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Radioisótopos Aplicados à Farmácia Sumário Introdução à física nuclear .........................................1 Reações nucleares e desintegrações radioativas ........3 Desintegração radioativa ...........................................5 Interações da radiação com a matéria e efeitos biológicos das radiações ionizantes ............................6 Medidas da radioatividade .........................................8 Produção de Radioisótopos ........................................9 Introdução à física nuclear Histórico 1896 – Descoberta da atividade de sais de urânio. Em um experimento uma chapa fotográfica recebe uma espécie de energia espontaneamente de sais de urânio. 1898 – Marie Curie estudou a atividade de sais de urânio em outros materiais. Descoberta do elemento rádio e polônio a partir do minério pechblenda. 1910 – Ernest Rutterfort identifica natureza das radiações, criando o modelo planetário do átomo. 1913 – A radiação começa a ser utilizada para o tratamento de várias doenças. Diminuição de tumores com o rádio para o tratamento de câncer. 1920 a 1940 – Irene Curie descobre formas de produzir átomos radioativos, dentre estes o ³²P utilizado para tratar leucemia, e oI radioativo utilizado em estudos fisiológicos da tireoide. Surgimento dos primeiros cíclotrons (aceleradores de partículas para produzir isótopos artificiais). 1941 – ¹³¹I começa a ser utilizado para tratar doenças da tireoide. 1942 – Primeira reação em cadeia no Projeto Manhattan para produção de bombas atômicas. 1945 – Primeiro teste nuclear no Novo México,, segundo teste nuclear Hiroshima “Little Boy”, terceiro teste nuclear em Nagazaki “fat man”. 1950 - Utilização de radiofármacos, desenvolvimento do gerador de TC, e surgimento da gama-câmara. Anos 60 – Utilização de radioisótopos para diagnóstico. Surgimento de técnicas de imagens. Anos 70 – Aumento da especificidade diagnóstica, surgimento da medicina nuclear como especialidade. Anos 80 até o momento – Radiofármacos mais específicos, técnicas de imagem com excelente resolução e novas modalidades terapêuticas. Aplicações dos radioisótopos Esterilização e descontaminação. Produção de radiofármacos Núcleo Atômico, Notação e Forças Nucleares Modelos Atômicos A palavra átomo foi utilizada pela primeira vez por Demócrito que acreditava que tais partículas eram indivisíveis e apresentava a menor porção da matéria possível. Dalton (1803) – Propôs o modelo “bola de bilhar”, onde a matéria formada por partículas pequenas chamadas de átomos, esferas maciças indestrutíveis e intransformáveis. Átomos que possuem mesmas propriedades (tamanho, massa e forma) constituem o mesmo elemento químico. Thomsom (1887) – Proposta do modelo pudim de passas, o átomo seria uma esfera maciça e positiva com as cargas negativas distribuídas ao acaso na esfera, com quantidade de cargas e positivas seriam iguais. Rutherford (1911) – Proposta do modelo planetário a partir do experimento no qual o cientista bombardeou uma fina lâmina de ouro, com partículas alfa emitidas pelo polônio, para a visualização do desvio das partículas provocado pelo choque com cargas Natalia Petry positivas. A maioria das partículas alfa passava pela lâmina sem sofrer desvios (eletrosfera), outras não atravessavam por encontrar barreiras (núcleo), e algumas sofrem desvios pela lâmina de ouro apresentar regiões com a mesma carga (núcleo positivo). Rutherford não conseguiu explicar como os átomos eram estáveis. Niehls Bohr (1885-1962) – Elétrons descrevem 1ºórbitas circulares estacionárias ao redor do núcleo, sem emitirem nem absorverem energia (camadas de valência); 2º Fornecendo energia elétrica ao átomo, um ou mais elétrons absorvem energia e saltam para níveis mais afastados do núcleo, ao retornarem devolvem a energia recebida em forma de luz. James Chadwick (1932) – Descoberta de nêutrons no núcleo, e que o número de prótons é igual o número de elétrons. Heisenberg – O princípio da incerteza de Heisenberg diz que é impossível determinar com precisão a posição e a velocidade de um elétron no mesmo instante, apenas o orbital que é a região onde é mais provável de encontrar um elétron. O átomo O átomo é a menor entidade constituinte da matéria que preserva suas propriedades químicas. Os elétrons com carga negativa giram em torno de um núcleo carregado positivamente. Este núcleo é formado por nucleons (prótons + nêutrons) unidos por forças nucleares. Número atômico (Z): Número de prótons (p) no núcleo. Número de massa (A): Numero de prótons (p) + Número de nêutrons (n) IsóbAros: átomos com massa (A) igual, mas número atômico (Z) diferente. IsótoNos: átomos com número de nêutrons (N) igual, mas número atômico (Z) e número de massa (A) diferente. IsótoPos/ Nuclídeos: número de prótons (P/ Z) igual, mas massa (A) diferente. É o mesmo elementro químico. A massa atômica é a massa em relação ao carbono-12 (1/12 da massa do Carbono-12), e é a medida ponderada da massa dos seus isótopos estáveis. A massa do próton é 1,0073u e do nêutron 1,0087 nêutrons, porém quando calculamos a massa experimentalmente ela é menor do que a massa calculada a partir do número de prótons e nêutrons, este fato se deve à parte da massa convertida em energia, esta é desprendida para manter os prótons e nêutrons unidos no núcleo, isto se chama defeito de massa. As energias usadas para manter prótons e nêutrons as forças nucleares fortes, porém estas possuem alcance finito, devido a isso não existem isótopos estáveis com número atômico maior de 82. Todos os radionuclídeos possuem algum motivo para a instabilidade nuclear, um desses motivos é o elevado número atômico (Z > 82), outro motivo seria a relação nêutron-próton, quanto maior o número de prótons mais nêutrons o átomo tem com relação ao número de prótons, quando a relação de nêutrons-prótons é muito diferente de 1 o nuclídeo é instável. Radioatividade Fenômeno natural ou artificial pelo qual substâncias ou elementos são capazes de emitir radiações, de modo a tentar estabilizar o núcleo. Ao processo de emissão de radiação dá-se o nome de decaimento ou desintegração radioativa. O Natalia Petry radioisótopo em decaimento é denominado PAI e o isótopo produzido é denominado FILHO. Reações nucleares e desintegrações radioativas Tipos de reações nucleares 1. Fissão espontânea 2. Desintegração alfa 3. Transformações isobáricas: desintegração beta negativa, desintegração beta positiva, captura eletrônica 4. Emissão gama 5. Conversão interna e elétrons Auger Fissão nuclear Separação do núcleo em partes menores. Um átomo sempre se transformará em dois átomos e haverá emissão concomitante de nêutrons. Pode ser espontânea (núcleo se divide sem receber estímulo externo) ou induzida (ocorre principalmente por bombardeamento de nêutrons). Durante a fissão ocorre a emissão de dois a três nêutrons de alta energia (~1,5MeV) para atingir outro núcleo de átomo e levar a subsequente fissão nuclear. Cada átomo que sofre fissão nuclear libera ~198MeV. A fissão nuclear espontânea ocorre em isótopos com elevado número atômico. A formação de isótopos depende de onde o nêutron atinge o núcleo, e não é previsível. Enriquecimento do Urânio – Separação do U235 (Isótopo com 1% de prevalência e combustível para energia nuclear, quando bombardeado com nêutrons sofre fissão nuclear) e U238 (quando bombardeado com nêutrons não sofre fissão nuclear, apenas se transforma em U239, o qual decairá por emissão alfa não gerando reação em cadeia, 90% prevalência na natureza). Desintegração alfa A partícula alfaé emitida pelo núcleo de um átomo, e composta por dois prótons e dois nêutrons. Em geral os átomos emitem a partícula alfa quando possuem muitos núcleons. Natalia Petry Qa= Energia que havia em excesso no núcleo. Ea= Energia da radiação alfa Qa-Ea = Energia de recuo Existem isótopos que não são alfa emissores puros, e após emitires radiação alfa formam isótopos filhos com excesso de energia no núcleo, para dissipar este excesso de energia o átomo libera radiação gama. Transformações isobáricas O isótopo pai e o isótopo filho possui o mesmo número de massa, apesar de ocorrer emissão de radiação. Desintegração beta (negativa) – Emissão de uma partícula beta pelo núcleo. A partícula beta também é chamada de negatron, pois possui a mesma carga e massa de um elétron, o núcleo costuma emiti-la quando há excesso de nêutrons em relação a prótons. Um nêutron pode utilizar a energia do núcleo do átomo para se transformar em um próton, quando isso ocorre é emitida uma partícula beta e um antineutrino (partícula não reativa). O número de massa na desintegração beta se mantém porque a saída de um nêutron precede a entrada de um próton. Como a partícula beta é muito menor do que a alfa não há recuo do átomo. Os átomos podem ser beta-emissores puros e beta-gama emissores. Desintegração beta positiva – Ocorre quando há excesso de prótons com relação a nêutrons, devido a isso, o núcleo transforma um próton em um nêutron e há emissão de uma partícula beta positiva (pósitron – possui a mesma massa de um elétron, porém tem a carga positiva) e um antineutrino. A partícula beta positiva é instável o suficiente para aniquilar-se com o primeiro elétron que encontrar, de modo a emitir radiação gama em sentidos opostos (511keV). Captura eletrônica – Ocorre quando há excesso de prótons em relação aos nêutrons, e o núcleo não tem energia o suficiente para transformar um próton em nêutron. O núcleo instável atrai um elétron para tornar possível a transformação de próton em nêutron. Nessa transformação não há emissão de partícula, apenas de radiação gama do núcleo. Natalia Petry Emissão gama - transição isomérica Isótopos isômeros variam somente no nível de energia do núcleo mesmo tendo o mesmo número de prótons e nêutrons, para emitir o excesso de energia do núcleo o isótopo emite radiação gama. A radiação gama possui maior energia e menor comprimento de onda que a alfa e beta, ficando atrás somente da radiação cósmica. A emissão gama pode ocorrer após as desintegrações alfa ou beta, após a aniquilação da matéria (pósitron emitido do núcleo encontra um elétron e emitem radiações gamas em direções opostas), e pela reacomodação de um núcleo metaestável (m - núcleo com excesso de energia). Na desintegração gama o isótopo filho possui a mesma massa e número de prótons do isótopo pai. Tabela 1 Características das radiações Massa Carga Velocidade Alfa 4u +2 ~5-10% c Beta =e -1 ~90%c Beta + =e +1 Gama 0 0 ~c Emissão de nêutrons ou prótons Em isótopos com muito excesso de nêutrons ou prótons no núcleo, é possível que ocorra emissão direta do nêutron ou próton sem emissão concomitante de radiação. Conversão interna e elétrons Auger A radiação gama pode atingir o elétron do próprio átomo, quando isso corre o átomo ejeta o elétron, e, como consequência haverá o rearranjo de elétrons e emissão de raio-x. Desintegração radioativa Classificação das radiações Quanto à origem – Nucleares e não nucleares Quanto à natureza – corpuscular (com massa – alfa e beta) e eletromagnética (sem massa – gama). Quanto ao efeito – Ionizantes (capazes de arrancar elétrons de outros átomos para formar íons: alfa, beta, gama e raio-x) e não ionizantes. Origem Natureza Efeito Alfa Nuclear Corpuscular Ionizante Beta Nuclear Corpuscular Ionizante Gama Nuclear Eletromagnética Ionizante Raio-X Não Nuclear Eletromagnetica Ionizante Leis da desintegração radioativa Processo randômico Atividade = Número de desintegrações / t t (s) = Bequerel (Bq) Número de desintegrações de 1g do Ra-226/s = Curie 1 Curie (Ci) = 37 x 10^9 Bq Tempo de ½ vida de um radionuclídeo: tempo decorrido para a atividade de uma amostra ser a metade da atividade inicial. O t ½ é característica para cada radioisótopo devido a constante de desintegração. T ½ = ln2/ constante de desintegração Constante de desintegração = ln2/ t ½ Atividade = constante de desintegração x N (número de átomos) Para relacionar a atividade no tempo 0 e atividade depois de decorrido um certo tempo: A= A0 e^-constante de desintegraçãoxtempo decorrido (não precisa transformar Ci em Bq) Tempo decorrido = ln (a0/a)/ constante Natalia Petry Famílias radioativas: série de desintegração radioativa natural é o conjunto de elementos com núcleos instáveis, que segue uma sequência ordenada de desintegrações espontâneas, isto é, emitem partículas alfa e beta, até que se origine um núcleo estável de chumbo. As famílias estão em equilíbrio secular e demoram milhares de anos pra se desintegrarem. Existem três grandes famílias radioativas naturais: É possível produzir famílias radioativas artificais a partir de reatores nucleares e aceleradores de partículas. Um dos radioisótopos produzidos artificialmente é o Iodo-131, que é de grande importância para a iodoterapia. Interações da radiação com a matéria e efeitos biológicos das radiações ionizantes As radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas que se propagam com alta velocidade e portanto alta energia, eventualmente carga elétrica e magnética, e que, ao interagir com a matéria resultam na transferência de energia para os átomos e moléculas que estejam em sua trajetória. Partículas eletricamente carregadas: alfa, beta e pósitrons. O alcance depende da massa, carga, densidade e energia. O poder de ionização de alfa é maior do que o poder de ionização de beta, mas o alcance na matéria é menor. A medida que as partículas eletricamente carregadas interagem com a matéria elas perdem energia (atenuação). Radiação eletromagnética: gama, raio x. Interagem com a matéria podendo gerar elétron secundário, que pode ter comportamento igual a radiação beta (efeito fotoelétrico). Quanto atinge a matéria o fóton pode atingir um elétron, doar parte da energia, arranca-lo do átomo, continuando a trajetória com menor energia (efeito Compton). Também é possível que a radiação eletromagnética é a formação de pares, o fóton quando atinge o elétron que forma um elétron e um pósitron, este se aniquila com outro elétron formando radiação gama (produção de pares). O efeito depende do número atômico do átomo que recebe o fóton, e da energia do fóton. Energias menores tendem ao efeito fotoelétrico, quantidade média de energia ao efeito Compton, e energias elevadas levam à produção de pares. Partículas alfa A partícula alfa é grande e relativamente lenta comparada com as outras radiações. Como ela possui carga +2, quando perto de um átomo ela transfere parte da energia para um elétron e ejeta-o do átomo formando um íon. Em determinado momento a energia da partícula alfa é baixa e ela forma um átomo de Hélio e pausa a sua trajetória linear. O poder de ionização da partícula alfa aumenta conforme ela diminui sua velocidade, até que ela atinja seu poder máximo (pico de Bragg) e cesse sua energia, fenômeno também chamado de Continuous slowing-down approximation. Natalia Petry Radiação beta Possui a massa e carga de um elétron, quando ela incide em um átomo ela doa parte da sua energia e ejeta o elétron do átomo ionizando-o. No momento que a partícula beta doa energiaela sofre um desvio, logo, diferente da radiação alfa sua trajetória não é linear. Quando a partícula beta passa próxima ao núcleo de átomos de elevado número átomo não é capturada mas sofre atração, levando ao desvio e perda de energia que é emitida na forma de raio-x, esse fenômeno se chama bremsstrahlung e é utilizado nos equipamentos de raio-x. Efeitos biológicos da radiação ionizante Acentuada perda de cabelo em médicos que haviam radiografado seus crânios. 1896 – Observou-se que a exposição ao campo de radiação causava avermelhamento da pele, inchaço dos tecidos devido ao acúmulo de fluídos e perda de pelos. 1896 – reportagens sobre o aparecimento de queimaduras na pele exposta aos raio X. Elihu Thomson expôs seu dedo mínimo esquerdo durante meia hora aos raio x. Em uma semana começou a sentir dores e notou uma inflamação com bolhas. 1911 – Registro de 94 casos de tumor gerados por radiação. 1922 – 100 radiologistas haviam morrido por câncer radioinduzido. Estátistica demonstraram a redução do tempo de vida dos radiologistas. Estudos com sobreviventes das bombas atômicas. A extensão dos danos causados depende do tipo de radiação, tempo de exposição, forma de exposição, órgão irradiado e do intervalo entre radiações. Estágios da ação da radiação 1. Estágio físico: 10^-15s Deposição de energia nos compostos, excitação e absorção de energia. 2. Estágio físico-químico: 10^-14s Quebra de ligações, transferência de íons ou formação de radicais livres. 3. Estágio químico: poucos segundos Reação dos radicais livres, formação de produtos (estáveis ou tóxicos), dano ao RNA e DNA, inativação de enzimas, peroxidação de lipídios, dano às biomoléculas, ionização, formação de novas ligações químicas. Ação indireta: Radiólise da água: formação de espécies altamente reativas, como peróxido e radicais livres, que podem reagir com outras estruturas da célula para danifica- las. Ação direta: Radiação atinge diretamente a molécula de DNA, dependendo da extensão do dano o DNA pode ser reparado ou mutado. Quanto a radiação atinge diretamente o RNA e enzimas pode ocorrer perda energética e erro nas sequencia dos nucleotídeos. Danos por radiação em proteínas da membrana poderá ocorrer perda de função, anemia falciforme, alterações em canais de íons, danos em receptores e proteínas mitocondriais. 4. Estágio biológico: dias, semanas ou anos “mal invisível” Reações secundárias continuam; interrupção de reações bioquímicas; diminuição da mitose; rompimento da membrana celular; sinais da exposição (queimaduras, inchaço e câncer); Após a exposição a radiação não é possível interromper os 4 estágios. Os efeitos da radiação podem ser somáticos, como por exemplo, irradiação na medula óssea ou outro tecido, sendo percebidos no próprio individuo, ou hereditários quando ocorre irradiação de células dos órgãos reprodutores, o que pode causar más-formações no feto. Quanto ao tempo de manifestação, os efeitos podem ser imediatos (radiodermite; queimaduras; - síndrome da irradiação aguda), ou tardios (câncer). Em função das formas de respostas os efeitos são classificados em: estocásticos não previsíveis, onde a probabilidade de ocorrer aumenta com a exposição (redução na expectativa de vida, alterações Natalia Petry genéticas e câncer), e efeitos determinísticos que quanto maior a dose maior o efeito (queimadura). Existe um limiar para o efeito determinístico, ou seja, em dose baixa o dano não ocorre. Lei de Tribondeau e Bergonie A radiossensibilidade de uma célula é diretamente proporcional a sua atividade reprodutora, e inversamente proporcional ao seu grau de especialização. Acidentes com fontes radioativas Goiânia, 1987 – cápsula contendo césio-137 encontrada em clínica abandonada. Estima-se mais de 60 mortes até 2012, Argentina La Plata, 1968 – Soldador boliviano encontrou uma fonte de césio 137 e guardou no bolso do avental durante 18h. Região das coxas foram necrosadas. Polônia Bialystok, 2001 – Cinco pacientes são submetidas à super-exposição durante radioterapia após uma queda de energia e posterior restauração do sistema. Medidas da radioatividade Contador de Geiger-Miller Permite a detecção de radiação ionizante, tem como parte detectora da radiação um cilindro oco, com uma parede externa de cátodo e uma estrutura central de ânodo, em uma extremidade ele possui uma tela permeável (janela) onde a radiação entra, e na outra um detector de cargas. A parte oca é preenchida por um gás facilmente ionizável, normalmente argônio, e quando a radiação ionizante atinge esse gás ocorre a formação de cargas que irão ser atraídas pelo cátodo e ânion, com isso há formação de diferença de potencial, e geração de sinal elétrico. Características: Semi-quantativo (não fornece valor exato); Não diferencia entre radiações ionizantes; Detecta somente radiações ionizantes; Baixa sensibilidade para altos níveis de radiação (capacidade de ionização do gás saturada); Tempo morto (demora na detecção); Calibração; Radiação de fundo; Alta sensibilidade para baixos níveis de radiação; Fácil manuseio; Barato. Massa Carga Barreira Alcance no ar Alcance no corpo Alfa 4u +2 Papel Até 4cm Poucos mm Beta =e -1 Placa Até 4m Poucos cm Gama - - Blocos de chumbo/ concreto Ilimitado Atravessa Raio-X - - Caso o Geiger não diferenciar entre as radiações, ainda podemos avaliar quais radiações estão presentes com uma folha de papel e uma placa de alumínio. O ideal é medir a radiação de fundo, a radiação sem barreiras, com barreira de papel e com a placa de alumínio. A radiação alfa não atravessará o papel, e a placa de alumínio apenas a gama e raio-X atravessará. Limites de doses de radiação Unidade de Medida SI Outras unidades Atividade Becquerel (Bq) Curie (Ci) Dose absorvida Gray (Gy) Rad/ Roentgen (R) Dose efetiva Sievert (Sv) Atividade: número de desintegrações de um material por unidade de tempo. Dose absorvida: quanto um material não radioativo recebeu de radiação. 1Gy = 1J/kg Natalia Petry Dose efetiva: quanto de radiação é recebida por um tecido vivo. 1Gy= 1Sv Trabalhador Público Limite de dose efetiva 20 mSv/ano 1 mSv/ano *Para público em geral a dose de radiação é bem menor, pois os trabalhadores fazem exames periódicos para controlar os efeitos da radiação. *Para finalidades terapêuticas pode ser usado um limite maior. *Considerando uma região do corpo especifica temos a dose equivalente para o cristalino, pele e extremidades. Dosimetria Pessoal Termoluminescente A monitoração da dose recebida por trabalhadores expostos à radiação ionizante é feita através do uso de um monitor individual, usados normalmente na forma de crachá, relógio ou anel. Os dosimetros possuem cristais com propriedades termoluminescentes que acumulam energia para uma posterior medição. Quando os cristais são aquecidos emitem luz proporcional à quantidade de radiação à qual foram expostos para determinar a dose de radiação. Kllllllihnjjjjj Produção de Radioisótopos Todos os radioisótopos utilizados em medicina nuclear são artificialmente produzidos por: Reator nuclear Cíclotron Gerador Reator Nuclear Em um reator nuclear ocorre reações nucleares induzidas por bombardeamento de nêutrons. Em alguns isótopos o bombardeamento causa fissão nuclear, e em outros pode causar reações nucleares, tais como, a ativação nuclear e a transmutação nuclear. Fissão nuclear – Fissão do núcleo de um átomo em dois átomosmenores com emissão de nêutrons e energia. A fissão pode gerar elementos diferentes, dependendo da área onde o nêutron atinge o núcleo e da energia do nêutron. Ex: U-235 + 1n -> Ba-140 + Kr93 + 3n (+20isótopos diferentes gerados através da fissão do U) Limites de doses e consequências Natalia Petry Ativação nuclear – Isótopo não radioativo incorpora o nêutron bombardeado no seu núcleo e gera um isótopo radioativo do mesmo elemento químico. Ex: Mo-98 (n, y) Mo-98+ n -> Mo-99 + y Apresenta carregador: não tem como garantir que todos os isótopos radioativos tenham sido bombardeados. Não existe forma de separar, pois isótopos do mesmo elemento químico possuem propriedades químicas iguais. Ex2: Te-130 (n, y) Te-130 + n -> Te-131 + y Não apresenta carregador: é possível separar porque o Te-131 se transforma em I-131. Transmutação nuclear – Após o bombardeamento de nêutrons há transmutação para outro elemento químico Ex: S-32 (n,p) S-32 + n -> P-32 + p Ex2: Al-27 (n, ) Al-27 + n -> Na-24 + Ciclotron Também chamado de acelerador de partículas, é um equipamento de pequeno porte e pode ser acoplado em uma radiofármacia. O cíclotron bombardeia núcleos estáveis com partículas com carga: prótons, dêuterons e partícula alfa. Aplica-se voltagem a dois eletrodos dispostos em um campo magnético a vácuo. O cíclotron serve especialmente para a produção do Flúor-18, um beta emissor que é utilizado principalmente na tomografia por emissão de pósitrons. Ex: O-18 + p -> F-18 + n Geradores Sistema relativamente simples que possibilita a produção de radionuclídeos em clínicas e hospitais. O isótopo pai e filho estão juntos no mesmo sistema, e como o isótopo filho possui propriedades químicas diferentes é possível separar. O gerador deve ser estéril, livre de pirogênio, blindado e portátil. O radionuclídeo formado a partir do radionuclídeo filho deve ser estável ou com alto tempo de meia-vida. Ex: Gerador de W-188/ Re- 188 Gerador Ge-68/ Ga-68 Gerador de Mo-99/Tc-99 Existem situações em que o isótopo pai e filho estão em equilíbrio radioativo secular, isso ocorre quando o t ½ do isótopo pai é cerca de 100x maior que a ½ vida do isótopo filho, no equilíbrio transiente o tempo de ½ vida do isótopo pai é menos que 100x menor. Para geradores, o tempo de meia-vida do pai é sempre maior do que do isótopo filho, e estes estão em equilíbrio transiente, para que a geração do isótopo filho não seja muito lento. Gerador de Tecnécio – Sistema blindado, coluna de alumínio na entrada, ânion molibdato fixado na coluna de alumínio, coluna eluída com cloreto de sódio que retire o tecnécio na forma de NaTcO4. Existem 3 isótopos no gerador: Mo-99, Tc-99m (gama emissor de interesse médico) e Tc-99 (tempo de meia vida de 200 mil anos). Tempo ideal entre as eluições: 23h – pico do Tc-99m Atividade dos Geradores: 250mCi – 2 Ci Características do Tc-99m: gama emissor puro; emite radiação gama de baixa energia; decai a um isótopo com alto tempo de meia- vida; múltiplos estados de oxidação (+3, +4, +5, +6, +7 – se liga a uma grande variedade de moléculas); baixo tempo de ½ vida (6h). No eluato NaTcO4 o estado de oxidação do Tc é +7, ou seja, não se liga a praticamente nenhuma molécula. Para modificar o estado de oxidação é necessário existir um agende redutor no kit frio.
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