluem: 
1. Cartilagem na orelha externa. 
2. Cartilagens no nariz. 
3. Cartilagens articulares, que revestem as 
extremidades da maioria dos ossos nas 
articulações móveis. 
4. Cartilagens costais, que conectam as costelas 
ao esterno (osso do peito). 
5. Cartilagens da laringe (caixa de voz), incluindo a 
epiglote, uma aba que evita que o alimento entre 
na laringe e nos pulmões. 
6. Cartilagens que mantêm abertos os tubos de ar 
do sistema respiratório. 
7. Cartilagens dos discos entre as vértebras. 
8. Cartilagem da sínfise púbica. 
9. Cartilagens que formam discos articularesdentro de algumas articulações móveis — o 
menisco no joelho, por exemplo. 
 
 
 
Articulações: São junções entre os ossos, existe 
três tipos de articulações: 
1- Fibrosas (sinartrose): Ossos unidos por tecido 
conjuntivo fibroso. Exemplo: suturas entre ossos 
do crânio. 
2- Cartilagíneas (anfiartrose): Ossos unidos por 
cartilagem ou por cartilagem mais tecido fibroso. 
3- Sinoviais (diartrose): Ossos interpostos por 
cavidade articular preenchida com líquido sinovial 
e revestida por uma cápsula. Exemplo: articulação 
do joelho. 
 
OBS: Quanto mais movimento ocorre em uma 
articulação, mais suscetível ela fica a lesões e 
luxações. 
Estrutura Óssea e Classificação: 
 Os ossos do esqueleto são órgãos porque 
contêm diversos tecidos distintos. Embora 
o tecido ósseo predomine, os ossos 
também contêm tecido nervoso (em 
nervos), tecido sanguíneo (em vasos 
sanguíneos), cartilagem (em cartilagens 
articulares) e tecido epitelial revestindo os 
vasos sanguíneos. O osso é uma forma 
especializada de tecido conjuntivo 
constituído por células e pela matriz 
extracelular. A matriz é mineralizada com 
fosfato de cálcio o que lhe confere uma 
textura rígida, servindo como um 
significante reservatório de cálcio. Os 
ossos proporcionam um arcabouço rígido 
que protege e sustenta a maioria dos 
tecidos moles do corpo e atuam como um 
sistema de vigas e alavancas, as quais, 
através da ação dos músculos esqueléticos 
inseridos, permitem movimento do corpo. 
Os ossos do esqueleto são conectados uns 
aos outros através de articulações que, 
conforme sua estrutura, permitem 
variados graus de movimento. Os ossos 
são classificados em: 
COMPACTO: Tecido ósseo denso que forma a 
camada mais externa do osso. 
ESPONJOSO: Osso trabecular que contém uma 
rede de trabéculas finas; encontrado nas epífises e 
nas metáfises dos ossos longos. 
 
 
Um osso longo típico apresenta os seguintes 
elementos estruturais: 
- Diáfise: Corpo do osso. 
– Epífise: Duas extremidades expandidas do osso 
recobertas por cartilagem articular. 
– Metáfise: Localizada entre a diáfise e as epífises, 
consiste na região adjacente à área onde ocorrerá 
o crescimento ativo do osso. 
– Cavidade Medular: Porção central da diáfise de 
muitos ossos longos; que produzem células do 
sangue. 
A formação óssea ocorre em grande parte pela 
disposição de osteoide, calcificada posteriormente 
e por reabsorção óssea. Portanto, a formação 
óssea é um processo dinâmico. 3 tipos principais 
celulares principais participam deste processo: 
1- Osteoblastos: Células que formam novos 
ossos pela deposição de osteoide. 
2- Osteócitos: Células ósseas maduras 
(derivadas dos osteoblastos), envolvidas 
por matriz óssea calcificada. 
3- Osteoclastos: Células grandes que realizam 
a degradação enzimática da matriz óssea, 
normalmente encontradas nas áreas de 
remodelamento ósseo ativo. 
Macroscopicamente, o osso vivo é branco. Sua 
textura é densa como marfim (osso compacto) ou 
semelhante a favo dotado de grandes cavidades 
(osso trabecular ou esponjoso), no qual o elemento 
ósseo é reduzido a uma trama de barras e placas. 
 
Osso compacto é usualmente limitado aos córtices 
dos ossos maduros (osso cortical) e é de grande 
importância em prover sua resistência. Sua 
espessura e arquitetura variam nos diferentes 
ossos, de acordo com sua forma global, posição e 
papéis funcionais. O córtex mais o canal medular 
oco dos ossos longos permitem a combinação de 
resistência com baixo peso. O osso esponjoso 
usualmente é interno, dando resistência adicional 
aos córtices e contendo a medula óssea. O osso 
forma um reservatório de cálcio (99% do cálcio 
corporal estão no esqueleto ósseo) e fosfato 
metabólicos que está sob controle hormonal e de 
citocinas. As proporções de osso compacto para 
esponjoso variam grandemente. Nos ossos longos, 
a diáfise consiste em um cilindro grosso de osso 
compacto com algumas trabéculas e espículas na 
sua superfície interna. Ele encerra um grande 
canal medular ou cavidade da medula que se 
comunica livremente com os espaços 
intratrabeculares das extremidades ósseas 
expandidas. Em outros ossos, especialmente ossos 
chatos como as costelas, o interior é 
uniformemente esponjoso, e osso compacto forma 
a superfície. As cavidades usualmente são cheias 
de medula, seja hematopoética vermelha, seja 
adiposa amarela, de acordo com a idade e o local. 
Entretanto, em alguns ossos do crânio, 
notadamente o processo mastoide do osso 
temporal e os seios paranasais da maxila, 
esfenoide e etmoide, muitas das cavidades 
internas são cheias de ar, isto é, são pneumáticas. 
Os ossos variam não apenas na sua forma principal, 
mas também em detalhes menores da superfície 
ou marcas secundárias, que aparecem 
principalmente na vida pós-natal. A maioria dos 
ossos apresenta características como elevações e 
depressões (fossas), áreas lisas e cristas rugosas. 
Numerosos nomes são usados para descrever 
essas características secundárias. Algumas 
superfícies articulares são chamadas de fossas (p. 
ex., a fossa glenoidal); depressões longas são 
sulcos (p. ex., o sulco bicipital do úmero); um 
entalhe é uma incisura; um espaço real é um hiato. 
Uma grande projeção é chamada de processo ou, 
se alongada e delgada ou pontuda, de espinha. Um 
processo recurvado é um hámulo ou corno (p. ex., 
os hâmulos pterigóideos do osso esfenoide e os 
cornos do hioide). Uma projeção arredondada é 
uma tuberosidade ou tubérculo, e ocasionalmente 
um trocanter. As extremidades proximais 
expandidas de muitos ossos são muitas vezes 
chamadas de “cabeça” (p. ex., úmero, fêmur, 
rádio). Um buraco no osso é um forame, e se torna 
um canal quando alongado. Buracos grandes 
podem ser chamados de aberturas ou, se cobertos 
em grande parte por tecido conjuntivo, fenestras. 
Fendas nos ossos ou entre eles são fissuras. Uma 
lâmina é uma placa fina; lâminas maiores podem 
ser chamadas de escamas (p. ex., a escama 
temporal). 
 
Classificação dos Ossos: 
Os ossos apresentam-se em muitos tamanhos e 
formas. Por exemplo, o minúsculo osso pisiforme 
do carpo (região do punho) tem a forma e 
tamanho de uma ervilha, enquanto o fêmur (osso 
da coxa) é grande e alongado. O formato de cada 
osso reflete a sua função e formação. O fêmur, por 
exemplo, deve suportar grande peso e pressão, e 
seu design cilíndrico e oco fornece o máximo de 
resistência com um mínimo de peso. Os ossos são 
classificados por sua forma como longos, curtos, 
planos e irregular. 
Músculo Esquelético: 
É possível classificar os músculos com base na sua 
forma geral e na orientação predominante das 
suas fibras em relação à direção de tração. 
 
Os músculos com fibras que são 
predominantemente paralelas à linha de tração 
variam em forma de chatos, curtos e quadriláteros 
(p. ex., tiroióideo) a longos e em fita (p. ex., 
esternoióideo, sartório). Nesses músculos, as 
fibras individuais podem percorrer o comprimento 
inteiro do músculo ou segmentos mais curtos, 
quando há interseções tendíneas transversais a 
intervalos(p. ex., reto do abdome). Em um 
músculo fusiforme, as fibras podem ser paralelas 
no “ventre”, mas convergir para um tendão em 
ambas as extremidades. Quando as fibras são 
oblíquas à linha de tração, os músculos podem ser 
triangulares (p. ex., temporal, adutor longo) ou 
peniformes (semelhantes a penas) em sua 
construção. Os últimos variam em complexidade 
de unipenados (p. ex., flexor longo do polegar) e 
bipenados (p. ex., reto femoral, interósseos 
dorsais) a multipenados (p. ex., deltoide). As fibras 
podem passar obliquamente entre aponeuroses 
profunda e superficial, em um tipo de forma 
“unipenada” (p. ex., sóleo) ou as fibras musculares 
podem começar das paredes de compartimentos 
osteofasciais e convergir obliquamente para um 
tendão central, de maneira circumpenada (p. ex., 
tibial anterior). Os músculos podem exibir um 
arranjo espiralado ou torcido (p. e x., fibras 
esternocostais do peitoral maior e latíssimo do 
dorso, que sofrem uma torção de 180° entre suas 
fixações medial e lateral) ou podem espiralar em 
torno de um osso (p. ex., supinador, que se enrola 
obliquamente em torno da diáfise radial 
proximal), ou podem conter dois ou mais planos de 
fibras dispostas em diferentes direções, um tipo de 
espiral às vezes denominado cruciforme 
(esternocleidomastóideo, masseter e adutor 
magno são todos parcialmente espirais e 
cruciformes). Muitos músculos exibem mais de 
um desses tipos principais de disposição e 
apresentam variações regionais que 
correspondem a ações contrastantes, em alguns 
casos independentes. 
- Microestrutura do músculo esquelético: As 
unidades celulares do músculo esquelético são 
enormes fibras musculares multinucleadas. As 
fibras musculares individuais são longas estruturas 
cilíndricas que tendem a ser constantes em 
tamanho dentro de um dado músculo, mas em 
diferentes músculos podem variar de 10-100 μm 
de diâmetro e de milímetros a muitos centímetros 
em comprimento. O citoplasma de cada fibra, o 
sarcoplasma, é rodeado por uma membrana 
plasmática muitas vezes chamada de sarcolema. A 
maquinaria contrátil é concentrada em miofibrilas, 
longas estruturas estreitas (1-2 μm de diâmetro) 
que se estendem pelo comprimento da fibra e 
formam a maior parte do sarcoplasma. Numerosos 
núcleos ovais moderadamente eucromáticos 
usualmente ocupam uma fina margem 
transparente do sarcoplasma entre as miofibrilas 
e o sarcolema, e são especialmente numerosos na 
região da junção neuromuscular. 
ANTEBRAÇO: Se estende do cotovelo até o punho, 
sendo constituído de dois ossos: 
- Rádio (lateralmente); menor. 
– Ulna (medialmente). 
A região anterior do cotovelo é conhecida como 
fossa cubital, um local comum para a venopunção 
(acesso a veia para coletar sangue). A membrana 
intraóssea do antebraço é um tipo de articulação 
fibrosa que conecta o rádio à ulna. 
Supinação: Palma da mão voltada para frente em 
posição anatômica. 
Pronação: Palma da mão voltada para trás. 
São movimentos únicos do punho e da mão, mas 
ocorrem exclusivamente no antebraço quando o 
rádio cruza sobre a ulna (pronação) ou durante 
movimento inverso (supinação). 
 
 
–
O tecido ósseo é o componente principal do 
esqueleto, serve de suporte para os tecidos moles 
e protege órgãos vitais, como os contidos nas 
caixas craniana e torácica, bem como no canal 
raquidiano. Aloja e protege a medula óssea, 
formadora das células do sangue, proporciona 
apoio aos músculos esqueléticos, transformando 
suas contrações em movimentos úteis, e constitui 
um sistema de alavancas que amplia as forças 
geradas na contração muscular. Além dessas 
funções, os ossos funcionam como depósito de 
cálcio, fosfato e outros íons, armazenando-os ou 
liberando-os de maneira controlada, para manter 
constante a concentração desses importantes íons 
nos líquidos corporais. São capazes ainda de 
absorver toxinas e metais pesados, minimizando 
assim seus efeitos adversos em outros tecidos. O 
tecido ósseo é um tipo especializado de tecido 
conjuntivo formado por células e material 
extracelular calcificado, a matriz óssea. As células 
são: os osteócitos, que se situam em cavidades ou 
lacunas no interior da matriz. 
 
Os osteoblastos, que sintetizam a parte orgânica da 
matriz e localizam-se na sua periferia; e os 
osteoclastos, células gigantes, móveis e 
multinucleadas que reabsorvem o tecido ósseo, 
participando dos processos de remodelação dos 
ossos. Como não existe difusão de substâncias 
através da matriz calcificada do osso, a nutrição 
dos osteócitos depende de canalículos que existem 
na matriz. Esses canalículos possibilitam as trocas 
de moléculas e íons entre os capilares sanguíneos e 
os osteócitos. Todos os ossos são revestidos em 
suas superfícies externas e internas por 
membranas conjuntivas que contêm células 
osteogênicas, o periósteo e o endósteo, 
respectivamente. A matriz mineralizada torna o 
tecido ósseo difícil de ser cortado no micrótomo. 
Por isso, técnicas especiais são utilizadas para seu 
estudo. Umas das técnicas utilizadas, que não 
preserva as células, mas possibilita um estudo 
minucioso da matriz com suas lacunas e 
canalículos, consiste na obtenção de fatias finas 
de tecido ósseo, preparadas por desgaste. 
 
- Osteócitos: Os osteócitos são as células 
encontradas no interior da matriz óssea, ocupando 
as lacunas das quais partem canalículos. Cada 
lacuna contém apenas um osteócito. Dentro dos 
canalículos os prolongamentos dos osteócitos 
estabelecem contatos por meio de junções 
comunicantes, por onde podem passar pequenas 
moléculas e íons de um osteócito para o outro. 
 
Os osteócitos são células achatadas, que exibem 
pequena quantidade de retículo endoplasmático 
granuloso, complexo de Golgi pouco desenvolvido 
e núcleo com cromatina condensada. Embora 
essas características ultraestruturais indiquem 
pequena atividade sintética, os osteócitos são 
essenciais para a manutenção da matriz óssea. Sua 
morte é seguida por reabsorção da matriz. 
- Osteoblastos: Os osteoblastos são as células que 
sintetizam a parte orgânica (colágeno tipo I, 
proteoglicanos e glicoproteínas) da matriz óssea. 
Sintetizam também osteonectina e osteocalcina. 
Osteonectina facilita a deposição de cálcio e 
osteocalcina estimula a atividade dos osteoblastos. 
Como parte da osteocalcina produzida é 
transportada pelo sangue, atua tanto nos 
osteoblastos locais como nos localizados à 
distância. Os osteoblastos são capazes de 
concentrar fosfato de cálcio, participando da 
mineralização da matriz. Dispõem-se sempre nas 
superfícies ósseas, lado a lado, em um arranjo que 
lembra um epitélio simples. Quando em intensa 
atividade sintética, são cuboides, com citoplasma 
muito basófilo. Em contrapartida, em estado 
pouco ativo, tornam-se achatados e a basófila 
citoplasmática diminui. Uma vez aprisionado pela 
matriz recém-sintetizada, o osteoblasto passa a ser 
chamado de osteócito. A matriz se deposita ao 
redor do corpo da célula e de seus 
prolongamentos, formando assim as lacunas e os 
canalículos. Os osteoblastos em fase de síntese 
mostram as características ultraestruturais das 
células produtoras de proteínas. A matriz óssea 
recém-formada, adjacente aos osteoblastos ativos 
e que não está ainda calcificada, recebe o nome 
de osteoide. 
- Osteoclastos: Os osteoclastos são células móveis, 
gigantes,multinucleadas e extensamente 
ramificadas. As ramificações são muito irregulares, 
com forma e espessura variáveis. Frequentemente, 
nas áreas de reabsorção de tecido ósseo 
encontram-se porções dilatadas dos osteoclastos, 
colocadas em depressões da matriz escavadas 
pela atividade dos osteoclastos e conhecidas 
como lacunas de Howship. Os osteoclastos têm 
citoplasma granuloso, algumas vezes com 
vacúolos, fracamente basófilo nos osteoclastos 
jovens e acidófilo nos maduros. Essas células se 
originam de precursores mononucleados 
provenientes da medula óssea que, ao contato 
com o tecido ósseo, unem-se para formar os 
osteoclastos multinucleados. 
 
 
 
- Matriz Óssea: A parte inorgânica representa cerca 
de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais 
encontrados são o fosfato e o cálcio. Há também 
bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato 
em pequenas quantidades. Estudos de difração de 
raios X mostraram que os cristais que se formam 
pelo cálcio e o fósforo têm a estrutura da 
hidroxiapatita, com a seguinte composição: Ca10 
(PO4 )6 (OH)2. Os íons da superfície do cristal de 
hidroxiapatita são hidratados, existindo, portanto, 
uma camada de água e íons em volta do cristal. 
Essa camada é denominada capa de hidratação, e 
facilita a troca de íons entre o cristal e o líquido 
intersticial. Os cristais de matriz óssea mostram 
imperfeições e não são exatamente iguais à 
hidroxiapatita que se encontra nos minerais das 
rochas. A parte orgânica da matriz é formada por 
fibras colágenas (95%) constituídas de colágeno do 
tipo I e por pequena quantidade de proteoglicanos 
e glicoproteínas. As glicoproteínas do osso podem 
ter alguma participação na mineralização da 
matriz. Outros tecidos ricos em colágeno tipo I, 
mas que não contêm essas glicoproteínas, 
normalmente não se calcificam. Em virtude de sua 
riqueza em fibras colágenas, a matriz óssea 
descalcificada cora-se pelos corantes seletivos do 
colágeno. A associação de hidroxiapatita a fibras 
colágenas é responsável pela rigidez e resistência 
do tecido ósseo. Após a remoção do cálcio, os 
ossos mantêm sua forma intacta, porém tornam-se 
tão flexíveis quanto os tendões. A destruição da 
parte orgânica, que é principalmente colágeno, 
pode ser realizada por incineração e também 
deixa o osso com sua forma intacta, porém tão 
quebradiço que dificilmente pode ser manipulado 
sem se partir. 
- Periósteo e Endósteo: As superfícies internas e 
externas dos ossos são recobertas por células 
osteogênicas e tecido conjuntivo, que constituem o 
endósteo e o periósteo, respectivamente. A 
camada mais superficial do periósteo contém 
principalmente fibras colágenas e fibroblastos. As 
fibras de Sharpey são feixes de fibras colágenas do 
periósteo que penetram o tecido ósseo e prendem 
firmemente o periósteo ao osso. 
- Tipos de Tecido Ósseo: Observando-se a olho nu 
a superfície de um osso serrado, verifica-se que ele 
é formado por partes sem cavidades visíveis, o 
osso compacto, e por partes com muitas cavidades 
intercomunicantes, o osso esponjoso. 
 
Essa classificação é macroscópica, e não 
histológica, pois o tecido compacto e os tabiques 
que separam as cavidades do esponjoso têm a 
mesma estrutura histológica básica. 
Nos ossos longos, as extremidades ou epífises são 
formadas por osso esponjoso com uma delgada 
camada superficial compacta. A diáfise (parte 
cilíndrica) é quase totalmente compacta, com 
pequena quantidade de osso esponjoso na sua 
parte profunda, delimitando o canal medular. 
Principalmente nos ossos longos, o osso compacto 
é chamado também de osso cortical. Os ossos 
curtos têm o centro esponjoso, sendo recobertos 
em toda a sua periferia por uma camada compacta. 
Nos ossos chatos, que constituem a abóbada 
craniana, existem duas camadas de osso compacto, 
as tábuas interna e externa, separadas por osso 
esponjoso que, nesta localização, recebe o nome 
de díploe. As cavidades do osso esponjoso e o 
canal medular da diáfise dos ossos longos são 
ocupados pela medula óssea. No recém-nascido, 
toda a medula óssea tem cor vermelha, devido ao 
alto teor de hemácias, e é ativa na produção de 
células do sangue (medula óssea hematógena). 
Pouco a pouco, com a idade, vai sendo infiltrada 
por tecido adiposo, com diminuição da atividade 
hematógena (medula óssea amarela). 
Histologicamente existem dois tipos de tecido 
ósseo: o imaturo ou primário; e o maduro, 
secundário ou lamelar. Os dois tipos contêm as 
mesmas células e os mesmos constituintes da 
matriz. O tecido primário é o que aparece primeiro, 
tanto no desenvolvimento embrionário como na 
reparação das fraturas, sendo temporário e 
substituído por tecido secundário. No tecido ósseo 
primário, as fibras colágenas se dispõem 
irregularmente, sem orientação definida, porém no 
tecido ósseo secundário ou lamelar essas fibras se 
organizam em lamelas, que adquirem uma 
disposição muito peculiar. 
 Tecido ósseo primário ou imaturo: Em 
cada osso o primeiro tecido ósseo que 
aparece é do tipo primário (não lamelar), 
sendo substituído gradativamente por 
tecido ósseo lamelar ou secundário. No 
adulto é muito pouco frequente, 
persistindo apenas próximo às suturas dos 
ossos do crânio, nos alvéolos dentários e 
em alguns pontos de inserção de tendões. 
O tecido ósseo primário apresenta fibras 
colágenas dispostas em várias direções sem 
organização definida, tem menor 
quantidade de minerais (mais facilmente 
penetrado pelos raios X) e maior proporção 
de osteócitos do que o tecido ósseo 
secundário. 
 Tecido ósseo secundário ou maduro: O 
tecido ósseo secundário (lamelar) é a 
variedade geralmente encontrada no 
adulto. Sua principal característica é conter 
fibras colágenas organizadas em lamelas de 
3 a 7 μm de espessura, que ficam paralelas 
umas às outras ou se dispõem em camadas 
concêntricas em torno de canais com 
vasos, formando os sistemas de Havers ou 
ósteons. 
 
As lacunas que contêm osteócitos estão em 
geral situadas entre as lamelas ósseas, 
porém algumas vezes estão dentro delas. 
Em cada lamela, as fibras colágenas são 
paralelas umas às outras. Separando 
grupos de lamelas, ocorre frequentemente 
o acúmulo de uma substância cimentante 
que consiste em matriz mineralizada, 
porém, com pouquíssimo colágeno. Na 
diáfise dos ossos, as lamelas ósseas se 
organizam em arranjo típico, constituindo 
os sistemas de Havers, os circunferenciais 
interno e externo e os intermediários. Esses 
quatro sistemas são facilmente 
identificáveis nos cortes transversais à 
diáfise. O tecido ósseo secundário que 
contém sistemas de Havers é característico 
da diáfise dos ossos longos, embora 
sistemas de Havers pequenos sejam 
encontrados no osso compacto de outros 
locais. Cada sistema de Havers ou ósteon é 
um cilindro longo, às vezes bifurcado, 
paralelo à diáfise e formado por 4 a 20 
lamelas ósseas concêntricas. No centro 
desse cilindro ósseo existe um canal 
revestido de endósteo, o canal de Havers, 
que contém vasos e nervos. Os canais de 
Havers comunicam-se entre si, com a 
cavidade medular e com a superfície 
externa de osso por meio de canais 
transversais ou oblíquos, os canais de 
Volkmann. Estes se distinguem dos de 
Havers por não apresentarem lamelas 
ósseas concêntricas. Os canais de 
Volkmann atravessam as lamelas ósseas. 
Todos os canais vasculares existentes no 
tecido ósseo aparecem quando a matriz 
óssea se forma ao redor dos vasos 
preexistentes. 
- Histogênese: O tecido ósseo é formado por um 
processo chamado de ossificação 
intramembranosa, que ocorre no interior de uma 
membrana conjuntiva, ou pelo processo de 
ossificação endocondral, o qual se inicia sobre um 
molde de cartilagem hialina, que gradualmente é 
destruído e substituído por tecido ósseo formado a 
partir de células do conjuntivo adjacente. Tanto na 
ossificação intramembranosa como na 
endocondral,o primeiro tecido ósseo formado é 
do tipo primário, o qual é, pouco a pouco, 
substituído por tecido secundário ou lamelar. 
Portanto, durante o crescimento dos ossos podem-
se ver, lado a lado, áreas de tecido primário, áreas 
de reabsorção e áreas de tecido secundário. Uma 
combinação de formação e remoção de tecido 
ósseo persiste durante o crescimento do osso. 
Isso também ocorre no adulto, embora em ritmo 
muito mais lento. 
Ossificação intramembranosa: A ossificação 
intramembranosa ocorre no interior de 
membranas de tecido conjuntivo. 
 
É o processo formador dos ossos frontal, parietal e 
de partes do occipital, do temporal e dos maxilares 
superior e inferior. Contribui também para o 
crescimento dos ossos curtos e para o aumento em 
espessura dos ossos longos. O local da membrana 
conjuntiva onde a ossificação começa chama-se 
centro de ossificação primária. O processo tem 
início pela diferenciação de células 
mesenquimatosas que se transformam em grupos 
de osteoblastos, os quais sintetizam o osteoide 
(matriz ainda não mineralizada), que logo se 
mineraliza, englobando alguns osteoblastos que 
se transformam em osteócitos. Como vários 
desses grupos surgem quase simultaneamente no 
centro de ossificação, há confluência das traves 
ósseas formadas, conferindo ao osso um aspecto 
esponjoso. Entre as traves formam-se cavidades 
que são penetradas por vasos sanguíneos e células 
mesenquimatosas indiferenciadas, que darão 
origem à medula óssea. Os vários centros de 
ossificação crescem radialmente, acabando por 
substituir a membrana conjuntiva preexistente. A 
palpação do crânio dos recém-nascidos revela 
áreas moles – as fontanelas – onde as membranas 
conjuntivas ainda não foram substituídas por 
tecido ósseo. 
Ossificação endocondral: A ossificação 
endocondral tem início sobre uma peça de 
cartilagem hialina, de forma parecida à do osso que 
se vai formar, porém de tamanho menor. Esse tipo 
de ossificação é o principal responsável pela 
formação dos ossos curtos e longos. 
 
 
A ossificação endocondral consiste essencialmente 
em dois processos. Primeiro, a cartilagem hialina 
sofre modificações, havendo hipertrofia dos 
condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a 
finos tabiques, sua mineralização e a morte dos 
condrócitos por apoptose. Segundo, as cavidades 
previamente ocupadas pelos condrócitos são 
invadidas por capilares sanguíneos e células 
osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente. Essas 
células diferenciam-se em osteoblastos, que 
depositarão matriz óssea sobre os tabiques de 
cartilagem calcificada. Desse modo, aparece tecido 
ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso, sem 
que ocorra a transformação deste tecido naquele; 
os tabiques de matriz calcificada da cartilagem 
servem apenas de ponto de apoio à ossificação. 
 
A formação dos ossos longos é um processo 
complexo. O molde cartilaginoso apresenta uma 
parte média estreitada e as extremidades 
dilatadas, correspondendo, respectivamente, à 
diáfise e às epífises do futuro osso. O primeiro 
tecido ósseo a aparecer no osso longo é formado 
por ossificação intramembranosa do pericôndrio 
que recobre a parte média da diáfise, formando 
um cilindro, o colar ósseo. Enquanto se forma o 
colar ósseo, as células cartilaginosas envolvidas 
pelo mesmo hipertrofiam (aumentam de volume), 
morrem por apoptose e a matriz da cartilagem se 
mineraliza. Vasos sanguíneos, partindo do 
periósteo, atravessam o cilindro ósseo e penetram 
a cartilagem calcificada, levando consigo células 
osteoprogenitoras originárias do periósteo, que 
proliferam e se diferenciam em osteoblastos, os 
quais formam camadas contínuas nas superfícies 
dos tabiques cartilaginosos calcificados e iniciam a 
síntese da matriz óssea que logo se mineraliza. 
Forma-se, assim, tecido ósseo primário sobre os 
restos da cartilagem calcificada. Nos cortes 
histológicos, distingue-se a cartilagem calcificada 
por ser basófila, enquanto o tecido ósseo 
depositado sobre ela é acidófilo. O centro de 
ossificação descrito, que aparece na parte média 
da diáfise, é chamado de centro primário. Seu 
crescimento rápido, em sentido longitudinal, ocupa 
toda a diáfise, que fica, assim, formada por tecido 
ósseo. Esse alastramento do centro primário é 
acompanhado pelo crescimento do cilindro ósseo 
que se formou a partir do pericôndrio e que cresce 
também na direção das epífises. Desde o início da 
formação do centro primário surgem osteoclastos 
e ocorre absorção do tecido ósseo formado no 
centro da cartilagem, aparecendo, assim, o canal 
medular, o qual também cresce longitudinalmente 
à medida que a ossificação progride. À medida que 
se forma o canal medular, células sanguíneas, 
originadas de células hematógenas multipotentes 
(células-tronco) trazidas pelo sangue dão origem à 
medula óssea. As células-tronco hematógenas se 
fixam no microambiente do interior dos ossos, 
onde vão produzir todos os tipos de células do 
sangue, tanto na vida intrauterina como após o 
nascimento. Mais tarde, formam-se os centros 
secundários de ossificação, um em cada epífise, 
porém não simultaneamente. Esses centros são 
semelhantes ao centro primário da diáfise, mas 
seu crescimento é radial em vez de longitudinal. A 
porção central do osso formado nos centros 
secundários (nas epífises) também contém medula 
óssea. Quando o tecido ósseo formado nos centros 
secundários ocupa as epífises, o tecido 
cartilaginoso torna-se reduzido a dois locais: a 
cartilagem articular, que persistirá por toda a vida 
e não contribui para a formação de tecido ósseo, e 
a cartilagem de conjugação ou disco epifisário. Esta 
é constituída por um disco cartilaginoso que não 
foi penetrado pelo osso em expansão e que será 
responsável, de agora em diante, pelo crescimento 
longitudinal do osso. A cartilagem de conjugação 
fica entre o tecido ósseo das epífises e o da 
diáfise. Seu desaparecimento por ossificação, 
aproximadamente aos 20 anos de idade, 
determina a parada do crescimento longitudinal 
dos ossos. 
 
Zona de repouso: na qual existe cartilagem hialina 
sem qualquer alteração morfológica. 
Zona de cartilagem seriada ou de proliferação: na 
qual os condrócitos dividem-se rapidamente e 
formam fileiras ou colunas paralelas de células 
achatadas e empilhadas no sentido longitudinal do 
osso. 
Zona de cartilagem hipertrófica: zona que 
apresenta condrócitos muito volumosos, com 
depósitos citoplasmáticos de glicogênio e lipídios. 
A matriz fica reduzida a tabiques delgados, entre 
as células hipertróficas. Os condrócitos entram em 
apoptose. 
Zona de cartilagem calcificada: zona em que 
ocorre a mineralização dos delgados tabiques de 
matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos 
condrócitos. 
Zona de ossificação: zona em que aparece tecido 
ósseo. Capilares sanguíneos e células 
osteoprogenitoras originadas do periósteo 
invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos 
mortos. As células osteoprogenitoras se 
diferenciam em osteoblastos, que formam uma 
camada contínua sobre os restos da matriz 
cartilaginosa calcificada. Sobre esses restos de 
matriz cartilaginosa, os osteoblastos depositam a 
matriz óssea. 
*Remodelação do tecido ósseo: O diâmetro dos 
canais de Havers é muito variável porque o tecido 
ósseo está em remodelação constante. Como cada 
sistema é construído por deposição sucessiva de 
lamelas ósseas a partir da periferia para o interior 
do sistema, os sistemas mais jovens têm canais 
mais largos e as lamelas mais internas são as mais 
recentes. Os sistemascircunferenciais interno e 
externo são constituídos por lamelas ósseas 
paralelas entre si, formando duas faixas: uma 
situada na parte interna do osso, em volta do canal 
medular e em contato com o endósteo, e a outra 
na parte mais externa, próxima ao periósteo. O 
sistema circunferencial externo é mais 
desenvolvido do que o interno. Entre os dois 
sistemas circunferenciais encontram-se inúmeros 
sistemas de Havers e grupos irregulares de lamelas, 
geralmente de forma triangular, as lamelas 
intersticiais (sistemas intermediários), que provêm 
de restos de sistemas de Havers que foram 
destruídos durante o crescimento do osso. 
 
 
*Crescimento dos ossos: O crescimento dos ossos 
consiste na formação de tecido ósseo novo, 
associada à reabsorção parcial de tecido já 
formado; deste modo, os ossos conseguem manter 
sua forma enquanto crescem. Os ossos chatos 
crescem por formação do tecido ósseo pelo 
periósteo situado entre as suturas e na face 
externa do osso, enquanto ocorre reabsorção na 
face interna. Sendo extremamente plástico, o 
tecido ósseo responde, por exemplo, ao 
crescimento do encéfalo, formando uma caixa 
craniana do tamanho adequado. Havendo 
deficiência no crescimento do encéfalo, a caixa 
craniana será pequena. Em contrapartida, nas 
crianças com hidrocefalia, por exemplo, cujo 
encéfalo é muito volumoso, a caixa craniana é 
também muito maior do que o normal. Nos 
adultos também existe remodelação dos ossos, um 
processo fisiológico que ocorre simultaneamente 
em diversas partes do esqueleto. Nesse caso a 
remodelação não está relacionada com o 
crescimento e é muito mais lenta. Estima-se que a 
remodelação nas crianças pequenas seja 200 vezes 
mais rápida do que nos adultos. Nos ossos longos, 
as epífises aumentam de tamanho em razão do 
crescimento radial da cartilagem, acompanhado 
por ossificação endocondral. A diáfise cresce em 
extensão pela atividade dos discos epifisários e, 
em espessura, pela formação de tecido ósseo na 
superfície externa da diáfise, com reabsorção na 
superfície interna. Esta reabsorção interna 
aumenta o diâmetro do canal medular. Apesar da 
sua resistência às pressões e da sua rigidez, o 
tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de 
remodelar sua estrutura interna em resposta a 
modificações nas forças a que está submetido. 
 
–
Osteogênese e ossificação são nomes para o 
processo de formação de tecido ósseo. A 
osteogênese começa no embrião, passa pela 
infância e adolescência à medida que o esqueleto 
cresce e, então, a uma taxa mais lenta, acontece 
no adulto como parte de uma remodelação 
contínua do esqueleto totalmente desenvolvido. 
Antes da 8a semana, o esqueleto do embrião 
humano é composto apenas de cartilagem hialina 
e algumas membranas de mesênquima, um tecido 
conjuntivo embrionário. O tecido ósseo aparece 
pela primeira vez na 8a semana e, eventualmente, 
substitui a maior parte da cartilagem e as 
membranas mesenquimais no esqueleto. Alguns 
ossos, chamados ossos de origem 
intramembranosa, desenvolvem-se a partir de uma 
membrana mesenquimal por meio de um processo 
chamado ossificação intramembranosa (intra = 
dentro). Outros ossos desenvolvem-se a partir de 
cartilagem hialina, que é substituída por um 
processo chamado ossificação endocondral (endo 
= dentro; condro = cartilagem). Esses ossos são 
chamados de ossos de origem endocondral ou 
ossos de substituição da cartilagem. 
Hormônio Do Crescimento: O crescimento em 
seres humanos é um processo contínuo que inicia 
antes do nascimento. Entretanto, a taxa de 
crescimento em crianças não é estável. Os dois 
primeiros anos de vida e a adolescência são 
marcados por picos de crescimento e 
desenvolvimento rápidos. O crescimento normal é 
um processo complexo que depende de inúmeros 
fatores: 
1. Hormônio do crescimento e outros hormônios. 
Sem quantidades adequadas de hormônio do 
crescimento, as crianças simplesmente deixam de 
crescer. Os hormônios da tireoide, a insulina e os 
hormônios sexuais na puberdade também 
desempenham papéis diretos e permissivos. Uma 
deficiência em qualquer desses hormônios leva ao 
crescimento e ao desenvolvimento anormal. 
2. Uma dieta adequada que inclua proteínas, 
energia (ingestão calórica) suficiente, vitaminas e 
minerais. Muitos aminoácidos podem ser 
produzidos no corpo a partir de outros 
precursores, porém os aminoácidos essenciais 
devem vir de fontes alimentares. Entre os minerais, 
o cálcio, em particular, é necessário para a 
formação adequada dos ossos. 
3. Ausência de estresse crônico. O cortisol 
proveniente do córtex da glândula suprarrenal é 
liberado nos períodos de estresse e tem 
significativos efeitos catabólicos que inibem o 
crescimento. As crianças que estão sujeitas a 
ambientes estressantes podem apresentar uma 
condição conhecida como falha no crescimento, 
que é marcada pelo crescimento anormalmente 
lento. 
4. Genética. O tamanho adulto potencial de cada 
pessoa é determinado geneticamente na 
concepção. 
O hormônio do crescimento (GH), é liberado por 
toda a vida, embora o seu maior papel seja na 
infância. O pico de secreção do GH ocorre durante 
a adolescência. O estímulo para a liberação do 
hormônio do crescimento é complexo e não está 
completamente esclarecido, mas inclui nutrientes 
circulantes, estresse e outros hormônios que 
interagem com o seu ritmo diário de secreção. 
 
Os estímulos para a secreção de GH são integrados 
no hipotálamo, o qual secreta dois neuropeptídeos 
no sistema porta hipotalâmico-hipofisário: 
hormônio liberador do hormônio do crescimento 
(GHRH) e hormônio inibidor do hormônio do 
crescimento, mais conhecido como somatostatina 
(SS). Os pulsos do GHRH proveniente do 
hipotálamo estimulam a liberação de GH. Em 
adultos, o maior pulso de liberação do GH ocorre 
nas duas primeiras horas do sono. Especula-se que 
o GHRH tenha propriedades indutoras do sono, 
porém o papel do GH nos ciclos do sono não está 
claro. O GH é secretado por células da adeno-
hipófise. Ele é um hormônio peptídico típico na 
maioria dos aspectos, exceto que 
aproximadamente metade do GH no sangue está 
ligado à proteína ligadora do hormônio do 
crescimento plasmática. A ligação com as 
proteínas protege o GH plasmático de ser filtrado 
para a urina e estende a sua meia-vida por mais 
12 minutos. Os pesquisadores têm sugerido que a 
concentração das proteínas ligadoras é 
determinada geneticamente e exerce um papel na 
determinação da estatura do adulto. Os tecidos-
alvo para o GH incluem tanto células endócrinas 
como não endócrinas. O GH atua como um 
hormônio trófico para estimular a secreção de 
fatores de crescimento semelhantes à insulina 
(IGFs) primeiramente chamados de 
somatomedinas pelo fígado e por outros tecidos. 
Os IGFs têm um efeito de retroalimentação 
negativa na secreção do hormônio do 
crescimento, atuando na adeno-hipófise e no 
hipotálamo. 
Crescimento Dos Tecidos E Dos Ossos: O 
crescimento pode ser dividido em duas áreas 
gerais: o crescimento dos tecidos moles e o 
crescimento ósseo. Em crianças, o crescimento 
ósseo é geralmente avaliado pela determinação da 
estatura, e o crescimento dos tecidos, pelo peso. 
Múltiplos hormônios têm efeitos diretos ou 
permissivos sobre o crescimento. Além disso, 
estamos apenas começando a entender como os 
fatores de crescimento parácrinos interagem com 
os hormônios clássicos, influenciando o 
desenvolvimento e a diferenciação tecidual. O 
crescimento ósseo, assim como o desenvolvimento 
dos tecidos moles, requer os hormônios 
apropriados e quantidades adequadas de proteínas 
e de cálcio. O osso contémuma matriz extracelular 
calcificada formada quando os cristais de fosfato 
de cálcio precipitam e se fixam a uma rede de 
suporte constituída de colágeno. A forma mais 
comum de fosfato de cálcio é a hidroxiapatita, 
Ca10(PO4)6(OH)2. Embora a grande quantidade 
de matriz inorgânica no osso faça algumas 
pessoas pensarem nele como algo não vivo, o 
osso é um tecido dinâmico, sendo constantemente 
formado e degradado, ou reabsorvido. Espaços na 
matriz cálcio-colágeno são ocupados por células 
vivas que são bem supridas de oxigênio e 
nutrientes pelos vasos sanguíneos que correm ao 
longo de canais adjacentes. 
O osso se desenvolve essencialmente em dois tipos 
de tecido conjuntivo, o mesênquima e a 
cartilagem, mas também pode se desenvolver em 
outros tecidos conjuntivos. Tal como a cartilagem, 
o osso é composto de células e uma substância 
intercelular orgânica (matriz óssea) que 
compreende fibrilas de colágeno. 
 
Os ossos geralmente possuem duas camadas: uma 
camada externa de osso compacto denso e uma 
camada interna de osso esponjoso. Em alguns 
ossos, a cavidade central é preenchida com medula 
óssea. O osso compacto fornece força e é mais 
espesso onde é necessário à sustentação (como os 
ossos longos das pernas) ou no local onde se 
prendem os músculos. O osso esponjoso é menos 
resistente e tem espaços abertos preenchidos por 
células entre as trabéculas da rede calcificada. Os 
ossos crescem quando a matriz é depositada mais 
rápido do que é absorvida. Células especializadas 
formadoras de osso, denominadas osteoblastos, 
produzem enzimas e osteoide, uma mistura de 
colágeno e outras proteínas na qual a 
hidroxiapatita se liga. Pesquisas recentes 
encontraram outras duas proteínas, osteocalcina 
e osteonectina, que parecem auxiliar na 
deposição da matriz calcificada. O diâmetro do 
osso aumenta quando a matriz se deposita na 
superfície externa do osso. O crescimento linear 
dos ossos longos ocorre em regiões especializadas, 
chamadas de placas epifisárias, localizadas em cada 
extremidade da haste óssea (diáfise). A parte da 
placa óssea mais próxima à extremidade (epífise) 
do osso contém colunas de condrócitos, células 
produtoras de colágeno da cartilagem, que se 
dividem continuamente. À medida que a camada 
de colágeno se espessa, a cartilagem mais velha 
calcifica, e os condrócitos mais velhos degeneram, 
deixando espaços que os osteoblastos invadem. Os 
osteoblastos, então, depositam matriz óssea sobre 
a base de cartilagem. Conforme o osso novo é 
adicionado às extremidades, a diáfise alonga. O 
crescimento do osso longo continua enquanto 
a placa epifisária estiver ativa. Quando os 
osteoblastos completam o seu trabalho, eles 
convertem-se em uma forma menos ativa, 
denominada osteócitos. O crescimento do osso 
longo está sob influência do hormônio do 
crescimento e dos fatores de crescimento 
semelhantes à insulina. Na ausência desses 
hormônios, o crescimento ósseo normal não 
ocorre. O crescimento dos ossos longos também é 
influenciado pelos hormônios esteroides sexuais. O 
estirão de crescimento dos meninos adolescentes 
é atribuído geralmente ao aumento da produção 
de androgênios, porém, hoje, acredita-se que os 
estrogênios exerçam um papel significante no 
crescimento ósseo puberal em ambos os sexos. 
Em todos os adolescentes, os hormônios sexuais 
finalmente inativam a placa epifisária, de modo 
que os ossos longos não crescem mais. Como as 
placas epifisárias de vários ossos se fecham em 
uma sequência regular e ordenada, os raios X que 
mostram as placas que estão abertas e as que 
estão fechadas podem ser utilizados para calcular a 
“idade óssea” de uma criança. O crescimento 
linear ósseo cessa no adulto, mas o osso é um 
tecido dinâmico que sofre contínuo 
remodelamento ao longo da vida. A reabsorção ou 
degradação do osso é controlada pelos 
osteoclastos, grandes células móveis e 
multinucleadas que derivam das células-tronco 
hematopoiéticas. Eles são responsáveis por 
dissolver o osso. Os osteoclastos anexam a sua 
região periférica a uma parte da matriz, de modo 
muito similar a uma ventosa. A região central do 
osteoclasto secreta ácido hidroclorídrico com a 
ajuda de anidrase carbônica e de H-ATPase. Os 
osteoclastos também secretam enzimas proteases 
que atuam em baixo pH. A combinação de ácido e 
de enzimas dissolve a matriz calcificada de 
hidroxiapatita e seu suporte de colágeno. O Ca2 
da hidroxiapatita torna-se parte do pool de 
Ca2ionizado e pode entrar na circulação. 
 
–
Os ossos parecem ser os mais inertes dos órgãos 
do corpo quando vistos no laboratório e, uma vez 
formados, eles parecem definidos para a vida 
toda. Nada poderia estar mais longe da verdade. 
O osso é um tecido dinâmico e ativo. Grandes 
quantidades de matriz de osso e milhares de 
osteócitos são continuamente removidos e 
substituídos dentro do esqueleto, e a arquitetura 
em pequena escala dos ossos muda 
constantemente. Metade de 1 grama de cálcio 
pode entrar ou sair do esqueleto adulto a cada 
dia. No esqueleto adulto, o osso é depositado e 
removido principalmente na superfície endóstea. 
Juntos, esses dois processos constituem a 
remodelação óssea. O osso esponjoso no 
esqueleto, recoberto com endósteo, é totalmente 
substituído a cada três ou quatro anos. A 
remodelação no osso compacto ocorre no 
endósteo que reveste os canais centrais dos 
ósteons. Esse processo ocorre de forma mais lenta 
do que no osso esponjoso; o osso compacto é 
completamente substituído a cada dez anos. A 
remodelação óssea é coordenada por populações 
de osteoblastos e osteoclastos adjacentes. 
 
Em adultos jovens saudáveis, a massa total de osso 
no corpo permanece constante, uma indicação de 
que as taxas de depósito e de reabsorção estão 
essencialmente iguais; entretanto, o processo de 
remodelação não é uniforme. Alguns ossos (ou 
partes do osso) são fortemente remodelados; 
outros não são. Por exemplo, a região distal do 
fêmur é totalmente substituída a cada 5 -6 meses, 
enquanto a diáfise do fêmur muda muito mais 
lentamente. 
*A reabsorção óssea é realizada pelos osteoclastos. 
Cada uma dessas células gigantes tem muitos 
núcleos. Os osteoclastos espalham -se ao longo 
das superfícies ósseas, essencialmente “cavando 
buracos”, à medida que degradam o tecido ósseo. 
A parte de sua membrana plasmática que toca a 
superfície do osso é bastante pregueada e 
ondulada. Essa membrana expandida forma um 
selo apertado contra o osso e segrega ácido 
clorídrico concentrado, que dissolve a parte 
mineral da matriz. Os íons de cálcio (Ca2+) 
liberados e os íons de fosfato (PO4 3—) entram 
nos fluidos teciduais e na corrente sanguínea. 
Enzimas lisossomáticas também são liberadas 
através dessa membrana ondulada e digerem a 
parte orgânica da matriz do osso. Finalmente, os 
osteoclastos aparentemente absorvem o colágeno 
e os osteócitos mortos através de fagocitose. 
*A deposição óssea é realizada por osteoblastos. 
Essas células depositam osteoide orgânico nas 
superfícies ósseas, e os sais de cálcio cristalizam -se 
dentro desse osteoide. Esse processo de 
calcificação leva cerca de uma semana. Como 
afirmado anteriormente, os osteoblastos 
transformam-se em osteócitos quando estão 
rodeados por matriz óssea. 
Os ossos do esqueleto são continuamente 
remodelados por duas razões. Em primeiro lugar, a 
remodelação óssea ajuda a manter concentração 
constante de Ca2+ e PO4 3— nos fluidos corporais. 
Os níveis de Ca2+ são rigidamente controlados 
porque ele é crítico na contração muscular. 
Quando a concentração de Ca2+ nos fluidos 
corporais começa a diminuir, um hormônio é 
liberado pelas glândulas paratireoides, no 
pescoço. Esse hormônio da paratireoide estimula 
os osteoclastos a reabsorver o osso, um processo 
que libera mais Ca2+ para o sangue. Em segundo 
lugar, o osso é remodelado em resposta ao 
estresse mecânicoque ele experimenta. Desse 
modo, tanto os ósteons do osso compacto como as 
trabéculas de osso esponjoso são constantemente 
substituídos por novos ósteons e trabéculas, que 
são mais precisamente alinhados em função dessa 
compressão e tensões de tração recém -
experimentadas. Além disso, o osso cresce mais 
espesso em resposta às forças experimentadas 
durante o exercício e ganhos de peso. Por outro 
lado, na ausência de estresse mecânico, o tecido 
ósseo é perdido, razão pela qual os ossos de 
pessoas acamadas se atrofiam. A perda de massa 
óssea em condições de gravidade quase zero é o 
principal obstáculo para longas missões no 
espaço. Para retardar a perda óssea, os 
astronautas realizam exercícios isométricos 
durante as missões espaciais. 
Os tecidos esqueléticos são geralmente capazes de 
adaptar suas propriedades mecânicas para 
combinar com as forças a eles aplicados. Esse 
processo é mais bem conhecido em relação ao 
osso, e os biólogos do osso referem-se a esse 
princípio geral como lei de Wolff, o grau de 
deformação de um tecido é proporcional à 
quantidade de carga mecânica à qual ele é 
submetido. As células detectam essa deformação 
aumentada e respondem produzindo mais matriz 
extracelular, o que aumenta o módulo (rigidez) do 
tecido e faz retornar ao normal os níveis de 
deformação. Similarmente, carga reduzida leva a 
deformação tecidual reduzida, síntese reduzida de 
matriz e módulo reduzido, de modo que a 
deformação tecidual aumenta para valores 
normais. Esse sistema de feedback negativo 
assegura que o osso se adapte (se remodele) para 
adequar-se ao seu ambiente mecânico. 
Experiências em animais sugerem que tão pouco 
quanto 36 ciclos de carga relativamente severos 
por dia são suficientes para produzir uma resposta 
hipertrófica máxima no osso, enquanto menos de 
quatro ciclos de carga por dia leva à reabsorção 
tecidual. Evidentemente, as células ósseas 
respondem ao carregamento máximo em vez da 
média em relação ao tempo. Há alguma evidência 
experimental de que cartilagem e tendão, 
similarmente, se adaptam ao seu ambiente 
mecânico. Seria improvável que não o fizessem 
porque as propriedades mecânicas de tecidos 
adjacentes rapidamente se tornariam 
descombinadas, aumentando o risco de dano a 
um deles. Entretanto, é igualmente evidente que 
diferentes tecidos não podem se adaptar às 
mesmas velocidades. Tecidos altamente 
vascularizados como músculo e osso têm o 
potencial de se adaptar rapidamente, enquanto 
tecidos pouco vascularizados como grandes 
tendões não o têm. Tecidos avasculares como 
cartilagem articular e discos intervertebrais só são 
capazes de se adaptar muito lentamente, de 
modo que os tempos de reposição de algumas 
macromoléculas da matriz podem ser tão longos 
quanto 100 anos. Grandes diferenças em 
potencial adaptativo entre tecidos 
musculoesqueléticos adjacentes poderiam levar a 
problemas no tecido menos bem vascularizado 
quando os níveis de carga mecânica aumentassem 
abruptamente. 
 
Efeito da multiparidade na 
densidade mineral óssea, avaliada com 
marcadores de remodelação óssea. 
Artigo de 2017. 
Objetivo: Nosso objetivo foi investigar o efeito da 
paridade na osteoporose, avaliando a densidade 
mineral óssea, marcadores de remodelação óssea 
e outros fatores que são eficazes na osteoporose 
em mulheres multíparas (cinco partos ou mais) e 
nulíparas no período pós-menopausa. 
Métodos: Foram incluídas no estudo 91 multíparas 
(cinco partos ou mais) e 31 nulíparas na pós-
menopausa. Todos os pacientes foram 
entrevistados sobre características 
sociodemográficas, história ginecológica, hábitos 
pessoais, níveis de atividade física e ingestão de 
cálcio ao longo da vida. A densidade mineral óssea 
foi medida nas regiões lombar (L1-4) e do colo 
femoral. 
Resultados: A idade média das mulheres multíparas 
foi de 58,79 ± 7,85 anos, e a idade média das 
mulheres nulíparas foi de 55,84 ± 7,51. A DMO 
femoral foi de 0,94 ± 0,16 e a DMO lombar de 
1,01 ± 0,16 em mulheres multíparas, a DMO 
femoral foi de 0,99 ± 0,16 e a DMO lombar de 
1,07 ± 0,14 em mulheres nulíparas. Não houve 
diferenças estatísticas entre os escores T femoral e 
lombar e os valores de DMO dos dois grupos. Os 
escores T lombares e a DMO lombar mostraram 
uma diminuição com o aumento da duração total 
da amamentação em mulheres multíparas. Os 
fatores de risco independentes para osteoporose 
na análise de regressão de mulheres multíparas 
foram a duração da menopausa e o peso corporal 
de 65 kg e menos. 
Conclusão: Não há diferença entre as densidades 
minerais ósseas de mulheres multíparas e 
nulíparas. Mulheres com peso corporal menor e 
menopausa com maior duração devem ser 
acompanhadas com mais cuidado para o 
desenvolvimento de osteoporose. 
 
 
Terzi H, Terzi R, Kale E, Kale A. Effect of multiparity 
on bone mineral density, evaluated with bone 
turnover markers. Rev Bras Reumatol Engl Ed. 
2017 Sep-Oct;57(5):371-377. English, Portuguese. 
doi: 10.1016/j.rbre.2015.09.002. Epub 2015 Oct 9. 
PMID: 29037307.

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