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- -1
GESTÃO ESCOLAR
UNIDADE 1 - A ADMINISTRAÇÃO OU 
GESTÃO DA ESCOLA: CONCEPÇÕES E 
ESCOLAS ADMINISTRATIVAS
Autoria: Luiz Antonio da Silva dos Santos - Revisão técnica: André de Faria 
Thomáz
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Introdução
Caro estudante, você está iniciando os estudos da disciplina Gestão Escolar. Nela, abordaremos um conjunto de
reflexões que gravitam em torno das organizações educacionais. Dessa forma, você conhecerá as bases teóricas
que sustentam a gestão educacional, estabelecendo uma articulação, sempre necessária, entre educação e a
sociedade. 
Nessa unidade temática, especificamente, você será conduzido por um percurso teórico sobre alguns elementos
introdutórios que subsidiarão a sua compreensão da amplitude da gestão escolar e do seu campo de atuação, e,
consequentemente, como eles refletem na dinâmica da administração escolar. 
Podemos, assim, definir que a partir de uma visão administrativa a gestão da escola é uma importante função e
deve atender às diferentes dimensões do trabalho escolar. Esse trabalho envolve tanto a gestão pedagógica,
quanto a administrativa, considerando-se as relevantes vertentes presentes no âmbito dos recursos materiais,
financeiros e da gestão de pessoas. Sempre orientados por princípios democráticos de uma gestão participativa,
no contato com a sociedade e a escola.
Esse percurso será norteado por algumas questões importantes, sendo elas: Como se deu a evolução
paradigmática do conceito de administração para gestão escolar? Que conceitos e competências estão ligadas a
gestão escolar? Qual o papel do planejamento na superação dos desafios da qualidade social nas instituições
escolares? Quais os aportes jurídicos que respaldam legalmente a gestão escolar em território brasileiro? 
Para responder a essas e outras questões, vamos dialogar criticamente com a evolução paradigmática das
concepções de administração, buscando identificar que essas compreensões são parciais e situadas
historicamente, a partir de diferentes perspectivas e aportes teóricos. 
Nesse itinerário, você também terá a oportunidade de conhecer alguns pensadores importantes e entender como
suas ideias influenciaram a temática em questão.
Por fim, constataremos a relevância dessa disciplina, que por meio de uma abordagem integrada e globalizada da
teoria e da prática, buscará contextualizar os conteúdos sistematizados e discutir questões problematizadoras,
que favoreçam a tomada de decisão em consonância com o papel da gestão escolar na qualidade dos processos
educacionais.
Bons estudos!
1.1 Gestão escolar: conceitos introdutórios
Neste tópico, você terá oportunidade de compreender que as instituições educativas necessitam de um sistema
organizacional que garanta a efetividade de seus objetivos. Essa perspectiva de como gerir a escola não é
estática, ela sofre influências dos condicionamentos sociopolíticos de cada tempo histórico, isto é, as
transformações sociais, econômicas e culturais interferem diretamente nas concepções de educação, que por sua
vez determinam como a escola deve ser organizada.
Diante das transformações, da complexidade do espaço escolar e da multiplicidade de suas demandas, a escola
precisa constantemente refletir sobre sua função social, suas finalidades educativas e seus objetivos enquanto
organização. No entanto, para que a escola alcance os seus objetivos e as suas finalidades institucionais são
necessários a adoção de certos procedimentos de gestão e organização, que devem ter caráter pedagógico, pois
estão diretamente ligados com a função social exercida pela escola.
Nesse horizonte, Di Palma (2012) afirma que o trabalho da escola é o de formar o sujeito em um sentido amplo.
Isso é, educar os indivíduos para sua inserção e participação ativa na cidadania, por meio da produção de
conhecimento. Para alcançar êxito nesse tarefa, a escola precisar conhecer, organizar e articular os diferentes
departamentos e setores, distribuindo e capacitando cada um para realizar satisfatoriamente suas funções.
Veremos, portanto, a evolução paradigmática sofrida pela noção de administração escolar e as principais
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Veremos, portanto, a evolução paradigmática sofrida pela noção de administração escolar e as principais
contribuições teóricas da administração que influenciaram a organização escolar durante o século XX. É
importante destacar, com cuidado, que as abordagens teóricas apresentadas contribuem para a matriz teórica e
prática do campo epistêmico da administração escolar, atualmente designado de gestão educacional.
1.1.1 Administração ou gestão escolar: fundamentos conceituais e 
históricos
Para iniciarmos as discussões sobre administração ou gestão escolar, iremos refletir sobre as diferentes
concepções e as distintas abordagens da administração, bem como suas especificidades no tocante as
instituições educacionais.
Tudo o que ocorre na escola tem origem em diferentes concepções teóricas e metodológicas que permeiam a
administração e a gestão educacional. Assim, discutir a administração ou gestão escolar nos leva à reflexão inicial
sobre o conceito da administração e suas implicações para a organização escolar. 
A estrutura administrativa escolar é ordenada pelas regras e normas comuns a uma gama de instituições de
ensino e o que a faz viva é a dinâmica do grupo que as pratica e que cria especificidades para cumpri-las. Essa
estrutura também estabelece regras e formas específicas de se relacionar, o que pode fazer emergir diferenças
significativas entre uma escola e outra, fato que as torna únicas entre si.
1.1.2 Conceito de administração e suas implicações para a instituição 
escolar
Os atos e procedimentos administrativos fazem parte da própria evolução histórica da humanidade, embora suas
sistematizações, em teorias administrativas, tenham transcorrido na passagem do século XIX para o XX. Diante
disso, começaremos, então, pelo conceito de administração.
Há muitas teorizações sobre o conceito de administração, sendo grande parte delas formuladas por autores das
teorias administrativas. Todavia, escolhemos aqui uma conceituação teórica produzida por um pesquisador da
gestão educacional brasileira, Vitor Paro. Ele nos esclarece que
[...] a administração é a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados. Assim
pensada, ela se configura, inicialmente, como uma atividade exclusivamente humana, já que somente
o homem é capaz de estabelecer livremente objetivos a serem cumpridos. (PARO, 2012, p. 25)
Podemos perceber, portanto, que as funções da administração estão relacionadas aos fins e à natureza da
organização social, determinados por uma dada sociedade. 
Vivemos em uma modalidade capitalista de produção, logo, tudo vira produto e pode ser vendido, ao mesmo
tempo, reconhecemos que a escola produz conhecimento. Tendo em conta essas duas afirmações, devemos nos
perguntar: conhecimento é produto? A escola é uma empresa? O que existe de administrativo no processo de
formação de um sujeito histórico?
Por mais que haja uma tentativa de derivar da ciência geral da administração, procedimentos, valores,
encaminhamentos, que seriam, possivelmente, úteis, para a vida da escola, é preciso reconhecer que as escolas
públicas não podem ser tratadas como produtivas, no sentido capitalista do termo, pois, a organização escolar é
diferente das demais organizações sociais, em decorrência da natureza e especificidade do trabalho que produz.
Administração ou gestão escolar?
É importante perceber que a ressignificação do conceito de gestão não é apenas uma questão semântica. Ela
representa uma mudança radical de postura, um novo foco organizacional e um novo paradigma de
encaminhamentos das demandas escolares, ancorado nos princípios de participação e de autonomia.
De acordo com Luck (2006, p. 99), “a gestão não deprecia a administração, mas supera as suas limitações de
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De acordo com Luck (2006, p. 99), “a gestão não deprecia a administração, mas supera as suas limitações de
enfoque dicotomizado, simplificado e reduzido, para atender as exigências deuma realidade cada vez mais
complexa e dinâmica”. Esse ideário de gestão está associado ao fortalecimento da democratização do trabalho da
escola, bem como à participação responsável de todos na busca de resultados educacionais cada vez mais
significativos para toda a população.
Nessa perspectiva, Grochoska (2011, p, 89) esclarece que
Desse modo, precisamos compreender que temos aí duas perspectivas. Uma delas é a perspectiva que pensa a
gestão escolar a partir da concepção de educação como um direito público subjetivo, como está previsto no texto
constitucional (art. 208, VII, § 1º.), que preconiza que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
subjetivo. Nessa mesma racionalidade jurídica, temos as orientações da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da
educação – Lei nº 9.394/96, em seu artigo 5º, bem como o ECA, em seu artigo 54, § 1º. A segunda perspectiva
pensa a gestão escolar a partir de um concepção pautada na ideia de educação como um bem de mercado, sujeito
a trocas de mercadoria, e, consequentemente, como algo disponível apenas para aqueles que dispõem de
recursos para adquiri-la e/ou, eventualmente, para vendê-la. Nesse caso, a educação perderia o seu caráter de
direito público subjetivo, ainda que esse caráter deva ser garantido pelo Estado brasileiro. 
Gestão envolve toda a comunidade que faz parte do espaço no qual se propõe a ação e pelo processo
necessário, não se dando de maneira isolada, com encaminhamentos estáticos. Para que se efetive
com um processo de constante melhoria dos espaços, é necessário que haja planejamento.
Considerando essas diferentes perspectivas, o fundamento sobre o qual pode se construir uma certa elaboração
teórica da gestão escolar, tem que ser posto como uma questão preliminar em nossos estudos. Por isso, nessa
disciplina, nós nos orientamos pela perspectiva do direito à educação e temos com ponto de referência a escola
pública.
1.1.3 Teorias da Administração: evolução histórica e características
Durante o seu percurso histórico, a administração tem sido objeto de muitos debates, motivo pelo qual foram se
apresentando diversas teorias na tentativa de explicá-la. 
A necessidade de renovação educacional, decorrente das transformações políticas, econômicas e sociais,
ocorridas no país a partir de 1930, impulsionou parte da elite intelectual que se organizou para influenciar as
decisões em relação à política educacional brasileira, de modo que a educação passasse a interferir na própria
formação e organização da sociedade. Entre os intelectuais que participaram desse movimento figuram
Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Afrânio Peixoto, Roquete Pinto e Cecília Meirelles.
Portanto, para oferecer uma discussão útil, faremos um recorte das principais concepções de administração, as
quais, em termos gerais, foram formuladas a partir de distintos paradigmas da ciência. 
Nesse contexto, uma pergunta se impõe: o que é um paradigma? 
Segundo Thomas Kuhn (1996, p.13), os paradigmas são “[...] as realizações científicas universalmente
reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de
praticantes de uma ciência”. Para o autor, um paradigma pode ser entendido, portanto, como um modelo de
racionalidade capaz de validar explicações e compreensões de certos aspectos da realidade. Logo, o
aparecimento de um novo paradigma é resultado de um novo modelo teórico e interpretativo da realidade e de
um determinado campo científico.
VOCÊ QUER VER?
Vamos continuar revisitando uma discussão sobre paradigmas? Para isso, é importante que
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Para facilitar seus estudos nesse percurso formativo, podemos sistematizar as teorias administrativas que
contribuíram para a evolução da gestão educacional da seguinte maneira: 1) Escola clássica ou de Administração
Científica; 2) Escola das Relações Humanas; 3) Escola Estruturalista. Vejamos detalhadamente cada uma delas. 
1.1.4 Escola clássica ou de Administração Científica 
A Teoria da Administração Científica recebeu esta denominação pelo fato de basear-se na aplicação de métodos
científicos e pela busca da eficiência das organizações. Esse modelo produtivo tem como referencial os estudos
de Frederick W. Taylor (1856 – 1915), considerado o fundador da Administração Científica e Henri Fayol (1841
– 1925), considerado o fundador da Teoria Clássica. Apesar de tudo, a Teoria das Relações Humanas também não
conseguiu suplantar todas as premissas da teoria da Administração Científica, nem se solidificar de forma
inconteste, o que fez com que novos enfoques tentem articular elementos de diferentes teorias, ampliando seu
escopo.
Os estudos dessa escola de administração procuravam desenvolver técnicas que diminuíssem o desperdício e
aperfeiçoassem a produtividade dos trabalhadores. Taylor se destacava em suas atividades, se formou em
engenharia mecânica e ganhou renome pela organização das linhas de montagem. Ele desenvolveu aplicações
científicas para a organização racional do trabalho, visando a uniformidade das técnicas e métodos de trabalho. 
Seu modelo alcançou resultados que reduziram gastos e maximizaram os lucros. Em seu livro, Taylor apresenta a
seguinte definição da Administração Científica: 
A administração é uma ciência que não encerra, necessariamente, invenção, nem descobertas de
fatos novos ou surpreendentes. Consiste, entretanto, em certa combinação de elementos que não
fora antes realizada, isto é, conhecimentos coletados, analisados, agrupados e classificados, para
efeito de leis e normas que constituem uma ciência, seguida de completa mudança na atitude mental
dos trabalhadores e da direção, quer reciprocamente, quer nas respectivas atribuições e
responsabilidades [...]. (TAYLOR, 1963, p. 126)
Taylor separou os procedimentos administrativos de planejamento e os de supervisão (administração) das
atividades de execução (trabalhadores), defendendo uma “Organização Racional do Trabalho” (ORT). 
Conforme contribuição de Chiavenato (1993, p.77), a partir dos princípios de Taylor, a administração adquiriu
novas atribuições e responsabilidades. Ao clicar nos itens da tabela seguinte, você verá como o autor resume
cada um desses princípios: 
Princípio de planejamento
Substituir no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírico-prática, pelos
métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência, por meio do
planejamento do método.
Princípio de preparo
Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões, prepará-los e treiná-los para
Vamos continuar revisitando uma discussão sobre paradigmas? Para isso, é importante que
você assista ao vídeo “Mudando paradigmas na educação”, uma animação adaptada de uma
palestra dada na RSA por Sir Ken Robinson, disponível em: http://blog.brasilacademico.com
/2011/09/mudando-paradigmas-na-educacao.html.
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Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões, prepará-los e treiná-los para
produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Além do preparo da mão-de-obra, prepara
também as máquinas e equipamentos de produção, bem como o arranjo físico e a disposição racional das
ferramentas e materiais.
Princípio do controle
Controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com as normas
estabelecidas e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores, para que a execução
seja a melhor possível.
Princípio da execução
Distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais
disciplinada.
Os princípios que norteiam o taylorismo podem se resumir ao enfoque das tarefas individuais a serem
executadas pelos trabalhadores em busca da eficiência do sistema produtivo. Neste enfoque, a improvisação dá
lugar ao planejamento sistemático e o empirismo é substituído pelo método científico. Baseado no pensamento
dessa corrente, um bom administrador é aquele que planeja sistematicamente suas ações,que organiza esforços
racionalmente para a execução das atividades de seus subordinados, liderando e desenvolvendo os controles
necessários para a otimização dos resultados, e, por conseguinte, a obtenção de lucros.
O ideário de homem preconizado pelos postulados da Administração Científica é o do , quehomo economicus
pregava que os indivíduos são motivados exclusivamente por interesses materiais e salariais.
Mesmo apresentando uma abordagem revolucionária, o modelo administrativo de Taylor sofreu fortes críticas. É
importante que você conheça algumas delas, clicando em cada uma das faixas apresentadas na seguinte tabela: 
A d o ç ã o d a
concepção do Homo
economicus
Concepção reducionista do homem como sendo motivado apenas por interesses
econômicos e que precisava ser vigiado o tempo todo por uma supervisão gerencial.
Ênfase mecanicista
do homem
A empresa é vista como uma máquina e o homem é reduzido apenas a uma peça
dessa engrenagem.
Exploração da
classe trabalhadora
Esse método contribuiu para a legitimação da exploração do trabalhador, enfocando
decisivamente os interesses dos patrões.
Superespecialização
do trabalhador
A divisão do trabalho reduzia a demanda por uma qualificação mais holística e
global por parte dos trabalhadores.
Abordagem fechada
Desconsidera o contexto interno e externo da empresa e as suas influências sobre
todo o sistema produtivo.
Simultaneamente aos estudos que Taylor desenvolvia nos Estados Unidos sobre a Administração Científica,
centrado nas tarefas individuais, visando a eficiência do sistema produtivo, o engenheiro francês Jules Henry
Fayol (1841-1925) desenvolvia um modelo gerencial bastante semelhante, todavia com um enfoque significativo
na estrutura do processo produtivo. 
VOCÊ O CONHECE?
Jules Henry Fayol (1841–1925), graduou-se em Engenharia de Minas em St. Etienne, aos 19
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Analisando os dois modelos gerencias, Chiavenato (1998, p. 87) afirma que, 
A preocupação com a estrutura da organização como um todo constitui, sem dúvida, uma substancial
ampliação do objeto de estudo da Teoria Geral da Administração [com relação à abordagem
Taylorista das tarefas]. Fayol, um engenheiro francês, partiu de uma abordagem sintética, global e
universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural, que rapidamente
suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor.
Muitos estudos foram aperfeiçoados sob o enfoque de Fayol, que enfatizava a importância da gerência
administrativa e o papel que a estrutura organizacional tem para ser eficiente, ou seja, ele definiu
responsabilidades em todos os níveis organizacionais. 
Ainda referenciados pelas contribuições de Chiavenato (1998), vejamos alguns dos princípios que sustentam a
teoria da administração de Fayol.
Com estudos que enfatizam a estrutura da empresa, Fayol inaugura um enfoque prescritivo e normativo para
embasar como o administrador deve operacionalizar o seu trabalho, além de inaugurar uma nova perspectiva de
gerência organizacional, em termos de estrutura e forma. Esses elementos, estão ainda presentes nos dias atuais. 
Dentro desta perspectiva, podemos citar inclusive a exigência de transformação da realidade social para atender
cada um e a todos, de forma que suas peculiaridades ou necessidades específicas não sejam negligenciadas. A
inclusão e o respeito às diferenças, desse modo, devem fazer parte do trabalho do gestor escolar, de forma que
ele possa promover um ambiente na escola em que todos se sintam acolhidos e que tenham as suas
necessidades, sejam elas quais forem, atendidas de modo digno e imparcial.
No decorrer do tempo, muitas contestações foram sendo amadurecidas em relação à teoria clássica da
administração. Para que você conheça melhor, destacamos a seguir algumas dessas críticas. 
Obsessão pelo comando
O enfoque administrativo, pela perspectiva gerencial, levou a centralização no poder, na autoridade e na
responsabilidade.
Empresa como sistema fechado
Crítica atribuída a Taylor, por se afastar do contexto interno e externo da empresa o planejamento estava
inviabilizado.
Manipulação dos trabalhadores
O modelo administrativo baseava-se numa tendenciosidade favorável aos patrões.
Realizando uma síntese reflexiva sobre essas duas escolas administrativas, Corrêa e Pimenta (2005), defendem
que as ideias de Taylor e Fayol influenciaram significativamente os sistemas que configuram a gestão escolar.
Esse paradigma organizacional predominou amplamente nas organizações ocidentais capitalistas até
meados do século XX, inclusive na escola como organização educacional, na qual a direção era
designada hierarquicamente e centralizava as decisões, e a sala de aula reproduzia esse sistema, com
o processo de ensino-aprendizagem centrado na figura do professor, cujo papel era ensinar,
Jules Henry Fayol (1841–1925), graduou-se em Engenharia de Minas em St. Etienne, aos 19
anos. Foi considerado o primeiro a refletir teoricamente sobre a gestão e considerado o pai da
ideia de empresas organizadas por atribuições e responsabilidades. Aos 25 anos se tornou
gerente de minas.
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o processo de ensino-aprendizagem centrado na figura do professor, cujo papel era ensinar,
enquanto o do aluno era o de aprender, num processo de comunicação vertical, do professor em
direção aos alunos. Como o ‘operário-massa’, os ‘alunos-massa’ cumpriam seus deveres e
executavam suas tarefas, isolados em suas carteiras, da mesma forma que o trabalhador em seu
posto de trabalho individualizado, mas sob o comando e o controle de um gerente-professor.
(CORRÊA; PIMENTA, 2005, p. 27)
A partir dessas considerações, podemos perceber, portanto, as dificuldades teóricas e práticas que a gestão
escolar enfrenta quando se pauta por perspectivas que a aproximam de um enfoque administrativo empresarial. 
Ao apresentar, nesse item, os princípios teóricos da Escola clássica ou de Administração Científica, buscamos
demonstrar a você que os princípios da organização, direção e controle, pensados para o campo específico da
atividade produtiva, foram transportados e derivados acriticamente para o contexto escolar, desconsiderando as
especificidades das instituições escolares e a singularidade da formação de sujeitos históricos.
1.1.5 Escola das Relações Humanas
Por mais que as teorias da Administração Científica e da Teoria Clássica tenham sido responsivas a um
determinado tempo histórico, elas também se mostraram ineficientes à medida que o sistema produtivo foi
crescendo, pois, o foco no trabalho e na estrutura organizacional demonstrou-se inadequado, gerando muitos
problemas, tais como: insatisfações dos trabalhadores, faltas, grande rotatividade, além de, hostilidade e clima de
animosidade entre os próprios trabalhadores.
Figura 1 - Representação das relações humanas
Fonte: Fonte: CherriesJD, Mediapool, 2020.
VOCÊ SABIA?
Frederick Taylor (1856–1915) iniciou sua brilhante carreira profissional como aprendiz
técnico de mecânica, graduou-se engenheiro mecânico estudando à noite. Sempre teve um
olhar investigativo sobre a desorganização dos procedimentos administrativos, estudando a
utilização do tempo dentro dos processos produtivos.
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Fonte: Fonte: CherriesJD, Mediapool, 2020.
fotografia de bonecos de papel branco, de mãos dadas, em volta de um globo terrestre.#PraCegoVer: 
Com base em um novo paradigma e no desenvolvimento das ciências humanas, surge uma nova forma de pensar
a administração. Em resposta a esse contexto, emerge a teoria da Escola das Relações Humanas, que defendia a
necessidade de humanização das relações de trabalho. Essa teoria começa a ser sistematizada com base nos
estudos e nas experiências realizadas por Elton Mayo e sua equipe na fábrica da Western Electric Company
(Hawthorne, Chicago), marcando assim o início da preocupação com o fator humano dentro dos processos
produtivos.
Para estabelecer uma melhor compreensão dessa escola administrativa. Vejamos como Corrêa e Pimenta (2005)
categorizaram os seus princípios básicos.
1) O homem carrega necessidades básicas de segurança,aprovação social, prestígio e autorealização.
2) A força do grupo é capaz de condicionar e influenciar comportamentos, estabelecer espaços e produzir
identidade.
3) A necessidade de um trabalhador mais colaborativo.
4) Ênfase nos aspectos emocionais.
5) A participação dos trabalhadores nos processos decisórios.
6) Forte dominação psicológica sobre grupos e indivíduos.
A Escola das Relações humanas, para fundamentar e justificar as condutas das pessoas na organização, estudou
as interações sociais produzidas dentro da empresa e as suas implicações no processo produtivo. 
Segundo essa corrente, o entendimento dessas relações humanas possibilita ao administrador ajustar os
trabalhadores as demandas organizacionais. Essa perspectiva de pensamento produziu, também, novos olhares
dentro das instituições escolares, pois o fator humano ganhou notoriedade e relevo, passando a ser entendido
como essencial na estrutura grupal e na humanização das relações dos agentes educativos.
Logo, você já deve ter percebido que cada escola administrativa possui elementos positivos e negativos. No caso
da teoria ora mencionada, reconhecemos que ela colaborou com a construção de novas formas de pensar e
estudar as relações dos grupos dentro das organizações, considerando seus reflexos sobre a produtividade.
Chiavenato (1993), chama atenção para o enfoque manipulativo da Teoria das Relações Humanas. Para o autor,
essa teoria pode se constituir uma estratégia sutil para enganar os trabalhadores e fazê-los produzir mais e
exigir menos. Essa tática exploradora visava modificar o comportamento do empregado em favor dos objetivos
da administração. Essa teoria foi fortemente absorvida no campo educacional.
É nesse sentido que a escola adquire nova função e mesmo novas cores. A ‘dimensão humana’ é
recuperada, inserida numa outra vertente – a da produtividade. Grupos e estilos de liderança são
explorados e investigados, tendo em vista, agora, um conceito diferenciado de eficácia e resultados.
Relações de poder e de autoridade são ‘economicamente’ internalizadas, transformando a
administração escolar em modelo de transição de uma metodologia centrada na tarefa para uma
locação no indivíduo e em pequenos grupos. A interdependência, a integração e o equilíbrio
asseguram a estabilidade e sobrevivência de longo prazo do sistema escolar e, consequentemente, do
sistema organizacional. (CORRÊA; PIMENTA, 2005, p. 30)
A partir dessas considerações, é importante ressaltar que várias teorias que racionalizam a organização do
trabalho procuram atender aos interesses específicos do sistema produtivo, ancorados nos princípios de
eficiência e eficácia, os quais são mais significativos no campo administrativo empresarial.
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1.1.6 Escola Estruturalista
A Escola Estruturalista baseia-se no conceito do “homem funcional”, que assume um papel estratégico dentro
das organizações, relacionando-se de forma integrada com outros indivíduos e outros espaços sociais.
O funcionalismo estrutural absorveu várias influências de diferentes teorias, as quais baseiam os seus estudos
organizacionais numa perspectiva puramente burocrática, isto é, normas, regulamentos, regras e procedimentos.
Observe que quando analisamos com mais cuidado o percurso histórico das escolas que apresentamos até aqui, é
possível perceber que enquanto a escola da Administração Cientifica convergiu todo o seu foco apenas para a
produtividade, a Escola Clássica priorizou apenas a Estrutura. A teoria das Relações Humanas, por sua vez,
priorizou somente o fator humano. Diferentemente dessas escolas, a Escola Estruturalista trouxe uma nova
perspectiva para o enfoque administrativo. Seu modelo está pautado em uma visão sistêmica, compreendendo a
totalidade e as partes, considera a dimensão interna e externa, a eficiência e a eficácia.
Entre seus grandes expoentes temos o intelectual alemão, considerado um dos fundadores da Sociologia, o
filósofo Max Weber (1864-1920). Ele foi um sociólogo, jurista, historiador e economista alemão, considerado um
dos fundadores do estudo sociológico moderno. Seus estudos mais importantes estão nas áreas da sociologia da
religião, sociologia política, administração pública e economia.
Nessa linha de raciocínio, as organizações são concebidas como organismos subordinados à regulamentação e
normativas específicas, as quais buscam uma funcionalidade equilibrada do sistema. Por meio desses
regulamentos e normas, os indivíduos operam de maneira mais equilibrada e linear, evitando-se as tensões e os
conflitos. Logo, a administração na perspectiva estruturalista, assume um posicionamento de neutralidade frente
à tomada de decisões e conflitos.
Você já deve ter percebido que, quando tratamos de Teorias da Administração, perguntar o que é burocracia é
fundamental.
Provavelmente nada revoltaria mais os defensores da verdadeira burocracia, do que prever que seus
pressupostos seriam tão amplamente deturpados. Afinal, a defesa do desempenho das tarefas da
forma mais poupadora possível de esforços não é muito compatível com a visão que se faz hoje de
uma organização burocratizada. Afinal, os princípios da burocracia defendem o cumprimento dos
objetivos organizacionais de forma não apenas eficaz, mas eficiente. (FERREIRA; REIS; PEREIRA,
2000, p. 37)
Você pode entender, portanto, porque o funcionalismo estrutural, ao ser transportado para o campo educacional,
produziu uma ação burocratizada que prioriza as normas e a orientação jurídica.
Veja o que as autoras Corrêa e Pimenta (2005, p. 32), esclarecem sobre a assimilação organização desses
pressupostos.
No que se refere à influência sobre a prática da administração escolar pode-se destacar a visão da
escola como organização normativa na qual os órgãos diretivos utilizam controles normativos como
primeira instância e coercitivos como fonte secundária. Um outro aspecto importante é o fato da
organização burocrática e seus elementos se constituírem no centro da gestão das escolas,
impactando diretamente a sua administração. A administração escolar enfatiza a dimensão
sociotécnica, conferindo-lhe um caráter ‘neutro’. Começam a aparecer as associações de pais e
mestres como sistemas de suporte à escola e à sua administração.
O modelo burocrático de organização foi amplamente adotado pelo Estado brasileiro, o que influenciou
sobremaneira a administração escolar. A utilização da burocracia de Weber foi justificada em contraposição ao
patrimonialismo e como forma de evitar o nepotismo e a corrupção por meio do controle da gestão pública.
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Quando refletimos sobre as escolas administrativas, que traduzem a história das distintas compreensões da
administração, elas evidenciam o seu caráter político. Tendo em conta que o nosso referencial analítico é a
administração escolar, concluímos que falta uma concepção que leve em conta as particularidades das
organizações educativas.
1.2 Concepções de organização e gestão escolar
Após refletirmos sobre as várias escolas administrativas que influenciaram e influenciam os sistemas escolares,
passaremos a discutir alguns elementos que subsidiarão a compreensão das principais concepções que
influenciam a organização e a dinâmica da prática escolar.
Para entender essa questão, cabe perguntar: qual é a concepção de gestão escolar que perpassa as ações das
escolares públicas? Aqui, teremos a oportunidade de discutir criticamente as influências das concepções e gestão
na estrutura organizacional da escola.
É importante que se tenha claro que a concepção sobre gestão escolar existente no interior das escolas produz
reflexos sobre o trabalho que é desenvolvido. Esse trabalho é, pois, constituído por diversos fatores, dentre eles:
o entendimento sobre os modos de exercício do poder, o percurso histórico e a formação dos diferentes sujeitos,
o sistema de valores compartilhados pelos seus membros, a realidade do mundo social, etc. Você já parou para
refletir sobre isso?
A seguir, você conhecerá as principais concepções de gestão existentes na realidade educacional brasileira, de
acordocom a influência de seus processos históricos.
Com base nos estudos de Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) podemos elencar duas ideias fundamentais no que
diz respeito ao processo de construção de gestão escolar: e a a concepção técnico-científica concepção
, sendo que a segunda pode abarcar diferentes posturas: autogestionária, e democrático-sociocrítica
participativa.
1.2.1 Concepção técnico-científica
Essa concepção é profundamente influenciada pela Administração Científica de Taylor e pela Teoria Clássica de
Fayol, tem como ideia central a hierarquia organizacional, a racionalização do trabalho e a eficiência dos serviços
escolares. Tende a seguir princípios e métodos da administração empresarial.
VOCÊ QUER VER?
Para ampliar os conceitos já suscitadas nesta unidade, saiba mais assistindo ao filme “Tempos
Modernos”, de Charles Chaplin. Ele traduz a vida dos trabalhadores na sociedade industrial,
caracterizada pela produção baseada nas linhas de montagem e na divisão especializada do
trabalho. Nesse filme é possível constatar a hierarquização das muitas funções e o poder
existente dentro dos sistemas produtivos da época, o trabalho e a sua forma de controle.
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Figura 2 - Hierarquia organizacional: foco da concepção técnico-científica
Fonte: Jirsak, Mediapool, 2020.
f#PraCegoVer: otografia de homem com terno escuro, camisa azul e gravata listrada. Ele segura à sua frente
uma parede de papel em formato de quebra-cabeça, na qual a peça do topo da pirâmide está destacada.
Algumas características desse modelo são: a perspectiva burocrática e tecnicista de escola; o exercício do poder
é centralizado, com ênfase nas decisões burocráticas. Nesse modelo, cabe aos profissionais, alunos e pais apenas
cumprir as determinações administrativas em busca da eficiência.
A escola e as pessoas que a compõem, não são chamadas para o momento da elaboração da proposta de trabalho.
São chamadas apenas para o momento de execução desse projeto. Isto é, para operar as atividades propostas, e,
por conta disso, elas acabam não assumindo um compromisso com essa referida proposição.
De modo geral, esse modelo de gestão produz escolas recessivas e não contributivas em relação as políticas que
lhes são impostas.
1.2.2 Concepção sociocrítica
Essa concepção está ancorada no entendimento de que a escola é um sistema composto por sujeitos individuais,
os quais devem agir de forma intencional em busca de objetivos comuns. Para a sistematização dos objetivos, há
necessariamente um processo de compartilhamento do poder e da tomada de decisões. Assim, os modos como o
poder é exercido estão centrados em formas de participação e fortalecimento da comunidade, subdividindo-se
em diferentes formas de gestão democrática.
A partir dessas perspectivas, esperamos que você tenha sido capaz de compreender essas duas ideias-forças
acerca da gestão escolar.
A seguir, iremos identificar e aprofundar as compreensões que fazem parte do espectro das posturas da
perspectiva sociocrítica. Para isso, analisaremos a abordagem e eautogestionária democrático-participativa
suas possibilidades de efetivação da gestão democrática.
1.2.3 Concepção autogestionária
A concepção autogestionária "baseia-se na responsabilidade coletiva, ausência de direção centralizada e
acentuação da participação direta e igual de todos os membros da instituição" (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI
2007, p. 325). O modelo autogestionário está ancorado em alguns princípios essenciais, tais como:
Práticas administrativas compartilhadas.
Ausência de centros de poder.
Flexibilidade na gestão dos recursos financeiros.
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Flexibilidade na gestão dos recursos financeiros.
Participação direta e igual da comunidade educativa.
Contestação dos elementos instituídos, como normas, regulamentos e procedimentos.
Valorização de elementos instituintes (capacidade do grupo de se autorregular administrativamente).
Nessa concepção, em síntese, o processo decisório e a construção de soluções são realizados de forma coletiva.
Assim, nesse modelo, inexiste a divisão técnica do trabalho, isto é, a distinção entre quem planeja e quem executa
a atividade produtiva. Para o campo educacional, isso contribuiu muito para fortalecer um modelo de gestão que
permite a socialização do controle organizacional, por meio do compartilhamento do poder decisório em
questões ligadas à comunidade educativa.
1.2.4 Concepção democrático-participativa
Conforme Libâneo (2002, p. 101), na concepção democrático-participativa, “o processo de tomada de decisão se
dá coletivamente, participativamente”. Para ele, a organização e os processos de gestão estão ancorados numa
cultura de envolvimento e participação popular. Apresenta, assim, as seguintes características:
Fundamenta-se na relação orgânica entre direção e atores da comunidade educativa.
Visa a construção de objetivos assumidos democraticamente.
Incentiva a tomada de decisões coletivas, por meio de procedimentos administrativos compartilhados.
Valoriza mecanismos ligados à organização da gestão escolar, tais como: o planejamento, a organização, a
direção, a avaliação.
Implica no compartilhamento de poder, espaços e informações.
A partir dessas considerações, você deve estar refletindo sobre as várias formas de gestão e os seus reflexos
sobre a organização escolar. Sobre esse ponto, vale ainda ressaltar que
essas concepções possibilitam a análise da estrutura e da dinâmica organizativas de uma escola, mas
raramente se apresentam de forma pura em situações concretas. Características de determinada
concepção podem ser encontradas em outra, embora seja possível identificar um estilo mais
dominante. Pode ocorrer, também, que a direção ou equipe escolar optem por uma concepção
progressista, mas, na prática acabem sendo reproduzidas formas de organização e de gestão mais
convencionais, geralmente de tipo técnico-científico (burocrático). (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI,
2007, p. 328)
Ao problematizar a realidade material, podemos inferir que ela é crivada de múltiplas contradições. Logo, não
devemos descuidar do entendimento de que podemos encontrar atributos de duas ou mais concepções existindo
de forma simultânea na mesma realidade escolar.
As diferentes concepções de gestão, apresentadas nesse tópico, nos permite concluir, portanto, que quando
VOCÊ QUER LER?
O autor Vitor Henrique Paro, em seu livro , de 1995, investiga aPor dentro da escola pública
escola pública “por dentro”. Nele, o pesquisador evidencia os traços constitutivos da
organização da escola e suas várias dimensões: estrutura formal da escola; compartilhamento
do poder e das responsabilidades; as instâncias da ação coletiva, entre eles a APM, Conselho
Escolar, Grêmio Estudantil, Conselho de Classe. Vale a pena ler!
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As diferentes concepções de gestão, apresentadas nesse tópico, nos permite concluir, portanto, que quando
falamos de gestão estamos tratando de um conceito eivado de várias influências teóricas.
1.3 Planejamento e legislação educacional: conceitos e 
relações
As teorias administrativas influenciaram o sistema organizacional das escolas, todavia, as assertivas expostas,
até o presente momento, revelam que a gestão escolar deve considerar, ao mesmo tempo, as realidades global e
local, bem como as especificidades que cada instituição escolar carrega.
Nessa seção, discutiremos sobre administração, planejamento da educação e seus aportes legais. Você já parou
para refletir sobre essas categorias? Sabe qual é a importância de articular essas três dimensões? É justamente
sobre essa importância que trataremos nesse tópico.
1.3.1 Planejamento educacional: conceitos e características
Até aqui você aprendeu sobre . A partir de agora, vamos discutir o .gestão escolar planejamento educacional
Para refletirmos sobre o planejamento das instituições escolares, precisamos entender que o ato de planejar faz
parte da evolução histórica do ser humano. Sempre nos deparamos com situações concretas que exigem de nós
algum tipo de planejamento, ainda que nem sempre nossas ações diárias sejamsistematizadas em consonância
com esse fim. Para equacionar demandas do cotidiano, fazemos uso de processos racionais para alcançar
resultados. Logo, o planejamento pode ser compreendido como um processo de racionalização do emprego de
recursos materiais e humanos para alcançar determinados objetivos. Para que você entende melhor, observe a
seguinte definição desse conceito:
O planejamento enquanto construção-transformação de representações é uma mediação teórica
metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional. Tem
por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário
estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo.
(VASCONCELLOS, 2000, p. 79)
O conceito de planejamento tem, portanto, um sentido amplo, conforme pode ser percebido na contribuição
teórica do referido autor. Para ele, o planejamento escolar deve estar vinculado à problemática do contexto
social e se pautar por uma perspectiva de educação transformadora.
Ainda nessa linha de raciocínio, Libâneo (1994, p. 222) assevera a importância do planejamento e o define como
“um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a
problemática do contexto social”. Dessa forma, os diferentes planos (nacionais, estaduais e municipais)
representam os níveis do planejamento educacional, atividade que cabe ao Estado.
As políticas públicas de educação envolvem além do conteúdo do plano, as diretrizes e normas para avaliação e
financiamento, desde o macroplanejamento, passando pelo mesoplanejamento, relativo aos estados, Distrito
Federal e municípios, até o que poderíamos chamar de microplanejamento no interior da escola. Ao elaborá-las,
cabe ao gestor, então, conhecer o planejamento educacional nas esferas municipal, estadual e federal para que
possa implantar ações na unidade escolar em que trabalha que se adequem às exigências de tais planejamentos.
Agora que você já conheceu melhor o conceito de planejamento, vamos verificar como se dá o desdobramento
desse planejamento em seus diferentes níveis.
Com base nas contribuições de vários autores, o quadro a seguir expõe algumas definições e os níveis desse
planejamento.
Incorporando as políticas educacionais, o planejamento do sistema de educação é,
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Planejamento
educacional
Incorporando as políticas educacionais, o planejamento do sistema de educação é,
portanto, “[...] o de maior abrangência (entre os níveis do planejamento na educação
escolar), correspondendo ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual e
municipal” (VASCONCELLOS, 1997, p. 13).
Planejamento
curricular
É o “[...] processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão
sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno” (VASCONCELLOS, 1997, p. 56).
Planejamento
escolar
É o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão e decisões sobre a
sua organização, o funcionamento e a proposta pedagógica, ou seja, “é um processo de
racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar
e a problemática do contexto social” (LIBÂNEO, 2002, p. 221).
Planejamento
de ensino
É o “[...] processo de decisão sobre atuação concreta dos professores, no cotidiano de seu
trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações, em constantes interações entre
professor e alunos e entre os próprios alunos” (PADILHA, 2001, p. 33).
Plano
Configura-se como a sistematização do planejamento registrado no papel. Esses registros
deverão contemplar os objetivos, que traduzem o que ser quer alcançar. Nesses registros
devem constar elementos que auxiliem na tomada de decisão, a saber: o que se pensa
fazer, como será feito, quando fazer, com que fazer, com quem fazer.
Projeto
Se constitui um documento, resultante de um planejamento, nele são apontadas o processo
decisório no seu nível mais concreto de proposições. Evidencia uma propensão natural e
ontológica do ser humano, tendo em vista sua necessidade de projetar-se no futuro.
Programa
Corresponde a um ou mais projetos de trabalho determinados por órgãos, ou áreas, com
um período especificado.
Além das várias tipologias, apresentadas no quadro como níveis de planejamento educacional, existe o Projeto
Político-Pedagógico da escola, chamado também de PPP. Esse documento, bem como todos os documentos
institucionais, deve ser construído de forma coletiva, explicitando ações e intencionalidades educativas em
consonância com a realidade da escola. O PPP será objeto de discussões mais detalhadas, em unidades
posteriores.
Na elaboração de um planejamento educacional, esse processo decisório deve dialogar com vários elementos da
realidade em que a escola está inserida, tais como: as políticas públicas educacionais e suas avaliações em um
determinado período histórico; os contextos em âmbitos: mundial, nacional, regional e local; indicativo de
matrícula, fracasso escolar, aprovação/repetência; gestão de recursos materiais e humanos nas redes de ensino.
Considerando, também, a compreensão da existência da correlação de forças sociais e políticas existentes na
formulação e na implantação de políticas públicas para a educação e os seus reflexos sobre o planejamento
educacional. Para constituir comunidades de aprendizagem, a gestão da escola precisa investir para agregar
pessoas, e isso deve ser feito com descentralização da gestão.
No entanto, é preciso entender que não significa que, para isso, o gestor deverá abdicar de seu papel de
organizar e fazer funcionar a escola, pois as contribuições dos demais setores faz apenas com que ele possa
tomar decisões mais refletidas e debatidas, aumentando a legitimidade das ações da escola. Isso contribui para
empreender todos os processos necessários à elaboração e execução dos diferentes planos sob sua
responsabilidade. 
Você deve estar se interrogando, então, sobre quais as características de um planejamento educacional eficaz?
Essas particularidades são várias e estão integradas nas finalidades, na realidade e na construção de um plano de
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Essas particularidades são várias e estão integradas nas finalidades, na realidade e na construção de um plano de
ação que, em geral, deve algumas características básicas. Clique nos ícones para conhecer as principais delas.
Participação
São os envolvidos na construção do planejamento. Planejamentos coletivos tem mais chances de produzirem
soluções integradas para realidade.
Objetividade
Os planejamentos devem ser objetivos, tocando concretamente nas necessidades da realidade, cujo propósito
maior é a intervenção.
Coerência
Sinaliza para a relação lógica que deve existir entre os elementos que constituem os objetivos, os recursos, o
tempo (cronograma) e a avaliação.
Exequibilidade
O planejamento deve ser pensado e sistematizado de acordo com a realidade para qual se propõe.
Flexibilidade
Concebe que o planejamento é dialógico com a realidade, e, consequentemente, poderá sofrer modificações
durante o percurso de sua implementação, não podendo ser considerado como uma “camisa-de-força” que
engessa os atores no processo.
Contextualização
O planejamento deve estar vinculado aos contextos históricos e geográficos no qual está inserido, devendo estar
adequado aos desafios e demandas presentes na realidade concreta.
Clareza
A linguagem na formulação do planejamento deve ser simples, com indicativos precisos para não gerar
interpretações dúbias.
Diante dessas considerações, fica claro que o planejamento é a prática instrumentalizada na implantação das
políticas constituídas. Sendo, portanto, um recurso técnico-operacional na perspectiva de converter normativos,
objetivos e diretrizes em ações educacionais.
1.4 A administração escolar e a legislação
O reconhecimento da educação como um direito público subjetivo não é obra do acaso, mas, principalmente, é
produto de muitos embates e mobilização social. Os frutos dessas lutas pela educação vem sendo gradualmenteincorporados na legislação educacional brasileira, em seus mais variados níveis e modalidades.
Ratificando essas lutas do campo educacional, Cury (1997, p. 199) assinala que “[...] não se pode dizer que a
Constituição Federal [de 1988] não haja incorporado em seu texto os clamores dos educadores que, exigindo a
democratização da sociedade e da escola pública brasileira, buscaram traduzi-los em preceitos legais”.
A partir dessa perspectiva histórica, vamos estudar alguns marcos legais que orientam as ações da escola pública
no território brasileiro.
1.4.1 Gestão democrática escolar e marcos legais
Boas práticas de gestão dependem do conhecimento e da aplicação da legislação educacional no cotidiano da
escola. Você sabia que o princípio da gestão democrática do ensino público nunca esteve formalizado em
nenhuma outra Carta Magna. Nessa seção, discutiremos, mesmo que brevemente, os aportes legais que
respaldam a gestão escolar em nosso país.
Conforme você já percebeu, o sistema de educação brasileiro é respaldado por leis específicas que buscam
viabilizar políticas que contribuam para a elevação dos indicadores educacionais no país.
Essas leis estão expressas na LDB (Leis de Diretrizes e Bases/1996). De acordo com este texto legal, a gestão da
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Essas leis estão expressas na LDB (Leis de Diretrizes e Bases/1996). De acordo com este texto legal, a gestão da
educação no Brasil está organizada em sistemas de ensino federal, municipal e estadual. Uma gestão democrática
motiva a participação dos diferentes segmentos da escola por meio de seus representantes, assim temos a
participação de docentes, funcionários, alunos e seus pais. Em alguns casos, há ainda inserção de membros da
comunidade.
No campo educacional, seguramente, um dos marcos legais mais significativos promulgados pela Constituição
Federal de 1988 foi a garantia da gestão democrática do ensino público. O artigo 206 da nossa carta magna
preconiza princípios inerentes a um modelo formativo nas redes escolares, respeitando a adoção de critérios
para a participação da população dentro das unidades escolares.
Percebe-se, desse modo, que a administração escolar, tendo em vista a legislação brasileira, tem como princípio
ser democrática. A Constituição de 1988, em seu artigo 206, determina que: “o ensino será ministrado com base
nos seguintes princípios: gestão democrática do ensino público, na forma da lei”. 
Como podemos constatar, o princípio da gestão democrática do ensino público ganhou registro no texto legal
mediante o inciso VI, do artigo 206, da Constituição nacional de 1988.
Com efeito, foi um grande ganho ter na letra da Lei Maior – a 
Constituição Federal, o princípio da gestão democrática. Todavia, é 
necessário nos mantermos vigilantes, entendendo que “[...] a 
garantia de um artigo constitucional que estabelece a gestão 
democrática não é suficiente para sua efetivação” (OLIVEIRA, 2007, 
p.95).
Figura 3 - Constituição Nacional de 1998
Fonte: Global_Pics, Mediapool, 2020.
fotografia de uma mulher segurando a Constituição brasileira. A imagem está recortada do ombro até seu
quadril, não aparece o seu rosto. Ela veste camisa social branca com colarinho e punhos pretos e saia social preta.
Dessa maneira, o constitucional, conquistado pelo princípio de gestão democrática, é reforçado pela Lei destatus
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), anunciada em 20 de dezembro de 1996 pelo então
presidente Fernando Henrique Cardoso, reiterando o que preconiza a constituição nacional.
No artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96) estão preconizados 11 incisos, dos
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No artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96) estão preconizados 11 incisos, dos
quais, oito deles são transcrições exatas do texto legal da nossa constituição. Destacamos o inciso 8, que trata
sobre a gestão democrática.
Art. 3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VIII – gestão democrática do
 ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino. (BRASIL, 1996, destaque
nosso)
Conforme o fragmento legal, podemos inferir que igualmente como a carta magna de 1988, a LDB/96 garante
que um dos princípios que deve orientar ação legal da escola pública no Brasil é o da gestão democrática,
garantindo que a comunidade escolar possa ser administrada e a assumida democraticamente.
Dessa forma, o gestor escolar não precisa sentir-se solitário em suas decisões, o que requer que ele mobilize as
pessoas para a participação e que faça todos compreenderem o seu papel nos conselhos e a importância de
representar um segmento e, ainda, compreender quais são as melhores ações para empreenderem o projeto
defendido pela escola e a comunidade.
Considerando as determinações legais sobre a gestão democrática, a LDB/96 instituiu, no seu artigo 14, os
princípios que devem orientá-la:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL,
1996)
Antes da inserção desse princípio democrático, defendido na constituição Federal de 1988, um gestor escolar até
podia optar por não implementar uma gestão pautada nas relações democráticas. Hoje, isso não é mais possível,
pois, a gestão democrática da educação se constitui um direito constitucional da sociedade e um dever do Poder
Público.
Dessa maneira, toda instituição de ensino tem o seu representante legal, no caso das instituições escolares, esse
representante é o diretor. Ele é o responsável por todos os atos da instituição. Com o crescente avanço da
legislação, também no âmbito da gestão escolar, isso tem trazido muitas implicações sobre as ações dos gestores
no espaço escolar. Logo, é importante que algumas compreensões sejam incorporadas pela equipe de gestão
desde o primeiro momento.
A primeira delas é que, a legislação não existe para atrapalhar a vida do gestor, porém ela existe para respaldar
os atos institucionais. Outro apontamento que se faz necessário é que a gestão escolar deve cada vez mais
legitimar sua ação por meio de aporte legal e pelo processo decisório compartilhado. Para que a instituição de
ensino garanta a materialização do princípio da gestão democrática, é essencial a existência e a implementação
do projeto político pedagógico e do regimento escolar. Esse primeiro, conforme já mencionamos anteriormente,
constitui a alma pedagógica da escola, carregando todas as intencionalidades educativas. Já o regimento escolar é
o que valida o PPP da instituição, mas isso é um assunto que você estudará com mais atenção em outra unidade.
Em suma, a nova estrutura de ensino brasileiro, de acordo a LDB, e também com a constituição nacional,
pressupõe gestão democrática e participativa. A escola deve ser gerida de forma democrática e com mecanismos
que favoreçam a descentralização do poder e o compartilhamento da tomada de decisões.
Destacamos aqui a necessidade de uma aprendizagem sobre a gestão democrática para que possamos
desenvolver as competências relacionadas à autonomia.
CASO
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Conclusão
Chegamos ao final desta unidade, que abordou os princípios básicos da gestão escolar, suas principais escolas
teóricas. O planejamento educacional e, ainda, os documentos legais que sustentam a administração democrática
da escola.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• estudar as principais escolas administrativas que evidenciam as formas de administração e os reflexos 
sobre a funcionalidade das instituições, sejam elas escolares ou não;
• analisar as principais teorias na área da administração: a Escola Clássica e/ou da Administração 
Científica; a Escola de Relações Humanas e a Escola Estruturalista;
• entender que a gestão da organização escolar difere das demais institui-ções e que,nessa perspectiva, 
administrar uma escola não se resume à transposição dos métodos e das técnicas derivadas das 
empresas;
• compreender que a escola tem sua gestão pautada no princípio democráti-co e na participação de seus 
atores, o que realça o seu compromisso com os interesses da coletividade;
• conhecer os marcos e os aportes legais derivados da Constituição federal de 1988 e a ratificação desse 
princípio na LDB de 1996, que trouxeram ganhos significativos para as instituições, traduzidos na 
aprovação do princípio da gestão democrática do ensino público, dentre outros;
• entender que a nova estrutura de ensino brasileiro, apoiada no status constitucional do princípio 
Considere a seguinte proposta de avaliação de um exemplo de gestão, apresentado pela
Revista Nova escola. 
O Jardim de Infância da 308 Sul é uma escola pequena, mas a estrutura administrativa é bem
articulada. Tanto a diretora, Maria Valderez Moraes, como a vice, Andréia dos Santos Gomes,
têm autonomia para assinar documentos e tomar decisões que dizem respeito ao
planejamento escolar. "Nós duas temos responsabilidade sobre as ações em andamento",
afirma Maria Valderez, que se ocupa mais do contato com a Secretaria de Educação, a Diretoria
de Ensino e a comunidade, da atuação junto ao conselho e da elaboração e atualização do
projeto político-pedagógico (PPP). Ambas puderam convidar outros profissionais para
participar da equipe. Usaram critérios técnicos para escolher a supervisora administrativa,
Gabriela de Oliveira Melo, que zela pelas instalações do prédio e cuida das finanças, e a chefe
da secretaria da escola, Raquel Lucas da Silva, que responde pela organização dos documentos,
pelas matrículas e pelo controle de transferências e faltas. Do pedagógico, aliás, Valderez
também não cuida sozinha. Faz parte da equipe gestora a supervisora pedagógica Elisvânia
Amaro da Silva, que responde pela formação continuada dos docentes. Ela monitora a
implantação das diretrizes curriculares e acompanha o trabalho dos coordenadores
pedagógicos - na rede, eles são escolhidos pelos professores para atuar diretamente na sala de
aula como eventuais ou auxiliares. Observe neste modelo – As questões burocráticas e
administrativas foram delegadas a dois profissionais que têm autonomia para resolvê-las, sem
que se exima o diretor de orientar o trabalho e supervisionar as ações. Cuidados a serem
tomados – compartilhar tarefas facilita a vida do líder, porém ele deve ter ferramentas para
supervisionar as ações em andamento (como questionários, indicadores e relatórios)
(MONROE, 2011).
•
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• entender que a nova estrutura de ensino brasileiro, apoiada no status constitucional do princípio 
democrático de gestão e pressupõe gestão democrática e participativa;
• perceber que a escola deve ser gerida de forma democrática, o que pres-supõe de um lado a 
descentralização e, do outro lado, a construção da autonomia.
Bibliografia
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Ladermos Libertad-1. 7º Ed. São Paulo, 2000.
VASCONCELLOS, C. : plano de ensino-aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad,Planejamento
1997.
•
•
	Introdução
	1.1 Gestão escolar: conceitos introdutórios
	1.1.1 Administração ou gestão escolar: fundamentos conceituais e históricos
	1.1.2 Conceito de administração e suas implicações para a instituição escolar
	1.1.3 Teorias da Administração: evolução histórica e características
	1.1.4 Escola clássica ou de Administração Científica
	1.1.5 Escola das Relações Humanas
	1.1.6 Escola Estruturalista
	1.2 Concepções de organização e gestão escolar
	1.2.1 Concepção técnico-científica
	1.2.2 Concepção sociocrítica
	1.2.3 Concepção autogestionária
	1.2.4 Concepção democrático-participativa
	1.3 Planejamento e legislação educacional: conceitos e relações
	1.3.1 Planejamento educacional: conceitos e características
	1.4 A administração escolar e a legislação
	1.4.1 Gestão democrática escolar e marcos legais
	Conclusão
	Bibliografia

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