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Obesidade e DM2 na obesidade MATERIAL DE USO EXCLUSIVO DOS ALUNOS DO CURSO DE MEDICINA DO UNIFOA REPRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO PROIBIDAS Vicente Lopes da Silva Junior Graduação em Medicina – UFRJ Residência em Clínica Médica – HUPE/UERJ Residência em Endocrinologia – IEDE Mestrado em Medicina – UFRJ Doutorado em Ciências – Fisiopatologia – UERJ Coordenador de Ensino e Pesquisa – Instituto Lóbus – Unimed Volta Redonda Histórico • Obesidade: conhecida há milênios • Recentemente - considerada doença • Estimativa: fatores genéticos respondam 24% a 40% do IMC • Principais determinantes do aumento da obesidade: • Susceptibilidade genética • Mudanças comportamento alimentar • Hábitos vida sedentários Carvalho Filho MA. Obesidade e diabetes: da origem ao caos. In. Obesidade e Diabetes: Fisiopatologia e Sinalização Celular. 1 ed. Dennys E. Cintra São Paulo. SARVIER; 2011 405 p Deusa-mãe, Malta, 5000 A.C. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Epidemiologia VIGITEL, 2016 Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Epidemiologia VIGITEL, 2016 Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Classificação do peso corporal Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Diagnóstico Excesso de tecido adiposo corporal Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Como quantificar? • IMC: peso(Kg)/Altura (m2) Circunferência de Cintura: ponto médio entre crista ilíaca e rebordo costal. Critérios NCEPIII/OMS Prega Cutânea DEXA: Composição Corporal TC/ RNM: localização Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Medida da circunferência da cintura: guia prático da NIDDK/NIH ⚫ Coloque a fita métrica ao redor do abdômen despido, exatamente acima do osso do quadril ⚫ Certifique-se de que a fita esteja justa, embora sem comprimir a pele ⚫ A fita deve estar paralela ao piso, a meia distância do topo da crista ilíaca e a margem inferior da costela, em ambos os lados ⚫ O paciente deve relaxar e expirar, enquanto a medida estiver sendo feita http://win.niddk.nih.gov/publications/tools.htm#circumf Cintura Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Composição corporal Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Composição corporal Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Composição corporal: bioimpedância Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Composição corporal: Reservas corporais Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Fatores de risco para obesidade • Genéticos: ✓ Gasto metabólico de repouso baixo ✓ Quociente respiratório alto (baixa oxidação de gorduras) ✓ Preferências alimentares ✓ Alta atividade da lipase lipoproteica ✓ Sensibilidade à insulina ✓ Hiperatividade do sistema endocanabinóide • Ambientais: ✓ Sedentarismo ✓ Oferta de alimentos ✓ Psicoemocionais – estresse ✓ Casamento – gravidez ✓ Parar de fumar ✓ Medicamentos Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Fatores de risco para obesidade: Obesidade e ambiente Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Complicações da obesidade Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Obesidade e transtornos psíquicos Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Obesidade e transtornos psíquicos Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Determinantes do desequilíbrio energético • O desequilíbrio energético é determinado por um ou mais dos seguintes fatores, que atuam de forma conjugada ou alternada: ✓ Aumento da ingestão alimentar ✓ Diminuição do gasto energético ✓ Aumento da capacidade de estocar gordura ✓ Diminuição da capacidade de oxidação das gorduras • Cada um desses fatores, por sua vez, tem múltiplas causas Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Aumento da ingestão alimentar • Os mecanismos fisiológicos de regulação da ingestão alimentar envolvem: ✓ Sensação de fome (que leva um animal a procurar alimentos e a ingeri-los) ✓ Sensação de prazer na ingestão de alimentos (que o leva a continuar com uma refeição) ✓ Sensação de saciação (que o leva a interromper uma refeição) ✓ Sensação de saciedade (que o leva a adiar a refeição seguinte) • Qualquer fator que interfira nos mecanismos de fome, prazer, saciação e saciedade pode interferir no padrão de ingestão alimentar • Fatores que diminuem a saciação levam ao hábito de fazer grandes refeições (hiperfagia), enquanto fatores que diminuem a duração da saciedade levam ao aumento da frequência das refeições. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Aumento da ingestão alimentar • Pequenos aumentos na ingestão alimentar por períodos prolongados de tempo são suficientes para provocar um ganho significativo de massa adiposa • Em 1 ano, o consumo calórico 5% maior do que o gasto energético promove um ganho de 5 kg de gordura corporal • Ao longo de 30 anos, o consumo de apenas 8 kcal/dia acima do gasto energético é capaz de causar um aumento de 10 kg no peso Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Influência da composição de macronutrientes da dieta • Alteração composição dieta, particularmente aumento consumo gorduras, também tem papel fundamental na epidemia de obesidade - dieta rica gorduras associada desregulação mecanismos normais saciedade • Ácidos graxos livres (AGL) provenientes dieta levam resistência hipotalâmica aos sinalizadores de saciedade – leptina e insulina • Trabalhos realizados ratos, divididos dois grupos, um com dieta rica gordura e outro com dieta balanceada, mostrando ratos alimentação hipergordurosa comeram quase dobro dieta outro grupo • Aumento do consumo de açúcar refinado - muito mais disponível comercialmente últimas décadas • Dieta rica gorduras e açúcares refinados - alimentos com alta densidade calórica, alta palatabilidade, baixo poder sacietógeno e fácil absorção e digestão - características que favorecem aumento ingestão alimentar e, portanto, contribuem para desequilíbrio energético • Diferenças relação aos macronutrientes dieta (excesso CH ou excesso gordura) influenciam tipo de substrato que organismo oxida preferencialmente. • Indivíduos que ingerem muito carboidrato, oxidam (“queimam”) de forma menos eficiente as gorduras e podem ter mais dificuldade em perder peso Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Fatores sociocomportamentais Tamanho das porções: • Comparando-se com dados mais antigos, atualmente o tamanho das porções oferecidas nos restaurantes e nos produtos industrializados aumentou consideravelmente • Uma porção de pipoca com refrigerante vendida nos cinemas fornece cerca de 1.000 a 1.500 kcal, mais da metade da ingestão diária recomendada para um adulto • População diminuiu o número de refeições realizadas em casa, com aumento compensatório de refeições em redes de fast-food, que oferecem alimentos altamente calóricos • A própria necessidade de realizar refeições em um curto período de tempo acaba levando a um consumo maior, por atrapalhar os mecanismos de saciação • Estilo de vida moderno, competitivo, muitas vezes com privação de sono e de atividades de lazer, pode resultar em alterações comportamentais relacionadas com o hábito alimentar em que o sistema de prazer e recompensa (não homeostático) se sobrepõe ao sistema regulador homeostático Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Circuitos da fome e saciedade Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Circuitos da fome e saciedade • Hipotálamo medial (saciedade): • Núcleo arqueado • Núcleo ventro-medial • Núcleo dorso-medial • Núcleo paraventricular • Hipotálamo lateral (fome): • Área hipotalâmica lateral • Hipotálamo perifornical Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Vicente Lopes daSilva Junior, MD, MSc, PhD Circuitos da fome e saciedade Regulação da fome/saciedade dentro do núcleo arqueado Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD GABA NPY + - ++ Ghrelina Insulina Leptina - - Neurônio NPY/AgRP Núcleo Arqueado Y2 NPY - Y1 Neurônio POMC MC4r a MSH COMPARAÇÃO DE AFERÊNCIAS POMC & NPY Predomínio de POMC Predomínio de NPY ANOREXIA FOME Sinais Periféricos de Adiposidade Núcleo Paraventricular e outros Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Reguladores hormonais do eixo cérebro-intestino-tecido adiposo • Fatores adipostáticos: LEPTINA – Protótipo de regulador da homeostase energética – Produto do gene ob – Produzido pelo tecido adiposo (branco) – Afeta comportamento alimentar, termogênese e status neuroendócrino – Homologia 84% entre leptina humana e de camundongos (altamente conservada na evolução) – Níveis séricos proporcionais aos depósitos de tecido adiposo – Forma livre e ligada ao seu receptor solúvel (Ob-Re) – Outros tecidos também produzem leptina: músculo esquelético, placenta e estômago – Privação alimentar (inanição): supressão da leptina, ativação do eixo HHA, inibição do GH e HT e inibição da reprodução – Após seu transporte pela BHE, a leptina se liga a receptores no hipotálamo e tronco cerebral – Receptores de leptina são expressos: hipotálamo medial-basal, NA, dorso-medial, ventro-medial, além de fora do hipotálamo, como o NTS, substância negra etc Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Sinalização da leptina Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Peptídeos hipotalâmicos • Orexigênicos (aumentam apetite): • Neuropeptídeo Y (NPY) • Peptídeo relacionado ao Agouti (AgRP) • Hormônio concentrador de melanina (MCH) • Galanina • β endorfina • Dinorfina • Encefalina • Anorexigênicos (reduzem apetite): • α MSH • Transcrito regulado por cocaína-anfetamina (CART) • CRH • Urocortina • Neurotensina • Neuromedina Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Mutações relacionadas com obesidade em humanos • Leptina • Receptor de leptina • MC4R • MC3R • Pro-hormônio convertase 1 • PPARγ • POMC Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Componentes do gasto energético • GET diário é composto da seguinte forma: ✓ 60 a 75% correspondem ao gasto energético de repouso (GER) ✓ 15 a 30% ao GEAF ✓ 10% à termogênese alimentar (TA) • GER inclui a energia necessária para as funções celulares vitais, no estado pós-absortivo, em vigília • GEAF é o componente mais variável entre os indivíduos: inclui a atividade física voluntária e as atividades • involuntárias (contrações musculares para manter a postura, por exemplo) • TA representa a energia utilizada na digestão, absorção e ativação do sistema nervoso simpático (SNS) após a ingestão alimentar Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Gasto energético pela atividade física • As mudanças sociocomportamentais das últimas décadas relacionam-se basicamente ao componente do GEAF, que, como corresponde a cerca de 20% do GET, pode influenciar significativamente o balanço energético diário. • Tanto nas atividades de trabalho quanto nas de lazer, os avanços tecnológicos diminuíram muito a necessidade de o ser humano se esforçar fisicamente para conseguir se deslocar, se comunicar, se divertir e mesmo se alimentar. • < 30% dos americanos relatam fazer alguma atividade física em suas horas de lazer • A mudança no perfil de trabalho é um fator até mais importante do que a atividade física nas horas de lazer: relata-se um aumento de mais de 80% no número de indivíduos empregados em atividades sedentárias e uma diminuição de 25% no número de indivíduos em empregos que exigem muita atividade física Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Gasto energético de repouso • Como o maior componente do GET é o GER, é preciso entender os fatores que influenciam o GER • O próprio GEAF pode influenciar o GER: ao realizar uma atividade física voluntária, há uma elevação posterior do GER, que persiste por várias horas • Já a atividade física em excesso pode causar uma diminuição do metabolismo de repouso Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Obesidade e resistência à insulina Resposta biológica/glicêmica subnormal a níveis normais de insulina (o autor) Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Resistência à insulina (RI) • Redução da ação biológica da insulina • Caracterizada pela hiperinsulinemia com normo/hiperglicemia • Associada com obesidade, estilo de vida e outros fatores ambientais e genéticos • Causa fundamental do diabetes tipo 2 Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Etiopatogenia RI Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Arq Bras Endocrinol Metab 2006;50/2:216-229 Etiopatogenia RI Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Etiopatogenia RI Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Adipócito Periférico - Alta Proliferação e Diferenciação - Menores - Alta Sensibilidade a Insulina - Baixa Lipólise Adipócito Abdominal - Baixa Diferenciação e Proliferação - Maiores - Baixa Sensibilidade a Insulina - Alta Lipólise Pre-adipócitos Precursor Mesenquimal Alta Capacidade de → Baixa Armazenar Godura Etiopatogenia RI Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Etiopatogenia RI • Adipócitos viscerais: ✓Maior expressão de receptores β1 e β2 ✓Maior lipólise pelas catecolaminas ✓Menor efeito anti-lipolítico insulina ✓Mobilização de AG dos depósitos intra-abdominais > subcutâneos ✓Menor expressão de leptina Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Etiopatogenia RI Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhDBarbour LA. Diabetes Care. 2007;30 Suppl 2:S112-9 Etiopatogenia RI Current Vascular Pharmacology, 2011, 9, 321-332 Crescimento celular (remodelamento vascular Óxido nítrico (vasodilatação) Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Como medir RI? • Padrão-ouro: clamp • HOMA: HOmeostatic Model Assessment – HOMA IR = glicose (mmol/l) x Insulina (µU/ml) 22,5 – HOMA IR = glicose (mg/dl) x Insulina (µU/ml) 405 – HOMA β = 20 x insulina(µU/L) glicose( mmol/l) – 3,5 Cut-off: 2,6 (p 75) Diagnosing insulin resistance by simple quantitative methods in subjects with normal glucose metabolism. AU Ascaso JF, Pardo S, Real JT, Lorente RI, Priego A, Carmena R SO Diabetes Care. 2003;26(12):3320. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento da obesidade: Princípios gerais do tratamento 5-10% melhora significativa do estado metabólico Velocidade: 2-4 Kg/mês Terapia Combinada Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso • Atividade física – objetivos ✓ Prevenção do ganho de peso ✓ Emagrecimento ✓Manutenção do peso ideal Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Exercícios aeróbicos: • Aumentam transporte oxigênio para músculos exercitados - utilizam mais estoques gordura como substrato energético e poupam utilização glicogêniomuscular • Prática diária exercício físico aeróbico está associada reduções significativas quantidade gordura corporal total, abdominal e visceral e à melhora da SI - resultados podem ser alcançados mesmo quando não há redução significativa peso corporal • A longo prazo, esse tipo de exercício é capaz de diminuir a pressão arterial (PA) sistólica em indivíduos obesos hipertensos ou normotensos, porém, em magnitudes diferentes, de aumentar o enchimento diastólico VE e vasodilatação dependente do endotélio e induzir efeitos antiinflamatórios Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Exercícios resistidos: • Não aumentam a oxidação lipídica • Devem ser prescritos especialmente para manutenção da massa magra e diminuição dos riscos à saúde • Aplicados como estratégia isolada de tratamento para mulheres de meia-idade sedentárias e com sobrepeso durante um ano, esse tipo de exercício não foi capaz de reduzir o percentual e a quantidade de gordura corporal • Promoveu aumento significativo de massa magra e dos níveis plasmáticos de adiponectina, assim como a redução significativa da concentração da PCR, atenuando o estado inflamatório de baixo grau associado ao sobrepeso das voluntárias, o que pode reduzir as chances de desenvolver DCV Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento não medicamentoso Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento medicamentoso da obesidade Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento medicamentoso da obesidade Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Liraglutida Tratamento cirúrgico Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento cirúrgico Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento cirúrgico Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento cirúrgico Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Tratamento cirúrgico Ref. Mancini, Tratado de obesidade,2ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Diabetes mellitus tipo 2: características Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Fisiopatologia do DM2 • 80-90% casos de DM • Hipoinsulinismo relativo – insulina pode até estar elevada, mas é insuficiente para manter a glicemia normal • Disfunção das células beta + • Resistência periférica à insulina + • Resistência hepática à insulina (aumento da gliconeogênese) • Disfunção das células alfa (?) • Indivíduos > 40 anos (geralmente) • 80% casos - obesos • Multifatorial e poligênica • Concordância entre gêmeos monozigóticos: 70-90% • RI: defeito pós-receptor – via PI3 kinase • Via MAP kinase – “livre” – aterosclerose • Marcadores clínicos de RI e hiperinsulinismo: • Acantose nigricans • Acne • Hirsutismo • Oligomenorreia • Deposição de amiloide nas ilhotas – DM2 longa duração Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD J Clin Invest 116: 1756, 2006 Fisiopatologia do DM2 Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Desenvolvimento e progressão do DM 2 Diabetes clínico Desenvolvimento de Complicação Macrovascular Insulina Resistência à insulina Produção Hepática de glicose Glicemia pós-prandial Glicemia de jejum Função células-Beta Progressão do Diabetes Mellitus tipo 2 Intolerância à Glicose Diagnóstico de Diabetes 4–7 anos Desenvolvimento de Complicação Microvascular Adaptado: Ramlo-Halsted BA, Edelman SV. Primary Care. 1999;26: 771–789 Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Fatores de risco para DM2 • História familiar DM em parente de primeiro grau • Sobrepeso / obesidade • Sedentarismo • Raça / etnia (afrodescendentes, norte-americano, asiático-americano, nativos das ilhas do Pacífico) • Estado de intolerância à glicose • DMG ou parto de neonato com > 4kg • HAS • HDL < 35 e/ou TG > 250mg/dL • SOP ou acantose nigricans • História prévia de doença vascular Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Relação entre obesidade e DM2 Obesity Res. 1995;3(Suppl 2):179S-186S Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Patogênese do DM2 – octeto Fonte: Vilar, Endocrinologia Clínica, 6ª ed. • 70 a 90% pacientes DM2 têm também a síndrome metabólica (SM) • SM - aglomerado fatores implicam risco cardiovascular elevado: ✓ Dislipidemia ✓ Obesidade abdominal ✓ Resistência insulínica, tolerância alterada à glicose ou diabetes ✓ hipertensão). Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Síndrome Metabólica Adaptado: Williams G, Pickup JC. Handbook of Diabetes. 2004, 3 ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Fisiopatologia DM2 Do ponto de vista fisiopatológico, as pessoas com DM2 demonstram consistentemente três anormalidades cardinais: ✓ Resistência à ação da insulina nos tecidos periféricos, particularmente músculo e gordura, mas também fígado ✓ Secreção deficiente de insulina, particularmente em resposta a um estímulo de glicose ✓ Aumento da produção de glicose pelo fígado Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Fonte: Vilar, Endocrinologia Clínica, 6ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Principais diferenças entre DM1 e DM2 Fonte: Vilar, Endocrinologia Clínica, 6ª ed. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Diferenças na absorção de glicose no DM DeFronzo RA. The triumvirate: beta-cell, muscle, liver—a collusion responsible for NIDDM. Lilly Lecture 1987. Diabetes. 1988;37:667-687 Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Produção hepática de glicose Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Cirurgia metabólica no DM • Resolução número 2.172/2017 do CFM • Aprovado o emprego da cirurgia metabólica para os pacientes com DM que apresentem obesidade grau 1 e controle glicêmico inadequado apesar da terapia adequada. • O CFM definiu também que a cirurgia metabólica para pacientes com DM2 se dará, prioritariamente, por bypass gástrico com reconstrução em Y-de-Roux (BGYR). • Somente em casos de contraindicação ou desvantagem da BGYR, a gastrectomia vertical (GV) será a opção disponível. Nenhuma outra técnica cirúrgica é reconhecida para o tratamento desses pacientes. • Segundo as normas aprovadas, o paciente necessita apresentar as seguintes condições: • DM2 e IMC entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m²; • > 30 anos idade e no máximo 70 anos; • DM2 há menos de 10 anos; • A indicação cirúrgica precisa ser feita por dois médicos endocrinologistas; • Para indicação, é necessário um parecer que mostre que o paciente apresentou resistência ao tratamento clínico com antidiabéticos orais e/ou injetáveis, mudanças no estilo de vida e que compareceu ao endocrinologista por no mínimo dois anos; • Ausência de contraindicações para a cirurgia. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Comparação: principais classes medicamentos Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD UKPDS: redução de risco para cada 1% de redução da HbA1c Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Fonte: Vilar, 6ª ed. DCCT: redução do risco de complicações Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD DCCT: risco de complicações Endocrinol Metab Clin North Am. 1996; 25: 243-254. Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Monitorização do tratamento do DM • Parâmetros utilizados: ✓Glicemia de jejum ✓Glicemia pós-prandial ✓Hb glicada (HbA1c) ✓Frutosamina ✓Variabilidade glicêmica Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Monitorizaçãodo tratamento do DM • Parâmetros avaliados: • Glicemia de jejum e pré-prandial • Glicemia pós-prandial • HbA1c • Os objetivos devem ser individualizados, conforme: • Idade do paciente • Comorbidades • Expectativa de vida • Grau de percepção de hipoglicemias • Metas mais rígidas: • HbA1c < 6,5% - segurança do paciente em primeiro lugar • Pacientes sem DCV • Preferencialmente desde o início do tratamento • Redução do risco microvascular em análises de subgrupos do DCCT, UKPDS e ADVANCE • Metas menos rígidas: • Insuficiência renal ou hepática – predispõem a hipoglicemia • Hipoglicemias assintomáticas, graves, idosos com baixa expectativa de vida e naqueles com complicações significativas, pacientes cronicamente com controle ruim da glicemia Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Relação entre os valores de HbA1c e GME Conversão: GME = 28,7 x A1C – 46,7 Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Variabilidade glicêmica • Mede a flutuação da glicemia nas 24h • Quanto menor a variabilidade, melhor o controle do DM • Marcador de risco – para um mesmo valor de HbA1c – ativação estresse oxidativo Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Variabilidade glicêmica DIABETES, VOL. 57, MAY 2008 Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Metas de controle glicêmico Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Metas de bom controle glicêmico • Hemoglobina glicada (HbA1C) < 7,0 % • Manter nos valores mais baixos possíveis, sem aumentar desnecessariamente o risco de hipoglicemias, sobretudo no caso de doença cardiovascular em uso de insulina Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Sugestão de emprego de drogas antidiabéticas Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Insulinas • Ação ultra-lenta • Glargina - Lantus® • Detemir - Levemir® • Degludeca - Tresiba® • Ação intermediária • NPH (neutral protamine Hagedorn) • Ação rápida • Insulina regular • Ação ultra-rápida • Insulina Glulisina - Apidra® • Insulina Asparte - Novorapid® • Insulina Lispro - Humalog® Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Perfil de ação das insulinas Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhDFonte: Conitec Esquemas mais usados na insulinização do DM2 e doses iniciais de insulina basal Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Fonte: Vilar, 6ª ed. Calculando a dose de insulina... RI Vicente Lopes da Silva Junior, MD, MSc, PhD Obrigado!
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