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RADIOATIVIDADE QUÍMICA PARA ENGENHARIA Prof. Emmanuel Lima A natureza do núcleo • A descrição de um determinado núcleo é dada em termos de seu número atômico Z e de seu número de massa A, que é a soma de seus nêutrons e prótons. A = Z + N Representação simbólica dos núcleos A estrutura do núcleo O número atômico identifica um elemento químico, comandando seu comportamento em relação aos outros elementos. O elemento natural mais simples, o hidrogênio, possui apenas um próton; o mais complexo, o urânio, tem 92 prótons, sendo o elemento químico natural mais pesado. Isótopos O número de nêutrons no núcleo pode ser variável, pois eles não têm carga elétrica. Com isso, um mesmo elemento químico pode ter massas diferentes. Átomos de um mesmo elemento químico com massas diferentes são denominados isótopos. O hidrogênio tem 3 isótopos: o hidrogênio, o deutério e o trítio. O urânio, que possui 92 prótons no núcleo, existe na natureza na forma de 3 isótopos: • U-234, com 142 nêutrons (em quantidade desprezível); • U-235, com 143 nêutrons, usado em reatores PWR, após enriquecido (0,7%); • U-238, com 146 nêutrons no núcleo (99,3%). Isótopos Faixa de estabilidade dos isótopos Não há isótopos estáveis para elementos de número atômico maior que 83 (Bi)! Isótopos instáveis se decompõem espontaneamente através de uma reação nuclear denominada decaimento radioativo ou radioatividade! PROPRIEDADES GERAIS DO NÚCLEO O tamanho do núcleo O experimento utilizado por Rutherford (dispersão de partículas por núcleos) foi a base de numerosas experiências para determinar o tamanho do núcleo. Algumas destas experiências se constituíram na dispersão de nêutrons de alta energia, quando se comprovou que o raio dos núcleos são proporcionais a raiz cúbica do número de núcleos, isto é, R = r o A 1/3 onde R = raio do núcleo; A = número de núcleos; r o ~ 1,2.10 -13 cm (esse valor depende, de certa forma, do tipo de experiência). Logo, o volume de um átomo é proporcional ao número de núcleos que o constituem. As medidas das massas e raios nucleares conduziram a resultados surpreendentes sobre a densidade dos núcleos, obtendo-se valores tais como: bilhões de toneladas por polegada cúbica!!! PROPRIEDADES GERAIS DO NÚCLEO Energia potencial de uma partícula alfa em função da sua distância ao centro do núcleo. Energia potencial de um nêutron em função da sua distância ao centro do núcleo. A Energia de Ligação e Forças Nucleares É um fato comprovado que ao comparar as massas dos núcleos dos átomos com a soma das massas dos prótons e nêutrons que os constituem, sempre existe uma pequena diferença. A massa do núcleo é menor que a soma das massas das partículas que o constituem. Esta diferença de massa é liberada na forma de energia ao formar-se o núcleo, de acordo com a equação de Einstein (equivalência massa energia): E = mc2. Definiremos a energia de ligação do núcleo como a energia que deve ser cedida ao núcleo para rompe-lo nas partículas que o constituem. Se indicarmos por M a massa do núcleo, m p a massa do próton, m n a massa do nêutron, a energia de ligação será dada por: E ligação = (Zm p + Nm n - M) c 2 onde Z é o número de prótons e N é o número de nêutrons. Podemos escrever esta expressão da seguinte forma: E ligação = (ZM hidrogênio + Nm n - M átomo ).c 2 onde M hidrogênio = Z (m p + m e ); M átomo = massa do núcleo + massa dos elétrons. PROPRIEDADES GERAIS DO NÚCLEO A energia de ligação é devida a dois tipos de forças: as forças nucleares que mantém as partículas dos núcleos unidas e as devidas as forcas eletrostáticas repulsivas entre os prótons. PROPRIEDADES GERAIS DO NÚCLEO As forças nucleares, de curto alcance (2.10 -13 cm), são extraordinariamente intensas e sempre de atração, capazes de manter os nucleons ligados: nêutrons a prótons, prótons a prótons e nêutrons a nêutrons. Radioatividade O esquecimento de uma rocha de urânio sobre um filme fotográfico virgem levou à descoberta de um fenômeno interessante: o filme foi velado (marcado) por “alguma coisa” que saía da rocha, na época denominada raios ou radiações. Comprovou-se que um núcleo muito energético, por ter excesso de partículas ou de carga, tende a estabilizar-se, emitindo algumas partículas ou ondas eletromagnéticas. Radioatividade Radioatividade O alcance das partículas alfa é muito pequeno, o que faz que elas sejam facilmente blindadas. Uma folha fina de alumínio barra completamente um feixe de partículas de 5 MeV. A inalação ou ingestão de partículas alfa é muito perigosa! ThHeU 234 90 4 2 238 92 +→ Radioatividade Tem maior penetração que as partículas alfa. Se um emissor beta é ingerido, como acontece nos casos de diagnóstico e terapêutica, os efeitos são muito mais extensos. PaeTh 234 91 0 1 234 90 +→− Radioatividade As substâncias radiativas emitem continuamente calor e têm a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de corrente elétrica. A radiação gama tem um poder de penetração muito grande e sua emissão é obtida pela maioria dos nuclídeos radioativos habitualmente empregados. Quando a fonte de material radioativo for beta ou gama é necessário colocação de uma barreira entre o operador e fonte. Radioatividade Velocidade de decaimento radioativo A velocidade de decaimento de um material radioativo pode ser medida contando-se o número de partículas liberadas por unidade de tempo. Lei de velocidade de 1ª ordem “A velocidade de decaimento é diretamente proporcional à quantidade de isótopo radioativo”. 30,2 log 0 10 kt X X = 2/1 693,0 t k = onde: X 0 = quantidade de material radioativo no tempo zero; X = quantidade de material após o tempo t; t 1/2 = tempo de meia vida; k = constante de primeira ordem. kt eXX − ⋅= 0onde: Velocidade de decaimento radioativo Desintegração (decaimento) de uma amostra com N 0 átomos iniciais. 2 mcE ∆=∆ Relação Massa-Energia: Aplicações - Exemplos Idade de Rochas: eHePbU 0 1 4 2 206 82 238 92 68 −++→ 9 2/1 105,4 ⋅=t anos (rocha que contém urânio) Idade de material orgânico: HCn� 1 1 14 6 1 0 14 7 +→+ Produção do carbono-14 O carbono-14 se incorpora ao CO2 na proporção de 1:10 12 carbono-12 (planta viva) e�C 0 1 14 7 14 6 −+→ 57202/1 =t anos A relação C-14/C-12 cai (planta morta) Aplicações - Exemplos Fissão �uclear: nCsRb 10 144 55 90 37 2++ →+ Un 235 92 1 0 nLaBr 1 0 146 57 87 35 3++ nSmZn 10 160 62 72 30 4++ Para o rubídio-90 atingir a estabilidade são necessárias 3 etapas: eSrRb 0 1 90 38 90 37 −+→ t1/2 = 2,8 min eYSr 0 1 90 39 90 38 −+→ t1/2 = 29 anos eZrY 0 1 90 40 90 39 −+→ t1/2 = 64 horas Fusão �uclear: nHeHH 10 4 2 3 1 2 1 +→+ HeHH 4 2 2 1 2 1 →+ ou em duas etapas: HeLiH 4 2 6 3 2 1 2→+ HHenLi 3 1 4 2 1 0 6 3 +→+ FIM
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